Lagoa Informa // QUINTA-FEIRA, 01.10.2020 // Nº 137
POLÍTICA // P11 LUÍS ENCARNAÇÃO REAGE ÀS ACUSAÇÕES DA OPOSIÇÃO
“É ridículo dizer que a obra é ilegal” Autarca garante que “não é verdade que só a 18 de agosto tenha sido desencadeado o processo junto da APA com pedido de parecer”, nem que a visita às obras tenha decorrido devido ao alerta dos vereadores do PSD. CM LAGOA
// Rui Pires Santos
O
presidente da Câmara Municipal, Luís Encarnação diz não compreender as acusações do PSD sobre o estacionamento da Praia da Marinha, salientando que a autarquia tem estado em articulação com a APA e a CCDR. “A obra de requalificação do acesso e estacionamento na Praia da Marinha é uma intervenção maioritariamente desenvolvida em espaço público, que ocupa uma área de 2.900 metros quadrados de área privada e que pela sua natureza e zona de realização necessita de pareceres das entidades com competências na matéria. Foi por isso, que desde 2017, o Município mantém conversas quer com os proprietários do espaço privado, quer com a APA quer com a CCDR e em função dessas conversas e dos compromissos assumidos, elaborou o projeto e lançou a obra. Posto isto, dizer que a obra é ‘ilegal’ é perfeitamente ridículo”, afirma o autarca em declarações ao Lagoa Informa. “De facto, pela sua elevada sensibilidade ambiental, a área de estacionamento tem sido alvo de preocupação especial quanto
Luís Encarnação diz ser este o cenário a evitar e que a intervenção em curso vai solucionar do ao longo dos tempos. Em apreciação estiveram várias soluções, entre elas a que foi aplicada no estacionamento do Molhe de Ferragudo, obra executada pelo anterior executivo do PSD, que utiliza betuminoso na via de circulação e pedra calcária no estacionamento.
“Em apreciação estiveram várias soluções, entre elas a que foi aplicada no estacionamento do Molhe de Ferragudo, obra feita pelo anterior executivo do PSD... A solução encontrada para a Marinha, validada pela APA, é a pedra calcária grada com capacidade de permeabilidade” ao tipo de material a aplicar, ainda que se tratasse de um terreno completamente colmatado e inutilizado do ponto de vista ambiental, face à elevada utilização pelo parqueamento de viaturas ocorri-
A solução encontrada para a obra da Praia da Marinha, validada pela APA, é a aplicação de pedra calcária grada com elevada capacidade de permeabilidade”, explica. Luís Encarnação destaca ainda
a importância desta intervenção e o benefício da mesma. “Convém referir que esta é muito mais que uma simples obra de requalificação de acessos e criação de estacionamento, na medida em que tem por objetivo a preservação duma área do litoral do concelho de elevada sensibilidade ambiental. Com a execução deste projeto, é anulado o anterior estacionamento de viaturas na praça mais a sul, limitando o estacionamento no novo parque a 75 viaturas ligeiras e 3 autocarros, impedindo definitivamente o estacionamento abusivo de viaturas automóveis, em particular autocaravanas, sobre as arribas conforme se verificava há anos e que, isso sim, consubstanciava um eventual ‘crime ambiental’. São ainda canalizadas para as linhas de água naturais as escorrências de águas pluviais que até agora corriam todas para a falésia por sobre a praia, aumentando o seu risco de erosão”, sublinha o presidente da autarquia. A finalizar, o autarca refere que “não é verdade que só a 18 de agosto tenha sido desencadeado o processo junto da APA com pedido de parecer, nem que a visita às
obras tenha decorrido na sequência do alerta dos vereadores do PSD”. “A visita dos responsáveis regional e nacional da Agência Portuguesa do Ambiente, ocorrida em agosto passado, teve como objetivo principal conhecer a posição do Município de Lagoa quanto ao projeto de Aprofundamento e Alargamento do Canal de Navegação do Porto de Portimão. No entanto, aproveitou-se igualmente para efetuar uma visita às Praias da Ma-
rinha e de Benagil, onde tivemos a oportunidade de partilhar com a APA as preocupações quanto à elevada pressão ambiental exercida neste trecho do litoral de Lagoa, que vai da Praia de Albandeira à Praia de Vale Centeanes, e a necessidade de se adotarem medidas tendentes à sua preservação, aspetos que mereceram a total concordância dos responsáveis da APA e que já estão a ser trabalhados no Plano Municipal de Ambiente que se encontra em elaboração”. PUB
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