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Contabilidade de Custos Edilson Bacinello

TÊcnico em Finanças



Contabilidade de Custos Edilson Bacinello

Cuiabรก-MT 2014


Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Diretoria de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica

© Este caderno foi elaborado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia/RO, para a Rede e-Tec Brasil, do Ministério da Educação em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso. Equipe de Revisão Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT Coordenação Institucional Carlos Rinaldi Coordenação de Produção de Material Didático Impresso Pedro Roberto Piloni Designer Educacional Neusa Blasques

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia - IFRO Campus Porto Velho Zona Norte Direção-Geral Miguel Fabrício Zamberlan Direção de Administração e Planejamento Gilberto Laske Departamento de Produção de EaD Ariádne Joseane Felix Quintela

Designer Master Marta Magnusson Solyszko

Coordenação de Designer Visual e Ambientes de Aprendizagem Rafael Nink de Carvalho

Diagramação Tatiane Hirata Revisão de Língua Portuguesa Livia de Sousa Lima Pulcherio Revisão Final Francisco Rodrigues dos Santos

Projeto Gráfico Rede e-Tec Brasil/UFMT

Coordenação da Rede e-Tec Ruth Aparecida Viana da Silva


Apresentação Rede e-Tec Brasil Prezado(a) estudante, Bem-vindo(a) à Rede e-Tec Brasil! Você faz parte de uma rede nacional de ensino que, por sua vez, constitui uma das ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propiciando caminho de acesso mais rápido ao emprego. É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) e as instâncias promotoras de ensino técnico, como os institutos federais, as secretarias de educação dos estados, as universidades, as escolas e colégios tecnológicos e o Sistema S. A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade e ao promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, geográfica ou economicamente, dos grandes centros. A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incentivando os estudantes a concluir o ensino médio e a realizar uma formação e atualização contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos. Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional qualificada – integradora do ensino médio e da educação técnica – capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação profissional! Ministério da Educação Maio de 2014 Nosso contato etecbrasil@mec.gov.br

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Indicação de Ícones Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: remete o tema para outras fontes: livros, filmes, músicas, sites, programas de TV. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. Reflita: momento de uma pausa na leitura para refletir/escrever sobre pontos importantes e/ou questionamentos.

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Contents

Apresentação Rede e-Tec Brasil

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Indicação de Ícones

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Apresentação da Disciplina

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Sumário

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Aula 1. Noções sobre Contabilidade de Custos 15

1.1 Breve histórico da evolução da contabilidade para a contabilidade de custos 15 1.2 17

Noções sobre contabilidade de custos

1.3 Conceito e objetivos da contabilidade de custos 20 1.4 Princípios aplicados a custos

22

Aula 2. Terminologia e Expressões Relacionadas a Custos 27 2.1 27

Terminologia relacionada a custos

2.2 30

Contabilidade financeira

2.3 31

Contabilidade gerencial

Aula 3. Classificação e Nomenclatura de Custos 35 3.1 Custos diretos

35

3.2 Custos indiretos

36


Palavra do Professor-autor Prezado/a estudante: Este curso foi desenvolvido com o objetivo de guiá-lo para o entendimento acerca dos conceitos envolvidos na contabilidade de custos. Esse material que você está prestes a adentrar aborda assuntos relacionados a aplicações e exigências legais impostas pelos órgãos reguladores, trazendo, ainda, o enfoque gerencial dos temas relacionados a formas de controle por parte das organizações. Ao final de cada capítulo, você terá exercícios práticos para fixação do conteúdo proposto. Os conceitos relacionados à disciplina Contabilidade de Custos mostram-se fundamentais ao profissional atuante no setor financeiro. Nosso objetivo é poder auxiliá-lo na compreensão dos tópicos a serem abordados buscando torná-los motivadores, interessantes e de fácil entendimento. Dessa forma, embora em alguns casos, os conteúdos possam parecer um pouco complexos, os mesmos serão apresentados de forma gradativa e explicativa para que possam proporcionar o melhor entendimento possível acerca do tema abordado. Para que você possa atuar com sucesso no setor financeiro, segmento que cada vez mais exige profissionais qualificados, é importante que se empenhe nos estudos e que busque constantemente informações sobre temas atuais e sobre os indicadores econômicos através de noticiários, revistas e outras fontes que tratem desses assuntos. As conversas com os colegas, principalmente aquelas que tenham alguma relação com sua área de atuação, certamente permitirão a formação de opinião sobre os temas e também poderão auxiliar a dirimir dúvidas que porventura possam surgir ao longo dos capítulos. Busque o aprendizado constantemente, não se deixe abater se acaso tiver dúvidas ao longo dos trabalhos e, ao contrário, tome isso como uma provocação para que se esforce mais e consiga compreender o conteúdo proposto. Torcemos para seu máximo aproveitamento no sentido de que se torne um profissional qualificado e capacitado para o mercado de trabalho! Bons estudos. O autor

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Apresentação da Disciplina Prezado(a) estudante: Bem-vindo(a) a esta disciplina! No decorrer das aulas, você irá conhecer tópicos referentes à disciplina de Contabilidade de Custos, bastante difundida ultimamente devido à necessidade de ferramentas de controle e gerenciamento das atividades empresariais. As grandes, médias e pequenas empresas vivem em um mercado bastante competitivo. Para gestão de suas atividades e processos, cada vez mais necessitam de profissionais qualificados que as possam auxiliar no controle de seus recursos, relacionados principalmente à correta mensuração de seus gastos e posterior alocação aos produtos. Pelo fato de o mercado estar em constante movimentação, com as forças econômicas influenciando todos os tipos de atividades empresariais, acreditamos ser cada vez mais importante a capacitação de profissionais qualificados para atuarem na área financeira das entidades, conhecendo as técnicas contábeis fundamentais a esse processo. Esses profissionais devem estar preparados para conhecer as chamadas “entrelinhas” do processo de gestão das empresas, que somente quem estiver qualificado terá condições de visualizar. Para tal, este módulo está organizado em dez aulas de seis horas, totalizando 60 horas/aula. Durante a primeira aula, você terá uma noção sobre contabilidade de custos, incluindo o conceito, objetivos, natureza e princípios. Em seguida, na aula dois, será abordada a terminologia e as expressões relacionadas a custos. Na aula três, você terá oportunidade de estudar a classificação e as nomenclaturas de custos. Na quarta aula, será possível aprofundar seus conhecimentos sobre os tipos de inventários de materiais. Durante a aula cinco, apresentaremos os métodos de custeio por absorção e direto/variável. Na aula seis, será demonstrado o método de custeio por rateio direto. No decorrer da aula sete, mostraremos o método de custeio por departamentos. Na oitava aula, o tema abordado será o método de custeio ABC. Durante a aula nove serão apresentados os métodos de formação do

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preço de venda e, finalmente, na décima aula, trataremos da exposição dos elementos referentes à relação custo x volume x lucro, em que você conhecerá o ponto de equilíbrio, margem de segurança, margem de contribuição e grau de alavancagem operacional. Pelo fato de tratarmos de muitos assuntos que possam ser novos para você, sugerimos que consulte as indicações complementares indicadas ao longo dos capítulos e busque desenvolver as atividades práticas como forma de assimilar os conteúdos de forma gradativa e sequencial. É com muita satisfação que elaboramos este material, esperando seu envolvimento e dedicação para que possa aproveitar ao máximo a proposta dos capítulos que é oportunizar o conhecimento dos conceitos e técnicas relacionadas à contabilidade de custos. Vamos, então, iniciar as atividades? Desejamos um ótimo aprendizado!

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Sumário Aula 1. Noções sobre Contabilidade de Custos

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1.1 Breve histórico da evolução da contabilidade para a contabilidade de custos 15 1.2 Noções sobre contabilidade de custos

17

1.3 Conceito e objetivos da contabilidade de custos

20

1.4 Princípios aplicados a custos

22

Aula 2. Terminologia e Expressões Relacionadas a Custos

27

2.1 Terminologia relacionada a custos

27

2.2 Contabilidade financeira

30

2.3 Contabilidade gerencial

31

Aula 3. Classificação e Nomenclatura de Custos

35

3.1 Custos diretos

35

3.2 Custos indiretos

36

3.3 Custos fixos

37

3.4 Custos variáveis

37

3.5 Custo de produção do período, custo de produção acabada e custo de produção vendida 38 3.6 Custos de transformação e custos primários Aula 4. Tipos de Inventários de Materiais

39 45

4.1 Os estoques e os inventários

45

4.2 Definição de inventário periódico

46

4.3 Definição de inventário permanente

47

4.4 Método PEPS

49

4.5 Método UEPS

50

4.6 Método MPM

51

Aula 5. Custeio por Absorção x Custeio Direto/Variável

57

5.1 Os sistemas de custeio e a demonstração do resultado do exercício

57

5.2 Custeio por absorção

58

5.3 Custeio direto ou variável

60

5.4 Comparação entre custeio direto ou variável e por absorção

62

5.5 Tratamento dado aos custos fixos e variáveis pelo custeio direto e por absorção 64

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Aula 6. Métodos de Rateio Direto para Apuração dos Custos Indiretos 6.1 Critérios de rateio

69

6.2 Rateio baseado em horas-máquina

71

6.3 Rateio baseado na quantidade produzida

73

6.4 Rateio baseado na área ocupada

75

6.5 Rateio baseado no tempo gasto de fabricação

76

Aula 7. Rateio por Departamentos (Departamentalização)

81

7.1 Definição de Departamentalização

81

7.2 Departamentos de produção

82

7.3 Departamentos de serviços

83

7.4 Sequência de aplicação da departamentalização

84

Aula 8. Custeio Baseado em Atividades – ABC

91

8.1 Conceitos básicos sobre o custeio baseado em atividades

91

8.2 Atividades das empresas

92

8.3 Direcionadores das atividades

92

8.4 Implementação, vantagens e desvantagens do método ABC

93

8.5 Fórmulas para aplicação do método ABC

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Aula 9. Formação do Preço de Venda

101

9.1 Conceitos sobre a formação do preço de venda

101

9.2 Metodologias para formação do preço de venda

102

9.3 Aplicação da metodologia baseada nos custos

105

Aula 10. Relação Custo x Volume x Lucro

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10.1 Conceito sobre a relação custo x volume x lucro

111

10.2 Margem de contribuição

113

10.3 Ponto de equilíbrio

114

10.4 Margem de segurança (MS) e grau de alavancagem operacional (GAO)

115

10.5 Exercícios práticos sobre a relação custo x volume x lucro

116

Palavras finais

122

Guia de Soluções

123

Referências

143

Currículo do Professor-autor

145

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Aula 1. Noções sobre Contabilidade de Custos Objetivos: • identificar aspectos históricos da contabilidade e sua evolução para a contabilidade de custos; • conceituar e apresentar os objetivos da contabilidade de custos; e • apresentar os principais princípios relacionados a custos.

Caro(a) estudante, Fazer um breve histórico da contabilidade e sua evolução para a contabilidade de custos é essencial para compreender o surgimento desse avançado tópico contábil e sua importância, nos dias atuais, no processo de gestão organizacional. As técnicas utilizadas pela contabilidade de custos devem estar atreladas aos princípios que norteiam suas atividades, tanto por imposição legal como para atender as necessidades das empresas no auxílio à tomada de decisões por parte de seus gestores. Com essa breve introdução, o convidamos a participar de nossa primeira aula a qual irá abordar temas necessários à formação do profissional de finanças. Desejamos-lhe bons estudos!

1.1 Breve histórico da evolução da contabilidade para a contabilidade de custos A origem da contabilidade está ligada à necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade. De acordo com o Portal de Contabilidade (2013), a atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das varia-

Aula 1 - Noções sobre Contabilidade de Custos

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ções de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas, as cobranças de impostos, na Babilônia, já se faziam com escritas, embora rudimentares. O mesmo ocorria no Egito, onde, por exemplo, um escriba contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano de 2.000 a.C. Com o decorrer dos tempos, o homem começou a acumular uma maior quantidade de bens (valores), tendo assim não só a preocupação com a sua manutenção, mas também com a sua possível ampliação. Começava a haver um interesse com o rendimento dos bens, com a forma de negociá-los e com a melhor forma de poder registrá-los, uma vez que essas informações tornavam-se difíceis de serem memorizadas e controladas pelas pessoas. Assim, a necessidade de controlar o aumento ou redução das posses (bens) e suas implicações no futuro foi basicamente o que levou o homem a efetivar os primeiros registros como forma de documentar a negociação sobre o uso, consumo, produção, dentre outros fatores. Historicamente, tem-se informação de que os primeiros registros baseavam-se na memorização. Ao longo do tempo, ocorreu a necessidade de desenvolvimento de algumas técnicas como meio de aprimorar os registros, tais como gravações em pedras e outras maneiras rudimentares de mensuração de dados. Nesse período, a forma de inventariar (contar) os bens era determinada por itens específicos, tais como rebanhos, áreas etc. Desse modo, a riqueza de uma pessoa poderia ser medida de acordo com a escala do que ela possuía. Com o decorrer do tempo, ocorreu uma evolução bastante significativa na participação da atividade humana na transformação e forma de realização dos negócios. As formas de se realizarem as tarefas, antes rústicas, foram gradativamente dando espaço a procedimentos mais eficientes, tal como a ampliação das áreas navegáveis e das rotas comerciais, dentre outros fatores. De acordo com o Portal de Contabilidade (2013), a indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e metalurgia entre os séculos XII e XIII. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, como consequência das necessidades da época, o livro caixa que recebia registros de recebimentos e pagamentos

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em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas. Com o surgimento do capitalismo desenvolveu-se o processo de acumulação de capital através de atividades industrializadas, alterando também as relações trabalhistas e os direitos referentes à força de trabalho nas indústrias e empresas comerciais. Nesse período baniu-se o trabalho escravo, antes utilizado em grande escala pelos proprietários do capital e deu-se lugar ao trabalho remunerado, tornando, dessa forma, os registros mais extensos e com maior grau de complexidade. O desenvolvimento da contabilidade deu origem à ideia de partidas dobradas, ou seja, para cada débito existe(m) crédito(s) de igual(ais) valor(es). Esse método surgido na Itália começou a ganhar adeptos por todo o mundo e teve como o grande difusor o Frei Luca Pacioli. É atribuído ao Frei a divulgação e aplicação das técnicas referentes a esse método e por sua consagração na ciência contábil. O desenvolvimento da técnica das partidas dobradas deu origem ao desenvolvimento de métodos de controle e avaliação do patrimônio das empresas em geral e, dentre esses métodos, ocorreu o surgimento da contabilidade de custos.

1.2 Noções sobre contabilidade de custos De acordo com o Portal de Contabilidade (2013), no início do século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros sobre o capital, referente ao período transcorrido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão de obra direta agregada; armazenamento; tingimento etc, o que representava uma apropriação bastante analítica para época. Nessa época, já se buscava fazer os registros de forma separada entre as matérias-primas envolvidas em determinado período, os gastos com a mão de obra envolvida na produção e a mensuração dos custos indiretos de fabricação.

Aula 1 - Noções sobre Contabilidade de Custos

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A contabilidade de custos nasceu da contabilidade financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria, mais especificamente com o início da Revolução Industrial. Anteriormente a esse período, os produtos eram fabricados por artesãos que, via de regra, não tinham características jurídicas e pouco se preocupavam com o cálculo de custos (MARTINS, 2010). No período da Revolução Industrial, a contabilidade teve uma maior aplicação nas empresas comerciais e em formas de controle do patrimônio das entidades para mensuração dos resultados apresentados por elas. Como forma de cálculo do resultado de uma empresa comercial, verificava-se o total de suas vendas (receitas), subtraindo-as do custo das mercadorias vendidas (CMV), obtendo-se assim o lucro bruto. Em seguida, deduziam-se as despesas ocorridas, para daí se conhecer o resultado do período. Conforme descreve Martins (2010), no caso de haver variação de estoques, aplica-se a fórmula envolvendo estoque inicial, compras e estoque final como forma de se encontrar o custo das mercadorias vendidas (CMV) = estoque inicial (EI) + compras (C) – estoque final (EF). Há que se destacar que nesse período ocorreu um grande crescimento das empresas industriais e, como não poderia deixar de ser, a contabilidade teve que se adequar às necessidades das empresas para o controle de suas atividades e correta mensuração das etapas do processo produtivo e de controle dos estoques. Dessa forma, o modelo utilizado na contabilidade comercial deveria sofrer os ajustes necessários para sua correta aplicação nas empresas industriais, uma vez que as mesmas possuíam particularidades específicas que as diferenciavam. Entre essas particularidades, há que se considerar o fato de as matériasprimas, ao serem recebidas pelas indústrias, sofrerem transformações, bem como os valores pagos à mão de obra da confecção dos produtos, sem contar os custos indiretos de fabricação que são de difícil mensuração. Outro fator a ser considerado dentre as diferenças da contabilidade comercial e a de custos diz respeito à mensuração dos estoques, ou seja, nas empresas comerciais os estoques estão relacionados com a compra e venda de mercadorias, sendo que, ao final de determinado período, devem ser confrontados para se conhecerem os estoques remanescentes (finais) que não foram vendidos.

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Contabilidade de Custos


Por sua vez, nas empresas industriais existem basicamente três tipos de estoques que devem ser mensurados durante o processo de fabricação, ou seja, os estoques utilizados e que sobraram durante a confecção de matérias-primas, os estoques utilizados e que ficaram parcialmente produzidos em sua linha de produção e os estoques utilizados e que efetivamente foram acabados. Importante destacar que a contabilidade de custos aparece pela primeira vez, como técnica independente e sistemática, nos Estados Unidos, envolvendo a produção industrial, sobretudo estudando os problemas de mão de obra e repercussões no custo industrial (PORTAL ADM, 2013). Posteriormente, a contabilidade de custos introduziu novas formas de mensurar as etapas da matéria-prima dentro do processo produtivo e também focou na complexidade referente aos custos indiretos de fabricação (CIFs), os quais dependem de alguma forma de distribuição arbitrária aos produtos produzidos por uma indústria. A problemática referente à distribuição dos CIFs vem fazendo com que as empresas busquem alternativas de mensuração desses valores de forma a demonstrar a real atribuição dos mesmos aos seus produtos fabricados. Há que se destacar que um método utilizado em determinada empresa pode não ser o ideal quando relacionado à outra entidade. De acordo com o Portal de Contabilidade (2013), o sistema de custos busca identificar os gastos com a produção (custos totais), para que, com base nestes dados, possam ser realizadas classificações, análises, avaliações, controles e planejamentos, consequentemente transformando-se num importante instrumento de gestão, como fonte primária e básica para a tomada de decisão. É importante ressaltar que a contabilidade de custos pode ser aplicada tanto em empresas industriais, como também em empresas comerciais, de serviços etc. Nesse caderno, será dado um foco principal na atividade industrial dada a complexidade dessa área e por ser considerada o ramo de maior atuação desse segmento contábil.

Aula 1 - Noções sobre Contabilidade de Custos

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1.3 Conceito e objetivos da contabilidade de custos A contabilidade de custos é a parte da ciência contábil que se dedica ao estudo racional dos gastos feitos para se obter um bem de venda ou de consumo, quer seja um produto, uma mercadoria ou um serviço (NEVES e VICECONTI, 2013). A contabilidade de custos, de acordo com Martins (2010), tem duas funções relevantes: o auxílio ao controle e a ajuda às tomadas de decisões. No que diz respeito ao controle, busca fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsões. Já a decisão, consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes, administração de preços de venda, opção de compra ou produção etc. Os principais objetivos da contabilidade de custos, conforme MAPH (2013) são: • permitir a avaliação dos estoques, para atendimento das legislações comercial e fiscal; • apurar o custo dos produtos/serviços vendidos (no caso das empresas comerciais, o custo das mercadorias vendidas); • dar suporte à tomada de decisões gerenciais no tocante à fixação do preço de venda; • atender à necessidade de controles e informações específicas (como para o atendimento à legislação fiscal); e • embasar orçamentos e projeções financeiras. Os campos de aplicação da contabilidade de custos referem-se às mais diversas áreas conforme indicado a seguir: Na indústria, a contabilidade de custos irá determinar: • o estoque inicial e final de insumos (EIMP e EFMP), ou seja, as matérias-primas, materiais de embalagem, almoxarifado etc., que irão convergir para o que é chamado de material direto (MD);

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• a mão de obra direta (MOD) envolvida nos processos; • os custos indiretos de fabricação (CIFs); • os custos de produção do período (CPP); • o estoque inicial e final de produtos em elaboração (EIPE e EFPE), também chamados de “estoques em fabricação” que irão ser parte integrante do custo da produção acabada (CPA); e • o estoque inicial e final de produtos acabados (EIPA e EFPA), estoques já concluídos, os quais irão influenciar no cálculo do custo dos produtos vendidos (CPV). No comércio Aplica-se a contabilidade de custos, uma vez que está baseado no cálculo do custo das mercadorias vendidas (CMV). Seu cálculo é considerado mais simples e feito de maneira direta, utilizando os estoques iniciais advindos do período anterior, somados às compras do período, subtraídos dos estoques finais (estoques que sobraram). Conforme mencionado anteriormente, o cálculo do CMV se dá através da seguinte fórmula: • Os estoques de mercadorias, somados às compras de mercadorias, subtraídas dos estoques que sobraram (não foram vendidos). Nas empresas prestadoras de serviços Aplica-se também a contabilidade de custos na área de serviços no sentido de apurar o custo dos serviços prestados (CSP) e na identificação, assim como no comércio, dos custos do período. Sua fórmula pode ser assim representada: • os estoques dos serviços de períodos anteriores, somados às • compras de materiais do período, subtraídos dos • estoques de materiais remanescentes.

Aula 1 - Noções sobre Contabilidade de Custos

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1.4 Princípios aplicados a custos De acordo com o Portal de Contabilidade (2013), os principais princípios aplicados a custos são: • Princípio da realização da receita: o reconhecimento contábil do resultado (lucro ou prejuízo) ocorrerá apenas quando da realização da receita. E esta, por sua vez, ocorre quando da transferência do bem ou serviço para terceiros. Apesar de existirem várias exceções, vale citar o caso de construção, em que a produção de bens e formulação de projetos demandam longo prazo e têm sua receita reconhecida antes da entrega para terceiros. Assim, seus custos serão transformados em despesas antes desse momento. • Princípio da competência: é de extrema importância para a contabilidade de custos, uma vez que não está relacionado com recebimentos ou pagamentos (regime de caixa), mas com o reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas no período. Nos endereços eletrônicos abaixo são apresentadas algumas obras para complementar seus estudos: História da Contabilidade. Disponível em: <http://www. portaldecontabilidade.com.br/ tematicas/historia.htm> Acesso em: 20 jul. 2013 História da Contabilidade de Custos. Disponível em: <http:// www.portaladm.adm.br/ANC/ anc16.htm> Acesso em: 20 jul.2013 Objetivos da Contabilidade de Custos. Disponível em: <http:// www.maph.com.br/tematica/ contabilidadecustos_ objetivosdacontabilidadede custos.htm> Acesso em:10 set. 2013 Princípios de Contabilidade. Disponível em: <http://www. portaldecontabilidade. com.br/tematicas/ principiosfundamentais.htm> Acesso em: 10 set. 2013.

Este princípio se preocupa com o resultado conforme afirma Leone e Leone (2010): “As receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem independentemente de recebimento ou pagamento [...]”. • Princípio do custo histórico como base de valor: os ativos são registrados contabilmente por seu valor original de entrada. Dessa forma, quando é atribuído um valor original ao determinado elemento, esse valor permanecerá intacto na escrituração contábil até que ocorra sua baixa. • Consistência ou uniformidade: existindo várias alternativas para o registro contábil de um mesmo evento, válidas dentro dos princípios geralmente aceitos, deve a empresa adotar uma delas de forma consistente. Isto implica que a alternativa escolhida deve ser adotada sempre, não podendo a entidade mudar o critério a cada período. Após adoção de um método de apropriação de custos, deve haver consistência em seu uso, já que a mudança pode provocar alterações nos valores dos estoques e, consequentemente, nos resultados. • Conservadorismo ou prudência: determina o uso do menor valor para o ativo e maior valor para os componentes do passivo. Na dúvida, a alternativa correta é usar o conservadorismo na hora de avaliar de forma

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mais precavida o patrimônio líquido. • Materialidade ou relevância: desobriga de um tratamento mais rigoroso aqueles itens cujo valor monetário é pequeno dentro dos gastos totais. Há que se destacar que a soma de diversos valores que poderiam, em uma primeira análise, ser considerados irrelevantes, pode dentro de um contexto maior, implicar em valores que podem sim impactar os resultados.

Resumo Nesta aula, foi possível demonstrar a evolução da ciência contábil para a contabilidade de custos com noções históricas da evolução desses conceitos. Foram apresentadas também a definição, o conceito e os princípios relacionados à contabilidade de custos. Importante ressaltar que a contabilidade de custos deriva da contabilidade financeira e se concentra no controle gerencial das atividades de uma empresa na tentativa de demonstrar os reais gastos (custos e despesas) ocorridos no período, servindo como parâmetro para a formação do preço de venda dos produtos. Busque ampliar seus conhecimentos através da pesquisa nas obras indicadas e também resolver as atividades de aprendizagem propostas que serão apresentadas a seguir!

Atividades de Aprendizagem 1a. Defina o período histórico do nascimento da contabilidade de custos e de como eram apurados os custos das mercadorias vendidas.

1b. Atualmente, quais dos elementos de custos são considerados como vilões na apuração do custo de produção? Justifique sua resposta.

Aula 1 - Noções sobre Contabilidade de Custos

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1c. A contabilidade de custos é aplicada somente em empresas industriais?

1d. Conceitue contabilidade de custos e indique quais são seus principais objetivos.

1e. Quais são os campos de aplicação da contabilidade de custos? Explique cada um deles.

1f. Indique quais são os principais princípios aplicados à contabilidade de custos. Comente sobre cada um deles.

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Contabilidade de Custos


Prezado(a) estudante, Encerramos a primeira aula na qual foi possível descrever conceitos iniciais sobre contabilidade de custos e os principais princípios relacionados a essa área de atuação. Procure ler com atenção o material e as obras indicadas, assim como outras referências relacionadas ao assunto, para um maior entendimento do tema em questão. Na próxima aula, trabalharemos a terminologia e expressões relacionadas a custos. Esperamos bastante empenho de sua parte, pois queremos que seja um profissional de sucesso na área financeira das empresas. Até lá!

Aula 1 - Noções sobre Contabilidade de Custos

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Aula 2. Terminologia e Expressões Relacionadas a Custos Objetivos: • identificar os itens referentes à terminologia relacionada a custos; e • reconhecer as expressões inerentes à contabilidade financeira e à contabilidade gerencial.

Prezado(a) estudante, Na aula anterior, você pôde ter noções sobre contabilidade de custos e sobre os princípios relacionados a essa área de atuação. Nessa nova aula, iremos abordar a terminologia e as expressões relacionadas a custos. Está preparado para adentrar nesse novo tópico? Temos certeza de que sim! Continue a se empenhar para o entendimento das informações aqui prestadas, pois elas servirão, e muito, para os conteúdos que serão apresentados adiante. Vamos trabalhar?

2.1 Terminologia relacionada a custos Essa terminologia diz respeito ao conjunto de termos particulares ou nomeação de uma ciência, que expressa os elementos particulares relacionados e delimita conceitos próprios referentes ao tema em questão. Como todo ramo definido, nesse caso relacionado com a contabilidade, existem nomenclaturas usualmente utilizadas que indicam e classificam as etapas referentes ao andamento dos processos dentro de uma empresa.

Aula 2 - Terminologia e Expressões Relacionadas a Custos

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Conforme destacado anteriormente, em todos os tipos de empresas ocorrem custos. O que irá diferir sobre sua incidência nas empresas será a sua relação com os tipos de materiais empregados ou comercializados e os processos necessários à confecção, armazenamento e, por fim, à venda dos produtos ou serviços. A seguir, serão apresentados alguns dos termos convencionalmente utilizados na nomenclatura relacionada à contabilidade de custos nas empresas.

2.1.1 Gasto Na opinião de Martins (2010), o gasto se refere à compra de um produto ou serviço qualquer, que ocasiona um sacrifício financeiro para a entidade, representado pela entrega de ativos. Dentre alguns exemplos de gastos, tem-se: aquisição de máquinas, equipamentos, veículos, móveis, utensílios etc. Importante ressaltar que, em uma análise mais aprofundada, o conceito de gasto contempla itens referentes a investimento, custo, despesa e desembolso, ou seja, toda a cadeia relacionada ao sacrifício financeiro que uma entidade tende a arcar.

2.1.2 Investimento De acordo com Martins (2010), o investimento se refere a um gasto ativado em função da vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros. O valor futuro a que o autor se refere diz respeito à expectativa de um retorno superior ao valor aplicado, de forma a buscar compensar a utilização de determinado valor aplicado em certo período. Como exemplos de investimentos, como demonstrado anteriormente na definição de gastos, podem ser descritos: aquisição de máquinas, equipamentos, veículos, móveis, utensílios etc. Importante destacar que a aquisição de matéria-prima em um primeiro momento pode ser considerada como investimento (também um gasto). A partir do momento em que essa matéria-prima é destinada à confecção de um produto, ela se enquadra na denominação de custo, termo esse que será tratado a seguir.

2.1.3 Custo Para Ribeiro (2011), custo significa gasto com a obtenção de bens e serviços aplicados na produção ou prestação de serviços. O gasto pode ser conside-

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Contabilidade de Custos


rado como o sacrifício financeiro com que a entidade arca no momento da utilização dos fatores de produção para a realização de um bem ou serviço. Os custos podem ser entendidos conforme o segmento da entidade. No comércio, a aquisição de mercadorias é um custo, já na indústria, ele é entendido como a aquisição de matérias-primas, insumos e mão de obra na produção de um bem. Como exemplo de custos, tem-se: matéria-prima utilizada na confecção de um produto, mão de obra direta envolvida, depreciação das máquinas, energia elétrica utilizada pela fábrica etc. Conforme já comentado no capítulo anterior, as definições de custos geralmente estão relacionadas a atividades industriais, uma vez que as mesmas dependem de critérios bem mais complexos de distribuição e rateios dos gastos aos produtos produzidos por determinada empresa. Essa complexidade é explicada pelo fato de empresas industriais geralmente produzirem mais de um produto, em alguns casos vários tipos de diferentes espécies, tamanho e qualidade. Para se conhecer toda a cadeia de gastos reais ocorridos em cada um dos mesmos, principalmente ocasionada pelos custos indiretos de fabricação (cifs), faz-se necessário a utilização de técnicas específicas. Outro fator a ser observado é a necessidade de separação do que se refere a itens de custos e de despesas, as quais ocorrem em um momento posterior aos custos. Para diferenciar esses conceitos, a seguir será apresentada a definição de despesa.

2.1.4 Despesa Para Martins (2010), as despesas se referem a um bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a realização de receitas (vendas). Como exemplos de despesas podem ser identificados: comissão de vendedores, folha de pagamento de pessoal relacionado à parte administrativa, energia elétrica gasta em loja comercial etc. As despesas estão relacionadas aos gastos ocorridos no estabelecimento comercial, tanto com itens referentes à manutenção das atividades como aos fatores ocorridos pós-fabricação ou aquisição de determinada mercadoria para revenda (RIBEIRO, 2011).

Aula 2 - Terminologia e Expressões Relacionadas a Custos

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Em alguns casos, é bem difícil separar os itens que se referem a custos e dos que se referem a despesas, porém uma forma clássica dessa separação está na verificação de que tudo que se gasta na produção, ou até certo produto estar apto para exposição para comercialização se refere a custo e, tudo que se gasta após o produto estar apto para venda se refere a despesa.

2.1.5 Desembolso Desembolso constitui o ato de pagamento referente à aquisição de bem ou determinado serviço. Exemplos: pagamento de materiais diversos, pagamento de serviços de manutenção na empresa etc. O desembolso indica o ato de pagamento em si, ou seja, está relacionado a uma redução de caixa no caso de ser à vista ou na geração de um aumento de obrigação quando for a prazo (contas a pagar ou fornecedores).

2.1.6 Perda São gastos incorridos de forma anormal e inesperada, não compreendendo o processo rotineiro em uma empresa. Como exemplos podem ser citados: incêndio, desabamento, atentados etc. A perda é o que a empresa, sempre que possível, tenta extinguir ou minimizar, uma vez que representa redução de itens de estoques e consequentemente prejuízos financeiros. Pode também estar relacionada ao não recebimento de vendas feitas a prazo. Nesse caso, embora as empresas possam considerar, segundo a lei 11.604/76, a conta “provisão para crédito de liquidação duvidosa” (possível não recebimento de vendas feitas a prazo) também irá influenciar em seus resultados financeiros. Os resultados financeiros gerados pelas empresas têm relação com a contabilidade financeira. A seguir, iremos tratar do conceito desse termo, seguido de uma explanação sobre suas técnicas e áreas de atuação.

2.2 Contabilidade financeira De acordo com a Cosif (2013), toda a contabilidade é financeira. Essa denominação é utilizada para definir qual o ramo da contabilidade que se irá estudar, tal como a contabilidade gerencial, tributária, de custos etc. As informações contidas na contabilidade financeira apresentam as informações

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Contabilidade de Custos


para análise do resultado da empresa e sua composição patrimonial, possibilitando análises das perspectivas futuras para a condução dos negócios. É regida por leis específicas e pelos princípios de contabilidade. Em se tratando do Brasil, as principais referências sobre a contabilidade financeira provêm de órgãos reguladores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que tem a função de desenvolver, regular e fiscalizar o mercado de valores mobiliários, como instrumento de captação de recursos para as empresas, protegendo o interesse dos investidores e assegurando ampla divulgação das informações sobre os emissores e seus valores mobiliários. De acordo com a CVM (2013), o objetivo da contabilidade financeira se concentra num sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. A contabilidade financeira prepara relatórios para os usuários externos e é subordinada aos princípios fundamentais de contabilidade, buscando reportar o desempenho passado aos usuários externos. Dessa forma, compreende as operações realizadas pelas empresas em determinado período, apresentando o saldo de suas contas patrimoniais, assim como o resultado apresentado pela entidade.

2.3 Contabilidade gerencial A contabilidade gerencial é uma ferramenta indispensável para a gestão de negócios. Busca utilizar os registros e controles contábeis com o objetivo de gerir uma entidade num contexto bem mais abrangente. Esse conceito diz respeito à melhor forma possível de utilização dos recursos, tais como a cadeia de todos os gastos ocorridos e sua correta alocação aos produtos até a formação do seu preço de venda. A gestão de entidades é um processo complexo e amplo, que necessita de uma adequada estrutura de informações - e a contabilidade é a principal delas, uma vez que fornece, através dos demonstrativos contábeis, informações relevantes para a gestão dos resultados encontrados no demonstrativo de resultado (DRE) e também nos itens referentes aos ativos (bens + direitos) e passivo (obrigações + patrimônio líquido) constantes no balanço patrimonial.

Aula 2 - Terminologia e Expressões Relacionadas a Custos

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De acordo com o Portal de Contabilidade (2013), o custo de manter uma contabilidade completa (livros diário, razão, inventário, conciliações etc.) não é justificável para atender somente as exigências do fisco. Informações relevantes podem estar sendo desperdiçadas, quando a contabilidade é encarada como mera burocracia para atendimento governamental. A contabilidade gerencial tem como base a escrituração regular dos documentos, contas e outros fatos que influenciam o patrimônio empresarial e consequentemente as demais informações relacionadas ao mesmo.

A seguir, indicamos algumas mídias eletrônicas complementares para consulta: Contabilidade Financeira. Disponível em: <http://www.cosif.com.br/ mostra.asp?arquivo=contabilfin anceira02> Acesso em: 21jul. 2013. Contabilidade Gerencial. Disponível em: <http://www. portaldecontabilidade.com.br/ tematicas/gestaocontabil.htm> Acesso em: 21 jul. 2013 Deliberação CVM n° 029. Disponível em:<http://www. cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/ exiato.asp?File=/deli/deli029. htm> Acesso em: 21 jul. 2013

Quando falamos em patrimônio, automaticamente nos reportamos aos demais itens constantes no balanço patrimonial, uma vez que a equação patrimonial pode ser definhada da seguinte forma: patrimônio líquido (PL) = ativo – passivo. Como elementos do ativo temos, por exemplo, as disponibilidades (caixa e bancos), os direitos (contas a receber e clientes), os investimentos (aplicações), a parte imobilizada (veículo, máquinas e equipamentos) e o intangível (itens relacionados a gastos com pesquisas etc). Como elementos do passivo podem ser definidos, como exemplos, as contas a pagar (fornecedores, impostos, empréstimos, financiamentos etc). Dessa forma, somando os bens + direitos e subtraindo-os das obrigações obtem-se o patrimônio da entidade. Dentre as utilizações da contabilidade, para fins gerenciais, destacam-se: 1. Análise de indicadores 2. Cálculo do ponto de equilíbrio 3. Cálculo da margem de segurança e da margem de contribuição 4. Planejamento tributário 5. Elaboração do orçamento e controle orçamentário O principal foco da contabilidade de custos é a gestão dos recursos utilizada principalmente para fins gerencias, uma vez que busca alocar de forma correta os custos ocorridos em determinado período por produto, no sentido de

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Contabilidade de Custos


servir como parâmetro para as tomadas de decisão. Essa informação prestada é importante para a gestão empresarial e não para os órgãos reguladores, os quais se importam com os valores acumulados das receitas (vendas) e também com o custo da produção vendida (CPV), custo das mercadorias vendidas (CMV) e custo dos serviços prestados (CSP). Busca assim verificar a correta apuração do lucro das empresas que tem como base o cálculo de alguns, dentre os vários tributos pagos pelas mesmas.

Resumo Nesta aula, foi possível conhecer a terminologia e as expressões relacionadas a custos, tais como as definições de gasto, investimento, custo, despesa, desembolso e perda. Abordaram-se também as definições de contabilidade financeira e de contabilidade gerencial no sentido de demonstrar as diferenças entre elas. Acreditamos que as resoluções dos exercícios propostos a seguir irão contribuir para o entendimento do conteúdo abordado. Vamos então resolver as atividades de aprendizagem?

Atividades de Aprendizagem 2a. Defina gasto, investimento, desembolso e perda.

2b. Defina custo e despesa. Cite exemplos de cada um desses termos.

Aula 1 - Noções sobre Contabilidade de Custos

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2c. Defina contabilidade financeira e sua aceitação para fins legais e/ou gerenciais.

2d. Defina contabilidade gerencial e sua aceitação para fins legais e/ou gerenciais.

Caro(a) estudante, Finalizamos aqui nossa segunda aula! Abordamos a terminologia e as expressões relacionadas a custos. Embora alguns elementos possam se confundir em suas definições, é importante buscar diferenciá-los em suas etapas de ocorrência, pois servirão como base para a formação do preço de venda e também para as tomadas de decisão por parte das empresas. Esperamos que você tenha se interessado pelo tema e que tenha assimilado os tópicos aqui apresentados. Na próxima aula, iremos abordar a classificação e a nomenclatura de custos! Aguardo-o(a) lá!

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Contabilidade de Custos


Aula 3. Classificação e Nomenclatura de Custos Objetivos: • identificar conceitos relacionados a custos diretos, indiretos, fixos e variáveis; e • descrever os passos para apuração do material direto, custo da produção do período, custo da produção acabada, custo da produção vendida, custo de transformação e custo primário.

Caro(a) estudante, O aprendizado sobre os conceitos abordados ocorre de forma gradativa e sequencial, sendo sempre importantes o empenho e dedicação de sua parte. Nesta aula, iremos abordar a classificação e nomenclatura de custos como forma de darmos mais um passo rumo ao aprofundamento da matéria. Para tal, contamos com a sua participação para que juntos possamos alcançar o objetivo principal da disciplina, que é o de proporcionar uma base sólida de conhecimentos sobre o tema “contabilidade de custos”. Seguem os tópicos referentes a esse capítulo!

3.1 Custos diretos Conforme descrito no Portal de Contabilidade (2013), são os custos que podem ser alocados diretamente aos produtos sem dependerem de rateio, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas de mão de obra ou de máquina, quantidade de força consumida etc.). Em geral, identificam-se com os produtos e variam proporcionalmente à quantidade produzida. Conforme descreve Martins (2010), são exemplos de custos diretos: • matéria-prima e embalagens (Podem ser apropriadas diretamente aos produtos, sendo necessárias ao processo de confecção dos mesmos.);

Aula 3 - Classificação e Nomenclatura de Custos

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• mão de obra (Pode ser associada diretamente ao produto uma vez que é possível se saber quanto é pago a cada funcionário através de medição, salário, comissão ou outro método que a empresa possa utilizar.); e • energia elétrica das máquinas (Pode ser associada a cada produto desde que seja possível ocorrer a medição diretamente, ou seja, possuir um medidor próprio referente a cada item fabricado. Quando existir apenas um medidor para toda a linha de produção, dependerá de algum critério de rateio e será um custo indireto.).

3.2 Custos indiretos De acordo com Crepaldi (2010), os custos indiretos, para serem incorporados aos produtos, necessitam da utilização de algum critério de rateio, uma vez que não podem ser medidos ou estimados diretamente pelo produto. Em termos práticos, a grande diferença entre os custos fixos e variáveis reside na dificuldade de medição dos mesmos, ou seja, um custo direto tem relação com o produto independentemente de alguma forma de distribuição. Já os custos indiretos não podem ser medidos objetivamente, de modo que a alocação dos custos aos produtos tem que ser feita estimativamente. Um exemplo da diferença entre os custos fixos e variáveis pode ser encontrado nos gastos com a energia elétrica, uma vez que a mesma pode ser apurada com medidores específicos a cada linha de produção e ser direta, porém pode ser obtida através de um único medidor e dependerá de alguma forma de distribuição aos produtos. São exemplos de custos indiretos, de acordo com Martins (2010): • depreciação de equipamentos da produção (A depreciação se refere a um desgaste dos bens do ativo imobilizado e assim está relacionada a custos. Quando tais equipamentos são utilizados para a confecção de mais de um produto, isso indica que dependerá de algum critério de rateio e, portanto, será um custo indireto.); • aluguel da fábrica (O aluguel do prédio da fábrica geralmente indica o local onde são fabricados mais de um produto que envolvem linhas de produção diferentes e, dessa forma, também se depende de alguma forma de distribuição aos mesmos.);

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Contabilidade de Custos


• manutenção de equipamentos da fábrica (Quando a manutenção realizada for aquela que seja feita conforme ocorra necessidade a mais de um equipamento, ela também necessitará de alguma forma de rateio.); e • energia elétrica que não pode ser associada ao produto (Quando a medição da energia elétrica é feita por somente um medidor para uma indústria, a mesma dependerá de distribuição aos produtos e assim será um custo indireto de fabricação.).

3.3 Custos fixos São aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido e podem ser determinados ou estimados independentemente da quantidade produzida de certo produto. Importante destacar que os custos fixos, na prática, podem sofrer alteração quando ocorrerem grandes oscilações nos volumes produzidos, ou seja, em determinada faixa produtiva podem ser fixos, porém, caso ocorra um grande aumento produtivo, podem-se transformar em semifixos (parte fixa e parte variável). Exemplos de custos fixos: • aluguel da fábrica (Mesmo quando sofre reajuste em determinado mês, não deixará de ser considerado um custo fixo, uma vez que terá o mesmo valor independentemente de fatores relacionados à produção.); • seguro da fábrica (Assim como o aluguel, uma vez que seja determinado seu valor e assinado um contrato com valores pré-estabelecidos, será considerado um custo fixo durante o período acordado.); e • salários de vigias e porteiros da fábrica (Por estarem relacionados à salvaguarda de bens da fábrica e por terem seus valores previamente estabelecidos, são também considerados custos fixos.).

3.4 Custos variáveis São custos que variam proporcionalmente ao volume produzido, ou seja, seus valores estão condicionados a um valor unitário que multiplicado pela quantidade produzida irá expressar seu valor em dado momento.

Aula 3 - Classificação e Nomenclatura de Custos

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No caso de não haver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Dessa forma é possível definir que os custos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção. Exemplos de custos variáveis: • matéria-prima (O material utilizado na produção dependerá das unidades produzidas a cada período de tempo pré-estabelecido e, via de regra, irá variar conforme a demanda e negociações de vendas, sendo dessa forma um custo variável.); • embalagens (As embalagens, quando relacionadas aos produtos, irão da mesma forma descrita acima, variar conforme a quantidade produzida e irão representar também um custo variável.); • depreciação de equipamentos da fábrica (Quando for feita em função das horas/máquinas trabalhadas, gastos com horas extras na produção ou outras, irá da mesma forma indicar um custo variável.).

3.5 Custo de produção do período, custo de produção acabada e custo de produção vendida Como forma de facilitar o cálculo sobre as etapas de custeamento em determinada linha produtiva, é possível desenvolver fórmulas que indiquem os ingressos e as etapas apresentadas nas definições anteriores. Tais fórmulas são apresentadas a seguir. • Material direto (MD): é formado pela inclusão dos estoques de matéria-prima advindos do período anterior, somados com a matéria-prima comprada no período, subtraídos da matéria-prima que sobrou durante o processo de produção. O material direto (MD) pode ser demonstrado da seguinte forma: estoque inicial de matéria-prima (EIMP) + compra de matéria-prima (CMP) – estoque final de matéria-prima (EFMP), ou seja, MD= EIMP + CMP – EFMP. • Custo de produção do período (CPP): surge da soma entre o MD obtido na fórmula anterior, somado com a mão de obra direta utilizada no

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Contabilidade de Custos


período, somados aos custos indiretos de fabricação ocorridos também no período. O custo de produção do período (CPP) pode ser apresentado da seguinte maneira: material direto (MD) + mão de obra direta (MOD) + custos indiretos de fabricação (CIFs), ou seja, CPP= MD + MOD + CIF. • Custo da produção acabada (CPA): pode ser encontrado através da soma dos estoques iniciais de produtos em elaboração gerados no processo de fabricação, somados com o custo de produção calculado anteriormente, subtraídos dos estoques finais de produtos em elaboração remanescentes ao final do período. O custo da produção acabada não se confunde com o custo de produção, uma vez que será influenciado pela variação dos estoques que não estão totalmente concluídos, ou seja, estão parcialmente acabados. Fica então assim disposto: estoque inicial de produtos em elaboração (EIPE) + custo de produção (CP) – estoque final de produtos em elaboração (EFPE), ou seja, CPA= EIPE + CP – EFPE. • Custo da produção vendida (CPV): é a fase final do processo de custeio ocorrido no processo de fabricação em uma indústria, em que é possível conhecer o real custo das mercadorias que foram vendidas. Seu cálculo contempla a soma dos estoques iniciais de produtos acabados com o custo da produção acabada encontrados anteriormente, deduzidos dos estoques finais da produção acabada restantes do período. O custo da produção vendida difere do custo de produção acabada, pois utiliza os estoques acabados do período anterior e os estoques acabados do período em questão, que, embora estejam totalmente concluídos, não foram efetivamente vendidos. Sua simbologia pode ser demonstrada da seguinte forma: estoque inicial de produtos acabados (EIPA) + custo da produção acabada (CPA) – estoque final de produtos acabados (EFPA), ou seja, CPV= EIPA + CPA – EFPA.

3.6 Custos de transformação e custos primários De acordo com a Editora Ferreira (2013), os custos de transformação (CT) representam o esforço empregado pela empresa no processo de fabricação

Aula 3 - Classificação e Nomenclatura de Custos

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de determinado item (mão de obra direta e indireta, energia, horas de máquina etc.), não incluindo nessa definição a matéria-prima e outros produtos adquiridos prontos para consumo. Dessa forma, o custo de transformação está relacionado ao processo de transformação da matéria-prima, porém não a envolve em seu cálculo. Pode ser representado de seguinte forma: CT=MOD + CIF. Os custos primários (CP) representam a soma da matéria-prima envolvida na formação do material direto e a mão de obra direta. São os custos iniciais que ocorrem em determinado setor produtivo. Importante ressaltar que os custos primários diferem do conceito de custo direto, que é mais amplo, incluindo, por exemplo: materiais auxiliares, energia elétrica etc. O custo primário se refere aos gastos iniciais que ocorrem em determinada linha de produção, deixando de considerar os fatores indiretos relacionados a esse processo fabril. Sua simbologia pode ser assim demonstrada: CP = MD +MOD. Exemplos de cálculos: a) A Empresa Enxuta fabrica materiais diversos e em determinado período apresentou os seguintes dados: 1 – aluguel da fábrica

= R$ 12.000,00

2 – matéria-prima adquirida

= R$ 82.000,00 (varia em unidades)

3 – estoque final de matéria-prima

= 20% da compra de matéria-prima

4 – manutenção equipamentos fábrica

= R$ 25.000,00 (varia conforme necessidade)

5 – gastos com supervisores fábrica

= R$ 4.500,00

6 – embalagens (MP) da produção

= R$ 2.000,00 (varia em unidades)

7 – seguros da fábrica

= R$ 8.000,00

8 – estoque inicial produtos elaboração

= R$ 5.000,00

9 – depreciações equipamentos fábrica

= R$ 19.000,00 (varia conforme utilização)

10 – estoque inicial produtos acabados

= R$ 3.000,00

11– estoque final produtos elaboração

= 15% do custo de produção

12 – mão de obra direta produção

= R$ 38.000,00

- venda de 90% da produção acabada. *Nota. Os salários referentes ao processo produtivo têm valores fixos. A manutenção e a depreciação têm relação com as horas-máquina utilizadas.

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Contabilidade de Custos


Pedem-se: custos diretos, indiretos, fixos, variáveis, EFMP, EFPE, EFPA ,CPP, CPA e CPV, CT e CP. Resolução: custos diretos: matéria-prima adquirida

= R$ 82.000,00

embalagens envolvidas na produção

= R$ 2.000,00

mão de obra direta produção

= R$ 38.000,00

TOTAL DOS CUSTOS DIRETOS:

R$122.000,00

custos indiretos: aluguel da fábrica

= R$ 12.000,00

seguros da fábrica

= R$ 8.000,00

manutenção equipamentos fábrica

= R$ 25.000,00

gastos com supervisores fábrica

= R$ 4.500,00

depreciações equipamentos fábrica

= R$ 19.000,00

TOTAL DOS CUSTOS INDIRETOS:

R$ 68.500,00

custos fixos: aluguel da fábrica

= R$ 12.000,00

seguros da fábrica

= R$ 8.000,00

gastos com supervisores fábrica

= R$ 4.500,00

mão de obra direta produção

= R$ 38.000,00

TOTAL DOS CUSTOS FIXOS:

R$ 62.500,00

custos variáveis: matéria-prima adquirida

= R$ 82.000,00

embalagens envolvidas na produção

= R$ 2.000,00

manutenção equipamentos fábrica

= R$ 25.000,00

depreciações equipamentos fábrica

= R$ 19.000,00

TOTAL DOS CUSTOS VARIÁVEIS:

R$128.000,00

EFMP: matéria-prima adquirida x 20% = 82.000 x 0,20: 16.400 Para cálculo do EFPE é necessário conhecer o custo de produção (CP). Para cálculo do EFPA é necessário conhecer o custo da produção acabada (CPA) Dessa forma, para que se conheçam os valores do CP e do CPA, é necessário aplicar todas as fórmulas apresentadas anteriormente de maneira sequencial, pois irão influenciar umas as outras. Seguem então, os cálculos:

Aula 3 - Classificação e Nomenclatura de Custos

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MD = EIMP + CMP – EFMP

Para aprofundar seus conhecimentos, consulte as seguintes mídias eletrônicas: Definições Importantes sobre Custos. Disponível em:<http:// www.editoraferreira. com.br/Medias/1/Media/ Professores/ToqueDeMestre/ CarlosAlexandre/toq_05_ Carlos_Alexandre.pdf> Acesso em: 22 jul.2013. Custos Diretos e Indiretos. Disponível em: <http://www. portaldecontabilidade.com. br/guia/custos_direitos.htm> Acesso em: 22 jul.2013. Custos Fixos e Variáveis. Disponível em: <http://www. portaldecontabilidade.com.br/ tematicas/custo-fixo-variavel. htm> Acesso em: 22 jul. 2013.

MD: 0 + (82.000+2.000) – 16.400 = R$ 67.600,00. CPP = MD + MOD + CIF CPP: 67.600 + 38.000 + (12.000+25.000+4.500+8.000+19.000) =R$ 174.100,00 Agora é possível calcular o EFPE: 174.100 X 15% = R$26.115,00. CPA = EIPE + CP – EFPE CPA: 5.000 + 174.100 – 26.115 = R$152.985,00 Agora é possível calcular o EFPA: se foram vendidos 90% do CPA, significa dizer que 10% do mesmo não foram vendidos, ou seja, 152.985 X 10% = R$15.298,50. CPV = EIPA + CPA – EFPA CPV: 3.000 + 152.985 – 15.298,50 = R$140.686,50. CT = MOD + CIF CT: 38.000 + (12.000+25.000+4.500+8.000+19.000) = R$106.500,00 CP = MD + MOD CP: 67.600 + 38.000 = R$105.600,00. Atenção: conforme foi possível perceber na classificação e separação dos custos, determinado item pode ser, ao mesmo tempo, custo direto e fixo/variável e também custo indireto e fixo/variável. Isso se deve a cada particularidade que certa linha de produção possui, sendo, em certos casos, difíceis de serem classificados, uma vez que podem ter uma parte fixa e outra variável, sendo denominadas de semifixos ou semivariáveis.

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Contabilidade de Custos


Resumo Vimos nesta aula conceitos sobre a classificação e nomenclatura de custos, tendo sido possível conhecer os elementos referentes aos custos diretos, indiretos, fixos e variáveis. Foram também apresentadas fórmulas para cálculo do material direto, custo de produção do período, custo da produção acabada, custo da produção vendida, custo de transformação e custo primário. Em seguida, proporemos atividades práticas para fixação do conteúdo abordado. Vamos resolvê-las?

Atividades de Aprendizagem 3a. Defina custos diretos e indiretos. Dê três exemplos sobre ambos.

3b. Defina custos fixos e variáveis. Dê três exemplos sobre ambos.

3c. Defina MD, CPP, CPA, CPV, CT e CP. Demonstre suas fórmulas de cálculos.

Aula 2 - Terminologia e Expressões Relacionadas a Custos

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3d. Com base nos dados a seguir, separe e calcule os elementos referentes aos custos diretos, indiretos, fixos, variáveis, EFMP, EFPE, EFPA ,CPP, CPA e CPV, CT e CP da Empresa Famosa que apresentou em determinado momento os seguintes dados: – matéria-prima adquirida

= R$ 210.000,00 (varia em unidades)

– estoque inicial de matéria-prima

= R$

– estoque final de matéria-prima

= 18% da compra de matéria-prima

– manutenção equipamentos fábrica

= R$ 32.000,00

– embalagens (MP) da produção

= R$

7.000,00 (varia em unidades)

– salários dos vigias da fábrica

= R$

6.000,00

– depreciações equipamentos fábrica

= R$ 22.000,00 (varia em h trabalhadas)

– estoque final produtos elaboração

= 20% do custo de produção.

– mão de obra direta produção

= R$ 65.000,00 (varia em h trabalhadas)

5.000,00

- venda de 84% da produção acabada. *Nota. Os salários referentes ao processo produtivo têm valores variáveis. * A depreciação tem relação com as horas-máquina utilizadas. A manutenção tem valores fixos por ser pré-determinada. *

Prezado(a) estudante, Aqui termina nossa terceira aula. Esperamos que você busque resolver os exercícios propostos. Nunca é demais lembrar que o surgimento de dúvidas faz parte de um processo natural do aprendizado e que isso demonstra seu esforço. Caso necessite, busque o auxílio de seu tutor, pois ele(a) certamente irá ajudá-lo(a) a sanar suas dúvidas! Na próxima aula, você poderá conhecer os tipos de inventários de materiais, necessários à apuração dos estoques e à composição do custo das mercadorias vendidas (CMV). Aguardo-o(a) lá!

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Contabilidade de Custos


Aula 4. Tipos de Inventários de Materiais Objetivos: • apresentar os tipos de inventários para avaliação de estoques e sua influência no cálculo do custo das mercadorias vendidas CMV; e • demonstrar as formas de apuração dos estoques pelos métodos PEPS, UEPS e MPM.

Caro(a) estudante, Na aula anterior, lhe apresentamos a classificação e a nomenclatura de custos como forma de conhecer as etapas e alocação dos mesmos ao processo de produção das empresas. Nessa aula, iremos abordar os tipos de inventários existentes para a formação dos estoques. Os conteúdos abordados aqui, juntamente com os anteriores, servirão de base para você ir gradativamente reconhecendo os elementos referentes a custos e certamente irão promover um grande avanço em seus conhecimentos! Vamos estudar?

4.1 Os estoques e os inventários De acordo com Leone e Leone (2010), o controle de estoque possui uma importância significativa para as empresas, uma vez que sua mensuração afeta diretamente a elaboração da demonstração de resultado do exercício (DRE) e o balanço patrimonial das entidades. Deve abranger, como regra geral, tanto as mercadorias e os produtos de propriedade da empresa, em seu poder ou em poder de terceiros, quanto as mercadorias e os produtos de propriedade de terceiros que estejam sob a custódia da empresa.

Aula 4 - Tipos de Inventários de Materiais

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O termo inventário representa o estoque que a empresa possui para comercialização. Em termos industriais, pode estar relacionado com os estoques de matéria-prima, estoques em fase de elaboração e estoques efetivamente acabados. Dessa forma, é possível determinar que inventariar consiste em analisar os elementos patrimoniais de um dado patrimônio, descrevê-los, classificá-los e atribuir-lhes um valor. De acordo com Geocities (2013), o inventário deve abranger, como regra geral, todas as mercadorias de propriedade da empresa, quer estejam em seu poder, quer sob custódia de terceiros, excluídas, porém, as mercadorias de propriedade de terceiros que estejam em poder da empresa. Portanto, a inclusão de mercadorias no inventário deve basear-se no critério da propriedade e não no da posse. Os registros de inventário controlam o estoque em constante movimento e servem para a avaliação periódica dos resultados das operações e para a determinação da situação financeira da empresa. O inventário constitui peça fundamental no levantamento do estoque de uma empresa, compreendendo a conferência física de sua existência e seu valor em moeda. Existem basicamente dois tipos de inventários, que servirão de base para a apuração dos estoques e diferem por particularidades que serão tratadas adiante. Esses tipos de inventários são: inventário periódico e inventário permanente.

4.2 Definição de inventário periódico Esse tipo de inventário apura os estoques físicos em intervalos fixos (mensal, trimestral, semestral ou anual). Classifica o controle de estoques para itens de demanda independentes, em que o número de itens de demanda é revisado em intervalos de tempo a tempo, não sendo possível apurar os estoques a qualquer momento em que se queira saber seu real valor. Em outras palavras, o inventário periódico é aquele que permite uma conferência física dos estoques em intervalos previamente definidos, não sendo possível conhecer a real situação dos estoques em períodos que não contemplem os previstos pela conferência.

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Contabilidade de Custos


Conforme destaca Martins (2010), no inventário periódico o custo das mercadorias vendidas (CMV) é apurado pela conjugação entre os estoques iniciais advindos do período anterior, somados com as compras do período, deduzidos dos estoques finais de mercadorias que sobraram no período em questão. Sua fórmula pode ser assim demonstrada: custo das mercadorias vendidas (CMV) = estoque inicial de (EI) + compras (C) – estoque final (EF). Exemplo de cálculo pelo inventário periódico: - estoque inicial (sobras do período anterior) = R$ 12.000,00 - compras do período

= R$190.000,00

- estoque final (sobras do período atual)

= R$ 25.000,00

cálculo do custo das mercadorias vendidas (CMV) CMV = EI + C – EF CMV: 12.000 + 190.000 – 25.000 = R$177.000,00. Atualmente, devido à grande concorrência entre as empresas, às exigências dos órgãos reguladores e à necessidade de informações precisas para tomada de decisões gerenciais, as empresas, via de regra, apuram o custo das mercadorias vendidas (CMV) de suas operações baseadas em informações pontuais e no momento em que acharem necessário. Essas informações podem ser apuradas no sistema de inventário permanente que será tratado a seguir.

4.3 Definição de inventário permanente Nesse sistema de inventário, o custo da mercadoria vendida – CMV indica o valor dos estoques vendidos que são apurados em cada venda ou a qualquer tempo que seja necessário se conhecer o real valor dos estoques da companhia. O registro permanente de estoques é um importante instrumento para controle mais eficiente dos investimentos necessários à manutenção dos estoques em uma empresa. Contém também dados úteis ao planejamento e à programação das atividades operacionais. Em empresas comerciais, o inventário permanente facilita a discriminação

Aula 4 - Tipos de Inventários de Materiais

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dos custos no momento de sua contabilização de forma organizada, auxiliando a contabilidade geral na mensuração dos resultados. Em empresas industriais, onde o problema é mais complexo, a empresa deve estimar as etapas necessárias à formação dos sistemas de custeio e de todos os estoques referentes ao mesmo. Esse sistema oferece alguns métodos distintos para a apuração do custo das mercadorias vendidas – CMV, sendo estes o método PEPS – primeiro que entra – primeiro que sai; o método UEPS- último que entra - primeiro que sai e o método MPM – média ponderada móvel. De acordo com o Portal de Contabilidade (2013), existem críticas e comentários sobre esses métodos de avaliação, tais como: • No PEPS, ocorre baixa pela primeira unidade comprada, o valor do estoque existente estará sempre avaliado pelas últimas compras e, portanto, mais próximo do real, enquanto o CMV será obtido pelos preços mais antigos, o que acarretará um lucro maior do que o real, em casos de inflação. • O uso do UEPS provoca um valor de CMV mais atualizado, pois as baixas são feitas pelas últimas compras. Porém, mostra um estoque desatualizado, pois é avaliado pelas compras mais antigas. Em termos de resultado, mostrará um lucro mais real, mas, em termos patrimoniais, apresenta um estoque desatualizado. Importante destacar que esse método não é aceito pela legislação brasileira. • A MPM ajusta o valor médio dos estoques a cada aquisição de mercadoria e fornece uma média sobre os valores que já existiam e os estoques adquiridos recentemente. Essa média pode ser considerada como a melhor forma de apurar saldos de estoques e é o método que, via de regra, vem sendo mais utilizado no Brasil. As definições e demonstrações de forma mais completa desses métodos serão apresentados a seguir.

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4.4 Método PEPS O método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) ou FIFO (first-in, first-out) é aceito pela legislação nacional e prevê que as aquisições iniciais de mercadorias devem ser as primeiras a serem baixadas a cada venda como forma de controle dos estoques. Nesse método, os estoques que se encontram na empresa devem ser baixados inicialmente pelas primeiras aquisições, ou seja, se a empresa comprou mercadoria em 01/01/X1, em 02/01/X1 e em 03/01/X1, no momento em que ocorrer qualquer venda, os estoques que deverão ser inicialmente baixados serão as aquisições de 01/01/X1, seguidas das aquisições de 02/01/X1 para daí então baixar as relativas a 03/03/X1. Esse método pode ser considerado como o que mantém os estoques mais novos, em valor, no depósito das empresas, uma vez que os mais antigos são vendidos primeiro, renovando-os constantemente. Exemplo de cálculo para avaliação dos estoques pelo método PEPS: a) Em 01/01/X1: compra de 5.000 unidades de mercadorias ao custo de R$20,00/cada. b) Em 05/01/X1: venda de 4.000 unidades de mercadorias a R$30,00/cada. c) Em 10/01/X1: compra de 3.000 unidades de mercadorias ao custo de R$25,00/cada. d) Em 15/01/X1: venda de 3.500 unidades de mercadorias a R$35,00/cada. Desc.

Entrada

Saída

Data

Qtde

Unit

Total

01/01

5.000

20,00

100.000,00

3.000

25,00

75.000,00

05/01 10/01

Qtde 4.000

15/01

1.000 2.500 Total entradas: 175.000,00

CMV:

Unit 20,00 20,00 25,00

Saldo Total 80.000,00 20.000,00 62.500,00

162.500,00

Qtde

Unit

Total

5.000

20,00

100.000,00

1.000

20,00

20.000,00

3.000

25,00

75.000,00

500

25,00

12.500,00

Estoque final:12.500,00

A segunda venda de mercadorias teve duas bases de cálculos diferentes, previstas pelo método PEPS, em que se baixaram primeiramente os estoques anteriores avaliados a valores de aquisição e, em seguida, as unidades que

Aula 4 - Tipos de Inventários de Materiais

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faltavam, também a seus valores de aquisição. A soma dos valores encontrados na saída, a preço de custo, irá representar o custo das mercadorias vendidas (CMV) que, somado ao estoque final, deve representar o valor total das entradas (compras) de mercadorias. O estoque final é apurado pela sobra das unidades adquiridas multiplicadas pelo valor do custo das últimas mercadorias adquiridas que não foram efetivamente vendidas.

4.5 Método UEPS O método UEPS (último que entra, primeiro que sai) ou LIFO (last-in, first-out) considera, para efeito de controle dos estoques, que as últimas aquisições de mercadorias devem ser as primeiras que devem ser baixadas a cada venda. Assim, se a empresa comprou mercadoria em 01/01/X1, em 02/01/X1 e em 03/01/X1, no momento em que ocorrer qualquer venda, os estoques que deverão ser baixados primeiramente serão as aquisições de 03/01/X1, seguidas das aquisições de 02/01/X1 para daí então baixar as compras relativas a 01/03/X1. Esse método pode ser considerado como o que mantém os estoques mais antigos, em valor, no depósito das empresas, uma vez que os mais recentes são vendidos primeiramente, não ocorrendo assim a renovação dos mesmos. Eis um exemplo de cálculo para avaliação dos estoques pelo método UEPS. a) Em 01/01/X1: compra de 5.000 unidades de mercadorias ao custo de R$20,00/cada. b) Em 05/01/X1: venda de 4.000 unidades de mercadorias a R$30,00/cada. c) Em 10/01/X1: compra de 3.000 unidades de mercadorias ao custo de R$25,00/cada. d) Em 15/01/X1: venda de 3.500 unidades de mercadorias a R$35,00/cada.

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Contabilidade de Custos


Desc.

Entrada

Saída

Data

Qtde

Unit

Total

01/01

5.000

20,00

100.000,00

3.000

25,00

75.000,00

05/01 10/01

Qtde 4.000 3.000 500

15/01 Total entradas: 175.000,00

CMV:

Unit 20,00 25,00 20,00

Saldo Total 80.000,00 75.000,00 10.000,00

165.000,00

Qtde

Unit

Total

5.000

20,00

100.000,00

1.000

20,00

20.000,00

3.000

25,00

75.000,00

500

20,00

10.000,00

Estoque final:10.000,00

A segunda venda de mercadorias teve duas bases de cálculos diferentes, previstos pelo método UEPS, em que se baixaram primeiramente os estoques anteriores avaliados a valores de aquisição e, em seguida, as unidades que faltavam, também a seus valores de aquisição. Os valores referentes às saídas se alteraram em comparação ao método PEPS pelo fato de a segunda venda se referir a valores unitários diferentes. Como consequência, o custo das mercadorias vendidas – CMV também se alterou. O estoque final também ficou alterado quando comparado com o método PEPS pelo fato de a base de cálculo das unidades também ser diferente.

4.6 Método MPM O método MPM (média ponderada móvel) possibilita às empresas o controle de seus estoques de forma permanente a cada aquisição de mercadorias, ajustando seus estoques a valores médios entre os que já existiam e os que foram adquiridos mais recentemente. Nesse método, os estoques que se encontram na empresa devem ser baixados pela média de suas aquisições, ou seja, se a empresa comprou mercadoria em 01/01/X1, em 02/01/X1 e em 03/01/X1, devem-se somar os totais dos valores de aquisição e dividi-los pelo total das unidades adquiridas. O saldo restante também será computado por essa média, em valor, dos estoques. Esse método pode ser considerado como o que mantém os estoques atualizados, em valor, no depósito das empresas. Ocorre, no entanto, a necessidade da baixa dos estoques, que, pela lógica, devem ser os estoques mais antigos para a atualização dos mesmos, embora não haja essa menção no referido método. Eis um exemplo de cálculo para avaliação dos estoques pelo método MPM.

Aula 4 - Tipos de Inventários de Materiais

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a) Em 01/01/X1: compra de 5.000 unidades de mercadorias ao custo de R$20,00/cada. b) Em 05/01/X1: venda de 4.000 unidades de mercadorias a R$30,00/cada. c) Em 10/01/X1: compra de 3.000 unidades de mercadorias ao custo de R$25,00/cada. d) Em 15/01/X1: venda de 3.500 unidades de mercadorias a R$35,00/cada. Desc.

Entrada

Saída

Data

Qtde

Unit

Total

01/01

5.000

20,00

100.000,00

3.000

25,00

75.000,00

05/01 10/01

4.000

15/01

3.500 Total entradas: 175.000,00

Para ampliar seus conhecimentos, consulte as seguintes obras eletrônicas: Operações com Mercadorias. Disponível em: <http://www.geocities.ws/ assedu cacionalemcursosempresaria/ Avliavalicao_de_estoques.pdf> Acesso em: 23 jul.2013. Tipos de Inventários. Disponível em: <http://www. portaldecontabilidade.com.br/ guia/investoque.htm> Acesso em: 23 jul. 2013.

Qtde

CMV:

Unit 20,00 23,75

Saldo Total 80.000,00 83.125,00

163.125,00

Qtde

Unit

Total

5.000

20,00

100.000,00

1.000

20,00

20.000,00

4.000

23,75

95.000,00

500

23,75

11.875,00

Estoque final:11.875,00

A segunda venda de mercadorias teve apenas uma base de cálculo encontrado pela média do preço unitário encontrado através da soma do saldo anterior com o saldo da referida aquisição, dividido pelo total das unidades somadas de ambos. Os valores referentes às saídas se alteraram em comparação ao método PEPS e UEPS pelo fato de as vendas serem baixadas a preços médios. Como consequência, o custo das mercadorias vendidas – CMV terá um valor diferente. O estoque final também ficou diferente do método PEPS e do UEPS pelo fato de o cálculo das unidades ter sido feito com base na média dos valores dos estoques.

Resumo Nessa aula, vimos que o termo inventário é usado para designar o estoque disponível para a venda no curso normal da empresa e que pode ser classificado em inventário periódico e inventário permanente. Especificamente, no inventário permanente, é possível avaliar os estoques a qualquer tempo utilizando os métodos PEPS, UEPS e MPM. Em seguida, serão apresentadas as atividades práticas para resolução. Esperamos um grande empenho de sua parte! Vamos, então, a elas?

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Atividades de Aprendizagem 4a. Defina inventário periódico e inventário permanente.

4b. Defina os métodos PEPS, UEPS, MPM.

4c. Com base nos dados a seguir, apure o CMV da empresa X assim como o estoque final do período pelos métodos PEPS, UEPS e MPM. a) Em 01/03/X1: compra de 8.000 unidades de mercadorias ao custo de R$10,00/cada. b) Em 10/03/X1: venda de 6.500 unidades de mercadorias a R$20,00/cada. c) Em 20/03/X1: compra de 4.000 unidades de mercadorias ao custo de R$12,00/cada. d) Em 30/03/X1: venda de 5.300 unidades de mercadorias a R$23,00/cada.

Aula 4 - Tipos de Inventários de Materiais

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Método PEPS Desc. Data

Entrada Qtde

Unit

Saída Total

Qtde

Total entradas:

Unit

Saldo Total

Qtde

Unit

CMV:

Estoque final:

Saída

Saldo

Total

Método UEPS Desc. Data

Entrada Qtde

Unit

Total

Qtde

Total entradas:

Unit

Total

Qtde

Unit

CMV:

Estoque final:

Saída

Saldo

Total

Método MPM Desc. Data

Entrada Qtde

Unit

Total

Total entradas:

Qtde

Unit

CMV:

Total

Qtde

Unit

Total

Estoque final:

Caro(a) estudante, Tratamos nesta aula dos tipos de inventários, sua importância para as empresas e sua aplicação prática na formação do custo das mercadorias vendidas e no controle dos estoques. Está tendo dúvidas? Caso a resposta seja sim, não desanime e busque rever esse capítulo e, se necessário, os anteriores, como forma de reforçar seus conhecimentos.

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A seguir, você irá conhecer o método de custeio por absorção e o método de custeio direto/variável. Ambos são métodos utilizados pela contabilidade de custos, porém possuem focos diferentes. Divirta-se com esse novo conteúdo!

Aula 4 - Tipos de Inventários de Materiais

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Aula 5. Custeio por Absorção x Custeio Direto/Variável Objetivos: • definir sistemas de custeio e demonstrativo do resultado do exercício; • apresentar o método de custeio por absorção e custeio direto/ variável; e • descrever qual o tratamento dado aos custos fixos e variáveis e sua aplicação na prática.

Caro (a) estudante, Na aula anterior, lhe apresentamos os tipos de inventários e suas aplicações nas empresas. Nesta aula, iremos abordar os métodos de custeio por absorção e de custeio direto ou variável, ambos aplicados nas empresas, porém com focos diferentes. Continue a se esforçar no aprendizado dos tópicos abordados e na resolução dos exercícios propostos para que seu entendimento se solidifique! Vamos à matéria?

5.1 Os sistemas de custeio e a demonstração do resultado do exercício Os sistemas de custeio se referem à forma pela qual os custos são apropriados aos produtos. Existem alguns métodos que se buscam adequar às necessidades e exigências das empresas, necessidades essas que podem ser para atender as exigências fiscais ou gerenciais (MARTINS, 2010). A correta apuração dos custos serve de base para a apuração do lucro ou prejuízo expresso no demonstrativo do resultado do exercício (DRE), o qual,

Aula 5 - Custeio por absorção x custeio direto/variável

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de forma resumida, contempla as vendas, deduzidas dos custos e despesas ocorridas em determinado período. De forma mais abrangente, a demonstração do resultado do exercício tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses. De acordo com o Portal de Contabilidade (2013), as empresas deverão na demonstração do resultado do exercício discriminar, dentre outros elementos: • a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; • a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; • as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; • o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; • o resultado do exercício antes do imposto sobre a renda e da contribuição social; e • o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. Dentre os métodos de custeio de maior relevância para as empresas, destacam-se o custeio por absorção e o custeio direto ou variável. As definições sobre esses dois métodos serão apresentadas a seguir.

5.2 Custeio por absorção Consiste na apropriação de todos os custos (sejam eles fixos ou variáveis, diretos ou indiretos) à produção do período. Os gastos que não são efetuados para a produção, ou seja, as despesas, não compõem a base de cálculo por esse método.

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Dessa forma, a distinção principal no custeio por absorção está na determinação dos custos e despesas. Essa separação é importante porque as despesas são contabilizadas separadamente na conta de resultado do período. De acordo com Neves e Viceconti (2013), na utilização do custeio por absorção, devem ser seguidos os seguintes passos: • separação de custos e despesas; • apropriação dos custos diretos e indiretos à produção realizada no período; • apuração do custo dos produtos em elaboração; • apuração do custo da produção acabada; • apuração do custo dos produtos vendidos; e • apuração do resultado. A apuração do resultado se dá na demonstração do resultado do exercício (DRE), a qual resumidamente, através da confrontação entre as vendas (receitas), deduzidas dos custos e das despesas, indicará se houve lucro ou prejuízo em determinado período. Conforme demonstrado na aula 3 (ver cálculo MD, CPP, CPA e CPV), a apropriação dos custos pelo método da absorção deve seguir os seguintes passos para apuração do custo das mercadorias vendidas (CPV), necessário para a apuração do lucro ou prejuízo das entidades. Eis um exemplo de cálculo pelo método de custeio por absorção A Cia. Alfa apresentou os seguintes dados em X1: Produção: 1.000 unidades totalmente acabadas Custos variáveis

R$ 20.000,00

Custos fixos

R$ 12.000,00

Despesas variáveis de vendas

R$ 4.000,00

Despesas fixas

R$ 6.000,00

Vendas líquidas: 800 unidades a R$ 60,00 cada

R$ 48.000,00

Aula 5 - Custeio por absorção x custeio direto/variável

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Pede-se: apure o resultado com base no método de custo por absorção: a) custo da produção do período (CPP):20.000 + 12.000 = R$32.000,00 b) custo unitário do produto: 32000 = R$32,00/un. 1000 c) receita: 800 x 60 = R$48.000. d) estoque final: 200 x R$32 = R$ 6.400 Demonstração do resultado do exercício – absorção Conta

Valor (R$)

Receita de vendas líquidas

48.000

( - ) Custos dos produtos vendidos (800 x 32)

(25.600)

( = ) Lucro bruto

22.400

( - ) Despesas fixas e variáveis (6.000+4000)

(10.000)

( = ) Lucro líquido

12.400

Como é possível perceber, o custo dos produtos vendidos (CPV), no custeio por absorção, contempla os custos fixos e variáveis do período, somando-os e, em seguida, dividindo os mesmos para a quantidade efetivamente produzida para que seja encontrado o custo total por unidade de cada produto. Por sua vez, as despesas fixas e variáveis podem ser somadas e, em seguida, deduzidas do lucro bruto para que se encontre o lucro líquido. As despesas independem de serem fixas ou variáveis, sendo deduzidas em seus valores integrais.

5.3 Custeio direto ou variável O custeio variável (ou direto) é o método de custeio, segundo o qual se alocam aos produtos fabricados somente os gastos (custos e despesas) variáveis. Os gastos fixos (custos e despesas) são tratados como despesas do período. Nessa modalidade de custeio, os custos fixos são considerados como despesas do período independentemente se os produtos foram vendidos ou não. Importante observar que os gastos podem-se referir tanto a custos como a despesas e que esses itens podem ser fixos ou variáveis. No custeio direto, deve-se inicialmente abordar a parte variável dos gastos, uma vez que a parte fixa dos mesmos é tratada como despesas do período e deduzida ao final

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Contabilidade de Custos


da DRE para apuração do resultado. Este método de custeio, conforme afirma Martins (2010), é utilizado para fins gerenciais sendo indicado para tomada de decisões, tais como: • determinar quais produtos devem ter suas vendas incentivadas, reduzidas ou mesmo ser excluídos da linha de produção; • determinar que produtos possam oferecer a melhor rentabilidade quando existirem fatores que restringem a produção; • indicar o preço mínimo a ser praticado em condições especiais, tal como venda de capacidade ociosa; • decisão entre comprar ou fabricar; • determinação do nível mínimo de atividades em que o negócio passa a ser rentável; e • definição, em uma negociação com o cliente, de qual limite de descontos será permitido. Nessa modalidade de custeio, a DRE é assim apresentada: receita líquida (-) custos e despesas variáveis = margem de contribuição (resultado descontando os gastos variáveis) (-) custos e despesas fixas = lucro antes dos impostos Exemplo de cálculo pelo método de custeio variável A Cia. Alfa apresentou os seguintes dados em X1:

Aula 5 - Custeio por absorção x custeio direto/variável

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Produção: 1.000 unidades totalmente acabadas Custos variáveis

R$ 20.000,00

Custos fixos

R$ 12.000,00

Despesas variáveis de vendas

R$ 4.000,00

Despesas fixas

R$ 6.000,00

Vendas líquidas: 800 unidades a R$ 60,00 cada

R$ 48.000,00

Pede-se: apure o resultado com base no método de custeio direto ou variável: a) Custo un. Var.: R$ 20000 =R$20/un 1000 un

Despesa un. Var.: R$ 4000 = R$5/ 800

b) Custo dos produtos vendidos (CPV) = 800 x R$20 = R$16.000,00 c) Estoque final = 200 x R$20 = R$4.000,00 Demonstração do resultado do exercício – direto/variável Conta

Valor (R$)

Receita de vendas líquidas

(800 x 60)

48.000

( - ) Custos variáveis

(800 x 20)

(16.000)

( - ) Despesas variáveis

(800 x 5)

(4.000)

( = ) Margem de contribuição

28.000

( - ) Custos fixos

(12.000)

( - ) Despesas fixas

(6.000)

( = ) Lucro operacional líquido

10.000

Na modalidade de custeio direto ou variável, o custo dos produtos vendidos (CPV), contempla todos os gastos variáveis do período. Como são relacionados a valores unitários, dividem-se os custos e as despesas variáveis pelas unidades produzidas, encontrando-se assim os referidos valores unitários para em seguida multiplicá-los pelas unidades efetivamente vendidas. Por sua vez, os custos e despesas fixas são tratados como se fossem despesas e são consideradas na DRE no local onde estariam normalmente lançadas.

5.4 Comparação entre custeio direto ou variável e por absorção Uma das características do método de custeio variável se relaciona ao fato

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Contabilidade de Custos


de impedir que aumentos de produção, que não correspondam às vendas realizadas, distorçam o resultado da empresa. O mesmo não ocorre no custeio por absorção. Como exemplo, suponha que, ao invés de 1.000 unidades, a Alfa tivesse produzido 2.000 un., os custos variáveis aumentassem proporcionalmente para R$40.000,00, considerando as vendas mantidas em 800 unidades a R$60,00/un. e as demais características se mantivessem conforme exemplo anterior. Essas características são demonstradas a seguir: Produção: 2.000 unidades Custos variáveis (2.000 x20)

R$ 40.000,00

Custos fixos

R$ 12.000,00

Despesas variáveis de vendas

R$ 4.000,00

Despesas fixas

R$ 6.000,00

Vendas líquidas (800 x 60)

R$ 48.000,00

Comparação dos resultados apurados pelo custeio variável e pelo custeio por absorção: DRE pelo custeio variável

DRE pelo custeio por absorção

Receita de vendas líquidas (800 x 60)

48.000,00

Receita de vendas líquidas (800 x 60)

48.000,00

( - ) Custos variáveis (800 x 20)

(16.000,00)

(-) Custo dos produtos vendidos (800 x 26)

(20.800,00)

( - ) Despesas variáveis

(4.000,00)

( = ) Lucro bruto

27.200,00

( = ) Margem de contribuição

28.000,00

(-) Despesas fixas/variáveis

(10.000,00)

( - ) Custos + despesas fixas

(18.000,00)

( = ) Lucro operacional líquido

10.000,00

( = ) Lucro líquido

17.200,00

Estoque final: 1.200x20= R$24.000

Estoque final: 1.200x26= R$31.200

Na comparação entre os métodos, é possível perceber que: Pelo custeio variável: • Os custos e despesas fixas não se alteram e continuam sendo R$18.000,00; • O custo variável, como um todo, aumentou, mas, no entanto, o custo variável unitário proporcional permanece constante em R$ 20,00/un.

Aula 5 - Custeio por absorção x custeio direto/variável

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(40.000 / 2.000). Pelo custeio por absorção: • Custo da produção do período (CPP= CF + CV): R$40.000 +R$ 12.000 = R$ 52.000 • CPP unitário do produto (52.000/2.000) = R$26,00/un. Apesar de não ter havido aumento das vendas, o resultado líquido aumentou em R$4.800,00 em relação ao exemplo anterior. Isso ocorreu porque o aumento da produção diminuiu a proporção dos custos fixos unitários incorporados aos produtos vendidos.

5.5 Tratamento dado aos custos fixos e variáveis pelo custeio direto e por absorção Uma máquina na produção tem um limite estipulado por quantos produtos podem ser produzidos por dia e, se acaso a empresa resolva aumentar sua produção acima da capacidade da máquina, deverá adquirir outra com maior capacidade, lembrando que fatores relacionados à manutenção, desgaste, dentre outros irão também variar, trazendo implicações diretas sobre o seu custo fixo. Dessa forma, os custos fixos se relacionam com a produção, independentemente de serem calculado pelo método de custeio por absorção ou pelo método de custeio variável, e só existem porque a produção existe. Caso a fábrica decidisse descontinuar a linha de produção que utiliza certas máquinas, as venderia para aquisição de outras ou não faria mais suas manutenções e não teria outros custos fixos relacionados a elas. Por sua vez, os custos variáveis estão relacionados com a quantidade produzida e só existirão no momento em que houver produção, ou seja, caso ocorram variações na produção ou quando a empresa deixar de fabricar em certo período, esses custos irão acompanhar essas alternâncias. O custeio variável analisa exatamente essa ocorrência dos custos e das despesas variáveis como redutoras diretas da receita, pois esses valores só irão ocorrer no momento em que ocorra produção e, consequentemente irão

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Contabilidade de Custos


abater o resultado das vendas em unidades efetivamente comercializadas. Já no custeio por absorção, os custos variáveis, juntamente com os custos fixos, compõem o custo da produção do período (CPP) por se relacionarem aos custos ocorridos que diferem das despesas, independentemente da forma como são calculados. O mesmo ocorre com as despesas variáveis e fixas que são consideradas em seu campo de incidência independentemente da maneira como são formadas.

Indicamos o seguinte site para consulta: Principais métodos de custeio. Disponível em: <http://www. portaldecontabilidade.com.br/ tematicas/metodosdecusteio. htm> Acesso em: 23 jul. 2013.

Um fato que certamente implicará uma grande diferença entre o custeio por absorção e o custeio direto/variável, além do lucro obtido em cada um dos métodos, é o tratamento dado aos estoques finais, os quais sofrerão o impacto da forma de composição dos custos em sua formação, ou seja, os estoques serão considerados a valores diferentes quando da utilização de um ou de outro método.

Resumo Nessa aula, inicialmente vimos a definição de sistema de custeio e de demonstrativo de resultado do exercício com a apresentação de um modelo simplificado. Em seguida, foram apresentadas as definições de custeio por absorção e de custeio direto/variável. Na sequência, foi feita uma comparação entre os métodos mencionados, buscando-se identificar as variações entre eles. A seguir, iremos propor questões para serem resolvidas como forma de aprimorar seus conhecimentos. Procure resolvê-las consultando o material e, se necessário, utilizando as obras propostas. Bom trabalho!

Atividades de Aprendizagem 5a. Defina sistema de custeio e demonstração do resultado do exercício (DRE).

Aula 5 - Custeio por absorção x custeio direto/variável

65

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5b. Defina custeio por absorção e custeio direto/variável. Identifique as diferenças entre ambos.

5c. Com base nos dados a seguir, apure o lucro da empresa Y pelo método de custeio por absorção e custeio direto/variável. Produção: 2.500 unidades totalmente acabadas Custos variáveis 2.000 unidades a R$45,00

R$ 90.000,00

Custos fixos

R$ 25.000,00

Despesas variáveis de vendas 2.000 un. a R$4,50

R$ 9.000,00

Despesas fixas

R$ 6.000,00

Vendas líquidas 2.000 unidades à R$ 90,00 cada

R$ 180.000,00

Apuração do resultado pelo custeio variável e pelo custeio por absorção: DRE pelo custeio variável

DRE pelo custeio por absorção

Receita de vendas líquidas

Receita de vendas líquidas

( - ) Custos variáveis

(-) Custo dos produtos vendidos

( - ) Despesas variáveis

( = ) Lucro bruto

( = ) Margem de contribuição

(-) Despesas fixas/ variáveis

( - ) Custos + despesas fixas

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( = ) Lucro operacional líquido

( = ) Lucro líquido

Estoque final: R$

Estoque final: = R$

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Contabilidade de Custos


Caro(a) estudante, Nessa aula, tratamos de aspectos relacionados ao método de custeio por absorção e método de custeio direto/variável, apresentando suas similaridades e diferenças. Se estiver com alguma dificuldade na resolução dos exercícios, não se preocupe, pois é normal! Você está aprendendo um assunto novo e com um relativo grau de complexidade que demandará um esforço complementar! Busque rever o material e tente refazer os exercícios já resolvidos para que desenvolva suas habilidades! Continue a se empenhar e se prepare para nossa sexta aula na qual veremos os métodos de rateio direto para apuração dos custos nas empresas. Até lá!

Aula 5 - Custeio por absorção x custeio direto/variável

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Aula 6. Métodos de Rateio Direto para Apuração dos Custos Indiretos Objetivos: • definir os critérios de rateio dos custos indiretos; e • apresentar bases para rateio dos custos indiretos com exemplos práticos.

Caro (a) estudante, A cada nova aula você irá se deparar com novas informações, necessárias ao embasamento teórico-prático sobre o tema contabilidade de custos. Neste capítulo, você irá entrar em uma nova etapa que consiste na apresentação dos métodos de rateio direto para apuração dos custos. Serão abordados alguns critérios de rateio oportunizados nas empresas para distribuição de seus gastos. Esta aula está repleta de informações importantes! É fundamental que você dedique uma parte do seu tempo para os estudos! Vamos lá?

6.1 Critérios de rateio Como discutido anteriormente na aula 3, os custos diretos podem ser relacionados aos produtos independentemente de algum tipo de rateio ou distribuição, por serem estimados em suas devidas proporções e indicarem a que se referem. Por sua vez, quando se fala em custos indiretos é necessário que sejam estabelecidos parâmetros de rateio dos mesmos, uma vez que, pela definição da própria nomenclatura, são incorporados indiretamente aos produtos, ou seja, não são possíveis de serem alocados diretamente aos produtos como

Aula 6 - Métodos de Rateio Direto para Apuração dos Custos Indiretos

69

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ocorre com os custos diretos. Existem, segundo Leone e Leone (2010), no contexto das indústrias, vários parâmetros para rateio dos custos indiretos de acordo com algumas bases, conforme se segue: • em horas-máquina; • na quantidade produzida; • em área ocupada; e • em tempo gasto na fabricação, dentre outros métodos. De acordo com Unescnet (2013), caberá ao setor responsável pela atribuição de uma das bases mencionadas, dentre outras possíveis, tentar encontrar a melhor forma de expressar a realidade dos gastos referentes a cada um dos produtos da linha de produção. Assim, é possível determinar que um modelo de rateio utilizado por determinada empresa pode não atender as particularidades de outra empresa. Em outras palavras, cada tipo de empresa deverá verificar qual base de distribuição atende às suas necessidades e expressa, da melhor forma, o real custo de cada produto. Em seguida, serão demonstrados alguns tipos de rateios, considerando as mesmas bases, para verificação das variações que os mesmos podem ocasionar e, consequentemente, influenciar os custos finais dos produtos. a) Com base nos dados a seguir, iremos apurar detalhadamente o custo de cada produto da empresa W, em determinado período, com base nos seguintes critérios: em horas-máquina; quantidade produzida; área ocupada e tempo gasto na fabricação:

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Contabilidade de Custos


Produtos/custos

PRODUTOS

CUSTOS

A

B

C

D

Total

Matéria-prima adquirida

100.000

120.000

150.000

130.000

500.000

Mão de obra direta

40.000

50.000

60.000

50.000

200.000

Depreciação máquinas

Depende de algum critério de rateio

50.000

Manutenção máquinas

Depende de algum critério de rateio

80.000

Energia elétrica produção

Depende de algum critério de rateio

40.000

Aluguel fábrica

Depende de algum critério de rateio

30.000

Bases para critério de rateio dos custos indiretos de fabricação Produtos/bases

PRODUTOS

BASES

A

B

C

D

Total

Horas-máq. Produção/h

400

500

200

700

1.800

Quantidade produzida/ un.

1.500

1.000

2.000

500

5.000

Área ocupada/m²

400

450

100

150

1.100

Tempo gasto fabricação/h

500

800

700

600

2.600

Nota. A matéria-prima e a mão de obra direta são custos diretos e não dependem de critério de rateio. Por sua vez a depreciação, a manutenção, a energia e o aluguel são custos indiretos e dependem de algum critério de rateio. Veremos, em seguida, como o rateio dos custos indiretos é feito nas bases: horas-máquina, quantidade produzida, área ocupada e tempo gasto na fabricação.

6.2 Rateio baseado em horas-máquina Inicialmente, iremos considerar a questão como se cada elemento de custo fixo fosse rateado com as mesmas bases para verificar as diferenças encontradas. Dessa forma, podemos pegar cada elemento de custo fixo e, em seguida, promover o rateio com base em horas-máquina, conforme se segue:

Aula 6 - Métodos de Rateio Direto para Apuração dos Custos Indiretos

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Depreciação máquinas:

50.000 = 27,78 x 400 = 11.111 (horas em A) 1.800

500 = 13.889 (horas em B) 200 =5.556 (horas em C) 700 = 19.444 (horas em D) Nota. Foram feitos pequenos arredondamentos para que a soma de todos os elementos fosse igual ao valor da depreciação (R$50.000,00). Manutenção máquinas:

80.000 = 44,44 x 400 = 17.778 (horas em A) 1.800

500 = 22.222 (horas em B) 200 = 8.888 (horas em C) 700 = 31.112 (horas em D) . Nota. Foram feitos pequenos arredondamentos para que a soma de todos os elementos fosse igual ao valor da manutenção (R$80.000,00). Energia elétrica:

40.000 = 22,22 x 400 = 8.889 (horas em A) 1.800

500 = 11.111 (horas em B) 200 = 4.444 (horas em C) 700 = 15.556 (horas em D) Nota. Foram feitos pequenos arredondamentos para que a soma de todos os elementos fosse igual ao valor da energia elétrica (R$40.000,00). Aluguel fábrica:

30.000 = 16,66 x 400 =6.667 (horas em A) 1.800

500 =8.333 (horas em B) 200 =3.333 (horas em C) 700 = 11.667(horas em D)

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Contabilidade de Custos


Nota. Foram feitos pequenos arredondamentos para que a soma de todos os elementos fosse igual ao valor do aluguel da fábrica (R$30.000,00). Aplicando os valores encontrados com base no rateio por horas-máquina Produtos/custos

PRODUTOS

CUSTOS

A

B

C

D

Total

Matéria-prima adquirida

100.000

120.000

150.000

130.000

500.000

Mão de obra direta

40.000

50.000

60.000

50.000

200.000

Depreciação máquinas

11.111

13.889

5.556

19.444

50.000

Manutenção máquinas

17.778

22.222

8.888

31.112

80.000

Energia elétrica produção

8.889

11.111

4.444

15.556

40.000

Aluguel fábrica

6.667

8.333

3.333

11.667

30.000

TOTAL

184.445

225.555

232.221

257.779

900.000

6.3 Rateio baseado na quantidade produzida Iremos agora pegar cada elemento de custo fixo e, em seguida, promover o rateio com base na quantidade produzida, conforme se segue: Depreciação máquinas: 50.000 = 10 x 1.500 = 15.000 (quantidade pro5.000 duzida em A)

1.000 = 10.000 (quantidade produzida em B)

2.000 = 20.000 (quantidade produzida em C) 500 =5.000 (quantidade produzida em D)

Nota. A soma dos elementos deve ser igual ao valor da depreciação (R$50.000,00). Manutenção máquinas: 80.000 = 16x 1.500 = 24.000 (quantidade pro5.000 duzida em A) 1.000 = 16.000 (quantidade produzida em B)

Aula 6 - Métodos de Rateio Direto para Apuração dos Custos Indiretos

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2.000 = 32.000 (quantidade produzida em C) 500 =8.000 (quantidade produzida em D) Nota. A soma dos elementos deve ser igual ao valor da manutenção (R$80.000,00). Energia elétrica:

40.000 5.000

= 8x 1.500 = 12.000 (quantidade produzida em A)

1.000 = 8.000 (quantidade produzida em B) 2.000 = 16.000 (quantidade produzida em C) 500 = 4.000 (quantidade produzida em D)

Nota. A soma dos elementos deve ser igual ao valor da energia elétrica (R$40.000,00). Aluguel fábrica: 30.000 = 6x 1.500 = 9.000 (quantidade produzida em A) 5.000

1.000 =6.000 (quantidade produzida em B) 2.000 = 12.000 (quantidade produzida em C) 500 =3.000 (quantidade produzida em D) Nota. A soma dos elementos deve ser igual ao valor do aluguel da fábrica (R$30.000,00). Aplicando os valores encontrados com base no rateio por horas-máquina Produtos/custos

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PRODUTOS

CUSTOS

A

B

C

D

Total

Matéria-prima adquirida

100.000

120.000

150.000

130.000

500.000

Mão de obra direta

40.000

50.000

60.000

50.000

200.000

Depreciação máquinas

15.000

10.000

20.000

5.000

50.000

Manutenção máquinas

24.000

16.000

32.000

8.000

80.000

Energia elétrica produção

12.000

8.000

16.000

4.000

40.000

Aluguel fábrica

9.000

6.000

12.000

3.000

30.000

TOTAL

200.000

210.000

290.000

200.000

900.000

Contabilidade de Custos


6.4 Rateio baseado na área ocupada Iremos agora pegar cada elemento de custo fixo e, em seguida, promover o rateio com base na área ocupada, conforme se segue: 50.000

= 45,45x 400 = 18.182 (área ocupada em Depreciação máquinas: 1.100 A) 450 = 20.455 (área ocupada em B)

100 = 4.545 (área ocupada em C) 150 = 6.818 (área ocupada em D)

Nota. Foram feitos pequenos arredondamentos para que a soma de todos os elementos fosse igual ao valor da depreciação (R$50.000,00). Manutenção máquinas: 80.000 = 72,72 x 400 = 29.091 (área ocupada 1.100 em A)

450 =32.727 (área ocupada em B)

100 =7.273 (área ocupada em C)

150 =10.909(área ocupada em D)

Nota. Foram feitos pequenos arredondamentos para que a soma de todos os elementos fosse igual ao valor da manutenção (R$80.000,00). Energia elétrica: 40.000 = 36,36 x 400 = 14.545 (área ocupada em A)

1.100

450 = 16.364 (área ocupada em B)

100 = 3.636 (área ocupada em C)

150 = 5.455(área ocupada em D)

Nota. Foram feitos pequenos arredondamentos para que a soma de todos os elementos fosse igual ao valor da energia elétrica (R$40.000,00).

Aula 6 - Métodos de Rateio Direto para Apuração dos Custos Indiretos

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Aluguel fábrica: 30.000 = 27,27x 400 = 10.909 (área ocupada em A)

1.100

450 = 12.273 (área ocupada em B)

100 = 2.727 (área ocupada em C)

150 = 4.091 (área ocupada em D)

Nota. Foram feitos pequenos arredondamentos para que a soma de todos os elementos fosse igual ao valor do aluguel da fábrica (R$30.000,00). Aplicando os valores encontrados com base no rateio por horas-máquina Produtos/custos

PRODUTOS

CUSTOS

A

B

C

D

Total

Matéria-prima adquirida

100.000

120.000

150.000

130.000

500.000

Mão de obra direta

40.000

50.000

60.000

50.000

200.000

Depreciação máquinas

18.182

20.455

4.545

6.818

50.000

Manutenção máquinas

29.091

32.727

7.273

10.909

80.000

Energia elétrica produção

14.545

16.364

3.636

5.455

40.000

Aluguel fábrica

10.909

12.273

2.727

4.091

30.000

TOTAL

212.727

251.819

228.181

207.273

900.000

6.5 Rateio baseado no tempo gasto de fabricação Iremos agora pegar cada elemento de custo fixo e, em seguida, promover o rateio com base no tempo gasto de fabricação, conforme se segue:

50.000

= 19,23x 500 = 9.615 (tempo gasto em Depreciação máquinas: 2.600 A)

800 = 15.385 (tempo gasto em B)

700 = 13.462 (tempo gasto em C)

600 = 11.538 (tempo gasto em D)

Nota. Foram feitos pequenos arredondamentos para que a soma de todos os elementos fosse igual ao valor da depreciação (R$50.000,00).

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Contabilidade de Custos


Manutenção máquinas: 80.000 = 30,77 x 500 = 15.385 (tempo gasto 2.600 em A)

800 =24.615 (tempo gasto em B)

700 =21.538 (tempo gasto em C)

600 =18.462 (tempo gasto em D)

Nota. Foram feitos pequenos arredondamentos para que a soma de todos os elementos fosse igual ao valor da manutenção (R$80.000,00). Energia elétrica:

40.000 = 15,38 x 500 =7.692 (tempo gasto em A) 2.600

800 = 12. 308 (tempo gasto em B)

700 = 10.769 (tempo gasto em C)

600 = 9.231 (tempo gasto em D)

Nota. Foram feitos pequenos arredondamentos para que a soma de todos os elementos fosse igual ao valor da energia elétrica (R$40.000,00). Aluguel fábrica:

30.000 = 11,53x 500 = 5.769 (tempo gasto em A) 2.600

800 =9.231 (tempo gasto em B)

700 =8.077 (tempo gasto em C)

600 =6.923 (tempo gasto em D)

Nota. Foram feitos pequenos arredondamentos para que a soma de todos os elementos fosse igual ao valor do aluguel da fábrica (R$30.000,00).

Aula 6 - Métodos de Rateio Direto para Apuração dos Custos Indiretos

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Aplicando os valores encontrados com base no rateio por horas-máquina Produtos/custos

Para aprofundar seus conhecimentos, consulte o seguinte site: Formas de Rateio dos Custos Indiretos. Disponível em: <http://www.bib. unesc.net/biblioteca/ sumario/00004C/00004C81. pdf> Acesso em 22 jul.2013.

PRODUTOS

CUSTOS

A

B

C

D

Total

Matéria-prima adquirida

100.000

120.000

150.000

130.000

500.000

Mão de obra direta

40.000

50.000

60.000

50.000

200.000

Depreciação máquinas

9.615

15.385

13.462

11.538

50.000

Manutenção máquinas

15.385

24.615

21.538

18.462

80.000

Energia elétrica produção

7.692

12.308

10.769

9.231

40.000

Aluguel fábrica

5.769

9.231

8.077

6.923

30.000

TOTAL

178.461

231.539

263.846

226.154

900.000

Conforme pôde ser demonstrado, os resultados divergem nas somas totais devido ao fato de que, se utilizarmos bases de rateio diferentes, os valores dos produtos tendem também a ser diferentes. Fica aqui uma sugestão para você: Faça o rateio da depreciação com base nas horas-máquina, da manutenção com base no tempo gasto para fabricação, da energia elétrica com base na quantidade produzida e do aluguel com base nas horas trabalhadas para verificar como os resultados encontrados também irão diferir das bases apresentadas.

Resumo No decorrer dessa aula, abordamos alguns tipos de rateios diretos que podem ser utilizados pelas empresas na alocação dos custos indiretos a cada produto de sua linha de produção. Apresentamos também exemplos práticos da aplicação dos mesmos, como forma de demonstrar as variações que bases de rateio diferentes podem ocasionar na formação dos custos efetivos. Através dos conteúdos desenvolvidos, você pôde perceber a importância da correta alocação dos valores aos produtos. Vamos praticar através dos exercícios propostos?

Atividades de Aprendizagem 6a. Defina critérios de rateio e demonstre formas de distribuição dos CIFs.

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Contabilidade de Custos


6b. Por que somente os custos fixos dependem de algum critério de rateio?

6c. Com base nos dados a seguir, faça a distribuição dos CIFs e encontre os valores totais com base no rateio pela quantidade produzida e nas horas-máquina. Produtos/custos CUSTOS

A

B

C

Total

Matéria-prima adquirida

200.000

170.000

100.000

470.000

Mão de obra direta

80.000

70.000

40.000

190.000

Depreciação máquinas

30.000

Manutenção máquinas

45.000

Energia elétrica produção

40.000

TOTAL

Bases para critério de rateio dos custos indiretos de fabricação Produtos/Bases BASES Horas-máq. Produção/h Quantidade produzida/ un.

A

B

C

Total

500

800

200

1.500

1.000

1.800

2.200

5.000

Nota. A depreciação e a manutenção são distribuídas aos produtos de acordo com as horas de produção. A energia elétrica é distribuída aos produtos conforme a quantidade produzida. Prezado (a) estudante, Finalizamos aqui nossa sexta aula! Não desanime com a quantidade de informações e de números com que tomou contato até este momento, pois a contabilidade de custos deve realmente contemplar essas informações.

Aula 6 - Métodos de Rateio Direto para Apuração dos Custos Indiretos

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Esperamos que tenha compreendido a matéria e que busque realizar as atividades para fixação do conteúdo. Na próxima aula, iremos abordar o método de rateio por departamentos! Encontro-o lá!

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Contabilidade de Custos


Aula 7. Rateio por Departamentos (Departamentalização) Objetivo: • demonstrar os passos necessários para alocação dos custos indiretos através da departamentalização.

Caro (a) estudante, Na aula 6, analisamos os tipos de rateio usualmente utilizados na contabilidade de custos. Foi possível perceber que, a cada forma de rateio diferente, os resultados encontrados na formação dos custos dos produtos variam. Nesta aula, iremos abordar um método bastante utilizado em grandes empresas que é o método da departamentalização, o qual consiste em separar os custos indiretos pelos respectivos departamentos das empresas. A cada novo conteúdo, será importante o empenho de sua parte tanto na parte teórica quanto nas atividades práticas, uma vez que, por mais que possa haver dificuldades iniciais no entendimento, a prática fará com que o conteúdo fique cada vez mais simples. Vamos abordar esse novo tema?

7.1 Definição de Departamentalização A departamentalização é o processo que consiste em agrupar em departamentos, funções, atividades similares e, consequentemente, os custos relacionados aos mesmos, como forma de mensurar as informações necessárias às tomadas de decisões por parte das empresas (MARTINS, 2010). Esse agrupamento busca seguir um critério de homogeneidade entre os departamentos, indicando uma sequência lógica baseada no processo produtivo para uma dinâmica.

Aula 7 - Rateio por Departamentos (Departamentalização)

81

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Em outras palavras, pode ser considerado como uma forma de subdividir a estrutura organizacional de certa empresa em seções, departamentos produtivos e de serviços, dentre outros, como forma de agrupar as atividades que possuam uma mesma linha de ação, segundo suas características específicas de complementaridade e similaridade. Para tal, numa primeira fase, busca-se efetuar a divisão das atividades (subdivisões dentro da empresa) de forma a gerar informações que possam refletir a realidade do processo produtivo e de serviços, com vistas a proporcionar ganhos para a empresa através de uma gestão eficiente e pontual. A divisão das atividades desenvolvidas no interior de certa organização e, posteriormente, seu reagrupamento dentro do que se possa chamar de processo produtivo podem ser direcionados a difrentes tipos de estruturas organizacionais. De acordo com Canal.com (2013), no contexto da definição de departamentalização, após o rateio dos custos a todos os departamentos da empresa, devem-se alocar os custos encontrados nos departamentos de serviços aos departamentos de produção mediante algum critério de rateio. Pelo fato de estarmos tratando sobre os gastos ocorridos numa empresa em determinado período, nesse capítulo indicaremos os custos incorridos durante o processo produtivo sem um maior aprofundamento dos critérios de subdivisão mais complexos, inerentes a esse assunto. Para tal, abordaremos, a seguir, os conceitos de departamentos de produção e departamentos de serviços.

7.2 Departamentos de produção São aqueles que, efetivamente, estão relacionados com os produtos fabricados em uma empresa, influenciando os resultados obtidos sobre tais produtos através da apropriação dos custos diretamente alocados na confecção dos mesmos. De acordo com Ribeiro (2011), são exemplos de departamentos de produção, obrigatórios para que os produtos estejam prontos: • departamento de corte;

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Contabilidade de Custos


• departamento de montagem; • departamento de acabamento; e • departamento de pintura. Esses departamentos irão contemplar os custos diretos e indiretos relativos ao processo produtivo que devem ser subdivididos nas etapas necessárias à fabricação dos produtos. Há que se ressaltar, conforme mencionado no capítulo anterior, que a grande complexidade do sistema de custeio se refere às formas de rateio dos custos indiretos de fabricação (CIFs) os quais variam de empresa para empresa para atender as suas necessidades. Dentre os CIFs a serem distribuídos no processo produtivo, temos, por exemplo, a depreciação (desgaste ocorrido ao longo dos tempos) dos equipamentos da produção, que deve ocorrer somente nas etapas produtivas em que haja efetivamente equipamentos a serem depreciados. Outro exemplo pode ser a mão de obra indireta observada em um ou mais departamentos, inclusive em todos eles, se referindo também a um CIF que deve ser analisado caso a caso.

7.3 Departamentos de serviços São os que não têm relação direta com o processo produtivo, porém incidem no contexto das empresas, independentemente de terem relação com a produção, uma vez que são necessários para que os produtos possam ser direcionados ao mercado consumidor. De acordo com Ribeiro (2011), são exemplos de departamentos de serviços, obrigatórios para que os produtos estejam aptos a serem comercializados: • departamento administrativo da empresa; • departamento de almoxarifado; • departamento de expedição; e

Aula 7 - Rateio por Departamentos (Departamentalização)

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• departamento de controle de qualidade. Os departamentos de serviço, assim como os de produção, possuem características específicas que devem ser verificadas caso a caso. Como exemplo, temos o departamento administrativo da empresa que, embora não esteja relacionado diretamente com a produção, em uma primeira análise, atua dentro de um contexto que o contempla de forma integral, ou seja, gerencia as atividades produtivas como forma de melhorar os resultados gerados ao final do processo. Outro exemplo pode ser encontrado no departamento de controle de qualidade que pode ser considerado como obrigatório para que os produtos estejam aptos a deixarem o processo produtivo, porém, por ocorrer em um momento posterior ao processo fabril, como um todo, é classificado como de serviço.

7.4 Sequência de aplicação da departamentalização A sequência lógica da departamentalização, de acordo com Martins (2010), pode ser assim descrita: • classificar e separar os gastos em custos e depesas; • identificar e apropriar os custos diretos aos produtos; • identificar e apropriar os custos indiretos mediante algum critério de rateio aos departamentos de produção e de serviços; • realocar, mediante algum critério de rateio, os custos dos departamentos de serviço aos departamentos de produção; e • ratear os custos indiretos encontrados nos departamentos de produção aos produtos. Vejamos um exemplo prático da aplicação do rateio por departamentos. Considere os seguintes dados obtidos na empresa XYZ: • matéria-prima: A= R$80.000,00; B=70.000,00 e C=R$50.000,00 (CD)

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Contabilidade de Custos


• mão de obra direta: A= R$40.000,00; B=R$33.000,00 e C=R$27.000,00 (CD) • mão de obra indireta: R$20.000,00 (CIF) • energia elétrica da fábrica: R$6.000,00 (CIF) • aluguel da fábrica: R$7.000,00 (CIF) • manutenção dos equipamentos da produção: R$12.000,00 (CIF) Esta empresa possui três departamentos de produção, doravante denominados A,B e C e dois departamentos de serviço, denominados D e E. Essa empresa fabrica três tipos de produtos (X, Y e Z). As áreas em m2 ocupadas pelos departamentos são respectivamente: 110m2, 130m2, 150m2, 60m2 e 50m2. O número de funcionários de cada departamento é respectivamente: 12, 10, 9, 5 e 4. As horas gastas nos departamentos foram respectivamente: na produção: 400 h, 500h e 600h e no serviço: 180 h e 170 h. Foram estabelecidas as seguintes formas de distribuição dos CIFS: • mão de obra indireta: ocorre em todos os departamentos e é distribuída de acordo com o número de funcionários; • energia elétrica da fábrica: ocorreu em todos os departamentos e foi rateada de acordo com a área ocupada; • aluguel da fábrica: é distribuído somente aos departamentos de serviço de acordo com as horas gastas nos mesmos; e • manutenção equipamentos da produção: ocorre somente nos departamentos de produção e é distribuída de acordo com as horas gastas nos mesmos.

Aula 7 - Rateio por Departamentos (Departamentalização)

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Após o rateio dos CIFs a todos os departamentos, os custos referentes aos departamentos de serviço D são alocados aos departamentos de produção nos percentuais de 25% para A, 40% para B e 35% para C. Por sua vez, os custos do departamento de serviço E são alocados aos departamentos de produção nos percentuais de 50% para A, 20% para B e 30% para C. Por fim, os resultados encontrados nos departamentos de produção são sucessivamente transferidos aos produtos X, Y e Z. Condensando as informações: Atividades

Produção

Serviço

A

B

C

D

E

TOTAL

110

130

150

60

50

500

Horas gastas

400

500

600

180

170

1.850

Número de funcionários

12

10

9

5

4

40

Departamentos Áreas ocupadas em m

2

Rateios: Rateio mão de obra indireta: A)

20.000 = 500 x 12= 6.000 (nº funcionários em 40

10 = 5.000 (nº funcionários em B) 9 = 4.500 (nº funcionários em C) 5 = 2.500 (nº funcionários em D) 4 = 2.000 (nº funcionários em E) 6.000

Rateio da energia elétrica da fábrica: 500 pada em A)

= 12 x 110= 1.320 (área ocu-

130= 1.560 (área ocupada em B) 150= 1.800 (área ocupada em C) 60= 720 (área ocupada em D)

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50= Rateio do aluguel da fábrica:

600 (área ocupada em E)

7.000 = 20 x 180= 3.600 (horas gastas em D) 350 170= 3.400 (horas gastas em E) 12.000

Rateio da manutenção equip. fábrica: = 8 x 400= 3.200 (horas gas1.500 tas em A) 500= 4.000 (horas gastas em B) 600 = 4.800 (horas gastas em C) Rateio dos custos a todos os departamentos e, em seguida, alocando os custos dos departamentos de serviço aos de produção: Atividades

Produção

Serviço

Departamentos

A

B

C

D

E

TOTAL

Mão de obra indireta

6.000

5.000

4.500

2.500

2.000

20.000

Energia elétrica fábrica

1.320

1.560

1.800

720

600

6.000

Aluguel da fábrica

-

-

-

3.600

3.400

7.000

Manutenção fábrica

3.200

4.000

4.800

-

-

12.000

TOTAL CIFs

10.520

10.560

11.100

6.820

6.000

45.000

Rateio dp. D/ produção

1.705

2.728

2.387

(6.820)

-

-

Rateio dp. E/ produção

3.000

1.200

1.800

-

(6.000)

-

TOTAL p/ produção

15.225

14.488

15.287

-

-

45.000

Distribuição depto. D para produção: 6.820 x 25%= 1.705 40%= 2.728 35%= 2.387 Distribuição depto. E para produção: 6.000 x 50%= 3.000 20%= 1.200 30%= 1.800

Aula 7 - Rateio por Departamentos (Departamentalização)

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Em seguida, é possível encontrar os custos dos produtos após a distribuição dos custos indiretos aos departamentos:

Para aprofundar seus conhecimentos, consulte o site indicado a seguir: Departamentalização. Disponível em: <http://www.wcanal.com. br/npdf/depa.pdf> Acesso em: 25 jul.2013.

Produtos

X

Y

Z

TOTAL

Matéria-prima

80.000

70.000

50.000

200.000

Mão de obra direta

40.000

33.000

27.000

100.000

Custos indiretos – CIFs

15.225

14.488

15.287

45.000

Custo de produção período- CPP Custo produção acabada – CPA Custo da produção vendida – CPV

135.225

117.488

92.287

345.000

Nota. Nesse caso específico, o custo de produção do período, o custo de produção acabada e o custo da produção vendida foram idênticos pelo fato de não existirem estoques em elaboração e estoques acabados (ver capítulo 3). Para que fosse dada sequência à elaboração do demostrativo do resultado do exercício – DRE, deveriam ser informados os valores das despesas e, em seguida, os impostos incidentes sobre o lucro. Como o exemplo se baseia em demonstrar o rateio por departamentos, iremos nos limitar a esse fato.

Resumo Nessa aula, abordamos o método de rateio por departamentos. Para tal, conceituamos inicialmente o método de departamentalização e também os departamentos de produção e de serviços. Destacamos também as etapas a serem seguidas para departamentalizar e, finalmente, apresentamos um modelo prático sobre a aplicação dessa metodologia de custeamento. A seguir, proporemos algumas questões como forma de assimilar o conteúdo. Procure resolvê-las consultando o material e as obras sugeridas! Se tiver dificuldades, procure o auxílio de seu tutor! Bom trabalho!

Atividades de Aprendizagem 7a. Defina departamentalização.

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Contabilidade de Custos


7b. Defina departamentos de produção e de serviços. Dê exemplos de ambos.

7c. Indique as etapas do processo de departamentalização.

7d. Com os dados a seguir, promova o rateio dos custos aos departamentos e aos produtos. A empresa KLB possui cinco departamentos (A, E, I, O e U), sendo os três primeiros de produção e os demais de serviços. A referida empresa fabrica três tipos de produtos (L,M e N) e os dados obtidos em certo período foram os seguintes: • matéria-prima: A= R$120.000,00; B=150.000,00 e C=R$200.000,00; • mão de obra direta: A= R$55.000,00; B=R$42.000,00 e C=R$65.000,00; • energia elétrica da fábrica: R$30.000,00; • aluguel da fábrica: R$26.000,00; • depreciação equipamentos da produção: R$21.000,00. As áreas em m2 ocupadas pelos departamentos são respectivamente: 200m2, 190m2, 180m2, 70m2 e 60m2. As horas gastas nos departamentos de produção e de serviço foram respec-

Aula 7 - Rateio por Departamentos (Departamentalização)

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tivamente: produção: 700 h, 800h e 600h e no serviço: 220 h e 180 h. Foram estabelecidas as seguintes formas de distribuição dos CIFS: • energia elétrica da fábrica: ocorreu em todos os departamentos e foi rateada de acordo com as horas gastas em todos os departamentos; • aluguel da fábrica: é distribuída somente aos departamentos de serviço de acordo com as áreas ocupadas nos mesmos; e • depreciação dos equipamentos da produção: ocorre somente nos departamentos de produção e é distribuída de acordo com as horas gastas na produção. Após o rateio dos CIFs em todos os departamentos, os custos referentes aos departamentos de serviço O são alocados aos departamentos de produção nos percentuais de 60% para A, 30% para E e 10% para I. Os custos do departamento de serviço U são alocados a departamentos de produção nos percentuais de 20% para A, 70% para B e 10% para C. Por fim, os resultados encontrados nos departamentos de produção são sucessivamente transferidos aos produtos L, M e N. Caro(a) estudante, Tratamos nesta aula de alguns conteúdos significativos sobre o critério de rateio por departamentos. Está percebendo como é interessante? Pode até parecer um pouco complicado, mas, com a realização das atividades de aprendizagem e com a consulta ao material para apoio, certamente seu aprendizado ocorrerá de forma natural. A seguir, abordaremos o custeio baseado em atividades – ABC. Vamos em frente!

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Aula 8. Custeio Baseado em Atividades – ABC Objetivos: • apresentar elementos relacionados ao método ABC; • definir os termos “atividades” e “direcionadores”; e • aplicar os conceitos através das fórmulas do método ABC. Caro (a) estudante, Na aula anterior, você conheceu o rateio dos custos indiretos pelo sistema da departamentalização. Nesta aula, iremos abordar um método bastante utilizado gerencialmente pelas empresas que é o método do custeio baseado em atividades – ABC. Esse método consiste na definição das atividades e direcionadores para rateio dos custos indiretos de fabricação. Para o aprendizado desse conteúdo, será necessário um empenho a mais de sua parte, principalmente na resolução dos exercícios práticos apresentados adiante. Praticar e praticar! Esse é conselho que podemos te dar. Vamos ao novo conteúdo?

8.1 Conceitos básicos sobre o custeio baseado em atividades O custeio baseado em atividades (ABC) ou activity based costing é um método de custeio que tem como objetivo avaliar com precisão as atividades desenvolvidas em uma empresa (tanto industrial como de serviços ou comercial), utilizando direcionadores para alocar as despesas e os custos indiretos de uma forma mais realista aos produtos e serviços (RIBEIRO, 2011). De acordo com o método ABC, não é o produto ou serviço que consome

Aula 8 - Custeio Baseado em Atividades - ABC

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recursos e sim os recursos é que são consumidos pelas atividades e estas, por sua vez, são consumidas pelos produtos ou serviços. Portanto, o centro de interesse do ABC, assim como na grande maioria dos sistemas de custeio, está nos custos indiretos de fabricação - CIFS. Dentre as características desse método, está o controle mais rigoroso sobre os custos indiretos, buscando indicar, dentro do contexto organizacional, quais são as principais atividades desenvolvidas pela empresa e os indicadores dessas atividades como forma de oferecer um melhor suporte às tomadas de decisões gerenciais .

8.2 Atividades das empresas As atividades podem ser definidas como um processo que combina diversos fatores, dentre esses, tecnologias, materiais e métodos e seu ambiente, com o objetivo principal de fabricar produtos ou desenvolver serviços, através de uma análise mais detalhada da forma como a empresa utiliza seus recursos para alcançar o objetivo determinado em seu planejamento (MARTINS, 2010). De acordo com Aedb.br (2013), o custeio ABC se baseia no rastreamento dos custos indiretos de determinado produto ou serviço, verificando as atividades que tenham relação direta com os mesmos, ou seja, buscando descrever quais são as atividades norteadoras dos custos indiretos identificados. A mensuração dos custos ocorridos em determinado período, principalmente os CIFs, é que deve ter o tratamento detalhado sobre a forma como serão distribuídos aos produtos através de suas atividades indicadas por seus direcionadores. Os direcionadores podem assumir a característica de funções que representam um nível de análise elevado sobre as tarefas que englobam um detalhamento das atividades desenvolvidas pela empresa para efeito de controle.

8.3 Direcionadores das atividades Os direcionadores de custos determinam a quantidade de trabalho aplicada em determinada atividade. Ele é um evento que exerce influência direta sobre o nível e o desempenho das atividades desenvolvidas em determinada empresa.

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Contabilidade de Custos


Para Martins (2010), o direcionador identifica a maneira como os produtos/ serviços consomem atividades e serve para custear os objetos de custos, ou seja, indica a relação entre a atividade e os objetos de custos. A quantidade ou percentual de cada direcionador de atividade é denominado fator de consumo de atividade. O autor segue relatando que o custeio baseado em atividades é uma metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos. Um exemplo da forma como os direcionadores influenciam o contexto dos custos indiretos e das atividades é apresentado a seguir. Objeto de custeio: energia elétrica utilizada em uma empresa industrial Atividade: manufaturar a matéria-prima (três produtos A, B e C) Direcionadores: Horas gastas na fabricação (A=20 h; B=30h e C=40h). Produtos: A = resultado obtido pela alocação dos custos ao direcionador A; B = resultado obtido pela alocação dos custos ao direcionador B; C = resultado obtido pela alocação dos custos ao direcionador C. Como é possível perceber, a sistemática do método ABC consiste em alocar os custos indiretos às atividades através dos direcionadores de custos de recursos, posteriormente alocando os custos das atividades aos produtos. Dessa forma, o método ABC contribui para a tomada de decisões gerenciais, uma vez que possibilita um controle mais efetivo sobre o nível de atividade que incide sobre determinado CIF, através da medida imposta pelos direcionadores da mesma.

8.4 Implementação, vantagens e desvantagens do método ABC Fazendo uma comparação entre os métodos apresentados anteriormente, o ABC difere dos demais métodos (absorção, variável, direto), pois busca indicar as causas e os efeitos, proporcionando assim uma particularidade

Aula 8 - Custeio Baseado em Atividades - ABC

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maior sobre o polêmico rateio dos CIFS. Porém, se não forem identificadas corretamente as atividades e os seus direcionadores, o método pode ficar comprometido. Para implantação do método ABC, é importante que seja desenvolvida uma cuidadosa análise do sistema de controles estabelecidos pela empresa, de forma a verificar as funções e o fluxo de processo. Esse método pode também possuir um maior ou menor grau de detalhamento, dependendo das necessidades de informações necessárias às tomadas de decisões gerenciais. De acordo com Crepaldi (2010), é possível destacar algumas vantagens da utilização do método ABC: • informações gerenciais mais fidedignas; • melhor visualização dos fluxos dos processos; • identificação de onde estão sendo consumidos os recursos; e • análise mais detalhada sobre as atividades que não agregam valor ao produto. De acordo com o mesmo autor, algumas desvantagens também podem ser indicadas: • muitos dados a serem analisados; • informações de difícil extração; • necessidade de revisão constante; e • falta de qualificação de pessoas e comprometimento dos gestores e empregados da empresa na manipulação das informações.

8.5 Fórmulas para aplicação do método ABC Conforme mencionado anteriormente, o método ABC prevê a determinação das atividades relevantes desempenhadas por determinada empresa, assim

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como os direcionadores relacionados a elas. Para alocar os custos indiretos aos produtos, o ABC utiliza algumas fórmulas que permitem um melhor entendimento sobre os passos de implantação desse método. Tais fórmulas, de acordo com Martins (2010), são: custo unitário do direcionador:

custo da atividade nº total de direcionadores

custo da atividade atribuída ao produto: custo unitário do direcionador x nº direcionadores produto custo atividade por unidade de produto: custo atividade atribuído ao produto quantidade produzida

Exemplo prático da aplicação do método ABC: A empresa Abadá fabrica dois tipos de produtos (A e B) e, em determinado período, apresentou os seguintes dados: Produtos

A

B

TOTAL

Quantidade produzida/un.

5.000

4.000

9.000

Material direto (MD)

R$ 200.000,00

R$ 300.000,00

R$500.000,00

Mão de obra direta (MOD)

R$90.000,00

R$120.000,00

R$210.000,00

As atividades relevantes desenvolvidas pela empresa e os custos indiretos relacionados às mesmas são os seguintes: Atividades

Valor dos CIFS das atividades

Receber materiais

R$20.00,000

Confeccionar materiais

R$90.000,00

Acabamento de materiais

R$40.000,00

TOTAL

R$150.000,00

Os direcionadores das referidas atividades são: Direcionadores

A

B

TOTAL

N° movimentação de materiais

180

220

400

Horas gastas na confecção dos materiais

800

700

1.500

Horas gastas no acabamento de materiais

200

300

500

Aula 8 - Custeio Baseado em Atividades - ABC

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Considere que os custos indiretos encontrados no rateio pelo método ABC são alocados diretamente aos produtos. Pede-se: apuração dos CIFs pelo método ABC. Resolução: Uma das características do método ABC é que os custos devem ser encontrados em valores unitários como forma de proporcionar uma análise mais confiável. Dessa forma, o primeiro passo é transformar os custos totais em custos unitários. Para tal, basta dividir os valores totais pela quantidade produzida, conforme demonstrado a seguir. Material direto (MD): A= 200000 = 40/un. 5000

B= 300000 = 75/un. 4000

Mão de obra direta (MOD): A= 90000 = 18/un. 5000

B= 120000 = 30/un. 4000

Em seguida, iremos transformar os custos das atividades também em valores unitários através da aplicação das fórmulas previstas pelo método ABC. 1ª etapa: encontrar o custo unitário do direcionador Custo unitário do direcionador (receber materiais): 20000 = 50/un.

400

Custo unitário do direcionador (confeccionar materiais): 90000 = 60/un. 1500 Custo unitário do direcionador (acabamento materiais): 40000 = 80/un. 500 2ª etapa: encontrar o custo da atividade atribuída aos produtos Custo ativ. atribuída produto ( n° movimentação materiais): 50 × 180= 9.000 × 220= 11.000 Custo ativ. atribuída produto (h p/ confecção de materiais): 60 × 800= 48.000 × 700= 42.000 Rede e-Tec Brasil

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Custo ativ. atribuída produto (h p/ acabamento materiais): 80 × 200= 16.000 × 300= 24.000 3ª etapa: encontrar o custo da atividade por unidade de produto Custo ativ. unidade de produto (n° movimentação materiais): 9.000/5.000= 1,8 (A) 11.000/4.000= 2,75 (B) Custo ativ. unidade de produto (h p/ confecção de materiais): 48.000/5.000= 9,6 (A) 42.000/4.000=10,5 (B) Custo ativ. unidade de produto (h p/ acabamento materiais): 16.000/5.000= 3,2 (A) 24.000/4.000= 6 (B) 4ª etapa: acumular os valores dos custos indiretos em unidade Produtos

A

B

Receber materiais em unidades

1,8

2,75

Confeccionar materiais em unidades

9,6

10,5

Acabamento de materiais em unidades

3,2

6

TOTAL

14,6

19,25

5ª etapa: acumulação de todos os gastos (diretos e indiretos) após o rateio ABC Produtos

A

B

Material direto (MD)/unidades

40

75

Mão de obra direta (MOD) /unidades

18

30

Custos indiretos de fabricação (CIF) /unidades

14,6

19,25

TOTAL em unidades

72,6

124,25

Dessa forma, é possível saber que os custos unitários relacionados aos produtos A e B são sucessivamente R$72,60 e R$124,25.

Aula 8 - Custeio Baseado em Atividades - ABC

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Indicamos a seguinte mídia eletrônica para consulta:

Esses valores servem de base para formação do preço de venda e para estratégias que a empresa venha a utilizar para gerenciar recursos através de suas atividades e direcionadores.

Método ABC. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/ artigos06/784_Artigo%20 Abc_Seget1.pdf> Acesso em: 25 jul. 2013.

Para apuração dos custos em valores totais, basta multiplicar os valores encontrados no total das atividades unitárias pela quantidade produzida. Essa informação ficaria assim descrita: A: R$72,6 x 5.000 unidades produzidas= R$363.000,00. B: R$124,25 x 4.000 unidades produzidas= R$497.000,00.

Resumo Nessa aula, você conheceu o custeio baseado em atividades (ABC), seu campo de aplicação e sua importância nas tomadas de decisões gerenciais por parte das empresas. Foi também descrito o significado de atividades e direcionadores, necessários para desenvolvimento e aplicabilidade desse método. Acreditamos ser importante nesse módulo uma atenção redobrada de sua parte. Uma releitura da aula pormenorizada e a resolução dos exercícios apresentados a seguir irão auxiliá-lo a entender esse método. Vamos resolver as atividades?

Atividades de Aprendizagem 8a. Defina a metodologia ABC.

8b. Defina atividades e direcionadores.

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Contabilidade de Custos


8c. Cite algumas vantagens e desvantagens do método ABC.

8d. Com base nos dados a seguir, encontre os custos unitários dos CIFs pelo método ABC e também os custos unitários totais dos produtos X e Y na empresa Giga. A empresa Giga fabrica dois tipos de produtos (X e Y) e, em determinado período, apresentou os seguintes dados: Produtos

X

Y

TOTAL

Quantidade produzida/un.

8.000

5.000

13.000

Material direto (MD)

R$300.000,00

R$250.000,00

R$550.000,00

Mão de obra direta (MOD)

R$140.000,00

R$110.000,00

R$250.000,00

As atividades relevantes desenvolvidas pela empresa e os custos indiretos relacionados às mesmas são os seguintes: Atividades

Valor dos CIFS das atividades

Receber materiais

R$30.00,000

Confeccionar materiais

R$100.000,00

Acabamento de materiais

R$60.000,00

TOTAL

R$190.000,00

Os direcionadores das referidas atividades são: Direcionadores

A

B

TOTAL

N° movimentação de materiais

200

300

500

Horas gastas na confecção dos materiais

400

600

1.000

Horas gastas no acabamento de materiais

130

270

400

Considere que os custos indiretos encontrados na aplicação do método ABC são alocados diretamente aos produtos. Pede-se: apuração dos CIFs pelo método ABC.

Aula 8 - Custeio Baseado em Atividades - ABC

99

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Resolução:

Caro (a) estudante, Chegamos ao final de mais uma aula na qual abordamos o sistema de rateio dos custos indiretos pelo método ABC. Não desanime, pois estamos bem próximos do final desse caderno! Veja o quanto você já foi capaz de aprender. Para confirmar isso, volte lá aos capítulos iniciais e veja como será fácil resolvê-los! Busque, cada vez mais, ler e reler o material e, se necessário, peça auxílio aos seu tutor! Em nosso próximo encontro, será abordado o tema referente à formação do preço de venda. Espero-o lá!

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100

Contabilidade de Custos


Aula 9. Formação do Preço de Venda Objetivos: • apresentar as metodologias para formação do preço de venda; e • demonstrar a aplicabilidade da metodologia para formação do preço de venda baseada nos custos.

Caro(a) estudante, Você teve a oportunidade de aprender até agora algumas técnicas referentes aos sistemas de custeio aplicadas a diversos tipos de empresas. Pois bem, esses métodos são utilizados pelas empresas para tentar minimizar as distorções ocorridas na gestão de seus custos, visto que, em muitos casos, são de difícil mensuração e principalmente de distribuição. Uma das mais importantes aplicações dos sistemas de rateio de custos se refere à formação do preço de venda dos produtos, citado por nós diversas vezes ao longo dos capítulos anteriores, que tem como base, dentre outros métodos, os custos unitários dos produtos. Esse será o assunto que iremos abordar daqui por diante! Vamos ao assunto?

9.1 Conceitos sobre a formação do preço de venda Qualquer tipo de empresa precisa saber determinar com o maior nível de exatidão possível os preços de venda de seus produtos. Para tal, é fundamental conhecer os reais gastos ocorridos no processo produtivo, comercial ou de serviços para que se possa ter noção sobre a margem que irá imputar

Aula 9 - Formação do Preço de Venda

101

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às suas mercadorias. Conforme cita Crepaldi (2010), a formação do preço de venda pode ser simplificada pela equação custo + lucro + despesas variáveis = preço de venda. Porém, em contexto mais amplo, existem outros fatores que devem ser agregados a essa ideia para uma correta formação de preço. Um exemplo pode ser encontrado nas despesas administrativas, as quais apesar de não serem registradas habitualmente como custos contábeis, precisam ser mensuradas e acrescentadas à planilha de custos, para a correta formação do preço, pois se tratam de encargos necessários que devem ser remunerados pelas vendas. Essas despesas variáveis compreendem, entre outras: fretes sobre vendas, comissões, encargos financeiros para suporte do prazo de recebimento das faturas e tributos sobre vendas. Dessa forma, quando forem somados todos os itens que se referirem a gastos, poderá se determinar o preço de custo propriamente dito. Este precisa ser avaliado, comparado, analisado, equalizado com os preços da concorrência, uma vez que os mesmos são limitadores diretos dos preços praticados em certo mercado. De acordo com o Portal de Contabilidade (2013), o mapeamento correto dos custos de produção apresenta uma oportunidade de a indústria eliminar desperdícios e demais itens que não agregam valor ao produto. O controle eficiente de custos gerando informações precisas deixou de ser uma vantagem estratégica e passou a ser uma vantagem competitiva nas organizações industriais.

9.2 Metodologias para formação do preço de venda De acordo com Santos (2005), são três os possíveis métodos de análise e uso no processo de definição de preços: método baseado na concorrência; método baseado no valor percebido pelo consumidor e método baseado nos custos. Suas definições são tratadas a seguir.

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102

Contabilidade de Custos


• Método baseado na concorrência Neste método, a empresa não dá muita atenção a seus custos ou à sua demanda, pois tem na concorrência seu único referencial de preço. É considerado mais simples, pois consiste basicamente em observar os preços praticados por concorrentes diretos e segui-los ou não de acordo com os objetivos traçados para a empresa. Os preços definidos por este método deixam de considerar importantes informações relacionadas aos reais gastos ocorridos levando, em alguns casos, a empresa a operar na faixa de prejuízo, uma vez que seu concorrente pode ter feito uma melhor negociação à vista ou ter conseguido um prazo maior para pagamento e, com isso, uma condição de negociação diferenciada. Embora a concorrência, entre vários outros fatores externos, deva ser constantemente monitorada e levada em consideração quando da definição dos preços, segui-la indiscriminadamente não constitui comportamento estratégico por parte da empresa que assim define seus preços, visto que muitos questionamentos vitais à sua própria gestão e operação ficarão sem resposta satisfatória. • Método baseado no valor percebido pelo consumidor Consiste em verificar o preço que o consumidor estaria disposto a pagar pelo produto ou serviço. O preço pode, dessa forma, ser ajustado às necessidades e interesses do público a quem se pretende alcançar. As empresas que definem preços dessa forma já entenderam que o preço é só mais um, e não o único atributo a ser percebido e avaliado pelo cliente. Desta forma, precisa conhecer o consumidor, suas necessidades e expectativas e, principalmente, o preço que está disposto a pagar por um produto que satisfaça suas necessidades. Diversas são as técnicas para identificar o quanto o consumidor está disposto a pagar por um produto/serviço, tais como: técnicas de mensuração de valor do valor percebido podendo ser indireta ou direta, sendo a primeira mensuração a pré-disposição de compra a um determinado preço. Neste tipo de pesquisa, são feitas indagações ao consumidor sobre o preço que estaria disposto a pagar por certo produto, qual o seu interesse, neces-

Aula 9 - Formação do Preço de Venda

103

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sidade e o que se espera de determinado item. • Método baseado nos custos Sua metodologia se baseia em que os preços devem ser formados com base no cálculo de uma margem sobre os custos totais. Neste modelo de precificação, os custos exercem papel fundamental na tomada de decisão para formação do preço de venda, devendo estar claros três itens para a formação do preço de venda, a saber: custo unitário, encargos tributários e margem de ganho desejado. A seguir, é demonstrado um quadro sobre as equações para formação do preço de venda baseado nos custos: Formação do preço de venda

Fórmula

Formação de preço com base nos custos variáveis e aplicação de mark-up

PV = Ctu (1+Mgc) / (1-Et)

Formação do preço com base na margem de ganho desejada sobre a receita

PV = Ctu / (1-Et – Mgp)

Sendo: PV = preço de venda Ctu = custo variável total em unidades Et = encargos tributários incidente sobre o preço Mgc = margem de ganho sobre o custo Mgp = Margem de ganho sobre o preço A precificação com base nos custos é o método que oportuniza um alto grau de segurança ao processo de gestão empresarial, pois apresenta a real composição dos custos em certo período, necessária à formação do preço de venda. Essa metodologia implica repassar aos produtos toda a cadeia de gastos ocorridos. Por se considerado o melhor método a ser adotado pelas empresas, será dado um foco especial em sua metodologia, tratada a seguir.

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104

Contabilidade de Custos


9.3 Aplicação da metodologia baseada nos custos Para aplicação dessa metodologia, se faz necessário conhecer toda a cadeia de gastos (custos e despesas) ocorridos em determinado período e suas derivações e implicações em cada tipo de produto da empresa. Para tal, iremos apresentar um exemplo prático de tais alocações aos produtos: A empresa TER apresentou em X1 os seguintes dados: Produto

A

B

Quantidade produzida e vendida/un.

2.000

3.000

Custo com matéria-prima (variável)

100.000

130.000

Custo com embalagem (variável)

10.000

10.000

Custo com mão de obra (fixa)

40.000

40.000

Despesas administrativas (fixas)

8.000

10.000

Despesas financeiras (variáveis)

3.000

5.000

Despesas com vendas (variáveis)

6.000

9.000

Margem de ganho sobre o custo (Mgc)

70%

60%

Margem de ganho sobre o preço venda (Mgp) Encargos tributários sobre o preço de venda (Et)

25%

20%

26,25%

26,25%

Produtos

Custo variável/un.

Preço margem sobre custo

Preço margem sobre receita

A

75

R$172,88

153,85

B

60

R$130,17

111,63

Custos variáveis unitários: A= 150.000 / 2.000 = 75 Custos variáveis unitários: B= 180.000 / 3.000 = 60 Preço margem s/ custo: A= 75 x (1+0,70)/(1-0,2625) = 75 x 1,70

= 172,88

Preço margem s/ custo: B= 60 x (1+0,60)/(1-0,2625) = 60 x 1,60

= 130,17

0,7375

0,7375

Nota. Para provar o resultado, pega-se o valor inicial de custo e agrega-se à margem de lucro. Em seguida, pega-se o valor final de venda e deduz-se o percentual dos impostos. Os valores encontrados devem coincidir, ou seja:

Aula 9 - Formação do Preço de Venda

105

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75 x 1,7 = 127,50

172,88 - 26,25% = 127,50(valores coincidem em A)

60 x 1,6 = 96,00

130,17 – 26,25%=96,00 (valores coincidem em B)

Preço margem s/ receita: A= 75 / (1-0,2625 - 0,25) =75/0,4875 = 153,85 Preço margem s/ receita: B= 60/ (1 – 0,2625 - 0,20) =60/0,5375= 111,63 Nota. Para provar o resultado, pega-se o valor de venda final e multiplica-se pelo valor representativo do montante (1) subtraído da soma do percentual dos impostos e da margem sobre o preço de venda, ou seja: 1- (0,25+ 0,2625) = 1 - 0,5125 = 0,4875 x 153,85 = 75 (valor inicial em A) 1- (0,20 + 0,2625)= 1 – 0,4625= 0,5375 x 111,63 = 60(valor inicial em B) Os preços elaborados com base na margem sobre o custo e com base na margem sobre a receita só trarão resultados positivos para a empresa caso a margem de contribuição (vendas – custos de despesas fixas) total obtida seja superior ao total de despesas e custos fixos. Neste modelo de precificação, não existe garantia real de que a empresa apurará lucro, ainda que na formulação do preço sejam consideradas as variáveis como tributos e margem de ganho desejada. Considerando que toda produção seja integralmente vendida pelo preço indicado, nas duas possibilidades de formação de preço o resultado da empresa apurado pelo sistema direto/variável para fins gerenciais é: Resultado através do preço da margem sobre o custo Produto

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A

B

Receita com vendas

(2.000 x 172,88) R$345.760,00

(3.000 x 130,17) R$390.510,00

(-) Custos de despesas variáveis

(R$119.000,00)

(R$154.000,00)

= Margem de contribuição

R$226.760,00

R$236.510,00

(-) Custos e despesas fixas

R$(48.000,00)

R$(50.000,00)

(-) Custos/despesas tributárias

R$(90.762,00)

R$(102.508,87)

Lucro antes dos impostos

R$87.998,00

R$84.001,13

106

Contabilidade de Custos


*Nota. Os custos e despesas tributárias são calculados no percentual de 26,25% aplicado sobre a receita. Resultado através do preço da margem sobre a receita Produto

A

B

Receita com vendas

(2.000 x 153,85) R$307.700,00

(3.000 x 111,63) R$334.890,00

(-) Custos de despesas variáveis

(R$119.000,00)

(R$154.000)

= Margem de contribuição

R$188.700,00

R$180.890,00

(-) Custos e despesas fixas

R$(48.000,00)

R$(50.000,00)

(-) Custos/despesas tributárias (26,25%)

R$(80.771,25)

R$(87.908,62)

Lucro antes dos impostos

R$59.928,75

R$42.981,38

*Nota. Os custos e despesas tributárias são calculados no percentual de 26,25% aplicado sobre a receita. Analisando os resultados, é possível perceber que: O resultado com base no preço da margem sobre o custo foi superior ao resultado do preço da margem sobre o preço sobre a receita. Esse fato se dá devido à diferença entre as margens aplicadas sobre suas respectivas bases, cabendo à empresa verificar qual se aplica realmente às suas necessidades e limitações impostas pela concorrência.

Sugerimos a seguinte mídia eletrônica para consulta: Formação do Preço de Venda. Disponível em: <http://www. portaldecontabilidade.com.br/ tematicas/formacao-do-precode-venda.htm> Acesso em: 25 jul. 2013.

Dessa forma, a empresa pode alterar sua margem de lucro para que alcance o lucro desejado e, em casos em que existam estoques, os fatos podem sofrer alterações, uma vez que irão carregar consigo os custos inerentes aos mesmos.

Resumo Nessa aula, você conheceu algumas formas de formação do preço de venda dos produtos em uma empresa. Para tal, apresentamos algumas definições e focamos especialmente na formação do preço de venda com base no custeamento total, pois a mesma representa a melhor forma de se saber efetivamente o custo real de cada produto produzido ou comercializado por uma empresa. Continuamos afirmando a necessidade de seu empenho na resolução dos exercícios que serão apresentados a seguir.

Aula 9 - Formação do Preço de Venda

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Vamos resolvê-los?

Atividades de Aprendizagem 9a. Comente sobre a importância da formação de preço de venda para a empresas.

9b. Defina os métodos de formação do preço de venda. Comente sobre cada um deles.

9c. Com base nos dados a seguir, encontre o preço de venda dos produtos com base no custo e na venda. A seguir, apure o resultado gerencial da empresa. A Empresa YBR apresentou em X1 os seguintes dados: Produto

X

Y

Quantidade produzida e vendida/un.

5.000

6.000

Custo com matéria-prima (variável)

200.000

180.000

Custo com embalagem (variável)

30.000

25.000

Custo com mão de obra (fixa)

80.000

60.000

Despesas administrativas (fixas)

12.000

15.000

Despesas financeiras (variáveis)

5.000

8.000

Despesas com vendas (variáveis)

10.000

12.000

60%

50%

Margem de ganho sobre o custo (Mgc) Margem de ganho sobre o preço venda (Mgp) Encargos tributários sobre o preço de venda (Et)

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30%

25%

26,25%

26,25%

Contabilidade de Custos


Caro (a) estudante, Finalizamos mais uma aula e, a seguir, iremos conhecer nosso último tema que será a relação custo x volume x lucro também utilizada para fins gerenciais. Continua tendo dúvidas? São elas que irão fazê-lo buscar novos conhecimentos! Anime-se, pois estamos aqui para auxiliá-lo/a Até a próxima aula!

Aula 9 - Formação do Preço de Venda

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Aula 10. Relação Custo x Volume x Lucro Objetivos: • apresentar o conceito da relação custo x volume x lucro; e • demonstrar elementos de cálculos referentes à mensuração da relação custo x volume x lucro.

Caro (a) estudante, A aula 9 consistiu em demonstrar modelos para a formação do preço de venda nas empresas. Nesta aula, vamos tratar do tópico referente à relação custo x volume x lucro. Esse conteúdo é bastante dinâmico e de fácil entendimento desde que você dedique um tempo para estudar. Estamos prestes a encerrar esse caderno e gostaria de deixar uma mensagem que meu pai disse muitas vezes para mim nos nossos momentos de queixa sobre a sobrecarga de atividades: “o caminho das pedras passa obrigatoriamente pelo banco de uma sala de aula e, se queres crescer, trace teus objetivos acreditando que é possível”. Espero que vocês acreditem nessa mensagem assim como eu acreditei e continuo acreditando! Vamos, então, à nossa última aula?

10.1 Conceito sobre a relação custo x volume x lucro De acordo com a UTFPR (2013), as decisões empresariais requerem informações precisas e constantemente renovadas que possibilitem suporte às atividades inerentes ao negócio. As empresas, de forma geral, devem estar constantemente se adaptando ao dinamismo dos fatores econômicos de mercado e, para tal, faz-se necessário um monitoramento contínuo de

Aula 10 - Relação Custo x Volume x Lucro

111

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elementos que compõem os custos e despesas ocorridas em seus respectivos períodos. Para Martins (2010), a análise da relação custo x volume x lucro (CVL), ou seja, a verificação dos custos envolvidos x a quantidade produzida e comercializada x o lucro gerado pelas operações, representa uma importante ferramenta de análise e verificação dos resultados. Ao mesmo tempo, atua como uma ferramenta para determinar receitas necessárias para atingir volumes de vendas que não gerem prejuízos para o negócio. Para essa análise, existem modelos (fórmulas) que demonstram as inter-relações existentes entre os componentes mencionados (custos, quantidades e resultado), buscando separar as partes fixas e variáveis na determinação do lucro alcançado ou desejado. A relação CVL pode ser considerada uma valiosa ferramenta para identificar a extensão e magnitude dos dados apresentados por uma empresa em determinado período, ajudando-a encontrar as melhores soluções para gerenciamento de suas atividades. De acordo com Martins (2010), dentre as ferramentas gerenciais oportunizadas pela relação CVL, podem ser destacadas, por exemplo, as seguintes vantagens: • planejamento operacional de curto prazo; • estimativas quantitativas derivadas dos diversos cenários econômicos esperados; • conhecimento da produção mínima necessária para manutenção das atividades; e • reconhecimento da influência das despesas não desembolsáveis (depreciação etc.) e do custo de oportunidade ocorridos num determinado período sobre os resultados necessários à gestão de seus negócios. De forma abrangente, a análise CVL fornece dados importantes para a tomada de decisões nas áreas administrativa e financeira das organizações, oferecendo informações fundamentais para o planejamento do lucro através da margem de contribuição (MC), ponto de equilíbrio (PE) e margem de se-

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Contabilidade de Custos


gurança (MS), assuntos tratados a seguir.

10.2 Margem de contribuição A margem de contribuição (MC) representa a diferença entre o preço de venda unitário (PV) do produto e os custos e despesas variáveis unitárias (CDV) também ocorridas sobre esse produto, não sendo considerada a parte fixa dos mesmos, ou seja: MC = PV – CDV. De acordo com Martins (2010), a MC é o valor que cada unidade traz efetivamente para a empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e que lhe pode ser imputado sem erro, ou seja, é o valor que, multiplicado pelas quantidades vendidas e após a dedução dos custos e despesas fixas resultou no lucro líquido . Dentre as vantagens da MC, é possível destacar as seguintes ferramentas de auxílio ao processo de gestão empresarial: • decisão sobre quais produtos devem merecer maior esforço de venda; • decisão sobre quais segmentos de comercialização devem ser abandonados ou não; • decisões sobre quais devem ser as políticas para o estabelecimento de preços; e • auxílio na avaliação de alternativas que se criam com respeito às reduções de preços, concessões de descontos e campanhas publicitárias e promoções. Na MC, o preço de venda deve ser deduzido dos tributos incidentes sobre ele, ou seja, a parte a ser considerada é o preço de venda líquido, subtraído da soma dos custos e despesas variáveis incidentes sobre o mesmo. Essa informação é necessária devido à particularidade de cada tipo de empresa sobre as formas de tributação incidentes sobre elas. Cabe aqui destacar que, apesar de as despesas variáveis integrarem o cálculo da margem de contribuição, elas não são agregadas ao produto para fins de avaliação dos estoques, quando do uso interno do custeio variável .

Aula 10 - Relação Custo x Volume x Lucro

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A seguir, será apresentado um modelo simplificado do demonstrativo de resultado do exercício (DRE) utilizado para fins gerenciais, para o cálculo da margem de contribuição (MC): DRE Receita (preço de venda/unitário = PV) (-) Custos e despesas variáveis/unitárias =CDV = Margem de contribuição/unitária = MC

Ponto de equilíbrio econômico (PEE): é formado pelos custos e pelas despesas fixas totais – CDF, somados ao custo de oportunidade - CO (rendimento possível caso o valor do investimento fosse direcionado a outra fonte possível de rentabilidade), dividindo-os pela margem de contribuição unitária - MC, ou seja: PEE = CDF + CO / MC/unit. PEE (valor) = PV x unidades encontradas no PEE Ponto de equilíbrio financeiro (PEF): é formado pelos custos e pelas despesas fixas totais – CDF, deduzidos das despesas não desembolsáveis – DND (depreciação e amortização), dividindo-os pela margem de contribuição unitária - MC, ou seja: PEF = CDF - DND / MC/unit. PEF (valor) = PV x unidades encontradas no PEF

10.3 Ponto de equilíbrio Conforme destaca Martins (2010), o ponto de equilíbrio (PE) representa a receita necessária para cobrir todos os custos e despesas de manufatura para que o resultado seja nulo, ou seja, indica as receitas necessárias para que, em determinado período, não ocorra lucro nem prejuízo para a empresa. Dessa forma, se o volume de vendas da empresa for um número maior que o PE, a empresa passa a gerar lucro e, se esse volume de vendas for um número abaixo do PE, a empresa passará a ter prejuízo. A análise desse ponto pode auxiliar a empresa no que diz respeito à possibilidade de efetuar alguma mudança ou ajustes, quando essa alternativa existir. O PE pode ser também denominado ponto de ruptura e nasce da conjugação dos custos e despesas totais com as receitas totais, situação em que

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Contabilidade de Custos


a empresa não terá lucro nem prejuízo, ou seja, os gastos se equiparam à receita. Um exemplo gráfico é demonstrado a seguir:

Figura 1 Fonte: Megliorini (2009, p. 127)

De acordo com Martins (2010), existem três tipos de PE para serem calculados, considerando informações relevantes ao processo de gestão empresarial: Ponto de equilíbrio contábil (PEC): é formado pelos custos e pelas despesas fixas totais (CDF), dividindo-os pela margem de contribuição unitária, ou seja: PEC (unidades) = CDF / MC/unit. PEC (valor) = PV x unidades encontradas no PEC

10.4 Margem de segurança (MS) e grau de alavancagem operacional (GAO) De acordo com Martins (2010), a MS representa o quanto um determinado volume de vendas, em unidades ou em valor, pode ser reduzido sem que a empresa passe a operar com prejuízo, ou seja, apresenta o excedente de produção acima do ponto de equilíbrio contábil (PEC). A MS pode ser obtida em percentual em que a quantidade que está acima do ponto de equilíbrio é dividida pela quantidade total, através das seguintes fórmulas:

Aula 10 - Relação Custo x Volume x Lucro

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MS em unidades: lucro líquido em valor (LL) / margem de contribuição unitária em valor (MC). Assim, MS (unidades) – LL / MC unitária. MS em valor: vendas totais em valor (VT) – ponto de equilíbrio contábil em valor (PEC). Assim, MS (valor) = VT - PEC Martins (2010) destaca que o GAO indica o crescimento do lucro em relação ao crescimento do volume, ou seja, verifica a alavancagem obtida através da análise do aumento do lucro de ano para outro em relação ao aumento da receita ocorrida de um ano para o outro. O GAO pode ser encontrado através da seguinte fórmula: GAO = % de acréscimo no lucro (1 - lucro líquido do 2° ano / lucro líquido do 1° ano) % acréscimo nas vendas (1 – receita do 2° ano / receita do 1° ano), ou seja: GAO = 1 – LL2 / LL1 / 1- Rec 2/ Rec 1

10.5 Exercícios práticos sobre a relação custo x volume x lucro A empresa JJ produz um único tipo de produto. Seu preço de venda é de R$100,00 cada unidade, sendo que neste valor estão incluídos impostos de 26,25%. Sua estrutura de custos e despesas é assim distribuído: Custos fixos =

R$ 180.000,00 no período

Despesas fixas =

R$ 60.000,00 no período.

Custos variáveis =

R$ 40,00 por unidade.

Despesas variáveis = R$ 10,00 por unidade. Pede-se para calcular: a) Margem de contribuição (MC).

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Contabilidade de Custos


b) Ponto de equilíbrio contábil (PEC) em unidades e em valor por período, provando-se o resultado. c) Ponto de equilíbrio econômico (PEE) em unidades e em valor, considerando-se um capital investido pela empresa no valor de R$80.000,00 e a taxa comercial no período é de 10% a.a, provando-se o resultado. d) Ponto de equilíbrio financeiro (PEF) em unidades e em valor, com depreciação de R$12.000,00 a.a, provando-se o resultado. e) Percentual de margem de segurança quando produzir 5.500 unidades e o grau de alavancagem operacional, com um aumento de 35% nessas quantidades produzidas, provando-se os resultados. Resolução: a) MC: PV – CDV

MC: 100 – (40 + 10) = 50/unidade.

b) PEC: CDF / MC unit. PEC: (180.000 + 60.000) / 50 = 4.800 unidades.

PEC em valor: 4.800 x 100 = R$480.000,00

Provando-se os resultados:

Receita: 4.800 um. x 100 = 480.000 (-) CDV: 4.800 x 50

= (240.000)

= MC

= 240.000

(-) CDF

= (240.000)

= Resultado

= 0

c) PEE: CDF + CO / MC unit. PEE: 240.000 + (60.000 x 10%) / 50 = 4.920 unidades.

PEC em valor: 4.920 x 100 = R$492.000,00

Provando-se os resultados:

Receita: 4.920 um. x 100 =492.000

(-) CDV: 4.920 x 50

Aula 10 - Relação Custo x Volume x Lucro

= (246.000)

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= MC

= 246.000

(-) CDF

=(240.000)

(-) CO

= (6.000)

= Resultado

=

0

d) PEF: CDF + DND / MC unit. PEE: 240.000 – 12.000 / 50 = 4.560 unidades.

PEC em valor: 4.560 x 100 = R$456.000,00

Provando-se os resultados:

Receita: 4.560 um. x 100 =456.000

(-) CDV: 4.560 x 50

= (228.000)

= MC

= 228.000

(-) CDF

= (240.000)

+DND

= 12.000

= Resultado

= 0

e) Elaborando a DRE para encontrar o lucro com 5.500 unidades produzidas. Receita: 5.500 um. x 100 = 550.000 (-) CDV: 5.500 x 50

= (275.000)

= MC

= 275.000

(-) CDF

= (240.000)

= Resultado (LL1)

= 35.000

MS:LL / MC unit MS: 35.000 / 50 = 700 unidades (acima do PEC). MS em valor: 700 x 100 = R$70.000,00 (resultado acima do PEC)

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Contabilidade de Custos


Provando-se os resultados: Receita: 550.000 –70.000 =480.000 (igual ao PEC) f) Elaborando a DRE com acréscimo de 35% nas unidades produzidas. Receita: 7.425 un. x 100 =742.500 (-) CDV: 7.425 x 50 = MC (-) CDF = Resultado (LL2)

= (371.250) = 371.250 =(240.000) = 131.250 Indicamos o seguinte site para consulta complementar: Relação Custo x Volume x Lucro. Disponível em: <http://pg.utfpr.edu.br/ dirppg/ppgep/ebook/2010/ CONGRESSOS/EPEGE/2.pdf> Acesso em: 26 jul. 2013.

GAO: LL2/LL1 -1 / Rec 2/Rec 1-1 GAO: 131250 -1 = 3,75 -1 = 2,75 = 7,85 vezes. 0,35 35000

742500 - 1 550000

OBS.: o GAO significa que qualquer acréscimo em percentual que ocorra no volume dessa atividade implicará o aumento de lucro em 7,85 vezes.

Resumo Nessa nossa última aula, você conheceu a relação custo x volume x lucro. Dentre seus elementos, foram conceituados a margem de contribuição, o ponto de equilíbrio contábil, o ponto de equilíbrio econômico, o ponto de equilíbrio financeiro, a margem de segurança e, por fim, o grau de alavancagem operacional. Vamos praticar através das atividades de aprendizagem?

Aula 10 - Relação Custo x Volume x Lucro

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Atividades de Aprendizagem 10a. Conceitue a relação custo x volume x lucro.

10b. Defina e demonstre as fórmulas do ponto de equilíbrio contábil, do ponto de equilíbrio econômico e do ponto de equilíbrio financeiro.

10c. Defina e demonstre as fórmulas da margem de contribuição, da margem de segurança e do grau de alavancagem operacional.

10d. Com base nos dados apresentados, calcule os itens indicados a seguir: A empresa GT produz um único tipo de produto. Seu preço de venda é de R$170,00 cada unidade, sendo que neste valor estão incluídos impostos de 26,25%. Sua estrutura de custos e despesas é assim distribuída: Custos fixos =

R$ 250.000,00 no período

Despesas fixas =

R$ 100.000,00 no período.

Custos variáveis =

R$ 50,00 por unidade.

Despesas variáveis = R$ 20,00 por unidade.

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Contabilidade de Custos


Pede-se para calcular: a) Margem de contribuição (MC) dessa empresa; b) Ponto de equilíbrio contábil (PEC) em unidades e em valor por período, provando-se o resultado. c) Ponto de equilíbrio econômico (PEE) em unidades e em valor, considerando-se um capital investido pela empresa no valor de R$150.000,00 e a taxa comercial no período é de 10% a.a, provando-se o resultado. d) Ponto de equilíbrio financeiro (PEF) em unidades e em valor, com depreciação de R$20.000,00 a.a, provando-se o resultado. e) A margem de segurança, quando produzir 4.000 unidades, e o grau de alavancagem operacional, com um aumento de 15% nessas quantidades produzidas, provando-se os resultados. Caro(a) estudante, E, assim, encerram-se as nossas aulas! Acreditamos que você possa ter adquirido sólidos conhecimentos sobre contabilidade de custos e sobre sua importância para a gerência das empresas e suas tomadas de decisões. Esperamos que esses módulos apresentados possam ter oportunizado a você uma ferramenta útil para fortalecer seus conhecimentos! Conhecer os conceitos e saber aplicá-los na prática nas empresas pode ser o diferencial necessário ao profissional da área de finanças! Continue se empenhando e busque acreditar em você! Boa Sorte!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Aula 10 - Relação Custo x Volume x Lucro

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Palavras finais Prezado (a) estudante, Durante as aulas, você teve a oportunidade de aprender conceitos de grande relevância para o profissional de finanças. A disciplina da contabilidade de custos é fundamental para a área em que você pretende atuar. Visando à formação de um profissional de finanças que se destaque no tão competitivo mercado de trabalho, foram abordados temas que lhe darão suporte para a capacidade de tomada de decisões gerenciais. Esperamos que as aulas tenham sido proveitosas e que você tenha assimilado os conteúdos propostos. Procure aprofundá-los, pois o mercado certamente irá exigir isso de você. Desejamos que esse curso tenha contribuído de forma significativa para sua formação. Nunca deixe de se lembrar de que o sucesso de sua carreira depende apenas de você, tanto nas oportunidades que irão aparecer quanto no seu empenho em continuar seus estudos e aprimorar seus conhecimentos. Acreditamos em seu sucesso!

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Contabilidade de Custos


Guia de Soluções Atividade 1 Aula 1 1a. A contabilidade sofreu os ajustes necessários, ao longo dos tempos, para que se pudesse ajustar às necessidades das pessoas e das formas de organizações que foram sendo constituídas. Com o advento do Capitalismo, as indústrias se ampliaram e cada vez mais se faziam necessárias ferramentas de controle dos estoques e do processo de gestão como um todo. Essa evolução promoveu o surgimento da contabilidade de custos que nasceu da contabilidade financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria, mais especificamente com o início da Revolução Industrial. No caso de haver variação de estoques, aplica-se a fórmula envolvendo estoque inicial, compras e estoque final como forma de se encontrar o custo das mercadorias vendidas (CMV) = estoque inicial (EI) + compras (C) – estoque final (EF). 1b. Os custos indiretos de Fabricação (CIFS) porque dependem de alguma forma de critério de rateio. 1c. Não, os custos incidem em qualquer tipo de empresa, independentemente de sua área de atuação. 1d. A contabilidade de custos é a parte da ciência contábil que se dedica ao estudo racional dos gastos feitos para se obter um bem de venda ou de consumo, quer seja um produto, uma mercadoria ou um serviço Seus principais objetivos são: • permitir a avaliação dos estoques, para atendimento das legislações comercial e fiscal; • apurar o custo dos produtos/serviços vendidos (no caso das empresas comerciais, o custo das mercadorias vendidas); • dar suporte à tomada de decisões gerenciais no tocante à fixação do preço de venda;

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• atender à necessidade de controles e informações específicas; e • embasar orçamentos e projeções financeiras. 1e. Os campos de aplicação da contabilidade de custos são: Na indústria: determinação dos seguintes itens: material direto (MD); mão de obra direta (MOD); custos indiretos de fabricação (CIFs); custos de produção do período (CPP); custo da produção acabada (CPA); e custo dos produtos vendidos (CPV). No comércio: na determinação do custo de mercadorias vendidas (CMV). Nas empresas prestadoras de serviços: na determinação do custo dos serviços prestados (CSP). Nas empresas extrativistas de produção primária: na determinação de toda a cadeia de estoques gerados durante os processos. 1f. Princípio da realização da receita: o reconhecimento contábil do resultado (lucro ou prejuízo) ocorrerá apenas quando da realização da receita. Princípio da competência: as receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem independentemente de recebimento ou pagamento Princípio do custo histórico como base de valor: os ativos são registrados contabilmente por seu valor original de entrada. Consistência ou uniformidade: existindo várias alternativas para o registro contábil de um mesmo evento, válidas dentro dos princípios geralmente aceitos, deve a empresa adotar uma delas de forma consistente. Conservadorismo ou prudência: determina o uso do menor valor para o ativo e maior valor para os componentes do passivo. Materialidade ou relevância: desobriga um tratamento mais rigoroso para aqueles itens cujo valor monetário é pequeno dentro dos gastos totais.

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Contabilidade de Custos


Aula 2 2a. Gasto: se refere à compra de um produto ou serviço qualquer, que ocasiona um sacrifício financeiro para a entidade, representado pela entrega de ativos. Investimento: gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s) Desembolso: pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Perda: gastos incorridos de forma anormal e inesperada, não compreendendo o processo rotineiro em uma empresa. 2b. Custo: significa gasto com a obtenção de bens e serviços aplicados na produção ou prestação de serviços. Exemplos: matéria-prima utilizada na confecção de um produto, mão de obra direta envolvida, depreciação das máquinas, energia elétrica utilizada pela fábrica. Despesa: se refere a um bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a realização de receitas (vendas). São despesas: gastos com salários da loja comercial, aluguel da loja comercial, telefone, propaganda, comissão de vendedores, entre outros. 2c. Contabilidade financeira: toda a contabilidade é financeira. Essa denominação é utilizada para definir qual o ramo da contabilidade que se irá estudar, tal como a contabilidade gerencial, tributária, de custos etc. É regulamentada por legislações específicas e pelos princípios fundamentais de contabilidade, ou seja, seus processos são influenciados por órgãos reguladores, pelo governo e por exigências da auditoria independente. 2d. Contabilidade gerencial: busca utilizar os registros e controles contábeis com o objetivo de gerir uma entidade num contexto bem mais abrangente. Este conceito diz respeito à melhor forma possível de utilização dos recursos, tais como a cadeia de todos gastos ocorridos e sua correta alocação aos produtos até a formação do preço de venda dos mesmos como forma de otimizar os resultados das empresas. Embora possa ser utilizada, em muitos casos, para atendimento às exigên-

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cias legais, no Brasil é utilizada para fins de controle e auxílio ao processo decisório.

Aula 3 3a. Custos diretos: são os custos que podem ser alocados diretamente aos produtos sem dependerem de rateio, bastando existir uma medida de consumo. Exemplos: matéria-prima, mão de obra direta, material de embalagem. Custos indiretos: são os custos que, para serem incorporados aos produtos, necessitam da utilização de algum critério de rateio. Exemplos: depreciação de equipamentos da produção, aluguel da fábrica, manutenção de equipamentos da fábrica. 3b. Custos fixos: são custos que não variam de acordo com a produção, ou seja, independem da quantidade produzida. Exemplos: aluguel da fábrica, seguro da fábrica, salários de vigias e porteiros da fábrica. Custos variáveis: sãos os custos que variam de acordo com a produção. Exemplos: matéria-prima, embalagens, depreciação de equipamentos na fábrica. 3c. Material Direto (MD): surge da soma dos estoques de matéria-prima advindos do período anterior, somados com a matéria-prima comprada, menos a matéria-prima que sobrou. Fórmula: MD= EIMP + CMP – EFMP. Custo de produção do período (CPP): considera o MD obtido na fórmula anterior, somado com a mão de obra direta, somado aos custos indiretos de fabricação. Fórmula: CPP= MD + MOD + CIF. Custo da produção acabada (CPA): surge da soma dos estoques iniciais de produtos em elaboração, somados com o CP calculado anteriormente, subtraídos dos estoques finais de produtos em elaboração remanescentes. Fórmula: CPA= EIPE + CP – EFPE. Custo da produção vendida (CPV): contempla a soma dos estoques iniciais de produtos acabados com o CPA encontrado anteriormente, deduzidos dos estoques finais da produção acabada restantes. Fórmula: CPV= EIPA + CPA – EFPA.

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126

Contabilidade de Custos


Custo de transformação (CT): representa o esforço empregado pela empresa no processo de fabricação de determinado item. Fórmula: CT= MOD + CIF. Os custos primários (CP) representam a soma da matéria-prima envolvida na formação do material direto e a mão de obra direta. Fórmula: CP = MD + MOD. 3d. Custos diretos: Matéria-prima adquirida

= R$ 210.000,00

Embalagens envolvidas na produção

= R$

Mão de obra direta produção

= R$ 65.000,00

TOTAL DOS CUSTOS DIRETOS:

R$ 282.000,00

7.000,00

Custos indiretos: Salários vigias da fábrica

=R$6.000,00

Manutenção equipamentos fábrica

= R$ 32.000,00

Depreciações equipamentos fábrica

=R$ 22.000,00

TOTAL DOS CUSTOS INDIRETOS:

R$ 60.000,00

Custos fixos: Salários vigias da fábrica

=R$6.000,00

Mão de obra direta produção

= R$ 65.000,00

Manutenção equipamentos fábrica

=R$ 32.000,00

TOTAL DOS CUSTOS FIXOS:

R$ 103.000,00

Custos variáveis: Matéria-prima adquirida

=R$210.000,00

Embalagens envolvidas na produção

= R$7.000,00

Mão de obra direta produção

=R$ 65.000,00

Depreciações equipamentos fábrica

= R$ 22.000,00

TOTAL DOS CUSTOS VARIÁVEIS:

R$304.000,00

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EFMP: Matéria-prima adquirida x 18% = 210.000 x 0,18: 37.800 MD = EIMP + CMP – EFMP MD:5.000 + (210.000+7.000) – 37.800 = R$184.200,00.

CPP = MD + MOD + CIF CPP: 184.200 + 65.000 + 60.000 =R$309.200,00 EFPE: 309.200 x 20% = R$61.840,00.

CPA = EIPE + CPP – EFPE CPA: 0 + 309.200 – 61.840 = R$247.360,00 EFPA: se foram vendidos 84% do CPA, significa dizer que 16% do mesmo não foi vendido, ou seja, 247.360 X 16% = R$39.577,60.

CPV = EIPA + CPA – EFPA CPV: 0 + 247.360 – 39.577,60 = R$207.782,40.

CT = MOD + CIF CT: 65.000 + 60.000 = R$125.000,00

CP = MD + MOD CP: 210.000 + 65.000 = R$275.000,00.

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Contabilidade de Custos


Aula 4 4a. O inventário periódico designa o inventário físico em intervalos fixos (mensal, trimestral, semestral ou anual), não sendo possível apurar os estoques a qualquer momento em que se queira saber seu real valor. No inventário permanente o custo da mercadoria vendida – CMV indica o valor dos estoques vendidos que são apurados em cada venda, ou seja, é possível saber o valor dos estoques a cada venda realizada ou a qualquer tempo que seja necessário. 4b. O método PEPS prevê que as primeiras aquisições de mercadorias devem ser as primeiras a serem baixadas a cada venda como forma de controle dos estoques. O método UEPS considera, para efeito de controle dos estoques, que as últimas aquisições de mercadorias devem ser as primeiras que devem ser baixadas a cada venda. Pelo método MPM, as empresas utilizam o controle permanente a cada aquisição de mercadorias, ajustando seus estoques a valores médios entre os que já existiam e os que foram adquiridos mais recentemente. 4c. Método PEPS Desc.

Entrada

Saída

Data

Qtde.

Unit.

Total

01/01

8.000

10,00

80.000,00

4.000

12,00

48.000,00

05/01 10/01

Qtde. 6.500

15/01 Total entradas: 128.000,00

1.500 3.800 CMV:

Unit.

Saldo Total

10,00

10,00 12,00

65.000,00

15.000,00 45.600,00

125.600,00

Qtde.

Unit.

Total

8.000

10,00

80.000,00

1.500

10,00

15.000,00

4.000

12,00

48.000,00

200

12,00

2.400,00

Estoque final: 2.400,00

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Método UEPS Desc.

Entrada

Saída

Data

Qtde.

Unit.

Total

01/01

8.000

10,00

80.000,00

4.000

12,00

48.000,00

05/01 10/01

Qtde. 6.500 4.000 1.300

15/01 Total entradas: 128.000,00

Unit.

Total

10,00 12,00 10,00

CMV:

Saldo

65.000,00 48.000,00 13.000,00

126.000,00

Qtde.

Unit.

Total

8.000

10,00

80.000,00

1.500

10,00

15.000,00

4.000

12,00

48.000,00

200

10,00

2.000,00

Estoque final: 2.000,00

Método MPM Desc.

Entrada

Saída

Data

Qtde.

Unit.

Total

01/01

8.000

10,00

80.000,00

05/01 10/01

4.000

12,00

Qtde.

Unit.

Saldo Total

6.500

10,00

65.000,00

5.300

11,45

60.709,00

48.000,00

15/01 Total entradas: 128.000,00

CMV:

125.709,00

Qtde.

Unit.

Total

8.000

10,00

80.000,00

1.500

10,00

15.000,00

5.500

11,45

63.000,00

200

11,45

2.291,00

Estoque final: 2.291,00

Aula 5 5a. Os sistemas de custeio se referem à forma pela qual os custos são apropriados aos produtos. O DRE apresenta de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período. 5b. Custeio por absorção: consiste na apropriação de todos os custos à produção do período. As não compõem a base de cálculo por esse método. Custeio direto ou variável: é o método segundo o qual aos produtos fabricados são alocados somente os gastos variáveis. Os gastos fixos são tratados como despesas. Dentre as grandes diferenças entre os métodos tem-se que somente no custeio variável incide a margem de contribuição; o tratamento dado aos estoques finais e consequentemente a variação no lucro do período.

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5c. DRE pelo custeio variável Receita de vendas líquidas (2.000 x 90)

DRE pelo custeio por absorção

180.000,00

Receita de vendas líquidas (2.000 x 90)

180.000,00

( - ) Custos variáveis (CPV) (2.000 x 45)

(90.000,00)

(-) Custo dos produtos vendidos (2.000 x 46)

(92.000,00)

( - ) Despesas variáveis (2.000 x 4,5)

(9.000,00)

( = ) Lucro bruto

88.000,00

( = ) Margem de contribuição

81.000,00

(-) Despesas fixas/ variáveis

(15.000,00)

( - ) Custos + despesas fixas

(31.000,00)

( = ) Lucro operacional líquido

50.000,00

( = ) Lucro líquido

73.000,00

Estoque final: 500x45= R$22.500

Estoque final: 500x46= R$23.000

Dados para custeio variável: Custo un. variável.:

R$90.000 = 2.000

Despesa un. variável:

R$9.000 2.000

R$45/un = R$4,5/un

Dados para custeio por absorção: CPP = 90.000 + 25.000 = 115.000 Custo un. Produto: 115.000 = 46/un. 2.500

Aula 6 6a. São as formas pelas quais são distribuídos os custos indiretos mediante parâmetros de rateio. Como exemplo tem-se: horas-máquina; quantidade produzida; área ocupada e tempo gasto na fabricação. 6b. Porque não podem ser alocados diretamente aos produtos por não ser possível mensurar individualmente aos produtos tal como ocorre com os custos diretos.

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6c. Depreciação máquinas:

30.000 = 20 x 500 = 10.000 (h máquina em A) 1.500

800 =16.000 (h máquina em B) 200 =4.000 (h máquina em C) Manutenção máquinas:

45.000 1.500

= 30 x 500 = 15.000 (h máquina em A) 800 =24.000 (h máquina em B) 200 =6.000 (h máquina em C)

Energia elétrica prod: 40.000 = 8 x 1.000 = 8.000 (h máquina em A) 1.500

1.800 =14.400 (h máquina em B) 2.200 =17. 600 (h máquina em C)

Aplicando os valores encontrados com base no rateio por horas-máquina: Produtos/custos CUSTOS

A

B

C

Total

Matéria-prima adquirida

200.000

170.000

100.000

470.000

Mão de obra direta

80.000

70.000

40.000

190.000

Depreciação máquinas

10.000

16.000

4.000

30.000

Manutenção máquinas

15.000

24.000

6.000

45.000

Energia elétrica produção TOTAL

8.000

14.400

17.600

40.000

313.000

294.400

167.600

775.000

Aula 7 7a. A departamentalização é o processo que consiste em agrupar, em departamentos, funções, atividades similares e, consequentemente, os custos relacionados aos mesmos, como forma de mensurar as informações necessárias às tomadas de decisões por parte das empresas.

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Contabilidade de Custos


7b. Departamentos de produção: são aqueles que, efetivamente, estão relacionados com os produtos fabricados em uma empresa, influenciando os resultados obtidos sobre tais produtos através da apropriação dos custos diretamente alocados na confecção dos mesmos. Exemplos: departamento de corte, de montagem, de acabamento e de pintura. Departamentos de serviço: são os que não têm relação direta com o processo produtivo, porém incidem no contexto das empresas, independentemente de terem relação com a produção, uma vez que são necessários para que os produtos possam ser direcionados ao mercado consumidor. Exemplos: departamento administrativo da empresa, de almoxarifado, de expedição e de controle da qualidade. 7c. Classificação e separação dos gastos em custos e depesas; identificação e apropriação dos custos diretos aos produtos; identificação e apropriação dos custos indiretos mediante algum critério de rateio aos departamentos de produção e de serviços; realocação, mediante algum critério de rateio, dos custos dos departamentos de serviço aos departamentos de produção e rateio dos custos indiretos encontrados nos departamentos de produção aos produtos. 7d. Fazendo a distribuição por etapas: Atividades

Produção

Departamentos Áreas ocupadas em m

2

Horas gastas

Rateio energia elétrica:

Serviço

A

E

I

O

U

TOTAL

200

190

180

70

60

700

700

800

600

220

180

2.500

30.000 = 12 x 700 = 8.400 (h gastas em A) 2.500 800 = 9.600 (h gastas em E) 600 = 7.200 (h gastas em I) 220 = 2.640 (h gastas em O) 180 = 2.160 (h gastas em U)

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Rateio do aluguel da fábrica: 26.000 = 200 x 70= 14.000 (área ocupada O) 130 60= 12.000 (área ocupada U) 21.000

Rateio da depreciação eq. fábr.: =10 x 700 = 7.000 (horas gastas em 2.100 A) 800 = 8.000 (horas gastas em E) 600 = 6.000 (horas gastas em I) Atividades Departamentos Energia elétrica fábrica Aluguel da fábrica

Produção

Serviço

A

E

I

O

U

TOTAL

8.400

9.600

7.200

2.640

2.160

30.000

-

-

-

14.000

12.000

26.000

Depreciação eq. fábrica

7.000

8.000

6.000

-

-

21.000

TOTAL CIFs

15.400

17.600

13.200

16.640

14.160

77.000

Rateio dp. D/ produção

9.984

4.992

1.664

(16.640)

-

-

Rateio dp. E/ Produção

2.832

9.912

1.416

-

(14.160)

-

TOTAL p/ produção

28.216

32.504

16.280

-

-

77.000

Distribuição depto. O para produção: 16.640 x 60%= 9.984 30%= 4.992 10%= 1.664

Distribuição depto. U para produção: 14.160 x 20%= 2.832 70%= 9.912 10%= 1.416 Produtos

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L

M

N

TOTAL

Matéria-prima

120.000

150.000

100.000

370.000

Mão de obra direta

55.000

42.000

65.000

162.000

Custos indiretos – CIFs

28.216

32.504

16.280

77.000

Custo de produção período- CPP Custo produção acabada – CPA Custo da produção vendida – CPV

203.216

224.504

181.280

609.000

134

Contabilidade de Custos


Aula 8 8a. O custeio baseado em atividades (ABC) é um método de custeio que tem como objetivo avaliar com precisão as atividades desenvolvidas em uma empresa (tanto industrial como de serviços ou comercial), utilizando direcionadores para alocar as despesas e custos indiretos de uma forma mais realista aos produtos e serviços. 8b. As atividades podem ser definidas como um processo que combina diversos fatores, dentre esses, tecnologias, materiais e métodos e seu ambiente, com o objetivo principal de fabricar produtos ou desenvolver serviços, através de uma análise mais detalhada sobre a forma como a empresa utiliza seus recursos para alcançar o objetivo determinado em seu planejamento. Os direcionadores de custos determinam a quantidade de trabalho aplicada em determinada atividade. Ele é um evento que exerce influência direta sobre o nível e o desempenho das atividades desenvolvidas em determinada empresa. 8c. Vantagens: informações gerenciais mais fidedignas; proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos; identifica onde estão sendo consumidos os recursos; e possibilita uma análise mais detalhada sobre as atividades. Desvantagens: muitos dados a serem analisados; informações de difícil extração; necessidade de revisão constante; e falta de qualificação de pessoas e comprometimento dos gestores e empregados da empresa na manipulação das informações. 8d. Material direto (MD):

A=

Mão de obra direta (MOD): A=

300.000 8.000

= 37,5/un.

140.000 = 8.000

17,5/un.

B=

B=

250.000 5.000

110.000 = 5.000

= 50/un.

22/un.

Custo unitário do direcionador (receber materiais): 30.000 = 60/un. 500

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Custo unitário do direcionador (confeccionar materiais): un. Custo unitário do direcionador (acabamento materiais):

100.000 1.000

= 100/

60.000 = 150/un. 400

Custo ativ. atribuída produto (n° movimentação materiais): 60 x 200= 12.000

x 300= 18.000

Custo ativ. atribuída produto (h p/ confecção de materiais): 100 x 400= 40.000 x 600= 60.000 Custo ativ. atribuída produto (h p/ acabamento materiais): 150 x 130= 19.500 x 270= 40.500 Custo ativ. unidade de produto (n° movimentação materiais): 12.000/8.000= 1,5 (A) 18.000/5.000= 3,6 (B) Custo ativ. unidade de produto (h p/ confecção de materiais): 40.000/8.000= 5 (A) 60.000/5.000= 12 (B) Custo ativ. unidade de produto (h p/ acabamento materiais): 19.500/8.000= 2,44 (A) 40.500/5.000= 8,1 (B) Acumulando os valores dos custos indiretos em unidades

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Produtos Receber materiais em unidades Confeccionar materiais em unidades

A

B

1,5

3,6

5

12

Acabamento de materiais em unidades

2,44

8,1

TOTAL

8,94

23,70

Acumulando todos os gastos após o rateio ABC Produtos

A

B

Material direto (MD)/unidades

37,50

50

Mão de obra direta (MOD) /unidades

17,50

22

Custos indiretos de fabricação (CIF) /unidades

8,94

23,70

TOTAL em unidades

63,94

95,70

Aula 9 9a. Qualquer tipo de empresa precisa saber determinar com o maior nível de exatidão possível os preços de venda de seus produtos. Para tal, é fundamental conhecer os reais gastos ocorridos no processo produtivo, comercial ou de serviços para que possa ter noção sobre a margem que irá imputar às suas mercadorias. 9b. No método baseado na concorrência, a empresa não dá muita atenção a seus custos ou a sua demanda, pois tem na concorrência seu único referencial de preço. Este é o método mais simples, pois consiste basicamente em observar os preços praticados por concorrentes diretos e segui-los ou não de acordo com os objetivos traçados para a empresa. O método baseado no valor percebido pelo consumidor consiste em verificar o preço que o consumidor estaria disposto a pagar pelo produto ou serviço. O preço pode, dessa forma, ser ajustado às necessidades e interesses do público que pretende alcançar. O método baseado nos custos parte do princípio de que os preços devem ser formados com base no cálculo de uma margem sobre os custos totais. 9c. Custos variáveis unitários: A= 245.000 / 5.000 = 49

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Custos variáveis unitários: B= 225.000 / 6.000 = 37,50 Preço margem s/ custo: A= 49 x (1+0,60)/(1-0,2625) = 49 x 1,60 = 106,30 0,7375

Preço margem s/ custo: B= 37,50 x (1+0,50)/(1-0,2625) = 37,50 x 1,50 0,7375 = 76,27 Resultado através do preço da margem sobre o custo Produto

A

B

Receita com vendas

(5.000 x 106,30) R$531.500,00

(6.000 x 76,27) R$457.620,00

(-) Custos de despesas variáveis

(R$245.000,00)

(R$225.000,00)

= Margem de contribuição

R$286.500,00

R$232.620,00

(-) Custos e despesas fixas

R$(92.000,00)

R$(50.000,00)

(-) Custos/despesas tributárias

R$(139.387,50)

R$(120.125,25)

R$55.000,00

R$62.494,75

Lucro antes dos impostos

Preço margem s/ receita: A= 49 / (1-0,2625 - 0,30) =

49 = 112,00 0,4375

Preço margem s/ receita: B= 37,50/ (1 – 0,2625 - 0,25) = 37,50 = 76,92 0,4875

Resultado através do preço da margem sobre a receita Produto

A

B

Receita com vendas

(5.000 x 112,00) R$560.000,00

(6.000 x 76,92) R$461.520,00

(-) Custos de despesas variáveis

(R$245.000,00)

(R$225.000,00)

= Margem de contribuição

R$315.000,00

R$236.520,00

(-) Custos e despesas fixas

R$(92.000,00)

R$(50.000,00)

(-) Custos/despesas tributárias

R$(147.000,00)

R$(121.149,00)

R$76.000,00

R$65.371,00

Lucro antes dos impostos

Aula 10 10a. A análise da relação custo x volume x lucro (CVL) representa uma importante ferramenta de análise e verificação dos resultados. Ao mesmo tempo, atua como uma ferramenta para determinar receitas necessárias para

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atingir volumes de vendas que não gerem prejuízos para o negócio. A relação CVL fornece dados importantes na tomada de decisões nas áreas administrativa e financeira das organizações, oferecendo informações fundamentais para o planejamento do lucro através da margem de contribuição (MC), ponto de equilíbrio (PE) e margem de segurança (MS). 10b. Ponto de equilíbrio contábil (PEC): é formado pelos custos e pelas despesas fixas totais (CDF), dividindo-os pela margem de contribuição unitária, ou seja: PEC (unidades) = CDF / MC/unit. PEC (valor) = PV x unidades encontradas no PEC Ponto de equilíbrio econômico (PEE): é formado pelos custos e pelas despesas fixas totais – CDF, somados ao custo de oportunidade - CO (rendimento possível, caso o valor do investimento fosse direcionado a outra fonte possível de rentabilidade), dividindo-os pela margem de contribuição unitária - MC, ou seja: PEE = CDF + CO / MC/unit. PEE (valor) = PV x unidades encontradas no PEE - Ponto de equilíbrio financeiro (PEF): é formado pelos custos e pelas despesas fixas totais – CDF, deduzidos das despesas não desembolsáveis – DND (depreciação e amortização), dividindo-os pela margem de contribuição unitária - MC, ou seja: PEF = CDF - DND / MC/unit. PEF (valor) = PV x unidades encontradas no PEF 10c. A margem de contribuição (MC) representa a diferença entre o preço de venda unitário do produto (PV) e os custos e despesas variáveis (CDV) unitárias também ocorridas sobre esse produto, não sendo considerada a parte fixa dos mesmos, ou seja: MC = PV – CDV. A margem de contribuição (MS) representa o quanto um determinado volume de vendas, em unidades ou em valor, pode ser reduzido sem que a empresa passe a operar com prejuízo, ou seja, apresenta o excedente de produção acima do ponto de equilíbrio contábil (PEC). Fórmula: MS (unidades) – LL / MC unitária e MS (valor) = VT – PEC. O grau de alavancagem operacional (GAO) indica o crescimento do lucro em

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relação ao crescimento do volume, ou seja, verifica a alavancagem obtida através da análise do aumento do lucro de ano para outro em relação ao aumento da receita ocorrida de um ano para o outro. Fórmula: GAO =1 – LL2 / LL1 / 1- Rec 2/ Rec 1 10d. a) MC: PV – CDV

MC: 170 – (50 + 20) = 100/unidade.

b) PEC: CDF / MC unit.PEC: (250.000 + 100.000) /100 = 3.500 unidades. PEC em valor: 3.500 x 170 = R$595.000,00 Provando-se os resultados:

Receita: 3.500 um. x 170 =595.000 (-) CDV:3.500 x 70

= (245.000)

= MC

= 350.000

(-) CDF

= (350.000)

= Resultado

=0

c) PEE: CDF + CO / MC unit.PEE: 350.000 + (150.000 x 10% /100 = 3.650 unidades. PEC em valor: 3.650 x 170 = R$620.500,00 Provando-se os resultados:

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Receita: 3.650 um. x 170 =620.500 (-) CDV: 3.650 x 70

= (255.500)

= MC

= 365.000

(-) CDF

= (350.000)

(-) CO

= (15.000)

= Resultado

=0

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d) PEF: CDF + DND / MC unit. dades.

PEE: 350.000 – 20.000 / 100 = 3.300 uni-

PEC em valor: 3.300 x 170 = R$456.000,00 Provando-se os resultados:

Receita: 3.300 um. x 170 =561.000 (-) CDV: 3.300 x 70

= (231.000)

= MC

= 330.000

(-) CDF

= (350.000)

+ DND

= 20.000

= Resultado

=0

e) Elaborando a DRE para encontrar o lucro com 6.000 unidades produzidas. Receita: 4.000 um. x 170 = 680.000

MS:LL / MC unit

(-) CDV: 4.000 x 70

= (280.000)

= MC

= 400.000

(-) CDF

= (350.000)

= Resultado (LL1)

= 50.000

MS: 50.000 / 100 = 500 unidades (acima do PEC).

MS em valor: 500 x 170 = R$85.000,00 (resultado acima do PEC) Provando-se os resultados: ao PEC)

Receita: 680.000 – 85.000 = 595.000 (igual

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f) Elaborando a DRE com acrĂŠscimo de 40% nas unidades produzidas. Receita: 4.600 un. x 170 =782.000 (-) CDV: 4.600 x 70

= (322.000)

= MC

= 460.000

(-) CDF

= (350.000)

= Resultado (LL2)

= 110.000

GAO: LL2/LL1 -1 / Rec 2/Rec 1 -1GAO: 110.000 -1 = 2,20 -1 = 1,20 = 8 50.000 0,15 vezes. 782.000 -1 = 1,15 -1 680.000

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Currículo do Professor-autor Edilson Bacinello É graduado em Contabilidade pela Universidade Federal de Rondônia (Unir) e pós-graduado em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Federal de Rondônia (Unir) e em Controladoria pela Faculdade de Educação de Jaru (Unicentro), Mestre em Administração pela Universidade Federal de Rondônia (Unir), atuou como professor/coordenador do curso de Ciências Contábeis na Faculdade de Educação de Porto Velho(Unipec) e como professor/coordenador adjunto na Faculdade Interamericana de Rondônia (Uniron). Atualmente, é professor na Faculdade de Educação de Jaru (Unicentro) e no Instituto João Neórico (Faro). Atua também como consultor de empresas, auditor externo e perito contábil.

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