Quinta-feira, 28.05.2020 | € 1,00
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Quinzenário | Ano V | Nº 128 | Diretor: Rui Pires Santos
José Cercas fala do escutismo em Lagoa Com quase 60 anos de percurso no movimento, o chefe partilha em entrevista a sua visão sobre a atualidade. P6
ECONOMIA COVID-19 não assusta ‘Vó Ilda’ P8
EDUCAÇÃO Autarquia já prepara próximo ano letivo P4
MÚSICA Conservatório de Artes abre inscrições P5
Dispara número de desempregados Consequências da COVID-19 já se fazem sentir no emprego. Só em março e em abril mais de 500 lagoenses ficaram sem trabalho. Os setores mais afetados são os que estão relacionados com o turismo. P3
Pais 'fogem' das creches 'A Colmeia' no Centro Popular de Lagoa reabriu com pouco mais de uma dezena de crianças, quando costuma ter uma centena. P10 PUB
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Câmara avança com duas obras de dimensão www.algarve-palm.com EN124, Poço Partido, 8400-557 Carvoeiro
Arrancaram na semana passada obras de requalificação em Vale de Centeanes e no refeitório do Centro Escolar de Lagoa. Autarquia diz que ambas devem estar concluídas até final do ano. P4 PUB
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Munícipio de Lagoa - Algarve
EDITAL N.º 40 /2020 DIRETOR: Rui Pires Santos REDAÇÃO: Ana Sofia Varela COLABORADORES: Jorge Eusébio, Mónica Pontes PAGINAÇÃO: Vanessa Correia FOTOGRAFIA: Eduardo Jacinto, Kátia Viola DEPART. COMERCIAL: Hélder Marques . 914 935 351 PROPRIEDADE E EDITOR: PressRoma, Edição de Publicações Periódicas, Unip. Lda. – Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto, 8400-417 Lagoa CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Rui Pires Santos NIF: 508 134 595 Nº REGISTO ERC: 126668 DEPÓSITO LEGAL Nº: 94540/15 SEDE DE REDAÇÃO: Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto., 8400-417 Lagoa EMAIL: lagoainforma@gmail.com Telf: 282 381 546 | 967 823 648 IMPRESSÃO: LUSOIBÉRIA Av. da República, nº 6, 1.º Esq. 1050-191 Lisboa TIRAGEM: 2.500 exemplares PERIODICIDADE: Quinzenal ESTATUTO EDITORIAL: http://algarvevivo.pt/sobre-nos/
O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOA (ALGARVE), LUÍS ANTÓNIO ALVES ENCARNAÇÃO: Faz público que, de acordo com a deliberação desta Câmara Municipal de 19 de maio de 2020, encontra-se aberto concurso público para a concessão de exploração do estabelecimento do Bar Anexo ao Mercado Municipal de Lagoa. As propostas devem ser apresentadas por escrito de acordo com o requerimento tipo constante do anexo I do Programa de Concurso, em sobrescrito fechado, até às 16:30 horas do próximo dia 12 de junho de 2020, as quais deverão ser entregues pessoalmente no Serviço de Secretaria Geral deste Município ou enviadas por correio registado. O prazo da concessão do espaço é de 5 (cinco) anos contados a partir do dia seguinte à celebração do contrato. A base de licitação é de 460,00€ (quatrocentos e sessenta euros) para a concessão de exploração. O valor mínimo de cada lanço é de 25,00€ (vinte e cinco euros). O ato público realizar-se-á na Sala de Reuniões da Câmara Municipal de Lagoa, no dia 18 de junho de 2020, pelas 14:30horas. Mais se faz público que, no ato da licitação, o adjudicatário terá de pagar o valor correspondente a 10% do valor de uma renda. O adjudicatário deverá no prazo de 6 (seis) dias a contar da data de receção da notificação prestar caução no montante correspondente ao dobro do valor mensal da concessão, o qual constituirá um depósito de garantia, a qual será restituída ao concessionário no termo do contrato. Para mais informações os interessados poderão consultar os respetivos Programa de Concurso e Caderno de Encargos no Balcão Único deste município, no horário entre as 09:00 horas e as 16:30 horas E, para constar e produzir os devidos efeitos, se publica este EDITAL e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de estilo e no SITE desta Câmara Municipal, no sítio www.cm-lagoa.pt
Lagoa, 19 de maio de 2020 O Presidente da Câmara, (Luís António Alves Encarnação) Lagoa Informa | Edição Nº 128 - 28.05.2020
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Abertura //
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ECONOMIA NÚMEROS AUMENTARAM NOS MESES DE MARÇO E ABRIL RELATIVAMENTE A 2019
500 novos desempregados em Lagoa Algarve registou mais seis mil desempregados, um acréscimo que tem como causa direta a retração causada pela pandemia da COVID-19. D.R.
Minimizar impacto da COVID-19
Sessões coletivas de informação por videoconferência foram novidade implementada Ana
Sofia Varela
A
pandemia do novo coronavírus, a COVID-19, já levou a um aumento do número de desempregados, em comparação com 2019, que no concelho representa mais de 320 pessoas sem trabalho em março, segundo avança ao Lagoa Informa Madalena Feu, diretora regional do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) do Algarve. O boletim estatístico referente ao mês de abril mostra que existiam 1 445 desempregados, quando no mesmo mês de 2019 eram 675. O panorama na região não é melhor, com o Algarve a contabilizar, em março, 21 636 inscritos nos serviços de emprego, mais 6 631 desempregados do que 2019. No total, no concelho, em março, “o número de desempregados inscritos foi de 1 273, mais 323 do que em período homólogo. Os valores registados nos serviços
de emprego, verificados no final do mês de março, resultam da retração da atividade económica da região, em consequência, acreditamos, do impacto da situação de pandemia COVID-19 que atravessamos”, adianta ainda a diretora regional. Os setores mais afetados são os que estão relacionados com o turismo. São exemplos o alojamento, a restauração, a armazenagem e as atividades auxiliares de transporte, mas também as atividades desportivas, diversão e comércio a retalho. Com uma pandemia que ninguém esperava foi, por isso, necessário, reforçar o trabalho já desenvolvido junto das empresas. “É um trabalho regular e contínuo. Não só para identificarmos necessidades de recrutamento, mas também de formação. Temos, aliás, participado em vários fóruns por videoconferência destinados à divulgação dos nossos serviços e medidas
junto das empresas da região, e temos também contactado com as entidades empregadoras, através dos nossos gestores de ofertas de emprego e dos gestores+ para fazermos essa prospeção de necessidades de trabalhadores”, esclarece Madalena Feu. A diretora regional afirma que este é um problema global. “A situação de pandemia veio tornar 2020 um ano atípico. No entanto, considerando o comportamento extremamente responsável que os cidadãos e empresas têm vindo a evidenciar para prevenir a contaminação e a propagação pela COVID-19, bem como as medidas adotadas pelo Governo em matéria de planificação, desconfinamento e retoma progressiva das diversas atividades, acreditamos que a situação possa melhorar progressivamente nos próximos meses, pese embora a incerteza que ainda subsiste quanto à evolução do vírus”.
Por um lado, o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) tem reforçado a aproximação ao tecido empresarial, sobretudo às empresas que mantiveram atividade e às que devem abrir em breve, para potenciar as respostas a nível do emprego, assegura a diretora regional desta entidade. Isto porque, a partir de 1 de junho concretiza-se a próxima e última fase de desconfinamento. “Por outro lado, estamos a trabalhar na implementação de um plano que conjuga formação à distância e formação presencial, para reforçar competências das pessoas em domínios necessários aos setores de atividade da região”, como a área digital, a utilização de plataformas eletrónicas e línguas, acrescenta. Outra das ações do IEFP nesta época de pandemia é o impulso da ‘Medida de Apoio ao Reforço de Emergência de Equipamentos Sociais e de Saúde’, em que esta entidade reforça o encaminhamento de desempregados, no âmbito das medidas ativas de emprego em vigor. A intenção é dar resposta à falta de recursos humanos com que as entidades se debatem, em especial nos setores sociais e da saúde. Ao mesmo tempo, é promovida a empregabilidade das pessoas, com o perfil ajustado, que não têm trabalho.
Contacto virtual ou por telefone Com a segunda fase de desconfinamento a decorrer desde 18 de maio, há serviços que começaram a reabrir portas. Até aqui, o IEFP, enquanto serviço público essencial, tem garantido o atendimento, privilegiando os meios eletrónicos e à distância, através da plataforma ‘IEFPOnline’, do correio eletrónico, de telefone e correio. “No entanto, manteve e mantém ainda neste momento o atendimento presencial de desempregados, mediante marcação prévia. Estes procedimentos têm vindo a revelar-se eficazes e, sobretudo, contribuem para a proteção, segurança e saúde dos nossos trabalhadores e de todos os utentes que nos procuram”, refere a diretora regional. A intenção, tal como noutros espaços, foi minimizar a probabilidade de contágio. Houve ainda diversos 'upgrades'. Uma das novidades desta adaptação foi a implementação, no início de maio, de um novo procedimento que tem merecido ‘feedback’ muito positivo da parte de utilizadores e utentes. Foram criadas sessões “coletivas de informação por videoconferência, para candidatos com o equipamento” tecnológico necessário, “reforçando também desta forma a proximidade, mesmo à distância”, conclui Madalena Feu.
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// Sociedade
ESPAÇO PÚBLICO TRABALHOS DEVEM ESTAR CONCLUÍDOS ATÉ AO FINAL DO ANO
Cerca de 400 mil euros requalificam Vale de Centeanes Saneamento básico, os espaços exteriores e as vias de comunicação serão melhorados. CM LAGOA
As empreitadas começaram na semana passada e têm um prazo de execução de 180 dias
A
rrancaram na semana passada os trabalhos de requalificação na zona de Vale de Centeanes, em Carvoeiro, numa obra em que a Câmara Municipal de Lagoa pretende reformular as infraestruturas básicas e requalificar o espaço público da zona de um loteamento que tem já cerca de 50 anos e não contou, desde então, com melhoramentos significativos. Segundo a autarquia, a intervenção vai criar infraestruturas de saneamento básico, com ligação das habitações à rede de esgotos, uma rede de drenagem pluvial, até agora feita superficialmente. Também será renovada a rede de abastecimento de água, que já conta com quase 50 anos. Além disso, as ruas irão ser
repavimentadas, serão criadas novas ilhas ecológicas, aumentados os lugares de estacionamento e revistos os sentidos de trânsito, num custo total de 396 mil euros. Facilitar a mobilidade e a prioridade dos peões na zona são também objetivos da obra. Por isso, na zona periférica que confronta com as habitações vai ser construído um passeio destinado aos utentes com mobilidade condicionada, o que implica garantir que a estrada e o passeio fiquem à mesma cota, corrigindo o perfil da via de atravessamento. A intervenção vai estender-se ao longo de cerca de 8 500 metros quadrados e tem um prazo de execução de 180 dias, devendo estar assim concluída ainda este ano, estima a autarquia.
'Plataforma Municipal de Gestão Escolar’ agiliza processo
Preço de custo
Autarquia já prepara o ano letivo de 2020/21
Intermarché vende EPI contra
Os pais e encarregados de educação já podem aceder a uma plataforma digital específica para pedidos de apoios escolares, disponibilizada pelo Município de Lagoa, desde a passada segunda-feira, 18 de maio. Na sequência da abertura de matrículas para a educação pré-escolar e para o 1º ciclo, os pedidos de apoio à autarquia também já podem ser feitos. A novidade deste ano é que estes pedidos devem ser apresentados online.
A nova ‘Plataforma Municipal de Gestão Escolar’, disponível no site da Câmara Municipal foi criada com o objetivo de agilizar o processo de candidaturas aos serviços e apoios. Para facilitar o acesso e orientar o modo de proceder, foi criado um ‘Guia Plataforma Digital’ que também se encontra disponível no sítio oficial da autarquia. Tendo em conta as circunstâncias ditadas pela pandemia, e as consequentes recomendações PUB
oficiais, o Município reforça o apelo à apresentação dos processos via online, embora se encontre disponível para prestar apoio presencial sempre que tal não seja possível, neste caso com agendamento prévio. Os pais e encarregados de educação podem contactar a Unidade de Educação da Câmara Municipal através do email gabinete. educacao@cm-lagoa.pt ou do telefone 282 101 110, para mais informações.
COVID-19 sem obter benefício As lojas Intermarché no concelho de Lagoa têm à venda material de proteção contra a COVID-19, como máscaras, gel desinfetante, luvas e viseiras, sem qualquer benefício ou lucro para a insígnia, numa forma de garantir um acesso mais fácil das pessoas a estes produtos, agora essenciais ao dia-a-dia de cada um. Devido às novas regras que impõem o uso de proteção, as lojas disponibilizam todos os materiais necessários para garantir o bem-estar e a segurança dos portugueses. Assim, os bens estão à venda sem qualquer lucro para o Intermarché. Esta ação junta-se à medida que a marca tomou a nível nacional com a doação de 500 mil euros ao Serviços Nacional de Saúde, em abril, para dotar os hospitais dos equipamentos necessários ao combate à pandemia. PUB
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Sociedade //
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Oportunidade de aprender a tocar instrumentos
14 mil peças foram distribuídas
Conservatório de Artes abre inscrições para cursos de música
IPSS recebem equipamentos de proteção
As inscrições para o ano letivo 2020/2021 no Conservatório de Artes de Lagoa já estão abertas para diferentes cursos. Assim, segundo o estabelecimento, há um curso de iniciação musical, destinado a alunos que frequentam o primeiro ciclo, dos 6 aos 10 anos, com atelier instrumental, classe de conjunto e atelier musical. Há ainda o curso oficial parcialmente comparticipado pelo Ministério da Educação, cujo o custo é de 350 euros, para vagas cofinanciadas, e de 700 euros para as que não têm qualquer financiamento. Outra das opções disponível é o curso básico de música (em articulação com a frequência no 2º e 3º ciclo do Ensino Básico).
D.R.
As inscrições podem ser feitas na página do Facebook da entidade Também estão abertas as inscrições para os cursos livres, que têm aulas individuais de diversos instrumentos, destinadas a todas as idades. São exemplo o acor-
deão, a bateria, o fagote, a tuba, a viola de arco, o violino, mas há mais opções. O Conservatório pode ser contactado através do telefone 928 059 612.
Sete Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho de Lagoa receberam diversos equipamentos de proteção individual no dia 15 de maio. No total, foram distribuídas mais de 14 mil máscaras, óculos, viseiras, luvas e toucas de proteção. A ação decorreu antes da abertura de creches e jardins de infância, a 18 de maio, nas IPSS com estas valências. O Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo (CAIF), a Associação Cultural e Desportiva CHE Lagoense (ACD), a Associação Desportiva e Recreativa da Quinta de São Pedro (ADR), o Centro Paroquial de Estômbar, o Centro Popular de Lagoa, os Centros de Apoio Social de Carvoeiro e de Porches (CASC e CASP) foram as instituições que beneficiaram da oferta, organizada em função do número de funcionários de cada IPSS. Numa fase de regresso progressivo à vida e ao trabalho, Luís Encarnação, presidente da Câmara, reforçou o apelo aos “cuidados essenciais e à prevenção que pode levar a vencer uma guerra que ainda não está ganha”. Os equipamentos de proteção individual distribuídos destinam-se a facilitar a adoção das práticas recomendadas pelas autoridades de saúde, nesta fase da pandemia, nas IPSS do concelho. Anabela Simão, vice-presidente da autarquia, os presidentes de Junta e de Uniões das Freguesias do concelho, a presidente do Rotary Clube Internacional de Lagoa Francófono e o coordenador municipal de Proteção Civil acompanharam a comitiva.
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João Reis Professor
Olha que bonito grupo de “rapazes simpáticos”! Em duas fileiras, bem alinhados, em posição de “à-vontade”, costas ainda direitas, algumas “barrigas” e vasta exposição de brilhantes carecas e alvos cabelos…Tudo sob a terna bênção da Nossa Senhora da Luz! Motivo da foto? Apenas o encontro de “rapazes” de Lagoa nascidos em 1939, isto é, têm todos a idade de 80 anos. Todos? Não! O padre Zé Nunes, o Dr. Águas da Cruz, Presidente da Assembleia Municipal e o Presidente da União de Freguesias, Joaquim João ainda lá não chegaram, mas estou certo que o desejam… O encontro, que decorreu em Agosto passado, iniciou-se na Igreja Matriz onde, na missa, foram lembrados e homenageados os que, nascidos no mesmo ano, já partiram, seguindo-se almoço onde se conviveu e trocámos recordações. A par do percurso que cada um fez da sua vida há, no conjunto, uma série de factos históricos advindos da História do País e do Mundo e que condicionaram estes anos que levamos de caminhada. O primeiro foi o facto de termos nascido no ano em que deflagrou a Segunda Guerra Mundial, que duraria até 1945 e, embora Portugal não tenha participado nela, sofremos, como toda a gente, os seus nefastos efeitos. À época, vivíamos por cá o Estado chamado Novo, ditatorial, que levaria, nos anos 60, grande parte desta rapaziada a uma guerra em África onde alguns lagoenses cairiam, em combate; os seus nomes são lembrados, com saudade, no nosso Monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar. Guerra e
Estado Novo terminariam com o “25 de Abril de 1974”, “corrigido ”pelo “25 de Novembro de 1975” que poria fim ao PREC (Processo Revolucionário Em Curso) que, por um triz, não nos levou a uma guerra civil. Tempos excitantes!!! Aceleradamente, aprendemos DEMOCRACIA e LIBERDADE, o que outros países do Ocidente puderam fazer ao longo de vários séculos. Enfrentámos, depois a Revolução das Novas Tecnologias de Comunicação e, aí, não tivemos outro remédio senão aprender a lidar com o digital. UFF!! Não tem sido “pêra doce”! Mas, neste longo tempo, fomos constituindo família, fazendo bons amigos, conhecendo boa gente, coleccionando experiências, participando da sociedade, alegrando-nos pelo facto de vivermos. O pior estava p’ra vir!!! Subitamente, um “coronavírus” determinou que deixávamos de ser “um manancial de sabedoria” e
Confinamento ATÉ à descoberta da vacina é uma VIOLÊNCIA! Os conselhos de “tratem bem os nossos idosos… mas à distância” é OFENSIVO! Não queremos DISCRIMINAÇÃO.... passávamos a ser “um grupo de risco” - agora somos os idosos, a 3ª idade, os seniores, a idade de ouro; alguém já nos chamara “peste grisalha”; de facto, somos VELHOS mas AINDA pertença da mesma SOCIEDADE – há 80 anos! Não somos TODOS dementes e incapazes de decidir! Confinamento ATÉ à descoberta da vacina é uma VIOLÊNCIA! Os conselhos de “tratem bem os nossos ido-
sos… mas à distância” é OFENSIVO! Não queremos DISCRIMINAÇÃO nem PATERNALISMO; queremos e precisamos de afectos. Os entendidos que se pronunciem sobre a forma de nos proteger, SEM NOS BANIR! DEIXEM-NOS ACABAR EM PAZ! Julgo poder falar por todos os “rapazes” da foto: “CA**NDO P’RÓ VIRUS !! QUEREMOS É ABRAÇAR OS NOSSOS NETOS!!! D.R.
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// Entrevista
ESCUTISMO AGRUPAMENTO DE LAGOA PASSOU POR TEMPOS DIFÍCEIS, MAS ESTÁ A CRESCER
“Nunca fiz nada pelo movimento para receber condecorações” Em entrevista ao Lagoa Informa, o chefe José Cercas Vicente, que está quase há uma vida no escutismo, em momentos partilhados com a profissão de contabilista e a paixão de ser palhaço e o prazer de ser treinador de andebol e futebol no Portimonense, resumiu o seu percurso e partilhou a visão que tem da atualidade. ANA SOFIA VARELA
ses, aliás, que estão a aguentar o movimento no Algarve.
“Sou o mais velho, não em idade, mas em escutismo”.
José Cercas fundou diversos agrupamentos e mostra-se satisfeito pelo crescimento do movimento Ana
Sofia Varela
É
um importante elemento do movimento a nível regional, tendo já ocupado diversas funções. Entre 2010 e 2019 foi chefe da Junta Regional, mas o seu percurso começou em 1962, quando foi investido como lobito. Esteve 40 anos no Agrupamento 159 em Portimão, na sua cidade natal. Passou por Lagos, fundou o Agrupamento do Parchal, além de outros na região. Hoje, o crescimento do movimento em Lagoa deixa José Cercas Vicente satisfeito.
Como descobriu o escutismo? Tinha nove anos. Devia estar na terceira classe, em Portimão, porque lembro-me que foi o professor João Andrade a ir buscar-me para entrar nos escuteiros. Ele foi o fundador do Agrupamento 159, com o professor João Reis. Fomos muitas crianças, mas eu fui uma das que ficou até hoje. Fiz a minha promessa de dirigente com outros dois colegas que continuaram comigo até aos 17 anos, mas depois por motivos pessoais e profissionais saíram do movimento.
Mas depois saiu de Portimão? Estive naquele Agrupamento 40 anos, até 2002. Nesse ano saí, por motivos particulares, mas seis meses depois foram buscar-me para Lagos, onde estive oito meses. Entretanto, o Padre Domingos Fernandes, do Parchal, e o chefe regional na altura, o chefe Silvério, falaram sobre irem buscar-me para fundar um agrupamento nessa localidade do concelho de Lagoa. Um sábado à tarde, estava em Lagos, recebo uma chamada do Padre Domingos a pedir-me para passar na sua casa, porque queria falar comigo. Já tinha um jantar preparado, com o chefe regional e mais duas ou três pessoas, para me desafiarem. Em 2003, começámos a preparação. A Estação de CP no Parchal tinha um terreno descampado e cedeu-nos uma parcela gratuitamente para construir a sede. Foram 18 meses, quase dois anos, até que ficasse preparada. Em 2005, inaugurámos o Agrupamento, que ainda hoje existe.
Parchal durante cinco anos até 2010. Nessa altura a Junta Regional, liderada pelo chefe Edgar, demitiu-se. O Padre Domingos perguntou-me se queria candidatar-me. Nunca tinha pensado nisso, mas ele disse que não havia mais ninguém. Concorri e estive três mandatos, num total de nove anos. No entanto, antes de eu tomar posse, o chefe Edgar fechou o Agrupamento de Lagoa, na minha opinião, mal. Deveria ter suspenso para não perder a sede. Ao fechar, o Miguel Boto, que tinha sido chefe regional, de quem fui secretário da terceira secção, deixou o Corpo Nacional de Escutas (CNE) e foi para a Associação de Escutismo de Portugal (AEP) e apoderou-se da sede para a AEP, a bem.
Então a ‘culpa’ de ir para a Junta Regional foi do Padre Domingos? Ele apenas insistiu. Estava com intenção de me candidatar quando me reformasse, mas reformei-me aos 60 anos por antecipação e a partir daí...
Esteve no Parchal quanto tempo?
A Junta teve sede em Lagoa?
Fui chefe do Agrupamento do
Não. Ela estava onde havia o chefe
regional. Foi o chefe Edgar quem conseguiu falar com a Câmara Municipal de Lagoa para ceder o espaço onde está hoje a Junta Regional, na Rua Alexandre Herculano.
Há muitos elementos como o chefe Cercas? Neste momento, existem três dirigentes como eu. Comecei como lobito, enquanto os outros dois iniciaram-se mais tarde, como pioneiros e exploradores. É o fundador do Agrupamento de Lagos, o chefe António Santana que ainda lá está, mas como dirigente honorário. Há ainda o chefe Carrilho que saiu no final de 2019 por mo-
Pelo que sei são 2400 elementos na região, distribuídos por 24 agrupamentos. Qual é a realidade em Lagoa? O Agrupamento de Lagoa está em atividade e a crescer. Nunca pensei! Quando reabriu, tinha oito a dez elementos e mais dois ou três dirigentes. Foi difícil pô-lo a funcionar de novo. No entanto, desde há dois anos, o grupo começou a crescer. O chefe Lidington, ex-chefe nacional, foi morar para Portimão e integrou a minha Junta Regional. Nessa altura, o chefe Edgar pediu-lhe para que abrisse o Agrupamento. Foi muito difícil para ele. Mais tarde, no meu segundo mandato, ele foi o secretário financeiro da Junta Regional e começou a ter mais tempo. Arranjou mais pessoas para fazer parte da direção do Agrupamento e hoje tem uma direção razoável, com cinco elementos. E está a crescer. Já tem cerca de 30 elementos, o que é muito bom, tendo em conta o momento difícil pelo qual passaram.
Quais são os locais mais fortes a nível de escutismo? O Agrupamento mais forte do Algarve é o 98, de Faro, de São Pedro, com 160 jovens. Depois há Portimão, Albufeira, o marítimo de Ferragudo, no concelho de Lagoa, com mais de 100 elementos. Aliás, Lagoa tem dois dos únicos escuteiros marítimos no Algarve, o de Ferragudo e o de Carvoeiro.
“O escutismo foi a minha escola. Foi aí que aprendi a viver e que aprendi os valores”. tivos de idade e saúde. Sou o mais velho, não em idade, mas em escutismo. Há muitos dirigentes que continuam desde que começaram, mas têm 38, 39 e 40 anos. São es-
Em breve, também é possível que o de Alvor passe a marítimo. O do Parchal tem 22 e o da Mexilhoeira da Carregação foi suspenso por falta de elementos.
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Entrevista //
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“Os jovens de hoje são muito diferentes de há uns anos” FOTOS: D.R.
Passados tantos anos como vê o movimento hoje? Quais são as diferenças?
“O escutismo é uma escola de formação de carácter. Não é como uma escola normal. Aqui, aprendem praticando. Até podem estar a fazer mal e nós deixámos, mas depois vamos perguntar se fizeram bem e eles têm que identificar, que justificar. As provas são tiradas por eles”.
Há tantas... Os jovens hoje são muito diferentes de há uns anos. Antes, os pais deixavam os miúdos saírem sem problemas. Lembro-me de fazer jogos noturnos e atividades na rua, que começavam às 00h00 e acabavam às 2h00. Hoje é uma complicação. A maioria dos pais tem medo que haja algum problema. Por outro lado, as crianças e jovens hoje estão muito ligados ao telemóvel, aos computadores e não têm criatividade. Querem alguma coisa vão ao computador.
Não conseguem pensar pela cabeça deles? É isso! Nota-se nas atividades escutistas. Se não tiverem um telemóvel para procurar as coordenadas, não sabem tirar os azimutes, nem orientar-se. E a culpa também é dos pais, porque deixam os miúdos andar com os telemóveis a toda a hora. Acho isso mal! E quando vamos para as atividades no campo, de natureza, veem-se situações que não via antigamente. Não se sabem ‘desenrascar’, não sabem porque se faz buracos no chão, ficam a olhar para as árvores, não sabem distinguir constelações.
Mas continua a haver interesse no escutismo? Não há falta de jovens! Eu fundei vários agrupamentos. Como chefe regional foram pelo menos cinco ou seis.
O movimento está associado à religião. Ainda há procura pela Igreja ou também se começa a perder nas novas gerações? O Corpo Nacional de Escutas, ou escutismo católico português, é um movimento que está agregado à Igreja. O engraçado é que os jovens que estão no movimento chamam pelos pais e o escutismo
Chefe tem quase 60 anos de escutismo trá-los para a Igreja. As crianças e jovens frequentam a catequese e, quando chega a altura de a deixarem, aos 18 anos, continuam no movimento e os pais acompanham-nos.
E para quem não sabe, o que faz um escuteiro? Para já aprendem os valores a nível físico, da educação e da espiritualidade. Há sete pontos de convergência de valores e desses, aprendem a se movimentarem. O escutismo é uma escola de formação de carácter. Não é como uma escola normal. Aqui, aprendem praticando. Até podem estar a fazer mal e nós deixamos, mas depois vamos perguntar se fizeram bem e eles têm que identificar, que justificar. As provas são tiradas por eles. Existe uma patrulha, com vários guias, onde cada um tem a sua função. É o guia, depois, em conselho que valida as provas que eles tiraram.
Já ocupou diversos cargos. Qual é o balanço que faz? Nestes últimos nove anos como chefe regional, peguei numa re-
gião, que estava muito atrapalhada e desorganizada, com falta de união e com cada agrupamento a trabalhar por si e consegui uni-los. Nota-se isso. Antes, um Conselho Regional durava quase dois dias. Cada um discutia para seu lado e levantavam problemas com tudo. Quando tomei posse, os Conselhos Regionais passaram a três horas e resolviam-se os problemas. Deixou de haver discussões. Hoje, a região está unida e saí contente com isso.
mos assustar os miúdos, por isso, eu e outros dois dirigentes fomos a correr até lá. Já era um incêndio bastante grande. Com as mangueiras que lá existiam e a ajuda de uma velhota que lá estava apagámos o fogo. Quando os Bombeiros chegaram foi só para fazer o rescaldo. Pelos vistos, estavam a assar peixe e uma faísca saltou e pegou fogo. Aí ganhei uma condecoração de heroísmo. As outras foram muito mais tarde. Duas ainda era dirigente do CNE, mas tive sempre reconhecimento nas Juntas também. A última foi o Colar Cruz Nuno Álvares e a outra antes foi a Cruz Monsenhor Avelino Gonçalves, que é uma conde-
coração de um dos fundadores do CNE, em Braga.
Qual foi a importância do escutismo para se tornar o homem que é hoje? O escutismo foi a minha escola. Foi aí que aprendi a viver e que aprendi os valores. Depois, aquilo que os chefes me ensinaram, comecei a transmitir aos outros. E é isso que faço. Não consigo passar por este ou aquele agrupamento, sem ‘deixar’ nada, seja ensinar canções, nós, situações práticas, coisas da vida, mostrar o que é a realidade local. Ou seja, fazer com que eles sejam mais homens ou mulheres do que são.
Já foi distinguido diversas vezes. É um reconhecimento merecido? As pessoas dizem que sim (risos). Nunca fiz nada pelo movimento para receber condecorações. Nunca! Quando mo deram, pois, obrigado! Foi porque viram que merecia. Em 1987, num acampamento na Praia do João de Arens, em Portimão, estávamos três dirigentes e houve um incêndio. Nessa altura, estavam poucos jovens no acampamento. Vimos muito fumo ainda a cerca de um quilómetro e meio. Só havia uma casa na Mata e era longe. Não quise-
Dirigente recebeu diversas condecorações ao longo do seu percurso PUB
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// Economia
EMPREENDEDORISMO ESPAÇO ABRIU NO FINAL DE FEVEREIRO
Take away ‘Vó Ilda’ inaugurado em tempo de pandemia Empresários têm conseguido ganhar uma carteira de clientes fiéis, embora tenham aberto numa altura em que a COVID-19 chegou e prejudicou o comércio tradicional. Entrega ao domicílio alargada em breve Para já, o casal consegue entregar as refeições encomendadas, caso seja necessário, na cidade de Lagoa sem acréscimo de custos. No entanto, como têm vindo recebido contactos de outros pontos do concelho, como Porches ou Benagil, segundo Victor Vilhena, estão a negociar com uma empresa a vertente de entrega ao domicílio noutras freguesias, ainda que com um custo acrescido para o cliente. Nota ainda que este serviço, na cidade, é mais pedido pelas pessoas que têm receio de sair de casa devido à pandemia da COVID-19. Consideram, que mesmo com esse custo que será fixado quando o serviço for alargado, estão a praticar valores acessíveis para o consumidor. “Criámos uma marmita que custa seis euros e temos a grelhada mista, que dá para duas pessoas, por oito euros”, descreve.
RUA MUNICÍPIO S. DOMINGOS LAGOA TLF.: 930 511 242 282 182 295 Abrir um take away era uma paixão antiga de Teresa e Victor Ana
Sofia Varela
O
casal de empresários Teresa e Victor Vilhena lançou-se na ‘aventura’ de abrir um take away na cidade de Lagoa. Encontraram um espaço, que conseguiram alugar, perto do Auditório Municipal Carlos do Carmo, prepararam todo o equipamento e inauguraram o ‘Vó Ilda’ a 25 de fevereiro deste ano, dia de Carnaval. Só não esperavam que o novo coronavírus, a COVID-19, chegasse e complicasse a ideia de negócio e o investimento que fizeram. Ainda assim, três meses depois, o casal, residente em Ferragudo, tem conseguido fidelizar clientes e fazer face às despesas. A proposta é ‘comida de tacho’ numa aposta que tem merecido o interesse dos lagoenses, mas também da população das zonas limítrofes. “Abrimos ainda longe de imaginar que isto viria a acontecer e o início foi terrível. Mas passou, porque as coisas têm vindo a melhorar ligeiramente”, admite Teresa Vilhena. A intenção era aproveitar o
Dia de Carnaval, que costuma ter animação no largo em frente para divulgar o novo espaço, explica Victor Vilhena. Duas semanas depois de abrirem, com o Estado de Emergência decretado fecharam portas durante uma semana, até que o Governo clarificou que os take away podiam continuar a funcionar, explicam. A distribuição de ‘flyers’, a rede social facebook, a publicidade 'boca a boca' e a aposta no produto fresco, bem como na ‘comida de conforto’ têm levado a que o número de clientes vá aumentando aos poucos. “Estou sempre a colocar a ementa e fotos da comida no nosso facebook. Geralmente por volta das 21h00 divulgo as refeições que temos no dia seguinte”, informa a empresária. O uso de produtos frescos é outra das apostas, além da comida caseira. Aliás, nas vitrines, junto ao balcão de atendimento estão expostos os ingredientes para que o cliente possa escolher o que quer levar, como mostram ao Lagoa Informa. E há também outros produtos que comercializam como o pão caseiro de Monchique.
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“Não gosto de congelados, prefiro os frescos. Vendemos muito bem a grelhada mista, o peixe grelhado, que são feitos na hora ou, então, o cliente pode encomendar, nós fazemos 30 minutos antes da hora marcada para virem buscar. As pizzas, o pão de alho e a ‘bruschetta’ saem muito bem. O meu marido faz pizza doce para as sobremesas”, enumera a proprietária, que resolveu deixar o trabalho que fazia antes, ligado aos cuidados a idosos, para se lançar nesta cozinha. E a verdade é que os grelhados têm tido tanta saída que o casal já está a negociar a compra de um grelhador maior para dar resposta às solicitações, explica Victor. Os preços acessíveis e a variedade têm sido outros dos principais responsáveis para o sucesso destes empreendedores, que apesar da COVID-19, não baixaram os braços e têm vindo a lutar para
Homenagem à mãe A escolha do nome do espaço de restauração é uma homenagem à mãe da proprietária, segundo conta ao Lagoa Informa. “É o nome da minha mãe que faleceu em outubro, com 90 anos. Ela foi uma das primeiras pessoas que soube que eu queria abrir um take away. Um mês antes dela falecer, ainda estava a negociar a renda do espaço e nem tinha as chaves, trouxe-a cá para lhe mostrar o espaço”, recorda Teresa Vilhena. Foi aos ensinamentos passados pela sua mãe que foi buscar a maioria das receitas e a inspiração para o que hoje confeciona no espaço, como as ‘lulinhas fritas’, acrescenta.
Apesar da pandemia empresários foram ganhando visibilidade divulgar o novo espaço. “A renda não é baixa, mais a eletricidade e as outras despesas fixas, o que não facilita. Vamos ter mais um mês ou dois apertados, mas sin-
to-me positiva, pois temos muitos clientes habituais, pessoas que trabalham aqui perto e também de fora, como Silves, que vêm cá de propósito”, garante.
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// Reportagem
EDUCAÇÃO PANDEMIA CRIOU DIFICULDADES FINANCEIRAS À GESTÃO
Creche ‘A Colmeia’ reabre com muitas regras e poucas crianças Alguns pais ainda estão em casa, em ‘lay off’, outros estão desempregados ou com ‘baixa’ por assistência a filhos. Há também quem tenha medo de voltar à aparente normalidade. FOTOS: D.R.
Novas regras e procedimentos asseguram o bom funcionamento e o bem-estar das crianças Ana
Sofia Varela
Q
uando se entra no Centro Popular de Lagoa, por estes dias, o silêncio é surpreendente. Não se ouvem as crianças e o movimento é muito pouco ou quase nenhum. Há novas regras para evitar potenciais contágios e manter todos em segurança, num espaço que partilha diversas valências. O lar de idosos sempre esteve em funcionamento, mas há também uma vertente direcionada para os mais novos. Para já, a creche reabriu só com 12 crianças. Desde 18 de maio, na primeira fase de desconfinamento, poucos foram os pais que decidiram levar os seus filhos para ‘A Colmeia’, preferindo ficar em casa. No total, costumam ser 110, mas agora está reduzido a pouco mais de uma dezena. Os motivos são variados, conforme explica ao Lagoa Informa Rosa Serol, diretora pedagógica da creche ‘A Colmeia’, numa entrevista realizada na sala de direção, para evitar a circulação pela instituição. “O jardim de infância só abrirá a 1 de junho. Antes de abrir a creche, na segunda-feira, 18 de
maio, fizemos contactos com os pais, por email e por telefone, para saber se tinham intenção que os filhos regressassem para, a partir daí, organizarmos as salas e o pessoal. Neste momento, estamos a fazer outro levantamento para saber quem virá a 1 de junho, e não podemos ainda avançar com um número concreto, mas prevemos que sejam entre 20 a 30 meninos”, adianta. As razões para a decisão dos pais foram as mais variadas, con-
A responsável acredita, porém, que existirá uma constante aprendizagem no que toca às situações que forem surgindo e que os pais, ao verificarem que a creche está a cumprir as orientações das autoridades de saúde, se sentirão tranquilos e seguros.
Uma logística gigante As novas regras e procedimentos minimizam a possibilidade de contágio pelo novo coronavírus, a COVID-19, na instituição, mas
“Todos os dias lavamos lençóis, as camas, as maçanetas, o chão, a roupa de trabalho das funcionárias”. forme descreve. “Alguns pais ainda têm possibilidade de ficar em casa ou porque ainda têm licenças, ou porque estão em ‘lay off’, ou desempregados. Sabemos que o mês de junho ainda não estará a cem por cento”, admite. O medo também ainda subsiste e cria alguma resistência. Há também os finalistas que terminariam o percurso na creche em julho e que já não devem regressar.
implicam uma enorme coordenação entre os responsáveis e os funcionários. Assim, desde dia 18, os pais não entram na ‘Colmeia’, as crianças têm sapatos só para usar na creche e levam duas mudas de roupa que são colocadas em sacos, com a identificação, adquiridos pelo Centro Popular de Lagoa. Não entram mochilas ou outros objetos do exterior. Caso sujem a roupa, são mudados
e a roupa é colocada num saco, reforçado com outro saco e nós bem apertados, para os pais depois levarem para casa, descreve Rosa Serol. Também não há circulação de funcionários ou de crianças entre espaços. Para já, as crianças foram divididas em dois grupos de seis, por faixa etária (1 a 2 anos e de 2 a 3 anos), e estão em salas opostas. Não se cruzam na entrada. A educadora e as duas auxiliares, por cada sala, desinfetam o espaço ao longo do dia e usam equipamento de proteção individual. No final, há uma funcionária de serviços gerais que desinfeta tudo, desde maçanetas, às camas onde as crianças fazem a sesta. “Essa colaboradora faz o acompanhamento, ajuda nas outras questões, porque todos os dias lavamos lençóis, as camas, as maçanetas, o chão, a roupa de trabalho das funcionárias”, assegura. Qualquer funcionária, quando chega tem de trocar de roupa, vestindo as peças que ficam naquele espaço e que são lavadas e desinfetadas todos os dias. Têm também sapatos que são apenas usados lá. As refeições são servidas nas salas e como há bastante espaço, é possível distanciamento entre as
crianças na hora de brincar. “Tentámos também que os jogos usados agora não sejam os mesmos que à tarde, o que permite a regular desinfeção. Já a comida sai da cozinha para o piso superior, as funcionárias vão buscá-la e distribuem pelos meninos, sendo que todo o espaço é higienizado antes e após comerem. As camas são sempre lavadas após a sesta, assim como os lençóis. As casas de banho estão constantemente a ser desinfetadas, até porque há meninos que estão já no desfralde. Aos que é necessário mudar a fralda, uma das normas é o uso de luvas, prática que antes já existia”, enumera Rosa Serol. Todas as medidas tomadas foram bem aceites pelos pais. “Chegámos a acordo com os pais sobre o horário, tendo em conta que os meninos devem vir as horas estritamente necessárias. A creche está aberta das 8h30 às 17h00. Há alguns que após a sesta vão embora, outros ainda lancham”, relata.
Descontos nas prestações A pandemia e as medidas de confinamento provocaram algumas dificuldades ao plano traçado para 2020. O Centro Popular de Lagoa não foi uma exceção. João Carlos Pereira, diretor da instituição, admitiu ao Lagoa Informa que o Centro “tem uma longa tradição de viver com dívidas dos utentes, uma realidade que a Direção estava a tentar alterar. Neste contexto atual tivemos de avançar com decisões, algumas das quais não foram do agrado dos pais” e levaram a alguma resistência, revela. “Muitos dizem que não pagam, porque não há serviço, logo não há direito a pagamento. O que tentámos explicar é a questão da sustentabilidade e da vaga que tem um custo”, argumenta. Quando encerraram em março, o Governo disse que reavaliaria a 9 de abril a medida, já após as férias da Páscoa. “Com base nisso e porque nenhum regulamento previa uma pandemia, aplicámos a medida que temos no regulamento interno: a ausência por
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Reportagem // 15 dias dá direito a 10 por cento de desconto na mensalidade. A maioria dos pais não entendeu, porque a mensalidade foi cobrada em abril. São emitidas no início do mês seguinte. Tudo indicava que em abril, após a Páscoa abriríamos de novo, então emitimos o recibo com os dez por cento de desconto, como se fossemos estar abertos”, explica o diretor. Quando perceberam que a creche não abriria em abril, os pais começaram a questionar, porque iriam pagar a mensalidade se a criança não está a frequentar ‘A Colmeia’. A Direção esclareceu que a mensalidade de abril, a ser paga em maio, iria ter um desconto de 50 por cento. “Muitos entenderam, outros ainda hoje não perceberam muito bem. A verdade é, além dos descontos, não estamos a cobrar os valores extra das Atividades Extra Curriculares (AEC), como a dança, o judo ou o inglês. No entanto, mantemos os funcionários e temos que lhes pagar. Alguns pais argumentam, do seu ponto de vista pessoal: ‘Tenho menos rendimentos, o meu filho não está na creche, por isso não pago’.
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BREVES Funcionárias testadas Segundo Rosa Serol, todas as funcionárias da creche foram testadas à COVID-19 e os resultados foram negativos. “Temos ainda uma equipa na retaguarda para o caso de alguma não poder vir e, entretanto, já foram enviados os dados para os próximos colaboradores que vão entrar”, após 1 de junho. Antecipação de medidas Para João Carlos Pereira, diretor do Centro Popular de Lagoa, o desafio de colocar a instituição em ‘ordem’ é grande. Não previa a pandemia, mas considera que hoje a equipa está fortalecida e as decisões estão a ser tomadas em tempo oportuno. “Antecipámos sempre as medidas divulgadas pelo Governo. Uma das primeiras foi a interdição às visitas no lar, e na creche decidimos que só entraria um pai”, exemplifica.
Constante desinfeção é a prioridade para evitar contaminação Sim, é uma análise correta, mas nós temos de olhar para o todo. A solidariedade tem de ser nas duas direções, porque no Centro Popular temos 170 funcionários. Muitas estão em casa porque têm crianças pequenas, mas todas vivem do seu trabalho aqui e se, de alguma forma, chegarmos ao final do mês e não conseguirmos pagar salários, lá se vai a ideia da solidariedade. Aqui tentámos ser
o mais justos possível”, clarifica João Carlos Pereira. Aliás, a intenção é manter a sustentabilidade do espaço, para que os pais, quando precisem dele, o tenham disponível e funcional. As mensalidades são quase um terço do orçamento anual do Centro Popular e “sem elas dificilmente se consegue garantir que o espaço abra quando necessitarem”, conclui.
Habituação prévia Apesar das crianças terem, por vezes, mais facilidade do que os adultos em se adaptar às situações impostas, porque não questionam, houve um trabalho prévio para que não estranhassem o novo ambiente. “Falámos com os pais para irem colocando as máscaras em casa, também mandámos fotos nossas com as máscaras. Eles reconhecem-nos pela voz, já se habituaram. Tem corrido bem”, garante Rosa Serol. Desemprego será flagelo Na opinião do diretor, até pelos contactos com os pais, há algum medo, por perceberem que as medidas de apoio social, para quem as tem, não vão durar sempre. Outros tiveram que se inscrever no Centro de Emprego, sabem que as prestações vão acabar e sabem que vão passar mal. “Sente-se o medo. Pior que uma segunda vaga, temos a crise económica que se adivinha. No entanto, por outro lado, pedi duas funcionárias de serviços gerais ao Instituto de Emprego e Formação Profissional. 400 desempregados de Lagoa foram contactados e houve apenas uma resposta”, conclui. PUB
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Opinião //
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Ao sul … Curiosidades COVID-19 Carlos Gordinho Professor
Confesso… não fui um verdadeiro cumpridor do processo de confinamento, por várias razões, desde logo o motivo pessoal e depois pela força de atividades de desenvolvimento e prática de cidadania que fui desenvolvendo. Deparámo-nos com um comportamento positivo, quase global, da sociedade em fazer cumprir esta ordem decretada pelo Estado de Emergência, que aconselhou à não saída de casa, como prevenção e não propagação do invisível. A população esteve à altura e portou-se muito bem, testemunho isso.
Curioso, o estado de Emergência e confinamento, decretou que era possível a continuidade da prática física e desportiva de exterior, quando de forma isolada ou a pares, para benefício da população e como fator de ajuda e evitar do surgimento de outras situações pouco benéficas à saúde da população. Excelente medida, senhores governantes, perceberam que esta atividade é determinante para manter o sistema imunitário forte e saudável, ajuda a passar o tempo, proporciona atividade mental e melhora o sentido emocional.
Contudo, também fui sentindo todo um comportamento novo, digo eu novo, que me deixou curioso e perplexo. Continuou a reinar a “chique espertice” de alguns e o sobre aproveitamento da situação para benefício pessoal e muito virado para o EU. Há gentinha que seja ela que altura ou fase estejamos, não perde uma para aproveitar e investir no seu EU.
Curioso que seja necessário acontecer sempre algo de “anómalo”, para que mais uma vez se tenha vindo a público elogiar, como heróis nacionais, uma frente de profissionais que no seu mais correto e honesto desempenho profissional, fazem o seu melhor, como se não fosse isso o esperado no seu dia-a-dia profissional. Também os professores foram elogiados como 2ºs heróis, aqui neste órgão de imprensa, por um empresário do nosso concelho primeiramente e mais tarde por um surto nas redes sociais. Estou curioso é como o Marcelo Rebelo de Sousa vai agora condecorar tanta gente. Provavelmente por telecondecoração.
Curioso, fomos chamados e postos à prova e provámos que somos bons. Neste campeonato do COVID-19, voltamos a ser os melhores da Europa, repetindo o feito de 2016, ganhámos e ficámos à frente das grandes potências europeias. Mais uma vitória, mais uma conquista do campeonato Europeu. Curioso, se estivermos atentos, deparamo-nos com uma irresponsabilidade social, ao criar lixo nesta fase, copos de café, luvas descartáveis e máscaras da moda espalhados por todo o lado e concentrados em alguns espaços, que não os devidos recipientes próprios para o efeito. Curioso, a Organização Mundial de Saúde, refere que o encerramento das escolas não garante que as mesmas, fossem um foco de contaminação do vírus, mas que esta medida foi tomada por uma decisão política, como muitas outras. Segundo um médico Doutorado em Modelação de Doenças Pulmonares, estamos a viver um surto tardio de uma doença pulmonar, que como as outras irá baixar muito, a partir da semana 19, curioso que é o que está a acontecer. Este mesmo médico, empurra-nos para o site do Ministério da Saúde e ao analisarmos o gráfico de Mortalidade Geral, diário em Portugal, chegamos à conclusão que este vírus não atingiu os picos que outras gripes atingiram. Só por curiosidade, o pico máximo de mortalidade, em Portugal, aconteceu no dia 2 de janeiro de 2017, com 578 mortes, sendo destas 278 causadas por gripe.
Curioso, que as redes sociais se encheram de posts com propostas para sensibilizar e reforçar, a necessidade e importância da Atividade Física, das mais variadíssimas formas e contextos, cuja criatividade faz uma vez mais deste povo lusitano, demonstrar a sua capacidade de adaptação, reinventar e desenrascar, seja ele em que situação e contexto for. Curioso, nos meus momentos diários de atividade física e corrida, cruzei-me com inúmeras pessoas, com quem nunca me tinha cruzado e visto na rua, a fazer corrida ou caminhada. Este foi um período interessante, que parece ter trazido ganhos neste capítulo e que despertou, quem sabe, para que aumente mais ainda o número de pessoas praticar deporto de forma informal e autónoma. De forma isolada, entre pares e até entre família, quem não caminhava, hoje caminha e quem não corria, hoje já corre. Continuem, faz-vos muito bem! Curioso que há quem esteja contente com esta forma de ensino, de tal forma, que ainda prolongou o ano letivo para mais duas semanas. Ótimo, como está a funcionar às mil maravilhas, então carrega. Grande adaptação dos professores, alunos e pais, para esta nova realidade, que a
todos trouxe mais trabalho, mas menos produtividade; mais tempo gasto, mas menos eficácia; mais assiduidade escolar, mas mais gente que provavelmente não assiste às “aulas”. “No outro sistema”, o professor ainda se desgasta com quem não está devidamente presente, agora são os pais a fazê-lo, a orientar, a tirar dúvidas, a gerir emoções, comportamentos, entre outros. Talvez se consiga valorizar mais um pouco a escola, qual o seu papel e a sua importância e quando lá formos reclamar, lembrem-se dos tempos de Confinamento. Espero que vos fique registado na memória de médio e longo prazo. Por outro lado,
concluiu-se que por muito evoluída que esteja a sociedade, a acessibilidade de todos não é igual, nem todos têm meios para este tipo de ensino e a esses, paciência… curioso. Quanto à crise económica que se prevê que por aí vem, vou confessar-vos que desta vez, não me importava nada que descontassem do meu vencimento, 1 cêntimo, para pagar um subsídio de continuidade de Confinamento e de Isolamento Social, para algumas individualidades e personalidades da nossa sociedade. Vai Ficar Tudo Bem! PUB
(Algarve) Assembleia Municipal
EDITAL SESSÃO POR VIDEOCONFERÊNCIA NO DIA 03/06/2020 José Manuel Correia Águas da Cruz, Presidente da Assembleia Municipal de Lagoa: Faz público, nos termos e para os efeitos do disposto nos artigos 27º, nº 1 e 49º, nº 3 do Regime Jurídico das Autarquias Locais, aprovado pela Lei nº 75/2013, de 12 de Setembro, que no próximo dia 03 de junho de 2020, quarta-feira, pelas 21:00 horas, realizar-se-á uma Sessão Ordinária desta Assembleia Municipal, por videoconferência, ao abrigo do disposto no Artigo 3º, nº 3 da Lei nº1-A/2020, de 19 de março, que versará a seguinte Ordem de Trabalhos: I – Período de Intervenção dos Cidadãos* II – Período de Antes da Ordem do Dia: • Leitura do expediente; • Substituição de Deputados Municipais; • Aprovação das atas de sessões anteriores; • Intervenções dos Grupos Municipais para apresentação de votos, moções e recomendações bem como a apresentação e discussão de assuntos gerais de interesse para o Município; III – Período da Ordem do Dia: 1º Ponto – Apreciação da informação escrita do Senhor Presidente da Câmara acerca da atividade municipal e da situação financeira em 08 de maio de 2020; 2º Ponto - Apreciação da informação escrita do Senhor Presidente da Câmara relativa aos atos praticados ao abrigo da Lei nº 6/2020, de 10 de abril, nos termos do artigo 7º-B, nº 2 do citado diploma legal, aditado pela Lei nº 12/2020, de 7 de maio, que estabelece o regime excecional com vista a promover a capacidade de resposta das autarquias locais no âmbito da pandemia da doença COVID-19; 3º Ponto - Apreciação e deliberação, sob proposta da Câmara Municipal, da 2ª Revisão ao Orçamento e Grandes Opções do Plano de 2020; 4º Ponto - Apreciação e deliberação, sob proposta da Câmara Municipal, da reformulação do Compromisso Plurianual relativo ao Concurso Público de Reparação de viaturas ligeiras de mercadorias e passageiros, viaturas pesadas multimarcas da Frota Municipal e aquisição de pneus, câmaras-de-ar e respetivos acessórios. *INFORMAÇÃO: COVID-19 – Por razões de segurança e de saúde pública, não será permitida a assistência presencial dos cidadãos à Sessão, que será realizada por Videoconferência, com transmissão em direto, através do canal do YouTube, com o link: https://www.youtube.com/ user/municipiodelagoa e na página oficial do Município de Lagoa no Facebook com o link: https://www.facebook.com/municipio.lagoa Os Munícipes poderão participar na Sessão, no Período de Intervenção dos Cidadãos, colocando as suas questões através da plataforma digital, mediante inscrição prévia, a enviar para o e-mail presidencia@am-lagoa. pt, até às 17h00 do dia 03 de junho, indicando o nome, o endereço de correio eletrónico e o contato telefónico. A Sessão será gravada e a gravação publicada no site da Assembleia Municipal com o link: www.am-lagoa.pt Para constar se publica este e outros de igual teor, que vão ser afixados nos lugares de estilo do Município. Lagoa, 21 de maio de 2020 O Presidente da Assembleia Municipal, (José Manuel Correia Águas da Cruz) Lagoa Informa | Edição Nº 128 - 28.05.2020
QUINTA-FEIRA, 28.05.2020 | Nº 128
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// Saúde
Importância do uso racional dos antibióticos
Ricardo Jorge Silva Médico de Família - USF do Minho Vice-Presidente do MGF.dor Grupo de estudos de Dor da APMGF
O ser humano não vive num mundo esterilizado! A comida e água podem estar contaminadas e são muitos os eventos que podem ocorrer e fazer com que bactérias patogénicas possam ganhar condições de se desenvolver e ultrapassar a nossa capacidade inata de as combater. A descoberta dos antibióticos (o primeiro foi descrito por Alexander Fleming em 1928) tornou-se um ponto focal da história da Humanidade e de revolução da Medicina. Hoje em dia são fulcrais na medicina moderna, obrigatórios em todos os sistemas de saúde e responsáveis nos sucessos que hoje alcançamos - quer no aumento direto da esperança média de vida ao tratar as infeções bacterianas e fúngicas, mas também como complementos essenciais nos transplantes de órgãos, tratamento de cancro, manejo de recém-nascidos prematuros ou cirurgias mais complexas que seriam impossíveis sem tratamento antibiótico que permitisse lidar com as muito prováveis complicações infecciosas.
No entanto, faz parte das características das bactérias e fungos uma enorme e célere capacidade de adaptação, baseada numa multiplicação muito rápida, o que faz com que quando expostas a um antibiótico estes organismos possam rapidamente adquirir a capacidade de não se deixar afetar por este. São os patogénios quem se torna resistente aos antibióticos! Esta resistência pode ser adquirida sempre que há exposição a antibióticos, quer em contexto médico (hospitalar ou ambulatório), veterinário ou agro-pecuário, daí ser fundamental que o antibiótico seja usado unicamente na situação certa, na dose correta e pelo tempo estritamente necessário, sob pena de no futuro ‘regressarmos’ a uma ‘era pré-antibiótica’, onde infeções que hoje consideramos banais eram frequentemente fatais. Quando os antibióticos de primeira linha (normalmente mais eficazes, mais seguros) falham no controlo da infeção surge a necessidade do uso de soluções de segunda linha, habitual-
mente muito mais caras, com mais efeitos secundários e tóxicos. Este tipo de infeções complicadas são responsáveis por tempos mais prolongados de doença, incremento dos custos de saúde e, invariavelmente, uma maior taxa de sequelas e mortalidade. Todos somos responsáveis e podemos ser elementos importantes na luta contra a resistência aos anti-microbianos. Enquanto profissional de saúde sei que devo fazer um uso judicioso dos antibióticos, utilizando apenas nas situações em que documentadamente façam falta e da forma mais adequada possível. Enquanto indivíduos está ao nosso alcance o apenas usar antibióticos quando prescritos por um profissional de saúde, não os exigindo se não houver indicação para os mesmos. Quando prescritos, é importante seguir corretamente as instruções que forem dadas aquando da prescrição. O antibiótico que foi útil numa situação não o será obrigatoriamente numa situação semelhante, por muito que os sintomas sejam semelhantes, pelo que não se devem partilhar me-
dicações nem usar “sobras” que possam existir. Mas, se calhar, mais importante que o bom uso dos antibióticos é o ten-
O antibiótico que foi útil numa situação não o será obrigatoriamente numa situação semelhante... tarmos evitar ao máximo que eles sejam necessários! Práticas como a lavagem frequente das mãos, a preparação cuidadosa dos alimentos, o evitar contacto próximo com pessoas doentes, a prática de sexo seguro e o manter o calendário vacinal atualizado são uma arma importante nesta luta. Também aqui, todos devemos ser agentes de Saúde Pública. PUB
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28 MAI - 10H30
Dicas de Treino
28 A 30 MAI
Semana da Biodiversidade (inscrição gratuita em sitio.fontes@cm-lagoa.pt) 28 MAI: 'Sapal, biodiversidade no Sítio das Fontes' com Rosana Afonso 29 MAI: 'Projeto de parceria, Isótopos de Precipitação' com Hélder Romão 30 MAI: Oficina, Identificação de anfíbios 'Rãs, Relas, Salamandras e Tritões' com Ivo Rosa (Reunião online no ZOOM)
29 MAI - 17H00 Stretching
HABITAÇÃO → PROCURA-SE Procuro apartamento ou casa — T3, Lagoa, Calvário, Estômbar ou Pateiro Tlm. 963 143 089 → ALUGA-SE Apartamento novo T2 - Lagoa, R/c, mobilado, com garagem e grande qualidade, ao ano 850€ por mês Tlm. 962 751 075 → PROCURA-SE Procuro casa ou apartamento, T2 ou T3 com urgência Entre Lagoa e a Mexilhoeira Tlm. 926 513 028 → PROCURA-SE Procuro ao ano, casa ou apartamento, T3 ou T4 Sem Mobílias Entre Lagoa, Sesmarias e Portimão Tlm. 966 276 486
EMPREGO
1 JUN - 17H00 AeroKids
2 JUN 10H30: Dicas de Treino 17H00: Hidroginástica
FARMÁCIAS COM SERVIÇO NOTURNO 28 A 30 MAIO LAGOA 31 MAIO A 6 JUNHO JOSÉ MACETA
(Algarve) Assembleia Municipal
CLASSIFICADOS
→ PRECISA-SE Admitimos Nadador Salvador m/f - Armação de Pêra Contactar: 965 119 091 → PRECISA-SE O Centro Popular de Lagoa está a recrutar para as seguintes funções : -Auxiliares de Ação Direta (disponibilizamos formação na área) -Enfermeiros com ou sem experiência Inscreva-se diretamente nos
Recursos Humanos ou através dos seguintes contactos: telef. 282 340 540 ou r.humanos@ centropopulardelagoa.com
ADITAMENTO José Manuel Correia Águas da Cruz, Presidente da Assembleia Municipal de Lagoa: Faz público, nos termos e para os efeitos do disposto nos artigos 27º, nº 1 e 49º, nº 3 do Regime Jurídico das Autarquias Locais, aprovado pela Lei nº 75/2013, de 12 de Setembro, que no próximo dia 03 de junho de 2020, quarta-feira, pelas 21:00 horas, realizar-se-á uma Sessão Ordinária desta Assembleia Municipal, por videoconferência, ao abrigo do disposto no Artigo 3º, nº 3 da Lei nº1-A/2020, de 19 de março, à qual foi aditado o seguinte ponto da
→ PRECISA-SE João Raposo admite: instalador de reclamos ordenado a combinar Contacto: 282 341 255 geral@joaoraposo.net → PROCURA-SE Procuro trabalho para Cuidar de idosos durante o dia. Contacto: 930 431 660 → PROCURA-SE Procuro trabalho com urgência como ajudante de cozinha ou jardineiro Contacto: 968 590 138
DIVERSOS → TRESPASSA-SE Trespassa-se pronto a vestir Lucinda Paris boutique CARVOEIRO CENTRAL Tlm: 910 143 348 → PROCURA-SE Procuro para alugar garagem para um ou dois carros no concelho de Lagoa Tlm: 962 751 075
Ordem de Trabalhos: 5º Ponto – Apreciação e deliberação, sob proposta da Câmara Municipal, da autorização prévia prevista na al. c) do nº 1 do artigo 6º da Lei nº 8/2012, de 21 de fevereiro Compromissos Plurianuais – e autorização para abertura dos respetivos procedimentos concursais, relativos aos seguintes Concursos Públicos: 5.1 – Empreitada de construção de edifício para universidade sénior; 5.2 – Empreitada de Construção e beneficiação de estradas e caminhos municipais; 5.3 – Empreitada de construção e conservação de arruamentos; 5.4 – Empreitada de construção do silo de estacionamento de Ferragudo; 5.5 – Empreitada de remodelação e ampliação da rede de abastecimento de água – 2020 – 2021; 5.6 – Concurso público Internacional por lotes com publicação no JOUE para aquisição de viaturas; 5.7 – Concurso público internacional para aquisição de serviços de aluguer operacional de veículos elétricos. Para constar se publica este e outros de igual teor, que vão ser afixados nos lugares de estilo do Município. Lagoa, 25 de maio de 2020 O Presidente da Assembleia Municipal, (José Manuel Correia Águas da Cruz) Lagoa Informa | Edição Nº 128 - 28.05.2020
PUB Centro de Apoio Social de Carvoeiro Instituição Particular de Solidariedade Social
ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA No uso da competência que me é deferida pelos estatutos desta Associação (n.º 1 do 23º artigo) convoco V. Exa. para tomar parte na Assembleia Geral Ordinária, que terá lugar nas instalações da Creche "A Escolinha", no dia 08 de junho de 2020 pelas 18h00, com a seguinte ordem de trabalhos: PUB
7 A 10 JUNHO AMPARO LAGOA
EDITAL SESSÃO POR VIDEOCONFERÊNCIA NO DIA 03/06/2020
PONTO UM: Apreciação, votação do Relatório e contas do exercício referente ao ano de 2019. PONTO DOIS: Outros assuntos do interesse para a instituição. Carvoeiro, 25 de maio de 2020. O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, (Paulo Fernando Oliveira Serra)
CONTACTOS ÚTEIS
Lagoa Informa | Edição Nº 128 - 28.05.2020
CENTROS DE SAÚDE LAGOA
282 340 370
CARVOEIRO
282 357 320
PORCHES
282 381 005
ESTÔMBAR
282 432 665
PARCHAL
282 418 081
FERRAGUDO
282 461 361
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Real Estate
IMOBILIÁRIA (+351) 938 738 073 (+351) 282 071 784
URGÊNCIAS NÚM. NACIONAL SOCORRO 112 BOMBEIROS LAGOA 282 352 888 GNR LAGOA
282 380 190
GNR CARVOEIRO
282 356 460
PIQUETE DE ÁGUAS
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info@imobrunoboto.com | www.imobrunoboto.com Rua Afonso de Albuquerque, n. 1, loja A, 8400-249 FERRAGUDO
LAGOA Rua Dr. Fonseca de Almeida,13 Telf. 282 352 518 | Tlm. 961 958 978
Licença nº. 14524-AMI | NIPC 510 221 742
A fechar...
COVID-19
CM LAGOA
Os números de Lagoa até dia 26 de maio 28 de maio 2020 Quinta-feira
10
Casos
2
Ativos
2
Mortes
REQUALIFICAÇÃO ESTRUTURA JÁ NÃO TINHA CAPACIDADE
Refeitório do Centro Escolar de Lagoa em obras Espaço terá capacidade para mais de 500 lugares para refeições. Investimento de um milhão de euros. FOTOS: LAGOA INFORMA
A
empreitada de requalificação e ampliação do refeitório do Centro Escolar de Lagoa iniciou-se no final de março e deverá estar concluída até final deste ano, segundo anunciou a Câmara Municipal. As obras permitirão criar uma sala de refeições com cerca de 400 metros quadrados, ganhando uma capacidade para cerca de 500 lugares e melhores condições de funcionamento. A ampliação permitirá ainda que sejam servidas todas as refeições necessárias aos alunos em simultâneo. Com um custo de cerca de um milhão de euros, a intervenção tem um prazo de execução de 240 dias, cerca de oito meses. O antigo refeitório do edifício estava a funcionar em dois espaços separados e por turnos, por não existir a possibilidade de fornecer as 400 refeições diárias necessárias ao mesmo tempo. Também não dispunha de instalações sanitárias adequadas aos alunos, nem de áreas destinadas à cozinha e zonas de apoio, conforme as normas definidas na legislação. “O atual executivo camarário consciente da necessidade de proceder a uma intervenção que contribua e permita a criação das melhores condições de utilização e de trabalho à cantina escolar, deliberou que fosse realizado um projeto que tivesse como objetivo
Paulo Cabrita atua online para crianças de Idanha-a-Nova O mágico Paulo Cabrita, de Lagoa, foi convidado a atuar, através da Internet, nas comemorações do Dia Mundial da Criança, a 1 de junho, em Idanha-a-Nova. O artista já tinha sido convidado a realizar um espetáculo para as crianças daquele concelho e, apesar de não ser possível fazê-lo em cima de um palco ao vivo, devido à pandemia da COVID-19, aquela Câmara da Beira Baixa pediu uma gravação do espetáculo para que possa transmiti-lo aos seus munícipes mais novos.
Lagoense integra equipa que investiga se cães detetam COVID-19 O refeitório do centro escolar vai ver aumentada a sua capacidade
O técnico cinólogo Celso Alves, de Lagoa, é um dos elementos da equipa que está no arquipélago da Madeira a investigar se os cães conseguem detetar as pessoas infetadas com a COVID-19. O estudo é realizado pelo Centro de Química da Madeira, da Universidade da Madeira, e pelo Grupo de Trabalho Mondioring Madeira, em parceria com entidades regionais de saúde. Conta ainda com um médico veterinário e o cinólogo de Lagoa.
Vencedor de passatempo anunciado na próxima edição Na próxima edição do Lagoa Informa, a 12 de junho, serão anunciados os vencedores do passatempo ‘Arte em tempo de pandemia’, que tinha sido prolongado até 31 de maio, numa iniciativa do Lagoa Informa em parceria com a empresa Palm Properties. Os vencedores ganham uma entrada dupla para o Zoomarine.
Os trabalhos terão a duração de 240 dias a requalificação das instalações, e a ampliação das mesmas, de forma a responder positivamente às solicitações dos utentes e, simultaneamente, criar as melhores condições de funcionamento dando assim este executivo cumprimento às informações do Ministério da Educação”, explica a
Câmara Municipal em comunicado enviado às redações. O edifício alvo desta obra foi construído na década de 70 do século passado e já sofreu várias alterações, mas nos últimos anos tem vindo a mostrar-se incapaz de responder às necessidades do Centro Escolar de Lagoa.
Lagoa Informa sai a 12 de junho Devido aos feriados de 10 (Dia de Portugal) e 11 de junho (Dia do Corpo de Deus), quarta e quinta-feira, a edição nº129 do jornal Lagoa Informa estará disponível apenas no dia 12, sexta-feira.
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Dra. Cristina Mosteias
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