COMBATENDO MOSQUITOS
Aedes aegypti e Aedes albopictus
Orientações sobre o ciclo evolutivo dos vetores e prevenção das doenças febre amarela, dengue, chikungunya e zika
Reitor da UFOP Prof. Marcone Jamilson Freitas Souza Superintendente Regional de Educação de Ouro Preto Prof.ª Crovymara Elias Batalha Prefeito de Ouro Preto Jose Leandro Rodrigues Filho Prefeito de Mariana Duarte Eustáquio Gonçalves Júnior Prefeito de Itabirito Alexander Silva Salvador de Oliveira
Representante da 25ª Superintendência Regional de Ensino Rosani de Almeida Pimenta Representante da Secretaria de Saúde de Ouro Preto Girley de Oliveira Almeida Representante da Secretaria de Saúde de Mariana Érica Bárbara dos Santos Representante da Secretaria de Saúde de Itabirito Leonardo José Alves de Freitas Ilustração e diagramação Roberta Bragança
Comitê de enfretamento aos mosquitos vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus da UFOP Professores da UFOP Prof. Anibal da Fonseca Santiago Prof.ª Célia Maria Fernandes Nunes Prof.ª Ida Berenice Heuser do Prado Prof. José Francisco do Prado Filho Prof.ª Maria Célia da Silva Lanna
Técnicos Adminstrativos da Educação Greiciana Pertence Reis Ingrid da Silva Borges Júnia Pena Fagundes Rondon Marques Rosa Vera Lúcia Claudino Ramos Flores Biólogo e doutorando em Ciências Biológicas pela UFOP Rafael Martins
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Este caderno de orientação é baseado na cartilha “Combate ao Aedes e cada Estágio do ciclo evolutivo” organizada pela Prof.ª Maria Célia da Silva Lanna com contribuições do Comitê de enfretamento aos mosquitos vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus da UFOP, de representantes da 25ª Superintendência Regional de Ensino, das Secretarias de Saúde dos municípios de Ouro Preto, Mariana e Itabirito; e sob a Supervisão do prof. Marco Antônio Alves Carneiro, professor da disciplina Zoologia dos Invertebrados.
4 A linha do tempo do Aedes aegypti Este mosquito, popularmente chamado de pernilongo ra jado, foi descrito cientificamente pela primeira vez em 1762, quando foi denominado Culex aegypti (C. aegypti). Culex significa “mosquito” e aegypti, “egípcio”, portanto: “mosquito egípcio”. O gênero Aedes só foi descrito em 1818. Logo verificou-se que a espécie C. aegypti, descrita anos antes, apresenta características morfológicas e biológicas semelhantes às de espécies do gênero Aedes – e não às do já conhecido gênero Culex. Então, foi estabelecido o nome Aedes aegypti. O gênero Aedes engloba centenas de espécies, as quais apresentam distribuição mundial. Uma das espécies de maior importância médica é o Aedes aegypti, que é um culicídeo de origem africana, que foi trazido para o continente americano logo após a chegada dos europeus. Apresenta como característica ecológica uma boa adaptação ao ambiente urbano e doméstico. Outra espécie importante é o Aedes albopictus. Assim como em outros países o A. albopictus é também um vetor da dengue, bem como de vários tipos de encefalite equina. No Brasil, o vetor principal da Dengue é o A. aegypti.
5 E a competição entre as duas espécies ocorre devido ao fato de a fêmea do A. aegypti seacasalar tanto com o macho de sua espécie, quanto com o macho do A. albopictus que é mais agressivo e, sendo de outra espécie, gera ovos inférteis, reduzindo assim a população de A. aegypti. O mosquito A. aegypti está bem adaptado a zonas urbanas, mais precisamente ao domicílio humano. Atualmente, foi descoberto que a fêmea não se reproduz somente em água limpa e parada, pelo contrário, o mosquito pode se reproduzir em águas com altos níveis de poluição, como esgoto. A fêmea observa vários fatores influenciáveis ao crescimento das larvas, como a temperatura, luminosidade e resquícios de matéria orgânica. As larvas são sensíveis a luz, o que faz com que se desenvolvam bem em águas turvas. As fêmeas são hematófagas durante o período de maturação dos ovos e para realizar o repasto sanguíneo podem se deslocar longas distâncias. Elas também podem ser transportadas mecanicamente pela ação dos humanos. É considerado vetor de doenças graves, como febre amarela, dengue, zika e chikungunya. Os vírus causadores dessas doenças se alojam na saliva do mosquito e no momento que a fêmea suga o sangue na hora da picada, ocorre a contaminação. O controle das populações desses mosquitos é considerado assunto da saúde pública.
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Em quais países são encontrados os mosquitos Aedes aegypti?
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Mapa 1: Global Aedes aegypti distribution. Revista E-Life Cience (https://elifesciences.org/content/4/e08347) acesso em out/2016
A distribuição geográfica do Aedes aegypti ocorre principalmente nas áreas tropicais e subtropicais do globo terrestre (áreas de clima quente e úmido) e depende da concentração de população humana para se estabelecer. Este mapa apresenta a probabilidade de ocorrência nas áreas que vão de zero (em azul) a 1 (em vermelho).
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O ciclo de desenvolvimento do Aedes ĂŠ semelhante ao de outros mosquitos
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O mosquito Aedes aegypti tem algumas características próprias: O mosquito Aedes aegypti costuma picar durante o dia e no fim da tarde. Durante a noite, os mosquitos não costumam sair para voar e ficam abrigados entre plantas ou nos entulhos. Mas isso não impede que, eventualmente, saiam e piquem alguém. O Aedes aegypti tem como alvo preferencial o homem. É um pernilongo que, praticamente, não faz nenhum som audível antes de picar. Mede menos de um centímetro, é preto com manchas brancas no corpo e nas pernas e tem um desenho em formato de lira na cabeça.
O ciclo evolutivo do mosquito é uma cadeia de estágios: como quebrar esta cadeia de desenvolvimento desses mosquitos vetores? Combatendo cada estágio do desenvolvimento do Aedes aegypti e A. albopictus! Para ter sucesso devemos conhecer cada estágio do ciclo e onde cada um acontece, conforme será mostrado à seguir.
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Estágio 1: ovo Qual é a aparência do ovo? No início são brancos e depois escuros. A eclosão do ovo, originando as larvas, ocorre após o desenvolvimento do embrião (em torno de dois a três dias em condições adequadas de umidade e temperatura), após o contato com a água.
Frente
Lado
Frente
Lado
11 Os ovos medem aproximadamente 1mm de comprimento e tem contorno alongado e fusiforme. No momento da postura os ovos são brancos, mas adquirem repidamente cor negra brilhante. O desenvolvimento do embrião se completa em 48 horas. Os ovos são depositados pela fêmea individualmente nas paredes internas dos depósitos, próximo a superfície da água.
Como combater os ovos? Evitar qualquer água parada! Quando não tem água as fêmeas não encontram lugar para colocar os ovos. Além disso, mesmo após a postura dos ovos pelas fêmeas, se o foco de água parada for eliminado os ovos não irão eclodir. Lavar os recipientes de água com escova, porque os ovos encontram -se colados às paredes desses recipientes. Os ovos adquirem resistência ao ressecamento muito rapidamente, em apenas 15h após a postura. A partir de então, podem resistir a longos períodos de dessecação: até 450 dias, segundo estudos. Esta resistência é uma grande vantagem para o mosquito, pois permite que os ovos sobrevivam por muitos meses em ambientes secos, até que o próximo período chuvoso e quente propicie a eclosão.
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Estágio 2: larva Como a larva sobrevive na água? Após o contato com a água, os ovos eclodem e saem as larvas, que se alimentam de matéria orgânica. As espécies do gênero Aedes preferem ovipor em locais onde ha ja água parada (limpa e poluída), utilizando criadouros que disponibilizem água rica em matéria orgânica.
Como combater as larvas? Eliminar qualquer reservatório ou recipiente que ofereça risco de acumular água e proteger os que são necessários como as caixas d’água, fazendo a limpeza periódica. Assim, os ovos não eclodem impedindo o surgimento das larvas.
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Estágio 3: pupa Como as larvas se transformam em pupas? O estágio de pupa dura no máximo três dias. Ela não se alimenta e a temperatura ambiente elevada pode acelerar seu desenvolvimento. Estes mosquitos passam de forma rápida pela fase imatura, já que todo o ciclo inteiro de vida deve acontecer antes que o líquido do criadouro seque por completo.
Como combater as pupas? O combate às pupas é idêntico ao procedimento para eliminas as larvas.
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Estágio 4: o mosquito adulto surge da evolução da pupa Em condições ideais (27ºC a 38ºC) o mosquito emerge entre um e três dias e estes, machos e fêmeas, se alimentam de néctar de fluidos açucarados de variadas fontes. Apenas as fêmeas são hematófagas e picam durante o dia. Como é, na fase adulta, o mosquito macho e o mosquito fêmea? Como vivem?
Quais são os hábitos do mosquito macho? Ele se alimenta de seiva das plantas e de matéria orgânica encontrada nos nossos alimentos e nos resíduos descartados. Isto reafirma a importância de evitar o acúmulo do lixo respeitando os horários, dias e locais de coleta.
macho
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Quais são os hábitos do Mosquito Fêmea? Ela se alimenta de seiva das plantas e de matéria orgânica encontrada nos nossos alimentos e nos resíduos descartados no lixo. Para a maturação dos ovos é hematófaga (se alimenta de sangue), é este momento que realiza a transmissão dos vírus das doenças dengue, chikungunya, zika e febre amarela.
Como se proteger das picadas?
fêmea
Quando em ambientes ou situações de risco, usar repelentes e/ou roupas que ofereçam maior proteção. Atenção maior no início da manhã e no final da tarde. As grávidas devem seguir as recomendações medicas antes do uso de repelentes e outros produtos.
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O acasalament macho com o m Onde ocorrem esses encontros? Tanto o macho quanto a fêmea se alimentam de substâncias que contêm açúcar (néctar, seiva, entre outros). As plantas, os lixos e o esgoto a céu aberto são fontes de alimentos comuns para macho e fêmea favorecendo o acasalamento nesses locais.
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to do mosquito mosquito fêmea Como combater o acasalamento do mosquito macho com mosquito fêmea? • Manter o lixo doméstico fechado e descartar os resíduos nos dias, hora e locais da coleta pela Prefeitura; • Fazer a limpeza periódica dos espaços e recipientes; • Evitar água parada; • Cobrir os reservatórios de água.
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Entregue seus pneus velhos ao serviço de limpeza urbana ou guardeos sem água em local coberto e abrigado da chuva
Remova folhas, galhos e tudo que possa impedir a água de correr pelas calhas
Mantenha a caixa d’água sempre fechada com a tampa adequada
Guarde garrafas sempre de cabeça para baixo Lave semanalmente por dentro com escovas e sabão os tanques utilizados para armazenar água
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Se você tiver vasos de plantas aquáticas, troque a água e lave o vaso principalmente por dentro com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana Encha de areia até a borda os pratinhos de vasos de planta
Matenha bem tampados barris e tonéis d’água
Não deixe a água da chuva acumulada sobre a la je
Coloque o lixo em sacos plásticos, matenha a lixeira bem fechada e não jogue lixo em terrenos baldios
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Duração do ciclo de desenvolvimento completo do ovo
Ovo 2 a 3 dias
Larva 5 a 7 dias
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Pupa 2 a 3 dias Duração do ciclo: 10 a 12 dias
Adulto
45 a 60 dias
Conclusão:
A busca dos criadouros de mosquitos deve ser realizada semanalmente devido à duração do ciclo ser em média de 10 dias.
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Ciclo evolutivo do Aedes Fecundação Como o macho alimenta-se apenas de seiva das plantas e de matéria orgânica, o lixo acumulado torna-se um lugar propício para o cruzamento com a fêmea. Por isso, é importante manter os espaços limpos e fazer o recolhimento adequado dos resíduos orgânicos.
Veja abaixo as etapas de evolução do mosquito e como agir em cada uma delas:
Picada dos mosquitos Os hábitos e a dimensão do mosquito dificultam que ele seja visto e eliminado antes que pique as pessoas. Por isso, é necessário adotar medidas de proteção individual e coletiva, como o uso de repelentes e o uso de roupas que ofereçam maior proteção.
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Oviposição A fêmea deposita os ovos em locais que tem água ou que são propícios ao acúmulo de líquidos. Por isso, é necessário evitar a água acumulada, usar tampas em reservatório e eliminar recipientes que possam reter água.
Eclosão dos ovos Mesmo depositados em local seco, os ovos eclodem assim que entram em contato com a água. Por isso, é preciso fazer a limpeza periódica de recipientes que normalmente são usados para o armazenamento ou condução da água.
Considerações finais A combinação de água parada e de resíduos orgânicos disponíveis é um convide para o Aedes completar seu ciclo evolutivo e aumentar sua população.
“Do ovo à forma adulta, o ciclo de vida do A. aegypti varia de acordo com a temperatura, disponibilidade de alimentos e quantidade de larvas existentes no mesmo criadouro, uma vez que a competição de larvas por alimento (em um mesmo criadouro com pouca água) consiste em um obstáculo ao amadurecimento do inseto para a fase adulta.”
• Bibliografia: Ministério da Saúde - http://combateaedes.saude.gov.br/ • Leituras complementares: Fiocruz - http://rededengue.fiocruz.br/ OMS - http://www.paho.org/bra/ E-mail – ouvidoria@ufop.br
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