OLHAR. Revista Tecnologia e Educação

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nº1 - 2019.2

OlH@r

Revista Tecnologia & Educação

EU, CORPO NEGRO EM FOCO RIMA? O QUE É ISSO? APRENDA A ACESSAR!

É QUESTÃO DE PERMANÊNCIA



SUMÁRIO Fonte: CEDIM

Editorial ___________________________________________________ 4

Conceituando: Cultura Digital _________________________ 5

Cibercultura para Pierre Lévy __________________ 6

Outros conceitos __________________________________ 7

Eu, corpo negro em foco ________________________________ 9 ○

Ensaio fotográfico: técnicas e sujeitos _______ 10

Do ponto de vista educacional ________________ 11

É questão de permanência _____________________ 12

RIMA? O que é isso? ____________________________________ 24 ○

Através do CEDIM _______________________________ 25

Tutorial ___________________________________________ 25

Avaliação da disciplina ________________________________ 26

Referências ______________________________________________ 27



EDITORIAL

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CULTURA DIGITAL

CONCEITUANDO 5


CIBERCULTURA para Pierre Lévy

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OUTROS CONCEITOS INTELIGÊNCIA COLETIVA Segundo Lévy, é a possibilidade ampla de compartilhamento de conteúdos que estão a nossas disposição, sendo acrescentado e/ou agregados de novos conteúdos à todo momento. Ou seja, é o partilhamento da memória, da percepção e da imaginação resultando na aprendizagem coletiva e na troca de conhecimentos. Inteligência coletiva é toda forma de pensar e compartilhar seus conhecimentos por meio de recursos mecânicos como a internet.

NUVEM É um espaço de armazenamento online de dados disponíveis em um sistema virtual ao qual os usuário tem acesso, sem que este consuma a memória RAM do computador, como o MEGA e o Google Drive.

APRENDIZAGEM COLABORATIVA É uma metodologia de ensino que se propõe a estimular os alunos à trabalharem em equipe visando um objetivo e partindo da valorização do conhecimento prévio dos mesmos, e a possibilidade de construção de saberes coletivos. É uma maneira de tornar o aprendizado envolvente e significativo, com a participação dos alunos e professores no processo de ensino aprendizagem. Inúmeras são ferramentas muito utilizadas nesta metodologia.

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TEMOS MUITO O QUE CONTAR



EU, CORPO NEGRO EM FOCO

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ENSAIO FOTOGRÁFICO Técnicas e sujeitos

10


Do ponto de vista educacional

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É QUESTÃO DE PERMANÊNCIA

Permanência é questão fundamental para muitos estudantes negres e cotistas, como eu. Ela nos atravessa a todo tempo, dentro e fora da Universidade. Porém, parece que sua importância não é reconhecida quando ela só é discutida entre os que necessitam dela, passando despercebida em outros espaços. Por exemplo, o que foi feito anteriormente por movimentos negros e sociais, para que muitos alunos possam estar cursando o ensino superior hoje, não se faz presente nos currículos dos graduandes da UFRRJ-IM. Que formação é possível ter sem pensar nas nossas próprias questões? Foi através desse questionamento que produzi o ensaio seguinte, na esperança de que a partir dele possamos reconhecer os silêncios sobre as dificuldades e satisfações de uma parcela dos graduandes negres e cotistas da Universidade. Junto das imagens terão alguns depoimentos sobre ser negre, acadêmicos, empreendedores, periféricos e outros atravessamentos destes que compartilham comigo os espaços de convivência, resistência e acolhimento.

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Jackson Fagundes. 9º Período de História.

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SIGA A FEMEH NO INSTA!!


“Ser uma mulher negra empreendedora, pra mim, é mais uma forma de resistência a um sistema que me obriga a lutar com unhas e dentes duas vezes mais que outras pessoas para alcançar os mesmo objetivos.” Ana Beatriz Lopes, 4º período de História. “Eu iniciei esse negócio para complementar a minha bolsa de iniciação científica e tomei gosto, porque mesmo sendo cansativo, quando sento para enrolar os docinhos, é quase terapêutico. É o momento que tiro pra pensar em tudo. [...] ser empreendedora e mulher preta é a maior das minhas reflexões ao enrolar, ter a sensação e conhecimento de se minha cor fosse outra provavelmente eu teria outras oportunidades, como ser aceita em entrevista de emprego que me descartam com a escancarada preferência racial.”

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“Ser empreendedora e universitária não é uma tarefa fácil, ainda mais porque trabalho com um produto feito por mim. Abdicar de horas de sono e estudo, virar a noite enrolando docinhos é exaustivo. Fazer ao final da semana o caixa e pesquisa de preços para mais material, atendendo ao custo-benefício, e ainda relacionar isso com minha vida acadêmica e social inclui muita dedicação.”


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“Odeio quando alguém fala: ‘Nossa, você fica aqui o dia todo sem fazer nada, né?’ Me mata ouvir isso, eu estou trabalhando nesse lugar! [...] Eu fiquei conhecido como ‘docinho’. Aliás, quer doce?“

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“Ser mulher negra é ser resistência, luta, correria, principalmente aqui dentro da universidade.” Beatriz Guimarães, 4º período de História. “Se manter nela não é algo fácil, a todo tempo somos desestimuladas a permanecer aqui, seja por pessoas ou até mesmo pelos corres do dia dia. A pressão que é fazer parte desse mundo acadêmico é muito grande, várias vezes já me questionei se esse realmente era o meu lugar. Mas com o tempo pude perceber que apesar das dificuldades, meu lugar é esse sim e pode ser qualquer outro que eu queira estar.”

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“Sem dúvida, um dos motivos que me estimulam, que me salvam aqui dentro, são as pessoas que eu encontrei e as grandes amizades que eu pude fazer.”


“A vivência na faculdade me fez reconhecer lutas que eu não percebia que também eram minhas, literalmente consciência de classe.” Letícia Soares, 1º período de História. “Para mim sempre foi normal ser negra, mulher e LGBT+. Não reconhecia meu privilégio de ser de ‘classe média’ e ter acesso à coisas que muitas pessoas não tinham, e uma ‘tolerância’ diferente. Ao ingressar na Universidade acabei por conhecer realidades diferentes da minha. A vivência na faculdade me fez reconhecer lutas que eu não percebia que também eram minhas, literalmente consciência de classe.”

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RIMA? O QUE É ISSO?

Pouquíssimas pessoas sabem da existência do Repositório Institucional do Instituto Multidisciplinar. Mais conhecido como RIMA, é uma plataforma digital composta por comunidades e coleções sobre os mais diversos assuntos, sendo os próprios graduandos (bolsistas de projetos de iniciação científica) os responsáveis por alimentar boa parte do repositório. Através dele é possível acessar não só as monografias dos diversos cursos da UFRRJ, bem como o acervo produzido pelo Centro de Documentação e Imagem, bastante variado e que visa atender um público amplo. O objetivo aqui é apresentar o RIMA e os meios de acessá-lo a partir de uma linguagem comum e prática, que é a de audiovisual. A linguagem audiovisual, assim como outras linguagens, objetiva comunicar algo a partir de sua especificidade, que é a conjugação de outras três linguagens (verbal, sonora e visual), possibilitando uma transmissão completa. Essa linguagem é tão comum que a maioria das pessoas estão imersas no mundo das imagens e do audiovisual, fazendo inúmeras leitura a partir do cinema, vídeos, TV, da Web ou até mesmo do teatro. Para saber mais, acesse o link: um pouco mais sobre as unidades básicas da linguagem audiovisual. Do ponto de vista educacional, professores como Mary Scolfield e Ronaldo Bispo, em entrevista no Canal TV Escola Viva, falam da importância de incluir o audiovisual nas práticas pedagógicas como instrumento para se ter resultados mais significativos, como um estímulo para realizar leituras críticas que levem em consideração não só os aspectos estéticos, mas também socioculturais e históricos.

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“Sem o Centro de Documentação e Imagem o Repositório Institucional não seria possível.” Criado para sistematizar, preservar e disponibilizar documentação sonora, visual e iconográfica, o CEDIM tornou-se um espaço de pesquisa para alunos de graduação e pós-graduação da instituição, bem como para o público em geral. O CEDIM tem por objetivo colher documentos e entrevistas, preferencialmente digitalizados, a fim de reunir fontes sobre variados temas e períodos da história, que interesse às diversas áreas de pesquisa, ensino e extensão do instituto. A abrangência teórica e de interesse do CEDIM é ampla, ainda que, pela própria localização, as problemáticas relacionadas à Baixada Fluminense ganhem relevância. A maior parte dessa documentação encontra-se disponível online no Repositório Institucional (RIMA), para que a comunidade acadêmica tenha acesso livre, de forma cômoda e prática, assim como toda a comunidade ao redor da instituição.

TUTORIAL rápido e prático para mostrar como acessar o RIMA de qualquer lugar. Veja! 25


AVALIAÇÃO 27

A disciplina Tecnologia e Educação cumpriu com seu objetivo de oferecer atividades de estudos mais conceituais e atividades prática sobre as tecnologias e informação e comunicação. Estudamos conceitos da cultura digital, conhecemos algumas características da era da informática, aprendemos a lidar com algumas das múltiplas linguagens da cultura digital como fotografia e vídeo, bem como a produzi-los em uma linguagem multimídia através de hiperlinks. E, por fim, aprendemos também a publicar materiais educativos, como essa revista, para compartilhamento na internet. No início, pensei que seria uma tarefa muito complicada para um curto semestre, principalmente por ser de outro curso e pensar que isso poderia dificultar o acompanhamento das aulas de alguma forma. Mas o apoio dos colegas e professores, além dos métodos super simples e comuns, inseridos no cotidiano da maioria dos alunos, foi essencial para que o concluísse com bastante satisfação. Pretendo levar adiante todo o conhecimento construído coletivamente e, se possível, replicar esse material em muitos espaços, como estímulo para produção de outros com novas temáticas. Todos os assuntos e ferramentas presentes nessa edição atravessam a mim e a tantos outros graduandos com bastante frequência. Apesar de toda a complexidade que essas temáticas possuem, é de extrema importância abordá-las de todas as formas e meios possíveis, pois a compreensão e resolução de problemáticas comuns só são possíveis através de discussão e conscientização coletiva. Da mesma forma que essa disciplina foi de extrema importância e utilidade para mim. acredito na necessidade dela para a formação de muitos outros graduandos em licenciatura que precisam pensar Educação integrada com Tecnologia e Inovação.


REFERÊNCIAS

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Ideologias sĂŁo como lentes que nos ajudam a enxergar o mundo. Por isso, mantenha suas lentes sempre limpas.


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