Corredor verde trabalho by Rui Ribeiro

Espaços Verdes Urbanos

“Corredor Corredor Verde” Verde Docente: José da Cruz Lopes Rui Ribeiro, nº 14901 3 DA 2014/2015

ÍNDICE

Introdução

pág. 3ª 5

Desenvolvimento Quadro Físico-natural Quadro da biodiversidade Quadro das infraestruturas e/ou equipamentos sociais

pág. 6 e 7 pág. 8 pág. 9 e 10

Cartografia Cartas Militares Cartografia 10K PDM de Viana do Castelo – Ordenamento PDM de Viana do Castelo – Condicionantes

pág. 11 pág. 12 pág. 13 pág. 14

Conclusão

pág. 15

Referencias Bibliográficas

pág. 16

Anexos: Fotografias

Introdução

O presente trabalho insere-se na unidade curricular de Espaços Verdes Urbanos do 3º ano do Curso de Design de Ambientes, e pretende estudar a temática de CORREDORES VERDES, no território do concelho de Viana do Castelo, tendo como ponto de partida ou chegada a própria cidade. O conceito de Corredor Verde é uma das principais ideias inseridas num movimento internacional que nasceu para eliminar os efeitos espaciais negativos de uma industrialização mal conduzida, acompanhada por um crescimento urbano incompatível com a salvaguardada da qualidade ambiental. O alastramento da urbanização, se não for orientado por uma estrutura clara de grandes e pequenos espaços verdes, compromete o futuro, corre o risco de destruir na sua passagem os recursos indispensáveis à economia, qualidade de vida, nomeadamente, saúde das populações O movimento dos Corredores Verdes resulta de uma estratégia de planeamento iniciada no século XIX cuja importância hoje, decorrido século e meio, se encontra amplamente divulgada e reconhecida Sendo a sua origem atribuída a Frederick Law Olmsted e às influencias recebidas por ele nas suas visitas a Inglaterra, esta ideia consiste em corredores inseridos na paisagem, geralmente baseados no saneamento das linhas de água e nas formas naturais do terreno, acompanhados por Vegetação natural, ou dispondo de características mais naturalizadas do que o espaço envolvente, corredores, geralmente associados ao recreio, à conservação ou proteção da diversidade biológica, ao equilíbrio ecológico e dispondo por vezes de acesso, a vistas cénicas ou históricas. Os Corredores Verdes são entendidos como espaços livres lineares ao longo de corredores naturais (Charles E. Little, 1990). São Corredores verdes por excelência as frentes ribeirinhas, os cursos de água, os festos, os canais, os caminhos cénicos, e também, muitas linhas de caminho-de-ferro hoje convertidas a usos de recreio, que apoiam o turismo, que ligam entre si centros de interesse, povoações, parques, reservas naturais, património natural e cultural. Hoje, eles procuram ligar entre si os grandes e pequenos espaços e sítios naturais protegidos, as superfícies de águas interiores, os sítios históricos e outros elementos pontuais do património cultural. Uma rede de Corredores Verdes poderá proporcionar ligações úteis e atraentes entre áreas urbanas, facilitando a predominância de ligações saudáveis entre espaços naturais e entre estes e as cidades, aldeias e seus arredores. 3

Os Corredores Verdes possuem dois grandes grupos de funções: Funções Ecológicas: Proteção de áreas naturais, constituindo habitats para plantas e animais, ajudando na manutenção da biodiversidade Previne o isolamento das espécies, mantendo os processos demográficos naturais. A vegetação ripícola funciona no abaixamento da temperatura da água por ensombramento. Produz matéria orgânica que serve de alimento aos animais aquáticos, permite e ajuda na criação de estruturas ripícolas diversas e dinâmicas, como charcos, piscinas, cascatas, aumenta o fluxo ascendente de águas subterrâneas e de nutrientes. A vegetação do corredor funciona como filtro urbano, melhorando a qualidade do ar e da água. Promove ainda o transporte de matéria, organismos e energia, tem ainda a função de proteção nas áreas urbanas, intervindo positivamente nos processos hídricos, diminuindo o risco de erosão. Uma rede de Corredores Verdes bem estruturada poderá ajudar as comunidades bióticas a adaptarem-se às mudanças ambientais de longo prazo. Funções Económico e Sociais: Constituem infraestruturas fundamentais das áreas florestais pelas funções que exercem em termos de conservação e produtividade; Criam vias de circulação alternativa através de mobilidades suaves. Promovem o turismo e a preservação do património histórico e cultural. Fornecem espaços para recreio e lazer - Ajudam a manter e valorizar a qualidade estética da paisagem. As redes de Corredores Verdes para serem acessíveis devem ser transitáveis e oferecer condições exigentes relativamente à segurança. A sua gestão ao longo do tempo é por isso indispensável. A nível local e regional elas devem incorporar itinerários de ligação que lhes sejam complementares Entre estes itinerários mencionam-se os antigos caminhos rurais, por vezes históricos, com origem na época romana, cuja memória e utilização Importa preservar São também antigas do Plano Centenários, acessíveis a transportes motorizados de tráfego reduzido e lento, hoje percorridos por transportes públicos. São igualmente os antigos caminho-de-ferro ainda em funcionamento, sobretudo aqueles que autorizam o transporte de bicicletas. E ainda o caso dos 700 km do Plano Nacional de Ecopistas iniciado pela “REFER Património” em 2001 que aprovado poucos anos depois deu origem caso a caso, a diversos estudos de enquadramento ambiental e, finalmente, aos primeiros projetos de execução.

Podemos então afirmar que OS Corredores Verdes constituem um conceito indispensável a um correto ordenamento do território, numa ótica de aos recursos necessários às futuras gerações. Esta é a ideia que se encontra na base do conceito de desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento

Quadro Físico-natural Da análise do espaço selecionado, que constitui o Corredor Verde objeto deste estudo, podemos destacar o seguinte: O Corredor Verde parte da Praia Norte, junto ao mar, pertencendo á cidade de Viana do Castelo, Freguesia da Areosa, estendendo-se para a zona montanhosa da mesma localidade e das Freguesias de Carreço, Afife e terminando na Freguesia de Freixieiro de Soutelo fronteiriça com o concelho de Caminha, junto ao Rio Âncora e tem uma extensão de 23252m. Em termos demográficos destas quatro Freguesias podemos destacar o seguinte segundo os Censos 2011: A Freguesia da Areosa tem uma população de 4853 habitantes e o número de famílias é de 1758. A Freguesia de Carreço tem uma população de 1759 habitantes e o número de famílias é de 619. A Freguesia de Afife tem uma população de 1632 habitantes e o número de famílias é de 638. A Freguesia de Freixieiro de Soutelo tem uma população de 511 habitantes e o número de famílias é de 169. Em termos de altimetria e geodesia podemos referir que a sua cota mínima se encontra no seu início junto ao mar a cerca de 8m de altitude e a sua cota máxima se verifica a meados do percurso no Monte de Santa Luzia e Monte do Outeiro atingindo os 474m, verificando-se que a partir desta cota vai diminuindo a altitude ate ao final do percurso nas margens do Rio Âncora. Este percurso é acompanhado por uma vasta rede hidrográfica, assim como por leitos de cursos de água identificados nas cartas de ordenamento do PDM em anexo. Podemos destacar dos cursos de água existentes os principais como a Ribeira do Pego no seu trajeto inicial, a Ribeira das Bouças, o Rio de Oliveira, Rio de Cabanas e o Rio Âncora no Final, mas também uma quantidade assinalável de afluentes que se multiplicam, principalmente na zona montanhosa onde nos surgem a atravessar o percurso em pequenas pontes, como é característico das montanhas do Alto Minho. Na descida do Monte do Outeiro para Freixieiro de Soutelo deparamo-nos com aflorações rochosas naturais assim como em quase todo o percurso de montanha, 6

onde poderemos destacar certo modelado geomorfológico e representativo, fruto da erosão e conhecidos popularmente com o “Jardim da pedra” e “Buraco na pedra”. A meia encosta, tanto na subida entre a Areosa e o Monte de Santa Luzia, como na descida do Monte do Outeiro para Freixieiro de Soutelo, encontramos uma zona de amenidades ambientais, fruto da vasta presença vegetal, que enquanto no primeiro caso se nota a presença de Carvalhos, Sobreiros e Castanheiros, no segundo caso o que prevalece são as Acácias-da-Austrália e os Eucaliptos.

Quadro da biodiversidade Como já referido anteriormente, nas zonas de meia encosta temos uma forte presença de matas com Castanheiros, Sobreiros, Carvalhos, Eucaliptais e Acácias- da- Austrália assim como Pinhais. A zona mais alta, torna-se mais “despida”, e principalmente povoada de espécies vegetais arbustivas e de pequeno porte. De referir que os Eucaliptais e os Pinhais se destinam á produção florestal. No início do percurso atravessamos uma área exclusivamente agrícola junto á costa que se encontra classificada no PDM de Viana do castelo como Espaço Agrícola e que tem como condicionante pertencer á RAN e se destina principalmente á exploração hortícola. Na zona de montanha, observam-se áreas de pastagens classificadas como Espaços Florestais de Produção, Proteção, Conservação e Compartimentação, e do Domínio Silvo-Pastoril. No Monte do Outeiro e no Monte de Santa Luzia verifica-se uma forte presença de áreas de pastoreio com a presença de gado Bovino e Cavalar.

Cavalos no Monte do Outeiro

Quadro das infraestruturas e / ou equipamentos sociais O Corredor Verde atravessa o aglomerado Urbano da Areosa logo no seu inicio, dirigindo-se para a pequena aldeia rural de S. Mamede já a meia encosta e só voltando a encontrar uma povoação perto do final na Senhora da Cabeça em Freixieiro de Soutelo. As vias de comunicação são essencialmente rurais, no início do percurso junto á zona da Praia Norte, começa pela marginal pavimentada dando logo entrada em caminhos agrícolas em terra batida ou cubo de granito, por alturas do aglomerado da Areosa o pavimento asfaltado atravessa a povoação e a linha de caminho-de-ferro, dirige-se até ao alto do Monte de Santa Luzia onde entra em estradões florestais em terra batida até quase ao final em Freixieiro de Soutelo que termina em asfalto e em pavimento de cubos de granito. São notórios os locais cénicos e panorâmicos em todo o percurso, mas poderemos salientar a ligação entre a Praia Norte e o Moinho da Areosa e também a zona mais elevada do Monte de Santa Luzia e Monte do Outeiro com as suas vistas privilegiadas para o Oceano Atlântico, quase na totalidade da sua extensão. Durante todo o trajeto pode encontrar-se diversos pontos referentes ao Património cultural classificado como o Forte de Rego de Fontes sobranceiro ao mar, os Moinhos da Areosa o Cruzeiro em Areosa junto á ETAR, um outro cruzeiro na Areosa junto á E.N. 13, o conjunto de capela e cruzeiro na aldeia de S. Mamede, o Santuário da Senhora da Cabeça em Freixieiro de Soutelo e a sua Ponte em Pedra sobre o Rio Âncora no final. Em termos de desporto ao ar livre, lazer, repouso e parques de merendas podemos destacar, o Campo de Jogos da Areosa e de Freixieiro de Soutelo, todo o percurso dispõe de sinalização de percursos pedestres, assim como uma longa extensão é utilizada para as classificativas do Rali de Portugal e reúne condições ideais para a prática de desportos aventura, assim como os dois parques de merendas, um na Areosa no início do corredor e outro junto ao final no Santuário da Senhora da Cabeça pouco antes do final, não esquecendo a existência de dois fontanários perto um do outro em Freixieiro de Soutelo. No arranque do Corredor Verde, dispomos de duas cafetarias junto á Praia Norte e voltamos a ter acesso a um estabelecimento desta natureza perto do fim com a chegada á Senhora da Cabeça (“Café Bar Srª. da Cabeça). Também a nível do turismo em meio rural podemos encontrar duas casas de turismo na parte mais elevada da Areosa (“A Cabana” e “O Moinho”), e mais três na aldeia de S. Mamede.

Podemos também encontrar neste percurso o Parque Eólico Carreço Outeiro que marca a zona mais elevada do percurso com a forte presença dos seus aerogeradores, no inicio também junto ao mar temos a ETAR da Areosa, ao cimo do aglomerado urbano da Areosa encontramos o deposito de água que serve aquela localidade assim como parte da cidade de Viana do Castelo, assim como um deposito de água na descida para Freixieiro de Soutelo junto a uma ponte. Podemos destacar também o Posto degradado de vigia florestal á chegada a Freixieiro de Soutelo.

Corredor Verde e perfil do terreno

Cartografia: Cartas Militares

Cartografia 10K

PDM de Viana do Castelo â&#x20AC;&#x201C; Ordenamento

PDM de Viana do Castelo - Condicionantes

Conclusão

Refere-se este trabalho para estabelecer um Corredor Verde que parte ou chega á Cidade de Viana do Castelo. O espaço proposto oferece bastante potencial para a implementação de uma infraestrutura desta natureza, pois oferece uma paisagem bastante diversificada, desde uma zona costeira, como uma zona de montanha, atravessando aglomerados urbanos de cariz citadino ou de características rurais. A existência de uma biodiversidade rica em espécies naturais diversificada e património edificado e classificado, conferem a este espaço mais-valias de interesse turístico e ambiental de inegável valor. Pela sua extensão, procurou-se unir duas realidades distintas neste trabalho, a realidade urbana procurando mostrar o que de melhor nos oferece em termos de património edificado pelo homem e a realidade rural e natural, que também são características do Alto Minho e desta região de Viana do Castelo, procurando estabelecer uma relação próxima entre os habitantes e visitantes com o que de melhor esta região pode oferecer e como este Corredor Verde poderá contribuir para amenizar em termos ambientais o impacto do crescimento imobiliário o trafego e das explorações industriais de diversos setores, que degradam a vivencia urbana. È portanto de enorme importância o estabelecimento de Corredores Verdes, no ordenamento do território e são elementos inquestionáveis quando se pretende um desenvolvimento sustentável da nossa paisagem sempre em consonância com a natureza e o património existente.

Referências bibliográficas:

Câmara Municipal de Viana do Castelo http://www.cm-viana-castelo.pt/ www.apcverdes.org/ http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros

Anexos: Fotografias

Praia Norte

Forte de Rego de Fontes

Marginal Forte do Rego de Fontes Moinhos da Areosa

Placa Forte do Rego de Fontes

Marginal Forte do Rego de Fontes Moinhos da Areosa

Moinhos da Areosa

Marginal Forte do Rego de Fontes Moinhos da Areosa

ETAR Areosa

Campo de Jogos Areosa

Cruzeiro da Areosa

Moinhos da Areosa

Moinho da Areosa

Moinhos da Areosa

Ribeira do Pego

Ponte sobre a Ribeira do Pego 30

LigaĂ§ĂŁo marginal Areosa

Ponte sobre a Ribeira do Pego

Parque de merendas Areosa

Cruzeiro Areosa junto รก E.N.13

Areosa

Casa de Turismo Rural “A Cabana” - Areosa

Areosa 36

Areosa

Casa de Turismo Rural - Areosa

Casa de Turismo Rural “O Moinho” - Areosa

Areosa

Ligação Areosa, S. Mamede

S. Mamede

Conjunto Capela e Cruzeiro S. Mamede

Cruzeiro S. Mamede

Ponte S. Mamede

S. Mamede

LigaĂ§ĂŁo S. Mamede, Monte de Santa Luzia

Ligação S. Mamede, Monte de Santa Luzia

Entrada no estradão florestal em terra batida

Estrad達o Monte de Santa Luzia, Monte do Outeiro

Parque E贸lico do Monte do Outeiro

Placa de sinalização, Monte do Outeiro

Estradão, Monte do Outeiro

Vista sobre Afife e Vila Praia de âncora, Monte do Outeiro

Reservatório de água, Monte do Outeiro

Ponte Estrad達o, Monte do Outeiro

Estrad達o, Monte do Outeiro

Estradão, Monte do Outeiro

Afloração rochosa, Monte do Outeiro

Estrad達o, Monte do Outeiro

Vistas para Afife, Monte do Outeiro

Estrad達o, Monte do Outeiro

Descida, Monte do Outeiro, Freixieiro de Soutelo

Descida, Monte do Outeiro, Freixieiro de Soutelo â&#x20AC;&#x201C; Campo de jogos

Descida, Monte do Outeiro, Freixieiro de Soutelo

Senhora da Cabeรงa, Freixieiro de Soutelo

Freixieiro de Soutelo

Fontanรกrio, Freixieiro de Soutelo

Freixieiro de Soutelo

Rio Ă&#x201A;ncora, Freixieiro de Soutelo

Rio Âncora, Freixieiro de Soutelo