Capítulo 10
O projeto portal do empreendedorismo
■ Fábula: O caçador e o urso (adaptada)
Atão era pastor. Nascido numa pitoresca aldeia de montanha no interior de Portugal, Atão cuidava o rebanho que sustentava a sua família, num total de 36 ovelhas, e não tinha mãos a medir – ocupado em procurar pastos mais verdes e fartos, estava constantemente a sondar o território circundante para alimentar o sustento de sua família, e bons pastos não eram fáceis de encontrar. No entanto, a falta de verde para pastar não era a sua maior preocupação. Após um inverno rigoroso ter fustigado a região, raposas, alcateias de lobos e outros predadores de porte estavam a ameaçar toda a vida na aldeia. «Já não se vêm veados ou bichos como antigamente» dizia-se, e Atão concordava, pois tinha-se tornado raro ver animais imponentes ou até outros mais pequenos que serviam de caça aos predadores da região. Preocupado, Atão pensava «se não há caça e têm fome, ficam atrevidos. Vêm atrás das minhas ovelhas e com um animal desses não há cajado que o valha!». De facto, corria o rumor que em terras vizinhas tinha havido um caso de ataque de um urso a um rebanho, e o pastor pouco conseguiu fazer além de ter ido buscar ajuda. Regressando com ajuda, já tinham desaparecido 5 ovelhas de uma só vez. «Deus me valha se perco mais ovelhas não sei como vamos fazer no próximo inverno!» pensava Atão. Desde o fim do inverno, e ainda que tivesse conseguido afugentar várias investidas dos lobos, já tinha perdido 5 crias e 2 ovelhas.
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«O que esta aldeia precisa é alguém que faça frente a estes animais, é preciso que alguém os cace!» dizia-se na taberna da aldeia. Mas esta região era conhecida por bons pastores e não caçadores, tal necessidade nunca tinha surgido e ir contra a tradição de seguir o que a família sempre fez, não se podia. Entre um copo de vinho e outro a solução não passava ao ato, e ficava-se pela conversa de taberna. Desta feita, Atão resolveu tornar-se caçador. A notícia foi recebida com muito desagrado pela aldeia e pior, pela sua família. Quebrar a tradição era um mau sinal, e uma grande falta de respeito para os seus antepassados pastores, pior desonra não havia. Caiu o Carmo e a Trindade em casa de Atão, mulheres choravam e as refeições eram acompanhadas de vinho e discussão, mas nem os conselhos de seu pai, outrora sábios, o fizeram mudar de ideia. «Vou ser caçador, nem que a aldeia inteira me venha berrar à porta!». Dia seguinte Antão o rebanho ao cuidado de seu pai e foi a terra vizinha buscar o equipamento que precisava. «Arranje-me a espingarda mais em conta!», disse quando chegou à loja. Regateou até onde podia, negociando com a consciência pesada aos ombros por estar a gastar as economias da família. Uma espingarda ferrugenta e uma caixa de munições meio cheia foi tudo o que conseguiu. Regressado à sua aldeia, Atão dirigiu-se à única loja de peles que havia e foi negociar, desta feita o que lhe iriam dar pela caça dos animais. «Basta uma pele de urso e já amortizo o que paguei pela espingarda e as munições? Como é que não me lembrei disto mais cedo?» concluía. Entre «nem pensar» e «nada feito», Atão lá conseguiu chegar a um acordo – receberia o dinheiro da pele em adiantado, mas daria como garantia 5 ovelhas do rebanho caso não conseguisse a pele de urso. Confiante da sua nova competência, Atão não acreditava que algo fosse falhar. Seguindo os conselhos de alguns outros caçadores, Atão começou a perscrutar a região circundante da aldeia por rastos de animais, pegadas, excrementos, arranhadelas nas árvores, esperando encontrar um sinal de um urso. Após alguns dias à procura, e cada vez menos esperançoso, Atão encontrou o que parecia ser uma árvore arranhada. Perto, encontrou uma pegada, e outra, e mais outra. Seguindo-as, Atão foi dar a um pequeno buraco por baixo de uma grande rocha. «Encontrei a toca do bicho!» pensou euforicamente. Correu a casa do comerciante contar-lhe a nova, dizendo-lhe em jeito de troça para esquecer as suas ovelhas, que a pele «já cá canta». «Irei consigo», disse o comerciante intrigado. Afinal não era todos os dias que havia eventos destes numa pequena aldeia de montanha. Chegado ao sítio onde Atão tinha visto a toca, o comerciante combinou subir uma árvore para ficar em segurança e ver de perto o que se iria passar. «Não tenha medo, tenho isto controlado» dizia Atão. Passando as palavras ao ato, o comerciante lá subiu uma árvore próxima e Atão colocou-se
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mesmo em frente à toca do urso em jeito enfatuado, e apontando a arma à toca berrou para chamar o animal. Ao terceiro berro ambos sentiram movimento na toca, e do buraco pequeno esgueirou-se para fora o maior urso que os dois tinham visto. Tomado pelo medo, Atão carregou nervosamente no gatilho. Um estalar sonoro saiu da arma, mas não foi seguido pelo disparo: a arma não só era velha e ferrugenta como não disparava... Em pânico, Atão deixou-se cair para trás e fingiu-se de morto, fechando os olhos e apenas sentindo o pesado movimento do urso na sua direção. Começou a sentir um farejar primeiro nas suas botas, percorrendo o seu corpo e prendendo-se na sua cara, que estava encharcada de suor, e depois no ouvido. Em desespero, Atão levou uma mão ao bolso na esperança de encontrar alguma coisa que o levasse por artes mágicas dali para fora, mas o único que encontrou foram as moedas que sobravam do adiantamento do comerciante pela pele do urso que estava nesse momento a cheirar a sua orelha. E então uns instantes depois, que para Atão pareceram uma eternidade, o urso inesperadamente afastou-se, deixando Atão deitado com arma numa mão e outra no bolso, e o comerciante na árvore. Descendo da árvore, o comerciante dirigiu-se a Atão, que ainda não tinha sequer aberto os olhos «Atão, que foi que te disse o urso ao ouvido?» «Que não se deve prometer a pele do urso antes de o ver morto.» Respondeu Atão. Soltando uma gargalhada, o comerciante disse, «Esta tarde irei a tua casa para ir buscar as minhas ovelhas, conforme o que acordámos.» Nesse dia Atão aprendeu uma importante lição, não se deve prometer o que não temos em mãos e não é nosso para dar. ■ Moral
O caminho para criar uma sociedade empreendedora, à semelhança de Atão dominar a arte da caça, não irá ser fácil. Certamente os desafios vão ser grandes e os percalços vão surgir, não sendo todavia garantido que se aprenda com eles, e esse sim é o grande desafio. Nesta fábula, Atão perdeu 5 ovelhas e aprendeu que não se deve prometer o que não se tem; mas o importante é não focar o que se perdeu e sim o que se ganhou. Certamente, da próxima vez que Atão se aventurar noutra caçada, irá preparar-se com o necessário para o sucesso. Neste caso algo apenas lhe faltou: uma arma que funcionasse. Ajustando a fábula a este livro, um portal de Empreendedorismo deve ser uma «arma» que funcione, deve ser pensado e dimensionado, não deixando nada ao acaso, sob risco de se estar a prometer o que não se tem. A todo o custo devese evitar falhar, justamente quando tão próximo se está do sucesso.
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1. Qual a necessidade de um portal de empreendedorismo? Uma amostragem alargada às iniciativas de Empreendedorismo disponível na Internet, de meados de maio de 2011, revelou que a sociedade portuguesa estava ativa e com grande dinamismo, fazendo frente à difícil situação económica e social. Existiam dezenas de iniciativas com o objetivo de promover a inovação e o Empreendedorismo, dinamizadas por entidades como bancos, universidades e câmaras municipais, entre muitas outras. Umas de âmbito nacional, outras de caráter mais regional ou setorial mas, cada uma dando o seu contributo para ajudar a mudar Portugal. Entre as iniciativas mais mediatizadas encontramse o «Movimento Milénio», promovido em parceria pelo banco Millenniumbcp e pelo semanário Expresso, e o concurso «Realize o Seu Sonho», promovido pela associação «Acredita Portugal». Passados três meses tornou-se evidente que, com a multiplicidade de iniciativas, diversidade de entidades promotoras e dispersão geográfica, seria impossível aos potenciais candidatos a empreendedores e a outros interessados conseguirem manter-se informados, o que limitava significativamente o alcance destes projetos. Conscientes desta realidade, algumas entidades colocavam nos seus portais listas de apontadores para as iniciativas que consideravam mais relevantes e guias para o empreendedor, com o objetivo de funcionarem como autênticos «mapas da mina» para os novos empreendedores. Com o mesmo propósito, cidadãos empenhados nesta causa sentiram também a necessidade de criarem Blogs em que destacavam algumas das iniciativas, com base no seu esforço e disponibilidade pessoais. Apesar de toda a boa vontade, ambas as aproximações pecavam pela fraca sistematização e pela rápida desatualização de alguns dos seus conteúdos. A aprovação da «Estratégia de Lisboa», em março de 2000, tinha colocado como objetivo estratégico a conversão da União Europeia na economia do conhecimento mais competitiva e dinâmica do mundo. Três anos depois, em janeiro de 2003 a Comissão Europeia apresentava o Livro Verde do «Espírito Empresarial na Europa», destinado a lançar o debate sobre a realidade do Empreendedorismo Europeu. Na sequência deste trabalho, nasceu em 2005 um projeto transnacional no espaço SUDOE (Portugal, Espanha e Sul de França) para a identificação, valorização e definição do perfil empreendedor nesta subregião, designado EMPRENDE + INNOVA, e a empresa portuguesa Leadership Business Consulting foi selecionada para elaborar um benchmarking internacional sobre as «políticas públicas de Empreendedorismo no Sul da Europa», cuja implementação ficaria à consideração dos governos do espaço SUDOE.
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Os resultados do estudo foram apresentados no final de 2006, e apontavam para que os governos adotassem uma estratégia de apoio ao desenvolvimento de iniciativas de Empreendedorismo assente nos seguintes quatro eixos de atuação; Eixo 1 – Empreendedorismo para Todos – visando eliminar os obstácu-
los ao desenvolvimento e crescimento das empresas; Eixo 2 – disseminação da cultura empreendedora – visando incutir uma
cultura empreendedora na sociedade civil; Eixo 3 – valorização do Empreendedorismo – visando valorizar as pes-
soas que assumem riscos no desenvolvimento de novos projetos; Eixo 4 – gestão eficiente das iniciativas de Empreendedorismo –
visando a promoção de uma gestão orientada para os resultados das iniciativas desenvolvidas. Cada eixo era composto por um conjunto de prioridades a serem executadas através da implementação de ações e políticas específicas. Pela relação com o tema em abordagem, centre-se a atenção nas prioridades do primeiro eixo, «Empreendedorismo para Todos», que apresenta como grande objetivo a eliminação dos obstáculos ao desenvolvimento e crescimento das empresas (Quadro 3).
Quadro 3. Prioridades no «Empreendedorismo para Todos» (Leadership Business Consulting, 2006) Objetivos
Resultados
EIXO 1 – Empreendedorismo para todos Prioridade 1.1 – Desenvolvimento do modelo de financiamento
Disponibilização de mais instrumentos de financiamento na tentativa de reduzir consideravelmente as barreiras à entrada, no âmbito do empreendedorismo
Aumentar microcréditos; Promover a utilização de venture capital; Aumentar financiamento bancário para empreendedores
Prioridade 1.2 – Consolidação da agilização processual
Capitalização das iniciativas de sucesso existentes na área da agilização.
Maior número de serviços de apoio ao empreendedor com maior nível de eficiência
Prioridade 1.3 – Melhoria da divulgação das iniciativas
Aumento da eficiência e eficácia das iniciativas de divulgação, permitindo ao empreendedor o acesso a informação estruturada, completa e sistematizada
Maior abrangência na divulgação (novos tipos de informação); Acesso mais fácil à informação de apoio
Prioridade 1.4 – Reforço e alargamento das iniciativas existentes
Aumento da capacidade de apoio à atividade empreendedora
Aumento da abrangência das iniciativas existentes (p.e. extensão setorial, cobertura territorial, reforço financeiro, etc.)
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De facto, passados cinco anos sobre a apresentação deste estudo, muito foi feito ao nível dos modelos de financiamento, da agilização processual e do reforço e alargamento das iniciativas. No que se refere à ‘Melhoria da Divulgação das Iniciativas’, o relatório apontava para a necessidade de aumentar a «eficiência e eficácia [...] permitindo ao empreendedor o acesso a informação estruturada, completa e sistematizada» (Leadership Business Consulting, 2006); no entanto, ao observar-se a realidade atual referida no início deste capítulo, conclui-se que ainda existe um longo caminho a percorrer. A este nível, uma plataforma como o «Portal do Empreendedorismo» poderá fazer toda a diferença.
2. Estratégia e visão do portal Recorde-se o relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2010), que refere, na introdução, que a prosperidade das economias depende largamente do seu setor empreendedor, sendo que o rápido crescimento do Empreendedorismo contribui decisivamente para a geração de novos empregos e para melhorar a competitividade das nações. A maximização do potencial empreendedor dos portugueses surge, assim, como um fator crítico para o seu futuro enquanto povo e nação, mas tal só será conseguido se o vasto número de entidades promotoras de iniciativas atingir eficazmente o seu público-alvo. É essencialmente com este propósito que surge o «Portal do Empreendedorismo», querendo posicionar-se como a plataforma de referência para todos os envolvidos neste ecossistema, quer sejam entidades promotoras de iniciativas, investidores, empreendedores ou público em geral. Pretende-se que seja uma plataforma equidistante de todos os intervenientes, mas ao mesmo tempo próxima de todos eles, permitindo agregar de forma exaustiva toda a informação relacionada com Empreendedorismo em Portugal. Acima de tudo, pretende-se que esta plataforma se torne num importante catalisador do espírito empreendedor português.
3. Que informação disponibilizar? O objetivo principal da plataforma consiste em consolidar e estruturar a informação sobre todo o ecossistema do Empreendedorismo português, de uma forma inovadora e acessível para os utilizadores. No seguinte quadro, apresentase a proposta de sistematização da informação a disponibilizar.
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Quadro 4. Organização da informação no portal do Empreendedorismo (Análise dos Autores) a) Promotores Entidades que promovem iniciativas na área do empreendedorismo exceto investidores e instituições de ensino.
• Agências, associações, confederações, fundações, privados, públicos...
• Tipo/setor de atividade, âmbito geográfico...
Exemplos; ANJE, Associação Acredita Portugal, IFDEP, Fundação Talento, Movimento Milénio, etc. b) Investidores Entidades ligadas ao financiamento de iniciativas de Empreendedorismo.
• Angel funding, capital de risco, centros de empresa e inovação, crédito bancário, crowd funding, garantia mútua, incentivos, incubadoras, microcrédito, parques de ciência e tecnologia, serviços de consultoria, venture capital...
• Tipo/setor de atividade, âmbito geográfico... Exemplos; InovCapital, Programa Finicia, Norgarante, Gesventure, Associação Nacional de Direito ao Crédito, etc. c) Ensino Entidades de ensino que desenvolvem atividades de formação na área do empreendedorismo.
• Básico, politécnico, secundário, superior, associações...
• Tipo/setor de atividade, âmbito geográfico... Exemplos; Católica-LISBON PAEGI, Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores, Gesentrepreneur, IES-Instituto de Empreendedorismo Social, ISCTE – IUL Business School, Projeto Empreendu, Universidade de Coimbra CEBT, etc.
d) Calendário de eventos Destaque dos eventos promovidos pelas várias entidades.
• Concursos, conferências, eventos virtuais (online), feiras, roadshows, seminários, workshops...
• Tipo/setor de atividade, âmbito geográfico... Exemplos; Concurso de Empreendedorismo do ISCTE e MIT Portugal, Concurso Nacional de Inovação BES, Semana Nacional de Business Angels, Semana Global do Empreendedorismo, Ignite Portugal, etc. e) Casos de sucesso Divulgação de casos de organizações exemplares que possam inspirar os futuros empreendedores.
• Setor de atividade... • Âmbito geográfico...
Exemplos; Number Five, Critical Software, Ydreams, Salsa Jeans, Science4you, Medbone, etc.
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f) Artigos de divulgação
• Divulgação de informação especializada em Empreendedorismo e inovação, nacional e internacional. Espaço para artigos de opinião e científicos.
• Os artigos originais são escritos por autores
• Livros, revistas, vídeos... • Artigos científicos, artigos de opinião, artigos originais...
• Tipo/setor de atividade...
convidados. Exemplos; Edições Sílabo livro ‘Ser Empreendedor’, Escolar Editora livro ‘Empreendedorismo e Inovação’, etc. g) Internacional Divulgação de entidades e iniciativas internacionais.
• Casos de sucesso, ensino, eventos, investidores, promotores...
• Tipo/setor de atividade, âmbito geográfico... Exemplos; Harvard Business School, MIT Sloan School of Management, Stanford Graduate School of Business, TED, etc.
h) Como empreender? Espaço dedicado a ajudar os potenciais candidatos a empreendedores no seu percurso.
• Testes de autoavaliação, guia do empreendedor...
i) Fórum de discussão
• Área dedicada à ‘voz do cliente’. Espaço para
• Fórum de discussão, Inquéritos de opinião...
o debate de opiniões de empreendedores e cidadãos em geral.
• Realização de inquéritos de opinião.
4. Propostas de ação Das várias abordagens discutidas no âmbito do grupo de trabalho, a preferência pela empresarialização do conceito foi consensual. É um projeto que existirá para promover o Empreendedorismo português e que terá de viver dessa mesma atividade. Neste contexto, a elaboração do plano de negócios assume um papel primordial. O projeto «Portal do Empreendedorismo» tornar-se-á uma realidade pela concretização do seguinte conjunto de atividades.
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Quadro 5. Proposta de ações para o projeto Portal do Empreendedorismo (Análise dos Autores) 1. Conceção do plano de negócios
• Criação da Start-up ‘Portal do Empreendedorismo’ pois o «...Empreendedorismo tem um segredo: fazê-lo!» (Prof.ª Virgínia Trigo, 2008). 2. Desenho e desenvolvimento da plataforma tecnológica
• Desenvolvimento da plataforma tecnológica fortemente integrada com as principais redes sociais. 3. Criação de conteúdos
• Criação de base de dados com as entidades envolvidas no empreendedorismo em Portugal; promotoras, investimento e ensino.
• Criação de base de dados de eventos. • Criação de base de dados de casos de sucesso. • Criação de base de dados de livros, revistas e artigos. • Criação de base de dados de contactos para ações de marketing direto. 4. Divulgação e lançamento
• Divulgação do projeto junto dos promotores de iniciativas de empreendedorismo, instituições de ensino, investidores, empresários e restante comunidade. 5. Avaliação
• Monitorização de Indicadores Chave de Desempenho para avaliação do sucesso do projeto. 6. Evolução do conceito
• Atualização contínua de conteúdos. • Investigação de oportunidades de evolução para o projeto.
5. Conclusão Em conclusão, e tendo em conta o acima descrito e a fábula antes apresentada, é importante «atacar» o problema com que a sociedade se depara de uma forma real e objetiva, não fazendo como o caçador, que prometeu mais do que conseguiu entregar. O problema apresenta-se de uma forma simples: existe a necessidade de um portal na Internet onde todos os interessados nos temas do Empreendedorismo possam, de forma rápida e clara, aceder a informação relevante, atualizada e oportuna num único lugar.
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Atualmente, a dispersão da informação e o facto de a mesma se encontrar muitas vezes desatualizada dificultam a vida dos empreendedores, que querem iniciar um projeto ou que, já tendo iniciado o mesmo, continuam a precisar de informação e de apoio. A solução encontrada deverá ter em conta a moral da fábula apresentada: Não se deve prometer o que não se tem em mãos e que não é nosso para dar. Em suma, não faz sentido apresentar uma proposta de resposta ao problema que não seja possível de implementar, ou que dependa inteiramente de outros para a sua concretização. Se se analisar a proposta de plataforma de Internet que é apresentada acima, pode verificar-se que se trata de um projeto com relativa facilidade de implementação, desde que se tenham disponíveis os recursos certos e necessários. Ao relembrar a fábula, mais uma vez, uma das coisas que falhou na implementação do plano do caçador foi o facto de este não ter os recursos certos ao seu dispor. A espingarda velha que não disparava foi, claramente, um entrave ao sucesso do seu plano. No caso da plataforma em questão, os recursos necessários à sua implementação passariam por: uma pequena equipa de pessoas, com vontade e disponibilidade para
apostar de forma sincera num projeto que pode vir a dar um contributo muito positivo à sociedade portuguesa, num momento de grande necessidade; capacidade de trabalho, de execução e de cumprimento de metas por
parte da equipa envolvida no projeto, para que o plano de ações proposto consiga ser cumprido dentro dos prazos que venham a ser definidos; abertura por parte de todas as instituições com iniciativas no âmbito do
Empreendedorismo para colaborarem, através de parcerias, com a equipa que estiver à frente do projeto. (essa colaboração passaria pela disponibilização de informações, de conteúdos, de bases de dados, entre outros); disponibilidade de um conjunto de académicos e empreendedores para
participar no projeto através da escrita, ou partilha, de artigos de opinião e de artigos científicos originais. De todos os recursos necessários acima indicados, o mais importante e que corresponde à espingarda da fábula apresentada é o primeiro – a equipa de pessoas –, sem a qual todo este projeto não poderá avançar. Com a equipa certa não se correrá o risco de se prometer mais do que se pode entregar. Há que matar este «urso»!
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■ Referências Bibliográficas
Leadership Business Consulting, (2006), http://www.leadership-agenda.com/index.php? id=49&nm=1&lang=1, acedido em 15-08-2011. Sociedade Portuguesa de Inovaçâo, (2010), The Global Entrepreneurship Monitor, GEM 2010 Global Report. ■ Bibliografia
KELLEY, D. (2011), Global Entrepreneurship Monitor – 2010 Global Report, Babson Estados Unidos da América. Comissão Europeia (2003), Livro Verde Espírito Empresarial na Europa, Bruxelas. Conselho Europeu de Lisboa (23 e 24 de março de 2000), Conclusões da Presidência. http://www.europarl.europa.eu/summits/lis1_pt.htm, acedido em 10-08-2011.