Quinta-feira, 20.12.2018 | € 1,00
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Quinzenário | Ano IV | Nº 91 | Diretor: Rui Pires Santos
AMBIENTE CCDR ‘chumba’ empreendimento em Benagil PÁG. 12 SEGURANÇA Suspeitos fogem e tentam atropelar GNR PÁG. 20 FERRAGUDO Corajosos preparam-se para Banho de Mar PÁG. 20 VINHO Marca VS estreia-se com sucesso PÁG. 13
Votos de Boas Festas
FRANCISCO MARTINS
“Lagoa é hoje uma referência regional” Autarca fala dos próximos três anos e dos grandes projetos que irão ser concluídos. Destaca a boa gestão financeira, garante que ainda tem muito para dar ao concelho e salienta que faltam vozes do Algarve em Lisboa. PÁG. 8 à 11
Plantas furtadas no Parchal Landroeiros colocados pela autarquia na berma entre a rotunda do Parchal e a ponte velha de Portimão para embelezar a zona têm sido, nas últimas semanas, arrancados e levados por pessoas que ali passam. PÁG. 5
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QUINTA-FEIRA, 20.12.2018
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EDITORIAL
O ano da dificuldade e da consolidação
Votos de Festas Felizes
CONCESSIONÁRIO OFICIAL
Chegamos ao fim de 2018, naquele que foi o terceiro ano de existência do Lagoa Informa e, porventura, o mais difícil. Dificuldades várias, às quais o leitor é alheio, impediram que crescêssemos e fizéssemos melhor. Sim, porque esse é sempre o nosso objetivo e este ano sinto que não o conseguimos. Não tenho qualquer problema em admiti-lo, porque a exigência está sempre cá. Sei que há pessoas com alguma responsabilidade neste concelho que não se preocupam em contar com um jornal de qualidade e dinâmico. Mas deviam. Deviam zelar para que Lagoa tenha uma publicação forte, que possa servir e valorizar esta terra, estar à disposição da população e ser um orgulho para mostrar a todos os que nos visitam. Posso assegurar - desculpem a presunção - que não são muitos os concelhos que têm um jornal local em papel como este. Este foi também um ano em que houve inúmeras queixas contra o nosso jornal, sem sentido e infundadas, por isso arquivadas. As ameaças ao Lagoa Informa e a outras entidades que connosco se relacionam foram uma constante. Uns tiveram medo, nós por cá não. O nosso conteúdo e intelecto não é vazio e a segurança do nosso trabalho e a postura que temos em tudo o que fazemos faz com que nunca tenhamos receio. Sei o que estou cá a fazer e a minha ambição única é, e sempre será, a cada ano, fazer um jornal melhor, atual e que vá ao encontro do interesse dos leitores. Por isso, é que o Lagoa Informa atingiu a visibilidade e o reconhecimento tão rapidamente, para surpresa de muitos. Não foi por acaso, foi com muito trabalho, visão e empenho. Mas aos que tremeram e tiveram medo em 2018, veremos como reagem daqui a um par de anos... Cá estaremos para ver… Por outro lado, o final deste ano coincidiu com uma fase de reconhecimento junto dos nossos anunciantes, pois contámos com um aumento significativo de empresas a procurarem-nos para fazer publicidade. Agradeço a confiança no nosso trabalho e, neste âmbito, entendo que todos remamos para o mesmo lado: tornar o concelho melhor, mais dinâmico e com o objetivo de valorizar os lagoenses, os empresários e as empresas.
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geral@algarjovicam.com Estamos na Urb. Industrial do Pateiro lote 11 - Parchal
Voto� �� Boa� Festa�
Redação: Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Direito, 8400-417 Lagoa Email: lagoainforma@gmail.com
Até breve e votos de um feliz Natal e um próspero Ano Novo.
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Propriedade e Editor: PressRoma, Edição de Publicações Periódicas, Unip. Lda. Rua Dr. João António Silva Vieira, Lote 3, 3º Direito, 8400-417 Lagoa Composição do Capital: 100% propriedade Rui Pires Santos
Dra. Cristina Mosteias
Fechamos 2018 com a edição nº91, na qual apresentamos uma entrevista com o presidente da Câmara Municipal, Francisco Martins, que aborda os planos para o futuro do concelho. Entre outras notícias, voltamos a destacar os atletas que foram chamados às seleções nacionais em diferentes modalidades. Julgo que terminamos o ano com um jornal recheado de inúmeros pontos de interesse e ao qual os nossos leitores vão dispensar vários minutos de leitura. Fico feliz por isso, porque o meu objetivo é sempre esse: ser lido. Por cá, desde há alguns meses que o nosso pensamento está já no próximo ano, no qual esperamos fazer melhor. É essa a nossa ambição.
Rui Pires Santos
Diretor: Rui Pires Santos
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Estatuto editorial: http://algarvevivo.pt/sobre-nos/ PUB
Boas Festas
QUINTA-FEIRA, 20.12.2018
Abertura //
3 CM LAGOA
D.R.
Entre 26 e 28 de dezembro
Piscinas com entrada gratuita no Natal As Piscinas Municipais de Lagoa vão ser de livre utilização ao público entre os dias 26 e 28 de dezembro. Esta é uma medida da autarquia para facilitar o acesso a este equipamento de desporto e lazer aos seus munícipes e a utilizadores de concelhos vizinhos que habitualmente o usam durante o período natalício. Assim, durante estes três dias todas estas valências estarão disponíveis, entre 09h00 e as 19h00. No dia 29 de dezembro as piscinas encontrar-se-ão encerradas e só tornarão a abrir portas em janeiro de 2019. PUB
Estátuas de Natal conquistaram público • À semelhança do que já tinha sucedido em 2017, o evento ‘Estátuas Vivas de Natal’ atraiu muita gente à Rua 25 de Abril e ao Largo 5 de Outubro nos dias 14 e 15 de dezembro, revelando-se um sucesso. A magia e o espírito natalício desceram ao centro da cidade de Lagoa, para alegria de todos os que puderam apreciar e ser surpreendidos por esta arte.
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Alunos de Lagoa visitaram Presidente da República D.R.
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Um grupo de 26 alunos da turma 9ºB da Escola Básica Rio Arade, do Parchal, visitou a 11 de dezembro o Palácio de Belém, na sequência de um convite da Presidência da República às escolas para participarem no Programa ‘Jornalistas no Palácio de Belém’. Acompanhados pela diretora de turma, Cristina Jesus, e pela educadora social, Filipa Ferreira, os alunos participaram num debate com a jornalista Mafalda Anjos, diretora da revista Visão.
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QUINTA-FEIRA, 20.12.2018
Sociedade //
5 D.R.
CASO BERMA DA ESTRADA ANTES DA PONTE VELHA DE PORTIMÃO
Plantas furtadas no Parchal Landroeiros têm sido levados por pessoas que ali passam. KÁTIA VIOLA
Basquetebol
Beatriz Santos convocada para seleção nacional de sub-16 A atleta Beatriz Santos, da ACD Ferragudo, foi uma das 16 basquetebolistas convocadas para um estágio de observação da seleção nacional de sub-16, realizado entre 17 e 19 de dezembro. Desta convocatória serão escolhidas 12 jogadoras que irão participar no ‘Torneio Medina del Campo’, a decorrer a 28 e 29 deste mês, em Valladolid e que servirá de preparação para o Europeu da Modalidade. Recorde-se que esta atleta frequenta desde o início da época, em regime de permanência, o Centro de Alto Rendimento de Basquetebol no Jamor, em Lisboa.
Todos os meses
ADR da Quinta da S. Pedro dá De entre as muitas dezenas de landroeiros plantados muitos já foram arrancados
Rui
Pires Santos
D
ezenas de landroeiros têm sido furtados nas últimas semanas da berma da estrada que liga a rotunda do Parchal e a ponte velha de Portimão. A zona foi requalificada pela Câmara de Lagoa com a colocação de passeio e iluminação num dos lados da via e no outro colocadas plantas que têm merecido especial
atenção por parte de larápios. São algumas dezenas os buracos na terra, deixados após terem sido arrancados os landroeiros. Um residente no Parchal referiu ao Lagoa Informa que na semana passada vinha de Portimão de carro e viu que do outro lado da via “um homem estava a arrancar vários landroeiros pela raiz e a levá-los numa bicicleta”, comportamento nada cívicos que estão a in-
dignar alguns populares e também a Câmara de Lagoa. Fonte da autarquia confirmou ao nosso jornal que “foi detetado pelos serviços a falta de plantas e que o municipio também recebeu testemunhos dos furtos que têm ocorrido regularmente”. Para já, não está prevista nenhuma reação e a Câmara deverá, em breve, recolocar os exemplares furtados.
apoio alimentar a 66 pessoas A ADR da Quinta de S. Pedro apoia mensalmente 66 pessoas, prestando apoio alimentar e outros bens de consumo básico, assim como no desenvolvimento de medidas de acompanhamento, que capacitem as pessoas que se encontram em situação de maior carência. A instituição sempre norteou a sua ação para apoiar a vida das pessoas, com especial relevância para a infância, juventude e famílias. Esta ação é possível graças ao Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC), do qual a ADR é uma das entidades mediadoras do concelho de Lagoa, tendo como entidade coordenadora o Banco Alimentar do Algarve.
Voto de louvor
Autarquia homenageia Estação de Ferragudo do Instituto de Socorros a Náufragos
‘World Travel Awards’
Dois hotéis do concelho distinguidos O ‘Monte Santo Resort’ e o ‘Vila Vita Parc’ foram distinguidos pelo ‘World Travel Awards’, durante uma cerimónia realizada a 1 de dezembro no Terreiro do Paço, em Lisboa. À distinção de ‘Europe Most
Romantic Resort 2018’, conquistada pelo quarto ano consecutivo, o ‘Monte Santo Resort’ juntou o galardão de ‘Portugal Leading Hotel Residences 2018’. Também a Vila Vita, empreendimento localizado nos Alporchinhos, foi reconhecida
com a distinção de ‘Europe’s Leading Luxury Hotel & Villas’. Refira-se que a 25.ª edição daqueles que são conhecidos como os ‘óscares’ do turismo mundial arrecadaram para Portugal, de forma inédita, 17 galardões.
A Câmara de Lagoa entregou, a 12 de dezembro, um voto de louvor à Estação de Ferragudo do Instituto de Socorros a Náufragos, pela disponibilidade e coragem reveladas pela equipa que constitui aquela estação, o que levou a que também lhes tenham sido entregues medalhas individuais. Foi ainda entregue, em regime de contrato de comodato, uma viatura da autarquia que passa a ser utilizada por aquela equipa. O documento foi assinado pelo presidente da Câmara, Francisco Martins, e pelo diretor-geral da Autoridade Marítima, o vice-almirante Luís Sousa Pereira. PUB
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QUINTA-FEIRA, 20.12.2018
Sociedade //
7 CM LAGOA
CRÍTICA ORÇAMENTO DA CÂMARA MUNICIPAL PARA 2019
Falta investimento para o cidadão diz o BE Reforço dos apoios sociais, diminuição do IMI e construção de habitação a custos controlados são os exemplos apontados. Rui
Pires Santos
O
Bloco de Esquerda (BE) absteve-se na votação do orçamento camarário que decorreu na assembleia municipal de 14 de novembro, referindo que “faltam investimentos mais próximos do cidadão, como o reforço dos apoios sociais, a diminuição do IMI, a construção de habitação a custos controlados, a promoção da aquisição de transportes coletivos de passageiros com condições adequadas para pessoas de mobilidade reduzida ou ainda a criação de espaços verdes”. Ao Lagoa Informa, Jorge Ra-
mos, deputado do Bloco presente na votação, destaca o facto de este orçamento contar com “receitas superiores às dos últimos anos, de onde decorre que poderia haver uma maior preocupação com os munícipes lagoenses”. “A Câmara deveria reduzir o IMI para os 0.35%, que atualmente está nos 0.36%, aliviando um pouco a carga fiscal das famílias”, salienta. O partido aponta que “no Plano Plurianual de Investimentos (PPI), alguns dos investimentos transitam de 2018 para 2019 e outros, iniciam em 2019, finalizando em 2021”, sublinhando que “no PPI existe uma redução con-
siderável na educação, na cultura e na saúde ‘zero’. Os investimentos para a habitação são destinados à requalificação de alguns bairros sociais existentes no concelho, não se apostando na construção de habitação de custos controlados, para arrendamento ou na reabilitação urbana”. Um aspeto positivo sublinhado por Jorge Ramos neste orçamento é o facto de o mesmo “contar com alguns dos pontos apresentados pelo BE à Câmara, nomeadamente, a renovação da frota automóvel carbónica por veículos elétricos”.
Assinado protocolo
Lagoa e empresários pela inclusão social de mãos dadas O Município de Lagoa e a Associação de Empresários Pela Inclusão Social (EPIS) assinaram, a 28 de novembro, no Auditório do Centro Cultural - Convento de S. José, um protocolo com um conjunto de parceiros educativos comerciais com o objetivo de motivar os jovens para a conclusão da escolaridade obrigatória. Este projeto de mediação escolar desenvolvido em parceria com a EPIS e com o apoio de prestigiadas empresas que operam no concelho (Delta cafés, Glamour Hotels, Intermarché Lagoa-Carvoeiro, Golf Gramacho - Grupo Pestana, Regulconcrete, Slide & Splash e Títulos d’Água) dirige-se a adolescentes em risco de abandono escolar, envolvendo as suas famílias, pessoal docente, não docente e comunidade. A intervenção surge no 3º Ciclo e ensino Secundário do Agrupamento de Escolas Padre António Martins de Oliveira e no 2º e 3º Ciclos do Agrupamento de Escolas Rio Arade. Este projeto consolida a estratégia de Lagoa como Cidade Educadora, preocupada e comprometida com a construção de uma sociedade mais justa e preparada para o futuro. PUB
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// Entrevista
FUTURO FRANCISCO MARTINS RECORDA QUE EM 2013 DISSE TER OBRA PARA REALIZAR EM DEZ ANOS
“Tenho ainda muito para dar ao nosso concelho” Autarca diz ter inúmero projetos para concluir e que continurá à frente da Câmara Municipal enquanto tiver forças e capacidade para o fazer. Garante que Lagoa terá uma nova face em 2021. Texto:
Rui Pires Santos Fotos: Kátia Viola
U
m ano após ter ganho as eleições autárquicas com um resultado esmagador, o presidente da Câmara de Lagoa, Francisco Martins, conversou com o Lagoa Informa. Sublinha os projetos em curso que, até 2021, vão mostrar um novo concelho, destaca a boa gestão realizada e o reconhecimento que o concelho conquistou, assumindo-se como uma referência na região.
Que balanço faz deste primeiro ano após as eleições? Na altura da vitória referiu que, face ao resultado histórico alcançado, sentia ainda mais responsabilidade… Acho que foi um ano bom, dentro do que era a nossa perspetiva. O mandato são quatro anos e não se faz um balanço só com 12 meses. O primeiro ano é sempre de estruturação, de planeamento e muito menos de investimento. A prova disso é o orçamento de 2019, que apresenta uma estrutura e uma visão a longo prazo. Temos a radiografia feita, obras programadas, a calendarização definida, portanto agora tudo vai seguir o seu curso normal. Foi também um ano com inúmeras alterações, pois houve uma mudança no executivo e, sobretudo, nova legislação que provocou vários constrangimentos que dificultaram a nossa ação.
Essas alterações na legislação vão causar condicionalismos? A maior de todas foi a mudança no código de contratação pública, que definiu novas regras e provocou muitas mudanças no funcionamento da autarquia. Houve necessidade de adaptação dos serviços, dos técnicos e até das empresas que trabalham connosco. Tudo isso fez também com que os procedimentos concursais se atrasassem mais. Hoje em dia estamos numa sociedade em que se valoriza mais a transparência, em vez da
Francisco Martins revela que o grande espaço verde do concelho será o parque urbano do Parchal, a concluir no final de 2020 boa gestão.
Porque acha isso? Quando saiu o índice de transparência que é feito por uma organização com critérios que eles entendem avaliar e muitas vezes vagos, toda a imprensa pegou nisso, elogiando uns e criticando as autarquias mal classificadas. Mas quando saiu o anuário financeiro, promovido pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, a imprensa quase não deu destaque. Portanto, há uma valorização da transparência e uma desvalorização da boa gestão. Costumo dizer que se eu comprar um parafuso por 100 euros com um concurso público muito bonito, dizem muito bem, assim é que é! Mas se a minha vizinha comprar uma caixa de pa-
rafusos por um euro ali na drogaria ao lado, é logo um problema e lançam dúvidas e questões sobre que procedimento que foi feito ou como foi feito. Para muita gente, não interessa se estamos a gerir bem, interessa é que a transparência venha ao de cima, mesmo que isso custe mais dinheiro. Sou a favor da transparência, mas esses constrangimentos vão criar sérios problemas nas empresas locais, que muitas vezes não têm estrutura para competir com empresas de nível nacional, que possuem outra dimensão. Esse será outro problema, mas as leis são feitas em Lisboa e para Lisboa.
Houve algumas obras que não avançaram este ano. Porquê? Na gestão de uma Câmara, apesar
de fazermos determinadas planificações, as alterações legislativas que por vezes ocorrem e outras prioridades que surgem obrigamnos a que façamos diferente do que esperávamos. A pior coisa que um político pode fazer é por teimosia ter de fazer exatamente aquilo que disse, mesmo sabendo, perante as alterações e novos dados, que não é a melhor solução. Nunca tive esse problema de voltar atrás ou de atrasar algo. Foi isso que aconteceu.
Mas o que se passou… Tínhamos a estruturação feita, houve obras que estavam programadas e tiveram o seu avanço em termos de projeto. Muitas vezes o avanço significa ter os projetos feitos, os procedimentos concursais
preparados. Cada procedimento desses demora quatro ou cinco meses a fazer, devido a questões legais. Um projeto de arquitetura demora, em alguns casos, meio ano, portanto as obras avançaram, não no terreno mas na feitura. E não foi mais rápido por questões burocráticas, legais… Mas em concreto, a única obra que se atrasou foi a do refeitório da escola de Lagoa, porque teve um visto negativo do Tribunal de Contas, o que acontece às vezes. O processo voltou à Câmara e foi agora lançado novo procedimento.
Isso condiciona bastante os ‘timings’? Claro, por isso é que acho que um mandato de quatro anos é curto. Sou há muito defensor de manda-
QUINTA-FEIRA, 20.12.2018
Entrevista // tos de cinco anos, com limite de dois mandatos, em vez dos três de quatro anos, como é atualmente. Se assim fosse, ainda estaria cá menos tempo, mas permita concretizar mais coisas dentro de um mandato.
Como refuta as acusações do PSD de que o orçamento de
para ter aberto portas em setembro. O que está a tardar a sua abertura? Da nossa parte não houve atrasos e está tudo feito. A bola está no lado do Ministério da Justiça que primeiro reagendou para janeiro a abertura e agora adiou para março. O que tínhamos de fazer a nível de obras está feito, agora depende do
“Vamos fazer um enorme investimento na substituição das condutas de água e de saneamento. Esse sim será o grande investimento a ser feito em Lagoa nos próximos anos.” 2019 foi pensado para concluir as obras 2021, ano de eleições? Muito simples. Primeiro: o PSD está transformado num partido do contra e radicalizou a sua posição. Já tinham decidido que iam votar contra o orçamento e depois tiveram de arranjar argumentos para o justificar. Dou dois exemplos concretos: o ano passado fomos acusados de não ter visão nem planeamento do futuro. Este ano, apresentamos um orçamento como nunca tinha sido apresentado, pensado para quatro anos e com uma planificação para o futuro. Aliás, com obras a serem concluídas em 2022, já depois das eleições. Além disso, o PSD foi chamado, tal como os outros partidos, para dar o seu contributo ao orçamento e nada do que apresentou ficou de fora do documento. Agora pergunto eu: qual é o argumento para votar contra? Fomos de encontro ao que pretendiam no ano passado com um orçamento com um planeamento a longo prazo e incluímos os contributos deles e mesmo assim votaram contra!
ministério, pois houve atrasos deles na aquisição de equipamentos e transferência de arquivos. Por nós, já estaria a funcionar.
O futuro parque urbano de Lagoa será a grande obra deste mandato. Quando é que haverá projeto ou o que pode revelar em concreto sobre as três fases desta obra? O esboço do parque urbano já foi apresentado. Agora estamos nos trabalhos de especialidade em cada uma das fases. A que foi lançada este ano em termos de projeto foi a do picadeiro. Recebi há dias as peças do projeto, vamos reunir com os arquitetos para finalizá-lo e em 2019 lança-se a obra. A outra fase é junto ao campo do Desportivo de Lagoa e mais a do núcleo central do recinto da feira. São projetos arrojados e um grande investimento que vai trazer a Lagoa aquilo que a cidade não tem. Um parque urbano para irmos com os nossos filhos, netos e onde nos podemos deitar na relva a ler um livro ou a fazer alguma prática desportiva.
Terá muitos espaços verdes? Porque acha que votaram assim? Obviamente que para votar contra temos de apresentar um argumento e então usa-se o pior deles, que é um atestado de menoridade aos lagoenses, dizendo que eles se compram ou se vendem pelas obras no último ano do mandato. Quando se fala em eleitoralismo é isso a que se referem. As pessoas não se iludem e a história está farta de o mostrar. Que o PSD tenha votado contra em função daquilo que vejo no partido não me surpreende, agora que uma ou duas pessoas o tenham feito isso surpreende-me.
O Tribunal de Comércio era
Sim, teremos essa preocupação, mas a ideia ali é conciliar tudo, áreas verdes, de lazer com outros equipamentos para fazer desporto, quiosques e os dois campos de futebol. Além das estruturas para competição terá equipamentos para a população fazer alguma prática desportiva. Mas em termos de espaços verdes, o parque urbano do Parchal, por trás do Centro de Congressos do Arade, será o maior pulmão verde do concelho.
Como assim? Terá muito arvoredo, mais sombras, uma pista para fazer crosse, mais áreas de lazer e de desporto. Vamos lançar a obra no final de
2019, mas nada vai ser feito nesse ano, pois os trabalhos serão iniciados e concluídos em 2020, que nem sequer será ano de eleições (risos).
INVESTIMENTO EM ÁGUA E SANEAMENTO Serão estes dois parques as duas grandes apostas deste mandato? Vamos fazer um enorme investimento na substituição das condutas de água e de saneamento. Esse sim será o grande investimento a ser feito em Lagoa nos próximos anos, pois temos uma rede completamente obsoleta.
O que já foi feito nessa área nestes últimos anos e o que falta fazer? Falta fazer muita coisa. No mandato anterior ao meu, do PSD, houve um total desinvestimento nessa área, que é reconhecido pelo próprio PSD. Esteve cá 28 anos e justificou que não se fez nada por causa da crise. Mas a crise foram só quatro anos, não 28. E a rede tem mais de 40 anos. No mandato anterior fiz muito investimento no saneamento, na água, na recolha de lixo, na criação de ilhas ecológicas. Fizemos a ampliação da rede levando água à Caramujeira, num investimento avultado e agora temos feito um levantamento de toda a rede do concelho que precisa de ser substituída.
Quanto é que isso vai custar? Contando com reservatórios, substituição de condutas pluviais, domésticas e de abastecimento de água, estamos a falar de um investimento que ronda os cinco milhões de euros.
Como vai fazê-lo? Tenho duas hipóteses: ou faço esse investimento ao longo dos próximos quatro anos, como está no orçamento, e vamos andar quatro anos a fazer essa remodelação. Ou então, num caráter mais imediato, podemos recorrer a um empréstimo bancário para arrancar com esse plano e fazê-lo de uma só vez num ano meio. Esta é uma hipótese que já abordei em reunião de Câmara, mais ainda não tenho uma decisão. Estou a analisar.
Esses trabalhos implicam o quê exatamente? Estamos a falar das condutas principais que ligam os vários aglomerados populacionais, mas também dentro dos próprios aglomerados. É o maior investimento no setor que alguma vez foi feito no concelho. Estamos constantemente a ter
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“Que recordação quero que tenham de mim quando deixar a política? Alguém que entrou aqui sem interesses em área nenhuma e que saiu sem os mesmos interesses. Alguém que deu de si o melhor que podia e sabia, alguém que é humano, cometeu erros, mas fez muita coisa bem feita. Mas sobretudo que foi sério naquilo que fez.” “Quando cá chegámos tínhamos perdas de água na ordem dos 46 por cento e neste momento estamos nos 34 por cento. O nosso objetivo é chegar aos 20.” “Não sou forreta ao ponto de não fazer investimento para ter dinheiro no banco, mas o meu princípio é ter sempre uma ‘bolsa’, porque a bonança não dura sempre e também tenho uma perspetiva de que, com o que se está a passar à nossa volta, daqui a um ano ou dois teremos aí uma nova crise…” “Se eu não tivesse tanto amor-próprio já me tinha suicidado com o que se disse e se diz de mim! Ao longo da minha vida política já me colaram tudo e mais alguma coisa.”
QUINTA-FEIRA, 20.12.2018
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// Entrevista
“Algarve precisa de vozes em Lisboa” A menos de um ano das eleições legislativas, como analisa o atual cenário da política nacional? O PS tem todas as condições para ganhar as eleições. A questão é se pode ganhar com maioria ou sem maioria absoluta. Depende da arte e engenho do partido. Sabia-se que as greves iriam aparecer, pois houve expetativas criadas, tudo estava muito bem e há setores que iriam querer estar melhor. Depois há partidos que querem evitar uma maioria absoluta do PS, para que haja dependência para alianças e acordos. Há processos em que o governo tem estado bem e outros em que tem de trabalhar mais a parte do diálogo. O PS tem condições para ganhar com maioria absoluta, se não o conseguir é por demérito de si próprio.
Continua a faltar força da região junto do Governo? Em relação a isso, acho que o Algarve precisa de vozes, não de deputados. Se conseguir ter deputados com voz melhor será. Estamos daqui a alguns meses num processo de escolha de novos deputados pelo Algarve e estou curioso para perceber qual a distribuição geográfica dos mesmos, se serão só escolhidos do eixo Faro-Loulé, o que seria anedótico, mas é o mais provável. Por outro lado, temos de sentir que os nossos deputados são algarvios e não sentir que o PS tem voz cá em baixo. São coisas distintas…
Isso tem acontecido? É isso que sinto. Sinto que o PS tem voz cá em baixo, mas que o Algarve não tem voz lá em cima. Acompanhamos isso e vemos as posições e a força de outras regiões do país como Aveiro, Porto e Viseu. Quando há um burburinho lá em cima há logo impacto, cá em baixo nem sequer diálogo se consegue ter com Lisboa, é constrangedor. Enquanto presidente de Câmara tenho dificuldades em falar com o Governo e o partido é da mesma cor! Tenho até dificuldades em falar com os deputados do PS eleitos pelo Algarve. Falo, mas pouco. Enquanto algarvio, sinto-me órfão da minha representatividade.
E neste último Lagoa está muito bem colocada. Refiro-me à oferta cultural e desportiva, na parte social e educativa, onde temos projetos em que somos quase pioneiros e com excelentes resultados. Nesse aspeto Lagoa está muito bem.
Dê um ou dois exemplos. Há poucos dias recebemos o prémio ‘Viver em Igualdade’, repetindo o que já tínhamos conquistado há dois anos. Promovemos o prémio literário Maria Barroso, que é o maior a nível nacional. Fui há dias a Lisboa assinar um protocolo com o Governo relativamente à conciliação da vida profissional e pessoal e familiar, que é uma atenção muito grande que temos para com os nossos funcionários. Na parte desportiva e cultural, destaco não só os eventos, mas os diversos programas que estão associados, na oferta educativa. Agora até meditação temos nas escolas junto dos mais pequeninos, algo que no norte da Europa é muito comum, mas que julgo ser pioneiro no Algarve na escola pública. Na ESPAMOL temos o programa com os atletas de alta competição. Está cá sediada a Orquestra de Jazz do Algarve e contamos com uma envolvência e uma oferta muito grande para a nossa comunidade.
LAGOA COM MAIOR VISIBILIDADE Nas saídas oficiais a outras zonas do Algarve e do país, que lhe dizem os políticos ou outras pessoas sobre Lagoa? Somos um concelho pequeno e que durante muitos anos esteve condenado a ser um dormitório, com uma subserviência a concelhos maiores. Isso acabou e hoje há essa noção da parte de muita gente. Sinto e oiço isso em diferentes situações. Houve uma emancipação e há um respeito diferente relativamente a Lagoa. É um concelho que, em alguns aspetos, consegue fazer
tenho uma perspetiva de que, com o que se está a passar à nossa volta, daqui a um ano ou dois teremos uma nova crise. Por isso, há que cortar mais nas despesas correntes e de funcionamento, até porque também temos grandes investimentos para fazer nos próximos anos. Temos de encontrar esse equilíbrio de investir e de ter uma verba para futuros períodos de dificuldade.
É curioso, antes na política era apelidado gastador, agora é de ter dinheiro no banco e de não gastá-lo? Se eu não tivesse tanto amor-pró-
“Em termos de espaços verdes, o parque urbano do Parchal será o maior pulmão verde do concelho. Terá muito arvoredo, mais sombras, uma pista para fazer crosse, mais áreas de lazer e de desporto. Os trabalhos serão iniciados e concluídos em 2020”
E em termos de obras? Há portanto pouca ligação entre as autarquias e os deputados? Pouca é para ser simpático. Temos nove deputados no Algarve, estamos a acabar a legislatura e nestes quatro anos falei com um ou dois do meu partido por algumas situações. De resto, nem os conheço. Estive aqui reunido com alguns antes das últimas eleições legislativas (candidatos a deputados do PSD e do PP) que quiseram cá vir. Gostei de os receber, disse-lhes que era positivo para fazerem uma radiografia da região e passarem pelos concelhos todos, mas avisei que não acreditava que voltassem. Garantiram que voltariam. Até hoje nunca mais nenhum se interessou em cá vir, nem destes nem de outros partidos. Ninguém teve tempo. Há muita preocupação com a gestão pessoal de cada um, para estar posicionado, e pouco interesse coletivo.
roturas e às vezes três ou quatro na mesma conduta num só fim-de-semana. Temos de pôr cobro a isto.
Em entrevistas anteriores, deu ênfase às perdas de água e ao trabalho que estava a ser feito para as reduzir. Quais são os últimos números disponíveis? Quando cá chegámos tínhamos perdas de água na ordem dos 46 por cento e neste momento estamos nos 34 por cento. O nosso objetivo é chegar aos 20.
Que impacto financeiro isso tem nas contas da autarquia? É fácil fazer as contas. Gastamos cerca de cinco milhões de euros na compra de água por ano. Se tí-
nhamos perdas de 46 por cento, era praticamente metade desse valor que era perdido. Com a substituição de todas essas condutas, com a colocação de contadores inteligentes e a monotorização do sistema de perdas, o nosso objetivo é chegar aos 20, ou um pouco abaixo, que é o valor de referência da ERSAR.
Nos projetos que estão em fase de arranque, quais considera mais importantes para o futuro do concelho ou com mais impacto na população? Temos duas situações que temos de distinguir: uma coisa são os investimentos em termos de obras, outra em termos de programas.
Além das já referidas, destaco a requalificação da baixa de Ferragudo e do silo de estacionamento. Também Carvoeiro terá uma estrutura destas para as viaturas. Em Porches, o parque da vila será uma realidade, bem como a ligação de mobilidade dos Alporcinhos com a Senhora da Rocha. São tudo projetos que estão prestes a ser lançados e serão importantes para o futuro de Lagoa, da nossa população e vão transformar a face do concelho.
Será um concelho muito diferente em 2021? Sim, será porque também as exigências hoje são diferentes de há 30 anos. O que temos feito e que representou a grande mudança relativamente a executivos anteriores, é que fazemos as coisas de uma forma estruturada e não de uma forma avulsa como era antes.
Já tem uma decisão sobre se a taxa turística vai ser aplicada ou não? Ainda não há uma decisão. Estamos a fazer um estudo, já encomendado, sobre carga fiscal no concelho. Quando tiver esse estudo é que tomaremos uma decisão quanto à aplicação ou não da taxa turística.
“Ainda tenho muito para dar a Lagoa e vou cá ficar, pelo menos, nos próximos três anos.” o que outros, de maior dimensão, não fazem, ou estar ao mesmo nível desses. Afirmamo-nos pela gestão, pelas boas referências nos vários indicadores, pela oferta cultural, desportiva e social que torna este concelho numa referência na região. Às vezes, das populações oiço muitas palavras de apoio, mesmo de gente de outros municípios. Dão-me os parabéns e perguntam-me quando é que vou concorrer à Câmara da sua área. Aconteceu algumas vezes, é engraçado e agradável.
prio já me tinha suicidado com o que se disse e se diz de mim! Ao longo da minha vida política já me colaram tudo e mais alguma coisa. Já ouvi a história do bom gestor que deixa muito a desejar e do mau gestor que efetivamente não o é… Foi uma imagem que me quiseram colocar no passado. O dinheiro que a Câmara tem no banco, e ainda bem que o tem, é para investir e é fruto de uma boa gestão, senão não havia lá dinheiro, tinha sido gasto ao desbarato. Mas isso não fazemos, não somos irresponsáveis.
A autarquia voltou a estar entre as melhores na eficiência financeira. O que Lagoa tem feito para manter esse estatuto?
PONTO ALTO DA VIDA POLÍTICA
Muito rigor nas contas. Não sou forreta ao ponto de não fazer investimento para ter dinheiro no banco, mas o meu princípio é ter sempre uma ‘bolsa’, porque a bonança não dura sempre e também
A vitória nas eleições de outubro de 2017, um resultado histórico do PS, foi o ponto alto da sua vida política até hoje? Não acho isso. É mais difícil conquistar o poder do que mantê-lo. O ponto alto da minha vida política foi quando conquistei a Junta
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Entrevista //
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Faltam funcionários para recolha de lixo A limpeza urbana é um problema crónico no Algarve e também Lagoa tem sentido isso. Que dificuldades existem, o que está a ser feito para fazer face a isso? As dificuldades existem e têm a ver, sobretudo, com o facto de não conseguirmos mão-de-obra para trabalhar nesse setor. Esse é o grande problema. Quando falamos nisso e alguns dizem que temos é de contratar gente e não empresas externas, posso dizer que temos concursos a decorrer e ninguém aparece. PUB
E porquê? Tem a ver com o salário? Precisamente. Aqui só podemos pagar o que está estipulado para a função pública para limpeza e recolha, que é o ordenado mínimo. Mas temos uma empresa grande no Algarve que é privada, a Algar, que paga praticamente o dobro desse valor. E mesmo eles têm alguma dificuldade em arranjar trabalhadores. Agora pergunto: para esta função estamos limitados por lei a pagar o ordenado mínimo, como é que podemos ter pessoas nos concursos? Se pudesse pagava mais, mas a legislação não o permite.
Como poderá dar a volta a esta questão? A solução que encontrámos, e que já temos usado para a limpeza, é contratar uma empresa para fazer também a recolha de lixo. Levaremos essa questão a reunião de Câmara e à Assembleia Municipal. Para um problema temos de ter várias soluções. Se não aparecem pessoas nos concursos de contratação, temos de recorrer a uma empresa externa que faça esse serviço. É o que estamos a equacionar.
O autarca refere que Lagoa tem hoje outra visibilidade e que o concelho é visto como uma referência na região de Freguesia de Lagoa ao PSD e a Câmara Municipal. Quando a mantive no ano passado, apesar do resultado ter sido muito bom, entendo que era a minha obrigação de o fazer. Se assim não fosse, é que teria feito muita coisa mal na minha governação.
Sente-se um homem realizado politicamente? Sim. Há uma frase conhecida que posso aplicar neste caso: “estou na cadeira de sonho”. Estou onde quis estar, tal como quando estive na Junta de Freguesia. A vida é feita por etapas.
Acha que ainda tem muito para dar à população enquanto presidente de Câmara? Tenho! Quando me apresentei aqui disse que tinha um projeto para dez anos e ainda só passaram cinco, estou a meio. Tenho projetos suficientes para os próximos sete anos e ainda vão ficar coisas por fazer. Estou completamente descansado nesse aspeto. Nunca encarei este cargo como uma carreira ou profissão, pois tenho a minha profissão e gosto muito dela. Estarei aqui enquanto achar que tenho forças e capacidade para fazer o que tem de ser feito. A pior coisa que o político pode ter quando está nestes cargo é já não ter nada para dar e pensar que isto é carreira e profissão. Até do ponto de vista pessoal isso é negativo.
Ainda estou muito longe disso, tenho muito para dar a Lagoa e vou cá ficar, pelo menos nos próximos três anos.
DISTÂNCIA DA FAMÍLIA O que mais o desgasta nesta atividade? A distância da família. Como muita gente sabe, a minha vida familiar é um bocadinho atípica, pois tenho a minha esposa e um filho com cinco anos em Espanha, e um outro filho com 21 que está em Lisboa. Repare tenho um filho com cinco anos e estou na Câmara há cinco anos… tem sido uma gestão familiar complicada. O que mais desgasta é estar longe deles. Por exemplo, agora o meu filho, no pedido aos Reis, pediu que o pai ficasse lá. Isso obviamente que me toca… E oiça, até por isso, por ir a Espanha ver a minha família sou criticado. Mas tenho um grande amor-próprio e arcaboiço para aguentar isso tudo.
Sente-se agastado ou desiludido com algumas pessoas? Porquê? Ao longo dos anos fui deixando de ter muitas ilusões. Não me iludo muito com ninguém, apenas espero o melhor de cada um. Agora obviamente que pela imagem que tinha de algumas pessoas que eu sei que têm perspetivas de futuro na política, que têm responsabilidades no passado, vê-las hoje to-
mar posições e atitudes muito diferentes daquilo que eu esperaria, obviamente que estou um pouco desiludido. Depois espero daqueles que estão mais por dentro da política, um pouco mais de compreensão do que isto é. Temos de olhar para o coletivo e não para o individual.
“PS/Lagoa vai ficar muito bem” Um dia quando deixar a política como acha que ficará o PS/Lagoa? Vai ficar muito bem. Iniciámos agora um trabalho interno no partido como nunca foi feito. Nas novas filiações aumentámos significativamente o número de jovens com menos de 30 anos, quase que equiparamos o número de homens e mulheres e a média de idades dos militantes baixou significativamente. Estamos a gerar interesse e atratividade junto de pessoas que nunca foram filiadas.
Isso acontece muito? Acontece imenso. Muitas vezes faço uma gestão pessoal e não partidária. A incompreensão, a necessidade de se mostrarem e de se valorizarem… costumo dizer que tenho de gerir financeiramente a Câmara, o tempo, as ambições de uns, gerir os silêncios… é muita gestão…
Já pensou se vai ser candidato nas próximas eleições? Como já referi, sempre disse que tinha um projeto para dez anos e tenho obras para os próximos sete. Acho que a resposta está dada. À partida, cá estarei.
Se não estiver, onde poderá estar? Em casa com a minha família. É a minha ambição futura. Quando fechar este ciclo autárquico é darlhes o que nunca dei.
Um dia que deixe a política ou de ser presidente de Câmara, qual é a imagem ou a recordação que queria que os lagoen-
Está então a procurar revitalizar o partido… O objetivo da minha candidatura foi deixar um PS preparado para o futuro. Quando estamos no poder, muitas vezes o partido vai definhando. Eu sei que isso não vai acontecer no PS e toda esta massa crítica que está a chegar agora dá garantias de vitalidade e uma segurança de que os que vão ficar irão fazer um trabalho melhor do que aquele que eu fiz. É esse o objetivo de alguém que lidera, é deixar o futuro garantido e não ter medo de se rodear de pessoas que possam ser uma ‘ameaça’. Os políticos têm medo disso, não se querem rodear dos capazes porque podem ser uma ameaça para eles.
É conhecido por ter uma liderança forte. Há pessoas preparadas no partido para serem líderes fortes? Cada um tem o seu feitio e a sua personalidade. Tenho o meu estilo de liderança, não quer dizer que seja o mais eficaz. Outros poderão ter estilos diferentes, o que não quer dizer que não sejam bons líderes. Igual a mim não há, há diferente. Há pessoas dentro do partido que estão preparadas e estão a preparar-se para o futuro. Têm muito valor e tenho a certeza que vão dar excelentes líderes.
ses guardassem de si? Alguém que entrou aqui sem interesses em área nenhuma e que saiu sem os mesmos interesses. Alguém que deu de si o melhor que podia e sabia, alguém que é humano, cometeu erros, mas fez muita coisa bem feita. Mas sobretudo que
foi sério naquilo que fez. O carinho que quero sentir dos lagoenses é aquele que sentia em 2013 quando aqui cheguei. Ainda hoje sinto isso no dia-a-dia, junto daqueles que concordam ou que discordam de algumas decisões que eu possa tomar.
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// Ambiente
POLÉMICA EMPREENDIMENTO NAS ARRIBAS COM DECLARAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL DESFAVORÁVEL
CCDR ‘chumba’ projeto turístico de luxo na costa de Benagil Aumento do volume de tráfego, de pressão humana e visual e proteção da vegetação são razões que justificam a decisão. D.R.
Rui
Pires Santos
O
empreendimento de luxo aprovado por diferentes entidades em 2008 e que estava previsto para nascer na zona entre a Praia da Marinha e de Benagil foi chumbado pela comissão de avaliação do Estudo de Impacte Ambiental, grupo presidido pela Comissão de Avaliação do EIA, liderado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve). Em causa está “o aumento de quase cinco vezes o atual volume de tráfego rodoviário naquela zona do litoral” e “o relevante au-
mento da pressão humana sobre este importante e sensível troço costeiro, afetando toda a linha de costa entre a praia do Carvalho e a Senhora da Rocha, onde a capacidade de carga das praias, face aos atuais padrões de procura, se encontra esgotada”, refere a CCDR em comunicado enviado às redações a 11 de dezembro. O projeto conhecido como UP11 iria situar-se a cerca de 300 metros da linha de costa e “a ser concretizado”, diz a comissão de avaliação, “seria de prever que os impactes do empreendimento teriam repercussão negativa sobre a biodiversidade atendendo a que a
Questões ambientais travam o avanço da construção aprovada por diferentes entidades há dez anos localização em causa integra a área geográfica de distribuição natural da espécie ‘Linaria algarviana’, espécie fortemente pressionada”. Refira-se que o empreendi-
mento, classificado como de cinco estrelas previa um investimento de 180 milhões de euros e a criação de 312 postos de trabalho, com a construção de um hotel,
um hotel-apartamento e um aldeamento turístico, num total de 1279 camas. Ligado a este projeto estava o atual presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. PUB
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Economia //
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GASTRONOMIA BARCA VELHA PREPARA NOVIDADES PARA BREVE
Vinhos VS seguem de ‘vento em popa’
Festas Felizes
Virgílio Sequeira vende cerca de 100 garrafas da sua marca por mês no restaurante. Néctar está também disponível noutros estabelecimentos da região. LAGOA INFORMA
LAGOA Rua Dr. Fonseca de Almeida,13 Telf. 282 352 518 | Tlm. 961 958 978 PUB
Entusiasmado com o sucesso do seu vinho, o proprietário da Barca Velha tem já novos projetos para 2019 Rui
Pires Santos
O
proprietário do restaurante Barca Velha, em Lagoa, iniciou há cerca de um ano o projeto de criação da marca de vinhos VS. Produzido na Quinta dos Vales, a venda deste néctar tem superado as expetativas e Virgílio Sequeira tem a ambição de ir mais além. “A marca já está estabilizada, muita gente conhece e há uma grande procura. Na Barca Velha vendemos em média 90 a 100 garrafas por mês. Os clientes já pedem, não precisamos de a apresentar, pois já conhecem o vinho e apreciam-no. Este ano foi muito
positivo, demos maior visibilidade à Barca Velha e somos procurados pelo nosso vinho. Foi um cartãode-visita importante para atrairmos mais e novos clientes ao restaurante”, salienta. Apresentando uma garrafeira com cerca de 800 marcas e mais de 19 mil garrafas, a Barca Velha é já uma referência na zona do barlavento. E a marca VS (iniciais do proprietário) veio reforçar ainda mais o nome do restaurante. “Sou suspeito para falar mas este é um ótimo vinho, bebe-se bem e à prova cega nem parece algarvio. Tem taninos macios, é envolvente e com um final de boca longo”, explica Virgílio Sequeira, revelando
que estão “quase esgotadas as 7500 garrafas da marca” (seis mil de tinto, mil de branco e 500 de rosé). Para o próximo ano, há intenção de ter mais vinho e criar uma nova marca. Além disso, está a ser preparada uma surpresa, para já ainda no ‘segredo dos Deuses’. “Há um novo projeto na calha com a marca Barca Velha… ainda é cedo para falar. Será revelado em breve, refere. Para já prepara também a festa de Revéillon no restaurante (60 euros por pessoa) e tem uma promoção até final do ano: 25 por cento de desconto em todo o vinho, quer seja consumido no restaurante, quer seja para levar.
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Real Estate
IMOBILIÁRIA
Feira realiza-se entre 16 e 25 de agosto de 2019
Candidaturas à FATACIL já abriram A primeira fase de candidaturas a empresas e expositores para a participação na FATACIL já estão abertas e prolongam-se até 15 de janeiro. A medida foi anunciada e justificada pela Câmara Municipal
de Lagoa, entidade organizadora, devido ao crescente número de visitantes e de expositores registados nas últimas três edições. Além disso, no próximo ano o certame comemora 40 anos e haverá um maior rigor na seleção dos expo-
sitores participantes para assinalar esta data histórica da feira. As candidaturas podem ser feitas através do envio de email para fatacil@ cm-lagoa.pt. Refira-se que a FATACIL 2019 realiza-se entre 16 e 25 de agosto.
(+351) 938 738 073 (+351) 282 071 784
info@imobrunoboto.com | www.imobrunoboto.com Rua Afonso de Albuquerque, n. 1, loja A, 8400-249 FERRAGUDO Licença nº. 14524-AMI | NIPC 510 221 742
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// Desporto MÁRIO MOREIRA
NATAÇÃO ESCALÕES DE SUB-12 E SUB-14
Encontro do Plano Nacional de Talentos juntou 40 atletas Lagoa Académico Clube, Portinado, Aminata-Évora e Viver Santarém foram os clubes participantes.
A
s piscinas municipais receberam, a 2 de dezembro, 40 atletas para disputar o I Encontro Zona Sul do Plano Nacional de Talentos - Polo Aquático, da Federação Portuguesa de Natação (FPN). Os nadadores, distribuídos por escalões de sub-12 e sub-14 mistos, representaram as Associações de Natação do Algarve (ANALGARVE), Alentejo (ALENTEJO) e do Distrito de Santarém (ANDS), em representação de quatro clu-
bes: Lagoa Académico Clube, Portinado, Aminata-Évora e Viver Santarém. O encontro, organizado pela ANALGARVE, com o apoio do Município de Lagoa, decorreu nas piscinas municipais de Lagoa entre as 10h00 e as 13h00 e contou com a presença do selecionador nacional da modalidade, Fernando Leite. “A visão deste projeto passa por criar os alicerces para que os jogadores do futuro tenham as bases necessárias para o alto ren-
dimento desportivo no Polo Aquático”, explicou. “A missão do projeto”, adiantou, consiste em “protocolar métodos para criar níveis de excelência, (…) democratização das boas práticas (…) e sustentabilidade da atividade de uma forma credível”, fornecendo aos jogadores treino “com uma base capaz através da sistematização dos conteúdos de aprendizagem”, concluiu o técnico da Federação Portuguesa de Natação.
Júnior do Lagoa Académico Clube
Eduardo Almeida na seleção portuguesa O jogador Eduardo Almeida, do Lagoa Académico Clube, foi chamado à seleção nacional de juniores C. O atleta recebeu a notícia na semana passada, naquela que é primeira presença na equipa das quinas. O andebolista entrou em estágio ontem, 19 de dezembro, e vai representar a seleção precisamente no Torneio de Internacional Cidade de Lagoa.
Autarquia recebe distinção
Lagoa ‘Município Amigo do Desporto’ A Associação Portuguesa de Gestão do Desporto (APOGESD) e a Cidade Social reconheceram Lagoa como um dos 88 ‘Municípios Amigos do Desporto’, oito deles situados no Algarve. A entrega do galardão aos 88 municípios decorreu no âmbito do Congresso Nacional de Gestão do Desporto, em Rio Maior a 29 e 30 de novembro, e contou com a presença do presidente do Instituto Português do Desporto e da Juventude, Vítor Pataco. Nos critérios de análise que destacaram o município estão as instalações desportivas, os eventos, organização, programas, desporto solidário, sustentável e inclusivo e as parcerias. PUB
Boas Festas PARCHAL - Junto à passagem de nível Parque de Estacionamento Privado
CHARCUTARIA TALHO PADARIA Carnes frescas de origem nacional FRUTARIA PEIXARIA TABACARIA Peixe Fresco JOGOS SANTA CASA CAFETARIA VENHA CONHECER AS NOSSAS SUGESTÕES NATALÍCIAS
- Pato Recheado - Perú Recheado - Lombo de Porco - Roti de Perna de Perú - Lombinho Recheado
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Desporto //
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FORMAÇÃO TORNEIO INTERNACIONAL CIDADE DE LAGOA
Festa do andebol começa hoje Prova mostra alguns talentos da formação nacional e conta com a participação de equipas espanholas. CM LAGOA
T
em início hoje, 20 de dezembro, mais uma edição do Torneio Internacional Cidade de Lagoa em andebol, uma das competições de referência a nível nacional na modalidade ao nível da formação. Organizada pelo Lagoa Académico Clube e pela Câmara Municipal, a prova vai contar com a presença de equipas de topo como o Sporting e o Boavista, bem como algumas formações espanholas, como o Montequinto ou o Solucar. Em ação vão estar atletas dos escalões minis masculinos, infantis masculinos, juvenis masculinos, iniciados femininos e juvenis femininos, estando agendados 43 jogos, que se irão realizar no Pavilhão Municipal Jacinto Correia e no pavilhão da Escola Jacinto
LISTA DE EQUIPAS PARTICIPANTES
O Lagoa Académico Clube vai participar com a ambição de somar vitórias Correia. No total participam no torneio cerca de 500 pessoas, entre
jogadores, técnicos e dirigentes, sendo esperadas mais algumas dezenas, nomeadamente os pais
dos atletas que anualmente se têm deslocado a Lagoa para acompanhar o desempenho dos filhos.
– Lagoa Académico Clube: minis masculinos, infantis masculinos, juvenis masculinos, iniciados femininos e juvenis femininos. – CBM Pan Moguer: minis masculinos e infantis masculinos; – Ginásio Clube do Sul: minis masculinos e juvenis masculinos; – Sporting Clube de Portugal: minis masculinos, infantis masculinos e juvenis masculinos. – CCR Alto do Moinho: infantis masculinos. – CBM Solucar: iniciados femininos e juvenis femininos. – CBM Montequinto: iniciados femininos, juvenis femininos e juvenis masculinos. – Clube Andebol de Leça: iniciados femininos e juvenis femininos. – Boavista Futebol Clube: juvenis masculinos – Seleção Nacional Juniores C: juvenis masculinos. PUB
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// Opinião
OPINIÃO Associativismo democrático Democracia não é apenas uma forma de organização política dos Estados, é antes um sentimento social, cultural e psicológico. Quem assume a democracia como o movimento de engrenagens formais que garantem contraditórios e a auscultação periódica de um alargado grupo de pessoas não compreende a essência do quotidiano e do outro como cerne do equilíbrio e da evolução. David Roque Professor e escritor
No associativismo, os dirigentes que não se abrem ao universo enquistam e cristalizam em práticas ensimesmadas e pouco condicentes com a prossecução dos seus objetivos originais. Nalgumas associações não se realizam atos eleitorais há imenso tempo, noutras eles acontecem sem publicitação e oportunidade dos associados se organizarem ou refletirem. Adotam o velho método da democracia formal sem deixar o espírito da diferença e da renovação atingir o cerne das instituições. As associações devem munir-se de instrumentos democráticos consagrados em estatutos, mas, mais do que isso, necessitam de ter órgãos diretivos amplos e abertos aos associados e aos simpatizantes. A não ser assim
há dois perigos iminentes à espreita: o personalismo e a cristalização. Sem uma autocrítica eficiente os dirigentes associativos deixam de prestar contas aos associados e, como temos visto em algumas instituições, conduzem-se por práticas nada éticas na gestão dos fundos, talvez acreditando que se tratam de derivas legítimas. No caso “Raríssimas” não se considera anormal um dirigente abusar dos poderes que foi acumulando ao longo de anos, o anormal será todas as outras pessoas com responsabilidade dentro da instituição que aprovaram ou deixaram passar tal comportamento. Como pode isto acontecer? Desvios aos objetivos fundadores das associações acontecem quando se deixam capturar pelo ascendente de uma personalidade ou, por vezes, quando se instala uma rede de apoiantes, tantas vezes por nepotismo descarado. Primos, filhos, genros, familiares, vale tudo para erguer uma muralha em redor de um “chefe carismático”. Depois acontece a cristalização, a paragem no tempo, o esgotamento das ideias e da vitalidade. O mesmo grupo ou indivíduo perpetua-se de forma a impedir a injeção de energia que pode
No associativismo, os dirigentes que não se abrem ao universo enquistam e cristalizam em práticas ensimesmadas e pouco condicentes com a prossecução dos seus objetivos originais. Nalgumas associações não se realizam atos eleitorais há imenso tempo, noutras eles acontecem sem publicitação e oportunidade dos associados se organizarem ou refletirem. vir de outros. Uma direção sábia não precisa esperar pelo contencioso do ato eleitoral, o espírito democrático obriga o associativismo a exigir a presença de um número de sócios alargados para discutir temas e, sobretudo, rumos para o futuro. Imaginemos um exemplo quase caricato, a direção decide pintar o exterior da sede e dar-lhe um novo ar e, para tal, realizará um referendo a todos os associados para que estes possam escolher a cor a aplicar. Ou, mais a sério, fazer jornadas de reflexão que meditem o passado, avaliem o presente e projetem o futuro da entidade. Solução evidente é evitar o presidencialismo, que desemboca no tal personalismo, pelo que os estatutos devem pedir direções colegiais com um mínimo de
cinco elementos e com os poderes do presidente reduzidos à representação. Outro comportamento democrático é abrir as portas aos jovens, sem ser como força braçal ou número de encher, possibilitando a sua intervenção direta e até assunção de responsabilidades. Pensar o associativismo democrático implica o olhar constante para os objetivos fundadores e a obrigação de atualizar as práticas, na crença que o associativismo é das pessoas que se preocupam com a qualidade da vida em comunidade, feito pelas pessoas, com os seus rasgos de génio e carga de defeitos, e existente para as pessoas, que são os associados e a comunidade.
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José Santos •
Tlm. 919 710 153
Rua Fonseca de Almeida, 23 8400-346 Lagoa, Algarve henricat@mail.telepac.pt Tel. 282 341 261· Fax 282 342 494
E. N. 125, Calvário 8400-066 Estombar RESERVAS: tel. 282 427 313 tlm. 960 330 251 | 968 537 911 PUB
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Votos de Boas Festas
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Saúde //
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RIM PROBLEMA AFETA 8 A 10 POR CENTO DA POPULAÇÃO ADULTA
Vitória contra a doença renal começa na prevenção Doentes com diabetes, hipertensão arterial e obesidade podem estar em maior risco.
A
Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL), com o apoio das Sociedades científicas e Associações de Doentes da área da nefrologia, vai promover, em Portugal, uma campanha nacional de consciencialização sobre a doença renal e a importância da sua prevenção. “Com esta iniciativa pretendemos reforçar o alerta para o papel que a prevenção desempenha nesta doença e no seu prognóstico. Está demonstrado que a melhor forma de reduzir a incidência da
D.R.
doença renal crónica é através da promoção de programas de prevenção, onde se pode incluir esta campanha nacional. Para proteger os rins, as pessoas devem controlar os fatores de risco como a diabetes, a hipertensão, a obesidade e deixar de fumar” explica Jaime Tavares, presidente da ANADIAL. A campanha ‘A Vitória Contra a Doença Renal começa na Prevenção’ pretende aumentar o conhecimento e compreensão sobre a doença renal crónica, promovendo a sua prevenção. A iniciativa conta com o apoio da Associação de Doentes Renais de Portugal, da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR), da Sociedade Portuguesa de Nefrologia e da Sociedade Portuguesa de
Transplantação. A doença renal crónica carateriza-se pela deterioração lenta e irreversível da função dos rins. Como consequência da perda desta função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Os doentes com diabetes, hipertensão arterial, obesidade e história familiar de doença renal podem estar em risco de desenvolver esta doença. Para prevenir a doença renal crónica vigie o seu peso, tenha uma alimentação saudável (reduza o consumo de gorduras e de sal e esteja atento ao tamanho das porções), não fume (os fumadores têm uma probabilidade três vezes
maior de apresentar uma função renal diminuída), faça exercício físico, controle a hipertensão e a diabetes, não beba álcool, não
se automedique e faça rastreios regulares (esteja atento a indicadores como sangue na urina, por exemplo). PUB
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// Diversos Opinião Natal!!!
Texto de aluno sobre o Natal Nesta quadra natalícia propusemos aos agrupamentos de escolas deste concelho que os alunos do 5º ano elaborassem um texto alusivo ao Natal, no sentido de fomentar o gosto pela escrita e promover a criatividade e as emoções que esta época nos transmite.
De todos os textos entregues elegemos o texto vencedor que teve o privilégio de ser publicado nesta edição. Aos três melhores textos foi atribuído um ‘doce’ prémio que será entregue aos respetivos autores no dia 3 de janeiro de 2019 nas suas escolas.
Quase 2018 anos após o nascimento de Jesus Cristo. Crentes ou não crentes reconhecemos que a doutrina que Ele nos ensinou estabeleceu princípios de moral, de ética e de civilização que a maior parte do mundo tem vindo a seguir e a que a História chamou CRISTIANISMO. É nesta Quadra que se avizinha que, crentes ou não crentes, por tradição ou porque o ambiente social convida, se felicitam, se desejam Saúde, Sorte, Felicidade, Prosperidade. O Amor, o Sorriso, a Alegria, a Tolerância, a Paz andam no ar. TÃO BOM!!!
João Reis Professor
O menino que nunca teve Natal Era uma vez um menino chamado Guilherme que nunca comemorou o Natal, nunca teve um Natal como os outros meninos. O Guilherme nunca teve a oportunidade de desembrulhar um presente, mas olhava para as outras crianças sempre com um sorriso na cara. Sempre que chega a altura do Natal, o Guilherme chorava tal como os seus pais, porque eles eram muito pobres e só tinham dinheiro para comprar pão e pouco mais. Apesar disso, o Guilherme tinha esperança que um dia caísse uma estrela do céu e lhe concedesse um desejo. Numa noite estrelada de Natal, o Guilherme viu uma estrela cadente. Fechou os olhos com muita força e pediu: - Estrela, dá-me saúde, algum dinheiro e um Natal diferente a mim e à minha família! O Guilherme voltou para casa e adormeceu.
Parece, porém, que algo se terá desvirtuado – por um lado, a demonstração de Amizade e Amor, em vez de assentar em sentimentos nobres, passou a realçar o valor e a quantidade dos presentes que se oferecem, atendendo, quase levianamente, às propostas e convites da publicidade e dos centros comerciais; por outro, os símbolos singelos e simples de um presépio de barro ou de cartão têm vindo – não obstante as iniciativas de algumas autarquias no sentido de os preservar – a ser substituídos por ‘pais natais’ e pinheiros iluminados que, em vez de pinhões, ‘produzem’ chocolates e coloridas bolas de plástico que, nada tendo a ver com a religiosidade da data, representam uma grande vitória da ‘doutrina’ consumista a que ninguém parece ser capaz de fugir.
No dia seguinte, acordou e tinha na sua sala uma linda árvore e alguns presentes debaixo da árvore. Na cozinha estava uma mesa super bem decorada e cheia de comida quentinha e saborosa para ele e os seus pais passarem um Natal diferente. Os pais estavam confusos, mas choraram de alegria e o Guilherme disse-lhes também a chorar, mas muito feliz: - Eu sabia que algum dia isto iria acontecer!!!
Gonçalo Simões 5ºD - nº10
Crentes ou não crentes, saibamos ser cuidadosos nas ofertas de coisas materiais, e sinceros e francos nos desejos Altruístas e Amigos que endereçamos nos nossos Abraços. A crentes e a não crentes, leitores ou não deste jornal, permitam-me enviar os meus desejos de UM BOM NATAL, UMA VERDADEIRA FESTA DE ANIVERSÁRIO DE JESUS CRISTO, recordando, com ELEVAÇÃO, o que ELE nos legou como Regras de Fraternidade. PUB
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Festas Felizes
QUINTA-FEIRA, 20.12.2018
Diversos //
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31 DEZEMBRO - 20H00 Arade Music Fest Centro de Congressos do Arade
23 DEZEMBRO JOSÉ MACETA
1 JANEIRO - 11H00 Banho de Mar Praia do Pintadinho - Ferragudo
24 A 29 DEZEMBRO LAGOA 30 DEZEMBRO AMPARO LAGOA
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31 DEZEMBRO A 5 JANEIRO JOSÉ MACETA 6 JANEIRO LAGOA 7 A 10 JANEIRO AMPARO LAGOA
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282 380 190
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282 356 460
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964 423 244
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TESTEMUNHA DE ACIDENTE Proprietária de veículo envolvido no atropelamento de um javali, a 18 de março de 2017, pelas 20h30, antes da ponte nova de Portimão, sentido Portimão-Lagoa, procura contactar com senhor que seguia num jipe, reside em Lagoa e esteve no local após o acidente.
MANUEL AGOSTINHO DE ASSUNÇÃO GRAMACHO N 28/08/1944 F 06/12/2018 Agradecimento Sua Esposa, Filho, Nora, Neta e restante família, agradecem a todas as pessoas, que estiveram presentes no funeral do seu ente querido, ou de que outra forma lhe manifestaram o sentimento de pesar.
Tlf. 965 120 066
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Boas Festas Largo 5 de Outubro, 9 8400-345 Lagoa Tlm: 931 351 426 Tel: 282 038 010 Email: clinicamfl@hotmail.com
Rua Coronel Figueiredo | Mercado Municipal 8400-306 Lagoa
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Rua Coronel Figueiredo, nº 27 8400-306 Lagoa Tel.: 282. 352 275 Fax: 282. 352 251 E-mail: antonioj.soares@iol.pt
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20 de dezembro de 2018 - Quinta-feira
DIVERSÃO A 1 DE JANEIRO NA PRAIA DO PINTADINHO
A fechar...
‘Banho de Mar’ marca início do ano em Ferragudo
D.R.
São esperadas cerca de 300 pessoas para um evento que vem ganhando tradição no concelho. D.R.
Atletismo: Ricardo Silva campeão regional de montanha O atleta do Sporting Clube Lagoense, Ricardo Silva, conquistou a 9 de dezembro o título de campeão regional de montanha, em Moncarrapacho, no escalão de seniores, depois de há algumas semanas ter alcançado o primeiro lugar na mini-maratona de Vilamoura. A passar por um bom momento de forma, Ricardo Silva teve uma excelente prestação e superou a concorrência, somando um importante título individual. O Sporting Lagoense participou nesta competição com mais um atleta, o veterano Manuel Rodrigues, que também obteve um bom resultado ao classificarse na segunda posição, sagrando-se assim vice-campeão regional no seu escalão.
De ano para ano vem aumentando o número de corajosos que entram na água fria
A
praia do Pintadinho, em Ferragudo, volta a ser o ponto de encontro dos mais corajosos para começar da melhor forma 2019: com um mergulho fresquinho e cheio de energia. Assim, pelas 11h00 terá início mais um ‘Banho de Mar’, evento organizado pela Junta de Freguesia
e que já vai na 13ª edição. São esperadas cerca de 300 pessoas, repetindo número de participantes do ano passado, num animado convívio em que também as vestes, com fatos de banho coloridos e diferentes fantasias, transformam esta iniciativa bastante atrativa e onde a boa disposição é
o sentimento dominante. Após o banho será distribuída uma bebida quente e uma t-shirt aos participantes, naquela que será a melhor e m ais ousada forma de iniciar o novo ano. As inscrições podem ser feitas na Junta de Freguesia de Ferragudo ou no posto dos correios da vila.
Na zona da Bela Vista
Suspeitos de assaltos tentam atropelar patrulha Dois indivíduos suspeitos de vários assaltos tentaram atropelar uma patrulha da GNR de Lagoa na tarde de 6 de dezembro, na zona da Bela Vista. Os homens não obedeceram à ordem de paragem dos agentes de autoridade e tentaram abalroar um dos elementos da patrulha. Se-
guiu-se uma perseguição na qual os suspeitos trocaram por duas vezes de viatura. No primeiro veículo em que seguiam foram encontrados vários bens furtados, como um plasma de 75 polegadas e diversos bens alimentares como carne e garrafões de azeite, entre outros.
Homem detido com 2,93 g/l de álcool após acidente Um indíviduo de origem ucraniana mas com nacionalidade portuguesa, residente em Lagoa, foi detido pelas autoridades na zona dos Urzais com uma taxa de alcoolemia de 2,93 g/l de álcool no sangue. Tudo aconteceu na sequência de um acidente com outra viatura em que o homem esteve envolvido. Já não é a primeira vez que este cidadão é detido por excesso de álcool.
FesTA fecha com casa-cheia
A segunda viatura utilizada na fuga foi encontrada já perto da fronteira com Espanha, para onde terão fugido os homens, que estão a monte. Um dos suspeitos já é conhecido das autoridades, reside no concelho de Lagoa e tem mandado de captura em Portugal e em Espanha por vários crimes.
A edição de 2018 do festival de teatro FesTA, organizado pela ACD Ferragudo, com o apoio da Câmara de Lagoa, terminou a 15 de dezembro em beleza, com a sala Carlos Paredes esgotada e um espetáculo de grande qualidade. A peça ‘Volt’a Portugal em Revista’ colocou o público à gargalhada, perante a atuação de artistas bem conhecidos no panorama nacional, como Natalina José e António Calvário.
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