Lagoa Informa Edição 30 - 11_08_16

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Quinta-feira, 11.08.2016 | € 1,00

Mais de dois mil serviços mensais prestados pelos bombeiros de Lagoa PÁG. 12

Quinzenário | Ano II | Nº 30 | Diretor: Rui Pires Santos

FATACIL com história e futuro

PORCHES Requalificação da Rua Direita reavaliada PÁG. 3 DESPORTO Coletividades vão receber mais de 288 mil euros PÁG. 4 MÚSICA Orquestra de Jazz homenageia Elvis Presley PÁG. 13 CULTURA Calvário recebe Festival de Folclore PÁG. 13

Começa a 19 de agosto a 37ª edição da feira, cujo recinto foi melhorado. O Lagoa Informa revela as novidades deste ano e recorda os primeiros tempos do certame, com imagens e testemunhos da época. PÁG. 6 a 10

Segurança reforçada a pensar em mais de 200 mil visitantes

Cartaz de luxo permite perspetivar grandes enchentes

Conheça as histórias das primeiras edições do evento

CARVOEIRO Espetáculo de dança anima Largo da Praia PÁG. 3 Ex-autarca Abel Santos era conhecido como ‘maluquinho das feiras’

FERRAGUDO Festas em Honra de Nossa Senhora da Conceição PÁG. 16

Referenciado autor de fogo posto em Benagil Bombeiros combateram incêndio com mão criminosa, que registou 18 ignições. Suspeito reside na zona e é procurado pela PJ. PÁG. 16 PUB

Rua Coronel Figueiredo, 8400-306 Lagoa E: geral@lagoabusinesscenter.com | Telf: 282 353 555 | Tlm: 967 239 048 ARRENDAMENTO DE ESCRITÓRIOS | COWORKING | SALA REUNIÕES


Quinta-feira, 11.08.2016

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// Página Dois

LAGOA INFORMA

EDITORIAL

Ponto de reencontro Chegados a agosto, a FATACIL domina todas as atenções em Lagoa. É o principal evento realizado no concelho, aquele que atrai mais visitantes e o que mais projeta a imagem do município para o exterior. Depois de extinta a Fatasul, anterior entidade organizadora, é agora a Câmara Municipal a responsável pela feira. Este é um evento já com muita história, com um rico passado, um presente consolidado e um futuro promissor. Também por isso, decidimos nesta edição do Lagoa Informa fazer um especial, em que abordamos o que será o certame deste ano, sem esquecer os primeiros tempos da feira. É importante recordar algumas memórias de como começou a FATACIL, lembrando também o seu crescimento. Muito ficou ainda por contar e nem todas as páginas deste jornal chegariam para revelar pormenores e detalhes que não devem ficar esquecidos. Porque o Lagoa Informa é um jornal virado para os leitores e que dá voz aos lagoenses, indo ao seu encontro e falando diretamente com eles, não faltarão, no futuro, oportunidades de recuperar outros testemunhos. Certo é que 2016 marca um pequeno virar de página, talvez já iniciado há dois anos, com a implantação de medidas para atrair mais público. Este ano arrancaram as primeiras obras de requalificação de um recinto que pretende ser o futuro parque da cidade. Um projeto gradual, segundo já explicou Francisco Martins, presidente da Câmara, e que ao longo dos anos tornará aquele local num espaço para todos os lagoenses, no qual poderão desfrutar de momentos de lazer e convívio, sem esquecer a atividade física. A confirmar-se a dimensão prevista, este será um projeto de fundo, que há muito era necessário em Lagoa, e que é algo comum em muitas cidades do país, exceto nas do Algarve, onde os autarcas sempre se preocuparam mais com obras mediáticas e de ‘encher o olho’. Sem conhecer o projeto, que ainda não foi divulgado, este poderá ser um local de reencontro dos lagoenses. Onde os desportistas poderão fazer corrida e os mais velhos realizarem as sempre saudáveis caminhadas. Uma zona para os avós levarem os netos a andar de patins ou brincarem no parque infantil, mas também um espaço de passeio ao ar livre e de convívio das famílias ao domingo. Paralelamente, será uma zona onde se poderão realizar e concentrar uma série de eventos, dinamizando mais o atual Parque de Feiras e Exposições de Lagoa. Este é um projeto daqueles que evidencia um concelho a crescer na direção certa, a olhar para o futuro e a proporcionar melhores condições à população.

Diretor: Rui Pires Santos

A FIGURA ABEL SANTOS

Colaboradores: Len Port, Manuel Cabrita, José Manuel Oliveira Paginação: Vanessa Correia

Está aí mais uma edição (a 37ª) da FATACIL – Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa, evento nascido de forma tímida mas empenhada, cujas raízes se têm cimentado de ano para ano. Hoje em dia, falar de FATACIL é falar de Lagoa e vice-versa. Abel Santos, o presidente de Câmara na génese do certame, partilha pela primeira vez as suas memórias, num exclusivo para os leitores de Lagoa Informa.

Fotografia: Eduardo Jacinto e Kátia Viola

O PAPEL DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE LAGOA

Email: lagoainforma@gmail.com

Muito ligados ao combate a incêndios, os bombeiros prestam também um importante serviço social com o transporte de doentes. O Lagoa Informa foi conhecer os números e ficou a saber que a corporação de Lagoa realiza mais de dois mil serviços mensais, muitos deles de emergência médica. Sempre disponíveis e em ação ao serviço da comunidade.

FOGO POSTO ENTRE BENAGIL E A MARINHA O fogo posto na zona de Benagil é um ato criminoso que deve ser punido. Há um suspeito e as autoridades estão no seu encalço. A falésia entre as Praias da Marinha e de Benagil foi afetada pelas chamas, as quais só não tiveram maiores consequências devido à pronta intervenção dos bombeiros.

Redação: Lagoa Business Center Rua Coronel Figueiredo, Loja 12 8400-306 Lagoa

Telf: 282 353 555 96 782 36 48 Nº registo ERC: 126668 Depósito Legal nº: 394540/15 Impressão: FIG - Indústrias Gráficas Tiragem: 4.000 exemplares Periodicidade: Quinzenal Proprietário e Editor: PressRoma, Edição de Publicações, Lda. NIF. 508 134 595

Rui Pires Santos PUB


Quinta-feira, 11.08.2016

Abertura //

TRÂNSITO CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOA REVÊ PROCESSO

Informação interativa

Requalificação da Rua Direita em Porches suspensa

Lagoa com plataforma TOMI

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A Câmara Municipal de Lagoa aderiu às novas tecnologias de informação e, em parceria com a ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve, instalou um equipamento TOMI na cidade, perto do edifício dos Paços do Concelho, e outro junto ao Mercado de Ferragudo, estando previsto ainda um terceiro em Carvoeiro. TOMI é uma plataforma digital interativa criada para quem vive e visita as cidades. Num critério de proximidade, disponibiliza as principais informações úteis possibilitando que as pessoas obtenham informações de forma rápida e, com um simples toque de dedo, possam aceder a notícias, ao mapa do concelho, aos pontos importantes de visita, ao acesso mais célere às praias, à qualidade da restauração e vinhos de Lagoa, por exemplo.

Projeto está a ser reavaliado, após reunião com comerciantes. Novo estudo técnico ditará se a via terá um ou dois sentidos. KÁTIA VIOLA

Noites de sábado

Música anima Jardim 5 de Outubro O Jardim 5 de Outubro, em Lagoa, está a ser palco de animação musical aos sábados, a partir das 21h00, numa iniciativa da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, que pretende trazer a população ao centro da cidade nestas noites quentes de Verão. Música de baile a convidar para um ‘pezinho de dança’ são os ingredientes que contribuem para reunir muita gente naquele espaço nobre. Assim, no próximo dia 13 de agosto, haverá lugar a mais um espetáculo musical, que se repetirá a 3 de setembro, data em que terminam estes sábados animados em plena cidade. Esta é apenas mais uma iniciativa que a União das Freguesias tem promovido no sentido de procurar revitalizar o centro de Lagoa, levando a que a população ali veja razões para se encontrar, conviver e desfrutar de alguns momentos de lazer, à imagem do que sucedia noutros tempos. As obras na Rua Direita já não vão avançar em outubro Manuel Cabrita

J

á não vão avançar em outubro as obras de requalificação da Rua Direita, em Porches. Depois de, no período de consulta pública, ninguém se ter manifestado contra o projeto, no final de julho - e na sequência de uma notícia do Lagoa Informa, que anunciava a alteração, a 1 de agosto, para um sentido de circulação - realizou-se uma reunião entre os comerciantes, o presidente da Câmara, Francisco Martins, e Nuno Amorim, vice-presidente da autarquia, em que os populares manifestaram receios e resistências quanto a esta mudança. Cerca de dezena e meia de cidadãos apresentou alguns argu-

mentos, nomeadamente que “um sentido de circulação iria ‘matar’ o comércio”. Sensível a algumas das razões expostas, o presidente da autarquia decidiu reavaliar todo o projeto, que está agora em análise técnica. Para já, nada está decidido e todos os cenários – um ou dois sentidos – estão em cima da mesa, tudo dependendo da nova avaliação técnica. Fonte da autarquia referiu ao Lagoa Informa que “houve a preocupação de ouvir a população e os seus receios”, apesar de, no período de consulta pública legal, ninguém se ter manifestado. Certo é que as obras já não avançam no início de outubro e nem há prazos para o fim da reavaliação técnica.

Festival encerra neste fim-de-semana Desta forma, a requalificação da rua, que ao longo dos anos foi sucessivamente adiada, volta a sofrer novo atraso.

Requalificação abrangente Há mais de dez anos que entre a população de Porches se falava na necessidade de fazer obras na artéria. O projeto, que agora sofreu um travão, previa mais do que apenas a repavimentação da via. A alteração para um sentido de trânsito, que pretendia conferir maior segurança, a criação de corredor para peões, a requalificação das infraestruturas de saneamento, a implantação de uma ilha ecológica e nova iluminação pública, eram algumas das medidas de fundo das obras. Agora, tudo fica adiado... PUB

Informação credível e atual | 4 mil exemplares Distribuição em mão | Presença em todos os espaços públicos Cobertura integral do concelho | Mais de 20 mil potenciais leitores … Do que espera para promover o seu negócio nas páginas de Lagoa Informa?

Ferragudo ‘fecha’ “Sons do Atlântico” Depois do sucesso alcançado nos espetáculos realizados na zona da Senhora da Rocha e em Carvoeiro, o festival “Sons do Atlântico” muda-se neste fim-de-semana de armas e bagagens para Ferragudo, onde terão lugar as derradeiras atuações. No sábado, 13 de agosto, todo o virtuosismo do cante alentejano – Património Imaterial da Humanindade - pode ser apreciado a partir das 22h00, na forma do concerto ‘Clássico Encante’, em que Vitorino, Janita Salomé e os Cantadores de Redondo serão acompanhados pela Orquestra Clássica do Sul. Para o domingo, e à mesma hora, a escolha incidirá no flamenco, expressão de dança também declarada Património Imaterial da Humanidade, através da atuação da companhia andaluza ‘Ramón Martinez & Alicia Márquez’, que apresentará o espetáculo “Bailarte Flamenco”. Trata-se de um espetáculo que reúne cante, guitarra, cajón e baile, tendo como protagonista o ‘bailaor’ Ramón Martínez que fez parte da Compañia Andaluza de Danza, Eva la Yerbabuena e de Cristina Hoyos. Também atuará a sevilhana Alicia Márquez.

Com o grupo ‘Dream Dancing’

Dança pop e hip hop amanhã em Carvoeiro O grupo ‘Dream Dancing’ vai atuar amanhã, sexta-feira, a partir das 22h00, no Largo da Praia de Carvoeiro. O conjunto de Salvaterra de Magos sobe ao palco com cerca de cem elementos e apresentará várias classes de dança pop e hip hop. Antes, haverá lugar para um espetáculo (21h00) dos Carvokids. Para terminar, haverá um momento de zumba a cargo da instrutora de Isabel Rute, numa organização União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, apoiada pela Câmara de Lagoa.


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// Sociedade

Verão ativo

COLETIVIDADES AUTARQUIA DISTINGUE TRABALHO REALIZADO

Assinados protocolos com associações e clubes Atribuídos cerca de 290 mil euros para apoio e promoção à prática desportiva. Onze coletividades recebem verbas. CM LAGOA

Seniores de Lagoa e Carvoeiro visitaram Lisboa Os utentes dos Centros Sénior de Lagoa e Carvoeiro contaram com inúmeras atividades em 2016, que os mantiveram bastante ativos. Além das atividades regulares, cerca de cem seniores deslocaram-se recentemente a Lisboa para uma visita ao Jardim Zoológico, numa organização da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro. Houve ainda tempo para um passeio aos jardins de Belém e para comer a apreciar os famosos pastéis. Além deste passeio, a União das Freguesias promoveu ainda a ida de 80 seniores à peça de teatro de revista à portuguesa do Boa Esperança Portimonense ‘Eles querem é fado e baile’, oferecendo os bilhetes. Entre as atividades, os utentes dos dois centros sénior tiveram ainda o ensejo de efetuar um passeio no comboio turístico de Carvoeiro, em oferta da empresa Insigniatur.

Em todo o concelho

Quatrocentos participantes na ‘Rota da Sardinha’ em BTT Cerca de 400 ciclistas participaram, a 31 de julho, em mais uma edição da ‘Rota da Sardinha’, em BTT. A atividade, organizada pelo Clube Praticantes Bttrilhos Lagoa e pelo Município de Lagoa contou com o entusiasmo dos intervenientes, que tiveram a oportunidade de participar na maratona que percorreu o concelho, com um percurso de 59km, e na meia maratona, com 36 km. Os dirigentes das coletividades aproveitaram a ocasião para trocar algumas impressões com o executivo camarário

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Câmara Municipal de Lagoa e as coletividades do concelho assinaram a 28 de julho os protocolos de apoio à prática desportiva para o ano de 2016. A cerimónia decorreu na sala de reuniões da autarquia e contou com as presenças do presidente Francisco Martins e do vereador do Desporto Luís Encarnação, que receberam os representantes dos clubes. Francisco Martins aproveitou a ocasião para destacar “o excelente trabalho que tem vindo a ser realizado na generalidade das associações e clubes”, justificando o atraso na assinatura dos protocolos pela “necessidade de aguardar a aprovação do orçamento retificativo, que só aconteceu em junho.” “O investimento no desporto não se fixa só no valor destes protocolos, há que acrescentar o custo da criação das infraestruturas e sua manutenção que, ao longo dos anos, se situa em milhões de euros e, por isso, é necessário que nos próximos anos seja repensada a continuidade deste projeto, de forma sólida e com base num fio condutor do que se quer que seja o concelho em termos desportivos”, sublinhou o autarca. Qual o nível de aposta que melhor caraterize o desporto em Lagoa, concelhio, regional ou nacional, que tipo de modalidade deve ter cada um dos agentes envolvidos de forma a evitar dupli-

cação que limite o sucesso do que se pretende, o que deve a Câmara Municipal apoiar ou que não apoia, em função da sua avaliação, foram tópicos apresentados aos presentes na reunião. O presidente da Câmara referiu ainda que, em breve, será elaborado um regulamento “muito ponderado, que balize tudo o que foi dito – tanto a nível desportivo como cultural e social – e que poderá passar pelo apoio geral às associações e clubes, de acordo com a dinâmica de cada um.”

Academia de Férias Phineas e Ferb

NÚMEROS 11 Clubes que recebem apoio da Câmara 10 Modalidades que contam com subsídio autárquico

ASSOCIAÇÃO/CLUBE

MODALIDADE

VALOR

ACD Che Lagoense ACD Ferragudo ACD Ferragudo Ass. Académica da Bela Vista Ass. Amigos Mex. Carregação Grupo Desportivo de Lagoa Grupo Desportivo de Lagoa Kayak Clube Castores do Arade Lagoa Académico Clube Lagoa Académico Clube Lagoa Académico Clube Soc. Rec. Boa União Parchalense Soc. Recreativa Estombarense Soc. Recreativa Irmãos Unidos Sporting Clube Lagoense

Badminton Basquetebol Judo Atletismo Canoagem Patinagem Futebol Canoagem Andebol Natação Polo Aquático Futebol/ Veteranos Futebol/ Veteranos Futebol/ Veteranos Atletismo

46.120,00€ 33.235,00€ 3.440,00 € 19.695,00€ 9.835,00€ 8.820,00€ 71.300,00€ 20.215,00€ 55.850,00€ 8.635,00€ 3.980,00€ 750,00€ 750,00€ 750,00€ 4.930,00€

TOTAL 288.305,00 €

“Gincana Ambiental” na Praia Grande No passado dia 3 de agosto, a Associação dos Serviços Sociais, Culturais e Desportivos dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Lagoa realizou uma atividade de educação ambiental ao abrigo do Programa Bandeira Azul, a qual teve lugar na Praia Grande, em Ferragudo. Nesse dia, os meninos que frequentam a Academia de Férias Phineas e Ferb participaram na “Gincana Ambiental”, tendo recolhido e separado lixo do areal. As crianças responderam ainda a um pequeno questionário sobre a poluição marinha e desenharam na areia alguns animais do mar. No final da atividade, refletiram sobre as preocupações relativas à preservação do ambiente e trocaram ideias sobre atitudes e comportamentos.

Jogos Olímpicos

Pedro Martins estreia-se contra canadiano O lagoense Pedro Martins estreia-se na primeira fase do Torneio Olímpico de Badminton, que decorre no Rio de Janeiro, enfrentando no próximo sábado, dia 13 de agosto, às 15h20, o canadiano Martin Giuffre, em partida referente 1ª jornada de singulares homens Grupo M. No dia seguinte, o atleta da ACD CHE Lagoense, que sonha com uma medalha, será o primeiro a entrar em prova, defrontando às 13h40 o 11º cabeça-de-série, de seu nome Ng Ka Long Angus, representante de Hong Kong.


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// Especial

MUDANÇAS FEIRA REALIZA-SE ENTRE 19 E 28 DE AGOSTO E QUER BATER MÁXIMOS

FATACIL quer 200 mil visitantes O Lagoa Informa preparou um especial sobre um evento que tem já 37 anos. Nesta edição, revelamos tudo sobre a feira deste ano e recordamos os primórdios de um certame com tradição e peso em Lagoa e no Algarve. KÁTIA VIOLA

AS ESTRELAS DA MÚSICA DIA 19: D.A.M.A DIA 20: Anselmo Ralph DIA 21: The Gift DIA 22: AGIR DIA 23: Miguel Araújo DIA 24: Quim Barreiros DIA 25: Rita Guerra DIA 26: Michael Carreira DIA 27: Ana Moura DIA 28: Rui Veloso

São elevadas as expetativas para o certame deste ano Rui Pires Santos

E

stá prestes a começar mais uma edição da FATACIL, a 37º, que entre 19 e 28 de agosto pretende ser a melhor e a que mais visitantes receberá. Um cartaz musical super mediático faz sonhar a organização, este ano a cargo da Câmara de Lagoa, que espera receber 200 mil pessoas, o que representaria um recorde absoluto de entradas. Naquela que visa constituir uma edição que marcará mais um virar de página no certame, o novo pórtico, a reorganização do recinto e outras pequenas obras abrem a porta a um período de recuperação da FATACIL, que quer ser “uma montra de Lagoa e do Algarve”, como fez questão de salientar Francisco Martins, presidente da autarquia, na conferência de imprensa de apresentação da feira deste ano. Nesta edição do Lagoa Informa, apresentamos uma entrevista com Luís Encarnação, vereador que tem o pelouro da feira, e recor-

damos com Abel Santos, o autarca responsável pela primeira FATACIL, as histórias, as dificuldades e as memórias de um evento que ficou e marcou Lagoa e o Algarve.

Cartaz sedutor Certo é que este ano a ambição é grande: Anselmo Ralph, Ana Moura, Rui Veloso, D.A.M.A, Agir, são alguns dos nomes fortes do cartaz musical de 2016 e sinónimo de noites com mais de 20 mil pessoas no recinto. A estes expoentes da moda no atual panorama musical português, juntam-se The Gift, Miguel Araújo, Quim Barreiros, Rita Guerra e Michael Carreira, também eles artistas marcantes em diferentes áreas musicais.

Bilhetes a 3,5 euros Numa das medidas de fundo tomadas há dois anos, e que teve de imediato impacto no número de visitantes e de entradas pagas, o preço do bilhete individual vai manter-se nos 3,5 euros. O ingresso de família (quatro pessoas) custará 12,5 euros. “O valor para uma

família de quatro pessoas que assista a um espetáculo da grandeza que temos, como Anselmo Ralph, Miguel Araújo, Rita Guerra, Ana Moura ou Rui Veloso, por exemplo, é quase simbólico”, sublinha Luís Encarnação.

Pulseiras custam 20 euros Tal como no ano anterior, estão disponíveis pulseiras que darão acesso aos dez dias da feira. Por 20 euros, uma pulseira, pessoal e intransmissível, permitirá entrar todos os dias no certame.

NÚMEROS 700 Expositores de diferentes áreas, a maioria do artesanato e dos ramos industrial e comercial. 200.000 Visitantes esperados pela organização, mais 30.000 do que os registados em 2015.

MAIOR BRINDE DE SEMPRE No âmbito de ‘Lagoa Cidade do Vinho 2016’, a autarquia vai tentar bater o recorde do maior brinde de sempre. “Essa é uma novidade e atração. Estamos a formalizar o processo junto da entidade que gere o ‘Guiness Book of the Records’. O objetivo é brindar com o ‘Lagoa Reserva DOC 2014’, precisamente o mesmo néctar que esteve submerso nas águas do Rio Arade durante mais de três meses. E, com esse brinde, assinalar da melhor maneira o ‘Lagoa Cidade do Vinho 2016’ e a sua presença na 37ª. Fatacil. Pela pesquisa que fizemos, com 1.500 pessoas já é possível ultrapassar o máximo registado, mas queremos aumentar esse número”, refere ao Lagoa Informa Luís Encarnação, vereador com o pelouro da feira. ESTACIONAMENTO CUSTA 2 EUROS... Face ao crescimento de visitantes que a feira tem vindo a registar nos últimos dois anos e da subida esperada para 2016, a Câmara de Lagoa procedeu ao aumento da capacidade de estacionamento. Existirão quatro parques, tendo o maior deles lotação para cerca de mil viaturas. O outro, logo a seguir, andará também muito perto dessa capacidade, enquanto os mais pequenos acomodarão 500 a 600 viaturas. No total, os quatro parques poderão receber quase quatro mil veículos. O estacionamento custará 2 euros para o público em geral e menos 50 cêntimos para os expositores. ... GRATUITO A PARTIR DAS 22H00 Foi estabelecido um protocolo de colaboração com os supermercados Apolónia e Aldi, pelo que os visitantes poderão utilizar gratuitamente, a partir das 22h00 e até à 1h00 da madrugada, os respetivos parques de estacionamento.


Quinta-feira, 11.08.2016

Especial //

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FATACIL ORGANIZAÇÃO REFORÇA MEIOS À ESPERA DE ENCHENTES

“As obras no recinto foram feitas a pensar na segurança” Em entrevista ao nosso jornal, o vereador da Câmara Municipal de Lagoa com o pelouro da feira, Luís Encarnação, destaca as intervenções realizadas e as expetativas para este ano. CM LAGOA

José Manuel Oliveira

Quais são, em concreto, as alterações introduzidas no recinto da FATACIL? As intervenções neste ano constam da reformulação do pórtico da entrada, tendo sido retirado o que existia, em alvenaria, muito curto e muito estreito. Passa a haver um pórtico em metal, mais aberto e mais espaçoso, que permite uma maior fluência de público. Outra, foi a demolição daquilo que eram barreiras arquitetónicas, muros, paredes, o que de alguma forma também condicionava a circulação das pessoas. O objetivo é que o recinto fique mais aberto, com uma vista mais ampla. Também nesse âmbito foi reformulada a nave, após ter sido desmantelada, mas continua com a sua estrutura.

Deixou de haver o Palco Lagoa? Esse palco, construído há anos, também estava completamente obsoleto. Foi removido e não teremos palco número dois. Mas, no âmbito de ‘Lagoa Cidade do Vinho 2016’, vamos ter atuações diárias num palco mais intimista, mais pequeno.

O cartaz é muito ambicioso. Atrairá mais visitantes? A feira tem muitos motivos de interesse, mas o cartaz musical é claramente a atividade-âncora que atrai as pessoas. De há três anos a esta parte, quando começámos a organizar o evento, tivemos a preocupação de criar um cartaz musical forte. E tal não significa necessariamente que tenhamos de gastar mais dinheiro. Aliás, o cartaz deste ano custa o mesmo que o de 2015, isto é, cerca de 200 mil euros. Implica arranjar o parceiro ideal, tentar contratar os artistas na hora certa ou comprometê-los. É por aí que se faz o caminho.

Que atividades terão lugar no âmbito de ‘Lagoa Cidade do Vinho 2016’? Tal como tínhamos previsto no plano de atividades na candidatura de Lagoa a Cidade do Vinho, a FATACIL - pela sua dimensão nacional e internacional - iria aproveitar para desenvolver ações que transmitissem projeção a este galardão. ‘Lagoa Cidade do Vinho 2016’ vai ter um espaço próprio. Os vinhos de Lagoa e os do Algarve estarão permanentemente em destaque e

Projetado futuro parque da cidade de Lagoa A feira deste ano vai apresentar algumas novidades ao nível das infraestruturas. O pórtico de entrada mudou e no recinto estão a ser retiradas barreiras e muros que pretendem beneficiar a circulação no espaço e dar uma maior sensação de amplitude. Trata-se de pequenas obras de um projeto maior, que pretende criar um verdadeiro parque da cidade, com zonas verdes, lagos e outras valências. “Estes são os primeiros passos para um projeto muito mais amplo que ainda está a ser elaborado e é intenção do Município apresentá-lo já nesta edição da FATACIL. Tem a ver com uma reformulação do Parque de Feiras e Exposições de Lagoa. Até agora, tínhamos um parque fechado em si, tanto para a cidade como para a população, que servia para organizar o certame durante dez dias por ano e pouco mais. Pretendemos devolver este espaço às famílias, à população de Lagoa, podendo ser feita ali muita coisa. É um projeto a médio e a longo prazo. Não será para avançar no imediato”, explica Luís Encarnação.

todos os dias teremos uma região vitivinícola portuguesa nessa posição. Haverá provas diariamente. Além dos vinhos, teremos a gastronomia e a etnografia dessas regiões em cada um dos dias.

Como vai ser a segurança no recinto? Temos tido sempre grandes preocupações com a questão da segurança. Os tempos que vivemos obrigam-nos a isso. Foi também no sentido da segurança que algumas das intervenções que estão a ser feitas foram pensadas e delineadas. No ano passado, no último dia da FATACIL, com o concerto do Anselmo Ralph, estávamos satisfeitos por ter aquela grande enchente, que estimámos em mais de 40 mil pessoas, mas ao mesmo tempo também ficámos algo apreensivos porque era muita gente e havia algumas zonas do parque com as tais barreiras arquitetónicas que podiam trazer problemas. Contamos com uma empresa de segurança, a ‘Special One’, que terá 16 a 18 elementos. Além disso, temos uma estreita relação com a GNR de Lagoa e posso adiantar que haverá um reforço dos efetivos para que os visitantes se possam sentir seguros.

O que será feito se aparecer, por exemplo, um pacote ou objeto que provoque suspeitas? Essa questão tem de ficar naturalmente a cargo das autoridades. O que compete é alertar as entidades responsáveis para que sejam tomadas medidas. Julgo que estão equacionadas, porque, volto a referir, os dias que vivemos obrigam a que essas questões sejam sempre colocadas em cima da mesa.

Quantos visitantes são aguardados? Esperamos um número superior ao do ano passado. Cerca de 200

Luís Encarnação é o vereador da autarquia com o pelouro da FATACIL mil, é o número que gostaríamos de ver atingido.

DÍVIDAS PAGAS O que muda com a extinção da Fatasul? A FATACIL deixará de dar prejuízo? A feira paga-se a si própria, é um evento sustentável. Tivemos a oportunidade de provar isso mesmo no primeiro ano em que a organizámos, ainda no âmbito da Fatasul. Num orçamento de 850 mil euros, que é o da feira e se mantém, tivemos um resultado negativo de cerca de 9.000 euros. É um valor perfeitamente residual. A vantagem foi termos conseguido extinguir uma associação - a Fatasul - a qual, pela estrutura que estava montada, era deficitária. Estou em condições de dizer que quando organizarmos esta 37ª FATACIL,

todas as dívidas da Fatasul estarão devidamente pagas, estando esta associação num processo de liquidação e extinção.

E a partir de agora? Estando esta associação num processo de liquidação e extinção, não sabemos qual o futuro. O facto de ser o Município de Lagoa a organizar o certame lança grandes desafios, porque a administração pública não tem a agilidade de que necessita um evento deste tipo. Isso irá obrigar-nos a trabalhar com muito mais antecedência, mas as coisas estão devidamente controladas, com a vantagem de se poder mobilizar os recursos da autarquia para a organização da FATACIL e de não se acumularem dívidas.


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// Especial

MEMÓRIAS ABEL SANTOS RECORDA OS PRIMÓRDIOS DA FEIRA

“Estendemos o pé à medida do lençol por amor à camisola” Ao Lagoa Informa, o antigo autarca e mentor político da FATACIL reaviva memórias e revela alguns pormenores surpreendentes sobre os primeiros anos do certame, entre 1980 e 1985. FOTO CEDIDA POR MANUEL RODRIGUES

Rui Pires Santos

Como surgiu em 1980 a ideia de realização da I Feira Regional de Lagoa, embrião da FATACIL? Essa designação tinha já alguma ambição de projeto em vista. Foi confiada a responsabilidade de realizar o evento à Junta de Freguesia de Lagoa, sem meios logísticos ou financeiros para tal, ficando a execução e planeamento a cargo da Câmara, para testar o embrião daquilo que estava nos meus planos como presidente da autarquia, aceites pelo executivo municipal. Fiz o primeiro mandato de 1977 a 1979 e fui reeleito em 1980. Depois de uma gestão difícil, sem dinheiro, vivendo o Município à luz de subsídios do Estado e da magreza das receitas próprias, tais como da venda de água e algumas taxas, entendi que o segundo mandato teria que transpor, para além da atenção à execução das infraestruturas em curso (abastecimento de água, luz e esgotos às populações), algo de novo que acompanhasse o desenvolvimento turístico, o qual já se fazia sentir de forma a mexer com outras valências, para o desenvolvimento harmonioso do concelho, tais como o artesanato, comércio, indústria e agricultura… em decadência.

O artesanato era um setor chave… Na verdade, faz parte da génese deste projeto o termos homenageado o mestre Gregório Rodrigues, então na casa dos 80 anos, fundador - com Lima de Freitas e Patrick Swift - da Escola de Artesanato de Porches. Era o último oleiro vivo no concelho e pai do mestre Fernando Rodrigues, que convidámos mais tarde para ensinar a arte da olaria aos lagoenses, tendo em vista que criámos a Escola de Artesanato, nas instalações do antigo Matadouro, após este ter sido desativado. Ora, durante essa

Então como agora, era grande a azáfama que antecedia a inauguração da feira homenagem desafiámos 13 artesãos do Algarve, amigos do mestre, que apresentaram os seus trabalhos durante uns dias no Motel Alagoas, gentilmente cedido por Fernanda Pires da Silva (hoje convertido em Lagoa Hotel), porque não dispúnhamos de outro sítio.

vidando para apadrinhar com a abertura e encerramento do certame o Primeiro-ministro, Mário Soares, e o Presidente da República, Ramalho Eanes, aí sim, levámos a população local e a região a acreditar que existiam planos e concretizações viáveis e credíveis.

Qual o papel da Câmara, então presidida por si, na concretização deste pioneiro projeto?

Quais as maiores dificuldades sentidas?

Os meus parceiros da oposição, nomeadamente do PSD, foram de início pouco recetivos. Na altura, o PS dispunha de uma maioria relativa, avançava com as propostas e a oposição, na generalidade, votava contra ou abstinha-se, desde que as iniciativas implicassem alguns custos. A partir de 1983, com a Câmara maioritariamente socialista, as condições e a anuência da oposição passou a ser outra, até porque já havia créditos. Para mim e os meus colaboradores diretos, o projeto era ambicioso, mas a grande maioria não se apercebia e não acreditava na nossa capacidade empreendedora. Só a partir de 1982, quando dei a conhecer a iniciativa ao país, con-

De toda a ordem… A partir da experiência da primeira FATACIL (1981), cujo êxito nos responsabilizou de imediato, tudo fizemos, mesmo sem ‘staff’, com as boas vontades dos elementos das comissões organizadoras, que trabalhavam arduamente até de madrugada, após as suas atividades profissionais, em que estive praticamente sempre presente, acompanhando cada trabalho, esquecendo, muitas vezes, a cama e a família.

Como se viabilizava o certame nos seus primórdios? A feira era feita à base de subsídios, que mendigávamos a diversas instituições, e à cobrança da bilheteira e aluguer de pavilhões, estes construídos com o recurso

a tubos e ráfia de sombreamento. A realização do sonho deveu-se às boas vontades de muitos lagoenses anónimos e igualmente da juventude que mobilizámos, trabalhando num ambiente familiar, sem olhar a proventos ou compensações. Como se costuma dizer, “estendemos o pé à medida do lençol, por amor à camisola”, perante a falta de recursos de todo o tipo.

Após a primeira edição, percebeu que o evento tinha pernas para andar? Percebi sim, embora em moldes e condições de organização distintas. Uma coisa é uma ‘feirinha’ em pequeno espaço, no campo de futebol com 11 expositores locais e a visita de cerca de 1500 pessoas, que compareceram, não só pelos expositores, mas pela animação.

DO BAÚ DAS RECORDAÇÕES I BEBER IDEIAS NO EXTERIOR Depois de viajar durante três anos pelo país, aquando do primeiro mandato, Abel Santos conheceu diversas experiências em projetos como a Feira de Artesanato de Vila do Conde, o Parque Industrial e Comercial de Braga ou a Feira Nacional de Santarém, para além das visitas às feiras de artesanato do Estoril, Évora e outras, “onde rebuscava ideias e desafiava os expositores para um futuro evento similar no Algarve.”

LEVAR RAMALHO EANES À DISCOTECA Uma das várias histórias na memória de Abel Santos foi a ida à discoteca Bote, em Carvoeiro, com o então Presidente da República, Ramalho Eanes. O episódio aconteceu na FATACIL de 1982. Eanes comentou que apenas tinha ido a uma discoteca uma vez na vida, ainda nos tempos de solteiro, e que esta era a segunda oportunidade de frequentar um espaço de diversão noturna.


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Especial //

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LAGOA INFORMA

da colocação dos expositores, em especial os do artesanato genuíno, deixando de estar misturado com o outro, semi-industrializado. A animação foi criteriosamente diversificada, mais seletiva e variada, ao sabor de um público exigente, havendo música para todos os gostos. A redução do preço das entradas foi uma medida acertada.

NÚMEROS 1980 I Feira Regional de Lagoa 11 expositores locais Cerca de 1500 visitantes 1ª FATACIL - 1981 60 expositores Cerca de 10 mil visitantes

Orgulha-se do seu legado como precursor da FATACIL?

2ª FATACIL - 1982 400 expositores Cerca de 40 mil visitantes 3ª FATACIL - 1983 300 expositores Cerca de 50 mil visitantes

Abel Santos partilha as memórias da FATACIL com os nossos leitores

4ª FATACIL - 1984 300 expositores Cerca de 80 mil visitantes 5ª FATACIL - 1985 400 expositores Cerca de 100 mil visitantes

Outra, foi o levarmos o projeto por diante (FATACIL 81, com a colaboração das juntas), sob a responsabilidade da Câmara, com uma orgânica e logística adequadas às valências idealizadas. Foram convidados cem expositores para o evento e contámos com a presença de 60, o que foi muito reconfortante, já que a experiência e condições eram mínimas ou nenhumas. Um desejo tornado realidade, logo deu os seus frutos, e a obra está à vista.

À CUSTA DA CAROLICE Ao longo da sua gestão autárquica, que transformações procurou introduzir? Procurei desenvolver o projeto com os ensinamentos que obtive. As valências prioritárias foram, desde a primeira hora, conforme

a sigla indica (artesanato, turismo, agricultura, comércio e indústria). Muito foi feito à custa de carolice, onde a primeira prioridade foi, depois de adquirido o terreno, murá-lo, traçar os arruamentos em terra batida com toneladas de entulho e gravilha e dotá-lo das infraestruturas mínimas, para receber os artesãos e visitantes com dignidade.

Como avalia o papel desempenhado pela empresa municipal da Fatasul enquanto funcionou? Nunca conheci os propósitos dessa empresa, embora discordasse desde a primeira hora em que tive conhecimento de que a edilidade se divorciou do processo e o confiou a funcionários, por muito competentes que fossem e respeito que possam merecer. Essa comissão ou empresa, autonomamente, tomava decisões e compromissos, com a criação de um quadro de pessoal paralelo à autarquia, com investimentos na ordem de milhares de euros e sem a chancela do executivo. O resultado estava à vista, em-

bora por muito tempo encapotado, até que o novo executivo municipal aparece e põe a descoberto a gestão ruinosa da Fatasul, creio que na ordem de um milhão de euros, que todos nós vamos pagar, com a quebra de obras a constar no orçamento da autarquia ou na melhoria do certame. Em boa hora, a autarquia decidiu extinguir tal empresa e chamar a si a gestão, bem como gerir os eventos futuros.

DIFÍCIL FAZER MELHOR Nos últimos dois anos, a feira tem sofrido algumas mudanças para voltar a atrair mais público. Acha que isso está a ser conseguido? Não tem havido assim tantas mudanças, até porque em dois anos de nova direção, com problemas vindos de trás, da gestão ruinosa que veio da Fatasul, seria difícil fazer melhor, embora exista uma vontade acérrima de dar uma nova roupagem e qualidade ao certame. Pelo que tive a oportunidade de constatar no passado ano, verificaram-se já algumas alterações, nomeadamente na forma criteriosa LAGOA INFORMA

FOTO CEDIDA POR MANUEL RODRIGUES

Começam a surgir as primeiras estruturas...

Manuel Rodrigues e Abel Santos

Evidentemente que sim, apesar dos violentos ataques de que fomos vítimas, nomeadamente de esbanjamento dos dinheiros públicos do Município. Veja-se agora o resultado da gestão da Fatasul, em bom tempo extinta. A FATACIL ocupou um lugar que a todos contagiou na altura. Este projeto, por mim sonhado, foi obra coletiva e apadrinhada por muitos anónimos, homens e mulheres de boa vontade, que acreditaram e se empenharam a levá-lo por diante, para a valorização da sua terra. É hoje uma referência nacional irrefutável e ‘ex líbris’ de Lagoa. A FATACIL não é obra de ninguém em especial, mas sim dos lagoenses e dos portugueses que viram nesta iniciativa a forma de participar e contribuir para o relançamento das atividades em presença e da

economia regional e nacional.

Houve muitos contributos da sociedade local? Sim, e destaco o envolvimento da juventude de Lagoa, mais de uma centena por cada edição, que se impuseram com o seu trabalho e dedicação, em que incluo e destaco o então jovem, hoje atual presidente da Câmara Municipal, Francisco Martins. Não evoco outros, sob pena de falhar e não mencionar os muitos que tiveram um papel de destaque na criação da FATACIL. Contudo, não posso esquecer os importantes contributos prestados pelos vereadores, técnicos municipais, comerciantes da terra, associações de classe regionais, para além das entidades públicas da região. Quero aqui deixar o meu reconhecimento ao Lagoa Informa pela oportunidade que me é dada de reavivar memórias, já que é a primeira vez que me é facultado espaço e tempo para o fazer publicamente, e para agradecer também à equipa dos técnicos e trabalhadores da câmara e membros das juntas de freguesia do concelho que comigo trabalharam e se dedicaram de corpo alma, ao longo dos primeiros anos, para a cimentação desta realidade. PUB


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// Especial

SUGESTÕES O PRESENTE E O FUTURO DA FATACIL

“O ideal seria a subdivisão em eventos temáticos” FOTO CEDIDA POR MANUEL RODRIGUES

DO BAÚ DAS RECORDAÇÕES II

No início, poucos imaginavam o sucesso da feira e o seu impacto na sociedade local Rui Pires Santos

N

ão obstante o relativo afastamento da FATACIL nas últimas três décadas, Abel Santos vem acompanhando o certame à distância e defende ideias concretas sobre o impacto da feira na cidade e no concelho. Na sua perspetiva, Lagoa “não tem sabido aproveitar as mais-valias por acolherem uma iniciativa com estas características”, apesar de reconhecer a projeção obtida: “Deixámos de ser uma aldeia atravessada pela EN125.” Era seu desejo “instalar cá, por força da FATACIL, empresas familiares de artesanato e outras do ramo comercial ligeiro, mas isso nunca aconteceu. Os polos industriais, embora timidamente, têm alguma dinâmica, mas a criação de postos de trabalho é ínfima”, lamenta. Vai mais longe e critica a elevação de Lagoa a cidade, porque “mais vale uma boa vila que uma cidade frágil e incompleta. Nunca fui a favor desta promoção. Aparece como contrapartida de negociatas políticas do PSD e PS, no interesse da classificação

de novas cidades, a nível nacional. O PSD incluiu Lagoa, de mão beijada, como se viéssemos a ter alguma mais-valia ou proveito de exceção.”

nomeadamente Convento, Igreja Matriz e outros focos de cultura, como acontece nos concelhos limítrofes”, critica.

Subdivisão temática Falta iniciativa Para a rentabilização do potencial existente, preconiza “a reclassificação do casco antigo e a execução urgente de acessibilidades, com variante ou anel, em seu redor, para redução do tráfego do centro e da maioria das ruelas estreitas. Sei das dificuldades atuais do executivo, mas há que responsabilizar o PSD que esteve décadas à frente da autarquia e nada foi feito neste campo.” Quanto aos proprietários de prédios devolutos, “têm que ser responsabilizados a pintarem as fachadas das suas habitações e a acabar com as ruínas e lixeiras a céu aberto. Não estamos a beneficiar com o turismo de alta qualidade que passa por cá e faz férias no concelho. Não há qualquer tipo de iniciativa, como por exemplo uma visita guiada aos poucos pontos de interesse de que dispomos,

“As medidas que o novo executivo está a implementar são muito bem-vindas.”

Mesmo à distância, reconhece seguir a evolução da FATACIL, elogiando o facto de o parque ter sido “beneficiado de infraestruturas indispensáveis, tais como secretariado, zona da restauração, sanitários, arruamentos condignos e outras”. “Contudo, penso que tantos anos passados com o ‘staff’ da Fatasul, dotado de um quadro de pessoal permanente e tendo apoio logístico e de marketing para tudo o que seja necessário, o resultado foi negativo e fica muito aquém do desejado: a feira repetiu-se durante anos, igual a si própria, sem qualquer referência de nota, pelo que as medidas que o novo executivo e sua equipa organizadora estão a implementar são bem-vindas.” Desafiado a sugerir novos rumos para a feira, o antigo autarca acredita que a FATACIL “poderá ir muito além, com o seu brilhantismo, como o melhor evento do calendário do Verão algarvio. Haverá sempre constrangimentos de ordem financeira, e até de área do recinto, por já ser exíguo. Impossibilitada de uma ampliação natural, pode ser estudada a sua expansão para os terrenos da área agrícola, a sul/nascente, embora reconheça

VIAGEM ATRIBULADA Das inúmeras memórias que guarda, Abel Santos ainda tem presente “alguns problemas sentidos, do tipo do ataque dos mosquitos durante dois certames, da falta de energia elétrica algumas vezes durante a noite, quando decorriam os espetáculos, por o posto de transformação não aguentar tão altas cargas do equipamento das bandas que animavam o certame, etc, etc, etc. Mas bizarro foi, quando tinha entrevista marcada no Palácio de Belém, ao deslocar-me a Lisboa, o veiculo em que me transportava com o diretor da feira, engenheiro Manuel Ferreira Rodrigues, avariou e ficámos no caminho. Ao passar por nós um fiscal da Câmara de Silves, numa carrinha 4L, pedimos ajuda, agarrámos a viatura, coberta de pó por todos os lados, e nós, com o fatinho claro, em dia de muito calor, lá chegámos à ‘capital do impérrio’, muito transpirados e - obviamente inadequadamente sujos…” MISTURA E DISPERSÃO Naqueles tempos, algumas vozes levantaram-se contra o facto de a feira misturar artesanato com turismo, agricultura, comércio e indústria. Segundo o ex-presidente de câmara, “na altura havia terreno livre e o interesse era preencher o parque com o máximo de expositores, pelo que separávamos bem as valências criadas. Hoje, sim, impõe-se e tem acuidade esse reparo”. Abel Santos esclarece: “À época, movia-nos o propósito, que sempre defendi, de acabar com a feira nestes moldes e avançar para as feiras temáticas, com a criação de um calendário de certames a decorrer entre abril e outubro, a iniciar com a I Feira de Turismo e a terminar com a Feira da Agricultura e Pecuária, onde os vinhos e as uvas estariam presentes. ‘MALUQUINHO DAS FEIRAS’ Passados tantos anos, o impulsionador da FATACIL retém “recordações simpáticas e de elogio ao nosso trabalho e persistência, mas também algumas menos agradáveis, como - por exemplo - quando defendia o interesse da feira na ex-Assembleia Distrital, apelando a um subsídio… Alguns dos meus colegas, que não acreditavam na nossa dinâmica, alcunharam-me de ‘maluquinho das feiras’, quando na verdade queriam copiar idênticos projetos para os seus municípios, não o conseguindo, em algumas experiências goradas, como a Fissul em Silves e outras conhecidas daquela época.” MANUEL RODRIGUES O engenheiro Manuel Rodrigues começou como responsável pelo setor agrícola do certame, mas acabou por ser o diretor e coordenador da feira até 1985. Foi também um dos mentores do projeto inicial da FATACIL, dada a sua vasta experiência na área agricola.

alguns problemas na acessibilidade e ligação direta, defende. Também é de opinião que “o ideal seria a subdivisão em eventos temáticos, deixando o certame de ser generalista, de acordo com as valências a que nos propomos

desenvolver, conforme defendo há anos, além de que se impõe a criação de um espaço polivalente no recinto ou nas proximidades, para conferências e palestras temáticas de interesse dos expositores e entidades públicas regionais.”


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// Segurança

EMERGÊNCIA NÚMEROS SIGNIFICATIVOS ATESTAM IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DA CORPORAÇÃO

Bombeiros de Lagoa prestam mais de dois mil serviços mensais Emergência médica e transporte de doentes têm o maior peso. Saídas para combate a incêndios aumentam no Verão, com várias deslocações para fora do concelho e da própria região algarvia. KÁTIA VIOLA

Rui Pires Santos José Manuel Oliveira

NÚMEROS

T

anto quanto o importante papel no combate a incêndios, os bombeiros desempenham atualmente um papel fundamental na sociedade, através do transporte de doentes e na resposta a serviços de emergência médica. Um bom exemplo disso é a corporação de Lagoa, onde são milhares as chamadas mensais para diferentes ocorrências. Só em junho, realizaram 2276 serviços, muitos dos quais com deslocações a Faro, Lisboa e Coimbra. Grande parte das missões destes ‘soldados da paz’ passa pelas situações de emergência médica. Por exemplo, só em junho registaram-se 1782 serviços de emergência pré-hospitalar e 52 não urgentes. Destes, 46 foram para Lisboa, dois para Coimbra e quatro para Almada. Os bombeiros de Lagoa foram ainda chamados a 34 ocorrências fora do concelho durante esse mês. Além disso, entre incêndios rurais e acidentes rodoviários, tiveram mais 114 saídas. “Estão a ir, em média, três a quatro carros por dia para Lisboa em serviços de emergência hospitalar”, revela ao Lagoa Informa Vítor Rio, comandante dos Bombeiros Voluntários de Lagoa. Não sendo este um concelho com muitos incêndios, é constante a deslocação dos bombeiros lagoenses para outras zonas da região e do país. “Não há incêndio em Portimão, Silves, Monchique ou Albufeira onde não estejam os nossos bombeiros. Aliás, muitas

9 Até ao dia 28 de julho, tinham ocorrido nove incêndios no concelho de Lagoa. Parte deles aconteceu na sequência de queimadas. 2.276 Número de serviços realizados pelos bombeiros de Lagoa em junho, entre transporte de doentes, emergências e outros. 50 São cerca de 50 os bombeiros profissionais da corporação lagoense. A estes, juntam-se perto de 40 voluntários. Vítor Rio destaca o elevado número diário de serviços de emergência médica realizados vezes vamos ajudar a combater fogos no norte do país”, sublinha, referindo que a nível distrital “há muito menos ativações em 2016, até ao início de julho, do que nos anos anteriores.”

Falsos alarmes “Como este quartel está posicionado mesmo no centro do concelho, facilmente chegamos a qualquer incêndio em pouco tempo”, refere o comandante. Em junho, por exemplo, registaram-se nove fogos em Lagoa, três dos quais agrícolas. “Com falsos alarmes, até houve 12. Acontece às vezes, pois são indivíduos que estão a fazer uma queimada, entretanto alguém viu fumo e telefona para os bombeiros. Quando ouvem as sirenes, as pessoas apagam e quando chegamos ao local não encontramos nada. É

Posicionados em Monchique Sempre que há alerta amarelo, 13 elementos dos Bombeiros Voluntários de Lagoa encontram-se pré-posicionados no Alferce, em Monchique, em prevenção para o caso de se verificar alguma ocorrência. Com dois carros pesados e um ligeiro, estão preparados para rapidamente chegarem à zona em que deflagre algum incêndio.

considerado falso alarme. Mas o certo é que saímos do quartel com pessoal, viaturas e todo o equipamento necessário”, explica. O quadro de pessoal dos bombeiros de Lagoa é constituído por 52 profissionais e 40 voluntários. Todos os profissionais prestam igualmente voluntariado. “Gostaríamos sempre de ter mais pessoal. Normalmente calculamos o serviço. Se tivermos mais serviços, chamamos mais pessoal, mais uns voluntários, alguém que esteja de folga. Às vezes, parece que de manhã está tudo orientado e, depois, um chefe de serviço alerta para a falta de pessoal devido a várias saídas e ao aparecimento de diversas ocorrências”, confidencia. “Há dias em que uma ambulância tem de se deslocar ao Hospital de Faro, onde despende no mínimo duas a três horas, com uma pessoa que, por exemplo, partiu um dedo, pelo facto de não existir serviço de ortopedia no Hospital do Barlavento, em Portimão. Isso atrapalha logo o serviço. Apesar de termos um grupo de bombeiros destinado à área da saúde e outro para o fogo, ambos conciliam as situações e apoiam-se. O problema é se

há fogo e ocorrências de saúde ao mesmo tempo…”

Boas condições Os Bombeiros Voluntários de Lagoa têm vindo, gradualmente, a melhorar os seus recursos. “A Câmara Municipal tem colaborado todos os anos com a oferta de uma viatura, designadamente uma ambulância. Na sequência desse apoio, já conseguimos também um veículo para fogos urbanos, o que nos tem permitido alguma renovação da frota”, reconhece.

Perigo das queimadas Muitos incêndios resultam de “descuido” de proprietários de terrenos, “habituados há 30 anos a fazer queimadas fora de tempo na serra”, lamenta o comandante dos bombeiros de Lagoa, garantindo não existir falta de informação para prevenção. Curiosamente, uma sessão de sensibilização das autoridades, que incluiu militares da GNR e outros elementos da Proteção Civil, em maio passado, contou apenas com “quatro asistentes na sala”. “Era maior a comitiva do que as pessoas que foram assistir...”, ironiza.

2.000 Dois mil euros é o valor aproximado do fardamento de um bombeiro para fogos urbanos. 1.000.000 Mais de um milhão de quilómetros é quanto já fez uma viatura dos bombeiros, a qual já ‘deu a volta’ ao conta quilómetros.

13 ambulâncias Os Bombeiros Voluntários de Lagoa dispõem, neste momento, de três veículos para combate a incêndios florestais, de outros três destinados a fogos urbanos e ainda de dois autotanques. Contam também com um total de 13 ambulâncias, três das quais vocacionadas para emergência pré-hospitalar e as restantes para transportar doentes, nomeadamente quando são necessários tratamentos de hemodiálise e de fisioterapia. Além disso, os ‘soldados da paz’ de Lagoa possuem ainda um carro para resgates em falésias.


Quinta-feira, 11.08.2016

Cultura //

ESTÔMBAR CELEBRAÇÃO DE UM DOS MAIS BRILHANTES HOMENS DO SEU TEMPO

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Comemoração religiosa

Encontros homenageiam poesia de Ibn Ammar

Festas de Estômbar a abarrotar

D.R.

A 9 e 10 de setembro, exposições, dança, teatro e ‘workshops’ fazem parte desta iniciativa que visa reabilitar o legado da rica cultura islâmica.

Uma autêntica enchente marcou mais um ano das festas de Estômbar, em honra de São Tiago e Nossa Senhora das Dores, realizada a 30 e 31 de julho junto à Igreja Matriz daquela localidade. Danças orientais, música zumba e atuações do Rancho Folclórico do Calvário, além dos artistas Duo Sensações e Zé do Pipo marcaram as comemorações de uma iniciativa que conta com forte adesão da população estombarense. Os festejos terminaram com um bonito espetáculo de fogo-de-artificio. D.R.

O

Largo da Igreja de Estômbar vai receber, a 9 e 10 de setembro, o evento ‘Encontros de Ibn Ammar’, que integrará inúmeras atividades culturais para lembrar esse grande poeta árabe, filho da terra. O programa decorrerá em ambos os dias entre as 19h30 e a meia-noite, abrangendo poesia, música ou teatro. Jogos de tabuleiro islâmicos, uma exposição de painéis temáticos em paredes de cal ‘Cenas do quotidiano da época de Ibn Ammar’, a mostra ‘Instrumentos musicais do mundo árabe’, a peça de teatro de rua ‘Ibn ‘Ammar – Poeta de Sannabus’, demonstração de caligrafia árabe e

O evento contará com jogos de tabuleiro islâmicos, exposições e teatro ‘workshops’ de percussões árabes e dança oriental são apenas alguns dos ingredientes da homenagem. Esta é mais uma iniciativa da Câmara Municipal de Lagoa no âmbito da temática ‘A Nossa Gente, A Nossa Identidade’, escolhida para o ano em curso.

Quem foi Ibn Ammar Abú Bakr Mubammad Ibn Ammar (1031-1086) nasceu em Sannabus

(atual Estômbar). A beleza da sua poesia atraiu o jovem rei al-Mu’tamid, que o nomeou primeiro-ministro. Ibn Ammar, além de grande poeta, era conhecido pela invencibilidade no xadrez. E tanto assim foi que a sua inequívoca vitória num jogo levou o próprio Alfonso VI de Castela a abandonar Sevilha. De forte ambição, planeou a anexação de Múrcia ao reino sevi-

lhano, tendo para isso convencido al-Mu’tamid a nomeá-lo seu governador. Segundo rezam as crónicas da época, Ibn Ammar era cerebral, ambicioso, astuto, um homem de grande habilidade diplomática e de muito engenho político, mas acabaria por ficar na história, sobretudo, como um dos poetas mais brilhantes e célebres dos tempos dos taifas no al-Andalus.

Espetáculo em Carvoeiro

Orquestra de Jazz do Algarve evoca Elvis Presley A Orquestra de Jazz do Algarve agendou para este mês três concertos que reviverão a música e a personalidade inconfundível de Elvis Presley, o último dos quais terá lugar na Praia de Carvoeiro, a 15 de agosto. Elvis Presley, considerado o ‘rei do rock’, protagonizou dois

emblemáticos concertos, um em Las Vegas no ano de 1970 e o outro no Havai em 1973, tendo este sido o primeiro da história a ser transmitido via satélite. É inspirada nestes espetáculos únicos que a Orquestra de Jazz do Algarve convidou Selvis Prestley para reviver um artista verdadeiramente

universal e, naturalmente, a sua carreira de sucesso. Os três grandes concertos, todos com início marcado para as 22h00, realizam-se a 12 de agosto na Praça do Mar (Quarteira) e a 14 do corrente no Palco da Doca (Faro), para no dia 15 de agosto a atuação que marcará, na Praia de

Carvoeiro, o final da mini digressão ser pautada por um vistoso espetáculo de fogo-de-artifício sincronizado. Jailhouse Rock, Don’t be Cruel, CC Rider, I Got a Woman, Always On My Mind, Suspicious Minds, são alguns dos temas, entre tantos outros, a interpretar nesta tripla homenagem.

É já neste sábado

Calvário volta a receber Festival Nacional de Folclore O recinto de festas do Calvário recebe na noite deste sábado, 13 de agosto, a 37ª edição do Festival Nacional de Folcore, um evento de referência em todo o país no que toca à música etnográfica.

A partir das 21h30, participarão o Grupo de Danças e Cantares Regionais da Ceira, o Rancho Folclórico dos Pastores de S. Romão, a Casa do Pessoal dos Hospitais da Universidade de Coimbra, o Grupo

Folclórico e Etnográfico de S. José da Lamarosa e os anfitriões e organizadores do evento, o Rancho Folclórico do Calvário. No mesmo local, começa às 21h30 de domingo, 14 de agosto, um convívio mu-

sical com Paco Dias, em mais uma iniciativa do Rancho local, apoiada pela União de Freguesias Estômbar e Parchal e pela Câmara Municipal de Lagoa. Ambos os eventos têm entrada livre.

Até domingo

Saborear polvo na Sra. da Rocha Começa hoje o Festival do Polvo na Nossa Senhora da Rocha, em Porches, que termina no próximo domingo, 14 de agosto. O evento que tem registado forte adesão de pessoas, entre residentes e turistas, promete mais uma edição deliciosa, com diferentes especialidades desta iguaria. A festa começa às 19h00 e prolonga-se até à uma da madrugada. A música e animação são outros ingredientes que não faltarão.

Amanhã

Noites de Verão com Valter Reis Continuam animadas as Noites de Verão no Jardim Municipal de Estômbar, que nesta sextafeira, 12 de agosto, será o cenário da atuação do artista musical Valter Reis. O espetáculo, de entrada livre, está marcado para as 21h30 e é uma organização da União de Freguesias Estômbar e Parchal, com o apoio da Câmara Municipal de Lagoa.


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// Diversos

D.R.

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Marque na sua agenda… 12 AGOSTO - 21H30 Noites de Verão Jardim Municipal de Estômbar

Salmão no papelote (Receita para quatro pessoas) INGREDIENTES • 1 cebola média bem picada • 4 dentes de alho amassados • 4 tomates cortados em cubinhos • 500 g de cogumelos cortado em fatias • 3 col (sopa) de sumo de limão • 3 col (sopa) de dill (endro) picado • Sal e pimenta a gosto • 800 g de filetes de salmão em 4 pedaços PREPARAÇÃO 1. Unte uma frigideira antiaderente com azeite e leve ao fogo alto. 2. Junte a cebola, o alho, o tomate e os cogumelos e refogue por 5 minutos. 3. Adicione o sumo limão e o endro.

12 AGOSTO - 22H00 Espetáculo de Dança Largo da Praia de Carvoeiro 13 AGOSTO – 22H00 Sons do Atlântico Concerto Clássico Encante Orquestra Clássica do Sul, com Vitorino e Janita Salomé Ferragudo 13 AGOSTO – 9H30 Prova de Natação de Mar Praia Grande - Ferragudo 14 DE AGOSTO – 22H00 Sons do Atlântico Companhia Flamenco ‘Ramon Martinez & Márquez’ Ferragudo PUB

15 AGOSTO – 22H00 Orquestra de Jazz do Algarve com show pirotécnico Largo de Carvoeiro

4. Retire do lume e tempere com sal e pimenta. 5. Unte quatro pedaços de papel-manteiga de 25 cm x 25 cm com óleo e coloque-os numa assadeira grande. 6. Sobre cada um ponha um filete e cubra com os cogumelos refogados. 7. Dobre o papel, feche bem e leve ao forno por 20 minutos.

15 AGOSTO Festa em Honra da Nossa Sra. da Conceição Ferragudo 19 A 28 AGOSTO - 18H00 À 1H00 37ª FATACIL - Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria Parque de Exposições e Feiras de Lagoa

8. Transfira os pacotes para pratos individuais e sirva em seguida.

FARMÁCIAS COM SERVIÇO NOTURNO 11 A 13 DE AGOSTO AMPARO LAGOA 14 DE AGOSTO JOSÉ MACETA (LAGOA) 15 A 20 DE AGOSTO VIEIRA SANTOS (ESTÔMBAR)

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URGÊNCIAS

21 DE AGOSTO AMPARO LAGOA

NÚM. NACIONAL SOCORRO

112

BOMBEIROS VOL. LAGOA

282 352 888

22 A 25 DE AGOSTO LAGOA

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11 de agosto de 2016 - Quinta-feira

CRIME FOGO CONSUMIU MATO NA ZONA DA PRAIA DA MARINHA

Referenciado suspeito de fogo posto em Benagil Homem vive na zona e é procurado pelas autoridades. Mais de 30 bombeiros combateram chamas. LEN PORT

Rui Pires Santos

U

m individuo com cerca de 30 anos está referenciado pelas autoridades como sendo o autor do incêndio que, na semana passada, deflagrou perto das falésias entre as Praias de Benagil e da Marinha. O homem vive naquela área, foi visto a atear o fogo por mais do que uma testemunha e é procurado pela Polícia Judiciária. O sinistro começou na quintafeira, 4 de agosto, pelas 20h00, e foi extinto pelas quatro da madrugada de sexta-feira. No combate às chamas estiveram 33 bombeiros da corporação de Lagoa e foram identificadas 18 ignições em diferentes locais, o que explica a mão criminosa na origem do incidente. Na sexta-feira à tarde, devido às

Castores do Arade conquistam títulos no Nacional de Velocidade Três títulos nacionais e um de vice-campeão foram os resultados de maior destaque obtidos pelo Kayak Clube Castores do Arade no Campeonato de Velocidade de Canoagem, realizado a 6 e 7 de agosto no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho e destinado a iniciados, infantis e cadetes. O quarteto constituído por Iago Bebiano, Tomás Santos, Mário Cabede e Gonçalo Bento dominou o K4 1000m, tendo Iago Bebiano e Tomás Santos triunfado também no K2 200m. Tomás Santos conquistou três títulos nacionais, pois dominou igualmente a prova de K1 200m. Também em evidência esteve o escalão de Iniciados (11 e 12 anos), já que no K4 1000m Guilherme Reis, Tomás Vasconcelos, Filipe Libório e Rodrigo Rey foram segundos. A nível coletivo, o KCCA classificou-se em 7º lugar, num total de 48 clubes.

Zona livre de estacionamento na Praia Grande A Câmara de Lagoa efetuou uma intervenção na zona de acesso à Praia Grande, visando proibir o estacionamento na área, o que permite aos veículos automóveis acederem ao pequeno largo junto à escadaria. A medida procura resolver os problemas verificados com o pouco espaço no local para a realização de manobras, facilitando assim o trânsito e garantindo a segurança dos frequentadores daquela estância balnear. Foram mantidos lugares para pessoas com deficiência motora e viaturas prioritárias. Incêndio deixou rasto de destruição condições climatéricas adversas, os bombeiros ainda se encontravam no local para evitar reacendimentos. Segundo apurou o Lagoa

Informa à data do fecho desta edição, a PJ e a GNR estão no terreno à procura do homem, que já tem cadastro por outros crimes.

Na Praia Grande, em Ferragudo

Prova de natação de mar a 13 de agosto A Praia Grande, em Ferragudo, vai receber a 13 de agosto mais uma prova inserida no 24º Circuito de Mar do Algarve. A competição visa promover a animação de praia, a prática de atividade física e a confraternização entre os participantes e o público.

A fechar...

A prova, na distância de 1400 metros, faz parte do calendário competitivo de inúmeros atletas e clubes portugueses e estrangeiros. O evento inclui também o Encontro de Provas de Divulgação, com a distância total de 600 metros, na qual que podem inscrever-

se atletas não federados, maiores de 12 anos. Esta é uma organização conjunta da Câmara Municipal e do Lagoa Académico Clube, com o apoio da Associação de Natação do Algarve e do Instituto de Desportos e Juventude de Portugal. PUB

Ferragudo celebra Nossa Senhora da Conceição Como manda a tradição, no dia 15 de agosto Ferragudo evocará a padroeira da vila, N. Sra. da Conceição. As festividades arrancam a 12, 13 e 14 do corrente com o triudo em honra da santa na Igreja Paroquial, sempre às 21h00. O destaque terá lugar na segunda-feira, dia 15, com a procissão a sair às 18h00 do Largo da Igreja, seguindo pela Rua Dr. Coelho de Carvalho em direção ao Salva-vidas. Nesse local terá início e fim o percurso marítimo dos andores, em diversos barcos de pescadores. Mas o dia começa às 10h00 com a alvorada, sendo importante momento do programa a missa solene, às 17h00. A partir das 21h00, haverá quermesse e animação musical com o grupo Ritmo Jovem, além de variedades a cargo de Nikita. Por fim, às 23h39 terá início o vistoso fogo-de-artifício que encerra as festas.

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