Terça-feira, 21.12.2021 | € 1,00
Vinho Arvad, a nova ‘pérola’ do Arade
Quinzenário | Ano VII | Nº 169 | Diretor: Rui Pires Santos
Com vista para o rio, nasceu na freguesia de Estômbar mais um produtor vinícola. P8-9
Basquetebol da ACD Ferragudo dá projeção ao concelho
POLÍTICA Águas da Cruz lidera Assembleia da AMAL P6 ENTREVISTA Luís Bentes exige mais atenção para Porches P10 CULTURA ‘Diferente-Mente’ promove inclusão com espetáculos P16 PUB
Projeto iniciado em 2020, liderado pelo técnico José Calabote, colocou equipa feminina na I Divisão Nacional. A aposta está a ter impacto também nos escalões de formação, criando uma nova dinâmica. “Tridente clube/academia/município” resulta, destaca Manuel Noites, diretor da ACD. P12-13
Dança: Stam cresce e precisa de sede
Município mantém-se entre os melhores na eficiência financeira
Falta de um espaço próprio limita ambições, ainda que associação tenha ganho visibilidade.
Anuário dos Municípios Portugueses coloca Câmara em segundo lugar no ranking nacional e em primeiro no Algarve. P3
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LAGOA INFORMA // Terça-feira, 21.12.2021 // Nº 169
P2 // PÁGINA DOIS EDITORIAL • Rui Pires Santos
Orgulho lagoense Chegamos ao final do ano com mais uma edição de Natal do Lagoa Informa, que apesar da pandemia conta com boas notícias. Lagoa e os lagoenses continuam a brilhar e a mostrar a sua qualidade, empenho e dedicação nas mais diversas áreas. No desporto, a Associação Académica da Bela Vista (AABV), a Che Lagoense, o Universo dos Mistérios, os Castores do Arade, a ACD Ferragudo ou o Lagoa Académico Clube, só para citar alguns, continuam a obter bons resultados coletivos e individuais nas diversas modalidades, contribuindo assim para divulgar a marca Lagoa e mostrar o trabalho de mérito que se faz neste concelho. Rui Guerreiro (AABV), campeão nacional de veteranos mais de 50 é um dos mais recentes vencedores. Não é um desportista do concelho, mas treina cá e não deixa de ser um exemplo para os novos, mas também para os mais velhos. Manuel Rodrigues, um verdadeiro campeão lagoense, tem também somado vários títulos nacionais e regionais este ano. Mas são mais: Alexandre Bernardo e Bernardo Atilano (Che Lagoense - bandminton) e Pedro Catrocho, Pedro Godinho e Daniela Alexandre (Universo dos Mistérios - bandminton) são apenas mais alguns exemplos. Outros há que estiveram ao serviço da seleção nacional em inúmeras modalidades e outros ficam por citar ou não haveria linhas neste espaço para descrever o seu trabalho.
Cantinho da Poesia Muito se fala do Natal Mês de dezembro a chegar Dias curtos são sinais No Natal prendas pagar Coisas simples! Especiais.
O bulício e corrupio Para as casas decorar É o maior desafio Todos podem concordar.
As ruas já iluminadas O Natal se vai celebrar Decorações esmeraldas Com magia a dobrar.
Festa com tranquilidade Com bebidas e iguarias Uma quadra de verdade Com muito amor e alegrias.
Há constrangimentos Inerentes à pandemia Que merecem sentimentos Motivada da epidemia.
Um Natal bem festejado Com presentes de Natal Um pouco por todo o lado De norte a sul de Portugal.
Nesta quadra natalícia Com o conforto do lar Com bem-estar sem malícia No ambiente familiar.
Deodato António Paias
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Na cultura, a Artis 21 e a associação Ideias do Levante têm protagonizado espetáculos de grande qualidade, produzidos no e para o concelho, despertando-nos para a cultura. A 'nossa' Luana Velasquez continua a espalhar talento por cá e além fronteiros com a sua voz. Também a nível político registaram-se boas notícias: o município está entre os melhores a nível nacional na eficiência financeira e Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal, foi eleito, em novembro, presidente da Associação dos Municípios Portugueses de Vinho (AMPV). Já em dezembro, foi a vez de José Águas da Cruz ser reeleito presidente da Assembleia Intermunicipal da AMAL. Por isso, tentemos olhar para o que de melhor se vai passando ao nosso redor e não ver só a pandemia, ainda que tenhamos de manter todos os cuidados. Este não foi um ano fácil para muitos e terá sido, porventura, dos mais complicados destes últimos dois. Ainda assim, é preciso persistir, acreditar e seguir caminho, porque se não acreditarmos em cada um de nós, no melhor que temos, apoiando os que estão por perto, 2022 não poderá ser melhor. Votos de um Feliz Natal e que 2022 seja um ano mais positivo.
Lagoa Natal Um tempo de magia…
LAGOA ACONTECE - NATAL 2021
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LAGOA INFORMA // Terça-feira, 21.12.2021 // Nº 169
ABERTURA // P3 DADOS RELATIVOS AO ANO 2020
Anúncio feito a 14 de dezembro
Lagoa no topo nacional da eficácia e eficiência financeira
Bon Bon mantém estrela Michelin
Município é segundo no ranking global dos municípios de média dimensão é o primeiro no distrito de Faro.
Através da medida ‘Contrato de Emprego Inserção +’
O restaurante Bon Bon, situado nas Sesmarias, em Carvoeiro, manteve a sua estrela Michelin, de acordo com o guia divulgado, a 14 de dezembro, pela Michelin. Apesar da mudança de ‘chef’, com a chegada de José Lopes no início de 2021, Nuno Diogo, proprietário e mentor do projeto Bon Bon, manteve o nível de excelência. Ainda no concelho de Lagoa, o Ocean, no resort Vila Vita, com o conhecido 'chef' Hans Neuner, manteve as duas estrelas. Em Portugal, são já 33 os estabelecimentos com esta distinção.
Autarquia integra cidadãos com deficiência KÁTIA VIOLA
A Câmara Municipal recebeu a 2 de dezembro o sétimo munícipe integrado através da medida ‘Contrato de Emprego Inserção +’, destinada a pessoas com Deficiência e Incapacidade. O funcionário, residente no concelho, iniciou funções na Divisão de Desenvolvimento Económico. A autarquia tem vindo a assumir como prioridade nas suas práticas a criação de condições para a plena integração socioprofissional e participação das pessoas com deficiência. Desde 2019, já integrou, com o apoio do Instituto do Emprego e Formação Profissional, vários cidadãos com diversas tipologias de deficiência.
Mais de 22 toneladas
Intermarché angariou alimentos
A autarquia liderada por Luís Encarnação continua com boas contas
A
Câmara de Lagoa é a segunda classificada no ranking de eficácia e eficiência financeira entre os concelhos de média dimensão a nível nacional (entre 20 mil a 100 mil habitantes), de acordo com o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses apresentado este mês relativo ao ano de 2020. É ainda o quarto melhor entre todos os concelhos portugueses, de grande, média e pequena dimensão. Uma boa notícia para um concelho que, assim, se mantém na linha dos bons resultados obtidos nos últimos anos. Além destes resultados, Lagoa destaca-se ainda como o município com melhor índice de dívida total, entre todos a nível nacional, além de ser o terceiro com a
maior independência financeira na lista geral, que integra concelhos de todas as dimensões. O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses relativo a 2020 atribui a pontuação mais elevada ao concelho de Abrantes, com 1497 pontos, seguido de Santa Maria da Feira, com 1475. Em terceiro lugar aparece Sintra, com 1469, e em quarto lugar Lagoa, com 1467 pontos, sendo os melhores na eficácia e eficiência financeira, entre os 308 municípios portugueses. “Este resultado é o espelho da gestão rigorosa das finanças da autarquia, que tem vindo a ser realizada por este executivo. Alcançar o segundo lugar no ranking de concelhos de média dimensão, bem como o primeiro
como o município com melhor índice de dívida total, entre todos os portugueses, bem como o terceiro com a maior independência financeira, num ano difícil como o de 2020, devido à covid-19, só pode ser um motivo de orgulho para todos os lagoenses”, salienta Luís Encarnação, presidente da Câmara local. O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2020 resulta de um trabalho em equipa que envolve o Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade (CICF) do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e o Centro de Investigação em Ciência Política (CICP) da Universidade do Minho. São integrados na lista geral os concelhos portugueses de todas as dimensões.
Para ‘Não deixar este prato vazio’ no Natal, o Intermarché angariou mais de 22 toneladas de diversos alimentos, de 25 de novembro a 8 de dezembro, no âmbito da campanha solidária do Banco Alimentar Contra a Fome. A insígnia alimentar do grupo 'Os Mosqueteiros' voltou a juntar-se a esta iniciativa para auxiliar as famílias mais carenciadas. Depois de, em junho, ter angariado mais de 30 toneladas de diversos alimentos, com o apoio de todos os que se associaram a esta causa, o Intermarché contribuiu com a recolha de mais de 22 toneladas de alimentos nas suas lojas. Assim, só em 2021, a marca doou mais de 50 toneladas de produtos para o Banco Alimentar.
Em Moncarapacho
Manuel Rodrigues e Deolinda Lopes campeões regionais de montanha Na senda dos bons resultados, a Associação Académica da Bela Vista disputou, a 8 de dezembro, o Campeonato Regional de Montanha, que se realizou em Moncarapacho, com a subida ao Serro de São Miguel. A AABV fez-se representar com nove atletas de ambos os géneros, alcançando, a nível coletivo, a quarta posição da geral. Individualmente, destacaram-se os títulos de campeão regional de Manuel Rodrigues e de Deolinda Lopes, no escalão Vet. V femininos. A juntar a estes, soma-se o título de vice-campeã regional de Isa Parreira, no escalão Vet. I femininos. PUB
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LAGOA INFORMA // Terça-feira, 21.12.2021 // Nº 169
P4 // SOCIEDADE D.R.
EM REUNIÃO COM O PRESIDENTE DA CÂMARA
PSD apresentou propostas para orçamento municipal Encontro no âmbito da audiência prévia aos partidos, do direito de oposição, sobre o Orçamento e Grandes Opções do Plano 2022. CM LAGOA
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PSD Lagoa apresentou, a 6 de dezembro, um conjunto de propostas ao executivo da Câmara Municipal, que está a ultimar o orçamento da autarquia e as Grandes Opções do Plano para 2022, e que deverá ser aprovado em Assembleia Municipal, a 29 de dezembro. Em nota enviada às redações, os social-democratas sublinham que as prioridades do documento devem passar pela “reabilitação da rede de águas, habitação para arrendamento acessível, mobilidade, estacionamento, reabilitação urbana, apoio ao desenvolvimento económico” e sugerem um conjunto de medidas concretas para valorizar o orçamento. “Reforço da limpeza urbana e vias de comunicação, reforço na política ambiental, com a implementação de equipamento, sensibilização para as questões da importância da reciclagem e racionamento dos recursos naturais disponíveis, construção de parques urbanos e requalificação das áreas existentes, prioridade à remodelação e substituição de condutas de abastecimento de água e aumento da rede de esgotos”, são algumas das propostas apresentadas pelo Partido Social Democrata. A habitação também não foi esquecida e é referida como uma das grandes prioridades, através da “implementação de políticas efetivas de incentivo à reabilitação do edificado urbano para ar-
Sessão a 11 de dezembro
Bloco de Esquerda apresentou cabeça de lista às legislativas em Lagoa O Bloco de Esquerda esteve em peso em Lagoa a 11 de dezembro. O partido escolheu o concelho para apresentar o seu cabeça de lista pelo Algarve´, José Gusmão, às eleições legislativas de 30 de janeiro. O encontro decorreu no auditório do Convento de São José e contou com a participação de Catarina Martins, líder dos bloquistas, João Vasconcelos, ex-deputado, conhecido militante do BE e mandatário desta candidatura, e Jorge Ramos, líder da concelhia de Lagoa. João Vasconcelos elencou os objetivos do Bloco para o Algarve nas próximas legislativas, vincando “a importância de voltar a eleger um ou mais deputados para continuar a afirmar uma alternativa de esquerda”. Catarina Martins focou o seu discurso no “desvio de capitais para as 'offshores', com o grave prejuízo para o país, algo que é elaborado pelos grandes escritórios de advogados e que, após todos os escândalos, demonstram a fuga permanente e os crimes que escondem. O país deve perseguir e capturar esse imenso volume de dinheiro desviado, que, só no passado ano, em Portugal, correspondeu a 1300 milhões de euros”.
Reabilitação urbana é um dos focos dos social-democratas rendamento e habitação própria”. O partido sugere ainda “a construção de habitação para arrendamento acessível em Porches e Ferragudo”. Mobilidade Ao nível da mobilidade concelhia, o PSD defende “a criação de um circuito interurbano de transportes públicos municipal, estacionamento automóvel na vila da Praia do Carvoeiro” e estacionamento na cidade de Lagoa, através da construção de um “silo subterrâneo na Praceta Jacinto Correia”.
Sugere ainda, entre outras intervenções ou projetos, as requalificações da Rua Direita, em Porches, e da Estrada do Farol, em Carvoeiro. Estas foram algumas das propostas de um vasto pacote entregue ao executivo municipal, que o “PSD considera fundamentais para o desenvolvimento do concelho” e que estão “claramente identificadas com o seu programa de governança, defendidas nas eleições autárquicas 2017 e reforçadas nas realizadas em 2021”. PUB
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PSD e PS escolheram militantes lagoenses
Joaquim Cabrita e Luís Veríssimo estão nas listas a deputados Dois políticos lagoenses integram as listas às próximas eleições legislativas, marcadas para 30 de janeiro de 2022. Por um lado, o Partido Social Democrata (PSD) escolheu o advogado Joaquim Cabrita para integrar o grupo de candidatos pelo Algarve, por outro, o Partido Socialista (PS) indicou o arquiteto Luís Veríssimo. Pelos social-democratas, o deputado municipal, que também já foi presidente da concelhia e que tem um percurso de destaque na política lagoense, irá em 14º lugar na lista de Luís Gomes, ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António. Já Luís Veríssimo, que já foi deputado na Assembleia da República e presidente da Junta de Freguesia de Ferragudo, será 13º na lista encabeçada por Jamila Madeira, ex-secretária de Estado da Saúde. PUB
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LAGOA INFORMA // Terça-feira, 21.12.2021 // Nº 169
P6 // SOCIEDADE LAGOENSE MANTÉM-SE NO CARGO
Águas da Cruz reeleito líder da Assembleia da AMAL D.R.
Autarca estará em funções entre 2021-2025.
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osé Águas da Cruz, presidente da Assembleia Municipal de Lagoa, foi reeleito, a 6 de dezembro, presidente da Assembleia Intermunicipal da AMAL (Comunidade Intermunicipal do Algarve). A eleição realizou-se no Teatro das Figuras, em Faro, e a lista proposta pelos grupos do PS e PSD foi eleita com uma maioria expressiva de 73% dos votos - 35 a favor, quatro contra e nove em branco. Foram ainda eleitos Tiago Botelho Martins da Silva, para o cargo de vice-presidente, e Célia Maria Marques da Rosa Paz, para secretária, que vão estar em funções entre 2021-2025. José Manuel Correia Águas da Cruz, que já desempenhava as funções de presidente na As-
sembleia Intermunicipal desde dezembro 2020, agradeceu o voto de confiança. “Os próximos anos serão decisivos para o país, e particularmente para o Algarve, e é fundamental que colaboremos todos na busca das melhores soluções para a região. Esta Assembleia deve ser o fórum de discussão das questões mais prementes para o desenvolvimento da região, nomeadamente no que diz respeito às alterações climáticas, à mobilidade, à transição digital, à eficiência hídrica e energética, e à gestão das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). É fundamental que a Assembleia Intermunicipal, onde estão representados os 16 municípios do Algarve, tenha a sua voz, dê corpo à palavra ci-
O eleito defende que os próximos anos serão decisivos para o Algarve dadania e continue a pugnar pela defesa da região”, salientou o novo presidente. A Assembleia Intermunicipal da AMAL é constituída por
58 membros, eleitos por cada uma das assembleias municipais dos 16 municípios, sendo que destes estiveram presentes nesta reunião e tomaram posse 48 membros.
DIRETOR: Rui Pires Santos REDAÇÃO: Ana Sofia Varela COLABORADORES: Hélio Nascimento PAGINAÇÃO: Vanessa Correia FOTOGRAFIA: Eduardo Jacinto, Kátia Viola DEPART. COMERCIAL: Hélder Marques . 914 935 351 PROPRIEDADE E EDITOR: PressRoma, Edição de Publicações Periódicas, Unip. Lda. – Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto, 8400-417 Lagoa CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Rui Pires Santos DETENTOR DO CAPITAL 100% Rui Pires Santos NIF: 508 134 595 DEPÓSITO LEGAL Nº: 94540/15 SEDE DE REDAÇÃO: Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Dto., 8400-417 Lagoa EMAIL: lagoainforma@gmail.com Nº REGISTO ERC: 126668 TELEFONE: 282 381 546 967 823 648 IMPRESSÃO: LUSOIBÉRIA, Av. da República, nº 6, 1.º Esq. 1050-191 Lisboa TIRAGEM: 3.000 exemplares PERIODICIDADE: Quinzenal ESTATUTO EDITORIAL: http://algarvevivo.pt/sobre-nos/
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P8 // ECONOMIA UM DOS PROJETOS VINÍCOLAS MAIS RECENTES DO CONCELHO SITUA-SE À BEIRA RIO
Arvad, um vinho virado para o Arade Quinta contará com hotel dentro de dois anos. Em 2019, o rosé da marca ganhou uma medalha de ouro numa prova cega realizada pelo prestigiado Fórum de Enólogos. FOTOS: KÁTIA VIOLA
// Rafael Duarte
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om vista para o Rio Arade, nasceu na freguesia de Estômbar mais um produtor vinícola, que coloca já em nove o número de produtores no concelho. Arvad é o nome – inspira-se na história dos fenícios – e quer agora estar bem presente nas mesas dos portugueses, num investimento que atingiu cerca de quatro milhões de euros. “O local onde temos as vinhas é único. O projeto é completo porque também quer apostar no enoturismo. Queremos juntar a experiência de alojamento ao vinho e à natureza”, explica Mariana Canelas, a responsável que coordena a quinta e que apresenta o projeto. Começou por ser uma propriedade dedicada à área da agricultura e agropecuária, mas em 2016 tornou-se produtora de vinho.
Os vinhos da marca têm vindo a ganhar maior notoriedade no mercado do com a localização. Foi assim que acharam que era o sítio ideal para criar uma vinha e avançar
Há 2 500 anos, os fenícios entravam pelo Rio Arade adentro para fugirem dos piratas e utilizavam-no como refúgio, que em fenício se diz Arvad “Pedro Garcia Matos comprou a propriedade há alguns anos com essa ideia, mas acabou por seguir outro caminho. Como é muito amigo do Bernardo Cabral, o nosso enólogo, mostrou-lhe o terreno e ele também ficou apaixona-
com um projeto de enoturismo”, conta. “Onde agora temos a adega, era a vacaria e onde vai ser o hotel era onde estavam os animais”, acrescenta. Decidido qual o caminho a seguir, em 2016, começaram a plan-
Um cenário de beleza natural envolve a propriedade
tar as vinhas e hoje num terreno de 50 hectares, nove já produzem. O nome Para dar a esta ideia o nome adequado, contrataram um historiador para investigar todo o passado daquela área. “Descobriu que há 2 500 anos, os fenícios entravam pelo Rio Arade adentro para fugirem dos piratas e utilizavam-no como um refúgio, que em fenício se diz Arvad. Encontraram o ambiente ideal para fazerem as transações comerciais e foram os primeiros a trazer o vinho dentro das ânforas vinárias. Foi daí que se pensa que o vinho se tenha expandido para o resto do país e, inclusive, para Espanha. Ou seja, foi a partir do Rio
Arade que tudo começou. Decidimos então que Arvad seria o nome que faria mais sentido”, recorda. Uma história que agora querem que esteja bem presente sob o lema ‘Somos um vinho feito do correr desse Arade que é história’. E essa forte referência da marca ao passado tem uma justificação. “Quando dizemos que foi do Rio Arade que começou tudo e que foi assim que o vinho foi para o resto de Portugal ou quando dizemos que no Algarve há das vinhas mais antigas do país ninguém acredita, mas é verdade. Há muitas coisas relacionadas com vinho no Algarve que foram abandonadas por vários motivos e que agora estão a ser recuperadas. A região tem potencial para cres-
A quinta está aberta para a realização de eventos
cer e se afirmar”, salienta. Rótulo dá prémios Quando surge uma marca nova a primeira impressão é muito importante e, por isso, a Arvad contratou grandes nomes para tratarem da imagem da marca e todo o ‘branding’. “A Rita Rivotti inspirou-se nessa história dos fenícios, do Rio Arade e das ânforas para criar o logótipo. Ela tem feito um excelente trabalho e já ganhou alguns prémios com os rótulos da Arvad. Foi ainda nomeada para os ‘Pentawards’, que são os óscares mundiais do design”. E vinho também E por falar em prémios, há dois anos, o vinho ‘Arvad Rosé 2019’ recebeu a aprovação e a Medalha de Ouro numa prova cega realizada pelo prestigiado Fórum de Enólogos. “Foi o primeiro vinho que lançámos e claro que foi uma ótima maneira de começar”. Atualmente, dos nove hectares de terreno, seis são castas de tinto (Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon) e três são castas brancas (Alvarinho, Arinto e Sauvignon Blanc). “A propriedade está exposta aos ventos de Norte, o que permite grandes amplitudes térmicas diárias. Por outro lado, por estar situada nas margens do Rio Arade, beneficia de um clima mediterrâneo com influência atlântica”.
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ECONOMIA // P9 Em crescimento O projeto continua em evolução e já adquiriu mais 12 hectares de vinha, onde começaram a ser plantadas castas de negra mole. “Para um futuro próximo queremos aumentar a produção. Neste momento temos seis referências e vamos aumentar até porque comprámos 12 ânforas de 750 litros. Vamos ter vinho que não é bem da talha, mas que estagiou em ânfora. Ou seja, é a mesma técnica, mas com material tec-
nologicamente mais avançado”, conta Mariana, explicando que o objetivo é “conseguir os mesmos aromas e sabores que a talha, porque o material é barro”. Hotel avança Em simultâneo, a equipa está já a planear a construção de um hotel na propriedade. “Vamos começar a construir muito em breve. Será um projeto de enoturismo virado para o vinho, o rio e a natureza”, refere. A obra deve demorar, pelo me-
nos, dois anos e, até lá, a equipa aproveita para organizar diversos eventos na adega. “Queremos fazer render o espaço e não só com o vinho. Já começámos a organizar eventos e vamos continuar nesse caminho”. Um trabalho que já tem recolhido os seus frutos, segundo Mariana. “O feedback tem sido excelente a todos os níveis. Quem visita a propriedade fica maravilhado com a paisagem, a decoração e a paz que este lugar transmite”.
Mariana Canelas coordena o projeto
LUÍS ENCARNAÇÃO
“Somos dos melhores do mundo” “Há um grande crescimento na quantidade de produtores e na qualidade dos vinhos. Não ficam a dever nada aos de outras regiões. Em provas cegas, os vinhos algarvios são muito bem pontuados. Então, se estão entre os melhores do país e os melhores do país estão entre os melhores do mundo, nós somos dos melhores do mundo”, afirma com orgulho Luís Encarnação, presidente da Câmara de Lagoa. O autarca lembra ainda a importância do trabalho que tem
sido feito pelas diversas entidades nos últimos anos, constatando que, cada vez, surgem mais marcas de vinho no Algarve, e em particular em Lagoa. Recorda, aliás, que o município já tem história nesta área. “Lagoa tem uma forte tradição vinícola. Temos registos de produção com quase dois mil anos, por isso, faz parte da nossa identidade. Agora, queremos recuperar essa identidade”, salienta. Nesse sentido, uma importante distinção foi, em 2016,
quando Lagoa foi 'Cidade do Vinho'. “Foi o ponto de partida para o desenvolvimento que o concelho tem vindo a verificar. Em 2016, tínhamos três produtores e agora temos nove”. A Arvad é um dos projetos mais recentes e vem aumentar a produção vinícola na região, mas a ideia vai além da produção do vinho. “É muito bem-vinda não só pelo vinho produzido, mas, sobretudo, porque é um projeto de enoturismo num sítio idílico, perto do rio”, destaca o presidente da
Câmara, que lembra a importância deste tipo de iniciativas para combater a sazonalidade. “Infelizmente, vivemos bastante a sazonalidade e, por isso, importam as estratégias que combatam essa realidade. O enoturismo é uma boa opção, tendo em conta que quem viaja com a motivação do vinho fá-lo em qualquer época do ano. E a Arvad tem essa particularidade porque reforça a oferta turística, numa localização inesperada. Não é na linha da costa, mas mais chegada à natureza”. PUB
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P10 // ENTREVISTA LUÍS BENTES, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA
“Porches tem estado ao abandono há mais de 20 anos” Autarca diz que freguesia está “parada” há muito tempo. Lamenta não conseguir concretizar mais projetos, justificando que a decisão não está nas suas mãos. Reconhece que hoje há mais atenção da Câmara, mas ainda está longe de ser suficiente. LAGOA INFORMA
grandes projetos, nas intervenções de fundo, não basta numa reunião dizer que sim e depois não passar disso. Por exemplo, até 2016 fazíamos reuniões com a Câmara Municipal a cada seis meses para haver uma proximidade e fazer um levantamento das necessidades da freguesia. Mas só ouvia sim e depois nada acontecia. Por isso, deixei, nesse ano, de ir a esses encontros. Era tempo perdido. Acha que a freguesia tem ficado para trás? Acho que Porches está ao abandono há mais de 20 anos. É preciso olhar para Porches de uma forma diferente. A Câmara Municipal, desde sempre, nunca olhou por esta freguesia e no tempo do PSD não se fez nada. Aliás, nessa altura fizeram uma lixeira em Porches e quando houve a explosão habitacional, no início de 2000, não se lembraram da freguesia. Nem um projeto que houve aqui, a não ser o bairro social. Antes, construiu-se o Centro de Saúde e o polidesportivo e mais nada. Por isso, não houve crescimento e evolução em Porches. Já vem de há muito tempo.
Luís Bentes pede à autarquia mais atenção para a freguesia // Rui Pires Santos
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onquistou a Junta de Freguesia de Porches em 2013, depois de muitos anos de PSD no poder. Ao Lagoa Informa, Luís Bentes, a entrar no terceiro e último mandato, faz um balanço do trabalho realizado, das dificuldades em concretizar e do que gostava de deixar feito até cessar funções. Este será o seu último mandato à frente da Junta de Freguesia. O que espera concretizar até 2025? Tudo o que planeámos quando me candidatei em 2013, na altura com um plano a 12 anos. E desse plano que tinha que tem inúmeros projetos, admito, talvez apenas uns 20 por cento esteja feito. Sinto-me impotente por não ter conseguido realizar o que propus.
E porquê? Desses 30 por cento de projetos, a maior parte era da exclusiva competência da Junta de Freguesia e por eles posso responder. O restante já não depende só de nós, é preciso o apoio da Câmara Municipal. As coisas não evoluíram sempre bem… primeiro foi a minha relação com o anterior presidente, Francisco Martins, que não foi a mais indicada e acabámos seriamente prejudicados. Depois meteu-se a pandemia e, basicamente estes últimos dois anos, resumiu-se ao combate à covid-19. Com o novo presidente, Luís Encarnação, estou na expetativa, mas mais otimista pelas últimas conversas. Mas sente falta de apoio da Câmara? O município apoia-nos sempre que pedimos, isso é verdade. Mas nos
E continua a ficar? Nos últimos anos fez-se o parque de estacionamento na Sra. da Rocha, a casa mortuária em Porches, o ramal de esgotos do Sobral de Cima, a pavimentação de algumas estradas e a mudança da Junta de Freguesia com a criação do espaço do cidadão. Mas o que a Câmara tem ajudado está longe de ser suficiente e cada vez temos um fosso maior em relação às outras freguesias. Sinto que sempre fomos e continuamos a ser o ‘patinho feio’ do concelho, isto apesar de termos quatro grandes hotéis na freguesia e mais de 25 aldeamentos. O que é fundamental fazer nestes quatro anos? É importante requalificar o promontório da Nossa Sra. da Rocha. Se não nos precavermos e travarmos a erosão, vamos acabar por perder a Ermida e parte daquela zona que é um ex-líbris da freguesia e do concelho. Esse é um processo longo, que vem de há anos, e que não está só nas mãos da
Junta de Freguesia e da Câmara. Depende também Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e do Ministério da Cultura. Como está o processo neste momento? Está parado. Na última reunião, realizada com a APA e a Câmara, a 25 de novembro, sobre outro tema, abordei esta questão e a APA disse-nos que havia uma linha de apoio a que nos podíamos candidatar para obter verbas para o projeto. Agora acho que está dependente da Câmara. E outros projetos? Ainda na Senhora da Rocha, é importante requalificar a zona dos pescadores. Aqui temos a maior e a melhor unidade hoteleira do concelho, mas não há um plano de mobilidade a condizer. Não temos aquela área devidamente cuidada e as pessoas continuam a andar em passeios de terra batida. E na vila de Porches? Aqui a intenção é criar habitação a custos controlados, que nos traga pessoas novas, jovens casais com filhos. Finalmente foi feita aquisição pela Câmara de um terreno junto ao depósito de água, um processo que andava ‘embrulhado’ há uns quatro anos. Falta agora avançar com a construção para que seja uma realidade ainda neste mandato. Temos de ter também um plano de ordenamento e mobilidade para Porches, criando passeios dentro da parte mais antiga da vila, enterrar cabos elétricos e de comunicações e renovar uma parte das condutas de esgotos e de águas, algumas com mais de 40 anos. Projetar uma rede de esgotos para a estrada E530-1 de Porches até aos Alporchinhos, da Charnequinha e da Rua dos Areeiros. A Rua Direita continua a ser um problema. Houve um projeto que previa apenas um sentido de circulação e que não gerou consenso. Esse processo foi mal conduzido. Não se pode apresentar um projeto em vésperas de eleições, como aconteceu em 2017, e fazer um período de experiência de altera-
ção de trânsito em julho ou agosto, na altura de maior turismo. Logo aí o projeto ficou marcado. Gostava que se fizesse a requalificação da artéria, mantendo o traço tradicional. Mas enquanto isso não avança, temos uma ideia que vamos concretizar, porque essa depende de nós. Que é? Sempre foi nossa intenção criar uma bolsa de estacionamento na rua e, a partir daí, várias situações de circulação podem ser estudadas. A Junta está a tentar adquirir um terreno que faz a ligação entre a Rua Direita e a Rua da Igreja, para aí fazer uma zona de estacionamento. Como está esse processo? Estamos em negociações. Pedimos já a avaliação do terreno e o levantamento topográfico e acredito que vamos concretizá-lo. A Casa da Chaminé já está concluída? Sim. Comprámos a metade da casa da Chaminé que estava em falta. Já foi remodelada com um investimento de mais de 70 mil euros por parte da Junta e agora vamos tentar abrir ao público no Verão durante a parte da tarde, numa parceria com a Câmara Municipal, que assegurará a rotação de exposições que estejam noutros espaços culturais do concelho. A nível cultural e associativo Porches tem entrado num estado de decadência. Há pouca participação e interesse da população? Não há pouco interesse ou participação, há é pouca população, sobretudo jovem. Grande parte dos nossos habitantes são idosos e estão numa idade em que têm menos capacidade para participar. O que existe a nível cultural é porque há quatro ou cinco pessoas, os chamados ‘carolas’, que vão tentando fazer algo, como as Festas de Porches, da Sra. da Rocha ou do Caracol. Falta-nos gente nova para participar, daí o nosso principal problema ser a habitação. Se não injetarmos população nova na vila nos próximos quatro anos, vai ser complicado dar dinâmica e vida a esta vila no futuro.
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LAGOA INFORMA // Terça-feira, 21.12.2021 // Nº 169
P12 // REPORTAGEM TREINOS DO BASQUETEBOL NA NAVE DA ACD COMEÇAM ÀS 6H30 DA MANHÃ E A PARTE ESCOLAR ESTÁ GARANTIDA
Academia de Calabote projeta Ferragudo para outra dimensão A presença da equipa sénior feminina na I Divisão Nacional ajuda a potenciar a iniciativa do treinador e coordenador da modalidade, numa perspetiva de desenvolvimento, qualidade e captação. FOTOS: ANA SOFIA VARELA
A boa disposição nas sessões de trabalho está patente nesta imagem, com José Calabote e um grupo de atletas // Hélio Nascimento
A
dinâmica da Associação Cultural e Desportiva de Ferragudo, em termos de basquetebol, está imparável! Não há volta a dar. E não é para ser ‘simpático’ que o Lagoa Informa avança com este elogio, já que, se o quiser comprovar, basta deslocar-se à Nave Desportiva, em cujo pavilhão os treinos começam por volta das 6h30 e prolongam-se até
perto das 23h00. O professor José Calabote, que cumpre a segunda época no clube, é o rosto deste ambicioso projeto, por sinal – ou talvez não – a coincidir com a primeira presença de uma equipa sénior na I Divisão dos Campeonatos Nacionais, no caso a feminina. O fantástico ‘alvoroço’ está relacionado com a parceria estabelecida entre o clube, a Bic Academy Calabote e a Câmara
São já 38 os anos de carreira como treinador, os dois últimos na ACD
Municipal de Lagoa. Uma ideia antiga, lançada agora, no início de setembro, a qual nem foi muito publicitada, porque, no entender do coordenador da modalidade e treinador das seniores, é preferível ir “passo a passo”. E o que é, então, esta Academia? “É algo fundamental para desenvolver o basquetebol, aumentando a qualidade e captando mais atletas, só possível graças ao apoio da Câmara, na pessoa do seu presidente”, explica José Calabote. Ao todo, são 24 os jovens, de todos os escalões da formação, que estão fora da família. Acompanhados por tutores, iniciam os treinos às 6h30, depois de um pequeno-almoço ligeiro, tomam banho, voltam a comer e seguem para as escolas, sempre supervisionados pelos técnicos da ACD, que os conduzem aos respetivos estabelecimentos de ensino. Depois das aulas têm horários específicos de estudo e, claro, mais sessões de treino. “Ao domingo enviamos um microciclo do trabalho, em processo individualizado. Têm a gestão da carga horária escolar, os apoios extraescola, incluindo ‘explicações’ se necessário, de modo a que con-
ciliem o desporto e o estudo. Os treinadores, que são seis e também vieram de fora, têm disponibilidade total. Essa era uma das dificuldades para arrancar com o projeto, porque é preciso um foco a 200 por cento”. “É trabalho, não é demagogia” A atividade é para ambos os géneros (masculinos e femininos) e para os vários escalões, na tal interação entre a ACD Ferragudo, Academia e município. “Só assim podemos fazer este volume de trabalho e os atletas que não estão na academia têm igualmente trabalho específico orientado”, prossegue José Calabote, um barreirense de 53 anos que é uma figura da modalidade. “As atletas da equipa feminina sénior treinam mais do que uma vez por dia. Nem todas estão na academia, mas as que trabalham e estudam fora têm também oportunidade de treinar uma segunda vez num horário específico. Temos espaço para todas, com treino individualizado, físico e técnico”. Os atletas que não têm aulas de manhã começam a preparação por volta das 10h30. “Temos sem-
pre tudo organizado. Através dos tais microciclos que recebem ao domingo, ficam a saber qual vai ser o plano da semana”, assinala o mentor, com a matéria devidamente pormenorizado, o que leva a reportagem do Lagoa Informa a questionar se tudo isto não será uma autêntica ‘pedrada no charco’ no basquetebol português? “Muita gente diz que pensa fazer ou diz que faz, mas na realidade não é bem assim. Nós fazemos mesmo. Os outros, tenho dúvidas que o façam”. José Calabote costuma dizer, em relação aos ‘campus’ que organiza, que os jogadores entram de uma maneira ao domingo e saem de outra ao sábado. “É trabalho, não é demagogia, é um trabalho efetuado de forma séria, que ajuda a perceber porque se evolui tanto numa semana. A carga horária é dura, mas depois surge a recompensa”, garante o técnico, que continua a ter lotação esgotada todas as semanas de ‘campus’. E em todos os anos. “O nosso marketing é fraquíssimo… se fosse agressivo e funcionasse, não sei onde nós estaríamos. Assim, é passar palavra boca a boca”. Uma parceria fundamental Estes ‘campus’ que Calabote organiza há 18 anos (em 38 de carreira de treinador) costumam realizar-se no Colégio Calvão, distrito de Aveiro, e estão sempre esgotados. O prestígio é tanto que, recentemente, recebeu convites para os efetuar na Roménia e em Espanha, mas a pandemia não deixou. É todo este ‘background’ e conhecimento profundo da modalidade que o leva a querer sempre mais. “A parceria com a Câmara Municipal é fundamental para este crescimento desportivo da pouca população que temos. Vamos captar e trazer mais gente para uma realidade diferente”, promete, confirmando que o quartel-general da ACD está sempre montado na Nave de Ferragudo, embora, de vez em quando, possam decorrer atividades em outros pavilhões do concelho. “Não é fácil, em termos logísticos, porque há dias em que an-
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REPORTAGEM // P13 damos sempre de um lado para o outro, inclusive para o transporte dos atletas. Mas quem corre por gosto nunca se cansa”. A ACD tem cerca de 120 jogadores, mas quer voltar, rapidamente, às duas centenas, a exemplo de um passado recente, que foi, entretanto, ‘atraiçoado’ pela pandemia. “Aguardamos uma retoma e faço um apelo para que voltem, em prol de um bom desenvolvimento e formação a nível geral das crianças, na parte escolar, familiar e na
disputar a I Divisão nacional. “O trabalho vem encadeado do ano passado, quando nos candidatámos a subir de escalão e conseguimos. Agora, é dar seguimento, na parte coordenativa, nos femininos e sem esquecer os masculinos, apontando jogadores para o topo”, realça o treinador, frisando que a equipa sénior masculina é também uma aposta forte, muito embora os holofotes do público estejam mais virados para o conjunto feminino, “esta época
Os jovens que frequentam a academia estão fora da família e são acompanhados por tutores. Iniciam os treinos às 6h30, alimentam-se, tomam banho e seguem para as escolas, sempre conduzidos e supervisionados desportiva. A nossa preocupação é para que tudo funcione bem, inclusive na carga escolar e no acompanhamento. É um conforto para os pais saber que os filhos estão bem entregues e passam uma hora a fazer desporto”, um ideal extensivo a todas as modalidades, seguindo o projeto da Câmara. A coletividade de Ferragudo tem muitas equipas em atividade, como é habitual: sub-12 e sub-10 de ambos os géneros, sub-14, sub16 e sub-19 femininas, equipa B e A de seniores femininas, sub-16 que jogam nos sub-18 masculinos e os seniores masculinos, que disputam a II Divisão Nacional e cuja base assenta na formação. Objetivos renovados para competir ao mais alto nível Eis-nos então chegados a um dos pontos incontornáveis da reportagem, precisamente a equipa sénior feminina, pela primeira vez a
com jogadoras novas”. A ideia é levar a bom porto o projeto e “solidificar os nossos objetivos, a nível geral, nos dois géneros”. Calabote reconhece a “maior visibilidade no feminino, pela presença no Campeonato Nacional”, falando, na circunstância, de um “trabalho mais complicado e com mais dificuldades”. Apesar disso, prossegue, a adaptação tem sido boa e “os obstáculos têm sido ultrapassados, diariamente, com objetivos renovados, para competir ao nível mais alto”. Sobre as dificuldades, revela que a maior parte das jogadoras nunca tinha competido a este nível. “Temos duas ou três com essa experiência, que acrescentam um nível mais forte e minimizam lacunas. E o que conseguimos é derivado ao volume e qualidade de trabalho, de outra forma era impossível competir, até porque o grupo é curto e tem muitas jo-
vens, sempre dispostas a evoluir para se aproximarem da realidade atual”. A realidade desta I Divisão é diferente “a nível técnico e tático, coletivo e individual, frente a equipas mais experientes, com várias internacionais e mais do que uma estrangeira”, mas os objetivos, garante, são claros: ficar nos quatro primeiros lugares da zona sul para tentar subir de divisão. “Se ambicionarmos outra coisa vamos descer”. Prata da casa mais enquadrada A ACD Ferragudo conservou a base e reforçou-se com quatro jogadoras, “mais experientes e que nos dão outros argumentos”, para colmatar as citadas diferenças. “Seria irreal manter o grupo do ano passado, seria até estragar tudo o que estava a ser feito”, embora a ‘prata da casa’ esteja agora muito “mais enquadrada, face às exigências”. Neste contexto, Rafaela Fernandes, Mónica Barroso, Mariana Amaro, Maria Pedro, Leonor Neves (todas algarvias), Ana Granja, Sara Dias, Inês Monteiro e a norte-americana Janesha Guen transitam da última época, sendo que
Manuel Noites: “Salto qualitativo e sustentado” “Estamos numa fase embrionária, que arrancou em setembro, mas o projeto é ambicioso e tem pernas para andar”, considera Manuel Noites, o diretor de todo o basquetebol da ACD Ferragudo, enfatizando o “tridente clube/academia/município”. O dirigente confirma o “salto qualitativo e sustentado” que levou à presença das seniores femininas na I Divisão Nacional e quer fazer o mesmo com os seniores masculinos, que, sublinha, “estão no bom caminho”. O outro desafio, a breve prazo, é aumentar para 200 os praticantes, “número que já tivemos e que vamos certamente repetir”. A terminar, Manuel Noites faz questão de deixar “uma palavra especial ao José Calabote, que veio mexer com tudo, sobretudo em termos de mentalidade, modelo e dinâmica”.
as ‘novas’ são a brasileira Marília, Fatumata Baldé, Ana Santos e Filipa Marques. “Volto a frisar que temos as portas abertas. É preciso dizer ‘não’ a uma sociedade obesa, apostando na interligação entre escolas e clubes. Só assim conseguiremos viver numa sociedade mais saudável e com outros níveis de perspetivas futuras”. Tudo indica, na circunstância, que a ACD tem o futuro nas mãos. José Calabote sorri, com alguma cumplicidade à mistura, e é pru-
dente no comentário final. “Esperemos que sim, com foco e trabalho e muitas parcerias nesse sentido. Apostamos todas as fichas para que tudo corra pelo melhor e que para este trabalho, que tem sido feito e saído do corpo, nos deixe satisfeitos. São inúmeras horas de dedicação, inclusive fora do pavilhão. Precisamos de maior ajuda e de mais gente, que não olhe para o nosso umbigo, mas, sim, para o dos outros, com total foco no crescimento geral”.
vezes um terceiro treino. Temos todas as condições para chegar ao topo”, vinca Filipa, que, como
se calcula, quase ‘vive’ na Nave, treinando com a equipa e dando treino às suas colegas.
FILIPA MARQUES JOGA E AJUDA NA ÁREA DA CONDIÇÃO FÍSICA
“Temos todas as condições para chegar ao topo” Filipa Marques tem 27 anos, é natural da Póvoa de Varzim e chegou este ano a Ferragudo, “convencida e fascinada” pelo projeto que José Calabote lhe apresentou. “O basquetebol faz parte da minha vida”, confessa, numa altura em que está envolvida na área da condição física e de personal trainer, algo fundamental para o convite. “Era uma lacuna do clube e a minha aposta é tipo dois em um, ou seja, jogo e ajudo na preparação”, diz esta base/extremo
que é… médica dentista. “Exerci dois anos e meio, mas, na prática, não me identifiquei com o que fazia”, prossegue Filipa, agora a terminar o curso técnico e pronta a iniciar o estágio de treinadora. Na época passada jogou no Colégio Luso Inglês do Porto, mas atingiu um ponto alto no Guifões, onde foi campeã e atuou na liga profissional. “Tive bons treinadores com quem me identifiquei”, sustenta, falando então de uma boa adaptação a Ferragudo, sobretudo porque a Póvoa também tem
mar, e, “continuar a vê-lo todos os dias, é sinónimo de satisfação”, mais a mais com o basquetebol sempre presente. “Está a ser muito bom. Na parte desportiva não gostaríamos de ter derrotas, mas o caminho é este e temos fortes possibilidade de ficar nos quatro primeiros e passar à segunda fase, para disputar a subida à liga principal. Pela minha experiência? Sem dúvida que acredito! Não é por estar na ACD, mas nós trabalhamos muito mais, com sessões bidiárias e às
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P14 // CULTURA CARRINHA DE TRANSPORTE SERÁ OUTRO DOS OBJETIVOS
Stam ainda ambiciona ter uma sede em Lagoa Aulas de dança neste concelho começaram em 2019 e, com um crescimento sustentado, já foi necessário a associação mudar o espaço onde leciona. Continua, porém, a faltar uma sede para alargar os ‘sonhos’. D.R.
AULAS EM LAGOA Classe babys (3 aos 5 anos) Segundas e quartas-feiras (17h15 às 18h00) EB 2+3 Jacinto Correia Classe kids 6 aos 11 anos) Segundas e quartas-feiras (18h30 às 19h30) ESPAMOL Classe teens (12 aos 18 anos) Segundas e quartas-feiras (19h30 às 20h30) ESPAMOL Aulas de competição Sábados (10h às 12h30) ESPAMOL
Associação tem vindo a aumentar o número de inscritos e a ganhar nome mas ainda não tem posses para comprar uma sede // Ana Sofia Varela
A
associação cultural Stam há cinco anos que procura uma nova sede, depois de ter começado em Porches e ter passado por Armação de Pêra. Em 2019, Tatiana Teixeira, presidente da associação, e Hernâni Neves, presidente da Assembleia, decidiram fixar-se em Lagoa e alargar as atividades a este território. Passados dois anos, já com outra dimensão e mais alunos, os responsáveis continuam a perseguir a ambição de ter a sede na cidade, pois têm vindo a crescer, quer em número de inscritos, quer em tipo de projetos. A associação não tem ainda posses para comprar um imóvel e depende da boa vontade e dos apoios que recebe. Por isso, até um terreno seria bem-vindo, ficando a Stam com a responsabilidade de construir um espaço para todos os jovens da região. Segundo, afirmam, para a construção poderiam recorrer a programas de apoio, ainda que tenham consciência de que não seria um projeto para concretizar a curto prazo. “Sabemos que na possibilidade desse objetivo ser realizado, conseguiremos promover mais aulas, ter mais professores, dar mais conforto aos artistas, professores, pais e alunos, dinamizar
mais as atividades, ter salas de estudo e de workshops”, descrevem. Essa concretização daria à Stam, também, um maior reconhecimento pela comunidade, criando mais interação e interesse em relação aos projetos que desenvolvem, permitiria o alargamento dos horários e uma maior qualidade dos serviços prestados, segundo argumentam. O que, de facto, ambos querem com a sede é tornar a associação cultural num ponto de referência, sobretudo, associado ao hip hop, com a criação de um espaço multicultural, onde possam convidar artistas ligados à cultura para pequenas sessões. O projeto em Lagoa iniciou-se nas instalações do Centro de Estudos e Formação de Lagoa (Cefla), cedidas pela Câmara Municipal, com duas classes, a dos kids e a dos teens. Em março, devido à pandemia, as aulas passaram para o formato online, que só viriam a retomar o regime presencial em junho, na rua, por estar vedada a utilização de instalações desportivas. Em janeiro de 2021, até maio, voltariam a ser encerradas as aulas presenciais, continuando, a partir dessa altura, as duas classes, a dos kids e a dos teens, no ginásio da Escola Secundária Padre António Oliveira Martins Lagoa (ESPAMOL), es-
paço cedido pelo município. Isto porque, entretanto, o volume de alunos em cada classe da Stam não permitia continuar no Cefla. “De ano para ano, a nossa associação tem crescido e, apesar de todo o apoio que temos recebido, enfrentamos duas ‘dificuldades’. Uma é o facto de não termos uma sede, pois dependemos da disponibilidade e horários dos recintos, onde nos encontramos e, muitas das vezes, não conseguimos corresponder às necessidades dos alunos. A segunda é não termos uma carrinha de transporte de alunos, tanto para aulas como para espetáculos ou eventos. Utilizamos as nossas viaturas e, muitas vezes, não conseguimos assegurar o transporte de todos. O desgaste das viaturas começa a transparecer”, explicam. Essa é uma das razões que leva a que estejam a desenvolver um projeto para a aquisição de uma carrinha, que vai ser apresentado a empresas que os responsáveis da Stam consideram que partilham da mesma visão para criar uma parceria, referem. Já a questão da sede, não servirá apenas para a associação, pois a ideia é tornarem-na num espaço cultural, onde os jovens possam encontrar o seu refúgio artístico, treinar, conviver e fazer ‘brainstormings’ com outros ar-
tistas, descrevem. Enumeram, porém, alguns condicionamentos por não terem um espaço próprio. São “reuniões que, muitas vezes, têm de ser feitas em cafés ou na rua, por não haver disponibilidade para estarmos numa sala, entre outras atividades e artistas que pretendemos trazer ao Algarve, mas que, sem um espaço que respire a nossa cultura e que consiga identificar-se com eles, muito dificilmente conseguiremos atingir esse objetivo”, referem. Cláudio Marcos, um dos alunos desta escola refere, aliás, que é necessário um espaço, que seja de “inclusão, cultural onde os jovens serão o exemplo de um aprendizado de partilha”, até porque considera que “a cultura define um povo, os seres individuais e um grupo”. Muito além da dança O que estes jovens estão a desenvolver, é mais abrangente do que o simples ensino de dança. “Estamos a educar e a desenvolver capacidades nos nossos jovens de forma a que se tornem melhores adultos”, garantem. Entretanto, no hip hop já conseguiram algumas conquistas nestes dois anos em que estão em Lagoa. Em outubro, a Stam iniciou a classe de competição e promoveu
o primeiro ‘Exame Teórico de Hip Hop em Portugal’ referente às audições para a equipa de competição da época 2021/2022. No mês passado, devido à procura e atendendo as necessidades da população de Lagoa, a Stam iniciou as aulas dos ‘Baby’s In Motion’, para crianças dos 3 aos 5 anos, no ginásio da Escola EB 2+3 Jacinto Correia, tendo o espaço sido cedido pelo Agrupamento de Escolas ESPAMOL. Ainda no dia 8 de dezembro, a Stam participou num espetáculo em Lisboa e, apesar de se centrarem no Algarve, a associação já está a integrar algumas atividades na região do Porto. Além da dança há diversas iniciativas que promovem relacionadas com a cultura hip hop, como o 'grafitti'. Estiveram com os alunos em Portimão para lhes ensinar mais sobre o ‘stencil’. É ainda exemplo uma palestra a 20 de novembro, em Faro, em parceria com o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), chamada ‘Os Jovens e a Dança’, naquele que foi o primeiro evento fora dos concelhos onde atuam. Crescimento sustentado A associação tem vindo a crescer, tendo, neste momento, 73 alunos divididos pelos concelhos de Lagoa e Silves. A recente abertura
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CULTURA // P15 das classes para crianças dos 3 aos 5 anos leva também à expetativa de aumento. A verdade é que a Stam não se cinge aos números de inscritos, pois, segundo os dados conjuntos com a Direção Regional do Algarve do IPDJ, num ano ‘normal’, entre escolas, creches, palestras e workshops, aulas regulares, privadas e eventos, a associação conseguiu alcançar dez mil pessoas, das quais dois a três mil são jovens. “A complexidade e complementaridade do que fazemos é tão grande que conseguirmos numa associação, abranger o que um clube desportivo, uma associação cultural e até uma Instituição Particular de Segurança Social, faz”, explicam os responsáveis. É que a Stam promove a prática lúdica, social, desportiva e cultural, mas também acompanha os jovens que, por vezes, se enquadram em casos de abandono ou insucesso escolar, no risco de discriminação, os residentes em zonas de intervenção prioritária, imigrantes, deficientes e em risco de pobreza ou situação NEET (jovens que não trabalham, não estudam nem seguem uma formação). “Humanamente, socialmente, psicologicamente acreditamos que
conseguimos fazer a diferença na vida de todos”, enumeram. Dia Mundial da Música Uma das ações de referência para a associação Stam é a celebração do Dia Mundial da Dança, que se assinala a 29 de abril e que proporciona à comunidade e aos artistas algarvios debates e aulas gratuitas que, noutro âmbito, não se realizariam na região. “O Algarve tem muito talento e para nós este dia serve para demonstrar que existe uma alternativa e que não precisamos de ir para as grandes cidades para conseguirmos atingir os nossos objetivos”, afirma Tatiana Teixeira. Outras das atividades que têm promovido, desde 2019, são as palestras e aulas nas escolas. “No âmbito destas atividades, este ano, estivemos presentes no Plano Nacional das Artes, que pretendemos fazê-lo, em breve, em Lagoa, com o Agrupamento de Escolas ESPAMOL”, garantem. Stam no Dubai Uma conquista para a associação foi também o facto de Tatiana Teixeira ter estado, desde 12 de julho até setembro, no Dubai, a representar Portugal.
“Sentimos uma enorme alegria e satisfação ao vermos frutos de todo o trabalho desenvolvido ao longo destes anos”, constatam. Bolsas de Dança em janeiro O novo desafio a que a associação dará forma será o projeto ‘Bolsas de Dança Stam’, que começa no próximo mês. O objetivo será “dar a oportunidade aos jovens que queiram dançar, mas que não tenham possibilidades financeiras, de o fazer”, referem. A iniciativa foi criada no âmbito da candidatura ao programa público ‘Bairros Saudáveis’. Seria um investimento de 50 mil euros e foi o maior projeto apresentado no Algarve. No entanto, não conseguiu a pontuação necessária para ser eleito, explicam em declarações ao Lagoa Informa. Mesmo assim, a associação procurou a parceria do Instituto Português do Desporto e o apoio dos municípios onde atuam, compactou a iniciativa e vai implementá-la, de forma mais inclusiva, permitindo que os jovens frequentem as aulas regulares da Stam, como todos os outros alunos, deixando para trás o rótulo de ações sociais para bairros municipais.
Ambições para o futuro Ser uma referência em Portugal, no que toca à dança e à arte, é uma das ambições dos jovens que lideram esta associação, que chegou a Lagoa em 2019. “Queremos promover mais atividades, não só para os jovens, mas também para o público sénior, com mais professores e estilos de dança”, afirmam. Outra das intenções, quando conseguirem ter a sede
construída, é criar um campo de férias. Na atualidade, têm contado com o apoio do IPDJ e dos municípios para as atividades regulares anuais. “Temos noção que já conquistamos muito, nestes últimos anos, mas temos muitos projetos na ‘gaveta’ que queremos lançar. Viemos para ficar e para trabalhar de forma ativa na educação artística e social dos jovens”, asseguram.
Pandemia obrigou a que Stam se reinventasse A associação de dança Stam teve de se adaptar às limitações provocadas pela pandemia da covid-19 e, tal como muitas outras no país, passou para o ambiente online. “Não foi nem de perto a melhor solução, mas foi a única forma de continuarmos a lecionar e com os ‘serviços mínimos’”, explicam os responsáveis. Foi uma realidade para a qual ninguém estava preparado e, por isso, a Stam tentou fazer o melhor com o que dispunha. Além das aulas, conseguiu apresentar a história do hip hop em Portugal, tendo contado com alguns convidados, mas os responsáveis sentem que ficou muito por fazer e que, de uma escola, quase passaram para um centro de terapia de dança. “Os alunos chegavam às aulas completamente desmotivados, precisavam de comunicar, desabafar, precisavam de ‘um ombro amigo’ e temos a certeza que isso vai continuar a fazer falta aos jovens até a normalidade chegar”, afirma Hernani Neves.
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LAGOA INFORMA // Terça-feira, 21.12.2021 // Nº 169
P16 // CULTURA AUDITÓRIO CARLOS DO CARMO É O PALCO ESCOLHIDO
Artis XXI abre 2022 com espetáculos Ópera ‘Bastien e Bastienne’, dirigida a crianças, ‘Ser Diferente-Mente’ e ‘Viram a Ana?’ são as propostas.
A
s associações Artis XXI e Questão Repetida promovem, em janeiro de 2022, três espetáculos, que serão apresentados nos Auditórios Carlos do Carmo, em Lagoa, e Duval Pestana, em Lagos. O primeiro evento a decorrer será ‘Diferente-Mente’ e é dedicado aos artistas profissionais com necessidades específicas. Colocará em cena os espetáculos ‘Ser Diferente-Mente’ e ‘Viram a Ana?’, no dia 14 de janeiro, às 19h00, em Lagoa, e no dia seguinte, em Lagos. Este evento, que marca a estreia da ‘D’Algibeira Companhia’, foi desenhado por artistas locais, explica a organização. “O projeto
D.R.
pretende criar espaço para a reflexão sobre de que forma a sociedade, atenta e preocupada, olha a inclusão e de como esta se manifesta na comunidade artística”, acrescenta. Enquanto a peça ‘Ser Diferente-Mente’ reúne profissionais do teatro e jovens adultos com características diferenciadoras, ‘Viram a Ana?’ é uma performance que tem como ponto de partida o livro com o mesmo título, de Susanna Matiangeli-Chiara Carrer. Será uma interpretação que cruza a arte plástica, a dança e a expressão corporal e onde se desenvolvem questões de identidade. Elsa Mathei, diretora executiva do ‘Diferente-Mente’ refere que este projeto pretende “alertar para a situação profissional dos artistas com deficiência e para a urgência de criar experiências artísticas no seio da comunidade escolar inclusiva”. Os bilhetes podem ser adquiridos na Ticketline e custam seis
Inclusão é um dos temas a abordar no início do ano com o evento 'Diferente-Mente' euros, sendo gratuitos para menores de 18 anos. Ainda em janeiro, no dia 21, em Lagoa, e no dia seguinte em Lagos, será apresentada a ópera ‘Bastien e Bastienne’, num forma-
to adaptado para crianças a partir dos seis anos. O espetáculo, que conta com a Orquestra D’Aquém Mar, terá sessões para escolas, às 11h00 e às 14h00, e para o restante público às 19h00.
Esta é uma das primeiras obras compostas por Wolfgang Amadeus Mozart, baseada na peça de Jean Jacques Rousseau, Le Devin Du Village, composta quando o pequeno autor tinha 12 anos. PUB
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Caras e caros amigos Porchenses, Dezembro lembra-nos que está a chegar o Natal, altura do ano que se destina aos desejos de umas Boas Festas, período de reflexão de compaixão e perdão. É um período em que desejamos que os sonhos se realizem e que os objetivos sejam alcançados, depois de tantos desafios pelos quais passamos nestes últimos tempos, para que possamos todos construir um futuro melhor. Neste período de festa, que afastemos os nossos problemas, e que, principalmente, haja alegria e que o bom sentimento seja compartilhado. Quero desejar um Feliz Natal, com muita saúde, e que o Ano Novo traga muitas felicidades e realizações para todos. Boas Festas!
Luís Bentes Presidente da Junta de Freguesia de Porches
LAGOA INFORMA // Terça-feira, 21.12.2021 // Nº 169
P18 // DESPORTO RUI GUERREIRO, CAMPEÃO NACIONAL DE CORTA MATO LONGO EM VETERANOS (M50) PELA BELA VISTA
“Tento ser um exemplo para os mais jovens” Atleta começou a competir há quatro anos e já soma títulos. // Rui Pires Santos
A
28 de novembro, Rui Guerreiro, atleta da Associação Académica da Bela Vista (AABV), fez história e conquistou o título nacional de corta mato longo de veteranos, mais de 50 anos, numa prova disputada em Vale de Cambra. Em breve conversa com o Lagoa Informa, fala um pouco da sua história e do que sentiu. Foi uma surpresa este título? Era algo em que estava a trabalhar, mas ao mesmo tempo foi uma surpresa. Ambicionava chegar aos três primeiros lugares e tinha dúvidas em relação à con-
quista do título. Estava com alguma confiança, pois em novembro, numa prova nos Açores tinha sido vice-campeão de meia maratona e sentia que estava em boa forma. Dei tudo o que tinha, o trabalho realizado antes deu frutos e acabei por vencer isolado. Que significado tem esta conquista? Tem muito. Atualmente corro por duas razões: porque me faz bem e também para ser um exemplo para os mais jovens, especialmente para os meus filhos. Houve também algum reconhecimento por esta conquista, que é a prova de que desde que trabalhemos, tudo é possível. Como lhe tem corrido a época? Está a ser boa. Tivemos duas competições: no nacional de meia maratona, que como equipa mas-
ARMANDO CAIADAS
culina fomos campeões e esta de corta mato longo que conquistei o título nacional. É um início de época muito bom, tanto a nível individual como coletivo. Há quanto tempo pratica atletismo? Nunca corri na vida até há cinco anos, quando fui desafiado por uma amiga, em Lagos, para uma corrida organizada pelos bombeiros. Correu bem e depois participei na São Silvestre em Quarteira. A partir daí não parei e no ano seguinte comecei a fazer competição. Foi uma mudança grande para quem não corria? Foi uma cura. A partir do momento em que comecei a correr, deixei de fumar e até de ir ao café ao final do dia beber uma ou duas cervejas. Agora quase nem bebo.
Rui Guerreiro ficou eufórico com a conquista Quais são os objetivos daqui para a frente? A nível coletivo é revalidar o título de campeões de meia maratona em maio, prova que decorre em Lagos. A título pessoal, passa por já a 8 de janeiro tentar ser campeão regional de estrada e, claro, procurar vencer por equipas. Quer deixar uma mensagem para as pessoas?
Apenas que posso servir de exemplo. Não tinha uma vida muito saudável, mas ainda fui a tempo de mudar, há cinco anos. Passei a fazer atletismo, que me ajudou no corpo e na mente e contribuiu para uma maior autoconfiança. A corrida para mim é uma terapia. Saio do trabalho e vou correr. Quando regresso a casa, não volto cansado, volto novo em termos de mente e de espírito. PUB
LAGOA INFORMA // Terça-feira, 21.12.2021 // Nº 169
EDUCAÇÃO // P19 AGRUPAMENTO DE ESCOLAS RIO ARADE ADERE AO PROJETO ACADEMIA DE LÍDERES
UBUNTU – Eu sou porque tu és! O Agrupamento de Escolas Rio Arade respondeu ao desafio do Ministério de Educação e aderiu ao projeto Academia de Líderes UBUNTU uma iniciativa que visa o desenvolvimento de atividades de promoção de competências sócioemocionais. Este é um projeto inovador, que tem como premissa a educação não formal e o valor desta metodologia no desenvolvimento de ações e atividades que apoiem os alunos e alunas a alcançarem o sucesso escolar. UBUNTU é uma palavra que encontra expressão em várias línguas africanas e significa ‘Eu sou porque tu és’, ou seja, só somos pessoas através dos outros, sendo que o bem-estar e a felicidade individual estão intimamente ligados ao bem-estar e felicidade do outro. Considerando o valor das relações interpessoais e o impacto destas no sucesso escolar dos alunos, a Academia de Líderes UBUNTU surge como uma ferramenta de trabalho que capacita docentes, técnicos e outros membros da comunidade escolar para o desenvolvimento de ações que promovam o desenvolvimento integral dos/as alunos/as, assente
As professoras e técnicas do AERA que participaram em ações de formação presencial do projeto cia, Empatia e Serviço. Inspirado no exemplo de grandes líderes servidores mundiais como Nelson Mandela, Martim Luther King, Malala, Madre Te-
O projeto pretende capacitar docentes e técnicos para ações que promovam o desenvolvimento integral dos alunos em pilares como o autoconhecimento, autoconfiança, resiliência, empatia e serviço em cinco pilares: Autoconhecimento, Autoconfiança, Resiliên-
resa de Calcutá, entre outros/as, a Academia de Líderes UBUNTU
pretende “acompanhar, enriquecer e consolidar o desenvolvimento de cada participante enquanto líder ao serviço da comunidade, promovendo competências humanas e técnicas relevantes para o seu percurso de vida.” Seguindo esta linha de pensamento, o AERA participa no projeto acreditando que os alunos aprendem melhor quando são felizes e se relacionam de forma positiva com aqueles com quem se cruzam durante o percurso escolar, subscrevendo as palavras de Rui Marques, diretor do Instituto Padre António Vieira, entidade promotora da Academia, que refere que com este projeto espera-se o desenvolvimento de “uma comunidade educativa, quer do lado dos educadores Ubuntu,
quer dos jovens participantes nas academias, que seja capaz de cuidar melhor – de si próprio, dos outros e do planeta – tanto na dimensão da liderança servidora, como na dimensão da construção de pontes. Uma comunidade mais inclusiva, que promova o pleno desenvolvimento de todos e qualquer um dos seus elementos, uma comunidade mais solidária, mais humana e capaz de avançar para os desafios que sempre estarão no seu caminho”. Até ao momento estão envolvidas nesta iniciativa 350 escolas em 150 concelhos do país e em declarações à agência, o secretário de Estado adjunto e da Educação, João Costa referiu que “para muitos alunos, as dificuldades de aprendizagem se devem a obstá-
culos em gerirem as suas emoções, em se relacionarem consigo e com os outros, com consequências na autoestima, na confiança e no controlo das atitudes”. Assim, nos dias 9 e 10 de novembro duas professoras e duas técnicas especializadas (educadora social e psicóloga) do AERA participaram nas ações de formação presencial do projeto na EB Dr. Alberto Iria, em Olhão, e consideraram que “esta foi uma experiência enriquecedora que permitiu a reflexão sobre o potencial da educação não formal e a importância das competências socio emocionais na promoção do sucesso escolar”. Artigo produzido pelo Agrupamento de Escolas Rio Arade
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LAGOA INFORMA // Terça-feira, 21.12.2021 // Nº 169
P20 // OPINIÃO Recados…
João Reis Professor
Provavelmente, deve-se à proximidade do Natal esta disposição para notar melhor as notícias agradáveis. Entre outras, notei (e anotei) o anúncio de eleições legislativas em 30 de Janeiro, o V Congresso da SEDES e, lá de fora, o novo chanceler alemão. Vamos, então, por partes. – As eleições legislativas, consequência da dissolução do Parlamento, poderão/deverão constituir a forma mais limpa de resolver a “bagunça” daquela “geringonça” criada, em 2016. Não fora o desentendimento das “comadres” à volta de um orçamento, ainda iríamos sofrê-la por mais uns anos. Gostaria de ver, nestas eleições, um resultado que permita reacender esperanças que combatam o cepticismo que tem reinado. Desejo que Janeiro seja, uma espécie de “começar bem o ano”, que produza um Parlamento com deputados que não sejam “funcionários” dos Partidos, mas representantes leais dos Cidadãos seus eleitores, pragmáticos, decentes. Ser Deputado não é promoção; é MISSÃO!! E, quem vencer, saiba produzir um GOVERNO capaz de PLANEAR a longo prazo. E cumprir o plano!!! Entendem?
- A SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social) é uma das mais antigas associações cívicas portuguesas, uma notável iniciativa da Sociedade Civil. Mantendo uma existência discreta, por ela tem passado, no entanto, gente insigne, como Sá Carneiro, João Salgueiro, Salgado Zenha, Daniel Serrão, Marcelo Rebelo de Sousa que, com tantos outros, têm constituído uma patriótica plêiade de pensadores/actores da política nacional. Com meio século de vida tem, agora, por dinâmico Presidente ÁLVARO BELEZA, médico, político socialista, apoiante de um Bloco Central, para quem “a SEDES é a herdeira ética de Sá Carneiro” – esclarecedora afirmação. Recentemente – de 28/ Outubro a 5/Dezembro – esta Associação realizou o seu V Congresso que – parece – não mereceu da comunicação social grande atenção, lamentavelmente!! Seguindo o seu lema “A PENSAR PORTUGAL”, na senda do Humanismo, da Democracia, do Desenvolvimento Sócio-Económico e reconhecendo a Premente Necessidade de Reformas (1), os congressistas levaram a cabo, ao longo deste ano, estudos que foram temas
de debate nas sessões do Congresso e que abrangeram múltiplas áreas – da Educação à Saúde e à Acção Social; do Mar ao Sistema Eleitoral e à Imprensa; da Reforma do Estado à Justiça, à Segurança e à Economia. Dos debates saíram PROPOSTAS de valor patente e inquestionável. Haja, agora, quem, entre os responsáveis políticos, as tome em consideração, as estude e aja em conformidade e com “espírito de serviço”. Oferta da SEDES, corresponderá, certamente, ao que todos queremos: sair desta fastidiosa “cepa-torta”! É, aliás, OBRIGAÇÃO de qualquer Governo! Serão capazes??
ser eleito: “Não acreditem naqueles que dizem que depois do coronavírus tudo voltará a ser como antes. Enganam-se. Não acreditem, tampouco, naqueles que pensam que podem inventar um novo mundo verde. Também se enganam”. O que tem, então, este mini-trecho para merecer o realce? Tem a VERDADE, a HONESTIDADE, o REALISMO; qualidades que granjeiam CONFIANÇA (penso eu…); e - muito importante - não contém DEMAGOGIA…
- OLAF SCHOLZ, sucessor de Angela Merkel, vai governar a Alemanha chefiando uma coligação de 3 partidos que aceitaram, em benefício do seu país e seus compatriotas, discutir ideias, políticas e estratégias com uma visão patriótica, pragmática e de seguro compromisso. É o 9º chanceler do país desde o fim da II Guerra Mundial, há setenta e tal anos; uma lista curta que explicará a estabilidade e o progresso que a Alemanha tem registado. Não sendo alemão, não estou aqui a saudar o Sr. Scholz; o que me levou a evocá-lo foi este bocadinho de uma sua intervenção, antes de
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(1)Reformar – reconstruir, restaurar, reorganizar, corrigir.
Não fossemos nós esquecê-lo, os centros comerciais e quejandos têm vindo, desde Setembro, a recordar-nos: “VEM AÍ O NATAL”. Pois vem!! Pensemos, pois, no ANIVERSARIANTE JESUS, na Sua mensagem de Esperança, Luz, Paz. Desejo a TODOS UM NATAL COM SAÚDE e UM 2022 CHEIO DE NOTICIÁRIOS MENOS TRISTES! FELICIDADES! * Artigo escrito sem a aplicação do novo acordo ortográfico.
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LAGOA INFORMA // Terça-feira, 21.12.2021 // Nº 169
P22 // OPINIÃO LAGOA E OS LAGOENSES
Ler e compreender - Algumas estratégias para a família
Hélia Santos
A compreensão da leitura é a capacidade de extrair e construir informação de material lido. Compreender o que lemos é o objetivo final de qualquer tarefa de leitura, porque se lermos sem compreender, estaremos apenas a “descodificar”, isto é, converter as palavras em sons. Para as crianças, a compreensão da leitura é essencial para começar a navegar o mundo e alcançar o sucesso escolar. Esta capacidade é muito treinada em contexto escolar, mas pode também ser estimulada em família, com as estratégias que apresentamos de seguida. Prontos para ler para compreender? Aumentar o vocabulário – Anote sempre as palavras que a criança não conhece e depois, em conjunto, procure o seu significado no dicionário. Se a criança conhecer de forma aprofundada o significado das palavras presentes no texto e conseguir inferir o significado de palavras que não conhece através do contexto, compreenderá melhor o que lê. Desenvolver a capacidade de realizar inferências textuais – Mostre à criança que muitas vezes a informação pedida não está diretamente exposta no texto, mas, ainda assim, pode ser extraída, através de pistas textuais. Por exemplo, para o excerto, “O Pai Natal, tal como todos o conhecemos atualmente, nasceu em 1931. Esta figura marcou o público e contribuiu para determinar a imagem definitiva do Pai Natal.”, pode ser perguntado “Que mudanças houve na imagem do Pai Natal desde 1931?”. O texto providencia pistas para a criança conseguir responder que desde essa data, não houve mudanças importantes à imagem do Pai Natal, pois a figura marcou o público e tornou a imagem definitiva. Promover o conhecimento prévio sobre o tema – Antes de ler o texto e fazer perguntas sobre o mesmo, procure fazer uma introdução sobre o tema à criança, que servirá de suporte à compreensão. Mostre que mesmo que a informação pedida não esteja explícita no texto ou implícita através de pistas textuais, o conhecimento prévio sobre o tema pode contribuir para a realização de inferências corretas. Por exemplo, para a frase “O Pai Natal entregou as prendas daquela cidade durante a noite, com a ajuda de uma das suas renas, que iluminou o caminho”, pode ser perguntado “Qual foi a rena que iluminou o caminho ao Pai Natal?”. Aqui a criança pode basear-se nos seus conhecimentos prévios sobre as renas do Pai Natal e inferir que a rena que iluminou o caminho foi o Rudolfo, com o seu nariz vermelho que brilha.
Festa de Natal Enquanto a minha mãe me dizia “porta-te bem, olha que o Pai Natal não te vai trazer nada”, a minha avó franzia o nariz e rapidamente completava “e o menino Jesus também não.” Estávamos oficialmente em dezembro. Tínhamos começado a desenhar Pais Natal na escola e aprendíamos as músicas da época. Em casa - enquanto enfeitávamos a árvore de Natal com luzes e grinaldas - o meu pai relembrava-nos das histórias dos antigos, de outros tempos em que as modernices não existiam e o pouco já era o suficiente. Na catequese também se preparava a festa de Natal, onde o alinhamento era um clássico que nunca se alterava. Chegado o dia, o salão do ‘clube do sporting’ parecia demasiado pequeno para tanta gente. Nas primeiras filas sentavam-se os avós babados seguidos dos pais orgulhosos, com as câmaras de filmar e as máquinas fotográficas em punho apontadas aos rebentos. Nos bastidores, naquele corredor estreito atrás do palco de paredes empoeiradas que a tinta já não segurava, esperavam-nos umas mãos já enrugadas da idade que nos compunha as roupas e os cabelos. Qualquer rapaz ou rapariga loiro de olhos claros sabia que seria o anjo da guarda no presépio, depois uma menina e um menino entravam em silêncio. Porém, quem julga que esta tarefa era fácil, devia de ver a catequista Maria Teresa muito preocupada com as vestes azuis e brancas acetinadas que passavam ano após ano por uma criança diferente, mas que nem sempre passavam facilmente pelas suas cabeças. Estava aberto o espetáculo! As mães tinham cozinhado as suas melhores iguarias e, dedicadamente, dispunham-nas nas mesas ao fundo da sala. Naquele ano, e talvez nos outros, o palco estava decorado a rigor, as meninas levavam fitas vermelhas no cabelo e eu era uma delas. As tradições são as primeiras histórias que queremos contar e preservar. Por mais anos que passem e modernices que surjam, somos felizes quando recordamos e distribuímos amor. Votos de um Feliz Natal! FOTOS: D.R.
Experimentar a leitura silenciosa – Quando a criança já consegue ler fluentemente, a leitura silenciosa é uma alternativa que pode promover a compreensão da leitura. Ao ler silenciosamente, a criança pode focar-se mais em extrair informação do texto, ao invés de se focar em aspetos como a pronúncia e a entoação. Além disso, ler silenciosamente é menos suscetível de prejudicar a compreensão da leitura devido a ansiedade. Agora que já conhecem algumas estratégias, atrevam-se a experimentá-las. Visitem a Biblioteca Municipal e, em família, escolham o melhor livro para celebrar esta época natalícia. Certamente valerá a pena!
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21 de dezembro de 2021 • Terça-feira
INTERVENÇÃO DECORREU EM OUTUBRO E NOVEMBRO
Substituídos pisos dos parques infantis do concelho
Freguesia de Ferragudo oferece jogos pedagógicos no Natal
CM LAGOA
Autarquia investiu cerca de 80 mil euros e aplicou um novo tipo de pavimento.
Junta de Porches apoia famílias com vales para período festivo
O
município de Lagoa procedeu à substituição de muitos dos pisos dos parques infantis do concelho, nomeadamente aqueles que se encontravam em pior estado. A intervenção decorreu durante os meses de outubro e novembro e contou com um investimento de cerca de 80 mil euros nos parques infantis e espaços de jogo do Jardim do Regato, em Ferragudo, da Urbanização da Quinta dos Poços, da Urbanização Covas da Areia, do Jardim D. João II, na Mexilhoeira, da Bela Vista e da Escola EB de Estômbar. A necessidade de substituição do pavimento de segurança dos parques infantis deveu-se ao facto de muitos se encontrarem degradados, apresentando lacunas no
A Junta de Ferragudo decidiu neste Natal substituir as habituais prendas de doces para os mais novos, por materiais educativos. Assim, às crianças entre os 3 e 5 anos da creche 'O Moinho' e da ACD foram oferecidos 24 jogos educativos. A escola pública não foi também esquecida, tendo os alunos do pré-escolar recebido 100 livros educativos com o título ‘Para onde vai aquela estrela’, enquanto os do o 1º ciclo tiveram direito a 130 com a história de ‘Malala’, a jovem paquistanesa militante dos direitos das crianças.
Cerca de 60 famílias carenciadas de Porches recebem este Natal vales para fazer compras no comércio local de modo a que possam passar uma ceia mais condigna, numa iniciativa da Junta de Freguesia. Em função da dimensão do agregado familiar, a autarquia oferece vales de 25, 35 ou 45 euros para serem gastos no comércio da freguesia. Também a Vila Vita cedeu cerca de 30 cabazes que a junta irá reencaminhar para as famílias.
Parques infantis continuam a ser uma das imagens de marca do concelho índice e capacidade de amortecimento, não garantindo o determinado na legislação aplicável. A autarquia optou por aplicar pavimento de borracha tipo 'in-situ', por apresentar vantagens e características que, face às condições atmosféricas existentes no Algarve, se torna mais adequado
à região. Este tipo de pavimento de segurança não dispõe de juntas, por ser contínuo, o que elimina as tradicionais aberturas no pavimento por placas, provocadas pela deformação da borracha quando exposta à intensidade solar, justifica a Câmara.
Eleita nova comissão coordenadora do Bloco de Esquerda de Lagoa A 4 de dezembro realizaram-se eleições para a Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda/Lagoa, para o biénio 2021/23, tendo sido eleita a única lista que se apresentou a votos, encabeçada por Jorge Ramos. Da mesma fazem ainda parte André Pereira, Jorge Carrola, Maria Elisa Rafael, João Teixeira e como suplentes, Armanda Silva, Joaquim Martins, Lucinda Fernandes e Filipa Rebelo. Foi também eleito o Secretariado da Concelhia composto por Jorge Ramos, Célia Santos e Dóris Peleira.
Agravamento da pandemia motiva decisão
Cancelado Torneio Internacional de andebol O Lagoa Académico Clube decidiu cancelar a realização do Torneio Internacional Cidade de Lagoa em andebol, depois de uma
reunião com a Câmara Municipal e a Delegada Regional de Saúde do Algarve, Ana Cristina Guerreiro. Esta tomada de posição está
Lagoa Informa regressa a 13 de janeiro
relacionada com o aumento de casos de covid-19 e com a previsão da situação poder vir a agudizar-se durante este período de festas.
Tal como em anos anteriores, o Lagoa Informa vai fazer uma pausa neste período de festas. Nesse sentido, a primeira edição do ano de 2022, será publicada a 13 de janeiro.
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Horário: Segunda a Sexta 10h-13h e 16h-19:30h Sábado 9:30h - 13:30h
Rua Município São Domingos, Lote 5 R/C dto. | 8400-415 Lagoa