Lagoa Informa nº130 - 25_06_2020

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Quinta-feira, 25.06.2020 | € 1,00

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Quinzenário | Ano VI | Nº 130 | Diretor: Rui Pires Santos

Lares suspendem visitas por prevenção Apenas o Centro de Apoio Social de Porches tem ainda ‘portas abertas’, mas deve seguir o exemplo das restantes instituições do concelho e, por uma questão de precaução, encerrar nos próximos dias. P3

SOCIEDADE ‘O Jardim da Aryel’ luta pela causa animal P6-7

CULTURA Equipamentos já reabriram ao público P16

CARVOEIRO John Wilson concretiza sonho na vila onde cresceu P10

ANIVERSÁRIO Ideias do Levante celebra 25 anos com concertos online P4 PUB

1370 alunos do Agrupamento ESPAMOL em ensino à distância

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Escolas prepararam-se em tempo recorde para dar as respostas necessárias que permitiram implementar novo sistema. Balanço é positivo. P8-9 www.algarve-palm.com EN124, Poço Partido, 8400-557 Carvoeiro

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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 25.06.2020 // Nº 130

P2 // PÁGINA DOIS Cantinho da Poesia DIRETOR: Rui Pires Santos REDAÇÃO: Ana Sofia Varela COLABORADORES: Jorge Eusébio, Mónica Pontes PAGINAÇÃO: Vanessa Correia FOTOGRAFIA: Eduardo Jacinto, Kátia Viola DEPART. COMERCIAL: Hélder Marques . 914 935 351 PROPRIEDADE E EDITOR: PressRoma, Edição de Publicações Periódicas, Unip. Lda. – Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto, 8400-417 Lagoa CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Rui Pires Santos NIF: 508 134 595 Nº REGISTO ERC: 126668 DEPÓSITO LEGAL Nº: 94540/15 SEDE DE REDAÇÃO: Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto., 8400-417 Lagoa EMAIL: lagoainforma@gmail.com Telf: 282 381 546 | 967 823 648 IMPRESSÃO: LUSOIBÉRIA Av. da República, nº 6, 1.º Esq. 1050-191 Lisboa TIRAGEM: 3.000 exemplares PERIODICIDADE: Quinzenal ESTATUTO EDITORIAL: http://algarvevivo.pt/sobre-nos/

ARTISTAS TÊM DEVERES E DIREITOS Os artistas complicado Os primeiros a parar Com meses sem ordenado Últimos a regressar. Vamos lembrar os artistas Querem mostrar os talentos Seres humanos realistas Não vivem sem vencimentos. Com programas cancelados No estado de emergência Ficaram desgovernados Vão perdendo a paciência. Dizem “fomos esquecidos” Motivo propagação Não são talentos perdidos Falam e têm sua razão. Há meses sem actividade Sem saber se voltarão Vivem na precariedade Sem trabalho e sem pão. Cenário degradante Com concertos cancelados O que será desta gente Sem obterem resultados. O Covid-19 (dezanove) Um vírus tão complicado Fez andar tudo a nove Mas tem o Mundo parado. Deodato António Paias

EDITORIAL

Uma história com cinco anos Foi precisamente no dia 25 de junho que há cinco anos surgiu o primeiro número do Lagoa Informa. Hoje apresento a edição nº130 deste jornal que, desde o início, pensei, idealizei e materializei com uma fórmula diferente, apostando num jornalismo de proximidade e valorizando o produto em formato papel. Não posso esconder que fico feliz por ter vingado uma ideia de jornal que, na altura, poucos ou nenhuns acreditavam. Ouvi murmurinhos em muitos corredores, e não só, sobre este projeto. Quase todos apontavam no mesmo sentido: não iria durar muito tempo. Houve quem dissesse que não aguentava seis meses. Mas durou e vai continuar porque a ‘fórmula’ está correta, a persistência e o trabalho foram intensos, muitas vezes a trabalhar nos limites. Hoje em dia, muitos de nós sabemos, nesta e noutras áreas, que só assim os projetos permanecem. Fruto de um trabalho árduo, da dedicação, do acreditar e do querer fazer sempre melhor, o Lagoa Informa foi conquistando os seus leitores e desde muito cedo, ainda nos primeiros seis meses, tornou-se numa referência para os lagoenses. Muito poderia contar sobre o percurso de cinco anos, das peripécias, dos bastidores, das dificuldades, de muita coisa... Mas é mais importante falar do papel que cumprimos na sociedade lagoense, na valorização do concelho, das associações, dos atletas, das pessoas que fazem parte da história de Lagoa. Mesmo em tempo de pandemia, com mais dificuldades, fomos para a rua acompanhar o papel importantíssimo que muitos voluntários desempenharam no apoio às pessoas. Ouvimos empresários, cidadãos e mostrámos a realidade do que se estava a viver na nossa terra. Podíamos ter ficado sentados na cadeira a ‘encher chouriços’ com temas que não interessam, mas não. Fomos fazer o que os lagoenses esperavam do seu jornal. Nesta edição, voltamos a abordar questões que afetam e interessam às pessoas. Os lares que estão novamente a fechar a visitas devido aos novos surtos de COVID-19 na região, um balanço do ano letivo que terminou em telescola, uma reportagem com uma associação de proteção de animais e outros artigos sobre a atualidade deste concelho. Esperamos que este seja mais um número que agrade os nossos leitores.

Rui Pires Santos PUB


Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 25.06.2020 // Nº 130

ABERTURA // P3 INSTITUIÇÃO AGUARDA INDICAÇÕES DA DELEGADA DE SAÚDE

Lar de Porches ainda aberto mas com visitas controladas Centro Popular de Lagoa, Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo e Santa Casa da Misericórdia de Estômbar impedem entradas nos lares desde 19 de junho. LAGOA INFORMA

Autarquia limita polidesportivos a marcações A Câmara de Lagoa tinha reaberto os polidesportivos do concelho para a prática de desporto ao ar livre, há cerca de duas semanas. No entanto, na semana passada foi obrigada a fechá-los novamente devido a uma forte e desorganizada afluência de pessoas. Houve casos de utentes e até de clubes de concelhos vizinhos que estavam a utilizar alguns destes espaços. Assim, a partir de agora, os polidesportivos só podem ser utilizados mediante marcação e posterior autorização da autarquia. O objetivo é garantir um uso seguro e dentro dos limites de ajuntamentos.

Cláudia Mestre, diretora do lar de Porches, sente que será inevitável cancelar as visitas // Rui Pires Santos

O

alarme voltou a tocar e os novos surtos de COVID-19 impedem de novo as visitas aos lares de Lagoa como forma de prevenção. Em todo o concelho, desde 19 de junho, os utentes já não podem ver os seus familiares e apenas o Centro de Apoio Social de Porches permite ainda as visitas. “Estamos articulados com a delegada de saúde de Lagoa e ainda não existe orientação superior para terminar com as visitas. Com o atual cenário, estamos com cuidados redobrados. Já disse à delegada que se sentisse insegurança iríamos impedir as visitas por iniciativa da direção da instituição. Estamos preparados para ‘fechar’ e as famílias e os utentes têm conhecimento disso”, explica ao Lagoa Informa Cláudia Mestre,

diretora do Lar. “Fizemos alterações nos procedimentos de entrada no lar. Limitámos uma visita por utente, com horário de 30 minutos e é feita uma higienização entre as visitas. Estamos a ter ainda mais cuidados, mas a nossa expetativa é fechar nos próximos dias por uma questão de prevenção”, acrescenta.

presidente da direção desta instituição. “Não tivemos nenhuma indicação da autarquia, mas decidimos fechar por uma questão de prevenção. As famílias aceitaram, ficaram com pena, mas compreendem face à situação que vivemos. Veem as notícias e sabem quais os perigos”, salienta.

Prevenir é remediar CAIF ‘encerrou’ A primeira instituição do concelho a impedir as visitas à Unidade de Cuidados Continuados foi a Santa Casa da Misericórdia de Estômbar, por indicação da União das Misericórdias. O Centro de Apoio a Idosos de Ferragudo seguiu-lhe o exemplo a 19 de junho. “Até final do mês estamos fechados por indicação da Segurança Social e depois vamos avaliar”, começa por dizer Carlos Belbute,

Também desde 19 de junho que o lar do Centro Popular de Lagoa (CPL) encerrou a visitas. “Fechamos por iniciativa própria, assim que começou o alarme das Misericórdias e pela dimensão que temos. É melhor prevenir do que remediar”, afirma ao Lagoa Informa João Carlos Pereira, presidente da direção do CPL. “Estávamos a fazer visitas por marcação e tivemos que anular uma série delas. Não houve ne-

Piscinas Municipais abrem As Piscinas Municipais de Lagoa reabriram na passada segunda-feira, 22 de junho. A decisão foi tomada pela Câmara e aplica-se apenas à competição, numa medida já tomada por outras autarquias a nível nacional. Foram definidas uma série de regras de segurança para garantir a utilização do espaço por clubes e atletas federados.

nhuma reação negativa dos familiares. Ficaram desanimados, mas compreenderam”, refere, avisando que é necessário “ter todos os cuidados para impedir que voltemos atrás nas medidas de comba-

te à COVID-19”. “No infantário, continua a haver algumas pessoas que resistem à necessidade de trazer máscaras. Reforçamos o pedido e explicamos que ainda é necessário”, alerta. PUB

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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 25.06.2020 // Nº 130

P4 // SOCIEDADE VISITA AOS AREAIS ACONTECEU A 12 DE JUNHO

Autarquia e APA avaliam sensores nas praias Secretário de Estado das Pescas e coordenador regional do combate à COVID-19, José Apolinário, marcou presença. CM LAGOA

Até 27 de junho

Ideias do Levante celebra 25 anos com concertos online A Ideias do Levante – Associação Cultural de Lagoa apresenta, até 27 de junho, espetáculos nos meios digitais que assinalam o 25º aniversário desta entidade. As transmissões realizam-se até este sábado e baseiam-se no lema ‘Agarrem os vossos sonhos!’. Como já se iniciaram no dia 14, já versaram diversos temas, como é exemplo ‘Vocalise’ de Sergei Rachmaminov, ‘Nuit d’Espagne’ de Jules Massenet, ‘La captive’ de Hector Berlioz, ‘Morgen!’ de Richard Strauss. Este ciclo 'Concerto de Verão' intitula-se ‘Cenas Românticas’ e conta com Carla Pontes (soprano), Sunita Mamtani (violoncelo) e Cristiana Silva (piano).

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Slide & Splash abre a 29 de junho O parque aquático Slide & Splash, sediado em Lagoa, abrirá as portas para uma nova temporada na próxima segunda-feira, dia 29 de junho. Há, porém, um conjunto de normas e regras a seguir pelos utilizadores do espaço para minimizar uma possível propagação do novo coronavírus, a COVID-19. Assim, segundo a empresa, é necessário distanciamento social, tendo a lotação do espaço sido reduzida para metade. A área de relvado, com 16 mil metros quadrados, foi dividida em dimensões com cinco por cinco metros, onde podem permanecer até cinco pessoas coabitantes. No chão foram marcadas distâncias de segurança e circuitos, sendo ainda obrigatório o uso de máscara e calçado em todos os espaços fechados, como casas de banho, restaurantes, loja, enfermaria e receção. Os bilhetes devem ser adquiridos online, sendo também obrigatório selecionar o dia da visita ao parque aquático. PUB

Luís Encarnação com o secretário de Estado, José Apolinário

O

presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Luís Encarnação, acompanhado pelo secretário de Estado das Pescas e coordenador regional do combate à COVID-19 no Algarve, José Apolinário e pelo presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pedro Coelho, confirmou no terreno, a 12 de junho, as condições de aplicação das medidas de segurança nas praias do concelho, que dispõem agora de um sistema de sensores que per-

mite conhecer o nível de lotação de cada zona balnear. A informação recolhida é tratada automaticamente no contexto da ‘smart city’ e disponibilizada ao público nos canais de comunicação municipal – site, perfil de facebook – mas também por outras entidades. É exemplo a aplicação móvel ‘Info Praia’, da APA, para 'smartphones' ou 'tablets', que pode ser descarregada gratuitamente através do ‘Google Play’ e da ‘App Store’.

Município de Lagoa - Algarve A informação é apresentada de uma forma parecida à dos semáforos. Neste caso o semáforo vermelho não proíbe a entrada, mas alerta para que o nível de ocupação dessa praia está acima dos dois terços da capacidade máxima. O semáforo amarelo indica que a lotação da praia ultrapassou um terço da capacidade prevista, mas ainda não passou os dois terços. O verde indica que a praia está pouco lotada.

EDITAL N.º 46 /2020 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOA (ALGARVE), LUÍS ANTÓNIO ALVES ENCARNAÇÃO: Faz público que, nos termos do n.º 2, do art.º 2.º, do Regulamento e Tabela de Taxas e Licenças Municipais, aprovado pela Câmara Municipal em 16 de Março de 2010 e pela Assembleia Municipal em 28 de julho de 2010, as referidas taxas serão atualizadas em 0.08 % a partir de 1 de julho de 2020. E, para constar e produzir os devidos efeitos, se publica este EDITAL e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de estilo e no SITE desta Câmara Municipal, no sítio www. cm-lagoa.pt. Lagoa, 16 de junho de 2020 O Presidente da Câmara (Luís António Alves Encarnação) Lagoa Informa | Edição Nº 130 - 25.06.2020

Vencedora do concurso 'Arte em Tempo de Pandemia'

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ANA SOFIA VARELA

Madalena recebeu bilhetes para o Zoomarine

A jovem de 13 anos com o patrocinador do concurso, Jeroen Haen

A aluna Madalena de Jesus, de 13 anos, venceu o concurso ‘Arte em Tempo de Pandemia’, na categoria dos 10 aos 13 anos, promovido pela Palm Properties, empresa sediada no concelho, em parceria com o Lagoa Informa e o Zoomarine. O prémio, dois bilhetes para o parque Zoomarine, foi entregue por Jeroen Haen, responsável pela imobiliária, que deu os parabéns à jovem autora do poema ‘Estou em quarentena’, incentivando-a ainda a continuar a escrever.

Município de Lagoa - Algarve

EDITAL N.º 47 /2020 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOA (ALGARVE), LUÍS ANTÓNIO ALVES ENCARNAÇÃO: Faz público que, nos termos do n.º 2, do art.º 2.º, do Regulamento Municipal de Urbanização, Edificação, Taxas e Compensações Urbanísticas, aprovado pela Câmara Municipal em 20 de abril de 2010 e pela Assembleia Municipal em 19 de junho de 2010, as referidas taxas serão atualizadas em 0.08% a partir de 1 de julho de 2020. E, para constar e produzir os devidos efeitos, se publica este EDITAL e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de estilo e no SITE desta Câmara Municipal, no sítio www. cm-lagoa.pt Lagoa, 16 de junho de 2020 O Presidente da Câmara (Luís António Alves Encarnação) Lagoa Informa | Edição Nº 130 - 25.06.2020


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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 25.06.2020 // Nº 130

P6 // SOCIEDADE ASSOCIAÇÃO PREPARA-SE PARA UM ANO DIFÍCIL

‘O Jardim da Aryel’ protege e reabilita animais Centro tem sob a sua alçada 65 animais, na sua maioria gatos. Devido à pandemia da COVID-19, responsáveis apelam à ajuda de voluntários e à consciência da população para o não abandono. FOTOS: EDUARDO JACINTO

// Tatiana Pimentel

A

associação de proteção animal ‘O Jardim da Aryel’, começou em junho de 2019, mas já mudou a vida de muitos animais. Fica numa zona recôndita do concelho, no meio do campo, mas em compensação é um espaço com uma vasta área que permite aos animais grande liberdade de movimento. O Lagoa Informa foi conhecer o projeto e falou com Irene Nunes, uma das dirigentes da organização, que recorda as ajudas no início. “Tivemos um grande apoio de algumas associações já existentes, trabalhamos muito com a ‘Amigos dos Gatos do Algarve’ e a ‘Franjinhas’ de Portimão. A comunidade também nos tem ajudado com mantimentos e com o seu tempo e dedicação,” explica a fundadora.

O funcionamento O local onde os felinos se encontram assemelha-se a um santuário para gatos, que são atualmente 60, embora haja capacidade máxima para 100. É um ambiente onde há muitos brinquedos, cadeiras,

chegada criaram logo uma ótima receção, correndo na nossa direção para nos saudarem com entusiasmo. “A nossa principal diferença em relação a outras associações, é o facto de não preferirmos gatos jovens e saudáveis. Somos um Centro de Reabilitação e damos prioridade a felinos doentes, pois sabemos que estes também merecem amor igual aos outros. O nosso desejo é fazer com que as pessoas entendam isso também”, salienta Irene Nunes.

Voluntários precisam-se “Os resultados não caem do céu, dedicamos muito tempo e atenção a todos os animais”, explica a filantropa, que os conhece a todos pelo nome e historial. “Temos muitos em recuperação física e emocional. Por vezes, o processo é demorado, mas vê-los bem compensa tudo. É muito bom sentir a mudança depois de ultrapassarem os traumas, conseguindo finalmente ser felizes”, refere. A responsável da associação explica que além da falta de dinheiro – sempre necessário devido às vastas despesas veteri-

O Jardim da Aryel está a precisar de voluntários ros. Temos também uma loja solidária que abrimos em fevereiro no Parchal. Devido à pandemia tivemos que fechar e agora pretendemos reabrir, mas faltam-nos voluntários para lá ficar”, revela.

pessoa criou de facto uma ligação com este e que vai ser um bom ‘match’ Também faço questão de acompanhar os animais depois para saber como se estão a dar na nova casa, eles são como parte da minha família”, sublinha.

Ajuda De forma a angariar dinheiro para o seu normal funcionamento, a associação encontra-se a vender t-shirts com o seu slogan e máscaras para a COVID-19 no Facebook. “Entregamos em Lagoa ou

Novo coronavírus dificulta

"A nossa principal diferença em relação a outras associações, é o facto de não preferirmos gatos jovense saudáveis. Somos um Centro de Reabilitação e damos prioridade a felinos doentes..." Irene Nunes camas e comida à disposição. Os animais parecem serenos e confortáveis. Durante todo o tempo em que o Lagoa Informa esteve em reportagem, apenas pediram carinho e ‘festas’. Os cinco cães, por outro lado, têm todo um campo verdejante com uma boa área para correr e brincar, percebendo-se que ali são felizes e ativos. Desde a nossa

nárias dos animais –, necessitam de voluntários. “Contamos com vários projetos para este espaço, mas o nosso tempo não é muito. Por exemplo, queremos construir outro abrigo maior para os gatos mais novos e energéticos, de modo a separá-los dos mais velhos, que são mais calmos. Para isso, faz-nos falta mão de obra e uma verba no valor de 1.500 eu-

“Devido à pandemia da COVID-19 tivemos casos mais complicados. O vírus chegou precisamente na altura em que capturamos mais gatos por causa do cio. O facto de as clínicas terem ficado com horários limitados fez com que as esterilizações se atrasassem, o que vai estragar um bocadinho o ano. Prova disso é que já estão a aparecer muitas ninhadas. O abandono também foi muito grande, principalmente de cães”, lamenta. Irene Nunes, como qualquer amante de animais, exalta-se um pouco quando fala dos abandonos: “Quem faz isso é covarde. Fazem-no por egoísmo, não pelos animais em si. Já tive um gato devolvido porque espirrava, (tinha rinite crónica). Não é uma razão válida e os animais não merecem essa frieza. Apesar disto, fazemos várias adoções bem-sucedidas. Não entrego um animal a alguém se não sentir que essa

Inspiração O nome ‘O Jardim da Aryel’ surgiu de uma felina inspiradora, “a Aryel que foi a primeira gatinha paraplégica” que Irene Nunes teve. “Esteve cinco anos comigo e foi um desafio muito grande. Quando pensei em criar este centro, ela foi uma inspiração porque senti que tinha de dar prioridade aos animais diferentes. Graças a ela percebi que era possível dar-lhes qualidade de vida. Cada vez que conseguimos fazer isso a um animal com deficiência é uma homenagem para ela. Sinto que está lá em cima a olhar por nós e ainda temos a cadeirinha de rodas dela aqui guardada”, afirma com emoção.

Teddy foi o primeiro O cachorro Teddy foi o primeiro cão a ser recebido. Tem dois anos e já se comportou como um herói. Veio de Penafiel, onde vivia com a sua dona portadora de cancro. Um dia foi agredida e o Teddy, para a proteger, não hesitou e mordeu o atacante. Acabou por ser mandado abater, mas felizmente Irene Nunes soube da história e conseguiu salvá-lo. “Era um cão muito ansioso, mas agora está muito mais calmo”, conta.


Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 25.06.2020 // Nº 130

SOCIEDADE // P7 enviamos pelo correio”, explica. É também naquela rede social que os animais estão divulgados para adoção. “Acho que as associações deviam ter mais apoios para as despesas médicas. Sempre que recebemos um animal novo temos de fazer a esterilização, os testes da leucemia e da SIDA e a vacinação. Fica um gasto médio de 95 euros por animal só para os recebermos aqui. Se tiverem problemas de saúde acrescem outros valores, fora as despesas da comida e das desparasitações regulares”, expõe, lamentado o facto de os apoios oficiais serem ainda escassos. “Na questão da alimentação por sorte temos estado bem graças a doações e ao apoio de alguns supermercados.” ‘O Jardim da Aryel’ prepara-se agora para receber uma gatinha paraplégica, com um mês e meio, que se encontra atualmente internada, além de Emília e de Tai, duas gatinhas cegas. “Tenho cinco gatos cegos em casa, eles conseguem viver uma vida perfeitamente normal e quando são adotados são adoções muito especiais” conta Irene. Para visitar o espaço, fa-

Festejos limitados

Estômbar comemorou 29º aniversário de elevação a vila A 20 de junho, Estômbar assinalou o 29º aniversário de elevação a vila, com uma comemoração mais limitada do que é habitual devido à COVID-19. O hastear da bandeira ao som do hino nacional, com a participação do presidente da União das Freguesias de Estômbar e Parchal, Joaquim Varela, a vereadora Ana Martins e o presidente da Assembleia Municipal, Águas da Cruz foi o primeiro acto, seguindo-se o corte de um bolo de aniversário. Mais tarde, às 21h00 foi transmitido um concerto nas redes sociais com a fadista Catarina Cândido, acompanhada pelos músicos Vítor do Carmo e Paulo Feiteira. PUB

Município de Lagoa - Algarve Câmara Municipal

EDITAL N.º 48 /2020

Irene Nunes sabe o nome e a história dos 60 gatos e cinco cães zer donativos ou simplesmente passar algum tempo com os animais é preciso marcação por uma questão de planeamento. “Temos tido quase todos os dias marcações ao final do dia, sem-

pre famílias com crianças”, o que é bom, porque assim fazemo-los ver que a proteção animal não é só um abrigo, também é dar-lhes a melhor qualidade de vida que conseguirmos”, conclui.

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOA (ALGARVE), LUÍS ANTÓNIO ALVES ENCARNAÇÃO: Faz público que, nos termos do n.º 2, do art.º 52.º, do Regulamento Municipal de Urbanização, Edificação, Taxas e Compensações Urbanísticas, a taxa base do Sistema de Industria Responsável é atualizada aplicando a taxa de 0.13%, para 2020, passando para 135,78 €, a partir de 1 de março de 2020. E, para constar e produzir os devidos efeitos, se publica este EDITAL e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de estilo e no SITE desta Câmara Municipal, no sítio www.cm-lagoa.pt Lagoa, 16 de junho de 2020 O Presidente da Câmara (Luís António Alves Encarnação) Lagoa Informa | Edição Nº 130 - 25.06.2020

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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 25.06.2020 // Nº 130

P8 // EDUCAÇÃO 1370 ALUNOS ESTIVERAM EM ENSINO À DISTÂNCIA

Entreajuda marcou reta final do ano letivo na ESPAMOL Agrupamento preparou-se em tempo recorde para dar as respostas necessárias para que novo sistema fosse implementado. ANA SOFIA VARELA

NÚMEROS 150 Alunos do pré-escolar. 80 Estudantes do 11º e 12º em ensino presencial. 1370 Alunos em ensino à distância. 170 Professores.

Emília Maria Vicente mostrou o circuito e medidas de segurança implementados na sede do Agrupamento // Ana Sofia Varela

A

pesar de ser ponto assente que o ensino à distância não substitui o presencial, algo de bom surgiu com esta nova realidade que ainda deixou, nesta fase final de desconfinamento, 1370 alunos e 170 professores em casa. Foi a partilha e a entreajuda no Agrupamento ESPAMOL. De facto, se não houvesse esta pandemia, teria sido muito difícil tirar partido das novas tecnologias e dos meios digitais existentes. “Se alguém chegasse e dissesse ‘vamos criar o 'Classroom' e as salas de aula virtuais, diziam-lhe que era maluco’. O que aconteceu é que todos foram obrigados a lidar com esta situação e aprenderam imenso. Houve muitas pessoas que me surpreenderam, sobretudo colegas com 66 anos, à beira da reforma, que antes custavam a escrever sumários no ‘Inovar’ e que, nesta fase, estiveram a lecionar aulas síncronas e a colocar trabalhos na Internet”, começa por destacar Emília Maria Vicente, diretora do Agrupamento ESPAMOL, enquanto conversa com o Lagoa Informa. A necessidade faz a função e

o Agrupamento, com as notícias em março de que se avizinhavam tempos complicados, resolveu antecipar muitas medidas, começando a traçar novos sistemas. “No primeiro dia de aulas do terceiro período nós estávamos a funcionar com salas de aula virtuais e até correu bem, dentro do que é possível”, afirma. Nesta reta final, pois o ano letivo termina esta sexta-feira, 26 de junho, a diretora considera que é necessário sublinhar o que de positivo houve na nova realidade. “Às vezes, há um duplicar de tarefas porque as pessoas não partilham entre si. Tem sido uma luta de há vários anos, porque estão a trabalhar muito fechadas. Isto trouxe muita partilha, principalmente de conhecimentos, pois vemos os mais novos a ajudar os mais velhos a ligarem-se às plataformas online. Os mais velhos depois sentem as vitórias, porque já conseguem fazer sozinhos. Tem havido muito auxílio entre os professores nesta fase que foi muito complicada para todos”, conta a responsável. Esse é um dos aspetos positivos de um sistema que, na opinião da professora “não substitui de forma alguma o regime pre-

sencial, mas que pode funcionar como um complemento”. Também era difícil conseguir colocar os alunos a utilizar o email institucional para entrar em contacto com a escola e hoje todos o usam. “Todos estão a utilizar o 'Classroom' (sala de aula virtual) e outras plataformas. Os próprios professores, assim como os alunos, uns mais curiosos que outros, foram à procura de diferentes recursos. Alunos que eram mais acanhados nas aulas, ali, como estão atrás de um ecrã, respondem com mais facilidade”, assinala.

Exagero levou à moderação Claro que nem tudo correu como o esperado no primeiro dia e muitas situações foram sendo afinadas com o passar do tempo. A verdade é que as escolas encerraram no dia 13 de março e três dias depois o Agrupamento teve de criar algo que funcionou de “forma muito trapalhona” nas primeiras duas semanas, explica a diretora. Isto porque, não houve quase tempo nenhum para organizar todo um sistema de ensino à distância. “Houve contacto com as famílias e os alunos continuaram

a trabalhar, apesar de haver um bocadinho de desgoverno e uma falta de sensibilidade para dosear. Foi um pouco ‘sou professora de matemática vou enviar muitos trabalhos’. Esqueceram-se que há mais dez disciplinas que também vão enviar fichas e tarefas”, assume a responsável. Uma falta de noção e de habilidade que marcou os primeiros dias, mas que se foi dissipando.

Nas férias da Páscoa houve um trabalho incessante no Agrupamento. Foi criado um roteiro, alinhado com as diretrizes do Ministério da Educação, houve reuniões com o secretário de Estado e com a Direção Regional, foram criados novos horários e links de salas de aulas. Nessa altura foi feito ainda um levantamento das necessidades a nível de equipamentos digitais, quer de alunos, quer de professores. “O Município apareceu com a solução dos ‘tablets’, a Associação de Pais conseguiu 28 computadores portáteis, a EPIS também cedeu computadores aos alunos e houve depois uma onda de solidariedade. Eu própria dei um portátil que tinha a mais em casa. A maioria dos equipamentos foi emprestado”, explica. Resolvido o primeiro problema de acesso, houve outra dificuldade que é

Já se prepara o novo ano letivo 2020/2021 na ESPAMOL Ainda não se sabe ao certo o que o futuro reserva, com a pandemia do novo coronavírus, a COVID-19, ainda ativa na comunidade algarvia. Há rumores de que a tutela conjugará o ensino presencial com o à distância, num sistema misto, estando também em cima da mesa o regresso à escola na totalidade no ano letivo 2020/2021. As incertezas ainda são muitas e as respostas são parcas. No Agrupamento ESPAMOL, “estamos a fazer tudo conforme a normalidade, como se fosse acontecer o ensino presencial. Temos um plano de inovação lançado para o ano, com junção de disciplinas, com trabalho mais prático para motivar os alunos, com um calendário semestral, que contempla duas avaliações por ano. Algo diferente, mais motivador, colaborativo entre os professores”, avança Emília Maria Vicente ao Lagoa Informa. A professora tem esperança que a vida regresse à normalidade, sem que seja esquecida esta etapa e toda aprendizagem adquirida. “Nada será igual ao que era antes”, afirma.


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EDUCAÇÃO // P9 saber como trabalhar com novos recursos. “Havia pais que não conseguiam ajudar os filhos, porque não sabiam trabalhar com estas ferramentas, bem como professores. Então, criámos equipas tecnológicas e pedagógicas para apoiar. Foi uma loucura de telefonemas, de manhã à noite, para dar solução a todos. Mais tarde, acalmou porque as pessoas foram aprendendo, mas é efetivamente um sistema mais cansativo”, explica. Os professores estão a trabalhar muito mais e foi necessário que criassem estratégias. “A partir do momento que deixo o meu escritório para ir jantar, deixo o telefone no silêncio. Não é que não queira saber, mas preciso manter

filhos e reconhece as dificuldades dos pais.

Telescola como complemento A telescola foi criada pelo Ministério da Educação para dar apoio e, na altura em que o Agrupamento teve de avançar com um novo sistema, ainda nem as grelhas horárias, nem os conteúdos, tinham sido divulgados. “É bastante generalista. Junta dois anos de escolaridade e não casa, nem substitui todo o apoio que o professor dá. Entrou no nosso Agrupamento no primeiro ciclo e acho que é aí que faz sentido”, considera Emília Maria Vicente. A par das aulas síncronas (por videoconferência) houve então uma consolidação da matéria. O certo é que há histórias e

“ Há peripécias que serão recordadas. É o caso dos alunos que ‘desaparecem’ das videoconferências ou do irmão que passa a correr todo nu por trás da câmara enquanto a irmã está em aula e ouve-se a mãe a ralhar". a minha sanidade mental. Tenho colegas que me diziam que às 22 horas ainda estavam a responder aos pais e não pode ser. Não é deixar de ser profissional, mas não se pode cair no exagero. Assim como não soubemos dosear no início, os pais também não o souberam fazer”, recorda. Ou seja, o contacto do professor está ali à mão de semear, quando têm uma dúvida ligam, seja às 21h00 ou às 22h00. “Não o fizeram por mal! Foi apenas porque queriam resolver a questão. E percebemos que também foi complicado, porque alguns estavam em teletrabalho”, admite a diretora que em casa também tem três realidades diferentes de estudo com os seus

peripécias que vão ser recordadas por alunos e professores. É o caso dos alunos que ‘desaparecem’ das videoconferências, porque vão brincar, do irmão que passa a correr todo nu por trás da câmara enquanto a irmã está em aula e ouve-se a mãe a ralhar, ou até da aluna que está a passear na sala, enquanto devia estar a preencher uma ficha online. Talvez seja a mãe que está a responder por ela e no final até teve negativa. “Acontece porque acabamos por entrar pela casa adentro das pessoas”, confidencia.

Regresso à escola seguro Os cerca de 80 alunos do 11º e do 12º ano voltaram a pisar o recinto da Escola Secundária Padre Antó-

nio Martins Oliveira, em Lagoa, no dia 18 de maio, enquanto ao mais novos, do pré-escolar, voltaram a 1 de junho, distribuídos pelos jardins de infância de Lagoa, Porches e Carvoeiro. Estão inscritos 150, mas só voltaram 40. No total, o Agrupamento tem 1600 alunos, dos quais 1370 ficaram em casa, bem como 170 professores. Destes só 12 regressaram às aulas presenciais, o que não invalida que não mantenham o ensino à distância para turmas de outros anos de escolaridade. O regresso do secundário foi tranquilo, segundo a responsável, até porque são poucos alunos. São 50 no 11º e 30 no 12º. Houve um conciliar das medidas do Ministério da Educação com as orientações da Direção-Geral da Saúde, além de toda a formação dada aos funcionários pelas Forças Armadas. Houve um cuidado para criar circuitos, onde os alunos não se cruzam, com os horários repartidos por blocos. “Eles não se encontram porque estão em diferentes pontos da escola e temos circuitos de passagem definidos. Na sala, as mesas têm distanciamento e também não há falta de material, pois o Ministério da Educação enviou-nos cerca de cinco mil máscaras, gel desinfetante, viseiras, luvas e todos os equipamentos necessários. Os funcionários, quando andam a limpar as salas, têm uma farda diferente, têm de trocar de roupa, as casas de banho são desinfetadas constantemente, bem como os corrimãos. Com a distribuição que fizemos também facilitámos o processo, porque os alunos não trocam de sala. Só os professores é que trocam e é sempre desinfetada a zona onde o docente esteve. Há um período de duas a três horas de paragem, no almoço, para higienizar a sala”, explica a professora. Já no caso do pré-escolar, as educadoras usam “óculos, máscara e luvas”, os brinquedos foram quase todos retirados, bem como os desenhos que estavam afixados nas paredes, porque tudo é passí-

vel de ser um meio de contágio. As salas ficaram o mais ‘clean’ possível. Os teclados, computadores, comandos estão envolvidos em celofane e cada professor tem a sua caneta, nos regimes presenciais. No pré-escolar há também as zonas limpas e as zonas sujas, e as crianças, quando chegam,

liares regressarem ao trabalho”, refere Emília Vicente.

Refeições para rede social Os alunos não almoçam no Agrupamento, ainda assim, a escola está a confecionar 120 refeições diárias quer para a rede social da Câmara Municipal de Lagoa, quer

“Alunos que eram mais acanhados nas aulas, ali, como estão atrás de um ecrã, respondem com mais facilidade”. calçam um par de sapatos que é apenas para a escola. Está tudo separado e bem vedado. “Do ensino pré-escolar voltaram cerca de 40, mas julgo que quando as pessoas sentirem segurança o número aumentará. Não só pela confiança que poderão ter no próprio sistema, mas também pela necessidade dos pais e fami-

para os alunos com apoio (escalão A e B). A escola entrega as refeições aos alunos de Porches, do Poço Partido, enquanto os de Lagoa vão buscar ao estabelecimento de ensino. O Agrupamento está a servir também cabazes com géneros alimentares que são doados para famílias carenciadas.

Matrículas serão facilitadas para evitar contactos A diretora do Agrupamento está a agilizar o processo das matrículas para evitar contactos presenciais entre os encarregados de educação e os funcionários. “A diretriz do Ministério da Educação diz que o processo é feito no Portal das Matrículas, com a senha que dá acesso ao portal da Autoridade Tributária (Finanças), ao contrário do ano passado em que tinha de ser utilizado um leitor de Cartão de Cidadão, o que gerou dificuldades às escolas e aos pais”. Nem todos tinham o equipamento necessário ou os códigos de acesso ativados. O Agrupamento chegou a ter de dar apoio durante uns dias para que todos conseguissem realizar a matrícula. “O que vamos fazer em relação ao próximo ano letivo 2020/2021, é dizer aos encarregados de educação que só devem realizar o processo no Portal se houver uma mudança de escola ou de ciclo, porque os restantes faremos a renovação automática”, esclarece Emília Maria Vicente. Ou seja, em termos práticos o encarregado de educação terá de realizar este registo online se o aluno mudar de escola para outro concelho ou, mesmo dentro de Lagoa, se mudar de estabelecimentos, como da Escola Jacinto Correia para a Escola Secundária, quando transita do 8º para o 9º ano, exemplifica. Depois há os casos daqueles que passam para o 5º, 7º e 10º, porque há uma mudança de ciclo. “O restante será automático. Para evitar que haja aglomerados na escola, avançamos com esse processo", esclarece.

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P10 // EMPRESAS CARTEIRA DE CLIENTES É QUASE TODA DO CONCELHO DE LAGOA

John Wilson voltou à vila para exercer arquitetura O trabalho em equipa é uma das palavras chave para o proprietário do gabinete ‘Bespoke’ que há cerca de dez anos se sediou em Carvoeiro. ANA SOFIA VARELA

mos o acompanhamento desde que o cliente entra no nosso gabinete até a construção ser entregue. É o dever que nós temos enquanto arquitetos e nós tentámos seguir esses princípios”, esclarece John Wilson. Ou seja, respeitam a vontade do cliente, dando um cunho de experiência e oferecendo o melhor com base no orçamento que tem e nos condicionamentos locais.

Preservar a tradição

Gabinete procura dar um toque contemporâneo aos projetos respeitando a vontade do cliente // Ana Sofia Varela

V

iveu em Carvoeiro quando era criança, durante oito anos, e nunca perdeu a paixão pelas origens, sobretudo por a sua mãe ser portuguesa. Tanto que quando regressou ao Algarve, depois de uma estadia no estrangeiro, há 20 anos resolveu instalar-se de vez. John Wilson escolheu a vila do concelho de Lagoa para criar o gabinete ‘Bespoke’, no final da Rua do Barranco, em 2010. Antes, ainda trabalhou noutra empresa até ter resolvido dar um passo em frente e investir num gabinete próprio. Foi em tempos de crise económica, mas nem isso o desmotivou. Aos poucos conquistou uma carteira de clientes. A dada altura, “precisei de uma montra”, por isso escolheu um espaço na principal saída da vila. Aos poucos, à medida que os anos passaram, foi acrescentando ainda mais valor com a contratação de profissionais da área. Hoje, além de John Wilson, trabalham no espaço mais cinco arquitetos. Quase todos se forma-

ram em arquitetura no Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (ISMAT), em Portimão. Alguns até estudaram na mesma turma, ainda que tenham entrado na empresa em épocas diferentes. E é por trabalharem em equipa que continuam a aprender uns com os outros, numa evolução constante. “A equipa é mesmo a chave”, resume o proprietário que, apesar do nome estrangeiro, tem raízes naquela freguesia há quase três décadas.

Clientes diversificados Os seus clientes são de diversas nacionalidades, além da portuguesa. Conforme explica, no início não tinha muitos clientes portugueses, o que se deveu também ao período de crise. Agora com a retoma da economia em Portugal começou a ter mais solicitações de portugueses e locais, um público que continua a conquistar, até porque tem vindo a ganhar nome no mercado. “Também acredito que as pessoas, como já estamos aqui há algum tempo, sentem-se confortáveis em trabalhar connosco.

Estamos a ganhar nome aqui, estão a ver os nossos projetos a ser construídos e sentem que talvez este seja o caminho a escolher”, explica. O gabinete não trabalha com a reabilitação, centrando-se nas alterações aos projetos de grande dimensão ou na construção de raiz. A maioria são moradias e, na maioria dos casos com abordagens diferentes. “Claro que depende sempre da vontade do cliente, mas nós também temos as ferramentas certas para que o cliente compreenda a essência do projeto e para oferecer o que melhor podemos. Por exemplo, apresentamos todos os projetos em 3D e vídeo, o que facilita a compreensão por parte dos clientes, sendo uma vantagem, na concepção e na execução da obra."

Perceber o cliente O arquiteto e empresário considera que é a forma como ouvem o cliente que os distingue. “Há muitas formas de ouvir uma mesma frase, ideia ou mensagem, mas nós temos de ouvir, compreender qual a vontade e perceber o que

idealizaram. E temos de ler bem e rápido as pessoas”, justifica. A outra mais valia é o facto de conhecerem bem a zona e a realidade local, conseguindo acompanhar a obra do início ao fim. “Nós só trabalhamos no concelho de Lagoa. Temos um ou dois projetos fora, mas 95 por cento dos nossos trabalhos são neste concelho. Gostamos de ficar com ‘o olho’ nas nossas obras, por isso neste momento, estamos concentrados nesta zona. Faze-

John Wilson defende que há locais, que pela paisagem e arquitetura envolvente merecem não ter uma abordagem radical, mas há outros em que uma nova forma de olhar a arquitetura, mais contemporânea, não prejudica a envolvente. Até a valoriza. Tem, contudo, uma ideia vincada acerca do que é tradicional. Por exemplo, no casco da vila de Carvoeiro, o arquiteto considera que o típico deve ser respeitado. “Isso está a mudar muito em diversos locais. Ainda não fiz nada contemporâneo em Ferragudo ou aqui, porque acho que devemos respeitar o tradicional. Nós conseguimos adaptar, mudar um bocadinho, mas mantendo sempre a traça”, assegura. Noutros locais em que é possível adequar outras linguagens e abordagens fazem-no. “Cada terreno tem um projeto. Não conseguimos repeti-lo, pois vamos enquadrá-lo consoante o local em que está inserido”, conclui. PUB

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P12 // ECONOMIA OBRA TEM INÍCIO PREVISTO PARA 2021

Pestana constrói nova estrada entre Ferragudo e Lagoa Via de acesso é uma das diversas intervenções que o grupo hoteleiro fará no âmbito da construção do novo hotel. Autarquia garante salvaguarda dos valores arqueológicos existentes na zona. CM LAGOA

Localidades vão ficar a apenas cinco minutos de distância

A

estrada que ligará a vila de Ferragudo a Lagoa, numa intervenção do grupo Pestana, começa a ser construída no início do próximo ano, tendo o acordo sido assinado na semana passada, com a Câmara Municipal de Lagoa.

A autarquia já tinha negociado em fevereiro outras requalificações com os promotores deste investimento que se chamará ‘Pestana Ferragudo Resort’ e que agora foram anunciadas. A via a ser construída será paralela à atual linha de água,

conhecida por Vale de Deus, e é uma aspiração antiga da população de Ferragudo, porque estreitará a distância desta localidade, que esse situa no extremo do concelho, e Lagoa. Será incluída no empreendimento ‘Pestana Ferragudo Resort’, de acordo com

o protocolo assinado a 28 de fevereiro na Câmara Municipal. A criação de bacias de retenção de águas da chuva para minimizar o risco de cheias repentinas na baixa daquela vila é outro dos benefícios assumidos pelo promotor do futuro Campo de Golfe de Ferragudo. Outras das medidas será a construção de lagos na parte sudeste da área a intervencionar, o que permitirá também o abastecimento para rega do campo de golfe, juntando as águas a fornecer pela Associação de Regantes com as provenientes da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Boavista. Este investimento privado começa em breve e cria impactos positivos ao espaço público e novos postos de trabalho. A necessidade de valorizar e preservar o território e os patrimónios naturais e culturais daquela zona do concelho de Lagoa pontoou as negociações entre os empreendedores e o Município de Lagoa.

“A salvaguarda dos valores arqueológicos existentes e a integração no projeto de todos os poços, eiras, tanques, entre outros testemunhos de história que persistem nos 94 hectares de terreno, foram algumas das garantias asseguradas no contrato já assinado entre o dono da obra e a Câmara de Lagoa”, explica a autarquia. A recuperação da azinhaga existente no interior da propriedade privada, entre o Poço dos Pardais e a Via do Vale do Regato, com ligação a percursos pedonais e cicláveis, é um dos exemplos da preocupação em conjugar a atividade do golfe com a defesa das potencialidades naturais e os testemunhos da vivência humana nesta parcela do território do concelho, assegura. Este deverá ser, segundo assegura Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, o último campo de golfe a ser autorizado no concelho. CM LAGOA

Oferta devido a relações de cooperação

China oferece mil máscaras cirúrgicas A Câmara Municipal de Lagoa recebeu a 5 de junho mil máscaras cirúrgicas, oferecidas pela Embaixada da República Popular da China, destinadas aos trabalhadores da autarquia. As proteções são máscaras cirúrgicas tipo I, certificadas pela norma EN: 14683:2019, que cum-

prem os requisitos essenciais da Diretiva Europeia nº 93/42/CEE, de 14 de junho de 1993, relativa aos dispositivos médicos. Desta forma, “os funcionários poderão continuar a trabalhar em prol dos munícipes, mantendo um ambiente de segurança para todos”. As duas entidades têm vindo a PUB

construir e a reforçar as relações de cooperação e estratégicas no campo das ligações internacionais. Luís Encarnação, presidente da Câmara, defende o interesse em manter estes laços de amizade e já agradeceu o esforço realizado pela Embaixada da República Popular da China. PUB

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OPINIÃO // P13

Ao sul … Política = Cidadania

Carlos Gordinho Professor

Quando convidado para entrar no movimento político local, argumentaram-me que a escolha incidia pelo facto da minha intervenção social ativa e forçosamente, porque não defendia qualquer filosofia político-partidária, não tinha qualquer identificação/ligação a força partidária, princípio de que ainda hoje o mantenho. Na altura disse ao Francisco: “Epá, mas eu não percebo nada de política!”, Ao que de imediato respondeu: “E é isso mesmo que se pretende, alguém que venha contribuir com objetivos e intenções diferentes dos existentes”. Convite aceite, no intuito de continuar e potenciar o sentido de cidadania e contribuição social de forma positiva. Foi sempre este o valor que defendi: que o movimento político local devia estar carregado e comprometido com o princípio de cidadania. Recentemente, por força desta nova realidade, de recolha, de confinamento em termos profissionais, tive que fazer alterações de rotinas, de gestão de tempo e uma vez mais achei que seria um bom momento para poten-

ciar o tempo de inércia, valorizar mais e potenciar o papel e dever de cidadania. Um mundo novo, mas igual a si próprio fui encontrar. Voltámos a confirmar que o sentido que nos traz à participação cívica não é igual para todos. Mais grave, sabendo que há quem tenha esse dever obrigatório e não o pratica. Andar na rua e sentir a sociedade, das suas necessidades, das suas dificuldades, das suas inacessibilidades, das suas preocupações, são um fator que está inerente a quem se disponibilizou para ajudar a ultrapassar estes contextos e de diferentes formas, fazer parte da resolução da solução. É fácil arranjar problema onde já há problema. É fácil passar o problema para o lado, de onde já existe o problema. O difícil é arranjar alternativa ao problema. O difícil é ver o problema quando está do lado do outro e não do meu. Andar na rua e ser interpelado pela relva seca; a árvore que caiu; a calçada que está fora; o pino que foi derrubado; o ato de vandalismo que surgiu; o

local onde concentra grupos de risco; o candeeiro que não acende; a lomba que não existe; o muro que caiu; o individuo que provoca e perturba a população; a carência alimentar que existe no agregado; a necessidade de assistência que exige quele cidadão; são pequenos gestos de proatividade, de cidadania, que fazem uma diferença enorme na sociedade e que nos leva ao grande. Sim, este é um (além de outros) dos verdadeiros papéis da política local. E quando abordo o tema política local, vejo-a como um todo, não apenas quem “lidera”, embora muita responsabilidade estes o tenham, vejo-a constituída pela globalidade das suas estruturas, desde o simples colaborador ao mais alto cargo.

contextos. Noto então que vivemos e somos guiados, perante este cenário: Uns porque não sabem, outros porque não querem; Uns porque só estão para se servir, outros que só prejudicam porque não gostam do outro; Uns que lideram sem liderança, outros que “mandam” sem porquê; Uns que aproveitam para se evidenciar, outros que se evidenciam pela negativa;

Quando alguém se disponibilizou para integrar este processo de política local tem que perceber que ao integrar as estruturas se predispôs a fazer um trabalho prestativo. Alguém tem que fazer relembrar ou educar, a quem participa neste movimento, relembrando também o não ter esta atitude, prejudica o desenrolar do processo de resolução e, pior ainda, é que muitas vezes prejudicamos o evoluir, o desenvolvimento e resolução dos

Temos ou devíamos pensar, refletir, sobre o que andamos a fazer de uma forma diferente. E diferente não é mudar só porque mudar é bonito e fica bem. Diferente pode ser “apenas” olhar de outra forma para o que nos rodeia e ter a humildade de percebermos que mesmo o nosso olhar poderá não ser o melhor olhar.

Uns que fogem ao problema, outros que os problemas são sempre os outros. E então não sabemos onde devemos ficar… amanhã será outro dia diferente ou mais do mesmo.

O ideal seria estarmos todos a “olhar”.

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P14 // SAÚDE

A Pandemia…dos ignorados

Joaquim Brites Presidente da APN – Associação Portuguesa de Neuromusculares

O ser humano não vive num mundo esterilizado! A comida e água podem estar contaminadas e são muitos os eventos que podem ocorrer e fazer com que bactérias patogénicas possam ganhar condições de se desenvolver e ultrapassar a nossa capacidade inata de as combater. A descoberta dos antibióticos (o primeiro foi descrito por Alexander Fleming em 1928) tornou-se um ponto focal da história da Humanidade e de revolução da Medicina. Hoje em dia são fulcrais na medicina moderna, obrigatórios em todos os sistemas de saúde e responsáveis nos sucessos que hoje alcançamos - quer no aumento direto da esperança média de vida ao tratar as infeções bacterianas e fúngicas, mas também como complementos essenciais nos transplantes de órgãos, tratamento de cancro, manejo de recém-nascidos prematuros ou cirurgias mais complexas que seriam impossíveis sem tratamento antibiótico que permitisse lidar com as muito prováveis complicações infecciosas. No entanto, faz parte das características das bactérias e fungos uma enorme e célere capacidade de adaptação,

baseada numa multiplicação muito rápida, o que faz com que quando expostas a um antibiótico estes organismos possam rapidamente adquirir a capacidade de não se deixar afetar por este. São os patogénios quem se torna resistente aos antibióticos! Esta resistência pode ser adquirida sempre que há exposição a antibióticos, quer em contexto médico (hospitalar ou ambulatório), veterinário ou agro-pecuário, daí ser fundamental que o antibiótico seja usado unicamente na situação certa, na dose correta e pelo tempo estritamente necessário, sob pena de no futuro ‘regressarmos’ a uma ‘era pré-antibiótica’, onde infeções que hoje consideramos banais eram frequentemente fatais. Quando os antibióticos de primeira linha (normalmente mais eficazes, mais seguros) falham no controlo da infeção surge a necessidade do uso de soluções de segunda linha, habitualmente muito mais caras, com mais efeitos secundários e tóxicos. Este tipo de infeções complicadas são responsáveis por tempos mais prolongados de doença, incremento dos custos de saúde e, invariavelmente, uma

maior taxa de sequelas e mortalidade. Todos somos responsáveis e podemos ser elementos importantes na luta contra a resistência aos anti-microbianos. Enquanto profissional de saúde sei que devo fazer um uso judicioso dos antibióticos, utilizando apenas nas situações em que documentadamente façam falta e da forma mais adequada possível. Enquanto indivíduos está ao nosso alcance o apenas usar antibióticos quando prescritos por um profissio-

tuação não o será obrigatoriamente numa situação semelhante, por muito que os sintomas sejam semelhantes, pelo que não se devem partilhar medicações nem usar 'sobras' que possam existir. Mas, se calhar, mais importante que o bom uso dos antibióticos é o tentarmos evitar ao máximo que eles sejam necessários! Práticas como a lavagem frequente das mãos, a preparação cuidadosa dos alimentos, o evitar contacto próximo com pessoas

O antibiótico que foi útil numa situação não o será obrigatoriamente noutra semelhante, por muito que os sintomas sejam semelhantes, pelo que não se devem partilhar medicações nal de saúde, não os exigindo se não houver indicação para os mesmos. Quando prescritos, é importante seguir corretamente as instruções que forem dadas aquando da prescrição. O antibiótico que foi útil numa si-

doentes, a prática de sexo seguro e o manter o calendário vacinal atualizado são uma arma importante nesta luta. Também aqui, todos devemos ser agentes de Saúde Pública.

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Os números de Lagoa até dia 23 de junho 25 de junho 2020 Quinta-feira

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Casos

3

Ativos

2

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Lagoa reabre serviços culturais O Convento de S. José, a Biblioteca, a Galeria Manuela do Vale na Escola de Artes, e o Arquivo voltam ao ativo. CM LAGOA

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oltaram a abrir ao público, a 15 de junho, os equipamentos culturais do concelho, que estão assim, de novo, à disposição da população, depois do encerramento devido ao Estado de Emergência decretado na sequência da pandemia da COVID-19. Assim, a Biblioteca Municipal e o Convento S. José estão abertos ao público de segunda a sexta-feira, 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. A Galeria ‘Manuela Vale’ da Escola de Artes de Lagoa, abre as suas portas apenas no período da tarde, entre as 14h00 e as 18h00 nos dias úteis. Por sua vez, o Arquivo Municipal está aberto para consultas, com marcação prévia, entre as 9h00 e as 12h30 e as 14h00 e 17h30 de segunda a sexta-feira. A marcação pode ser efetuada através do email arquivo@cm-lagoa.pt ou pelo telefone 282 380 435. Na Biblioteca, além do serviço de empréstimo de livros, reabrem agora ao público as Salas de Leitura e Multimédia. O serviço de acesso aos computadores admite quatro utentes em simultâneo, pelo período máximo de 30 minutos cada. Já o serviço de leitura presencial está limitado a um máximo de oito utentes ao mesmo tempo. Tam-

Seis praias com Bandeira Azul A Bandeira Azul atesta a qualidade de seis praias do concelho de Lagoa nesta época balnear, que se iniciou a 6 de junho. Vale Olival, Nossa Senhora da Rocha, Vale Centeanes, Carvoeiro, Caneiros e Praia Grande viram ser hasteado o galardão a 22 de junho, que garante assim que estes espaços cumprem um conjunto de critérios relacionados com a qualidade de água, gestão ambiental, equipamentos, segurança e serviços. Há duas praias, a de Carvoeiro e a da Nossa Senhora da Rocha, que juntam ainda a distinção das condições de acessibilidade para pessoas com mobilidade condicionada. Estas são destacadas como «Praia acessível» e disponibilizam, por exemplo, cadeiras anfíbias que permitem a ida a banhos a este grupo especial de utentes.

Novo concurso fotográfico estreia pela Ideias do Levante xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

A Biblioteca Municipal já está de portas abertas bém é recomendado que sempre que possível seja previamente agendado o empréstimo de livros e de computadores pelo telefone 282 380 436, ou pelo correio eletrónico biblioteca@cm-lagoa.pt . Na Galeria Manuela Vale estará disponível ao público a exposição ‘Naturae – Exposição de Ilustração da Natureza’. No Centro Cultural - Convento S. José, pode ser visitada a exposição permanente que retrata a história deste equipamento fundado em 1710. As visitas guiadas ao Convento S. José devem ser previamente agendadas pelo endereço museu@cm-lagoa.pt ou pelo telefo-

ne 282 380 434. O Auditório Carlos do Carmo continuará a receber a gravação dos espetáculos do projeto cultural ‘A Nossa Gente, a Nossa Identidade’, encerrando ao público durante o período de Verão por motivo de obras de beneficiação das instalações. O funcionamento dos vários espaços culturais do concelho de Lagoa segue as recomendações da Direção-Geral da Saúde, nomeadamente no que se refere à limitação da lotação dos espaços e ao uso obrigatório de máscara, de modo a garantir todas as condições de segurança e higiene.

A primeira edição do concurso fotográfico ‘Lagoa pelos nossos olhos’ com o tema ‘Comércio Local’ foi lançado na segunda-feira, 22 de junho, pela Ideias do Levante – Associação Cultural de Lagoa. A iniciativa insere-se no projeto ‘Lagoa a Fotografar’ é destinada a adultos e adolescentes (dos 12 aos 17 anos), nacionais ou estrangeiros e pretende incentivar o gosto pela fotografia, enquanto promove o concelho de Lagoa, bem como o comércio local. As peças a concurso podem ser registadas em vários estilos (e formas), com câmaras profissionais, semi-profissionais, instantâneas, ‘tablets’ ou ‘smartphones’. Cada participante apenas pode participar com duas fotografias inéditas. O regulamento e o formulário estão disponíveis online (https://forms.gle/uLqrcJub4tkj6tpA6), estando as inscrições abertas até 4 de julho, às 19h00. Está prevista a realização de uma exposição online, com os trabalhos submetidos, em setembro de 2020.

Bombeiros com assembleia geral ordinária a 29 de junho A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Lagoa vai promover uma assembleia geral ordinária na próxima segunda-feira, 29 de junho, às 20h30. A reunião terá lugar no salão nobre da associação e terá como ponto único da ordem de trabalhos a discussão e aprovação do Relatório e Conta de Gerência do ano de 2019 e do parecer do Conselho Fiscal.

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