Lagoa Informa nº135 - 03.09.2020

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Quinta-feira, 03.09.2020 | € 1,00

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Vanessa Martins, a menina talento P12

Quinzenário | Ano VI | Nº 135 | Diretor: Rui Pires Santos

SOCIEDADE Lagoa comemora Senhora da Luz sem procissão P7

Segurança e inovação no arranque do ano letivo

POLÍTICA PSD contesta obras em pleno Verão na Marinha P10 DANÇA 'Diz-me António' traz 365 Algarve ao Sítio das Fontes P16

Calendário escolar dividido em semestres, alargamento de horários, entrada de alunos desfasadas e uso de máscara obrigatório a partir do segundo ciclo são algumas das mudanças no Agrupamento de Escolas ESPAMOL. P3

MÚSICA Concertos do Festival de Guitarra serão ao ar livre P16 PUB

Ferragudo festejou 500 anos Mais de uma centena manifestou-se contra dragagens no Rio Arade. Festejo da data contou com a apresentação do livro ‘Barlavento – Histórias do Algarve’, de Luís António dos Santos, natural da vila. P8 PUB

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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 03.09.2020 // Nº 135

P2 // PÁGINA DOIS PUB

EDITORIAL

Polémicas e interpretações na política em Ferragudo DIRETOR: Rui Pires Santos REDAÇÃO: Ana Sofia Varela COLABORADORES: Jorge Eusébio, Mónica Pontes PAGINAÇÃO: Vanessa Correia FOTOGRAFIA: Eduardo Jacinto, Kátia Viola DEPART. COMERCIAL: Hélder Marques . 914 935 351 PROPRIEDADE E EDITOR: PressRoma, Edição de Publicações Periódicas, Unip. Lda. – Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto, 8400-417 Lagoa CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Rui Pires Santos NIF: 508 134 595 Nº REGISTO ERC: 126668 DEPÓSITO LEGAL Nº: 94540/15 SEDE DE REDAÇÃO: Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto., 8400-417 Lagoa EMAIL: lagoainforma@gmail.com Telf: 282 381 546 | 967 823 648 IMPRESSÃO: LUSOIBÉRIA Av. da República, nº 6, 1.º Esq. 1050-191 Lisboa TIRAGEM: 3.000 exemplares PERIODICIDADE: Quinzenal ESTATUTO EDITORIAL: http://algarvevivo.pt/sobre-nos/

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Após a última edição do Lagoa Informa, algumas pessoas, da área política do PS e do PSD, contactaram-me indignados com a notícia dos potenciais candidatos à Junta de Freguesia de Ferragudo. Uns só viram a capa do jornal, outros leram na diagonal ou pareceram não saber o significado de algumas palavras de português e houve também quem, para não ter o trabalho de ler, fosse atrás das opiniões/posições convenientes de alguns. No fundo, acho que muitos não devem ler jornais nacionais, nos quais inúmeras vezes se publicam artigos de teor semelhante com diferentes possibilidades, conversas de bastidores da política, etc. Nesse sentido, em primeiro lugar, cabe-me esclarecer que a peça que escrevi não foi inventada. Ainda não tenho imaginação para tanto. Foram-me passadas informações por várias pessoas, dos dois partidos, portanto fontes de diferentes quadrantes. Não controlo as conversas nas estruturas políticas, o que se passa nos bastidores das mesmas, os processos de intenções dos militantes, as movimentações, etc., e que muitas vezes chegam à nossa redação das mais variadas formas. Se bem se deram ao trabalho de ler, ou interpretar, em algum momento a peça refere que será este ou aquele o candidato à Junta de Freguesia. Revela sim, e é verdade, que há conversas, intenções e movimentações quanto às candidaturas àquele órgão. Do lado do PS, todos sabem isso. Se não querem que se saiba cá fora, isso é outra coisa… Mas para agravar a situação, parecem não saber a diferença entre o foi e o terá sido? Ou entre o é e o poderá ser/será? É tudo uma questão de interpretação... Do lado do PSD também há sérias dificuldades de interpretação. Sim, há pessoas que não foram contactadas oficialmente, e a peça diz isso. Se bem interpretaram, o artigo refere visibilidade, possibilidade. Sabem o significado da palavra possibilidade? Algumas pessoas do PSD sabem, outras não. Mas voltamos a falar daqui a alguns meses… Para avivar algumas mentes – quer à direita, quer à esquerda - recordo que em janeiro de 2017 escrevi a notícia, exclusiva, de que Rui Correia seria o candidato do PSD à União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro. Lembram-se??!! Na altura fui ‘alegadamente’ desmentido – um direito de resposta que não desmentia nada –, chamaram-me mentiroso e mais algumas coisas… Mas por acaso recordam-se de quem veio, pouco tempo depois, a ser confirmado como candidato à União das Freguesia de Lagoa e Carvoeiro pelo PSD e a apresentar-se a eleições? Eu lembro-vos: Rui Correia! Portanto, aconselho calma e ponderação a todos. É mais sensato. Para finalizar este tema, se o Lagoa Informa escreveu alguma mentira, desmintam-na categoricamente em comunicado – dizendo que não serão candidatos – e assumam-no para o futuro, porque ficará em papel e pode ser facilmente recordado daqui a uns meses. No Facebook, tudo é fácil, todos são muito bons, moralistas, justos, defensores de causas e os populismos ganham simpatia e seguidores. Os próximos meses irão demonstrar se o Lagoa Informa tem ou não razão.

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Cantinho da Poesia FERRAGUDO COMEMORA 500 ANOS Ferragudo comemora Quinhentos anos amanhã Idade que muito adora Data da sua fundação. Dia da comemoração Dos seus quinhentos anos Marca a contestação Dos seus conterrâneos. Com algumas divergências Sobre as novas dragagens Receiam consequências Alteração das paisagens. Canal de navegação Que vai ter alargamento No rio Arade intervenção Com o aprofundamento. Dizem não à destruição São os grandes defensores Mostram sua indignação Até com grandes dissabores. Suspeitas sobre dragados Tráfego além do habitual Onde irão ser colocados Areias e lamas do canal. Muitas preocupações Da comunidade local Diversas as opiniões Com projecto do canal. Deodato António Paias

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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 03.09.2020 // Nº 135

ABERTURA // P3 CALENDÁRIO DO ANO LETIVO DIVIDIDO EM SEMESTRES É NOVIDADE

ESPAMOL aposta em inovação A maioria das medidas para o regresso às aulas ainda será ajustada, mas já há algumas regras concretas. ANA SOFIA VARELA

feitório seja uma opção em vez de obrigação. “Podem sempre comer aqui, mas a ideia era que os alunos se mantivessem o menor tempo possível na escola, pois será o local que terá mais pessoas aglomeradas e onde haverá mais risco de contágio. Sabemos que há crianças que a única refeição quente que fazem é na escola e com esta organização damos hipótese de comerem no estabelecimento ou não”, explica.

Entradas desfasadas

Escola Jacinto Correia é um dos estabelecimentos do Agrupamento com novas normas // Ana Sofia Varela

A

inda estão a ser analisados alguns pormenores relacionados com o início do ano letivo 2020/2021 no Agrupamento de Escolas Padre António Martins de Oliveira (ESPAMOL), que serão divulgados nos próximos dias. Há, porém, algumas novidades que a diretora Emília Maria Vicente já revelou ao Lagoa Informa, quer a nível de segurança, quer de inovação. A que mais impacto terá é a criação de um novo calendário escolar, dividido em dois semestres e que será aplicado em todo o Agrupamento. Haverá dois momentos de avaliação, um no final de janeiro e outro em junho, com uma semana de interrupção em novembro, para que os professores procedam à avaliação intercalar. “Não mexemos nas interrupções do Natal, do Carnaval e

da Páscoa, pelo que haverá férias letivas nessas datas”, esclarece. Esta medida surge no seguimento da aprovação de um plano de inovação pela tutela que se inicia com os alunos do 5º e 7º ano de escolaridade, avançou a diretora. Será alargado ao 6º e 8º no próximo ano e, no seguinte, a todo o terceiro ciclo. Estará em vigor até 2023, mas se tiver sucesso será mantido no futuro, passando a ESPAMOL a ser uma das poucas escolas no Algarve com estes moldes de formação, que passa por disciplinas com mais atividades práticas e um maior trabalho colaborativo entre professores. “Este plano de inovação tem uma série de objetivos que mexem com a escola, espero que, de forma positiva”, revela.

Evitar a propagação do vírus As regras para evitar contágios da covid-19 na ESPAMOL, com cerca

de 1400 alunos, têm como base as indicações do Ministério da Educação e da Direção-Geral da Saúde. “São bastante generalistas e usam sempre o ‘se for possível’, porque cada escola tem um contexto, um número de alunos, salas e instalações diferentes. Temos de partir, portanto, dessa base para aplicar o que é viável”, justifica Emília Maria Vicente. Salvaguardando a hipótese de ser necessária qualquer alteração ou ajustamento, segundo a diretora, a partir do segundo ciclo, as atividades letivas podem decorrer entre as 8h00 e as 18h30, permitindo dois turnos, sobretudo na Escola Jacinto Correia, que tem alunos mais novos, descreve. Os alunos do 5º e 6º ano devem ter aulas sobretudo de manhã, enquanto os de 7º e 8º podem ter à tarde. A escola terá metade da lotação normal. Este regime fará também com que o almoço no re-

O funcionamento no caso do pré-escolar e do primeiro ciclo será idêntico, mas evitará grandes contactos, com as entradas desfasadas. Haverá ainda dois locais de entrada, uma para os 1º e 2º ano e outra para os 3º e 4º ano. Durante o horário escolar, haverá intervalos, refeições e horas de saída diferenciadas. Todo a comunidade da ESPAMOL terá que efetuar as higienizações obrigatórias, estando a Câmara Municipal de Lagoa a contribuir com os dispensadores de álcool gel com sensor. “Está tudo em estudo, no sentido de ir ao encontro das indicações da DGS, sempre acreditando que tudo vai correr bem. A primeira semana será para passar a mensagem às crianças que não têm de deixar de ser felizes ou de brincar, mas têm que ter uma atitude responsável”, desdramatiza.

Oferta de máscaras Além de cada turma ter sempre aulas na mesma sala, (exceto nalguns casos como as aulas de Tecnologias da Informação, que têm de decorrer num espaço com computadores), a ESPAMOL entregará um kit com três máscaras comunitárias, certificadas, reutilizáveis e laváveis, com o logotipo

do Agrupamento. “Serão obrigados a usá-la a partir do 5º ano. Os mais novos não usam, não é obrigatório”, diz a diretora. No caso das aulas de desporto também há diretrizes. “Os alunos só podem usar o balneário para mudar de roupa, não podem tomar banho, e têm de usar máscara até ao início da aula. Vão trabalhar em pequenos grupos, sendo que estes serão compostos pelos mesmos elementos durante todo o ano letivo. Isto para, se houver alguma situação de contágio, ser possível isolar de imediato as pessoas”, explica Emília Vicente. O Agrupamento tem planos de emergência e de contingência e está em contacto com a delegada de saúde local. Aliás, há três planos traçados (o regime de aulas presencial, misto e à distância) sendo esta representante da saúde, que perante um caso de infeção na comunidade escolar, avalia e decide a aplicação de cada um dos regimes. Também os funcionários poderão ter de trabalhar em espelho, com grupos que fazem o trabalho de manhã e outros à tarde. O Ministério da Educação criou uma Bolsa de Recrutamento que facilitará a substituição de um funcionário, tanto os assistentes operacionais, como os técnicos, que coloque um atestado médico por mais de 12 dias. A diretora da ESPAMOL acredita que o regresso às aulas correrá bem, mas avisa de que tem de “haver um trabalho de equipa, que envolve alunos, professores, pais, funcionários e as direções, muito grande. E temos que perceber quanto menos tempo a criança estiver na escola melhor”, mas que enquanto estiverem devem estar em segurança. PUB

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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 03.09.2020 // Nº 135

P4 // SOCIEDADE CORONAVÍRUS OBRIGOU AUTARQUIA A GASTAR 700 MIL EUROS

Primeiro semestre com 200 mil euros de saldo positivo CM LAGOA

Câmara Municipal afirma que equilíbrio financeiro não foi colocado em causa com a pandemia da covid-19.

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Resultados financeiros exigem redefinição da estratégia

Câmara Municipal de Lagoa divulgou que registou um saldo positivo de 206 mil euros no primeiro semestre de 2020. O resultado apurado reporta-se ao final de junho deste ano e representa uma diminuição de 3,2 milhões de euros face a igual período de 2019. A quebra é justificada pela redução de 2,5 milhões de euros nas principais rúbricas da receita da autarquia. Avança ainda que onde se verificaram perdas mais significativas foi nos ‘Impostos, Contribuições e Taxas’, com menos 1,5 milhões de euros, e nas ‘Vendas’ (Água, Resíduos e Saneamento), com uma variação

negativa de 471 mil euros. Os gastos extraordinários relacionados com a covid-19, que ascenderam nos primeiros seis meses a 707 mil euros, são outra das justificações da autarquia para o menor resultado líquido positivo da Câmara Municipal de Lagoa. Ainda segundo as contas aferidas o total de gastos com a educação, o desporto e a ação social ascendeu a 3,1 milhões de euros. Por outro lado, a redução de despesas com recursos humanos, face ao período homólogo de 2019, foi de quase 87 mil euros. O Relatório do Fiscal Único, que apreciou as contas da Câmara, conclui que “o aparecimento

da pandemia no final do primeiro trimestre de 2020 estará na origem da evolução negativa das rúbricas que contribuíram para a redução dos resultados operacionais do município". Ainda assim, "apesar dos resultados, não está em causa o equilíbrio económico e financeiro do município”. O presidente da Câmara Luís Encarnação afirma que “estes números obrigam a uma redefinição da estratégia de atuação no segundo semestre de 2020”, continuando a autarquia a privilegiar a continuidade dos serviços públicos essenciais e a reforçar o apoio social às instituições e famílias. PUB

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P6 // SOCIEDADE PROCESSO DEVERÁ FICAR CONCLUÍDO ATÉ FINAL DE 2021

Périplo pelas praias da Marinha, Benagil e Ferragudo

Concelho vai ter Polícia Municipal

Representantes da Agência Portuguesa do Ambiente visitaram Município

D.R.

Decisão tomada em reunião de Câmara.

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laborar um regulamento para o funcionamento da Polícia Municipal do concelho de Lagoa é o primeiro passo de um percurso que deverá conduzir à criação desse serviço especializado. A decisão de iniciar o processo foi tomada por unanimidade na última reunião pública da Câmara de Lagoa, a 25 de agosto, anunciou a autarquia. “A necessidade de adequar os recursos às responsabilidades do Município nas áreas da fiscalização em matérias como a proteção do ambiente, estabelecimentos comerciais, ocupação de espaço público, trânsito e estacionamento, publicidade, acompanhamento de eventos desportivos e culturais,

Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), deslocou-se ao concelho de Lagoa, na sexta-feira, 21 de agosto, para visitar as praias da Marinha, Benagil e Ferragudo, onde foi acompanhado por Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal, e Jorge Pardal, vereador com o pelouro das praias e orla marítima. Na Praia da Marinha, a comitiva analisou a obra da autarquia que condiciona o acesso de viaturas às falésias e garante a preservação do património natural, enquanto em Benagil verificou o estado caótico da praia devido ao excesso de procura de visitas às grutas. O périplo foi concluído em Ferragudo, com a participação de Luís Veríssimo, presidente da Junta de Freguesia, onde os autarcas deram a conhecer à APA a posição que têm em relação ao projeto de alargamento e aprofundamento do canal de navegação do Rio Arade. O projeto está a ser analisado pela APA para a emissão da Declaração de Impacte Ambiental.

Avaria no motor a montante da ponte Proposta será submetida à aprovação da Assembleia Municipal sem esquecer a vertente pedagógica numa lógica de proximidade ao cidadão” está na base da proposta apresentada por Luís Encarnação. Com a criação desta estrutura, o concelho passará a dispor de um corpo de 24 agentes acrescido de um Subcomandante e um Comandante de polícia, a quem caberá “a missão prioritária de fiscalizar, em

todo o concelho, o cumprimento das leis e regulamentos em vigor”. A criação das Polícias Municipais compete à Assembleia Municipal sob proposta da Câmara. Até final de 2020 será entregue um regulamento da organização e funcionamento deste novo serviço, com um quadro de pessoal, que está agora a ser preparado.

ISN de Ferragudo auxilia cinco pessoas à deriva no rio A Estação Salva-vidas de Ferragudo auxiliou no sábado, 29 de agosto, às 11h15, uma embarcação de recreio, com três crianças e dois adultos a bordo, que ficou à deriva, a montante da ponte ferroviária do Rio Arade, devido a uma avaria no motor. As cinco pessoas encontravam-se bem, não tendo sido necessária assistência médica. O piquete do Comando-local da Polícia Marítima de Portimão tomou conta da ocorrência. PUB


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SOCIEDADE // P7 FERIADO MUNICIPAL A 8 DE SETEMBRO

D.R.

Lagoa festeja Senhora da Luz sem procissão Comemorações limitadas devido à pandemia. Imagem da padroeira percorrerá ruas da cidade.

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habitual festa em honra da Nossa Senhora da Luz conta este ano com uma comemoração diferente. Devido à covid-19, não se realizam uma série de iniciativas religiosas e de animação, mas a data não deixará de ser assinalada. Assim, não haverá procissão, mas a imagem da padroeira irá percorrer, a 8 de setembro, dia do feriado municipal, as ruas da cidade a bordo de um veículo dos Bombeiros Voluntários de Lagoa. A população poderá assistir à passagem na rua, evitando ajuntamentos, e a partir das janelas e portas das suas casas. O programa das comemorações religiosas inicia-se com a recitação do terço a

6 de setembro (21h30), na Igreja Matriz de Lagoa. No dia seguinte, às 21h30, há uma nova recitação do terço, seguida de missa. A 8 de setembro, a partir das 17h00, a imagem da padroeira passará pelas ruas da cidade, sendo que às 19h30 terá lugar a Eucaristia Solene de Nossa Senhora da Luz.

Anjos em movimento O dia 8 de setembro, feriado municipal, ficará marcado também pelo concerto móvel da banda Anjos, que, a bordo de um autocarro descapotável, levará música a vários locais do concelho. A partida está marcada para as 18h00 em Lagoa. A primeira paragem será em Ferragudo, pe-

las 18h30, onde está prevista uma atuação dos Anjos, de 15 minutos, no Largo Rainha D. Leonor. Seguir-se-á Carvoeiro às 19h30, com um concerto de 20 minutos. A música ‘viajará’ depois para Porches e percorrerá algumas ruas da vila, levando alguns temas dos Anjos à população. O autocarro segue depois para Lagoa, com passagens por diversas ruas da cidade (Bombeiros – Rua Vermelha – Cercas S. José – Rua Francisco Sá Carneiro – Bombeiros – EN125 – Rotunda Lagoa Sul). Estacionará a partir das 21h00, no Largo do Auditório Carlos do Carmo, local onde prosseguirá o concerto da banda, tendo em conta as normas de segurança da DGS.

Bombeiros de Lagoa transportam a imagem da padroeira pelas ruas PUB


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P8 // SOCIEDADE FERRAGUDO FEZ 500 ANOS A 21 DE AGOSTO

Quase 200 pessoas manifestaram-se contra 'destruição' da vila Um protesto, uma representação histórica e o lançamento de um livro foram as iniciativas que marcaram o quingentésimo aniversário da povoação. ANA SOFIA VARELA

// Ana Sofia Varela

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final de tarde de 21 de agosto decorreu com um misto de emoções. Numa primeira etapa, a população uniu-se para mostrar descontentamento pelas obras previstas para o Rio Arade, que implicam dragagens e deposição de areias em duas praias do concelho. A intervenção permitirá a entrada no Porto Comercial de Portimão de navios de cruzeiros até 334 metros de comprimento. Numa segunda fase, a comunidade celebrou os 500 anos da povoação com uma recriação histórica da entrega do foral por Rainha Dona Leonor e com o lançamento do livro ‘Barlavento – Histórias do Algarve’, de Luís António dos Santos. A manifestação juntou, no principal largo da vila, perto de duzentas pessoas associadas ao movimento contra a intervenção no Rio Arade que, em silêncio, marcharam até à margem do Rio onde estaria prevista a implantação da Marina de Ferragudo. A intenção foi demonstrar descontentamento pelo projeto da Administração dos Portos de Sines e do Algarve. E o protesto contou com a participação dos presidentes das juntas de freguesia e de vários elementos do executivo municipal. A iniciativa foi também uma oportunidade para o movimento recolher mais assinaturas para uma petição que foi elaborada há duas semanas e que exige a suspensão do processo. O projeto esteve em consulta pública e está agora a ser analisado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), devendo ser anunciada uma decisão no final de setembro. Já na cerimónia dos 500 anos, junto ao Instituto de Socorro a Náufragos (ISN), o tema voltou a ser falado pelos autarcas locais. Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, afirmou que “quis o destino que, nes-

Cidadãos e representantes do poder local foram alguns dos intervenientes no protesto contra as obras da APS te momento de festa dos 500 anos de Ferragudo, além da pandemia,” a população tivesse de se debater “com a questão do aprofundamento do canal de navegação do Rio Arade”. Num incentivo de coragem, o autarca destacou a força das ‘gentes’ daquela vila que, desde 1520 até 2020, conseguiram construir uma beleza única. “Foi esta gente humilde, determinada e trabalhadora, que enfrentou as agruras do mar e do rio, os corsários, os piratas e muitas outras dificuldades ao longo de cinco séculos. Tenho a certeza que os ferragudenses e os lagoenses, todos juntos, conseguirão enfrentar mais este enorme desafio e que Ferragudo continuará, no futuro, a ser esta maravilha que todos apreciam”, sublinhou. Em sintonia e num discurso curto, Luís Veríssimo, presidente da Junta de Freguesia, reforçou a mensagem. “Hoje é um dia em que o coração tem duas cores, um de felicidade pela comemoração dos 500 anos e outro de tristeza com

aquilo que se perspetiva para esta vila. Quero acreditar que a Rainha Dona Leonor conseguirá dar a força necessária para convencer os homens de má vontade que os homens de boa vontade merecem ser respeitados”, destacou.

Uma história da povoação Além de recordar o passado com uma reconstituição histórica da entrega da carta foral pela Rainha Dona Leonor, promovida pela companhia Te-Atrito, e um momento musical da harpista e cantora Helena Madeira, houve ainda a apresentação do livro ‘Barlavento – Histórias do Algarve’, cuja primeira edição se encontra indisponível, da autoria de Luís António dos Santos, natural de Ferragudo, jurista e presidente da Câmara Municipal entre 1962 e 1970. A publicação foi reeditada, está agora atualizada e é comentada por David Roque, naquela que é uma edição comemorativa dos 500 anos daquela povoação. Na cerimónia, o professor traçou

o perfil do autor e desmontou o contexto desta história. O enredo principal passa-se em Lagoa e Ferragudo, entre 1930 e 1940. É um testemunho de tradições, hábitos e costumes, festas, folclore e romarias, bem como das técnicas e culturas agrícolas, da faina e da empreita. Também Tomás Santos, contabilista no concelho, foi o convidado pelas autarquias de Ferragudo e de Lagoa para falar sobre o livro e o autor. É natural daquela vila, frequentou a casa de Luís Santos e privou com ele e com a sua esposa. “Talvez seja de referir a preocupação evidente do autor em utilizar terminologias de atividades, provavelmente em extinção devido ao advento da modernização industrial com os motores para os barcos, as alfaias mecanizadas para os campos que alterariam as vivências dos ferragudenses. Conta a história e as vivências de uma família de aldeia, hoje vila. E cada época é uma época. São histórias do mar e da

terra, da esperteza, mas também da maldade das gentes, do regresso às origens”, resume.

FATACIL recordada Quando 2020 começou, as autarquias traçavam planos para a organização da Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa (FATACIL) e para a comemoração dos 500 anos da povoação de Ferragudo. No dia 21 de agosto, se não tivesse sido adiada a 41ª edição para o próximo ano, devido à pandemia, o certame teria sido inaugurado e a vila piscatória seria uma das estrelas da cerimónia. “Em março, chegou esta pandemia em que vivemos e que mudou as nossas vidas, a nossa forma de estar em sociedade. Obrigou-nos também a reformular tudo o que tínhamos previsto para assinalar com toda a pompa e circunstância este momento histórico e levou-nos a adiar aquele que é o maior evento a sul do Tejo”, lamentou Luís Encarnação.


Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 03.09.2020 // Nº 135

SOCIEDADE // P9

PS de Lagoa coloca-se ao lado da população O Partido Socialista (PS) de Lagoa é mais uma das entidades locais que vincou uma posição quanto ao projeto de dragagem do canal de navegação do Porto de Portimão, na semana passada. A concelhia, da mesma cor política que as autarquias locais, e liderada pelo antigo autarca Francisco Martins, diz estar ao lado da população. “Após análise dos pressupostos deste estudo o PS Lagoa não pode ficar indiferente às preocupações manifestadas pela população”, refere. Considera a luta legítima e está solidário com a indignação dos munícipes e dos autarcas, no que diz respeito às consequências que este projeto pode criar para o concelho. A que ganha destaque é a mudança da imagem. “Sendo Ferragudo considerado a ‘Pérola do Algarve’, não pode o PS Lagoa permitir a descaracterização desta vila reconhecida mundialmente”, reforça Francisco Martins. No comunicado assinado pelo militante, o líder diz que, em jeito de recado, “num momento em que uma das bandeiras do Partido Socialista nacional é a defesa de um turismo de qualidade e sustentável, em que foi feito um investimento considerável em divulgar por todo o mundo vídeos

OPINIÃO • Comemorações ANA SOFIA VARELA

Ainda longe de sermos uma sociedade perfeita, temos de reconhecer que, entre “o cravo” e a “ferradura”, estamos – TODOS – bem diferentes da antiga barbárie ou da ignorância medieval.

e imagens das ‘nossas’ maravilhosas costas, praias paradisíacas e locais de sonho, parece-nos que as sequelas de uma intervenção desta amplitude e o próprio desenvolvimento do ‘turismo de cruzeiro’ deveriam ser uma preocupação, não apenas local, mas também regional”. O que está em causa para os militantes socialistas, não é uma qualquer tentativa de impedir um progresso potenciador de riqueza para as populações e para a região. O que está em causa é o facto de a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS) não ter tido em consideração todas as partes afetadas pelo pro-

jeto, não ter debatido em tempo útil o projeto com as populações e entidades do concelho, num assunto que terá sequelas para estes locais. “O PS Lagoa defende ainda que existem várias questões sem resposta e que a informação disponibilizada não contribui para uma aceitação pacífica das decisões apresentadas, pelo que vai suscitar reuniões com as entidades responsáveis”, acrescenta. O PS Lagoa diz não aceitar ficar com o ónus de compactuar com um projeto cujos impactos ambientais, patrimoniais e sociais, podem gerar danos irreparáveis para as gerações vindouras.

deveria ter reunido e ouvido as entidades locais e explicado de forma objetiva o que está previsto, esclarecendo as dúvidas. Ao não o fazer, esteve mal neste processo. O Lagoa Informa tentou, como é seu dever, na última edição, esclarecer, junto do presidente da APS, algumas das grandes questões colocadas pelos representantes do poder local. Voltando ao Porto de Cruzeiros, além das areias, dos dragados e da deposição, há outras questões graves a longo prazo. A poluição das águas, o impacto visual de embarcações destas dimensões e as vibrações que este movimento de navios pode causar nas infraestruturas existentes… Estas é que deviam ser as situações a colocar em cima da mesa. E quase todos os que fazem ruído – e com responsabilidade – já sabem qual deverá ser o desfecho do processo. Mas antes, pouco ou nada fizeram. Acordaram, agora? As dragagens são o argumento mais fácil para arrastar uma mul-

tidão de pessoas que não lê, não se informa e não interpreta. Há militantes do PS e do PSD que estão cientes disto. Deixo aqui outra questão: os defensores da Marina de Ferragudo já se questionaram sobre o impacto que a mesma teria? Alertaram as pessoas para o betão e as habitações que seriam contruídas à entrada da vila? Do impacto que teria no património, social, cultural e ambiental? Pode não se comparar ao que está previsto no canal de navegação, mas a marina implicava uma intervenção 18,2 hectares, dos quais 5,4 correspondiam à bacia molhada da marina, que teria capacidade para 319 embarcações. O projeto previa 51 moradias, 128 apartamentos, um hotel de cinco estrelas, uma área comercial, obrigando à escavação de 730 mil metros cúbicos e à dragagem de 170 mil. E na altura também houve algumas vozes da população que se mostraram descontentes com a 'privatização' do espaço.

NOTA DA DIREÇÃO A questão do Porto de Cruzeiros não é nova. Mas só nos últimos dias da discussão pública – mal publicitada – é que todos, entidades, políticos e população, se lembraram que havia um projeto para o Rio Arade. Muito podia ter sido feito antes e não foi. Há mais de uma década que a dragagem para criar um canal com dez metros de profundidade é repetida e foram vários os anúncios da tutela nesse sentido. Aconteceram, porém, na outra margem do Rio. Além disso, poucos leram todos os elementos do processo, que incluem uma longa lista de elementos adicionais pedidos pela Agência Portuguesa do Ambiente. Ficaram-se pelo resumo não técnico e, assim, houve muita trapalhada na comunicação, nomeadamente no Facebook, e poucas explicações. Na onda, houve tempo para fazer alguma campanha e aproveitamento político. Aliás, houve mais aproveitamento político do que propriamente debate esclarecedor. Também, a Administração dos Portos de Sines e do Algarve

Mesmo mutilando monumentos que lembram factos ou pessoas, será impossível alterar ou apagar a HISTÓRIA. Podemos julgá-la, sim; mas, isso, sempre feito com os “olhos-de-hoje” e de forma subjectiva – o que, a uns, parece ter sido “errado”, a outros, poderá parecer ter sido “certo”. Mais – o “certo” e o “errado” também têm tido diferentes “leituras” nas diferentes João Reis Professor épocas. O que é preciso, porém, é NÃO REPETIR o que foi erro absoluto. E, aí, a HUMANIDADE tem sido capaz de, com a sua porfia e inteligência, ao longo dos tempos, aprimorar comportamentos e pacificar relações humanas, pondo-as em LEI, sob a forma de DIREITOS UNIVERSAIS.

Rui Pires Santos

Entretanto, cada povo, cada nação deverá continuar a recordar, enaltecer e celebrar momentos e figuras da sua HISTÓRIA, de forma descomplexada, porque “um povo que vira as costas à sua história é um povo que renuncia ao seu futuro”, diz uma historiadora espanhola. x-x-x-x Esta tão “adorável” quão “dominadora” internet trouxe-me, há dias, uma magnífica reportagem realizada pela “Radiotelevisão da Cidade Autónoma de Ceuta” em 2015 (há 5 anos) para comemorar os 600 anos da tomada daquela cidade, pelos Portugueses, em 21 de Agosto de 1415 – um vídeo muito informativo, muito simpático para com Portugal e os Portugueses, que destaca a importância cultural e civilizacional deste “início das descobertas” e do que os historiadores de todo o Mundo viriam a chamar “ Idade Moderna”, sucessora da “Idade Média”. O feito português assentara em motivos geoestratégicos (era preciso evitar a passagem dos piratas que, do Mediterrêneo, vinham assaltar o sul do País), mais os sociais, os económicos, religiosos e políticos, motivos consentâneos com a realidade da época. As comemorações, nesta reportagem, foram espanholas… Procurei, pois, saber se, há 5 anos (2015) tínhamos tido, por cá, idênticas lembranças daquela data; e encontrei, apenas, uma conferência sobre o tema, em Dezembro, na CM de Lisboa, e uma exposição alusiva, além de algumas referências na imprensa… Mais nada!!! (se os caros leitores tiverem conhecimento de quaisquer outros eventos relacionados, p.f. informem este jornal – terei muito gosto em referi-los). É de pensar, seriamente, no que alguém disse: “Todos nós somos, essencialmente, o nosso PASSADO; o presente é efémero e o futuro uma incógnita”. Celebrá-lo é, pois, um dever! -x-x-x-xFoi, por isso, uma alegria saber que, em Ferragudo, em 21 de Agosto, foram comemorados os “500 ANOS DA CRIAÇÃO DE FERRAGUDO”, determinado pela Rainha D. Leonor de Avis (curiosamente, na mesma data em que, em 1415, fora tomada a Cidade de Ceuta). Junta de Freguesia local e Câmara Municipal de Lagoa programaram um conjunto de actividades de que se destacou uma sessão de apresentação da 2ª edição do livro “BARLAVENTO-Histórias do Algarve”, da autoria do ferragudense Dr. Luís António dos Santos, homem letrado e Presidente da CM de Lagoa na década de 60. A feliz ligação do presente ao passado recente – vida do Autor – e ao mais longínquo – época da Rainha Leonor – estabelece memórias que perdurarão no FUTURO da VILA DE FERRAGUDO. Parabéns, pois, à Câmara Municipal, ao dinâmico Luís Veríssimo e à Junta de Freguesia a que preside. E, a outro ferragudense, o Tomás Pires/ Tomás Santos, que , brilhantemente, fez a alocução sobre o Livro, o seu Autor e a História da sua Terra.( O que eu, sendo da outra margem, aprendi!!!) CONGRATULEMO-NOS COM A RECORDAÇÃO DO PASSADO DAS NOSSAS TERRAS, DAS NOSSAS GENTES!!!


Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 03.09.2020 // Nº 135

P10 // POLÍTICA TRABALHOS NA PRAIA DA MARINHA E NA URBANIZAÇÃO ALGARVE SOL

PSD critica obras em pleno Verão Partido refere ainda "eventuais ilegalidades" ambientais no estacionamento da Marinha.

O

PSD/Lagoa não compreende o facto de algumas obras promovidas pela Câmara Municipal estarem a decorrer em plena época balnear. Em nota enviada às redações, o partido critica o ‘timing’ dos trabalhos que decorrem atualmente no acesso à Praia da Marinha e na urbanização turística Algarve Sol, em “período de grande afluência de turistas”, salientando que ambas condicionam a circulação rodoviária, “obrigando a percorrer quilómetros para usufruir das belezas desta área do concelho, deixando os carros em áreas sem condições de estacionamento adequado”.

D.R.

Além disso, os vereadores do PSD na autarquia, Mário Vieira e José Inácio, mostram preocupação com “as consequências na imagem de qualidade e organização que o município oferece aos visitantes, quer turistas e ou cidadãos proprietários de segunda habitação no concelho, para além dos prejuízos económicos para os agentes económicos”. Ainda relativamente, às obras no acesso à Praia da Marinha evidenciam apreensão “com eventuais ilegalidades urbanísticas e com o atentado ambiental que possa estar a ser cometido na requalificação e ampliação do parque de estacionamento de apoio”. De acordo com os social-democratas, as dúvidas começaram a partir do momento em que ficaram a conhecer o projeto de execução, nomeadamente “as suas opções técnicas, os materiais utilizados, bem como do conteúdo do parecer da APA (Agência Portuguesa do Ambiente) emitido em maio de 2017, que não se

apresenta favorável ao projeto em execução”.

Alterações na circulação sem aprovação Mário Vieira e José Inácio mostram-se ainda indignados por “pelo facto de membros da Câmara com pelouros atribuídos, terem tomado decisões, nomeadamente ao nível da circulação e sinalização de trânsito, sem que as mesmas tenham sido apresentadas ao órgão responsável, para as aprovar ou ratificar, no caso daquelas que tenham sido tomadas para fazer face a situações urgentes e na impossibilidade de reunir o órgão competente em tempo útil”. No rol de críticas, o PSD lamenta ainda a anulação “da aquisição de um terreno na Vila de Porches para a construção de habitação municipal para arrendamento jovem, processo iniciado no segundo semestre de 2018”. “Infelizmente, decorridos dois anos não foi possível sequer conseguir concretizar uma simples

A intervenção na Algarve Sol é visada pela oposição escritura, obrigando a Câmara a revogar todas as deliberações e reiniciar novamente o processo de aquisição. Impossibilitando para já e ainda neste mandato e mais uma vez a concretização de

um projeto por todos considerado estruturante para a economia do concelho e fundamental para ajudar os jovens a se fixarem e ou manterem-se no concelho”, salienta o partido ‘laranja’.

EXERCÍCIO DO DIREITO DE RESPOSTA Ao abrigo do direito de resposta consagrado na Lei da Imprensa, o Lagoa Informa recebeu do PSD/Lagoa o comunicado que se segue, relativo ao artigo 'Autárquicas de 2021 dividem PS em Ferragudo'. O PSD Lagoa lamenta e desmente, categoricamente, a informação dada pelo referido órgão de comunicação social, relativamente a uma alegada sondagem efectuada junto de duas cidadãs para candidatas à Presidência da Junta de Freguesia de Ferragudo. Tendo apresentado, no âmbito do direito que lhe assiste, ao “ Lagoa Informa “, na pessoa do seu director e autor do artigo, a sua indignação pelo conteúdo do mesmo, designadamente, pela parte no qual é visado, na página 3 da edição n.º 134 de 20.08.2020, onde são avançados, e dados como certos,

nomes de candidatos à Presidência da Junta de Freguesia de Ferragudo, embora o PSD nunca descarte nenhum cidadão como potencial candidato nas suas listas, principalmente quando este se identifica com o seu projecto que tem sempre por base o desenvolvimento do Concelho de Lagoa. O PDS tem um calendário e uma estratégia há muito definidos para as eleições autárquicas de 2021, para a qual pretende, como sempre fez, apresentar as melhores equipas e programas para os vários órgãos autárquicos do Concelho, oferecendo aos cidadãos Lagoen-

ses a possibilidade de avaliarem projectos alternativos para o Concelho. Esse tempo chegará, dentro da calendarização programada para o efeito e será divulgado em data própria, porque quem tem essa responsabilidade, é a Comissão Política da Secção Concelhia de Lagoa do PSD, depois de devidamente aprovada pelos seus militantes. Mais ninguém tem o direito de divulgar informação sobre esta matéria, sem obter a confirmação dos visados, correndo o risco de estar a faltar à verdade, bem como a gerar um eventual desconforto nos

nomes ventilados, facto que o PSD repudia e no qual não se revê, principalmente, quando não foi contactado para se pronunciar sobre a matéria e, principalmente, porque estão em causa pessoas e as pessoas tem que ser respeitadas. Compreendemos e respeitamos o papel fundamental da comunicação social, mas não nos podemos rever nestes actos infundados e muito menos aceitar, este tipo de desinformação. Assim, o PSD esclarece que nunca houve qualquer abordagem, por parte de qualquer elemento ligado à estrutura do partido ou a

pedido dos mesmos, às cidadãos visadas no artigo jornalístico, simplesmente porque ainda não estamos nessa fase. A seu tempo, serão efectuados contactos com os cidadãos que o PSD considere reunirem as condições para colaborar e enriquecer o seu projecto autárquico. O PDS informa ainda que os seus candidatos aos órgãos autárquicos, apenas serão oficializados depois das eleições Presidenciais, que se realizarão em janeiro de 2021. A Comissão Política do PSD Lagoa - Algarve

NOTA DO DIRETOR Relativamente ao direito de resposta do PSD à peça da edição nº133 do jornal Lagoa Informa em que são referidos dois nomes como estando “a ganhar visibilidade na área laranja” cabe-me esclarecer: 1. Se todos falamos e compreendemos a mesma língua - o português -, refere a peça que escrevi enquanto jornalista e diretor do jornal que “… certo é que dois nomes começam a ganhar alguma visibilidade na área ‘laranja’: Ângela Venâncio Quadros, advogada, e Carla Guerreiro, empresária

e ex-bancária”. Em nenhum momento é escrito que alguma delas será candidata! Interpretando português, é dito apenas que estarão bem posicionadas para uma eventual candidatura. 2. Antes refiro que “alguns nomes já terão sido sondados”. Terão! É

necessário explicar o significado desta palavra?? E deixo mais uma nota para aqueles que são ‘cinzentos’ e seguem defendem que só é informação o que é oficial e divulgado pelas fontes oficiais. E as movimentações de militantes em nome do partido? As sondagens/ abordagens de um militante, em

nome pessoal, a outro sobre a disponibilidade para um cargo, mas alegadamente ao serviço do partido? No dia em que um jornal não tiver liberdade para escrever sobre possibilidades, sobre os bastidores e os corredores da política, do desporto ou de outra área, será que estaremos em democracia??

Na democracia que estes nossos políticos locais tanto defendem?? 3. A fechar, apenas digo isto: os partidos em Lagoa estão como estão… E a culpa não é do Lagoa Informa! Rui Pires Santos


Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 03.09.2020 // Nº 135

POLÍTICA // P11 EXERCÍCIO DO DIREITO DE RESPOSTA

NOTA DO DIRETOR

Ao abrigo do direito de resposta consagrado na Lei da Imprensa, o Lagoa Informa recebeu de Jorge Pardal, vereador da Câmara Municipal de Lagoa, o comunicado que se segue, relativo ao artigo com o título 'Jorge Pardal deixa executivo da Câmara'.

Relativamente ao direito de resposta da peça sobre o vereador Jorge Pardal, publicada na edição nº133 do jornal Lagoa Informa, cabe-me esclarecer:

Li com atenção a edição do passado dia 20 de agosto do “Lagoa Informa” e com alguma perplexidade o artigo que me foi dedicado. Devo dizer que desde o aparecimento do seu jornal me habituei a ler no seu conteúdo um nível de jornalismo factual e sério, há muito desejado neste Concelho. Lamentavelmente, o artigo que motiva esta resposta não espelha esta convicção, cujo conteúdo, em grande parte, são acusações infundadas e meras especulações. Vamos então aos factos. Desde o início do mandato que, por diversas vezes, em conversas privadas e ao contrário do que refere no jornal, demonstrei ao Presidente Francisco Martins a minha vontade de não voltar a ser candidato num futuro ato eleitoral. Nunca ameacei sair! Com a saída de Francisco Martins e com a chegada aos comandos do executivo do Presidente Luís Encarnação, em tempo útil e assim que foi possível em reunião restrita de vereação e com o gabinete de apoio, informei desta decisão, bem como que a mesma seria irreversível. De igual forma dei conta que as razões que motivavam esta decisão prendiam-se em questões de ordem pessoal. Cheguei à política quando tinha 22 anos, irei completar no próximo ano 50. Quase 30 anos dedicados à causa pública, deixando para segundo plano a vida pessoal e profissional, os amigos e, sobretudo, a família. Foi uma escolha livre que tomei quando abracei a política autárquica e é com a mesma liberdade que a irei abandonar. Ao longo destes anos nunca me debati por qualquer lugar autárquico nem, muito menos, por este que de momento exerço. Sempre gostei de novos desafios, mas assumo que este

tem sido o maior da minha vida. Não pela sua complexidade, mas sobretudo pela burocracia associada que por vezes aborrece, frustra e desanima. Está na hora de passar o testemunho a uma nova geração de autarcas, que pela sua idade e formação, por certo terão uma nova e mais atualizada visão do mundo e, logo, do Concelho. Perpetuar o poder, e sobretudo o poder autárquico, é um erro, erro esse que não quero cometer. Possivelmente poderia fazer mais um mandato se para isso fosse convidado, mas há que saber sair com dignidade e de cabeça erguida. Nunca tive ambição por qualquer cargo autárquico, mas as coisas aconteceram e tenho muito orgulho no trabalho que desempenhei. Ao longo destes 7 anos, 4 deles enquanto secretário de vereação e nos últimos 3 como Vereador tenho tido muito orgulho em pertencer a um projeto que, dia após dia, melhora e moderniza a vida do nosso Concelho. Tanto com Francisco Martins como com Luís Encarnação soube abraçar o projeto e perceber a visão estratégica para o Concelho. Estive e estou ao lado deles, com espírito critico, mas leal, por isso choca-me a acusação feita no seu jornal. Nunca tive qualquer problema com Francisco Martins ou com Luís Encarnação! Sempre contaram com a minha opinião franca e sincera e nunca tive intenção de provocar qualquer desconforto que seja, de igual modo nunca, qualquer deles me provocou qualquer desconforto. Aconselho que verifique as suas fontes pois andam bastante desinformadas ou mesmo equivocadas neste e noutros aspetos, nomeadamente no que se refere aos atendimentos. É verdade. Não faço alguns

atendimentos e não vale a pena insistirem nem mandar recados. Não atendo empreiteiros que tenham algum procedimento de contratação pública a decorrer ou que haja algum processo judicial no Município. Não atendo vendedores que queiram influenciar a decisão para a aquisição deste ou daqueles produtos. Não atendo cidadãos que tenham tido uma deliberação camarária contrária às suas pretensões. Faço mal? Não sei. É estranho? Talvez. Mas as decisões têm de ser claras, justas e iguais para todos. Não se podem acusar os autarcas de práticas menos claras e depois criticá-los por terem tomado medidas para que estas não aconteçam. Caro Senhor Diretor, Todos nós temos as nossas falhas, todos temos os nossos defeitos, todos nós erramos, eu certamente mais do que os outros nossos concidadãos, mas alguém um dia me ensinou que pior que uma má decisão é não decidir. Já agora deixe-me dizer-lhe que lhe liguei no dia 23 de agosto, sexta-feira, pelas 16:58h e o senhor não me atendeu nem me devolveu a chamada. Já alguém há mais de 2000 anos dizia que quem não tivesse pecado que atirasse a primeira pedra!

1. A notícia que foi publicada na edição de 20 de agosto foi baseada em informações fornecidas por mais do que uma fonte. Aliás esta informação, como muitos sabem, já era conhecida há vários meses. 2. Na semana anterior à publicação da informação tentei contactar, nos dias 13 e 14 de agosto, o vereador Jorge Pardal. À primeira chamada pode acontecer a qualquer um nós não devolvermos ou esquecermos de o fazer. À segunda, já não me parece tão normal. Contudo, dado o histórico - conhecido por muita gente - quer com o Lagoa Informa, quer com outras pessoas, até não estranhei que a chamada não fosse atendida ou devolvida. A questão é que desta vez era mesmo importante que o fosse, para que pudessem ser esclarecidos ou desmentidos alguns factos da informação.

da peça sair publicada no jornal? Na semana anterior, antes de sair a notícia, é que era importante ter ligado. 4. No atendimento aos munícipes, quer-me parecer que, sendo eleito por eles e estando num cargo público, é natural e uma obrigação recebê-los. Não digo a todos - nem me refiro aos empreiteiros - mas os humanamente possíveis. Mas isso não me cabe a mim ou o Lagoa Informa definir ou explicar. 5. Fica neste direito de resposta registada a posição do vereador Jorge Pardal relativamente aos factos e pormenores recolhidos junto de algumas fontes, que o Lagoa Informa considera fidedignas. Rui Pires Santos

3. Quanto à chamada que o vereador Jorge Pardal fez não a vi nem tenho registo da mesma nem à hora que indica nem a outra. Mas também só me contactou uma semana depois das minhas duas chamadas e depois PUB

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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 03.09.2020 // Nº 135

P12 // CULTURA VANESSA MARTINS PINTOU PRIMEIRO QUADRO AOS QUATRO ANOS

Talento em estado puro Nascida e criada no concelho, a pequena artista, de 12 anos, vive no Calvário e tem a casa repleta de pinturas suas. Sonhos não lhe faltam. FOTOS: LAGOA INFORMA

Pais orgulhosos Dina Evangelista e António Martins são dois pais babados com o talento e personalidade da filha. Viram nela o jeito que tinha para a arte e, desde cedo, a incentivaram. “Cada pintura que ela fazia, impressionava-nos. Sempre fomos apoiando e comprando mais materiais. Cada caixa de pincéis ou de tinta que trazíamos para casa, era uma alegria enorme para ela, quase como se lhe estivéssemos a dar um diamante”, explica a mãe. “Está sempre a tentar melhorar e evoluir. Além disso, é uma aluna de excelência, tira sempre boas notas, o que também nos orgulha muito, pois foi algo que sempre trabalhámos com ela”, acrescenta. O pai olha também com entusiasmo para a dedicação de Vanessa. “Somos uns pais muito orgulhosos, pelo crescimento, empenho a nível escolar, a arte e a disciplina que tem. Vamos continuar a apoiá-la na pintura e no coro para que possa prosseguir o seu percurso”, frisa.

O período de confinamento contribuiu para que a jovem se dedicasse ainda mais a melhorar a sua técnica // Rui Pires Santos

É

decidida, esclarecida. Tem 12 anos, mas parece que estamos a conversar com alguém com mais idade. O entusiasmo é grande, os sonhos também, mas Vanessa Martins surpreende também pela lucidez, gosto pela arte e dedicação à pintura. O Lagoa Informa foi conhecer esta jovem talentosa, residente no Calvário, que começou a pintar aos quatro anos. “Tudo começou aos três anos, quando a minha mãe me incentivou a entrar no coro Adágio, em Portimão. Desde então que canto. No entanto, um ano depois fiquei impressionada com alguns pintores que vi na internet, como Van Gogh e Picasso. Então, sozinha em casa, comecei a desenhar, a

pintar e a ganhar gosto por esta arte”, explica Vanessa Martins. Nesse caminho, cruzou-se com alguém que a ajudou a crescer nesta área. “Conheci a Meire Gomes, artista e professora no concelho, quando ela me ensinou teatro. Entretanto, disse que ia abrir um ‘atelier’ de pintura. Como queria aprender, decidi participar e mostrar o que valia. Com ela aprendi muitas técnicas novas e agradeço-lhe muito, pois sem ela não teria evoluido tanto”, diz, não esquecendo ainda outra pessoa importante. “Tive também muito apoio da minha professora de arte da escola, a Silvia Matos que me incentivou a continuar”, recorda a jovem, que frequenta a Escola EB 2,3 Rio Arade, no Parchal. Atualmente, tem cerca de 40 PUB

telas espalhadas pelas paredes da casa, e quatro murais pintados numa varanda. O período da pandemia serviu para Vanessa se aplicar ainda mais. “Não me assustei. Como não podia sair de casa ao princípio, dediquei-me com mais empenho. Passei a ter tempo parar pintar e ler mais. Acabei por me inspirar”, refere.

Leitura é aliada Neste processo de inspiração, a leitura é uma aliada. “É uma 'papa-livros'. Lê cerca de cinco livros por semana”, salienta Dina Evangelista, a mãe. “Vamos sempre à Biblioteca Municipal de Lagoa requisitar livros”, acrescenta. “Adoro ler, porque faz com que me sinta livre, permite-me estar no meu mundo e viajar sem sair de casa. É uma grande inspi-

ração para depois desenhar e pintar”, revela Vanessa. Prefere dar forma a “paisagens e animais”, sendo que as principais técnicas que utiliza são a tinta a óleo e as aguarelas. “Gosto também de pintar com carvão e aperfeiçoar a técnica da sombra”, acrescenta. Já fez duas exposições coletivas na Escola de Artes Mestre Fernando Rodrigues e tem atual-

mente três obras numa mostra em Monchique. E como gosta de “estar sempre a aprender coisas novas”, como faz questão de salientar, Vanessa Martins já tem um novo objetivo: “Estou a começar a desenhar roupa, vestidos e sapatos para renovar as minhas técnicas. É algo em que quero apostar e, quando crescer, quero seguir o caminho das artes”, afirma de forma decidida.

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Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 03.09.2020 // Nº 135

P14 // OPINIÃO A consciência fonológica é uma competência superior da linguagem que permite analisar e manipular de forma consciente os sons da nossa língua. Isto é, a capacidade de perceber que a linguagem é formada por palavras, e por sua vez as palavras por sílabas, e as sílabas por fonemas (sons – unidade mais pequena da fala).

A consciência fonológica. O que é e qual a sua relação com a aprendizagem da leitura e escrita?

É uma competência complexa que se subdivide em vários níveis: nível da palavra (capacidade para identificar, dividir e manipular palavras em contexto de frase); nível silábico (capacidade de manipulação, divisão e reconstrução de palavras em sílabas ou vice-versa); nível intrassilábico (identificação de rimas e reconhecimento da repetição de sons iguais) e nível fonémico (capacidade de identificar, dividir e manipular os sons na palavra). Logo, as crianças não alcançam a consciência fonológica de forma imediata, visto que é um processo que se desenvolve de forma gradual através de estimulação adequada. A consciência fonológica promove melhor conhecimento e entendimento dos sons presentes na palavra e a ordem pela qual ocorrem e, consequentemente, da relação entre as letras e sons, o que contribui para o sucesso na aquisição da leitura e escrita. É importante que esta competência, para além de ser estimulada em contexto escolar, seja também estimulada em contexto familiar. Como tal, deixamos algumas sugestões de jogos de consciência fonológica que em família se tornarão bem divertidos! Preparados?

IDADE

SUGESTÃO

4 ANOS

Pedir à criança que, de duas frases ditas oralmente, identifique qual a frase mais comprida (a que tem maior número de palavras); Pedir à criança que divida uma palavra em sílabas (usando palmas, por exemplo).

5 ANOS

Pedir à criança que diga uma palavra que rime com a palavra dita pelo adulto. Escolha três palavras, sendo que duas deverão ter a mesma sílaba inicial e pedir à criança para identificar as que iniciam pela mesma sílaba (ex: cadeira – camisa – casa).

6 ANOS

Pedir à criança que omita uma determinada sílaba da palavra (por ex. café, fica “fé”) Pedir à criança que diga duas palavras que se iniciem pelo som inicial (ex: foca – festa).

7-8 ANOS Pedir à criança que inverta a ordem das sílabas na palavra (por ex. bolo, fica lobo) Pedir à criança que divida a palavra por sons (por ex. nó, fica “n-ó”)

Câmara Municipal de Lagoa

O personalismo queima

David Roque Professor de história

Os costumeiros incêndios de verão trouxeram para o espaço mediático um velho problema da sociedade portuguesa, o voluntarismo. Não me refiro ao combate aos fogos nem ao desempenho das autoridades nessa questão, aponto sim o dedo ao sofrimento dos animais retidos em canis irregulares. Para além da efémera indignação moral, é obrigatório retirar lições sobre o funcionamento daquelas instituições civis, do seu mau funcionamento e das consequências que daí possam advir. A expressão irregular não foi usada inocentemente, pois tem um fator de gravidade acima do ilegal: o ilegal é apenas um aspeto administrativo que nos diz pouco sobre o exercício de uma atividade; já o irregular diz-nos muito sobre ela, sobretudo que não cumpre regras e, ao não cumpri-las, poderá causar dano futuro. Se as entidades civis têm de cumprir leis não é porque sim e apenas para satisfazer o Estado, é porque devem reger-se por formas de conduta que vão ao encontro dos seus objetivos fundacionais e para que o seu crescimento tenha uma racionalidade saudável e benéfica. Com base nestes pressupostos, vejamos onde falharam estas entidades de improviso, para lá de toda a questão da legalidade. Primeiro, estas formas de intervenção cívica são muitas vezes de base pessoal e não grupal, isto é, baseiam-se de boa vontade de uma pessoa que centra em si toda a dinâmica da organização. Os restantes parti-

cipantes da entidade são encarados como voluntários e instrumentos úteis para cumprir essa vontade pessoal, que se dispõem a tal por amor à causa de fundo. Neste modelo, ainda que haja várias pessoas a agir, não se manifesta um sentido democrático dentro da orgânica de funcionamento, é a típica estrutura de liderança piramidal. Segundo, o personalismo das hierarquias piramidais, que podem ter um excelente desempenho se o líder o for de facto e ter uma clareza de atuação exemplar e edificante, apresenta defeitos inegáveis. Os dois principais problemas deste modelo de serviço à comunidade: o desenvolvimento, mais cedo ou mais tarde, de comportamentos autocráticos que começam a alienar os próprios voluntários, causa abandonos ressentidos que fazem a instituição trabalhar sempre no mínimo dos mínimos; a não participação dos restantes membros de espírito inteiro no projeto, com ideias, modelos de gestão, formas de relação com a comunidade, articulação com as entidades oficiais... Terceiro, por muito boa vontade que haja, o modelo personalista esgota-se por si, a ausência de democracia interna impede a existência de continuidade para além do chefe. A autocracia mata sucessores, e a não participação dos outros na gestão da atividade nega competências para levar o barco para diante quando falhar o chefe, ora porque este se cansa, ora porque está doente, ora

Se as entidades civis têm de cumprir leis não é porque sim e apenas para satisfazer o Estado, é porque devem reger-se por formas de conduta que vão ao encontro dos seus objetivos fundacionais. porque morre, (destino que a todos chega), ora simplesmente porque está caduco e as suas decisões são manifestamente imprudentes. As más condições materiais dos canis afetados pelos fogos advém da acumulação destes fatores, pelo menos do que foi percecionado através dos média. Não havia ali associativismo de base, nenhuma atividade

grupal ou relação comunitária sólida. Alguém, vou acreditar que com boa intenção, fez do auxílio àqueles bichos a sua causa pessoal, sem procurar criar um projeto virado para fora, com regras e objetivos bem definidos. Será meritório num primeiro instante, mas carece do espírito são que nasce da vontade de nos ligarmos uns aos outros com regras democráticas. PUB

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FÉRIAS

DIREITO DE PREFERÊNCIA Ex.Mo(a) Sr.(a) Fernanda da Encarnação Cabrita Gabriel José Maria Tavares Correia Cabrita José da Assunção Soares Para os devidos efeitos, na qualidade de advogado do Sr. Michael Richard Oakes sou pela presente a notificar os confinantes do prédio abaixo descrito, e de acordo com o estipulado no artigo 1380.º do Código Civil, que se irá realizar no próximo dia 8 de Setembro de 2020, em hora e Cartório Notarial a designar, escritura pública de compra e venda, em que, pelo preço de € 1.270.000,00 (um milhão duzentos e setenta mil euros), sendo que €1.100.000,00 (um milhão e cem mil) é o valor atribuído ao prédio urbano, €100.000,00 (cem mil euros) é o valor atribuído ao prédio rústico e €70.000,00 (setenta mil euros) é o valor atribuído ao recheio, os meus representados irão proceder à venda do seguinte prédio: Prédio misto, sito em Porches, descrito na Conservatória do Registo Predial de Lagoa sob o n.º 2329, freguesia de Porches, inscrito na matriz urbana sob o artigo 3206 da freguesia de Porches e, na matriz rústica sob o artigo 56 da secção M, da referida freguesia de Porches. Para o exercício do direito de preferência concede-se um prazo de 8 dias, mediante o término dos quais, sem que se verifique a manifestação da intenção do exercício do direito de preferência, por escrito, proceder-se-á à venda do imóvel acima descrito de acordo com as condições indicadas. Lagoa Informa | Edição Nº 135 - 03.09.2020

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ADOÇÃO

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CONVOCATÓRIA Rita da Conceição Rocha dos Reis Ruivinho, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Cooperativa de Construção e Habitação Económica Lagoense, CRL. Nos termos dos Artigos 26º e 27º dos Estatutos e nº 2 do artigo 35º do Código Cooperativo, convoco uma Assembleia Geral Extraordinária a realizar-se no dia 21 de setembro de 2020 (segunda-feira), pelas 18h30m, nas instalações sociais da Cooperativa (na sala ao lado do atendimento ao público) com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS PONTO UM – Apreciação e votação do Relatório e Contas do Exercício 2019, bem como, parecer do Conselho Fiscal. PONTO DOIS – Apreciação e votação do Plano e Orçamento para o exercício 2021.

→ GATA PARA ADOÇÃO RESPONSÁVEL Chamo-me FLORINDA. Sou uma jovem gatinha castrada de 1 ½ anos. Sou muito amigável e adoro dar mimos o dia inteiro. Se quer adotar este docinho, contacte Corinna TLM: 918 552 788 E-mail: ccc.carvoeirocatcharity@gmail.com

NOTA: A Assembleia Geral funcionará meia hora mais tarde se à hora marcada não estiverem presentes mais de 50% dos cooperadores com direito a voto. Os documentos para a Assembleia Geral estarão disponíveis a partir do dia 17 de setembro de 2020 no serviços da cooperativa, podendo ser levantados pelos sócios interessados. É obrigatório o uso de máscara. Parchal, 01 de setembro de 2020 Rita da Conceição Rocha dos Reis Ruivinho Presidente da Mesa da Assembleia Geral Lagoa Informa | Edição Nº 135 -03.09.2020

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LAGOA Rua Dr. Fonseca de Almeida,13 Telf. 282 352 518 | Tlm. 961 958 978


A fechar... D.R.

3 de setembro 2020 • Quinta-feira

ESTÃO AGENDADOS 13 ESPETÁCULOS ATÉ OUTUBRO

Guitarras ao ar livre Valorizar o património artístico e cultural da cidade é o objetivo do evento, que conta com algumas sugestões fora de portas. D.R.

Ensemble Med é um dos primeiros grupos a atuar neste festival

A

sétima edição do Festival Internacional de Guitarras de Lagoa começa no próximo dia 12 de setembro e prolonga-se até de 1 de outubro, com 13 concertos em diversos pontos do concelho. O evento deste ano, marcado pelos condicionalismos da pandemia, estreia com Francisco Morais Franco, no dia 12, seguido de En-

semble Med, às 17h30, na Igreja de Ferragudo. No dia seguinte atuam Ricardo Leitão Pedro e Castra Leuca Trio, na Igreja de Estômbar, às 17h30. Na semana seguinte, a 19 de setembro, a partir das 17h30, será a vez da 5Ex Band e de Galandum Galundaina subirem ao palco no Sítio das Fontes de Estômbar, enquanto o grupo de solistas da Or-

questra Portuguesa de Guitarras e Bandolins atua na Igreja de Porches, às 17h30, no dia 20. Por sua vez, o Centro Cultural do Convento de São José recebe Aïghetta Quartett, no dia 25 (17h30), enquanto o anfiteatro de Carvoeiro é palco no dia seguinte, à mesma hora dos concertos de Valencia Guitar Duo e Ó Chibinha. No domingo, dia 27, às 17h30, o Sítio das fontes recebe o concerto com Miguel Amaral & Yuri Reis, seguido de Jesús Guerrero Cuarteto. A edição deste ano encerra com o Quarteto Concordis e a Orquestra Bomtempo, no Auditório Carlos do Carmo, no dia 1 de outubro, a partir das 19h00. Ainda que alguns dos espetáculos tenham entrada livre, há outros que são pagos. Para esses, os bilhetes podem ser comprados em ticketline. Os concertos realizam-se tendo em atenção as normas de segurança e higiene, em recintos ao ar livre, ainda que delimitados, sendo obrigatório o uso de máscara.

Sporting Lagoense iniciou treinos a 1 de setembro A equipa de atletismo do Sporting Clube Lagoense já está a preparar o arranque da nova época desportiva, tendo iniciado os treinos com os atletas na terça-feira, 1 de setembro. As sessões estão a decorrer ao final do dia, na pista do Circuito de Manutenção Carlos Boto. Este foi um dos clubes do concelho que se viu obrigado a ‘parar’ devido à pandemia da covid-19, mas que agora volta à atividade. D.R.

‘Diz-me, António’ marca retoma do 365 Algarve no concelho O Parque Municipal do Sítio das Fontes de Estômbar é o cenário escolhido para apresentar ‘Diz-me António’, baseado na obra de António Aleixo e promovido pela Rede Azul, no âmbito do programa cultural 365 Algarve, no dia 11 de setembro, às 21h30. Este é um espetáculo de dança contemporânea, que junta em palco três intérpretes, e que se inspira no universo do escritor algarvio, sendo um tributo ao seu nascimento e à sua obra. As entradas custam cinco euros e podem ser adquiridas online em ticketline.

Projeto foi iniciado em maio

Grupo Desportivo de Lagoa

Cinco propostas do OP escolhidas

elegeu novos órgãos sociais

Os resultados da análise técnica das propostas apresentadas na edição de 2020 do Orçamento Participativo de Lagoa estão em consulta pública. O projeto está na penúltima fase e a Câmara Municipal prevê divulgar as propostas vencedo-

ras em outubro. São cinco as que cumprem os requisitos definidos pelo regulamento, distribuindo-se por diferentes freguesias e correspondendo a investimentos de diferentes naturezas. As ‘Lombas com sinalização no Calvário’, o ‘Parque de exer-

cício físico, lazer e convívio no Pateiro’, ‘Reabilitação urbana na Rua da Liberdade’, em Lagoa, o ‘Lagoa moto parking’, em todas as freguesias, e a ‘Rede de água de saneamento para o Sítio do Passarinho’ são as propostas escolhidas.

O Grupo Desportivo de Lagoa reuniu-se em Assembleia Geral Ordinária, a 17 de agosto, para eleger os órgãos sociais para o biénio 2020-2022. Apenas uma lista foi sujeita a sufrágio, tendo os representantes tomado posse no dia 19 de agosto. Assim, nos próximos dois anos, a Assembleia Geral é presidida por Vivaldo Bernardo, a Direção do clube tem como presidente Luís Dias, enquanto o Conselho Fiscal tem como representante Miguel Frade.

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