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C) Aplicação Tecnológica

Onda: corresponde à transmissão de energia, sem transporte de matéria, que pode ocorrer num meio material (p. ex. água) ou não material (p.ex. vácuo). Um exemplo bem simples do movimento ondulatório é o das oscilações da superfície da água de uma piscina. Se atirarmos uma pedra sobre esta superfície, observaremos uma ondulação se afastando, igualmente, em todas as direções, do ponto onde a superfície foi perturbada.

A Mecânica Quântica é uma parte da Física que alguns chamam contra intuitiva, isso porque muitos dos seus achados e postulados contrariam o senso comum sobre a forma como percebemos a realidade. Por exemplo, acabamos de ver que partícula e onda são duas entidades completamente distintas. Contudo, conforme o princípio da dualidade onda-partícula, que veremos mais à frente, constatamos que os objetos quânticos se comportam ora como partículas ora como ondas, dependendo da escolha do observador. Esta afirmação pode parecer estranha, mas é o que acontece na realidade. Niels Bohr, físico dinamarquês e um dos expoentes da Mecânica Quântica (Nobel de Física em 1922), declarou: “Qualquer um que não se chocar com a teoria quântica não a compreendeu”. Ora, o comportamento da natureza não é “estranho”; ele só parece ser quando o homem tenta enquadrar a realidade observada no seu modo de entender o mundo. É preciso expandir o paradigma para compreender algo que não se encaixa na antiga visão. O que causa estranheza às pessoas é que, intuitivamente, sabemos que as ondas são muito diferentes dos objetos sólidos ou partículas. Como algo poderia ser onda (entidade não material) e partícula (entidade material) ao mesmo tempo? Por que não percebemos a propriedade ondulatória dos objetos macroscópicos? Veremos isso mais a frente.

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Quando alguém se nega a aceitar os fundamentos da Mecânica Quântica, deveria ser coerente com sua postura e jogar fora todos os aparelhos eletroeletrônicos que utiliza no dia a dia. Sem a Mecânica Quântica não teríamos muitos dos benefícios tecnológicos com os quais estamos acostumados na atualidade como o CD player, o controle remoto das TVs, lasers, transistores, os aparelhos de Ressonância Magnética nos hospitais, o microcomputador, telefones celulares, GPS, bilhete único do Metrô, passe livre no pedágio etc.. Além da vasta aplicação tecnológica, a Mecânica Quântica serve como base de diversos ramos da Física (física de partículas, física da

matéria condensada e parte da cosmologia), da Química (teoria das ligações químicas), da Biologia estrutural, e da Medicina (nanotecnologia). Atualmente, a Mecânica Quântica avança rumo à criação dos computadores quânticos que realizarão teleporte, cálculos com velocidade inimaginável e códigos criptográficos indecifráveis. Da mesma forma, propiciará todas as maravilhas prometidas pela chamada nanociência, decorrente da manipulação de materiais em escala atômica, como circuitos eletrônicos moleculares; além do transporte de energia sem dissipação em sistemas supercondutores, dentre outras promessas tecnológicas5 . Apesar da revolução científica ocasionada pela Mecânica Quântica, os físicos não abandonaram a Física clássica porque seus princípios permanecem válidos no âmbito das ciências exatas, para fim de cálculos dentro de certos limites. Precisamente, sempre que as massas dos objetos não forem tão pequenas quanto as massas atômicas, nem tão grandes quanto as massas das galáxias, e sempre que as velocidades envolvidas forem muito menores que a velocidade da luz, a Física Clássica resultará em uma boa descrição dos fenômenos. Isto significa que a Física clássica é uma particularidade dentro da Física moderna e não a palavra final no que se refere à constituição e funcionamento do Universo. É muito importante compreendermos que, apesar da aplicabilidade da Física clássica, o materialismo científico que a define e, teimosamente prepondera em todos os setores do conhecimento humano, deve ser substituído o mais breve possível.

Muito mais do que nos proporcionar comodidades através da sua aplicação tecnológica, a Mecânica Quântica, com sua nova conceituação sobre a matéria e os seus intrigantes postulados, gerou debates não só no âmbito das ciências exatas, mas também no da filosofia. Essa discussão está apenas no começo, pois a maioria dos cientistas ainda não se rendeu às evidências de que:

➢ Não existe um mundo micro e outro macroscópico.

Isto é apenas uma divisão para fins didáticos, não uma realidade física.

➢ O comportamento do mundo atômico pode ser estendido ao dito mundo macroscópico;

➢ A sobreposição, a complementaridade, a incerteza e o entrelaçamento quânticos nos alcançam e repercutem em nossas vidas, da mesma forma como acontecesse com os átomos.

5 OLIVEIRA, Ivan S. Física Moderna: Ed. Livraria da Física.

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