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Os Campos Mórficos

não ordinários da consciência contestam seriamente não só as atuais teorias psiquiátricas e psicológicas, como também premissas filosóficas básicas da ciência materialista ocidental referente à natureza da realidade e à relação entre matéria e consciência. À luz de novas descobertas, a consciência não é um produto dos processos neurofisiológicos do cérebro, mas sim um aspecto fundamental da existência que é mediada, mas não produzida pelo cérebro. A espiritualidade em sua forma genuína é uma dimensão legítima e importante da existência e é incorreto rejeitá-la como produto da ignorância, da superstição, do pensamento mágico primitivo ou da patologia. Experiências místicas não devem ser consideradas indicações de doença mental, e sim manifestações normais e altamente desejáveis da psique humana que possui um potencial extraordinário para curas e transformações.”16

A ideia de que a consciência é essencial, primária e irredutível também é encontrada nos trabalhos de vários pesquisadores da área da medicina e psicologia (Jung, 1959; Grof,1985; Moody Jr.,1976; Ring,1980; Sabom, 1982; Kubler-Ross, 1983; Weiss, 1996) que estudam sujeitos submetidos a estados alterados de consciência, por métodos variados como hipnose, relaxamento, respiração holotrópica, experiências próximas da morte etc17 . Di Biasi conclui: “Atualmente, está disponível uma série de psicotecnologias que costumam ser ignoradas e/ou marginalizadas pela comunidade acadêmica, as quais nos permitem utilizar a mente humana como um sistema confiável de investigação esclarecimento sobre a natureza da consciência, e que são passíveis de replicação e comprovação”. Como se vê, o que falta à ciência não são fatos e sim disposição para substituir um paradigma obsoleto que não serve mais à humanidade em todos os setores.

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Campo morfogenético é o nome dado a um campo que explica a emergência simultânea da mesma função adaptativa em populações biológicas não-contígüas.

16 DI BIASE, Francisco e AMOROSO, Richard. A Revolução da Consciência:

Ed. Vozes. 17 DI BIASE, Francisco e AMOROSO, Richard. A Revolução da Consciência:

Ed. Vozes.

A hipótese dos campos morfogenéticos foi formulada por Rupert Sheldrake. Segundo ele, os campos morfogenéticos são a memória coletiva a qual recorre cada membro da espécie e para a qual cada um deles contribui. Sua atuação é semelhante à dos campos magnéticos, da física. Quando colocamos uma folha de papel sobre um ímã e espalhamos pó de ferro em cima dela, os grânulos metálicos distribuem-se ao longo de linhas geometricamente precisas. Isso acontece porque o campo magnético do ímã afeta toda a região à sua volta. Não podemos percebê-lo diretamente, mas somos capazes de detectar sua presença por meio do efeito que ele produz, direcionando as partículas de ferro. De modo parecido, os campos mórficos distribuem-se imperceptivelmente pelo espaço-tempo, conectando todos os sistemas individuais que a eles estão associados. Os campos morfogenéticos são campos de forma; padrões que ordenam a natureza. Átomos, moléculas, cristais, organelas, células, tecidos, órgãos, organismos, sociedades, ecossistemas, sistemas planetários, sistemas solares, galáxias: cada uma dessas entidades estaria associada a um campo mórfico específico. São eles que fazem com que um sistema seja um sistema, isto é, uma totalidade articulada e não um mero ajuntamento de partes. Os campos morfogenéticos ou campos mórficos são campos que levam informações, não energia, e são utilizáveis através do espaço e do tempo sem perda alguma de intensidade depois de criado. Rupert Sheldrake explica:

“Os campos mórficos se organizam em todos os níveis de organização, em átomos, em moléculas, em cristais, em órgãos, em organismos, em sociedades etc. Esses campos tem uma espécie de memória, que chamo ressonância mórfica, o que significa que cada tipo de campo tem uma memória de sistemas passados semelhantes, por um processo de ressonância através do espaço e do tempo. Os campos são locais, estão dentro e ao redor do sistema que eles organizam, mas sistemas semelhantes tem uma influencia não local através do espaço e do tempo, oriunda da ressonância mórfica que dá uma memória coletiva para cada espécie e cada espécie neste planeta tem uma memória coletiva”.

“A meu ver, a mente e os efeitos da mente se estendem no espaço, através da percepção, da intenção e daquilo que queremos que aconteça no mundo. Acho que esses efeitos são mediados por campos mórficos que mantém unidas partes de sistemas auto-organizadores.”18

18 DI BIASE, Francisco e AMOROSO, Richard. A Revolução da Consciência:

Ed. Vozes.

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