Lagoa Informa nº126 - 30_04_2020

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Quinta-feira, 30.04.2020 | € 1,00

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Quinzenário | Ano V | Nº 126 | Diretor: Rui Pires Santos

Gilberto Duarte em França

COVID-19

“Só saio para ir às compras”

Luís Encarnação

“Vamos apoiar a economia local”

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Presidente da Câmara enaltece postura responsável da população, garante proteção social com uma verba de 1,3 milhões de euros e assegura auxílio às empresas. P6

CULTURA Eventos cancelados. FATACIL em risco P3 TRILHOS Sete Vales Suspensos em projeto europeu P24

Incerteza e crise abalam empresários

Máscaras comunitárias serão distribuídas em maio

300 tablets entregues a alunos das escolas

Lares do concelho com testes negativos

Lagoa com 10 casos positivos, cinco estão ativos

Autarquia auxilia artistas com concertos online

PSD diz estar a ajudar na luta contra a pandemia Partido ‘chumbou’ contas de 2019 e absteve-se na revisão orçamental. Mário Vieira, presidente da concelhia e vereador na Câmara, afirma que social-democratas estão a apresentar propostas ao executivo para fazer face à COVID-19.

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ENSINO Projetos educativos tornam-se virtuais P4 CIDADANIA Câmara cria nova plataforma digital P24

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// Página Dois D.R.

ARTISTAS DE LAGOA DIRETOR: Rui Pires Santos REDAÇÃO: Ana Sofia Varela COLABORADORES: Jorge Eusébio, Mónica Pontes PAGINAÇÃO: Vanessa Correia FOTOGRAFIA: Eduardo Jacinto, Kátia Viola DEPART. COMERCIAL: Hélder Marques . 914 935 351 PROPRIEDADE E EDITOR: PressRoma, Edição de Publicações Periódicas, Unip. Lda. – Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto, 8400-417 Lagoa CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Rui Pires Santos NIF: 508 134 595 Nº REGISTO ERC: 126668 DEPÓSITO LEGAL Nº: 94540/15 SEDE DE REDAÇÃO: Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto., 8400-417 Lagoa EMAIL: lagoainforma@gmail.com Telf: 282 381 546 | 967 823 648 IMPRESSÃO: LUSOIBÉRIA Av. da República, nº 6, 1.º Esq. 1050-191 Lisboa TIRAGEM: 1.500 exemplares PERIODICIDADE: Quinzenal ESTATUTO EDITORIAL: http://algarvevivo.pt/sobre-nos/

CONTINUAM NO ATIVO A Câmara Municipal de Lagoa decidiu que auxiliará os artistas locais, durante a pandemia da COVID-19, com a transmissão de concertos nas redes sociais. Os artistas gravam o espetáculo no Auditório e são pagos como se este tivesse sido ao vivo. A medida começou no dia 19 de abril, com as celebrações de elevação de Lagoa a cidade, em que atou Ricardo Sousa, e repetiu-se no 25 de Abril, com Luana Velasquez e US2, composto por João Ricardo e João Vieira, e pelas leituras de Abril com Napoleão Mira. Foi a forma que encontrada para auxiliar estes artistas que ficaram sem palco para atuar.

EXCESSO DE CONFIANÇA NÃO É BOM PRENÚNCIO Os últimos dias têm sido marcados por uma maior atividade nas ruas do concelho e por mais pessoas a circular. O excesso de confiança e o descuido pode levar a que uma nova onda de COVID-19 seja despoletada, quando a situação estabilizou. O uso da máscara não pode levar a que a população se desproteja ao não realizar o afastamento social recomendado quando é necessário sair de casa, para ir, por exemplo, ao supermercado. A proteção facial é importante, mas, dizem os especialistas, o distanciamento social e a lavagem das mãos são-no ainda mais.

Desporto em casa

Autarquia propõe sessões de atividade física Ginástica localizada, infantil ou sénior, ‘HIIT’, aeróbica, yoga, zumba, dicas de treino para atletas ou escolhas de alimentação e de atividade física são as componentes de um plano online que está a decorrer em Lagoa para a prática desportiva, durante a pandemia da COVID-19. Na programação disponibilizada para esta quinta-feira, dia 30 de abril, constam as dicas de treino às 10h30, e a sessão de ‘combat’, às 17h00. Na segunda-feira, dia 4 de maio, haverá apenas uma sessão às 17h00 de circuito, enquanto no dia seguinte há dicas de treino às 10h30. Já na quarta-feira, dia 6, às 10h30, há ginástica sénior e, às 17h00, yoga. As dicas GAPAAF decorrem na quinta-feira, às 10h30, regressando o programa no dia seguinte, às 17h00 com zumba. Estes desafios ficam disponíveis em vídeo na rede social ‘facebook’ ou no canal de ‘youtube’ do Município de Lagoa. São conduzidos por professores especializados em cada uma das disciplinas propostas. As indicações úteis do Gabinete de Aconselhamento para a Alimentação e Atividade física (GAPAAF) são publicadas na página de ‘facebook’ do Município de Lagoa em formato escrito, diferenciado das aulas em vídeo. PUB


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Abertura //

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COVID-19 APENAS A FATACIL SE MANTÉM NO CALENDÁRIO

Autarquia cancela Noite Black & White e restantes eventos âncora Lagoa Wine Show e Mercado de Culturas à Luz das Velas também estão na lista e só regressam em 2021. CM LAGOA

Rui

Pires Santos

A

Câmara de Lagoa cancelou todos os grandes eventos agendados para os meses de junho e julho. O executivo liderado por Luís Encarnação anunciou, a 17 de abril, que a noite Black & White, agendada para 20 de junho, bem como todos os eventos âncora que seriam promovidos pelo município este Verão, não terão lugar devido à pandemia da COVID-19. Assim, Lagoa Jazz, Lagoa Wine Show, Mercado de Culturas à Luz das Velas e Mostra do Doce Conventual não se irão realizar este ano, regressando só em 2021. Fora da lista de cancelamentos fica, para já, a FATACIL, marcada para 21 a 30 de agosto, ficando dependente da evolução da pandemia e das diretrizes das autoridades sanitárias nas próximas semanas.

Ao Lagoa Informa, Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal, confirmou estes cancelamentos e a vontade de organizar a feira. "Estão cancelados todos os eventos âncora promovidos pelo Município de Lagoa, exceto a FATACIL devido à pandemia da COVID-19. Todos já têm data marcada e regressam em 2021, se tudo correr como esperamos. De resto, a organização da FATACIL continua a decorrer normalmente. A única alteração é que nos procedimentos contratuais realizados incluímos uma cláusula COVID-19, que desonera o município se, porventura, o evento não se realizar por causa da pandemia”, explicou.

Agosto sem grandes eventos? Segundo apurou o Lagoa Informa, a realização dos grandes eventos no Algarve pode estar em risco. Nesse sentido, há um princí-

Eventos de junho e julho foram cancelados e FATACIL pode estar em risco pio de acordo entre os municípios de Lagoa, Portimão, Silves e Olhão para o cancelamento total dos eventos ou realização na integra de todos. Ou seja, FATACIL, Festival

da Sardinha, Feira Medieval e Festival de Marisco, agendados para agosto, terão uma decisão conjunta das autarquias quanto à sua realização ou não, estando dependente essa escolha do cenário

que se estiver a viver em junho e julho, bem como das indicações que vierem a ser transmitidas pela Direção Geral de Saúde. Para já, a intenção das Câmaras Municipais é que todos tenham lugar. PUB

Nas IPSS, Bombeiros e GNR

Câmara entregou materiais de proteção O Município de Lagoa forneceu, gratuitamente, equipamentos de Proteção Individual às Uniões e Juntas de Freguesia, aos Bombeiros Voluntários de Lagoa, Guarda Nacional Republicana (Lagoa e Carvoeiro) e a Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho. Foi a 16 de abril que uma comitiva da autarquia entregou, durante a manhã, luvas, máscaras, viseiras e outros materiais de proteção contra a COVID-19. Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo, Santa Casa da Misericórdia de Estômbar, Centro Popular de Lagoa, Centro de Apoio Social de Porches foram as IPSS contempladas. Em comunicado enviado às redações, a autarquia refere ainda que, por uma questão de solidariedade, foram doadas 40 viseiras e três litros de gel desinfetante ao estabelecimento prisional de Silves. No total, foram disponibilizados 4250 materiais, entre luvas, proteções de pés, óculos, viseiras,

CM LAGOA

Comitiva distribuiu equipamentos de proteção a entidades do concelho toucas, batas e fatos de proteção, que representaram um custo de cerca de 15 mil euros para a Câmara de Lagoa. A iniciativa permitiu ainda ao presidente da Câmara Municipal,

Luís Encarnação, apurar de perto quais as condições de funcionamento e as necessidades das IPSS, Bombeiros e Forças de Segurança nas suas ações de combate à pandemia.


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// Sociedade

EDUCAÇÃO PROJETOS SÃO MANTIDOS EM FORMATO VIRTUAL ESTANDO ACESSÍVEIS NO SITE

Câmara ajuda comunidade educativa online Apoio aos percursos escolares é uma das medidas que a autarquia implementou para auxiliar crianças, famílias, educadores de infância e docentes.

L

agoa a Ler’, ‘B’Epis’, ‘As terapias vão a casa’, ‘Agarra a Emoção em Casa’, ‘Uma escola feliz é o que se quer, em casa’ com o ‘Portalbullying’, são projetos que estão a funcionar em ambientes virtuais para manter o apoio aos percursos escolares e à comunidade educativa do concelho durante a pandemia da COVID-19. O Programa Municipal do Livro e da Leitura ‘Lagoa a Ler’ disponibiliza no site oficial da Câmara histórias, metodologias e estratégias que têm como objetivo apoiar as crianças, famílias, educadores de infância e docentes de 1º ciclo na promoção da linguagem e da literacia. No mesmo espaço são apresentadas propostas de livros de diversos géneros literários, acompanhados de dicas e estratégias de leitura. Já as sessões dos projetos ‘Brincar com as palavras’ e ‘Crescer a Ler’ são enviadas todas as semanas aos educadores de infância e docentes dos estabelecimentos de ensino do concelho inscritos nestes projetos no ano letivo 2019/2020.

CM LAGOA

O EPIS também já faz parte do quotidiano dos alunos dos 2º e 3º ciclos e secundário do concelho de Lagoa desde o ano letivo 2018/2019. Para continuar a apoiar estes alunos, o município adaptou para online, através do ‘WhatsApp’, ‘Skype’ e ‘Zoom’, as metodologias de intervenção utilizadas em contexto escolar. Assegura, assim, um contacto muito próximo com os alunos, famílias e docentes. Estão a ser disponibilizadas ainda, também na página web do município, vídeos com temas pertinentes para o contexto atual, visando contribuir para a manutenção do equilíbrio pessoal e familiar, assegura a autarquia. ‘As Terapias vão a casa’ é o nome da alternativa online para as sessões de intervenção presenciais de Terapia da Fala e de Neuropsicologia, desenvolvidas com os alunos do pré-escolar e 1º ciclo. Online, as famílias têm acesso a várias estratégias e atividades diárias para realizar todos os dias em casa. Duas vezes por semana, há as ‘Neuro-dicas para fazer em casa’, que contribuem para estimular

algumas funções essenciais ao processo de aprendizagem como a memória, a atenção ou o raciocínio. Ao mesmo tempo, são sugeridas tarefas curtas para promover a consciência fonológica. ‘As terapias vão a casa’ dispõem-se a continuar o apoio individualizado, comunicando com as famílias através do ‘WhatsApp’, email, ‘Skype’ e ‘Zoom’. Já o ‘Portalbullying’ assume-se como uma ferramenta de apoio útil para alunos, famílias, educadores e professores. Recorre ao chat, ao fórum, ao ‘Skype’ e ao ‘Zoom’. A comunicação não violenta, as estratégias para lidar com o stress, ansiedade, medo, são os temas trabalhados nesta plataforma online. Está também disponível o apoio psicológico para os profissionais da educação no concelho de Lagoa, através de sessões individuais por videoconferência e sessões de grupo. A gestão do stress e das emoções neste período de confinamento, são ainda o tema das ‘psica-dicas’ direcionadas para docentes e famílias no âmbito do projeto ‘Agarra a Emo-

Internet permite manter projetos para comunidade escolar ção em Casa’. Os interessados em obter mais informações podem consultar o site da autarquia (https:// www.cm-lagoa.pt/index.php/pt/ servicos-municipais/educacao),

contactar os serviços por email (educacaofelizemcasa@cm-lagoa.pt) ou por telefone (282 380 400 – Geral da Câmara ou 282 101 110 – Gabinete de Educação da autarquia).

lha. Os livros serão disponibilizados num saco de papel, na zona exterior da entrada, cuja porta será aberta para o efeito, pelo funcionário ao serviço, procurando manter o devido afastamento recomendado pelas autoridades

de saúde. As devoluções são feitas no sistema já em funcionamento, à esquerda da porta principal do edifício da Biblioteca Municipal de Lagoa, que está identificado como ‘Devolução de Livros / Book Return’.

Pedido por telefone ou email

Biblioteca mantém empréstimo de livros Apesar de ter encerrado ao público devido ao novo coronavírus a COVID-19, a Biblioteca Municipal de Lagoa mantém o serviço de requisição de livros, CD e DVD. Assim, os leitores podem, nos dias úteis, entre as 10h00 e as

16h00, pedir livros por telefone (282 380 436) ou por email (biblioteca@cm-lagoa.pt), devendo ter uma seleção prévia dos livros escolhidos, num limite máximo de cinco títulos. O catálogo pode ser consultado online (http://caPUB

talogobib.cm-lagoa.pt). No momento do empréstimo, é necessário indicar o número do cartão de leitor da biblioteca ou o nome completo da pessoa que fará o empréstimo, sendo depois agendada o dia e a hora de reco-

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Sociedade //

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VOLUNTARIADO JÁ FORAM DISPONIBILIZADAS CERCA DE 400 MÁSCARAS

SOS Oncológico está a enviar proteções para doentes com cancro São vários os voluntários e as empresas que estão a colaborar com a associação de Lagoa para fazer chegar auxílio a este grupo de risco. LAGOA INFORMA

Ana

Sofia Varela

BREVES

O

SOS Oncológico, sediado em Lagoa, está a enviar máscaras a doentes com cancro residentes em diversos locais. Maria João Santos, responsável pela associação, explicou ao Lagoa Informa que, estão a ser fabricadas “máscaras que, neste momento, só estão a ser disponibilizadas aos doentes oncológicos, quer em Portugal Continental e Ilhas, quer aos que estão emigrados no estrangeiro”. Até meados de abril já tinham sido atribuídas cerca de 400 máscaras reutilizáveis, feitas por voluntários ou cedidas por empresas que estão a colaborar com o SOS Oncológico. A associação tem contactado algumas empresas para dar resposta a este grupo de risco e já contou com o apoio “do Grupo Nabeiro, da empresa Lameirinho Indústria Téxtil, de Guimarães, do Agrupamento de Escolas Poeta António Aleixo, de Portimão, e da Safemask One – Portugal”, enumera Maria João Santos. Chegaram ao SOS máscaras e viseiras que são enviadas de forma gratuita e criteriosa a esta comunidade de doentes oncológicos e cuidadores. “Contactámos uma empresa da região que assegura ter várias máscaras em stock para pedir 15 a 20 unidades, mas responderam-nos que são única e exclusivamente para venda. É triste que se assista a estas situações, mas, de resto, todas as outras empresas que contactámos têm estado a ser solidárias”, elogia. Na semana passada, também a Interfire - Serviço de Segurança & Primeiros Socorros, se juntou a este grupo de entidades solidárias. Há, conforme avança a responsável, um critério para a distribuição destas proteções. “As viseiras enviadas pelo Grupo Nabeiro estão a ser entregues a pessoas com cancro de pulmão. Todo o cancro é mau, independentemente da origem, mas esta proteção está a ser dada apenas a estes

Solidariedade a partir de Lagoa O SOS Oncológico é uma associação de âmbito regional, sem fins lucrativos, sediado em Lagoa, que apoia doentes com cancro e seus familiares, através da disponibilização de ajudas técnicas e informação sobre a evolução da patologia, direitos, benefícios fiscais a que podem recorrer. Apoia também outros doentes que necessitem de cuidados paliativos. Missão e visão A associação promove a integração dos doentes na sociedade e contribui para a melhoria de qualidade de vida destas pessoas. A entidade assume uma postura ativa na construção de uma sociedade inclusiva. Para a concretização desta missão, presta cuidados individualizados de qualidade e combate a exclusão social. Projetos Há três vertentes nos quais a ação do SOS Oncológico se centra, que passam pela inclusão social, a ação e qualidade de vida e o apoio económico. Entre as várias medidas, há a promoção de grupos de ajuda mútua, eventos de convívio, ações de sensibilização, apoio psicológico, atribuição de apoios diretos e pontuais a doentes com carência de recursos financeiros. Como ajudar? A associação não recebe financiamento formal, ainda que conte com alguns parceiros e com o apoio de órgãos autárquicos locais. Conta assim com a generosidade dos associados e com a colaboração de algumas empresas da região. Qualquer pessoa pode ajudar ao se tornar associado ou efetuando um donativo. Os interessados podem consultar mais informação no site (sosoncologico.pt). Maria João Santos apela a ajuda para financiamento do envio doentes e a cuidadores de acamados que já estão em situações mais complicadas”, esclarece. O SOS recebeu ainda viseiras fabricadas pelo Agrupamento de Escolas de Portimão. Uma ajuda que é bem-vinda, pois todos os dias chegam novos pedidos de ajuda, o que dificulta a logística para conseguir dar resposta a todos.

Recomendações Estas máscaras estão a ser enviadas apenas do posto dos CTT de Lagoa e Maria João Santos tem tentado contactar outros grupos que fabricam este material, para poder responder às solicitações. “Quando recebemos as proteções, reencaminhamos para os doentes, que estão identificados pela associação. E quando enviamos as máscaras, estas seguem com instruções de uso e com o alerta de que não são dispositivos médicos”, clarifica. Apenas minimizam o risco de contaminação do

ambiente pela contenção de partículas respiratórias expelidas por tosse ou espirro. Por isso, o SOS alerta que devem ser utilizadas, como complemento, medidas de proteção, fatores higiénicos recomendados e as regras de distanciamento social, fundamentais para controlo da COVID-19, conforme norma da Direção Geral de Saúde (DGS). As máscaras que temos são “laváveis, de algodão. Agora até já estamos a receber umas em que é possível colocar um pequeno filtro. Estávamos a fazer das ‘normais’, mas as que estão a chegar já dá para incorporar um filtro”, afirma.

Ajuda necessária “Até agora temos estado a enviar o material pelo correio, mas precisamos de ajuda. Gostaríamos que os CTT tivessem uma atenção para que a distribuição fosse feita de forma gratuita. Contac-

Guia para doentes oncológicos O SOS Oncológico publicou um guia, para quem vive com cancro, sobre o novo coronavírus, que pode ser consultado na página do facebook da associação. Entre alguns dos conselhos, alerta para que este grupo de risco siga os conselhos do Serviço Nacional de Saúde e da equipa de cuidados de saúde que acompanha cada doente oncológico. “As pessoas com cancro podem estar perante um risco maior de contrair a COVID-19”, por isso o distanciamento social é uma das recomendações essenciais. Acresce ainda o uso de equipamento de proteção individual e o isolamento voluntário. O mesmo documento responde ainda a algumas questões pertinentes para este grupo como as relacionadas com a vulnerabilidade, a forma como o cancro afeta o sistema imunitário, os constrangimentos no acesso a medicamentos, a reação caso sinta sintomas de COVID-19 e a que tipo de ajuda poderá recorrer caso esteja em isolamento voluntário em casa.

támos e mostraram-se disponíveis para fazer um desconto. A verdade é que só o desconto não nos serve, pois a SOS está a pagar o envio com muita dificuldade. É totalmente gratuito para o doente, ninguém está a cobrar nada.

Aliás, há pessoas que querem duas e três máscaras, mas nós só estamos a enviar uma por doente”, explica, acrescentado que o SOS agradece caso haja uma empresa ou entidade que possa ajudar a financiar o envio.


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// Entrevista

PANDEMIA LUÍS ENCARNAÇÃO APOSTA NA CONTENÇÃO DO VÍRUS, MAS TAMBÉM PENSA NA RETOMA

“Estamos a preparar o dia um da fase de recuperação e o apoio à economia local” Presidente da Câmara Municipal destaca postura responsável dos lagoenses no período de isolamento, considerando-a fundamental para as poucas infeções no concelho. Assegura o apoio social com uma verba na ordem dos 1,3 milhões de euros e diz estar preparado para ajudar a economia com o lançamento de obras até 150 mil euros. FOTOS: LAGOA INFORMA

Rui

Pires Santos

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ealizada numa tarde de abril, esta entrevista com Luís Encarnação decorreu no seu gabinete da autarquia, salvaguardando o devido distanciamento social. Encontrámos um autarca focado e dedicado à sua causa neste período. Apesar de dias atribulados devido à pandemia, com muitas horas de trabalho, o autarca mostra-se empenhado e confiante no trabalho que está a desenvolver em prol da comunidade. Satisfeito com a adesão dos lagoenses ao confinamento, o presidente da Câmara aborda também outras questões da atualidade, como a aprovação das contas de 2019 e a revisão orçamental efetuada recentemente e aprovada em Assembleia Municipal, no início deste mês.

Foi aprovada a 8 de abril a revisão do orçamento camarário de 2020. Porque sentiu a necessidade de alterar o documento? Era fundamental aprovar a revisão orçamental sobretudo para integrar o saldo de gerência de cerca de 14 milhões de euros. Essa foi a principal razão. O saldo era de extrema importância para reforçar as rubricas da ação social para respondermos às necessidades das IPSS por causa da COVID-19.

O documento já prevê um reforço das verbas às IPSS por causa da pandemia? Sim, e também um reforço do Fundo de Emergência Social (FES) e do programa de apoio ao arrendamento para as famílias carenciadas.

Quanto é que a autarquia prevê gastar em todos estes apoios por causa da COVID-19? O valor total que temos para ação social e medidas de apoio por

O autarca já se reuniu com empresários do setor da construção para apresentar cerca de 20 obras municipais às quais estes podem concorrer causa da pandemia é de um milhão e trezentos mil euros. Mas ainda é prematuro fazer um balanço. Teremos que fazê-lo mais à frente. Se for necessário, poderá ser reavaliado e reforçado.

Haverá uma baixa de receitas da autarquia por causa da pandemia… Estamos conscientes e preparados para lidar com essa quebra, que estimamos na ordem dos 15 a 20 por cento, sobretudo no Imposto Municipal de Imóveis (IMT). Mas estamos a trabalhar semanalmente com a divisão financeira para assegurar um controlo das principais rubricas e irmos acompanhando a evolução financeira das contas do município.

A situação em Lagoa parece controlada. Quais considera

terem sido as principais medidas que contribuíram para este cenário? O fundamental foi o facto de os lagoenses terem percebido a seriedade da situação e seguido as indicações dos organismos oficiais, que nós replicámos. Foram decisivas as medidas tomadas em Lagoa, e nos outros municípios do Algarve, nomeadamente o encerramento dos espaços públicos, o cancelamento de todas as atividades e eventos, a suspensão dos atendimentos presenciais na autarquia, o encerramento dos acessos à praia, o isolamento social. Podíamos ter tomado essas decisões, mas se não houvesse responsabilidade por parte da população, não teríamos tido os mesmos resultados. Os lagoenses estão de parabéns, mas não é ainda altura de baixar a guarda.

O que o preocupa mais neste momento? A minha principal preocupação é mitigar as consequências da COVID-19. Tudo fazer para que o mínimo de lagoenses seja infetado. Depois também me preocupa o problema económico que a pandemia está a provocar. O concelho vive muito do turismo, que é precisamente a atividade económica mais afetada. Estamos a trabalhar na contenção e mitigação do vírus, mas também olhando para o primeiro dia da recuperação e aquilo que a autarquia poderá fazer para ajudar a economia local.

social-democratas? Fico contente por o PSD concordar com as medidas que a Câmara vai tomando. Muito do que têm apresentado, na sua maioria são medidas que já estão a ser aplicadas ou que o município está a trabalhar nelas. A nossa preocupação na Câmara é fazer e depois informar a população do que fazemos, e não o contrário. E assim nos vamos manter. A questão que tem acontecido de o PSD apresentar ideias ou de concordar com as nossas e depois dizer que são deles, é um problema desse partido.

Esclareça melhor? O PSD/Lagoa tem apresentado inúmeras propostas para o combate à COVID-19. Como tem decorrido o trabalho e a cooperação entre o executivo e os vereadores

Têm surgido várias propostas do PSD que já estavam a ser preparadas pelos serviços da autarquia e outras que até já estavam no terreno. Se eles vêm depois para as redes sociais dizer que são deles,


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Entrevista // não é problema nosso. Também houve vezes, é certo, que o PSD propôs melhorias a medidas nossas e que aceitámos com toda a humildade. E houve propostas do PSD – a reabertura da biblioteca, por exemplo – que procurámos melhorar. Para o nosso executivo, o principal objetivo não é saber ‘quem é o pai da criança’ ou o autor da proposta. O mais importante é fazer em prol da população e não vamos entrar nesse tipo de discussão. Deixamos isso para o PSD e para os seus militantes. O povo de Lagoa, quando chegar a altura, saberá pronunciar-se com sabedoria.

AJUDAR ECONOMIA LOCAL O que vai mudar na estratégia autárquica devido à COVID-19? A COVID trouxe uma realidade nova e passou a ser a principal prioridade no município. Temos de combater este inimigo invisível e essa batalha será feita em dois níveis. O primeiro é aquele que vivemos atualmente: mitigar os efeitos junto da população, ou seja, salvar vidas e tentar ter o menor número de contaminados possível. O outro é começar a pensar, desde já, no dia um da fase de recuperação, que não sabemos exatamente quando será. Daí também a necessidade da revisão orçamental e de integrar o saldo de gerência, que não será só para reforçar as rubricas do orçamento, mas também para dotar a autarquia de condições para estar preparada para essa fase de recuperação. Sabemos que o restabelecimento da economia vai levar algum tempo e, numa primeira fase, as autarquias serão muito importantes na resposta que podem dar.

Como? Através do lançamento de obras, empreitadas, de projetos e de serviços, de preferência junto das empresas locais. É o que já estamos a fazer. Temos os nossos técnicos a trabalhar há duas semanas nessas matérias. Reforçamos as equipas da divisão de planeamento estratégico, que está a centralizar a questão dos projetos e das obras. Também a divisão de desenvolvimento económico, através do balcão do empreendedor, está a centralizar o processo de relacionamento com as empresas, tentando aferir as suas principais dificuldades.

Que apoios está a Câmara a dar ou poderá vir a dar às empresas? Estão já definidos. São a prorro-

gação do pagamento da água por 120 dias, medida que é transversal às famílias e às IPSS. Na fatura da água, a isenção de pagamento das taxas fixas de saneamento e resíduos sólidos urbanos. A isenção da taxa de pagamento da publicidade e da taxa de ocupação da via pública para as empresas que tenham encerrado total ou parcialmente. Para aquelas que são concessionárias dos espaços do município, a isenção do pagamento das rendas das concessões. Além disso, tivemos já uma reunião no Auditório Carlos do Carmo (ver caixa) com empreiteiros do concelho, respeitando todas as condições de segurança devido à COVID, para saber quais os que estão disponíveis para, em breve, começarem a responder por consulta prévia às obras que o município vai lançar.

As obras não vão parar por causa da COVID-19? Não vão parar, vamos continuar a dar seguimento ao nosso plano, à nossa estratégia. Obviamente que há obras de grande dimensão, que envolvem vários milhões de euros, que terão de esperar por uma questão de cautela, uma vez que estimamos uma perda de receitas por causa da COVID-19.

Quais são as que serão adiadas? Na última Assembleia Municipal já clarifiquei essa questão. Nenhuma obra foi cancelada ou suspensa! O que há são obras que pela sua dimensão têm de aguardar a altura própria quando o município tiver fundos próprios para as realizar. Refiro-me à requalificação da baixa de Ferragudo e à requalificação do parque automóvel para instalação de edifício municipal. O parque urbano de Lagoa vai avançar apenas com a fase um, que é a do picadeiro, mas as outras duas fases, pela sua dimensão, terão de aguardar. Tudo o resto irá avançar.

Como por exemplo? Passamos para 2021 o grosso da construção do Centro Escolar da Mexilhoeira da Carregação, mas o refeitório da escola EB1 de Lagoa está a avançar, já tem o visto do Tribunal de Contas e está adjudicado. Também a requalificação da rua Dr. Ernesto Cabrita vai ser uma realidade.

Alguma dessas obras mencionadas vai começar ainda este ano? Conto que a Ernesto Cabrita possa arrancar ainda este ano, tal como a primeira fase do picadeiro.

A nível das pequenas intervenções o que está previsto, até para dar o apoio às empresas do concelho? Já definimos cerca de duas dezenas de obras, com valores até 150 mil euros, que estão previstas no orçamento e é a essas que vamos dar prioridade e lançar junto dos empreiteiros locais para os ajudar a retomar a sua atividade económica.

Quais são? A construção da casa mortuária em Ferragudo, um armazém em Porches, a rotunda no Mato Serrão, a requalificação dos arruamentos do Bairro do Arade em Ferragudo, a manutenção de trilhos e passadiços, a execução do acesso ao Moinho Velho no Parque Sítio das Fontes e a requalificação da área de receção do Estádio Municipal da Bela Vista. Estas são algumas de menor dimensão e que vão avançar em breve.

CRÍTICAS DO PSD Na aprovação das contas de 2019 e na revisão do orçamento, o PSD/Lagoa criticou o executivo municipal por não ter feito nenhuma das grandes obras que tinha no programa eleitoral. Como refuta esta acusação? A oposição vive obcecada com as obras do Município de Lagoa, nomeadamente o PSD e a CDU. Já disse várias vezes quais são as nossas prioridades. A primeira é cuidar do espaço público, mantendo um serviço de limpeza urbana e de recolha de resíduos sólidos eficazes, manter o serviço de abastecimento de água e o tratamento de jardins.

Sente que isso tem sido conseguido? Acho que sim. Inclusive em tempos de pandemia os nossos resíduos sólidos urbanos têm sido recolhidos atempadamente. Basta dar uma volta pelo concelho, como eu faço com muita frequência, para verificar que tudo está a decorrer normalmente nesta área. Por isso, tenho de deixar também uma palavra de reconhecimento para esses trabalhadores, que se mantêm nos postos de trabalho todos os dias, exceto ao domingo, a recolher os resíduos, a tratar da limpeza e a zelar pelo espaço público.

E as outras prioridades? A segunda prioridade, agora interrompida pela COVID, é continuarmos a ser uma referência regional, e até nacional, em termos de apoio à educação, cultura,

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“Estamos conscientes e preparados para lidar com a quebra de receitas por causa da COVID-19, que estimamos na ordem dos 15 a 20 por cento” “…podíamos ter tomado essas decisões (isolamento social), mas se não houvesse responsabilidade por parte da população, não teríamos tido os mesmos resultados. Os lagoenses estão de parabéns, mas não é ainda altura de baixar a guarda.” “Têm surgido várias propostas do PSD que já estavam a ser preparadas pelos serviços da autarquia e outras até que já estavam no terreno. Se eles vêm depois para as redes sociais dizer que são deles, não é problema nosso” “Já definimos cerca de duas dezenas de obras, com valores até 150 mil euros, que estão previstas no orçamento e é a essas que vamos dar prioridade e lançar junto dos empreiteiros locais” “Temos 23 mil habitantes, se fôssemos distribuir 50 mil máscaras cirúrgicas, custaria cerca de 50 mil euros e essas máscaras dariam para dois dias. Não faz qualquer sentido. A população vai receber máscaras comunitárias”


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// Entrevista “Falta de obra? Foi o Partido Socialista que fez a requalificação o acesso à ‘ponte velha’ de Portimão. Fomos nós que construímos os balneários na nave desportiva de Ferragudo. Avançámos com a requalificação da rotunda do Calvário e do parque que ali está..."

Luís Encarnação salienta que, ao contrário do que é dito, o executivo tem realizado obras nestes 6 anos desporto e ação social. Estas são as nossas principais prioridades e são a nossa marca, a marca de uma gestão socialista virada para as pessoas e para o seu bem-estar.

E as obras? São a terceira prioridade. E ao contrário do que o PSD tem dito, o executivo socialista tem feito obras. Tive a oportunidade de o dizer na última Assembleia Municipal, onde enumerei quase uma vintena delas.

Quer recordar? Foi o Partido Socialista na Câmara de Lagoa que fez a requalificação do acesso à ‘ponte velha’ de Portimão, um verdadeiro orgulho para os lagoenses. Quem sai ou entra no concelho encontra uma área cuidada e um espaço nobre que nos distingue. Fomos nós que construímos os balneários

na nave desportiva de Ferragudo, que fizemos investimentos importantes de melhoramentos no Estádio Municipal da Bela Vista. Avançámos com a requalificação da rotunda do Calvário e do parque que ali está. Construímos a pala do Parque Desportivo Municipal de Estômbar. Foi o Partido Socialista que nestes seis anos substituiu mais de 25 por cento da iluminação do concelho por luminárias LED, beneficiando o ambiente, mas gerando também uma poupança de 250 mil euros nas contas da autarquia. Isto é a título de exemplo, porque há mais. Mas foi também o PS que pegou numa FATACIL decadente, a perder prestígio e a transformou em seis anos no que é hoje. Em 2013, a feira tinha vendido 61 mil bilhetes. Na última, em 2019, foram vendidas cerca de 130 mil entradas, resultando daí uma receita de bilheteira de meio milhão de

euros. É uma grande diferença o que conseguimos fazer em seis anos. Parece que o PSD se esqueceu disto, de tudo o que se fez, ou então não quer ver!

Mas houve obras que se foram atrasando? Sim, não foram feitas mais obras porque também houve vários constrangimentos, como é público. Há a falta de mão-de-obra nas empresas de construção, vários concursos ficaram sem concorrentes, noutros as empresas não conseguiram apresentar a documentação a tempo ou não cumpriram os valores dos cadernos de encargos. Além disso, há casos que vão para análise no Tribunal de Contas e andam para trás e para a frente com pedidos de esclarecimentos. Isto não aconteceu só em Lagoa, passou-se em todos os concelhos da região, basta estar atento e analisar.

"Construímos a pala do Parque Desportivo Municipal de Estômbar. Substituimos mais de 25 por cento da iluminação do concelho por luminárias LED. Foi o PS que pegou numa FATACIL decadente e a transformou no que é hoje.” Assegura que serão executadas no futuro? Os projetos que não foram concluídos estão a ser preparados para vir a ser executados. Aliás, gostava de recordar aos que agora tanto nos atacam que quando aqui chegámos à Câmara, em 2013, só encontrámos um único projeto em execução: a requalificação do casco antigo da cidade de Lagoa. Passado um mês e meio, tivemos de o abandonar porque não era exequível e tivemos de devolver

Cerca de 300 tablets

Autarquia reuniu com

entregues a alunos

empresários do concelho

A Câmara Municipal de Lagoa entregou, a 23 de abril, cerca de 300 tablets e 150 dispositivos de acesso à Internet aos alunos das escolas do concelho. Este material destina-se às crianças e jovens, de todos os níveis de ensino, que não dispunham de meios tecnológicos para acompanhar as aulas online que estão a ser implementadas nos vários estabelecimentos, no contexto das medidas de prevenção do contágio por COVID-19. Depois de um levantamento exaustivo dos casos que comprovadamente não dispunham de meios de ligação à Internet, a autarquia promoveu uma parceria entre várias instituições que se disponibilizaram para ajudar. As Uniões e Juntas de Freguesia do concelho, o Rotary Club de Lagoa e a Associação de Empresários para a Inclusão (EPIS) foram as entidades que se juntaram ao Município para viabilizar a compra dos equipamentos num valor que rondou os 75 mil euros. A entrega deste material pretende garantir a todos os estudantes do concelho o acesso e integração nos planos de ensino à distância, desenvolvidos por cada estabelecimento escolar.

Luís Encarnação reuniu, a 22 de abril, com empresários do sector da construção civil. O encontro decorreu no Auditório Carlos do Carmo e serviu para apresentar a estratégia da autarquia e as respetivas medidas, aprovadas por unanimidade na Câmara Municipal, para mitigar o impacto, ao nível local, da crise económica desencadeada pela pandemia da COVID-19. A preparação do lançamento de dois pacotes de obras municipais foi um dos pontos do plano de recuperação apresentado pelo presidente do município aos representantes das empresas. O primeiro inclui cerca de duas dezenas de obras cujos orçamentos vão até 150 mil euros. Nesse sentido, Luís Encarnação anunciou que a autarquia vai procurar incluir, a par da escrupulosa aplicação da lei da contratação pública, critérios de discriminação positiva para as empresas com sede social no concelho, nos procedimentos a abrir. Outro critério destacado neste encontro é o de que as empresas, uma vez contempladas com obras previstas neste plano, não devem voltar a receber novas obras, de modo a garantir a abrangência do maior número possível de beneficiários.

fundos comunitários que já tinham sido recebidos. Depois havia outro que estava na gaveta: o da mobilidade urbana. Era só isto que havia. Hoje temos na Câmara projetos e os que não temos estão a ser elaborados. E quando entrámos, com o Francisco Martins, ele disse várias vezes que este era um projeto a 10, 12 anos. Estamos no sexto ano, vamos a meio. Ainda falta metade do tempo.

Concorda com a reabertura dos negócios no início de maio? Temos de ter muita ponderação e cuidado. Percebo as preocupações do Presidente da República e do primeiro-ministro e a necessidade de ir reabrindo espaçadamente a economia, mas vejo isso com alguma preocupação. Nenhum país aguenta ter a economia parada durante tanto tempo e estes apoios que o Governo dá terão de ser restituídos pelas empresas e pelas pessoas mais tarde. Contudo, acho que devemos fazer um acompanhamento cuidado do evoluir da situação e não nos podemos precipitar, para não estragarmos o que já foi feito. Noutros países ficou claro que ainda não se conhece bem este vírus e que pode haver uma segunda vaga. Acho que é possível abrir com regras e faseadamente, aligeirar as medidas de restrição. É isso que temos pensado para Lagoa.


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Entrevista //

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“População vai receber máscaras comunitárias” A autarquia fez recentemente a entrega de material de proteção às IPSS. Que quantidades? Tivemos a oportunidade de distribuir máscaras, viseiras, óculos, botas, fatos, cerca de 15 mil euros de material, pelas IPSS, mas também pela GNR e pelos Bombeiros, que foram quem recebeu a maior parte do material. O objetivo foi apoiar e ajudar a proteger aqueles que estão na primeira linha de atuação. É fundamental que estejam sempre prontos e com saúde e para isso têm de estar protegidos. Também por isso é que fomos pessoalmente dar uma palavra de incentivo, inteirarmo-nos das necessidades que têm e dizer-lhes que estamos orgulhosos do trabalho que estão a fazer.

Vai haver mais distribuição? Esta foi uma primeira fase. Vamos continuar a monitorizar e a acompanhar as necessidades. Aguardamos ainda a chegada de material que adquirimos através da AMAL, com os outros municípios do Al-

CM LAGOA

garve. À data desta conversa, esse material encontra-se ainda na embaixada de Portugal em Pequim a aguardar autorização para vir. É material para entregar às IPSS, Bombeiros e às pessoas.

A população também vai receber máscaras? Claro que sim. À população serão distribuídas máscaras comunitárias/sociais de forma gratuita, por isso é que deixamos a entrega para esta segunda fase. Não faz sentido distribuir máscaras cirúrgicas, que não são reutilizáveis. Temos 23 mil habitantes, se fossemos distribuir 50 mil, aos preços que estão a ser praticados, custariam cerca de 50 mil euros. E essas máscaras dariam apenas para dois dias. Portanto, isso não faz qualquer sentido! Em maio a população vai receber máscaras.

E as máscaras comunitárias são o quê exatamente? São reutilizáveis, mais caras, mas podem ser lavadas e reutilizadas. Estamos já a preparar um procedi-

Depois dos bombeiros e IPSS, será a vez em maio de a população receber máscaras da autarquia mento para a aquisição de 15 mil máscaras reutilizáveis (sociais), mas também as vamos receber de um grupo de voluntários que as vai entregar à autarquia (ver pág. 13), sendo posteriormente

distribuídas. Sabemos que quando a economia for reabrindo, será recomendado o uso dessas máscaras comunitárias, que já estão certificadas, e que de acordo com o último comunicado da

Direção Geral de Saúde juntam-se aos outros dois tipos de máscaras passíveis de usar: as cirúrgicas e as verdadeiras máscaras de proteção: as FFP 2 e 3, indicadas para uso médico. PUB


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// Política

OPOSIÇÃO MÁRIO VIEIRA, PRESIDENTE DA CONCELHIA DO PSD

“Falta capacidade a este executivo para fazer obra” Partido chumbou contas de 2019 e absteve-se na revisão orçamental. O também vereador na autarquia aborda estas questões e destaca as medidas propostas e os contributos dados para ajudar na luta contra a COVID-19. D.R.

Rui

Pires Santos

A

atualidade relacionada com o combate à propagação da pandemia foi um dos temas abordados na entrevista ao líder dos social-democratas de Lagoa, que afirma ter sempre colaborado na procura de soluções.

Em Assembleia Municipal, o PSD/Lagoa votou contra a aprovação das contas da Câmara Municipal de 2019. Quais foram as principais razões para essa posição? Essencialmente porque em termos políticos não subscrevemos nem o modelo de obtenção de receitas, nem compreendemos que o executivo municipal se vanglorie de ter um resultado de exercício positivo, com grandes investimentos na área da educação, da cultura, da ação social ou do espaço público. O resultado líquido positivo das contas, ao contrário do alegado e como os resultados demonstram foi obtido à custa da não redução, perfeitamente possível, da carga fiscal municipal, nomeadamente do IMI, onde o senhor presidente recusou baixar um ponto percentual porque custava 250 mil euros e agora apresenta um saldo de 1,7 milhões de euros, isto com uma quase total ausência de gastos relevantes em investimento. É verdade que a Câmara tem apresentado projetos, mas não tem realização, aliás basta ver a taxa de execução das despesas de capital, para perceber que metade ficou por realizar.

Na revisão do orçamento, o partido absteve-se por não se rever em vários investimentos. Pode especificar? Abstivemo-nos porque apesar de reconhecermos que é uma revisão que engloba a atribuição de verba a rúbricas importantes no apoio às instituições e ao desenvolvimento de políticas de apoio social, que serão essenciais nesta altura e nos tempos próximos, a avultada verba que a Câmara tem

de saldo transitado, não se concretiza, mais uma vez, em obras essenciais para o desenvolvimento do concelho em setores chave, como o turismo, a mobilidade, melhoria das redes adutoras e distribuição de água e a qualificação dos espaços públicos.

O que faltou no orçamento? A resolução do problema de estacionamento em Ferragudo e no Carvoeiro, de que o executivo municipal presidido pelo Partido Socialista fez bandeira, tem zero de execução e nada vai ter até ao final do mandato. Tinha sido uma altura ótima para aproveitar para resolver o problema, para que no relançamento da atividade turística estivesse concretizado, ou seja, após o período que atravessamos. Não podemos calar a indignação com o facto deste executivo ter usado o período antes das últimas eleições autárquicas para lançar a ideia e o esboço de uma renovação do parque de feiras (FATACIL) e três anos passados nada foi feito e até ao final do mandato nada de relevante será feito. As condutas de água no fornecimento às Sesmarias e noutros pontos do concelho precisam de urgente renovação e o executivo tinha um plano para o realizar a partir de 2014. Decor-

Mário Vieira lamenta que a autarquia não tenha aproveitado o período anterior à pandemia para fazer obras execução, são positivas. Vemos muita conversa e muito projeto, que foi entrando e saindo dos orçamentos e não teve qualquer concretização.

Na sua análise, o que tem faltado ao executivo municipal presidido pelo PS? Falta capacidade de fazer a obra que herdou em termos de projetos e de linhas de atuação que

"Abstivemo-nos porque, apesar da revisão englobar verbas para apoio às instituições e desenvolvimento de políticas de apoio social, a Câmara não concretiza obras essenciais". ridos todos estes anos, também nada de relevante foi executado. Por isso, temos que ser críticos desta atuação, mas não podendo votar contra, porque obviamente temos que reconhecer que a atribuição de verbas no setor social e, nalgumas obras que aparecem e que já deviam estar em

vinham definidas e na própria execução dos projetos que criou. Gerir um município não é apenas assegurar a gestão corrente e ser capaz de amealhar dinheiro, porque se não baixa os impostos com a época alta em termos económicos que desfrutou nestes sete anos é muito fácil amealhar.

O que teria o PSD feito diferente? Teria cobrado menos IMI, teria aproveitado as boas receitas municipais obtidas com os impostos locais para concretizar obras importantes, como a renovação urbana da cidade que foi um projeto que deixámos iniciado, que o executivo PS ainda executou inicialmente, mas depois transformou na ‘rua vermelha’ intervenção a qual, e infelizmente nunca foi merecedora do rótulo de concluída, e teve medo de avançar mais, porque tudo o que é inovar e dinamizar gera polémicas e opiniões divergentes. E teríamos executado obras que apresentámos no nosso programa de candidatura.

Dê alguns exemplos? As requalificações do Bairro CHE Lagoense e envolvência da Escola Secundária ESPAMOL, da frente Ribeirinha de Ferragudo/Angrinha, da Rua Direita em Porches, a cobertura dos Polidesportivos de Porches e da Praia do Carvoeiro e requalificação do Parque Municipal de Feiras e Exposições FATACIL, por exemplo. Teríamos realizado a substituição das condutas adutoras vetustas, nomea-

damente Lagoa Sesmarias, Lagoa Carvoeiro, Calvário, criado áreas de estacionamento nas vilas de Ferragudo e Praia do Carvoeiro e adquirido edifícios dentro dos núcleos urbanos de Porches e Lagoa para reabilitação habitacional de arrendamento. Entre muitas outras que constavam no nosso programa. Na verdade, com as receitas existentes, poderíamos ter aproveitado para executar o que nos tempos próximos, concretizando-se a crise que se teme, será mais difícil fazê-lo.

A chegada da COVID-19 está a obrigar a uma batalha de todos. Qual tem sido a posição do PSD/Lagoa nesta luta? Temos acompanhado a situação e proposto medidas e apoios através dos vereadores no executivo municipal, embora sem pelouros atribuídos, que se disponibilizaram para colaborar em tudo o que fosse considerado necessário.

Quais foram as principais propostas que apresentaram? A criação de um Conselho Informal de Crise COVID-19, a dilatação dos prazos de pagamento do


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Política //

11 PUB

consumo de água e rendas dos alugueres dos edifícios municipais, a dilação dos prazos para todos os compromissos, relativos a processos urbanísticos, a consignação de todas as verbas previstas para os eventos des-

aquisição de máscaras reutilizáveis de proteção individual para distribuir pela população ou aquisição de equipamentos de proteção individual para os Bombeiros Voluntários de Lagoa, entre outras propostas.

"Temos proposto medidas e apoios através dos vereadores no executivo municipal, embora sem pelouros, que se disponibilizaram para colaborar em tudo o que fosse necessário". portivos, socioculturais não realizados, para fazer face ao período epidemiológico. Sugerimos ainda o reforço da verba financeira do Fundo de Emergência Social (FES), a criação de um serviço na Biblioteca Municipal para requisição de livros e conteúdos audiovisuais, a aquisição de equipamentos informáticos e meios de acesso à Internet para todos os alunos do concelho que não possuam estes de meios, a

Como tem sido a coordenação com o executivo PS? Temos sentido uma espécie de relutância do executivo em nos ver como solidariamente interessados na obtenção dos melhores resultados. Mas não é por isso que não temos mantido a disponibilidade para colaborar e apresentar os nossos contributos e insistindo muitas vezes para que as medidas sejam atempadamente tomadas. Temos fei-

to as propostas junto do executivo e nas reuniões dos órgãos municipais e muitas das vezes não temos qualquer ‘feedback’ direto. Acabamos por ver depois notícias propagandísticas em vários suportes digitais e outros. No entanto, vamos continuar na posição construtiva e participativa, apesar das limitações a que nos querem remeter.

Há alguma coisa que na perspetiva do PSD tenha ficado por fazer? Parece-nos que nalgumas decisões se têm demorado mais tempo do que era necessário e embora as Juntas de Freguesia e o executivo municipal tenha levado a cabo boas medidas de sensibilização e se saiba que a aquisição de material não seja fácil, cremos que poderia e deveria ter havido mais dinâmica na proximidade às pessoas, para as ajudar no isolamento. Ainda assim, não fazemos guerrilha política gratuita e reconhecemos que o município tem procurado resolver as situações que se lhe deparam e se tem interessado, obviamente, pela situação.

Munícipio de Lagoa - Algarve

EDITAL N.º 29 /2020 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOA (ALGARVE), LUÍS ANTÓNIO ALVES ENCARNAÇÃO Faz público que, de acordo com a deliberação da Câmara Municipal de 21 de abril do corrente ano e em cumprimento do artigo 101.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto –Lei n.º 4/2015, de 7 de janeiro, submete -se a consulta pública, pelo prazo de 30 dias, a contar da data da publicação do presente Edital na 2.ª série do Diário da República, o Regulamento de Mérito Desportivo Municipal. Mais torna público, que a Proposta supracitada encontra-se disponível, para consulta pública, no Balcão Único da Câmara Municipal, sito na Rua Dr. Ernesto Cabrita, em Lagoa, durante o horário de atendimento, das 09h00 às 16h30, bem como nas sedes das freguesias do concelho e na página oficial deste Município em www.cm-lagoa.pt Os interessados podem apresentar os seus contributos no referido prazo, a contar da data do presente edital, mediante comunicação escrita que contenha o nome completo, morada ou sede, profissão, número de identificação fiscal e o respetivo endereço de correio eletrónico e dando consentimento para que este seja utilizado para os fins previstos na alínea c) do n.º 1 do artigo 112.º do CPA. No âmbito da consulta pública serão consideradas e apreciadas todas as sugestões que forem apresentadas, por escrito, dentro do prazo, dirigidas ao Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, endereçadas ou entregues no Balcão Único do Município de Lagoa, ou enviados através do endereço eletrónico geral@cm-lagoa.pt e se relacionem especificamente com a proposta de alteração ao regulamento em causa. E, para constar e produzir os devidos efeitos, se publica este EDITAL e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de estilo e no SITE desta Câmara Municipal, no sítio www. cm-lagoa.pt. Lagoa, 22 de abril de 2020 O Presidente da Câmara (Luís António Alves Encarnação) Lagoa Informa | Edição Nº 126 - 30.04.2020

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// Reportagem

PREVENÇÃO TESTES REALIZADOS EM FERRAGUDO E PORCHES DERAM NEGATIVO

Lares do concelho a salvo da COVID-19 Responsáveis destacam dedicação dos funcionários e alertam para a questão psicológica dos utentes, impedidos de ver a família. À data de fecho desta edição, faltava conhecer os resultados do Centro Popular de Lagoa. FOTOS: LAGOA INFORMA

Quase 300 testes efetuados Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo (CAIF) e Centro de Apoio Social de Porches (CASP) tiveram resultados negativos nos testes à COVID-19. Até ao fecho desta edição, ainda não eram conhecidos os resultados de Centro Popular de Lagoa, que recebeu a visita do Algarve Biomedical Center (ABC) a 27 de abril. No total, já foram realizados quase 300 testes aos lares do concelho, entre utentes e funcionários. No CAIF foram testados 50 utentes e 34 funcionários, no CASP 22 idosos e 26 empregados e no Centro Popular de Lagoa 77 utentes e 70 trabalhadores. A próxima visita do ABC será à Santa Casa da Misericórdia de Estômbar, em data ainda a agendar.

O Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo foi o primeiro lar do concelho a ser testado Rui

Pires Santos

S

ão boas notícia as que nos têm chegado dos lares do concelho. Até à data do fecho desta edição todos os testes ao novo coronavírus tinham sido negativos. Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo e Centro de Apoio Social de Porches receberam a visita do Algarve Biomedical Center (ABC), entidade que está a realizar a despistagem, e todas as análises deram negativo (ver caixa). À data do fecho desta edição, aguardavam-se os resultados do Centro Popular de Lagoa. Os sinais são positivos e demonstram o bom trabalho que está a ser realizado, ainda que não permita aliviar as medidas de contenção, salientam diferentes responsáveis de instituições do concelho ao Lagoa Informa. E se a falta de equipamento de proteção individual era o grande problema inicial, a situação parece agora controlada, ainda que as necessidades sejam constantes.

Videochamadas à família No Centro Popular de Lagoa, vai-se vivendo o dia a dia. “Fazemos o esforço possível para tentar manter-nos sem contágios”, começa por dizer João Carlos Pereira, presidente da direção da insti-

tuição ao nosso jornal. A pandemia veio colocar novos desafios e aumentar dificuldades. “Inicialmente não tínhamos equipamento de proteção adequado, mas mais difícil foi a falta da nossa equipa de saúde. Neste momento, temos apenas

Com o lar ‘fechado’, sem receber visitas desde 14 de março, os utentes sentem falta da família. É aqui que entram as novas tecnologias. “Temos feito muitas videochamadas através dos nossos telemóveis e dos funcionários. A Universidade Sénior de Lagoa

Dirigentes dos lares asseguram que o rigor e as medidas de contenção se irão manter e que não é ainda possível 'baixar a guarda' ao serviço um enfermeiro, pois duas enfermeiras estão de baixa e outra despediu-se pouco antes da pandemia. Tivemos de reorganizar a equipa com duas auxiliares de enfermagem que têm já uma grande experiência na área, a que se juntou a psicóloga. Atualmente já contamos equipamento de proteção suficiente, pois além de alguma compras, a fundação EDP fez-nos uma doação que chegou na Sexta-feira Santa, 10 de abril, e a Câmara de Lagoa também nos entregou recentemente materiais”, explica.

dou-nos um portátil que também tem ajudado bastante. Por um lado, estão a achar engraçado essa forma de comunicação, mas nota-se que começam a sentir algum ‘stress’ por não os verem pessoalmente”, revela João Carlos Pereira. As medidas de contenção assim o obrigam. “Logo a 14 de março interditámos as visitas ao lar. Contactamos as famílias dos 31 utentes do centro de dia e eles foram para casa. A onze desses mantemos o apoio na totalidade, domiciliando os serviços. Aos res-

tantes vamos telefonando, vendo como estão e se precisam de algum apoio ou não. Pontualmente requisitam alimentação. As nossas funcionárias do apoio domiciliário não sobem ao piso do lar. Deslocámos alguns vestiários para não terem contacto com os restantes funcionários. Desinfetamos as carrinhas duas vezes por dia. Os utentes estão confinados sempre aos mesmo piso e tentamos que os funcionários estejam sempre no mesmo andar. Os funcionários medem temperatura à entrada e saída, há um tapete com lixívia para limparem os pés e as fardas são lavadas diariamente na nossa lavandaria. Uma série de cuidados que não podemos descurar”, sublinha.

“Não baixar a guarda” Em Porches, os cuidados são também muitos. “Temos vivido momentos de muita preocupação, ansiedade, mas demonstrou-se um espírito de equipa incrível e

entreajuda entre os funcionários. Tem havido muita dedicação e cuidado para proteger os nossos utentes”, assegura ao Lagoa Informa Cláudia Mestre, diretora do lar do Centro de Apoio Social de Porches. A falta de material de proteção individual já não é problema, pois têm chegado nas últimas semanas inúmeros equipamentos através de diferentes entidades. As medidas foram fortes e estão a surtir efeito. Assim o comprovam os testes à COVID-19 realizados a 23 de abril pelo Algarve Biomedical Center, que deram negativo (ver caixa). “Cancelamos as visitas, os fornecedores deixaram de vir cá dentro, as entregas são feitas à porta. Aplicámos uma dinâmica diferente na instituição, cuidados de higiene e desinfeção dos funcionários quando entram e saem, além do distanciamento social quer nos funcionários, quer nos utentes, apesar de todos terem

Cláudia Mestre, diretora do lar do Centro de Apoio Social de Porches


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Reportagem //

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equipamentos de proteção individual”, explica a responsável. “Tem sido duro para os idosos estarem longe das famílias. Utilizamos as redes sociais e fazemos videochamadas, mas é insuficiente. Estão muito tristes, isso é evidente. Estavam habituados às visitas todos os fins-de-semana…”, refere. Com esperança no futuro, Cláudia Mestre salienta que, apesar de a situação da pandemia parecer controlada, “é preciso manter os mesmos cuidados” todos os dias. “Não podemos descurar nada, temos de continuar a ser rigorosos e não é possível baixar a guarda!”.

Parceria para produção

Câmara distribui máscaras comunitárias

João Carlos Pereira, presidente da direção do Centro Popular de Lagoa

Rigor em Ferragudo O Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo (CAIF) foi o primeiro lar do concelho a receber testes à COVID-19, no dia 17 de abril. Todos foram negativos, tranquilizando os 45 funcionários (lar e creche) e os 50 utentes. “Foi uma boa notícia e que confirma o bom trabalho que está a ser desenvolvido por todos. Neste período tivemos de nos adaptar à realidade e fechar o centro ao exterior. Seguimos todas as medidas de contingência e os funcionários foram excecionais na dedicação. Fizemo-lo cedo e adotámos medidas rigorosas. Os idosos estão num só piso, os funcionários fazem uma semana seguida de trabalho, depois vem outra equipa, para serem sempre os mesmos a tratar dos idosos e há uma série de cuidados de higiene e proteção à entrada e saída dos funcionários”, afirma Carlos Belbute, presidente da direção do CAIF. A falta de material de proteção é uma das preocupações. “Neste momento até temos, porque recebemos de diferentes entidades, entre elas a autarquia, mas as necessidades são constantes e sabemos que há materiais esgotados. O pior são as máscaras, estão no limite. Recebemos da Câmara alguns materiais que vieram aju-

A Câmara Municipal de Lagoa juntou sinergias com entidades locais e, em parceria, estão a produzir máscaras comunitárias para entregar à comunidade local. Estão envolvidas, além dos serviços do Município, as Uniões de Freguesia de Estômbar e Parchal, Lagoa e Carvoeiro e as Juntas de Freguesia de Ferragudo e Porches, a Associação Cultural e Desportiva Che Lagoense, o SOS Oncológico, o Grupo Sénior do Centro de Convívio da ACD Che Lagoense, os Centros Sénior de Carvoeiro, Lagoa, Mexilhoeira da Carregação e Porches, a Academia Cultural Sénior de Lagoa e a Sociedade Recreativa Capricho Estombarense, bem como muitas voluntárias do concelho. A intenção é que a produção em massa de máscaras comunitárias seja uma realidade, prevendo a produção e distribuição de cerca de 50 mil proteções não cirúrgicas, mas laváveis, para uso em espaços fechados.

Missiva à Assembleia Municipal

BE questiona sobre COVID-19 Carlos Belbute, presidente do CAIF, e Cláudia Martins, diretora do lar dar e dão para mais alguns dias e depois voltaremos a precisar”, refere Cláudia Martins, a diretora do lar deste centro, que tem também creche, atualmente encerrada. Os dias não têm sido fáceis. O que importa é manter o vírus longe, dizem, mas os utentes começam a queixar-se cada vez mais por não ver os familiares. “Essa parte está a ser complicada. Os idosos estavam habituados a ser visitados pela família com regularidade e agora isso não é possível. É a principal queixa deles e estão tristes. Já comentamos muitas vezes entre nós que se ‘não morrem da COVID-19, morrem de desgosto por não estarem com

as famílias”, alerta a responsável. Também Carlos Belbute pensa como serão as próximas semanas e as dificuldades que ainda podem surgir. “É importante que não volte a faltar equipamento de proteção individual. Com a abertura da creche, prevista para maio, vamos ter de libertar funcionários que estavam a dar apoio ao lar e aí podemos vir a ter um problema: a falta de pessoal.” “A incerteza” é também uma palavra muito utilizada e comum aos responsáveis das três instituições ouvidas pelo Lagoa Informa, pois o cenário pode mudar muito rapidamente. O que interessa é “proteger os idosos e manter o vírus longe dos lares”, sublinham.

Andreia Pais, deputada municipal eleita pelo Bloco de Esquerda (BE) na Assembleia Municipal de Lagoa, enviou um documento ao presidente daquele órgão, no dia 20 de abril, onde coloca algumas questões relacionadas com a COVID-19 no concelho. Apesar de reconhecer que os cidadãos têm sido rigorosos e responsáveis ao cumprir as indicações da Direção Geral de Saúde, revela que no seio da comunidade e das instituições têm surgido dificuldades realcionadas com o corte de rendimentos. “O Bloco de Esquerda de Lagoa já apresentou propostas à Câmara Municipal e às quatro Juntas de Freguesia do concelho com o intuito de contribuir para o bem-estar da população no âmbito desta crise”, afirma a deputada. O partido pretende ainda saber se o executivo tem um Plano Municipal para fazer face à pandemia da COVID-19, se há algum procedimento para a criação de um hospital de campanha, se já teve pedidos de auxílio para pagamentos de rendas, luz, gás e medicamentos, se haverá apoio para os munícipes que não conseguirem pagar a fatura da água, se já se deslocaram equipas de saúde para fazer os testes da COVID-19 nas instituições de cariz social do concelho. A deputada questiona também se a autarquia fez algum levantamento do número de alunos sem acesso à Internet ou computadores e se já foi atribuído algum apoio financeiro direto aos cuidadores de animais de rua que garantem a identificação das colónias de gatos ou associações. PUB

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// Reportagem

INCERTEZA NEGÓCIOS PARADOS ESTÃO A TER IMPACTOS NEGATIVOS NA ECONOMIA LOCAL

Nova crise financeira assusta empresários de Lagoa A previsão de um futuro complicado é consenso geral entre os responsáveis de estabelecimentos de diversos setores no concelho. FOTOS: LAGOA INFORMA

xxxxxxxx Na pastelaria Helydoce apenas trabalham os proprietários Hélder Simões e Paulo Catrocho Ana

I

Sofia Varela

ncerteza’, ‘futuro negro’, ‘desemprego’ e em alguns casos ‘desespero’ são as palavras mais usadas pelos empresários do concelho para descrever os próximos tempos, que sofrerão a onda de choque da pandemia do novo coronavírus. A opinião é generalizada e, apesar de uma réstia de esperança de que esta seja uma crise passageira, as contas para pagar e as despesas a aumentar sem que entre receita pela ‘porta dentro’ destroem qualquer pequeno otimismo que possa existir. Empresários de diferentes ramos de atividade partilharam com o Lagoa Informa o que estão a viver, a sentir, como estão a trabalhar no ‘limite dos mínimos’ ou, por imposição dos novos tempos, se viram obrigados a fechar portas e ‘mandar’ trabalhadores para casa ou para o desemprego. Em comum têm o mote de ‘viver um dia de cada vez’ esperando que tudo corra pelo melhor o mais rápido possível.

Zero viagens O último dia em que a agência de viagens EasyGo Holidays esteve de porta aberta foi a 19 de março. Um mês e meio depois, numa altura em que se coloca a hipótese de as lojas de alguns setores começarem a abrir em maio, o casal João e Cristina Santos não sabe o que vender. É que as fronteiras estão fechadas, não há circulação de turistas, não há aviação, não há ‘transferes’, logo o negócio está a zero. “Infelizmente esta situação afeta-nos a cem por cento”, resume com desânimo Cristina Santos. Começou o ano com três lojas, uma no centro de Lagoa e duas em Carvoeiro. Uma delas, nessa freguesia já estava destinada a fechar, porque não justificava ter dois espaços na mesma localidade. A COVID-19 apressou o encerramento e as duas funcionárias tiveram de se inscrever no Centro de Emprego. “Isto é um futuro negro. O primeiro-ministro António Costa diz: ‘Façam férias no Algarve’ e eu agora pergunto: ‘Faz férias no país

como?’. Se não tivermos entrada de pessoas vindas do estrangeiro grande parte da nossa população, sobretudo no Algarve, ficará desempregada, porque os restaurantes não abrem e os hotéis também não. São os reformados ou as pessoas que trabalham em serviços estritamente necessários que vêm para o Algarve passar férias, se mais de 50 por cento da nossa população vive do turismo e vai estar desempregada?”, questiona a empresária. Enquanto não hou-

belecer o turismo. “Sinceramente não sei. A verdade é que as reservas que nós tínhamos até junho, foram reagendadas para outras datas ou canceladas. Também não vamos recorrer a linhas de crédito do Governo, pois não tem qualquer fundamento para nós, agência de viagens. Não sei como vai ser o turismo, nem como será nos próximos tempos. Nós dependemos do ‘incoming’, porque fazemos transferes do aeroporto para os

"A verdade é que as reservas que nós tínhamos até junho, foram reagendadas para outras datas ou canceladas", garante Cristina Santos. ver uma vacina, Cristina Santos não vê grande futuro, pois tem de existir, lentamente, uma retoma das viagens do estrangeiro para Portugal e vice-versa para reesta-

hotéis e vice-versa, dependemos do ‘outgoing’, porque vendemos férias para fora e dependemos dos grupos que organizamos quer para férias cá dentro como lá fora.

Se não houver turismo a entrar, não haverá turismo a sair. E nós empresários vamo-nos endividar com esses empréstimos, que mais tarde vamos ter de pagar com juros, baseados em que receita? Isso é bom para um empresário que sabe que vai faturar daqui a dois ou três meses. Nós não, porque provavelmente nem em 2021 teremos o mesmo volume de negócios que tínhamos agora”, faz notar Cristina Santos. O ano de 2019 foi excelente para os empresários e havia já uma série de grupos agendados para 2020 e, com o cenário atual, a empresária acredita que está de mãos atadas. “Talvez consiga fazer um grupo em outubro, se é que se pode pensar nisso”, admite. "Não existe uma devolução de dinheiro ao cliente. A International Air Transport Association (IATA), que gere todas as companhias aéreas a nível mundial teria que disponibilizar 380 biliões de dólares para devolver os valores referentes aos voos cancelados. A solução foi criar uma nota de crédito com validade de reagendamento até final de 2021. Se após o início de 2022, não tiver sido utilizado o ‘voucher’ é que se poderá avançar com o reembolso”, explica Cristina Santos. A esperança é que a economia “retome de agosto para a frente e que haja estrangeiros a fazer férias em Portugal, pois é este o mercado que sustenta o Algarve”, descreve. O casal até foi apanhado no meio da pandemia, pois em meados de fevereiro estava a viajar com um grupo de 30 pessoas num cruzeiro pela Ásia, onde estiveram até início de março e compara procedimentos e as cautelas tomadas. “Vou ser muito sincera; todos nos sentimos seguros lá. Cada vez que desembarcávamos num porto éramos sujeitos a verificação das temperaturas, existiam doseadores de desinfetante em todos os locais, não se podia entrar em lado nenhum, como restaurantes, sem passar por este processo todo. Ninguém do nosso


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Reportagem // Lagoa Informa ainda não tinha recebido os valores referentes ao ‘lay off’. “Ainda há pouco tempo, falei com amigo que tem um restaurante na Holanda e que vive em Carvoeiro, que me disse que assim que fechou recebeu logo dinheiro”, compara.

Apenas café e pão

Agência de Viagens fechou porta e não tem qualquer faturação grupo teve febre, nem sintomas, mas quando chegámos a Portugal ninguém se preocupou em saber se havia sintomas da COVID-19”, adianta Cristina Santos.

Restaurantes fechados ‘Bon Bon’, ‘Leão de Porches’ e ‘Oregano’ são os três restaurantes detidos pelo empresário Nuno Diogo. Emprega 24 pessoas e viu-se obrigado a encerrar todos os estabelecimentos, sendo que dois deles são bem conhecidos por integrarem um segmento de mer-

tal tive de os dispensar”, resumiu o responsável. Estaria a preparar uma nova época do turismo, mas os planos caíram por terra com a COVID-19. Não vê com bons olhos as linhas de crédito lançadas pelo Governo, porque acredita não serem como as descrevem. “Ainda hoje paguei IVA e Segurança Social e estou no ‘red line’. Nem isso nos perdoaram. Estamos a utilizar o nosso dinheiro e a descapitalizar-nos e o Estado não tomou todas as medidas necessárias”, acusa, assumindo que “está

“Ainda hoje paguei IVA e Segurança Social e estou no ‘red line’. Nem isso nos perdoaram. Estamos a utilizar o nosso dinheiro e a descapitalizar-nos e o Estado não tomou todas as medidas necessárias”, acusa Nuno Diogo. cado de luxo. Aliás, o primeiro destes estabelecimentos tem um reconhecimento validado pelo Guia Estrela Michelin. “São muitas pessoas a depender das três empresas. Fiquei com alguns empregados em ‘lay off’, mas os que estavam em período experimen-

com dificuldades”. Não vê o futuro com otimismo, porque tudo é uma incógnita. “A esperança é a ultima a morrer, mas acho que ela já está a morrer. Sou uma pessoa que vive o presente, mas, desta vez, nem isso consigo fazer”, lamenta. Na altura em que falou ao

A pastelaria Helydoce costuma ser um dos pontos de paragem para o pequeno-almoço, uma refeição, um lanche, a encomenda de um bolo de aniversário ou até um café rápido para muitas pessoas. A entrada está vedada, os produtos estão dispostos de maneira a agilizar o atendimento e ninguém entra no espaço. A esplanada também está ‘nua’ e não há bolos de aniversário, porque não há pasteleiro. Só com os serviços mínimos a funcionar, com a venda de café em copo descartável, pão, algumas sandes feitas logo de manhã e bolos secos, os empresários Paulo Catrocho e Hélder Simões registam uma forte quebra no número de clientes. “Anda na casa dos 80 por cento. As pessoas vêm pouco, porque não pode existir acumulação de pessoas, e só cá estou eu e o meu sócio a trabalhar”, descreve Paulo Catrocho. A polícia chegou a avisá-los, porque no início algumas pessoas juntaram-se no espaço para beber café e, desde aí, têm conseguido controlar os atendimentos de forma a que o serviço seja rápido e a evitar que as pessoas convivam. “Agora já está tudo muito mais controlado. No entanto, acho que mesmo depois desta doença acalmar, será muito complicado. Depende das regras estipuladas para abrirmos portas”, alerta. Em princípio, haverá um rácio de clientes por metro quadrado, mas Paulo Catrocho avisa que não será fácil controlar as entradas e quem ‘pagará’, caso haja excessos, serão os responsáveis pelos estabelecimentos. “Teremos de trabalhar assim até lá, mais ou menos 15 de maio, até que abram

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BREVES Doença gerará crise financeira O confinamento, o encerramento de portas e a paragem quase total da atividade, acentuada numa região turística como o Algarve, que neste momento vê as fronteiras fechadas, fará com que o ciclo se comece a cumprir não adivinhando expetativas positivas. Sem receita, as empresas fecham, as pessoas vão para o desemprego, ficam sem rendimentos, o consumo baixa e com esta espiral mais empresas começarão por fechar portas, apontam os empresários. Desemprego no Algarve aumenta A região até estava a conseguir implementar, com algum sucesso, diversos mecanismos para travar a sazonalidade e para fazer cair o desemprego. A chegada da COVID-19 fez disparar os alarmes. Só no Algarve, em março, o número de inscritos nos Centros de Emprego subiu 41,4 por cento em relação ao mesmo mês de 2019. E este aumento foi muito superior ao registado a nível nacional. Em comparação, na região este indicador cresceu 14 vezes mais do em todo o país. Falta de calor humano será agravante Além da área empresarial e das consequências para a economia, Helder Simões, um dos gerentes da pastelaria Helydoce, aponta a falta de calor humano como uma situação complicada na hora de retomar a normalidade possível. “Não estamos a passar bem, estamos mal, devido à falta de convívio”, afirma. O isolamento e o distanciamento não são característicos dos povos latinos, acrescenta o empresário natural da Venezuela. Este será outro dos aspetos que pode levar a uma infelicidade e cansaço generalizado. Medo está implantado, mas há vontade de regressar Apesar do medo estar generalizado, há uma parte da população que deseja voltar, lentamente, à normalidade. Há muitas pessoas a quererem viajar, regressar ao trabalho, sair de casa e o previsto é que aos poucos as medidas sejam aliviadas. António Costa, primeiro-ministro, anunciou que durante o mês de maio serão traçadas etapas de reabertura de espaços, em ciclos de 15 dias. A maioria dos empresários considera essencial que a retoma aconteça aos poucos, bem como a circulação de pessoas.

fronteiras e que a vida volte ao ‘normal’. O problema é que tenho uma quantidade considerável de funcionários que se cruzam no espaço e que acabam por estar em contacto uns com os outros”, diz. Aliás, basta recordar que num dia normal, a certas horas, é difícil encontrar mesa, quer no espaço interior como na esplanada. Enquanto as recomendações para a abertura a cem por cento não chegam, os dois empresários viram-se obrigados a colocar o pessoal em ‘lay off’. Só eles trabalham, enquanto os restantes cinco funcionários estão nesse regime. “Ainda vamos conseguindo manter, não com o que estamos a

fazer agora, mas com o que já tínhamos antes. Ou seja, estamos a usar o nosso dinheiro para não recorrer a créditos, senão sabemos que vamos acumular prejuízos e dívida”, afirma com sensatez. O problema é a incerteza do futuro. Tem a convicção, porém, que será complicado para todas as pessoas. “Com o nível de desemprego a subir, que será ainda maior nos próximos meses, as empresas até podem começar a abrir, mas muitas não vão aguentar os funcionários e as despesas. Vai haver pessoas sem trabalho, falta de dinheiro e sem remunerações não há consumo. Esta doença vai gerar uma crise financeira”, antevê. PUB

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Quebras acumuladas As portas da Sulcave, a empresa de materiais de ferragens e bricolage situada no Parque Industrial de Lagoa, continua aberta, mas seguindo as recomendações das autoridades de saúde. “Estamos a atender os clientes dentro das possibilidades que são permitidas. Ou seja, um cliente de cada vez, à porta, faz o pedido, através de um vidro, nós fazemos o despacho do material, que é entregue na zona do armazém ao cliente sem que haja contacto”, descreve um dos três sócios da emprea, Humberto Guilherme. Ainda conseguiu fugir à hipótese de colocar a mais de uma dezena de funcionários em ‘lay off’, mas não sabe por quanto tempo conseguirá suster a situação se os estabelecimentos não forem reabrindo aos poucos. Contabiliza uma quebra em março de dez por cento, quando comparado com o mesmo mês de 2019. Os números de abril, ainda não os têm, mas admite que serão muito superiores. Por esta razão, apesar do primeiro embate não ter sido muito significativo, teme pelo futuro caso as quebras comecem a aumentar de mês para mês e a acumular. “Não colocámos os funcionários em ‘lay off’. Tenho duas pessoas a fazer atendimento e as restantes fazem arrumações, inventários, contagens e outros serviços internos. Só houve um funcionário que ficou em casa, recorrendo à baixa para assistência ao filho”, explica ao Lagoa Informa. “Este é um ramo que não pode parar e, então dentro das nossas possibilidades, vamos mantendo o serviço. Até fechamos no dia em que foi decretado o Estado de Emergência, mas depois cheguei à conclusão que os clientes precisam do material e sentimos insistência em estar abertos, porque em Lagoa não há mais nada neste ramo. Assim, reabrimos no dia seguinte”, conta o empresário da Sulcave. Um dos principais clientes é o setor hoteleiro. Como as unidades hoteleiras estão encerradas, aproveitam para realizar algumas reparações que estavam pendentes, porque quando começou o Estado de Emergência ainda estavam a preparar a abertura para a época alta do turismo. Humberto Guilherme admite também que não tem sentido falhas a nível de fornecedores portugueses, pois a maioria das fábricas está a laborar. “O material que vem de Portugal estamos a receber, se bem que com alguma demora na entrega. Em vez de uma semana

Munícipio de Lagoa - Algarve

EDITAL N.º 27 /2020

Humberto Guilherme tem a porta aberta com as devidas precauções D.R.

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOA (ALGARVE), LUÍS ANTÓNIO ALVES ENCARNAÇÃO Faz público que, de acordo com a deliberação da Câmara Municipal de 21 de abril do corrente ano e em cumprimento do artigo 101.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto –Lei n.º 4/2015, de 7 de janeiro, submete -se a consulta pública, pelo prazo de 30 dias, a contar da data da publicação do presente Edital na 2.ª série do Diário da República, o Projeto de Regulamento dos Cemitérios Municipais de Lagoa. Mais torna público, que a Proposta supracitada encontra-se disponível, para consulta pública, no Balcão Único da Câmara Municipal, sito na Rua Dr. Ernesto Cabrita, em Lagoa, durante o horário de atendimento, das 09h00 às 16h30, bem como nas sedes das freguesias do concelho e na página oficial deste Município em www.cm-lagoa.pt Os interessados podem apresentar os seus contributos no referido prazo, a contar da data do presente edital, mediante comunicação escrita que contenha o nome completo, morada ou sede, profissão, número de identificação fiscal e o respetivo endereço de correio eletrónico e dando consentimento para que este seja utilizado para os fins previstos na alínea c) do n.º 1 do artigo 112.º do CPA. No âmbito da consulta pública serão consideradas e apreciadas todas as sugestões que forem apresentadas, por escrito, dentro do prazo, dirigidas ao Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, endereçadas ou entregues no Balcão Único do Município de Lagoa, ou enviados através do endereço eletrónico geral@cm-lagoa.pt e se relacionem especificamente com a proposta de alteração ao regulamento em causa. E, para constar e produzir os devidos efeitos, se publica este EDITAL e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de estilo e no SITE desta Câmara Municipal, no sítio www. cm-lagoa.pt Lagoa, 22 de abril de 2020 O Presidente da Câmara (Luís António Alves Encarnação) Lagoa Informa | Edição Nº 126 - 30.04.2020

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Munícipio de Lagoa - Algarve

EDITAL N.º 28 /2020 Nuno Diogo encerrou os três restaurantes de que é proprietário como era habitual demora, por exemplo, dez a doze dias. O problema está nos outros produtos que importamos. De Espanha não vem material nenhum”, avança. Ainda assim, tenta ir faturando, pois tem que ir tendo tesouraria para pagar ordenados e as outras despesas correntes da empresa. “Não sei quais serão as indicações a partir de 4 de maio, mas também sei que se tivéssemos a porta aberta como normal, venderíamos muito mais, pois há produtos que são adquiridos por impulso”, revela. “Como bom português que sou, pois somos sempre um povo com muita esperança, acredito que isto vá melhorar, não no imediato, mas aos poucos. Quando regularizar a abertura das escolas e os pais voltarem ao trabalho, volta um pouco da normalidade. Se correr bem, no próximo Verão, já teremos a economia a mexer mais, ainda que abaixo do que tínhamos antes desta pandemia”, justifica. Demorará muitos meses até que se voltem a registar os

números de 2019 e dos primeiros dois meses de 2020, em que a economia estava a crescer, mas o gerente da Sulcave não acredita que levará os dois ou três anos apontados por muitas pessoas. O otimismo é apenas quebrado pela hipótese de a espiral de quebra continuar, pois se os prejuízos forem acumulando, não há tesouraria que aguente as despesas. “O que é importante, quando o comércio, estabelecimentos, restaurantes começarem a abrir, é o uso de máscaras e o afastamento. É o que tento fazer aqui na empresa. Passo essa informação aos funcionários. Usam luvas, máscaras, evitam proximidade ao cliente, deixam o produto e o cliente leva. Claro que nas creches é difícil controlar, porque as crianças entre os três e os cinco anos, não têm bem a noção. Não faz sentido falarmos de afastamento. Talvez seja necessário repensar o espaço, criar regras nas entradas e nas saídas, reforçar muito os hábitos de higienização das mãos”, afirma.

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOA, LUÍS ANTÓNIO ALVES ENCARNAÇÃO, FAZ PÚBLICO que, de acordo com a deliberação da Câmara Municipal de 21 de abril do corrente ano e em cumprimento do artigo 101.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto –Lei n.º 4/2015, de 7 de janeiro, submete -se a consulta pública, pelo prazo de 30 dias, a contar da data da publicação do presente Edital na 2.ª série do Diário da República, o Projeto de Regulamento de Atribuição das Distribuições Honoríficas do Município de Lagoa. Mais torna público, que a Proposta supracitada encontra-se disponível, para consulta pública, no Balcão Único da Câmara Municipal, sito na Rua Dr. Ernesto Cabrita, em Lagoa, durante o horário de atendimento, das 09h00 às 16h30, bem como nas sedes das freguesias do concelho e na página oficial deste Município em www.cm-lagoa.pt Os interessados podem apresentar os seus contributos no referido prazo, a contar da data do presente edital, mediante comunicação escrita que contenha o nome completo, morada ou sede, profissão, número de identificação fiscal e o respetivo endereço de correio eletrónico e dando consentimento para que este seja utilizado para os fins previstos na alínea c) do n.º 1 do artigo 112.º do CPA No âmbito da consulta pública serão consideradas e apreciadas todas as sugestões que forem apresentadas, por escrito, dentro do prazo, dirigidas ao Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, endereçadas ou entregues no Balcão Único do Município de Lagoa, ou enviados através do endereço eletrónico geral@cm-lagoa.pt e se relacionem especificamente com a proposta de alteração ao regulamento em causa. E, para constar e produzir os devidos efeitos, se publica este EDITAL e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de estilo e no SITE desta Câmara Municipal, no sítio www. cm-lagoa.pt Lagoa, 22 de abril de 2020 O Presidente da Câmara (Luís António Alves Encarnação) Lagoa Informa | Edição Nº 126 - 30.04.2020


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// Atualidade

DESPORTO GILBERTO DUARTE NÃO ESQUECE AS RAÍZES E ESTÁ DISPOSTO A CRIAR UM CAMPO DE FÉRIAS

“Para o andebol evoluir no Algarve é preciso mudar as mentalidades” Uma das maiores referências da modalidade, nado e criado no Lagoa Académico Clube, falou ao nosso jornal desde Montpellier, apelando aos clubes e à Associação para se unirem à volta de um projeto comum. FOTOS: D.R.

NÚMEROS 9 Os anos que Gilberto Duarte jogou no Lagoa Académico Clube, antes de se mudar para o FC Porto, onde, curiosamente, atuou outros nove anos. 10 O número de títulos conquistados pelo jogador algarvio ao serviço dos dragões, entre Campeonato Nacional (7), Supertaça (2) e Taça da Liga (1). 5 As retumbantes vitórias de Gilberto durante uma época no Barcelona: Mundial de Clubes, campeonato, taça, supertaça e taça da liga. 92 Os jogos do lagoense pela Seleção Nacional de seniores, nos quais obteve 286 golos. Gilberto Duarte falhou o Europeu, por lesão, mas vai certamente reaparecer no Mundial, para o qual a presença da Seleção foi agora confirmada Hélio

Nascimento

G

ilberto Duarte é um dos ‘nomes grandes’ do andebol português e um dos responsáveis pelo período de ouro que a modalidade atravessa, traduzido pelos excelentes resultados da Seleção e dos nossos principais clubes. Iniciou-se no Lagoa Académico Clube, onde permaneceu durante nove anos, rumando depois ao FC Porto para confirmar todos os atributos evidenciados no emblema da sua cidade. Seguiu-se a aventura no estrangeiro, com passagens pela Polónia, Espanha e França, onde agora se encontra.

Ainda se lembra dos primeiros passos no Lagoa Académico Clube? Claro que sim. Tinha 9 ou 10 anos, vivia em Lagoa e comecei a praticar andebol no clube, que era o único que tinha a modalidade. Foi numa fase em que andava a experimentar outros desportos, caso do karaté, mas tinha um irmão que também jogava andebol e foi essa a minha escolha. Até

hoje! Foi uma grande e acertada decisão!

Mantém ligação com o clube? Mantenho uma boa ligação, até porque não fazia sentido cortar relações ou esquecer a coletivi-

e sempre, o papel que o clube teve na minha carreira. Agora até vou fazer um vídeo, com palavras de motivação, atendendo ao momento que vivemos, incentivando também os miúdos à prática do andebol.

“Mantenho uma boa ligação [com o LAC], até porque não fazia sentido cortar relações ou esquecer a coletividade que me proporcionou toda esta aventura” “Estou a pensar, muito a sério, em organizar um Campo de Férias para ajudar o clube e a cidade e divulgar o andebol” dade que me proporcionou toda esta aventura. Os meus pais deixaram, eu gostei, mas há também,

E faz algumas visitas, quando vem ao Algarve e a casa… É uma paragem obrigatória. Sou

padrinho de um torneio que o LAC leva a efeito todos os anos e estou a pensar, muito a sério, em organizar um Campo de Férias para ajudar o clube e a cidade e divulgar o andebol. Não é para já, mas está nos meus planos.

Sabe que continua a ser a maior referência para os jovens praticantes? Tenho consciência disso e fico agradecido. Aliás, sei que sou também uma referência a nível nacional. Talvez seja uma pressão, mas é, seguramente, uma motivação para continuar ao mais alto nível. Esta época não correu lá muito de feição, mas não é isso que altera tudo o que está para trás, até porque desejo continuar a crescer e a lutar por esse estatuto e pela minha carreira.

Tem objetivos para levar isso avante? Quero passar toda a minha experiência no andebol. O Algarve precisa de mudar mentalidades, de apostar mais e em força. Se puder ajudar toda a região ficaria bastante feliz. Sou algarvio e reco-

nheço que a província fica numa zona mais isolada, mas o desejo de tornar o andebol mais forte não pode morrer e é indispensável, neste sentido, que os clubes remem todos para o mesmo lado e que a Associação de Andebol do Algarve ajude. Aliás, a Associação tem, igualmente, um papel importante a desempenhar.

Em que sentido? Vou dar um exemplo: a Associação devia aproveitar os recursos que o Algarve tem para apostar no andebol de praia, uma vertente que está em franco desenvolvimento em todo o mundo. O Algarve tem umas condições incríveis para fazer esta aposta, quer pelas praias quer pelo clima. Percebo que nos meses de verão os jovens vão muitas das vezes fazer alguns part-times, mas se trabalharmos em conjunto é possível adaptar a realidade ao projeto. Temos de dar este passo em frente e de criar oportunidades. Mesmo reconhecendo as dificuldades, acho que é possível encontrar um ponto de equilíbrio.


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Atualidade // SOZINHO EM MONTPELLIER Mudando de assunto: como tem vivido estes dias de pandemia, sabendo que continua por Montpellier? Só saio para ir compras. E pouquíssimas vezes. Treino, fazendo exercícios físicos, e depois jogo playstation, falo muitas vezes pelas redes sociais e vejo séries. Em relação ao treino, é o possível para um atleta de alta competição, mas não tem a carga nem a intensidade que são indispensáveis. Ou tens um ginásio em casa ou então limitas-te a diminuir o prejuízo. É difícil manter algum ritmo, é deveras complicado, mas, pelo menos, consegui não aumentar de peso.

A competição está totalmente parada… Sim, está, e há duas semanas, na sequência das informações dadas pelo presidente francês, que prolongou o estado de emergência até 11 de maio, proibindo festivais e todos os eventos, incluindo os desportivos, a Liga Profissional de Andebol de França deu o campeonato por terminado e todas as provas sob a sua égide. A Liga dos Campeões, entretanto, foi adiada para dezembro.

Houve atribuição do título francês? A Liga ordenou que a classificação ficasse como estava à 18.ª

“Sou algarvio e reconheço que a província fica numa zona mais isolada, mas o desejo de tornar o andebol mais forte não pode morrer e é indispensável que os clubes remem todos para o mesmo lado e que a Associação ajude” jornada. O PSG foi campeão, seguido pelo Nantes, Nimes e pelo Montpellier.

E como é viver sozinho numa cidade francesa durante um período tão atípico e preocupante? Estou habituado a viver sozinho, e hoje, com todas as tecnologias que temos ao dispor, dá para gerir o tempo. Os contactos são permanentes, faço jogos online, falo com amigos e com a família por videochamadas e tem sido assim. Não é a mesma coisa, mas alivia. E o clube também está sempre em contacto, enviando constantemente mensagens a perguntar se está tudo bem ou se preciso de alguma coisa.

A família continua no Algarve? Os meus pais vivem em Porches, a

minha irmã no Parchal e falo sempre com eles. Até com o meu afilhado e sobrinho! E tenho outros irmãos, no Barreiro, em Lisboa, na Suíça, ligamos uns aos outros e vamos conversando e sabendo como estão todos. Às vezes juntamo-nos em videochamadas e as crianças também aparecem. Estão todos bem, felizmente. Aliás, dentro de dias espero estar aí ao pé deles.

Acha que conseguimos antecipar as marcas que o coronavírus vai deixar no desporto? Vai deixar marcas em tudo e em áreas mais importantes do que o desporto. Para minimizar os danos, torna-se necessário que todas as pessoas e entidades se unam à volta do mesmo propósito. Depois, como já disse, há coisas mais importantes do que

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Heptacampeão no FC Porto Gilberto Duarte atua a meia-distância e é aquilo a que se pode chamar um jogador completo: alto e possante, tem técnica apurada, velocidade no passe, facilidade no remate e uma leitura de jogo que lhe permite marcar o ritmo e controlar os espaços. Aos 29 anos, tem 92 jogos e 286 golos pela Seleção Nacional e um palmarés igualmente rico a nível de clubes. Começou no Lagoa Académico Clube, em 1999/2000, dando logo nas vistas, de tal modo que o FC Porto não perdeu tempo em contratá-lo. Rumou ao Dragão em 2007/08, onde foi heptacampeão (!), e, depois, mercê da sua qualidade e valia, iniciou a aventura pelo estrangeiro, primeiro no Wisla Plock, da Polónia, e a seguir no Barcelona – ganhou tudo o que havia para ganhar, incluindo um Mundial de Clubes – e no Montpellier. Sempre que está de férias ou o calendário de jogos o permite, Gilberto Duarte não perde a oportunidade de dar uma saltada ao Algarve para estar com a família e conviver com os amigos. A visita ao Lagoa Académico Clube é, naturalmente, obrigatória, para gáudio de todos os jovens praticantes e orgulho de Fernando Fernandes, o coordenador técnico e um dos fundadores do clube, que tão bem conhece o “craque”. Aliás, Gilberto é padrinho do Torneio Internacional Cidade de Lagoa, no qual já tem marcado presença.

o desporto. Oxalá as pessoas tenham essa noção. A preocupação é global. E só quando o vírus es-

tiver minimamente controlado é que se pode ter alguma ideia de como sairemos desta crise.

Continuar ligado ao andebol é objetivo para levar a peito Uma curta viagem pela carreira de Gilberto Duarte leva-nos a emblemas de topo no panorama europeu, onde o andebol é rei. Em jeito de confissão, o algarvio garante que está pronto a jogar mais anos a alto nível. Depois, gostava de continuar ligado à modalidade.

Gostou de jogar no Wisla Plock?

Vamos agora falar um pouco da sua carreira. Saiu do Lagoa Académico Clube para o FC Porto, onde ganhou tudo…

Tanto deu para crescer que se seguiu o colosso Barcelona!

Não ganhei tudo. Nesse aspeto, a Soraia Lopes [outra enorme referência do LAC] está em vantagem. Ela é que ganhou tudo, eu foi quase tudo, faltou uma Taça de Portugal. Venci campeonatos, Supertaça e Taça da Liga, mas a de Portugal não. Foram anos de sonho. Uma vida nova, tudo correu bem, foi muito bom. Foi top mesmo!

A Polónia foi a sua primeira experiência no estrangeiro.

- Foi importante, sobretudo por ser a primeira experiência fora de Portugal. Tive de me adaptar a uma nova realidade e a tudo o mais. Não deu para ser campeão, mas alcancei outros objetivos e deu para crescer.

Foi um sonho realizado. Qualquer jogador terá certamente esse sonho de jogar no Barcelona e eu consegui concretizá-lo. Aquilo é outro nível, é um outro mundo e somei muitas e importantes conquistas.

Qual a razão de ter rumado depois para o Montpellier? Quando saí da Polónia ficou logo tudo acordado: estaria um ano no Barcelona e assinei por três anos com o Montpellier. É igualmente um emblema de topo no andebol.

Trata-se de uma nova experiência, mas eu, confesso, não gosto de pensar muito nas decisões que tomo.

Está satisfeito em França? Com a época, claro que não estou. Já tive tempo mais do que suficiente para refletir e fazer contas. Com duas lesões aborrecidas pelo meio e agora o coronavírus…não estou contente com a parte desportiva. E até falhei o Europeu.

"JÁ HAVIA QUALIDADE" Não representar Portugal na fase final do Europeu, no início deste ano, foi uma enorme mágoa… Fui dos que mais lutei por isso e a ferida vai durar a sarar. Custou muito, não vale a pena, sequer, tentar dizer o contrário. Dei apoio fora do campo, mas foi bastante complicado. Durante anos e anos esforcei-me por esse objetivo e depois sofri aquela lesão

[no ligamento lateral interno do joelho esquerdo] que deitou tudo por terra.

Ficou, certamente, a satisfação plena de que Portugal joga de igual para igual com os melhores do mundo. A confirmação plena. Mas agora faço eu uma pergunta: e antes do Europeu, não podia jogar de igual para igual? O grupo de jogadores até era o mesmo. Não foi mais cedo porque faltou um bocadinho de sorte em certos jogos e faltou a concentração em alguns momentos. Agora, provámos qualidade, mas já tínhamos essa qualidade. É verdade que os treinadores chegaram e também contribuíram, mas não foi só num ano que se deu tamanha evolução. Já havia enorme qualidade.

Os clubes também têm contribuído para esta tal qualidade do nosso andebol? Têm um papel muito impor-

tante, até porque, na Seleção, o tempo não dá para grandes evoluções a esse nível. Na Seleção criam-se mecanismos, apura-se o entrosamento e depois é aproveitar a capacidade dos jogadores e extrair o melhor de cada um.

O Gilberto continua com objetivos? Quero continuar ao mais alto nível o maior tempo possível. Depois, logo se vê como faço a transição, mas não faço grandes planos. Estou bem, quero prosseguir a jogar andebol e é o que vou fazer.

Já pensou no que vai fazer quando terminar a carreira de jogador? Gostava de ficar ligado ao andebol. Treinador? Não, quanto muito como adjunto, fazendo uma dupla. Mas quero passar a experiência, e, se puder ser no Algarve, melhor ainda.


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// Saúde Esclarecimento de algumas questões frequentes sobre a COVID-19

Dra. Ana Jesus Farmácia Amparo Lagoa

Qual a diferença entre coronavírus e COVID-19? Os vírus são organismos pequenos e bastante simples que não possuem células. São formados basicamente por uma cápsula proteica que envolve o material genético, com instruções que permitem a sua replicação. Dependem completamente das células do hospedeiro para se reproduzir. Em dezembro de 2019, foi detetado um surto de casos de pneumonia na China, cujo agente responsável foi identificado como um vírus nunca antes isolado no Homem. Para o diferenciar, foi inicialmente chamado “novo coronavírus” (2019-nCoV), assim que se detectou a sua relação com a família dos coronavírus. Foi depois designado como SARS-CoV-2 (Síndrome Respiratória Aguda Grave - Coronavírus 2), e a doença pela qual é responsável como COVID-19. O nome atribuído pela Organização Mundial de Saúde é retirado das palavras “corona”, “vírus”, “doença” e 2019, o ano em que surgiu. Quais são os sinais e sintomas desta doença? O período de contágio (tempo decorrido entre a exposição ao vírus e o aparecimento de sintomas) é, em média de 5-6 dias, mas pode ir até 14 dias. Os sintomas mais frequentes associados à COVID-19 são febre, tosse e dificuldade respiratória. Também pode surgir corrimento nasal, dor de garganta, diarreia, dores de cabeça e/ou musculares e cansaço. Estes sintomas são geralmente ligeiros, em cerca de 80% dos casos, e surgem gradualmente. Muitas das pessoas infetadas não apresentam quaisquer sintomas. Em casos mais graves, pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos, e eventual morte. Embora não seja totalmente claro, as pessoas idosas ou com doenças crónicas (hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e cancro) parecem apresentar maior vulnerabilidade. Na generalidade, pessoas como o sistema imunitário mais debilitado estarão mais suscetíveis de ter inflamação e sofrer os efeitos da destruição causada pelo vírus. Como é que o vírus se transmite? Do que se conhece atualmente, sabe-se que o vírus precisa de alguma proximidade para se transmitir. A doença é transmitida de pessoa para pessoa por via respiratória, através das secreções respiratórias, por exemplo ao tossir ou espirrar. Sendo esta a principal via de transmissão, é muito importante respeitar o distanciamento social, de pelo menos um metro. As partículas infeciosas poderão ainda contaminar superfícies ou obje-

tos. É possível que outras pessoas fiquem infetadas ao tocar nesses objetos e depois nos olhos, nariz ou boca. Qual é o tratamento para a COVID-19? A investigação prossegue, mas ainda não existe vacina ou medicamento específico para prevenir ou tratar a COVID-19. As pessoas afetadas recebem cuidados para aliviar os sintomas, adequados a cada caso. Assim, a forma mais eficaz de combater esta doença é, à data, a prevenção do contágio. Como me posso proteger? Para reduzir a probabilidade de ficar doente ou transmitir a infeção a outras pessoas deve tomar as seguintes precauções: - Reforçar as medidas de higiene: lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou com uma solução de base alcoólica. Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência, como, por exemplo, o telemóvel. - Distanciamento social: evitar sair de casa e locais de muita aglomeração. Se tiver mesmo de sair, manter a distância de pelo menos um metro das outras pessoas. - Etiqueta respiratória: cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir com um lenço de papel descartável ou com a parte interna do cotovelo (nunca com as mãos). Se usar um lenço, deve deitá-lo no lixo de seguida. Lavar as mãos sempre que se assoar, tossir ou espirrar. - Se tiver febre, tosse ou dificuldade em respirar, ligue para o SNS 24 (808 24 24 24) antes de se deslocar a um serviço de saúde. As grávidas correm riscos acrescidos? Não há evidência científica sobre a gravidade da doença em mulheres grávidas após a infecção pelo novo coronavírus. Porém, caso adoeçam, os tratamentos que possam receber são limitados, o que as torna quase grupo de risco. Recomenda-se que as mulheres grávidas tenham as mesmas precauções de prevenção face ao novo coronavírus. A utilização de máscara protege-me do novo coronavírus? A máscara cirúrgica pode limitar a disseminação de doenças respiratórias provocadas por vírus, incluindo COVID-19. O grande benefício da utilização da máscara é proteger os outros. Muitas pessoas poderão estar infetadas sem manifestar sintomas e estar a propagar a infeção. Contudo, utilizar máscara cirúrgica, por si só, não é suficiente para evitar o contágio. Se não for corretamente usada, além de ser um gasto desnecessário de recursos limitados que podem fazer falta, pode

dar uma falsa sensação de segurança e, involuntariamente, levar ao descurar das medidas efetivas de etiqueta respiratória, de distanciamento social e de lavagem das mãos. Certifique-se que sabe usar a máscara: deve lavar bem as mãos antes de lhe tocar, quando a colocar deve garantir que cobre o nariz e a boca, evitar tocar na máscara enquanto está a usá-la, lavar as mãos antes de a retirar, removê-la pela parte de trás segurando-a pelos atilhos ou elásticos, descartá-la para um contentor de resíduos e lavar novamente as mãos. Estão em curso estudos para avaliar métodos de esterilização para estes materiais, mas não havendo ainda dados disponíveis sobre os métodos de limpeza eficazes e não prejudiciais para equipamentos de uso único, como máscaras, estas deverão descartadas após utilização. A máscara cirúrgica pode ser usada por algumas horas desde que não esteja suja ou húmida. A humidade da respiração reduz a capacidade de proteção da máscara. Pode mesmo proporcionar a captação de partículas, nomeadamente de vírus, tornando-se contraproducente. A utilização de máscaras feitas de outros materiais (por exemplo de algodão) ainda não foi avaliada pela Organização Mundial de Saúde. Não existem dados suficientes para recomendar ou não a sua utilização nesta situação. Mas podem acumular resíduos e partículas infeciosas, aumentando assim o risco de disseminação do vírus. Quando for ao supermercado devo usar luvas? As luvas, tal como as máscaras, se utilizadas inadequadamente podem facilitar a transmissão do vírus. Dão uma falsa sensação de segurança, e resultam em oportunidades perdidas para a higiene das mãos, a melhor forma de eliminar o vírus. Se decidir usá-las, deve ser estar atento aos objetos em que toca, evitar tocar na cara, e lavar as mãos antes e depois da utilização. Posso fazer o teste para saber se estou infectado? Todos os casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus devem ser submetidos a diagnóstico laboratorial. São considerados casos suspeitos de COVID-19 todas as pessoas que desenvolvam um quadro respiratório agudo de: tosse (persistente ou agravamento da tosse habitual), febre (temperatura ≥ 38ºC), ou dificuldade respiratória. Nesta situação, deverá contactar-se a Linha SNS 24 (808 24 24 24) ou outras linhas telefónicas criadas especificamente para o efeito, pelas Administrações Regionais de Saúde. A decisão da realização do teste só é válida após

a avaliação clínica dos profissionais de saúde que estão habilitados para a fazer. A realização de testes de deteção viral permite identificar quem está infetado para que possa cumprir o isolamento e reduzir a transmissão. A sua limitação está relacionada com a necessidade de repetição, uma vez que o indivíduo testado com um resultado negativo poderá vir a ser contagiado posteriormente, e, consequente, transmitir a doença. Infelizmente, ainda não é possível a sua realização ao ritmo que seria desejável, mas esforços estão a ser feitos para que se façam em maior número. Estão a ser desenvolvidos testes serológicos, para verificar se a pessoa tem anticorpos específicos contra o vírus. Torna, portanto, possível identificar se tem imunidade, o que quer dizer que já contraiu a infeção, e não constituirá perigo para a saúde pública. A medicação que tomo habitualmente está a acabar, o que devo fazer? Pode contactar o Centro de Saúde para que lhe seja enviado receituário para o seu telemóvel, caso necessite. Foi recentemente publicada uma portaria que vem estabelecer medidas adicionais, transitórias, que irão facilitar o acesso dos utentes aos medicamentos. As prescrições eletrónicas renováveis (validade de 6 meses), emitidas nos últimos 6 meses, consideram-se automaticamente renováveis, por igual período, sem necessidade de intervenção do médico prescritor. O que está previsto é que o utente receberá uma SMS com os dados da nova receita emitida, com base nos mesmos dados da receita que lhe deu origem (mas terá uma numeração e códigos de acesso/ direito de opção novos). Trata-se de um processo que ainda está a ser implementado e que depende da actualização dos sistemas informáticos pelo Ministério da Saúde. Se tiver de recorrer a uma farmácia, siga estes conselhos: - Evite deslocar-se com muita frequência à farmácia; - Opte por encomendar antecipadamente aquilo de que precisa, de forma a espaçar as visitas; - Quando tiver de ir, limite a sua permanência ao mínimo indispensável e mantenha uma distância de segurança em relação às restantes pessoas; - Se tiver mais de 65 anos ou outras doenças, peça a um familiar ou amigo para ir à farmácia por si ou solicite entrega ao domicílio.


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QUINTA-FEIRA, 30.04.2020 | Nº 126

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// Opinião PUB

Ao sul … Os bons valores do COVID-19 Vai ficar tudo bem!

Carlos Gordinho Professor

É o que esperamos que aconteça e vai acontecer, pensemos positivo, perante esta situação esquisita, que nos foi imposta e para a qual, nem nós, nem ninguém estava preparado, nem mesmo os mais visionários ou audazes. Notaram-se e fazem-se notar alguns exageros de comportamentos e atitudes. Vamos respeitá-los! Continua a imperar o egoísmo e o foco em si próprio, nada que me espante, porque assim já o era. Contudo, parece haver uma opinião global, aqui sim sou um pouco cético, que a partir desta ‘tempestade’, tudo irá ser diferente do que até aqui haverá sido. Tenho umas pequenas dúvidas se isto é um estádio de desenvolvimento, reflexão interior, que cada um está a fazer e

... gostaria que perdurassem os valores positivos que estamos a viver e a praticar a sentir, ou se apenas se está a replicar o que nos é incutido diariamente nos órgãos de comunicação. Utilizar a palavra GUERRA, num contexto deste como vivemos, palavra que pressupõe, confronto de interesses, utilização de armas, violência ou até motivos de vingança ou de posse, julgo não ter sido feliz a escolha deste substantivo, para sensibilizar toda uma sociedade que de guerras não traz as melhores recordações e que nada tem a ver com guerras. Enfim.

Munícipio de Lagoa - Algarve Câmara Municipal

Depois, aparece de seguida outro substantivo pouco positivo: EMERGÊNCIA, que só por si provoca apreensão, medo, pânico, traz-nos complexidade, o receio, o afastamento, leva-nos a alguns comportamentos e atitudes perante o outro, perante contextos de partilhas de espaços e lugares, menos positivos e esquisitos. Olhemos para a natureza, ela dá-nos referências, ensina-nos e é na natureza que podemos ir buscar os melhores exemplos. Esperar que este isolamento social siga a lei da natureza da metamorfose da lagarta, que após algum tempo de repouso, proteção e isolamento, dá-nos a transformação numa borboleta livre, colorida, enérgica. Mas esta fase vai passar. Que a vamos claramente ultrapassar, não tenho dúvidas, porque temos essa capacidade intrínseca. Julgo é que temos que ser um pouco mais racionais, gostaria muito a bem de todos nós, que perdurassem os valores positivos que estamos a viver e que todos estamos a praticar, nomeadamente, o respeito das pessoas nas filas, o distanciamento entre as pessoas nessas mesmas filas (basta só respeitarmos um espaço curto entre uns e outros), a tolerância e a capacidade de saber esperar e aguardar sem reclamar, a higiene de alguns dos espaços e locais que são possíveis de frequentarmos. Espero que a prática de todos estes valores seja mais uma vez uma semente que queremos ver florir, depois da tempestade. A tormenta vai passar seguramente e iremos caminhar de novo sem medo, procurando a luz que servirá a cada um. Pena é que tenha que dar razão à Mariza, quando a mesma de uma forma expressiva e sentida entoa, “é preciso perder para depois se ganhar”, esperando que o melhor de nós está para chegar. Vai ficar tudo bem!

AVISO N.º 19 /MA /2020 LUÍS ANTÓNIO ALVES DA ENCARNAÇÃO, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOA (ALGARVE): Considerando que o Município de Lagoa, no âmbito do atual cenário epidémico provocado pelo novo coronavírus (COVID-19), irá manter a fase de alerta do Plano de Contigência Municipal COVID-19, até ao próximo dia 15 de maio de 2020; Considerando que o Presidente da República irá renovar o estado de emergência em Portugal até ao próximo dia 02 de maio de 2020; Considerando as medidas adotadas pelo Governo e bem assim as orientações da Direção Geral de Saúde; Faz saber, pelo presente Aviso, no âmbito do COVID-19, com vista à minimização do impacto desta epidemia no território concelhio, que se mantêm as seguintes MEDIDAS DE PREVENÇÃO: Encerramento ao público de espaços culturais: • Auditório Municipal • Convento de São José • Biblioteca Municipal • Arquivo Municipal • Escola de Artes Encerramento ao público de espaços desportivos: • Piscinas Municipais • Pavilhão Desportivo Jacinto Correia • Estádio da Bela Vista • Nave Desportiva de Ferragudo • Complexo Desportivo de Estômbar Encerramento ao público de espaços públicos: • Parques infantis • Equipamentos de manutenção sito em locais públicos • Acesso vedado às praias do concelho Encerramento do Balcão do Empreendedor; Encerramento do Balcão Único de Atendimento Presencial, ficando o atendimento presencial apenas assegurado pelos serviços mínimos, afim de prestar atendimentos de caráter essencial e urgente e para os munícipes que, comprovadamente, não disponham de acesso aos meios alternativos de interação com o Município; Ficam privilegiados os demais canais de interação com este Município, através dos contactos telefónicos, endereços eletrónicos e Serviços Online: • Contacto Telefone Geral: 282 380 400; • E-mail geral: geral@cm-lagoa.pt • Contacto Telefónico Secretaria Geral: 282 380 422; • E-mail geral: geral@cm-lagoa.pt • Contacto Telefónico Execuções Fiscais: 282 380 422; • E-mail Execuções Fiscais: execucoes.fiscais@cm-lagoa.pt • Contacto Telefónico Águas e Saneamento: 282 380 421; • E-mail águas e saneamento: secretaria.aguas@cm-lagoa.pt • Contacto Telefónico Secretaria de Obras e Urbanismo: 282 380 419; • E-mail secretaria de obras: secretaria.obras.urbanismo@cm-lagoa.pt • Endereço para acesso aos Serviços Online: http://servicosonline.cm-lagoa.pt/ Todos os eventos culturais e desportivos que se encontram agendados para o mês de maio encontram-se cancelados;

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Encerramento dos serviços administrativos no período de almoço entre as 12,30 h e as 14,00 horas; Os atendimentos presenciais prestados pelos técnicos desta autarquia, com prévia marcação, ficam suspensos, realizando-se os mesmos, apenas via telefone, sempre que possível. As medidas supracitadas vigoram a partir de 17 de abril até ao próximo dia 15 de maio de 2020, podendo as mesmas ser objeto de quaisquer alterações que se revelem necessárias; E, para constar e produzir os devidos efeitos, se publica este AVISO e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de estilo e no site desta Câmara Municipal, no sítio www.cm-lagoa. pt Paços do Município de Lagoa, aos 17 de abril de 2020. O Presidente da Câmara, (Luís António Alves da Encarnação) Lagoa Informa | Edição Nº 126 - 30.04.2020

Licença nº. 14524-AMI | NIPC 510 221 742


QUINTA-FEIRA, 30.04.2020 | Nº 126

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AVISO N.º 20 /MA/2020 LUÍS ANTÓNIO ALVES DA ENCARNAÇÃO, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOA (ALGARVE): Considerando que o Município de Lagoa, no âmbito do atual cenário epidémico provocado pelo novo coronavírus (COVID-19), irá manter a fase de alerta do plano de contingência municipal COVID-19, até ao próximo dia 15 de maio de 2020; Considerando que o Presidente da República irá renovar o estado de emergência em Portugal até ao próximo dia 02 de maio de 2020; Considerando as medidas adotadas pelo Governo e bem assim as orientações da Direção Geral de Saúde; Considerando que, o Balcão Único de Atendimento Presencial, irá estar encerrado até ao próximo dia 15 de maio de 2020, como medida de prevenção e com vista á minimização do impacto desta epidemia no território concelhio: Faz saber, pelo presente Aviso, no âmbito do COVID-19, com vista à agilização dos procedimentos cemiteriais, que se mantêm os seguintes procedimentos: • Submissão de requerimentos para inumação de cadáveres nos cemitérios municipais de Lagoa e Parchal, acompanhados dos respetivos elementos instrutórios, através do endereço eletrónico geral desta autarquia: geral@cm-lagoa.pt • Pagamento da taxa associada ao serviço através de transferência bancária para o IBAN PT50000 703610000006000463, devendo ser remetido o respetivo comprovativo de pagamento para o supracitado endereço eletrónico; • Oportunamente, logo que esta situação epidémica que nos assola, se encontre normalizada, ficam as agências funerárias obrigadas a promover a entrega do original dos respetivos processos físicos anteriormente submetidos via e-mail. As medidas supracitadas vigoram a partir de 17 de abril até 15 de maio de 2020, podendo as mesmas ser objeto de quaisquer alterações que se revelem necessárias; E, para constar e produzir os devidos efeitos, se publica este AVISO e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de estilo e no site desta Câmara Municipal, no sítio www.cm-lagoa.pt Paços do Município de Lagoa, aos 17 de abril de 2020. O Presidente da Câmara, (Luís António Alves da Encarnação) Lagoa Informa | Edição Nº 126 - 30.04.2020

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Munícipio de Lagoa - Algarve

EDITAL N.º 23 /2020

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O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOA (ALGARVE), LUÍS ANTÓNIO ALVES ENCARNAÇÃO Faz público que, em cumprimento do disposto no art.º 4.º, do Decreto-Lei n.º 54-A/99, de 22 de fevereiro, ter a Câmara Municipal, aprovado na sua reunião de 26 de fevereiro de 2020, e a Assembleia Municipal apreciado na sessão de 8 de abril de 2020, os Documentos de Prestação de Contas relativos ao ano de 2019, bem como, o respetivo Relatório de Gestão. E, para constar e produzir os devidos efeitos, se publica este EDITAL e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de estilo e no SITE desta Câmara Municipal, no sítio www.cm-lagoa.pt E eu, Luis de Oliveira dos Santos Neto, Chefe de Divisão Financeira, o subscrevi. Lagoa, 16 de abril de 2020 O Presidente da Câmara (Luís António Alves Encarnação)

José Santos

Lagoa Informa | Edição Nº 126 - 30.04.2020

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A fechar...

COVID-19

D.R.

Os números de Lagoa até dia 28 de abril 30 de abril 2020 Quinta-feira

10

Casos

5

Ativos

2

Mortes

CULTURA ALGUNS ESPETÁCULOS JÁ ESTÃO GRAVADOS

Autarquia apoia músicos e artistas do concelho

Sete Vales Suspensos está incluído no projeto TrailGazersBID

Concertos todas as sextas-feiras transmitidos pela página do facebook da Câmara e pela Rádio Lagoa. FOTOS: D.R.

Rui

Pires Santos

A

Nossa Gente, a Nossa Identidade’ é o projeto lançado pela Câmara Municipal de Lagoa para apoiar os músicos e artistas do concelho. Já a partir de amanhã, 1 de maio, todas as sextas-feiras (21h00) será transmitido, na página do Facebook do Município e através da emissão da Rádio Lagoa, um concerto gravado no Auditório Carlos do Carmo com um artista local. A iniciativa deverá prolongar-se até julho, dependendo da evolução da pandemia, e todos serão pagos como se de um espetáculo ao vivo se tratasse. Fonte da autarquia revelou ao Lagoa Informa que a ideia foi “apoiar no imediato os artistas, pelo que os concertos foram gravados e todos irão logo receber o cachet”, acrescentando que “se fosse em direto, o pagamento teria de ser feito após a transmissão”. Neste momento, há artistas que estão a fazer as gravações e outros que estão ainda a ser contactados para se prepararem, de forma a preencher a agenda das sextas-feiras dos próximos meses.

O concerto de Luana Velasquez foi transmitido a 25 de Abril

Os parceiros do ‘TrailGazersBID’ encontraram-se num espaço virtual, devido à emergência da COVID-19, e apresentaram os trabalhos para a implementação deste projeto europeu, que promove o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais em oito trilhos piloto no espaço atlântico. Um destes percursos é o Sete Vales Suspensos, situado no concelho de Lagoa. Esta sessão serviu para compartilhar tecnologia e experiências que contribuam para o desenvolvimento ambiental, económico e social das áreas naturais e das populações locais. O projeto, que durará até março de 2022, avaliará, em primeiro lugar, o retorno socioeconómico dos investimentos em infraestruturas de trilhos, ajudando a definir critérios de maior eficiência. Em segundo lugar, explorará melhorias na promoção desses espaços naturais com o uso de novas tecnologias, como as redes sociais, aplicativos de realidade aumentada e ferramentas de marketing digital. Navarra, Bretanha, Gales do Sul, Ilhas Canárias, North West Irlanda, Irlanda do Norte e Portugal são os locais com trilhos piloto que integram o projeto.

Casa da Cidadania assinalou 25 de Abril com novo site

O concerto de Ricardo Sousa serviu de teste ao projeto a inicar em maio O projeto já foi testado com o espetáculo de Ricardo Sousa, nas comemorações dos 19 anos de elevação de Lagoa a cidade, a 19 de abril, e no 25 de Abril

com a transmissão dos concertos de Luana Velasquez e US2 (João Ricardo e João Vieira), além de leituras de Abril com Napoleão Mira.

A Câmara Municipal de Lagoa, no âmbito do projeto Casa da Cidadania, criou um novo site (casadacidadania.pt), que ficou disponível no sábado, data em que foi assinalado o 25 de Abril. A autarquia associa este projeto, a ser implementado no edifício dos Antigos Paços do Concelho, a uma marca fundamental na criação de um país democrático, do poder local e à elevação de Lagoa a cidade. Além de divulgar o projeto de museografia, de cidadania e de cultura política em implantação em Lagoa, com esta plataforma os responsáveis pretendem partilhar a História dos Movimentos Sociais no Sul de Portugal. “Este projeto assume ainda mais relevância neste momento, porque é nos momentos trágicos que a humanidade e os seus valores se devem fortalecer”, justifica a autarquia. No projeto participam historiadores e antropólogos, que em articulação com os técnicos da Câmara, têm vindo a reunir informação sobre História Cultural da Política desde a fundação do Concelho de Lagoa, em 1773 até à atualidade.

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