Lagoa Informa nº132 - 23_07_20 by Algarve Vivo

Quinta-feira, 23.07.2020 | € 1,00

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Ondina Santos lança primeiro CD de originais P6-7

Quinzenário | Ano VI | Nº 132 | Diretor: Rui Pires Santos

PATRIMÓNIO Autarquia compra edifício no centro da cidade P3 SOCIEDADE Câmara reforça atendimento telefónico P3 DESPORTO Castores em destaque no Nacional de Esperanças P10

Adega Única procura resistir

CULTURA Helena Tapadinhas vence Santos Stockler P16 PUB

Efeitos da covid-19 fizeram-se sentir, obrigaram a paragem, mas a cooperativa reforça agora a aposta na proximidade e ‘abre as portas’ aos consumidores. P8-9

Concertos ao ar livre animam noites no concelho Município promove conjunto de espetáculos nas freguesias em espaços abertos, mas com limite de pessoas, seguindo as indicações da Direção-Geral da Saúde. Bilhetes à venda em ticketline. P4 PUB

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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 23.07.2020 // Nº 132

P2 // PÁGINA DOIS PUB

CÂMARA ESTREIA PROGRAMA 'CULTURA SAI À RUA' DIRETOR: Rui Pires Santos REDAÇÃO: Ana Sofia Varela COLABORADORES: Jorge Eusébio, Mónica Pontes PAGINAÇÃO: Vanessa Correia FOTOGRAFIA: Eduardo Jacinto, Kátia Viola DEPART. COMERCIAL: Hélder Marques . 914 935 351 PROPRIEDADE E EDITOR: PressRoma, Edição de Publicações Periódicas, Unip. Lda. – Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto, 8400-417 Lagoa CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Rui Pires Santos

A iniciativa ‘Cultura sai à Rua’, promovida pela Câmara de Lagoa, é muito bem-vinda. Espetáculos ao ar livre, com limites no número de pessoas e uso obrigatório de máscara, vão permitir sentir um pouco este Verão estranho, desfrutar de concertos e performances, mas também apoiar os artistas que se encontram sem palco.

MÁSCARAS NO CHÃO É SINAL DE FALTA DE CIVISMO

NIF: 508 134 595 Nº REGISTO ERC: 126668 DEPÓSITO LEGAL Nº: 94540/15 SEDE DE REDAÇÃO: Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto., 8400-417 Lagoa EMAIL: lagoainforma@gmail.com Telf: 282 381 546 | 967 823 648 IMPRESSÃO: LUSOIBÉRIA Av. da República, nº 6, 1.º Esq. 1050-191 Lisboa TIRAGEM: 3.000 exemplares PERIODICIDADE: Quinzenal ESTATUTO EDITORIAL: http://algarvevivo.pt/sobre-nos/

É uma realidade um pouco por todo o país e, infelizmente, também no nosso concelho: máscaras no chão. Custa ver cenários assim, num período de dificuldade e em que o civismo, mais do que nunca, devia ser uma realidade. Este e outros comportamentos devem fazer-nos refletir e reagir, até porque vamos percebendo que muitas das infelicidades que vão afetando a humanidade são fruto da atitude egoísta das pessoas.

Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 23.07.2020 // Nº 132

ABERTURA // P3 NA RUA CORONEL FIGUEIREDO, JUNTO AO MERCADO MUNICIPAL

Autarquia compra edifício da antiga farmácia Espaço vai receber alguns serviços camarários. Objetivo passa também por revitalizar aquela zona da cidade. // Rui Pires Santos

Câmara Municipal comprou o edifício da antiga farmácia Maceta, situado na Rua Coronel Figueiredo, em Lagoa, junto ao Mercado Municipal, para ali colocar alguns serviços da autarquia. A escritura foi realizada a 7 de julho pelo valor de 349 mil euros. O objetivo é também contribuir para revitalizar a economia local naquela zona da cidade. O prédio tem rés-do-chão, primeiro andar e sótão e deverá, durante o mês de setembro, re-

LAGOA INFORMA

ceber os serviços de Ação Social, Turismo e Gabinete de Comunicação e Imagem. Fonte da autarquia explicou ao Lagoa Informa que a aquisição e a deslocação destas estruturas “pretendem aproximá-las da população e revitalizar aquela zona da cidade, dando melhores condições aos funcionários”. A mesma fonte revelou ainda ao nosso jornal que esta “foi uma excelente oportunidade de negócio, uma vez que o prédio foi adquirido por uma verba abaixo do valor da avaliação”. Contactado pelo nosso jornal, Luís Encarnação, presidente do Município, confirmou esta compra, como “parte da estratégia do executivo para, gradualmente, dar uma nova dinâmica ao centro histórico”. Já no seguimento desta intenção a autarquia instalou, na Rua Mouzinho de Albuquerque, o Gabinete de Apoio ao Empreendedor e o Gabinete de Reabilitação Urbana e Mobilidade.

Ação Social, Turismo e Comunicação ficam concentrados neste imóvel

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Melhor serviço aos cidadãos

Auditorias decorreram em maio e junho

Atendimento telefónico reforçado

Município mantém Certificação da Norma Portuguesa 4552:2016

A Câmara de Lagoa substituiu a central telefónica analógica por um novo sistema digital, que entrou em funcionamento a 14 de julho. Facilitará a comunicação dos munícipes com os serviços, pois permite atender mais do que uma chamada ao mesmo tempo, realizar chamadas em conferência e efetuar todos os registos dos contactos reduzindo custos.

A Câmara Municipal de Lagoa garantiu a manutenção do seu Sistema de Gestão da Conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal, na sequência das auditorias de acompanhamento da implementação da Norma Portuguesa 4552:2016 realizadas em maio e junho. O compromisso da autarquia em adotar este Sistema foi assumido em consonância com o objetivo de construir uma ci-

dade educadora, inclusiva, inteligente e sustentável em constante evolução, com o intento de facilitar e melhorar a forma como as pessoas gerem a afetação do tempo e as suas responsabilidades profissionais, familiares e pessoais. Um dos objetivos desta medida é promover o bem-estar dos trabalhadores, os níveis motivacionais e melhorar o desempenho da organização.

A Câmara Municipal de Lagoa, continua a ser até à data, a única autarquia do país a receber a Certificação da Norma Portuguesa 4552:2016 – Sistema de Gestão da Conciliação entre a Vida Profissional, Familiar e Pessoal. A certificação tem validade até 3 de julho de 2022 e requer um constante acompanhamento e avaliação através de auditorias internas e externas. PUB

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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 23.07.2020 // Nº 132

P4 // SOCIEDADE RECEITA DE BILHETEIRA REVERTE PARA IPSS LOCAL

‘A Cultura sai à Rua’ com concertos em todo o concelho Autarquia preparou uma programação de Verão com artistas locais, regionais e nacionais que têm ligação a Lagoa. PROGRAMA . 21H00

CM LAGOA

23 JULHO Anfiteatro do Sítio das Fontes Momentos de Jazz: 'Mistura Fina' Tó Cruz (voz), António Palma (teclados) e Rogério Pitomba (bateria) 24 JULHO Adro da Igreja Matriz de Lagoa Dança & Música: 'Mónica Pereira & Fad'Nu' Mónica Pereira (bailarina), Cátia Alhandra (cantora), José Alegre (guitarrista) e Tiago Rêgo 28 JULHO Anfiteatro de Carvoeiro Espetáculo Carlos Guilherme ’40 anos de carreira’ 30 JULHO Recinto do Caracol Porches ‘Sneaky Mouse Band’

31 JULHO Anfiteatro do Sítio das Fontes Momentos de Jazz: 'Havana Way' - Raúl Reyes (voz e percussão), Victor Zamora (teclado) e Leo Espinosa (baixo elétrico e percussão) 4 AGOSTO Anfiteatro do Calvário Grupo Cantares ‘Fonte Nova’ convida Dino da Conceição 5 AGOSTO Adro da Igreja de Ferragudo Momentos de Fado: Noélia Silva e guitarristas 6 AGOSTO Anfiteatro de Carvoeiro Al Mouraria canta 'Amália Sempre'

D.R.

Anfiteatro de Carvoeiro é um dos espaços que recebe a iniciativa

azz, música popular, fado ou dança são apenas algumas das propostas que a Câmara Municipal de Lagoa apresenta para as noites de Verão, em diversos pontos do concelho. São concertos ao ar livre, sob o mote ‘A Cultura sai à Rua’, agendados para julho, agosto e setembro, que pretendem enquadrar o património cultural e natural. A Câmara de Lagoa quer difundir e valorizar a identidade local, tendo por isso idealizado uma programação para toda a família, recorrendo a artistas que de alguma forma têm uma ligação ao concelho.

O evento tem também como objetivo auxiliar na retoma da economia, assegurando que serão seguidas as normas de segurança divulgadas pela Direção-Geral da Saúde, devido à covid-19, para os recintos, que apesar de delimitados, são ao ar livre. É por isso obrigatório o uso de máscara. Assim, o próximo concerto 'Mistura Fina' será esta quinta-feira, no anfiteatro do Sítio das Fontes, em Estômbar, colocando em palco Tó Cruz (voz), António Palma (teclados) e Rogério Pitomba (bateria). No dia seguinte, o espetáculo fica a cargo de Mónica Pereira e Fad'Nu e PUB

será no adro da Igreja Matriz de Lagoa. Na próxima semana, Carlos Guilherme comemora '40 anos de carreira' no anfiteatro de Carvoeiro, no dia 28, enquanto ‘Sneaky Mouse Band’ atua no recinto do Caracol em Porches, no dia 30. Todos os espetáculos decorrem entre as 21h00 e as 23h00. Os bilhetes podem ser adquiridos online em ticketline, custando entre dois a cinco euros, consoante a lotação dos recintos. O valor da bilheteira reverterá a favor de uma Instituição

Al Mouraria canta 'Amália Sempre' em agosto Particular de Solidariedade Social (IPSS), que será selecionada através de sorteio a realizar a 5 de setembro, durante o último espetáculo da programação.

Os interessados podem obter mais informações através do site da Câmara Municipal (www.cm-lagoa.pt) ou por telefone (282 380 400 ou 282 380 434).

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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 23.07.2020 // Nº 132

P6 // CULTURA MÚSICAS ORIGINAIS MOSTRAM IDENTIDADE DOS ARTISTAS

'Momentum' é primeiro CD inédito de Ondina Santos e Vítor Talhadas Primeiro single do dueto '22' foi lançado este mês, chama-se Beijo e está a ser divulgado através de um ‘videoclip’ no ‘youtube’. ANA SOFIA VARELA

sição, mas é importante também a colaboração de outros músicos”, conta Vítor Talhadas. Já a parte gráfica ficou a cargo dos filhos do compositor. “O mais velho, o David, está num curso de artes e desenhou a capa do álbum, enquanto o mais novo, o Nathan, criou o logótipo”, diz orgulhoso. “Queremos promover o valor que temos na nossa casa, porque podíamos ter pedido a outra pessoa. No entanto, não é essa a questão. O Vítor tem dois artistas incríveis, que acho que devem ser promovidos e foi esse o principal motivo que nos fez querer que fossem eles a fazer a capa e o logótipo”, argumenta Ondina Santos.

Ponto de viragem em dois longos percursos

Os dois músicos lançam-se num novo projeto que marca as suas carreiras

// Ana Sofia Varela

cansaço de interpretar músicas de outros compositores e o entusiasmo de se lançar numa aventura de originais levaram Ondina Santos a apostar num novo projeto. E foi com um desafio lançado a Vítor Talhadas que, em novembro, ambos começaram a idealizar o 22, um novo dueto que junta a artista que vive em Lagoa e o músico de Portimão. O primeiro tema ‘Beijo’ foi lançado este mês, no dia 22, com um 'videoclip' no ‘youtube’, numa aposta que passa assim pelas plataformas digitais. “Achei que estava na hora de fazer algo com as minhas letras, um bocadinho diferente do fado, mais próprio”, conta Ondina Santos ao Lagoa Informa. Não teria que ser um género específico, mas algo inédito.

“Lembrei-me então de um compositor incrível com quem eu já tinha trabalhado na revista do Boa Esperança, em Portimão, e desafiei-o a fazermos um trabalho em conjunto. Isto foi no início de novembro, quando ainda nem sequer se sonhava com o que ia acontecer”, recorda a cantora que reside em Lagoa há 17 anos. Vítor Talhadas nem pensou duas vezes na altura de aceitar a proposta e entrou nesta nova aventura. “Quando começámos tínhamos alguma ideias definidas dos objetivos a atingir. Ela queria fazer algo na onda da ‘Bossa Nova’, mas mais suave. O que vai ao encontro da minha escrita, da minha música. Não tínhamos nada de concreto, mas à medida que fomos desenvolvendo o processo de escrita, fomos ficando entusiasmados”, afirma Vítor Talhadas. Os músicos perceberam então

que havia potencial para ir mais longe do que tinham pensado. O primeiro álbum tem nove músicas já compiladas, estando outras nove já guardadas para um segundo disco.

compor para outras pessoas. Neste caso, são originais que mostram a essência dos dois. E consideram que o segredo foi o respeito mútuo e a entreajuda para melhorar o que cada um fez neste projeto.

“Achei que estava na hora de fazer algo com as minhas letras, um bocadinho diferente do fado, mais próprio”, conta Ondina Santos A diferença neste novo trabalho de ambos é “a diversidade, a calma e o amor. Mas também há ritmo. Acho que há um misto que, no fundo, mostra o que é o Vítor enquanto músico e pessoa”, descreve Ondina Santos. Isto porque ambos têm vindo a interpretar canções de outros autores ou a

Este novo projeto contou ainda com a colaboração de muitas pessoas, como é exemplo o guitarrista Paulo Correia. “Tenho um estúdio pequeno e não posso ter uma banda inteira a tocar ao mesmo tempo. A verdade é que, hoje em dia, é possível fazer quase tudo sozinho a nível de compo-

Os dois artistas resolveram chamar-se ‘22’, numa combinação de dois números especiais para cada um. “É uma mistura do meu 11 com o 22 do Vítor. O nosso logótipo é este número, com um coração no meio e o nome deste álbum é ‘Momentum’, porque é o que estamos a viver agora, com alegria, num êxtase”, justifica Ondina. Um ponto de viragem na carreira de ambos, marcado por um sentimento diferente, segundo explica a cantora. “É o nosso desejo das pessoas se amarem mais, de serem mais positivas, que decidam mudar para elas próprias e não estejam sempre à espera que sejam os outros a mudar. Nós tivemos que nos adaptar a uma pandemia, mudar os nossos hábitos e podemos encarar isto de uma forma positiva ou negativa”, constata. Já no que toca à sonoridade, Vítor Talhadas acredita que as pessoas vão notar que existe uma assinatura própria. “Tem uma sonoridade muito suave com vários géneros e influências. Há, inclusive, um tema que sou eu que canto, ainda que seja a Ondina a voz principal do álbum. Houve uma preocupação a nível vocal, de so-

Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 23.07.2020 // Nº 132

CULTURA // P7 noridade, dos arranjos e dos instrumentos utilizados, que queríamos atingir”, refere o compositor.

Pandemia obriga a novas formas de divulgação Apesar de todos os constrangimentos decorrentes da pandemia do novo coronavírus, a covid-19, Ondina Santos até considera ter havido vantagens neste confinamento para a composição dos temas. “O Vítor pôde trabalhar com tempo”, refere. A pandemia limitou os dois artistas tanto no que toca à promoção dos novos temas ao vivo como no que diz respeito à edição do CD. “Tentámos abordar as editoras, mas julgo que, neste momento, esse não é o caminho certo. Vamos encaminhar-mo-nos para as plataformas digitais normais, como o itunes, o spotify, porque é mais fácil hoje em dia. Primeiro lançámos um single e vamos ver a recetividade e notoriedade do nosso trabalho”, explica Vítor Talhadas. Só mais tarde, se se justificar, o dueto lançará o álbum.

Um vida dedicada à carreira musical Ambos são conhecidos no panorama musical no barlavento

algarvio, onde escolheram viver há muitos anos. Por um lado, Ondina Santos já está em Lagoa há 17 anos, por outro, Vítor Talhadas mudou-se para Portimão em 1985. É nestas duas localidades que têm vindo a consolidar o seu percurso musical, mas também

da aldeia e cantavam o fado ou declamavam poemas. Ouvia, cantava e essa paixão durante muito tempo foi apenas um hobbie, para depois passar a algo mais sério. “Neste momento até é a minha profissão, mas iniciei-me no mundo da música com mais res-

"Tem uma sonoridade muito suave com vários géneros e influências. Há, inclusive, um tema que sou eu que canto, ainda que seja a Ondina a voz principal do álbum. Houve uma preocupação a nível vocal, dos arranjos e dos instrumentos utilizados", diz Vítor Talhadas foi nestas cidades que optaram por viver e constituir família. Ondina Santos, natural de Santa Comba Dão, sempre teve o ‘bichinho’ da música, que começou a evidenciar-se quando o pai comprava discos e levava para casa ou as irmãs participavam nas festas

ponsabilidade quando entrei no Coro Misto de Coimbra. Quando vim para Lagoa, em 2003, inscrevi-me no concurso de fado e nunca mais parei. Entrei na revista do Boa Esperança, em Portimão, fui madrinha de marchas, estudei jazz em Lagos e agora decidi fazer

algo diferente”, revela. Já Vítor Talhadas produziu músicas para outros artistas durante muitos anos, tendo trabalhado no seu estúdio em Portimão. Durante 12 ou 13 anos era o responsável pelos arranjos musicais da revista do Boa Esperança. Ao mesmo tempo, conciliava este trabalho com as atuações em hotéis e outros espaços. Descende de uma família de músicos, e apesar de ter nascido na Nazaré, passou a sua infância na África do Sul, vendo o pai atuar com uma banda em unidades hoteleiras e coletividades em Joanesburgo. Foi lá que começou a estudar música, aos 12 anos, tendo tido diversos professores particulares, inclusive de jazz. “Foi aí que comecei a ganhar gosto pela harmonia musical”, resume. Quando voltou a Portugal, em 1984, regressou à sua terra natal, mas depressa se mudou para o Algarve, onde conheceu Vasco Moura, dono da loja de instrumentos ‘Ruvina e Moura’. “Ele era muito conhecido na altura, tocava no Hotel Penina, mas tinha também uma banda de rock ‘Crise’ para a qual ele me convidou. Tocávamos ‘covers’ de bandas americanas. Depois surgiu

FICHA TÉCNICA DE ‘MOMENTUM’ Ondina Santos Letra, voz e coros Vítor Talhadas Música, piano, voz, vozes, arranjos e produção musical Paulo Correia Participação especial de guitarra Nathan Talhadas Logo design David Talhadas Album cover design a proposta para trabalhar na loja de música dele e foi nessa altura que comecei a trabalhar no estúdio. Fazíamos os ‘jingles’ e os ‘spots’ para a antiga Rádio Portimão”, descreve. Esse foi o primeiro contacto que teve com a produção musical que passou, mais tarde, para outro nível quando começa a trabalhar com artistas locais, como o Beto Kalulu ou o ‘Zé Manel’. Vítor Talhadas e Ondina Santos ainda trabalharam juntos quando criaram duas músicas para os 50 anos de carreira de António Calvário, num desafio proposto por Carlos Pacheco, presidente da coletividade Boa Esperança. PUB

Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 23.07.2020 // Nº 132

P8 // REPORTAGEM COM AS VINDIMAS À PORTA, COOPERATIVA VIVE NO ‘LIMBO’

Adega Única continua de portas abertas apesar das fortes quebras FOTOS: KÁTIA VIOLA

A covid-19 levou ao cancelamento de dois grandes negócios de exportação de vinho para a Inglaterra. // Ana Sofia Varela

Única, adega cooperativa do Algarve, sediada em Lagoa, tem vindo a fazer um grande esforço para se levantar e afirmar de novo como uma referência nos mercados. No entanto, tal como aconteceu com tantos outros negócios, a pandemia causada pelo novo coronavírus, a covid-19, quase deitou por terra todas as expetativas. E é quase porque, apesar de viver na incerteza, o espaço continua a trabalhar para contornar as quebras que se registaram nos últimos meses. “Ainda não fiz as contas, mas à primeira vista diria que tivemos uma quebra de 85 por cento”, resume o enólogo responsável João do Ó. A direção estava a apostar na consolidação da aceitação dos vinhos no mercado interno e a traçar um caminho para efetivar a exportação. Tinha participado em algumas feiras internacionais em 2019 e até já tinha dois negócios previstos para 2020, que não se concretizaram. “Perdemos esses dois negócios de 30 mil garrafas que seriam exportadas para a Inglaterra”, lamenta o enólogo.

Cooperativa do Algarve fechou durante a fase de confinamento mas nunca deixou de atender aos pedidos dos clientes Também ao Lagoa Informa, a colaboradora Ana Agapito avançou que está a ser preparada uma

“A quebra é o que é. Vamos tentar sobreviver, pois não conseguiremos recuperar as vendas

“A quebra é o que é. Vamos tentar sobreviver, pois não conseguiremos recuperar as vendas até ao final do ano. Podemos, porém, fazer o que nos compete”, diz Ana Agapito candidatura voltada para a exportação, que será submetida no final do mês, mas sobre a qual ainda não há certezas se será aprovada.

Qualidade dos vinhos pode também ficar ‘abaixo’ Num ano em que quase tudo correu mal, também as expetativas quanto à qualidade dos vinhos que serão produzidos não são as ótimas. “Este ano, choveu até mais tarde. Até há cerca de três semanas ainda houve orvalho pela manhã, o que é mau, por causa do míldio e o oídio. Estes fortes calores, nesta altura, também não são bons, porque a partir de uma certa temperatura ambiente a maturação não avança. É por estes fatores que digo que a qualidade poderá ser um pouco mais inferior, mas só na altura é que saberemos de facto”, alerta.

até ao final do ano. Ninguém começará a ter filas à porta de um momento para o outro. Podemos, porém, fazer aquilo que nos compete, que é incentivar os produtos locais e a proximidade”, defende a colaboradora. É que o futuro, bastante incerto, leva a que a Direção defenda ainda com mais afinco a ideia de que a população deve olhar para a cooperativa através de outra perspetiva e com outro carinho. “De repente, o que aconteceu pode servir para despertar esse interesse nas pessoas. Porque é que vou incentivar um produtor de outro ponto do país, se há um ao meu lado que precisa de mim?”, questiona Ana Agapito. A ideia

de união está subjacente e é por isso que a adega reforça que está de portas abertas para atender o consumidor de uma forma mais próxima. A filosofia que envolve o espírito da cooperativa, o que representa e a tradição devem, assim, ser valorizados. Essa proximidade levou a que ninguém ficasse sem ser atendido durante a pandemia e a que, pelo contrário, houvesse um reforço desse atendimento mais personalizado e mais próximo. “Um casal quer fazer uma prova, então estamos cá para personalizar, para adequar ao cliente. Dou um exemplo, uma pessoa de Lisboa queria o nosso vinho e, nessa altura, tinha uma prima em Lagos que poderia levar a encomenda. Nós fomos entregar a Lagos. Outro cliente quer ‘bags’

através de email, de telefone, de facebook”, conta Ana Agapito. Uma proximidade e personalização que podem ser os trunfos para chegar às pessoas e que, regra geral, uma grande empresa não consegue efetuar. Para já, sem saber qual a evolução desta pandemia, a Única está aberta, o cliente pode comprar o vinho, visitar o espaço e fazer uma prova. Basta contactar para saber mais informações e fazer uma marcação, com a garantia que serão cumpridas as medidas de segurança sanitárias exigidas. A adega funciona de segunda a sexta-feira, da 9h00 às 12h00 e das 14h00 às 18h00. Uma das novidades será a integração no projeto nacional ‘SmartFarmer’, uma página online de comércio eletrónico de pro-

“Perdemos dois negócios de 30 mil garrafas que seriam exportadas para a Inglaterra”, revela João do Ó de 20 litros, porque os de cinco não lhe servem. Nós arranjamos. O consumidor final começou a procurar-nos mais diretamente,

ximidade que engloba diversos produtores locais, com o apoio da Câmara Municipal de Lagoa e da Associação de Municípios Portu-

Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 23.07.2020 // Nº 132

REPORTAGEM // P9 gueses de Vinho (AMVP).

Depósitos cheios com vindimas à porta Ainda a adega tem os depósitos cheios de vinho da última campanha e já se aproxima outra vindima. A pandemia levou a que o produto não escoasse como é habitual, o que levará a dificuldades de armazenagem para muitos produtores. O enólogo da cooperativa sediada em Lagoa acredita que esse facto levará a que a Única receba muito mais uvas neste Verão. “Não era algo que nós quiséssemos, porque vamos ter os depósitos muito cheios. Não se vendeu quase nada e acredito que a maioria das adegas deve ter ‘stocks’ grandes. A questão é que muitas delas compravam uvas a pequenos produtores. Ora, se eles não tiverem onde colocar as uvas, se calhar vão optar pela venda a esta adega”, supõe João do Ó. Para já, foi convocada uma

Apoios e medidas não chegam para todos A adega cooperativa Única recorreu ao ‘lay off’ durante dois meses e agora candidatou-se ao subsídio de armazenagem, medida anunciada pelo Ministério da Agricultura. Estão disponíveis 10 milhões para o país inteiro, mas não devem chegar para todos. Permitirá, contudo, que as adegas recebam uma ‘renda mensal’ pelos vinhos que estão em ‘casa’, ou seja que não são vendidos, enquanto o mercado não retoma. Há ainda outra linha de apoio que é a destilação, mas que não deverá compensar para a adega Única, segundo explica o enólogo, porque prevê um pagamento de 30 cêntimos por cada litro, que, na realidade, apenas daria para o transporte do vinho, conclui João do Ó.

verá a falta que uma Adega Cooperativa faz na região”. Não quer fazer futurologia, mas justifica ao colocar em evidência as consequências para os pequenos viticultores de as adegas não conseguirem comprar uvas. “O que vão fazer? A única hipótese seria vender as uvas a granel para outras regiões do país, mas depois não

“Não se vendeu quase nada e acredito que a maioria das adegas deve ter ‘stocks’ grandes. A questão é que muitas delas compravam uvas a pequenos produtores. Ora, se eles não tiverem onde colocar as uvas, se calhar vão optar pela venda a esta adega”, especula o enólogo Assembleia Geral para este domingo, 26 de julho, que entre outras questões, decidirá qual será o preço das uvas este ano, valores que não podem ser iguais aos de 2019, por todas as condicionantes existentes. O enólogo considera, porém, que se calhar, “este ano é que se

pode ser um vinho com Indicação Geográfica Protegida (IGP). Teria de ser um vinho de mesa, o que desvaloriza logo”, explica. A verdade, para este responsável, é que estão todos no mesmo barco e o futuro não se afigura risonho. “Ninguém sabe como a situação estará daqui a dois ou três

meses. Os restaurantes estão a um quinto do que estavam e mesmo com as restrições de lotação, não há tanta procura quanto isso”, afirma. É que estavam a ser dados passos junto da restauração para que este canal apoiasse os vitivinicultores do Algarve, com a inclusão destes néctares na carta de vinhos. Algo pelo qual sempre lutaram e que demorou muitos anos até começar a ser revertido.

O enólogo João do Ó está a engarrafar os vinhos da próxima campanha

Engarrafamento de produtores já começou A adega está este mês a engarrafar alguns dos vinhos de produtores locais, enquanto não começa o processo de vinificação das uvas que a adega comprar para fazer os seus vinhos premiados. “A prestação de serviços é um complemento e envolve mais de 20 vinhos” de muitos vinicultores desta zona, refere o enólogo. Um processo que dá bastante trabalho, porque a adega nunca esteve preparada para a prestação de serviços e que obriga a que haja uma conciliação de etapas e horários. “A adega é muito antiga. Para filtrarmos aqui o vinho, temos que esticar mais de cem metros de mangueira e, no final, temos que escorrê-las todas. O edifício foi pensado para fazer milhões de litros, para trabalharem 40 pessoas sem nunca parar”, diz. Hoje, não chegam a dez trabalhadores e, por esta razão, têm de estipular fases, horários e coordenar tarefas.

Museu da adega pode ser visitado seguindo as regras sanitárias

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P10 // DESPORTO CAMPEONATO DECORREU EM MONTEMOR-O-VELHO

Castores do Arade em sétimo no Nacional de Esperanças Competição, para atletas entre os 9 e 16 anos, marcou o regresso às provas com apertadas medidas de segurança sanitárias. FOTOS: LUIS FRÁGUAS

s canoístas do Kayak Clube Castores do Arade regressaram às grandes competições nacionais, no dia 11 de julho, no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho, com a participação no Campeonato Nacional de Esperanças, onde conquistaram o 7º lugar coletivo. Com a participação de 40 clubes de todo o país e mais de 400 atletas, esta é competição dedicada aos escalões mais jovens, de idades entre os 9 e os 16 anos. O KCCA foi representado por uma equipa de 18 canoístas que arrecadaram diversas classificações individuais no top-10, das quais se destaca o 2º lugar de Iara Bebiano em K1 (kayak individual) infantil feminino ‘A’ e a 6ª posição na classificação geral. Já Ianis Bebiano ficou em 5º em K1 iniciado, tal como Clélia Santos que participou na prova de K1 iniciado feminino. Tanto Rúben Luís, em K1 infantil, como Filipe Libório em K1 cadete ficaram em 8º lugar. Também muito perto do top-10 ficou Leonor Ramos que terminou a prova de K1 infantil feminino em 11º lugar. A direção do KCCA sublinha que a competição foi marcada “por rigorosas medidas de segurança, devido à pandemia da covid-19”. Aliás, por esta razão, “o Centro de Alto Rendimento viu serem atribuídos apenas os títulos em embarcações individuais (K1 e C1), uma vez que dada a distância de segurança determinada

Mais de 400 atletas participaram na prova pela Direção-Geral da Saúde, não é possível a realização de provas em embarcações bilugares de K2 e C2”, explicou o clube lagoense. Também as regatas foram limitadas à participação de 65 atletas nacionais por escalão e de 400 atletas no total. “O número de inscritos foi ultrapassado em cerca de 200 atletas”, tendo “o escalão de infantis, com cerca de 150 atletas inscritos, sido o mais prejudicado”, pois 60 por cento dos atletas não participaram, esclarece ainda a direção. O canoísta “Filipe Busel teve de ficar fora apesar de ser um dos infantis A com hipóteses de ficar nos primeiros lugares”, lamenta o KCCA. A competição foi dividi-

da em dois blocos de 200 atletas e com toda a higienização entre provas. Ainda assim, “a Federação Portuguesa de Canoagem está de parabéns por permitir o regresso das competições neste momento difícil, a marcar a diferença, em relação aos outros desportos que cancelaram a maioria dos eventos dos escalões de formação”, sublinha o clube. O campeonato realizou-se à porta fechada, fruto das limitações impostas pela pandemia, só sendo permitida a entrada a agentes da canoagem no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho. No entanto a Federação transmitiu a prova em direto

Iara Bebiano foi segunda classificada em K1 infantil feminino A através do seu canal no ‘youtube’, permitindo que os adeptos, os familiares e os amigos dos jovens

atletas acompanhassem as diferentes provas à distância, segundo o Kayak Clube. PUB

Movimento Baden Powell

Associação de Escuteiros Adultos procura novos elementos A Fraternidade Nuno Álvares de Lagoa lançou uma campanha para incentivar antigos escuteiros do Corpo Nacional de Escutas ou que não o tendo sido, agora sentiram o chamamento do movimento Baden Powell. Assumem-se como uma associação de escuteiros adultos, que acredita nos princípios do escutismo católico e que podem contribuir para um mundo me-

lhor. Quem estiver interessado pode contactar os responsáveis por email (fnalagoa@gmail.com) ou por telefone (912 172 022) para obter mais informações. Esta associação refere que promove, o espírito da promessa e da lei do escuta e o desenvolvimento pessoal. Colocam a ação no serviço à comunidade, na proteção da natureza e do ambiente e no apoio ativo a este movimento.

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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 23.07.2020 // Nº 132

P12 // OPINIÃO PUB

Ser jovem treinador de jovens

Carlos Romão Reis

Dentro do tema associativismo, também porque uma importante fatia da atividade das associações é a da área desportiva, e com a contingência que este espaço permite, trago hoje uma pequena nota sobre o relacionamento do treinador com os seus jovens pupilos e apenas isso.

aos temas e aos destinatários por forma a tornar a mensagem percetível. Deve deixar soltar controladamente o entusiasmo e criar um ambiente lúdico, mas competitivo. Cada sessão tem de acabar com a mesma alegria com que começou para que exista sempre o desejo de voltar.

A verdadeira missão do treinador não pode resumir-se à tarefa de dotar os atletas de fundamentos técnicos e argumentos táticos.

A par do desenvolvimento físico, começa também a formar-se a personalidade do jovem, que é como se sabe profundamente marcada pelos seus contactos ao longo da vida, registando no subconsciente, de forma positiva ou negativa, as impressões e emoções associadas a determinadas vivências. O seu tempo de atleta é relativamente breve. Espera-o no futuro uma batalha muito difícil e os contributos que receber enquanto jovem vão moldar a sua atitude perante a vida. Como modelo muito próximo, compete ao treinador possuir um leque de qualidades intrínsecas, de que destaco a honestidade, responsabilidade, pontualidade, respeito, integridade, sensatez e justiça. Deve obter da equipa o respeito e a disciplina por virtude própria e não como consequências da sua autoridade. Ser exemplo em questões de cuidados alimentares, de saúde e de higiene. Ser o elemento detonador de grandes proezas e manter a presença de espírito para apaziguar ânimos exacerbados. Ser humilde na vitória, respeitando o adversário e digno na derrota, reconhecendo-lhe o mérito. Para servir de referência a relação do treinador com os jovens tem de pautar-se por uma ética inabalável e conduta irrepreensível. A preocupação com eles não se confina ao perímetro de um campo de treino. Sem intrusão, é preciso ser próximo o suficiente para conhecer a sua vivência. É corrente que jovens treinadores tomem a seu cargo a orientação das equipes de principiantes. Como tal, deve compreender que os atletas aprendem a jogar e que ele próprio aprende a ensinar e é simultaneamente também desafiado a evoluir. De igual modo, é importante que os novos treinadores e os mais experientes tenham um relacionamento aberto mútuo, expondo dúvidas, dando conselhos, e incentivando a procura de conhecimentos. No campo prático, deve ter em conta os seguintes princípios. A indisciplina é proibida e a anarquia é inadmissível. A linguagem a utilizar tem de adequar-se

No relacionamento interpessoal é preciso dar-lhes a atenção que merecem, tratá-los pelo nome, que lhes dá identidade.

Como contrapartida da entrega dos miúdos, temos o dever e a obrigação de fazer deles as peças realmente essenciais dotando-os das ferramentas e competências que criem neles a noção da evolução e a confiança para continuar. É imperioso não lhes frustrar as expectativas. Ter sensibilidade para com os menos dotados, não os excluir friamente, antes tentar envolvê-los em tarefas paralelas. O treinador deve elogiar perante o grupo e no momento oportuno dar um reforço positivo. Ensinar pelo incentivo, não pela crítica. Quando precisar de o repreender deve fazê-lo em privado. Não pode permitir qualquer forma de humilhação e muito menos de bullying. Quem por natureza é dotado destas qualidades ou por via da experiência foi interiorizando estes procedimentos, vai sentir mais cedo ou mais tarde a gratificação íntima pelo trabalho que desenvolveu e um inegável orgulho quando receber daqueles atletas naturais provas de apreço, ao recordar ou reviver com nostalgia e emoção, os inesquecíveis momentos que partilharam como grupo.

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Município de Lagoa - Algarve Câmara Municipal

AVISO N.º32/2020 Para os devidos efeitos, torna-se público que, na sequência do fixado no Despacho n.º 8035/2019, de 11 de setembro, da Presidência do Conselho de Ministros, Gabinete do Secretário de Estado das Autarquias Locais, o Município de Lagoa-Algarve, promove a publicitação do processo de recrutamento e seleção de 4 (quatro) estagiários, no âmbito da 6.ª edição – 2.ª fase do Programa Estágios Profissionais na Administração Local (PEPAL), encontrando-se aberta a fase de candidaturas até ao dia 30 de julho de 2020 (inclusivé), nas seguintes áreas: Ref.ª G – Nível de qualificação 6 - 1 estágio para licenciados em Gestão de Recursos Humanos; Ref.ª H – Nível de qualificação 6 - 1 estágio para licenciados em Arquitetura; Ref.ª I - Nível de qualificação 6 - 1 estágio para licenciados em História da Arte; História – variante História da Arte; Património Cultural e Arqueologia – ramo de Património Cultural; e/ou Mestrado em História da Arte ou Mestrado em História e Patrimónios com especialização em História da Arte; Ref.ª J – Nível de qualificação 6 – 1 estagiário para licenciados e/ ou mestrado na área da Ciência da Informação. Para efeitos de candidatura, deverão os interessados consultar o aviso de abertura publicado no site oficial deste Município (http://www.cm-lagoa.pt), mais especificamente em http:// www.cm-lagoa.pt/index.php/pt/ju-download/850-estagios-pepal-6-edicao, onde poderão encontrar o formulário obrigatório de candidatura e bem assim informação acerca dos planos de estágio, dos requisitos, condições de candidatura e dos critérios de avaliação. O Aviso de publicação pode ainda ser encontrado na Bolsa de Emprego Público (BEP) e no Portal Autarquico – DGAL. Paços do Município de Lagoa, 16 de julho de 2020. O Presidente da Câmara, (Luís António Alves Encarnação) Lagoa Informa | Edição Nº 132 - 23.07.2020

Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 23.07.2020 // Nº 132

OPINIÃO // P13 CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO Delegação Regional do Algarve

Será necessário tomar algum suplemento de Vitamina D? A DECO INFORMA… Uma pessoa saudável consegue prevenir a deficiência de vitamina D através da exposição ao sol duas vezes por semana. Faça-o durante 5 a 30 minutos, expondo os braços e as pernas à luz solar. O protetor solar não diminui de forma significativa a produção daquele micronutriente pela pele: use sem restrições. A alimentação complementa as fontes de vitamina D. Prefira peixes gordos, como o salmão, o atum e a sardinha, mas também os cogumelos-shitake, a gema de ovo e ainda o “tradicional“ óleo de fígado de bacalhau. Também pode optar por alimentos enriquecidos com esta vitamina, como o sumo de laranja, os cereais de pequeno-almoço, o leite e seus derivados (iogurtes, manteiga e queijo). A vitamina D é um micronutriente que influencia a absorção de cálcio no organismo e é essencial para a mi-

D.R

neralização dos ossos. Se não existir em quantidade suficiente no sangue, contribui para aumentar o risco de osteoporose. Nos países solarengos, como Portugal, a toma de suplementos de vitamina D é, na maioria dos casos, desnecessária. Os suplementos só são indicados para pessoas que tenham problemas de absorção intestinal ou de insuficiência renal, com doenças que provoquem o enfraquecimento dos ossos e pessoas que tomam medicação que altere o metabolismo do cálcio, como os corticosteroides, que potenciam a osteoporose. A Direção-Geral da Saúde define que há deficiência de vitamina D quando há uma concentração plasmática de 25-hidroxivitamina D inferior a 12 nanogramas por mililitro (ng/ml) de sangue, nas crianças, e inferior a 20 ng/ml, nos adultos. Níveis acima dos 150 ng/ml são considerados tóxicos e podem originar sintomas como fadi-

ga, náuseas, desmineralização óssea e calcificação de músculos e tendões. A exposição solar não apresenta risco de intoxicação por vitamina D.

e aumento do cálcio no sangue. O melhor reforço que podem obter deste micronutriente é mesmo sair à rua e apanhar sol.

Nos últimos anos assistimos ao aumento de prescrição e consumo de vitamina D na forma de suplemento, para prevenir doenças crónicas. Mas não há provas de que esta prática tenha resultados. A toma de suplementos sem necessidade pode originar efeitos adversos ao nível gastrointestinal, renal

Informamos todos os consumidores que em linha com as orientações da Direção Geral de Saúde e de acordo com o Plano de Contingência para o COVID-19, o atendimento presencial na DECO Algarve é feito por marcação através de contacto telefónico 289 863 103. PUB

Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 23.07.2020 // Nº 132

P14 // OPINIÃO

Joaquim Cabrita Advogado

Aqui está, preto no branco, os membros das Assembleias Municipais, incluindo os presidentes das juntas de freguesia, são deputados municipais Depois de décadas de discussão, de quezílias jurídico interpretativas, de posições mais apaixonadas, ou apenas preocupadas com o rigor em não querer errar e atribuir epiteto indevido, eis que o legislador veio arrumar o assunto e pôr fim à questão. Agora está resolvido. Já não é possível duvidar que os eleitos para a Assembleia Municipal, sendo, obviamente membros deste órgão municipal, podem ser apelidados e têm o direito a usar o título de deputados municipais. Em bom rigor, não foi no quadro da legislação diretamente aplicável à composição ou funcionamento das Assembleias Municipais que o legislador veio esclarecer o assunto mas o recente Decreto-Lei 27/2020, de 17 de junho, que veio definir a eleição e indicação do Presidente e Vice-Presidentes das CCDR (Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional). Concretamente, ao definir que o Presidente das CCDR é eleito por um colégio eleitoral que, entre outros, inclui na alínea d) os “Deputados municipais, incluindo os presidentes das juntas de freguesia”. Ou seja, aqui está, preto no branco, que os membros das Assembleias Municipais, incluindo os presidentes das juntas de freguesia, são deputados municipais. E esta menção a deputados municipais é bem evidenciadora da vontade do legislador em vir esclarecer e marcar a sua posição quanto a esta designação. Acho isto porque o legislador certamente não é estranho à discussão, um pouco por todas as Assembleias e municípios, quanto à correção, ou não, da utilização do termo “deputado” e, neste caso, (como

noutros anteriores) poderia ter utilizado a expressão legal que decorre da Lei das Autarquias e ter-se referido aos “membros das Assembleias municipais” para se referir exatamente aos elementos que compõem o órgão, mas não o fez, exatamente porque quis marcar a posição de que é legitimo e adequado o uso do termo “deputado municipal”. Isto é o que poderemos considerar como interpretação autêntica, ou seja, o próprio legislador veio esclarecer que considera legitimo que o termo “deputado” possa e deva ser usado, pelo que, a partir daqui dúvidas não podem subsistir (mesmo para os

do os presidentes de junta, portanto, se a designação os inclui, eles também são deputados municipais, além de serem presidentes das juntas. Uma derradeira curiosidade para o facto do legislador ter autonomizado numa alínea os presidentes das assembleias municipais, tal não significa que eles não são também, obviamente deputados municipais, mas aparecem ali destacados porque creio que como o legislador tinha que destacar os presidentes de câmara dos vereadores (porque um presidente de cãmara não é um vereador), para dar idêntica dignidade aos presidentes das assembleias, também os des-

çamento da representação do órgão deliberativo do município. É quase como uma consequência colateral que esta clarificação autentica surge, mas não deixa de ser relevante para permitir, a partir de agora, fazer alusão direta nos regimentos das assembleias e noutros quaisquer documentos à designação deputado municipal, sem o receio de se ir além da lei ou mesmo contra a vontade legislativa, porque o legislador já a veio usar. Agora só falta o legislador passar a utilizar a mesma designação na próxima alteração da Lei das Autarquias, pois deve haver coerência entre os diversos instrumentos legislativos.

E esta menção a deputados municipais é bem evidenciadora da vontade do legislador em vir esclarecer e marcar a sua posição quanto a esta designação. Acho isto porque o legislador certamente não é estranho à discussão (...) quanto à correção, ou não, da utilização do termo “deputado”... que como eu fui resistindo ao uso da expressão) de que os membros das Assembleias Municipais são os deputados municipais. E mais uma certeza fica, a de que este termo é aplicável a todos os membros que integram o órgão e não apenas aos diretamente eleitos, porque o legislador refere na alínea em causa que são os deputados municipais, incluin-

tacou numa alínea própria. Portanto, o presidente da assembleia municipal também é um deputado municipal, só que é mais do que isso, tem um cargo próprio, ou seja, preside a esse órgão e é indicado não como o presidente da mesa da assembleia (que daria um ar mais burocrático e administrativo), mas como o presidente da assembleia, portanto, numa função mais institucional e de verdadeiro encabePUB

Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 23.07.2020 // Nº 132

DIVERSOS // P15 FARMÁCIAS COM SERVIÇO NOTURNO

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A escala de turnos de serviço de disponibilidade para do concelho foi alterada. Para saber qual a farmácia de serviço

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23 de julho 2020 • Quinta-feira

32 APONTAMENTOS MUSICAIS ATÉ FINAL DE AGOSTO

Espetáculos móveis já animam Lagoa e Carvoeiro

Helena Tapadinhas volta a ganhar Santos Stockler

A verba que estava destinada à realização da Carvoeiro Beach Party foi canalizada para este evento. D.R.

O presidente da Câmara Municipal de Lagoa Luís Encarnação entregou à escritora Helena Tapadinhas o prémio da terceira edição do concurso literário Santos Stockler, no dia 17 de julho, no Convento de São José, aproveitando ainda a cerimónia para abrir a edição de 2020/2021. A autora escreveu o romance ‘Barro cru’ para esta edição, cujo prémio será a publicação da obra e um cheque de dez mil euros. Esta iniciativa da autarquia, desenvolvida desde 2016, pretende promover a língua portuguesa, incentivar a criação literária, o gosto pela escrita e pela leitura. A cerimónia contou com Adriana Nogueira, diretora regional da Cultura, doutorada em literatura e cultura clássica e presidente do júri desta edição Santos Stockler. Os concorrentes à nova edição do Prémio têm até 15 de dezembro de 2021, para apresentar os textos que devem ser inéditos, em formato de novela e sobre a «cidade sustentável».

Penélope Cruz e Javier Bardem alojados no concelho

A iniciativa está a ter uma boa recetividade quer do público quer dos empresários

União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro promove, até ao fim do mês de agosto, em colaboração com a associação Carvofestas, um programa de animação de Verão em segurança, com concertos móveis, nas principais ruas, onde existe comércio local. Os artistas deslocam-se até essas zonas e atuam para as pessoas que se encontram a jantar ou a tomar café ou uma bebida, num total de 32 apontamentos musicais, que tem como objetivo levar alguma alegria aos lagoenses, carvoeirenses e visitantes,

ajudando os comerciantes e os músicos da freguesia e do concelho. Os eventos decorrem às sextas-feiras e sábados em Lagoa, entre as 21h00 e as 23h00, e em Carvoeiro, aos sábados, das 19h00 às 21h00, e domingos entre as 21h00 e as 23h00. Já a decorrer, a iniciativa está a ter uma boa recetividade por parte da população e dos comerciantes. O presidente da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro diz que, numa primeira fase, a organização pensou “realizar estes espetáculos em locais fixos”, mas concluiu “que, em termos

de segurança, esta seria a melhor opção”. Joaquim João Paulo faz questão de garantir que “esta é uma programação que cumpre todas as recomendações da Direção-Geral da Saúde, é validada pela delegada de saúde local e acompanhada pela Guarda Nacional Republicana”. O autarca assegura ainda que será utilizada “a verba que estava destinada à realização da Carvoeiro Beach Party que, este ano, devido aos condicionalismos impostos pela situação pandémica, não irá realizar-se”.

O casal de atores Penélope Cruz e Javier Bardem escolheu de novo o resort de luxo em Alporchinhos, no concelho de Lagoa, para passar férias em família, com um casal amigo. A atriz e o marido, ambos espanhóis, já tinham estado no Vila Vita Parc há dois anos, quando escolheram esta unidade cinco estrelas para passar uns dias de descanso. Chegaram ao aeroporto de Faro, em jato privado, no sábado, 17 de julho para celebrar os 10 anos de casamento.

Mulher detida em flagrante por agressão no Parchal Uma mulher romena, de 49 anos, foi detida em flagrante por violência doméstica, pela Guarda Nacional Republicana (GNR), na Rua Infante Sagres, no Parchal, no dia 5 de julho, às 16h30. O marido, de 52 anos, foi também detido depois de ter ameaçado os agentes da autoridade, tendo ambos sido levados para o posto e notificados para no dia seguinte serem presentes ao juiz. Ao que o Lagoa Informa apurou a mulher apesentava sinais de alcoolismo e já existia um histórico de violência entre ambos, embora nunca tivesse sido denunciado.

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