Uma investigação sobre nós: ROSMARINUS

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Produzido por:

Bruna Rodrigues Garcia Gabriel Turrissi Almeida JosĂŠ Thiago Pereira de Melo Karina Evangelista Rodrigues

NatĂĄlia Aline Gouvea 2


Editorial Este E-zine é uma junção de nossos fragmentos, pedaços que nos foram separados por todas as circunstâncias que estamos enfrentando. Ele era um caderno em branco que colorimos com nossas experiências, emoções, sentimentos, dores, incertezas, vazios... enfim, tudo que achamos relevante EXPRESSAR, tornar visível, exteriorizar. O E-zine enquanto proposta possui certa liberdade. Utilizando nossas ferramentas e conhecimentos para elaborar um caderno de artista, com a finalidade de sentirmos livres outras vez, o período em questão nos traz diversos obstáculos. O isolamento social é contra o calor de um abraço, as risadas em sintonia, mas as medidas são necessárias para o momento. Por isso, convidamos você, caro leitor/expectador, a conhecer um pouco mais do coletivo Rosmarinus, artistas que se completam aos poucos... um pedaço (capítulo) de cada vez.

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CapĂ­tulo 1 JosĂŠ Thiago Pereira de Melo @j_thiago.art

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“Diria que se não existisse um caderno ele seria um mural, ou até placas de madeira talhadas com ossos e sangue, a arte e seus processos são unicamente fruto de um ser que como outros tantos, temem o mal maior que é o vazio, e o que seria mais artístico que usar o próprio vazio do nosso mundo para nos expressar? Então arte é a forma que encontramos para lutar contra o vazio, mesmo que seja uma praça, um copo ou o papel tudo depende de quem o preenche. Então, como devemos preencher essa quarentena?”

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C 6


Claustrofobia (maio de 2020)

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Lรกgrimas de Girassol (abril de 2020)

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Vozes de um túmulo. (abril de 2020)

Vozes de um túmulo Morri! E a Terra - a mãe comum - o brilho Destes meus olhos apagou!... Assim Tântalo, aos reais convivas, num festim, Serviu as carnes do seu próprio filho! Por que para este cemitério vim?! Por quê?! Antes da vida o angusto trilho Palmilhasse, do que este que palmilho E que me assombra, porque não tem fim! No ardor do sonho que o fronema exalta Construí de orgulho ênea pirâmide alta, Hoje, porém, que se desmoronou A pirâmide real do meu orgulho, Hoje que apenas sou matéria e entulho Tenho consciência de que nada sou!

Agusto dos Anjos. 11


Autorretrat Como finalizar uma obra se o prรณprio autor estรก inacabado?

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ato

(maio de 2020) 13


Capítulo 2 Natália Aline Gouvea @_n_aline

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"Minha experiência nessa quarentena não foi lá das melhores, mas por certas partes a arte me ajudou muito a enfrentar tudo isso. Meu processo criativo começou no dia 06/05/2020, meu aniversário, onde eu por algum motivo, algo no meu interior me fez sentir uma imensa vontade de pintar, foi onde aproveitei que receberia alguns presentes devido ao dia especial, e decidi que estava na hora de experimentar coisas novas."

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Sou ou? Ou é o que há em mim?

Primogênita (maio de 2020)

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Arte é Luz,

A luz da arte (maio de 2020)

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Busca por inspiração (maio de 2020)

que revela as trevas em nós! 19


Releitura de “A noite Estrelada” (maio de 2020)

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A arte corre nas veias (maio de 2020)

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Instrumento ou obra? (maio de 2020)

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Tempestade (maio de 2020)

Pinceladas de Sentimentos (maio de 2020)

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CapĂ­tulo 3 Gabriel Turrissi Almeida @gabrieltualmeida

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"Antes de chegar nesse resultado, reuni tudo que evito demonstrar para as pessoas, todos os sentimentos que recuso aceitar a existência. Por serem maus? Por me fazerem mal? Não sei! Mas sei que eles nunca me abandonam, e sempre estarão comigo. Por isso pensei: porque não externizar isso? Porque não expressar isso? Tornar visual, e assim, fazer com que minha relação com eles se torne menos desagradável. As imagens podem te incomodar, mas tudo bem, elas me incomodam ainda mais."

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B

PressĂŁo (maio de 2020)

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Bloqueio Criativo

Contra o Tempo

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Dores

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Su

(maio d


Crises

urtos

de 2020)

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AngĂşstia (maio de 2020)

Se calar ou pedir ajuda? 33


Quando menos e

Ansiedade (maio de 2020)

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espero ela volta.

Ansiedade 35


Solidรฃo (maio de 2020)

E para quem pedir ajuda se estou sรณ? 36


u

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CapĂ­tulo 4

Karina Evangelista Rodrigues

@asaator

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"A arte sempre teve múltiplos significados para mim, assim como várias coisas que frequentemente me rodeiam. No contexto atual de luta e perca, seu significado é constantemente expresso por todos. Para alguns, encontrar conforto na arte é uma tarefa a ser realizada com certa facilidade. Entretanto, para esse ser crescente que vos escreve, sempre foi muito difícil se contentar com os vários âmbitos da arte por um longo período de tempo. Na realidade, eu diria que esse ser não se contenta com nada, pois tudo aparenta ser insuficiente. A insatisfação e a cobrança consigo próprio são fatores que autoflagelam a alma, levando ao desprazer na realização de certas atividades para muitas pessoas. O desgosto amargo definhou e corroeu a minha própria vitalidade nesses tempos difíceis. Por isso, temos de ser fortes. A minha força indubitável cresce e surge todos os dias para me fazer levantar da cama. Eu construo o meu cotidiano e enxergo os dias sempre como novos e restaurados. Sempre um recomeço."

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“I am all in a sea of wonders. I doubt; I fear; I think strange things, which I dare not confess to my own soul.�

Bram Stoker, Dracula

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Unzufriedenheit (maio de 2020)


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Perpetva (maio de 2020)

Álvaro de

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“Somos da mesma tinta, co Somos tão iguais em dor, de p Somos a mesma linha, dividida em Somos uma busca trivial, por um senti Somos muito pouco de nós mesmos, col Somos por fim, existência surreal… Numa realid


e Azevedo

or que pincela a esperança peito ferido, a alma que dança m segmentos, no decorrer da vida ido intencional, numa paixão irracional locando nos outros, os próprios anseios... dade paradoxal, buscando um sentido, afinal…”

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Genesis III (maio de 2020)

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Sinto sua falta. Você se foi e eu chorei. Mas você vive em minha memória. Te levo até a morte me levar para junto de ti.

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Velho amigo de infância (maio de 2020)

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CapĂ­tulo 5 Bruna Rodrigues Garcia @milkddy @brunarodrih

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"Nos últimos meses voltei a ter algumas recaídas, os pensamentos degradantes ressurgiram e me vi andando em círculos, voltando para vícios prejudiciais. Com a quarentena, é como se tudo ao meu redor se tornasse uma grande questão. Me vi afundando em mais uma crise existencial. Exausta. Me desconhecendo, me distanciando, me perdendo. Me equilibrando em uma corda bamba. As vezes sinto que preciso do caos que se instala dentro do meu peito e da minha mente e sim, ele me leva à dolorosos questionamentos, mas, se me proíbo de tocá-lo, também estou me proibindo de ser tocada, de ser descoberta e redescoberta e é no processo de organização do nosso caos que a gente acaba separando coisas que não nos servem, que estão estragadas ou que podem ser concertadas. A gente encontra coisas que achava que tinha perdido ou que nem lembrava que existia. A gente se encontra."

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“Antes de me organizar, tenho que me desorganizar internamente.�

Clarice Lispector

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O estĂĄgio final ĂŠ quando a gente consome a dor ou deixa ela nos consumir.

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Processo AngĂşstia (maio de 2020)

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Fomos e Seremos Queimadas (maio de 2020)

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Orai por tua alma homem, e por todas aquelas mulheres que tu e teus antepassados queimaram na fogueira. Bruxa. Fomos, somos e seremos Bruxas. Filhas e netas.

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Ventre

(maio d

Limpa essa boca homem, tu Honrai a Deusa mĂŁ 56


Sagrado

de 2020)

u és fruto do ventre sagrado. ãe e suas três faces 57


Sofredora Cobre-lhe a fria palidez do rosto O sendal da tristeza que a desola; Chora – o orvalho do pranto lhe perola As faces maceradas de desgosto. Quando o rosário de seu pranto rola, Das brancas rosas do seu triste rosto Que rolam murchas como um sol já posto Um perfume de lágrimas se evola. Tenta às vezes, porém, nervosa e louca Esquecer por momento a mágoa intensa Arrancando um sorriso à flor da boca. Mas volta logo um negro desconforto, Bela na Dor, sublime na Descrença. Como Jesus a soluçar no Horto!

Agusto dos Anjos. 58


Sofredora (abril de 2020)

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Solitรกrio (abril de 2020)

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Solitário Como um fantasma que se refugia Na solidão da natureza morta, Por trás dos ermos túmulos, um dia, Eu fui refugiar-me à tua porta! Fazia frio e o frio que fazia Não era esse que a carne nos conforta… Cortava assim como em carniçaria O aço das facas incisivas corta! Mas tu não vieste ver minha Desgraça! E eu saí, como quem tudo repele, – Velho caixão a carregar destroços – Levando apenas na tumbal carcaça O pergaminho singular da pele E o chocalho fatídico dos ossos!

Agusto dos Anjos. 61


O que era para ser mais um trabalho se tornou uma oportunidade de nos conhecermos melhor, de realmente voltar o “olhar para si”. Nessa singela conclusão só temos a agradecer, tanto a você por ter chegado até aqui, tanto para nossa queridíssima orientadora Dra. Profª Camila Puni (@camilapuni). Esse projeto nos fez amadurecer, como pessoas, como artistas, cada um se encontrou em um ramo, sua essência, sua veia artística, seja ela pintura, fotografia, desenho, textos... enfim, nem sempre saberemos quais palavras devemos usar, mas sabemos o que devemos buscar, a máxima da expressão humana, a arte.

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Muito obrigade!

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