Revista SOOM

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TRIMESTRAL

ZOOM NA MÚSICA BRASILEIRA um zoomUMna moderna música brasileira

BRASIL SONORO BRASIL SONORO: Artistas de todos os 26 estados fomentando a ésfera da música atual brasileira

R$ 19,99

cenário atual da música brasileira / selos idependentes / bandas destaque / artista de rua brasil sonoro / o novo subversivo / mulheres na cena / girls rock camp

EDIÇÃO 01 - MARÇO



Painéis Workshops Shows

16,17&18 MAR_2018

Centro Cultural São Paulo

Rua Vergueiro N°1.000 São Paulo SP

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um zoom na moderna música brasileira UM ZOOM NA MÚSICA BRASILEIRA

E D I T O R I A L

A SOOM foi criada com o intuito de dar um zoom ao leitor na música moderna brasileira voltado especialmente ao rock, indie, mpb e ao movimento underground que cresce estrondosamente a cada ano. Nesta edição foram mencionadas várias bandas com as mais diversas obras e gêneros para ampliar ainda mais seu repértório musical com toda itensidade, diversidade e força em cada produção selecionada. O Brasil protagoniza atualmente um cenário imenso onde as bandas reiventam ao próprio modo como fazer e produzir sua música, tirando o conservadorismo do eixo com muito material denso, atual e idependente. Tudo isso gera uma potência inacreditável e uma era musical nunca vista no nosso país. E é exatamente por esse motivo que se formou a necessidade de se falar sobre música brasileira, é gostar e entender que conteúdo musical de qualidade não é só o que foi feito no passado ou feito pelos nas gringos, é sim feito hoje, por muita gente que tem qualidade e propriedade no que faz. É ouvir, entender e buscar mais afundo mais e mais bandas que tecem esse grande cenário da música brasileira e valorizar o que é feito aqui. Sabrina Castro estudante de design e idealizadora da soom

E X P E D I E N T E

TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO VISUAL TURMA 38 MÓDULO 03 - DESIGN EDITORIAL DESIGNER STUDENT SABRINA CASTRO CORPO DOCENTE ANA PAULA PIRES ANTONIO SCODIERO CLAUDIO MURENA FÁBIO CHRISTÃO KACILI ZUCHINALI SERGIO NICODEMO SUELY NOVAES ILUSTRAÇÕES DE: SABRINA CASTRO


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cenário atual da música brasileira

bandas de indies, rock e o underground brasuca ganhando potência A nova face da música nacional , o indie, o novo mpb e o underground conquistando espaços cada vez maiores graças as mudaças da nossa era, do acesso a produção idependente e dos festivais de peso que acontecem por todo o país. MATÉRIA POR: SABRINA CASTRO FOTO POR: AMANDA FOGAÇA

Componentes políticos, aspectos sóciais, culturais e as expansão das mídias e de streaming fez com que todo o cenário musical se transformasse drásticamente. Estes diversos aspectos que levaram as mudanças no meio musical, tem ligação direta com o que é exigido pelo público, movimentando o que é elaborado pelos músicos e bandas. Houveram mudanças extratosféricas no que se diz respeito a produção musical se relacionarmos os anos 80, 90 e até a década de 2000, com o agora. Os meios hoje utilizados relacionados a acessibilidade, shows e distribuição de obras produzidas possibilitam um leque gigantesco de bandas novas surgirem e realizarem novos discos. Descobriu-se que não há mais uma formúla correta para se fazer música, não há regras e imposições que impeçam, a quem quiser que seja, de montar sua banda e desbravar o mundo com o sonho de transmitir sua mensagem. Essa nova movimentação livre dos antigos meios de produção musical, fez com que muitos músicos e apreciadores das antigas critiquem e desgostem do conteúdo da nova era. É prevísivel, já que esse novo não se molda aos padrões antigos e definitivamente não segue a trajetória musical dos tão aclamados dinossauros do rock, indie e underground nacional e internacional. A cena idependente enriqueceu a ponto de ampliar a acessibilidade em relação a equipamentos e gravação, fazendo que muita gente pudesse meter as caras no mundo da música, dando oportunidade para

outros profissionais idependentes produzissem junto com as bandas . Só o fato de ver bandas e produtores desvínculados com gravadoras gigantecas, já demostra que a cena musical no Brasil está fervilhando, possibilitando cada vez mais uma relação real e sincera do processo criativo de cada banda, é revigorante. Com essa acessibilidade há esquipamentos e profissionais capacitados, existe apenas uma amiga/inimiga para encarar: (tratando-se de mercado de divulgação) a internet. A internet e os serviços de streaming podem ser as grandess aliadas dos artistas, porém podem não trazer o alcance esperado para as bandas idependentes que estão no ínicio da jornada. Com esse acontecimento envolvendo o alcance, surgiram várias produtoras e selos idenpendentes que oferecem suporte a bandas alternativas, produzindo, gravando, mixando, divulgando e muitas vezes promovendo shows e festivais destes artistas “subversivos”. Os selos trabalham realmente com o poder que existe em realmente acreditar, expansão de visibilidade e formação de público. Atualmente contamos com várias delas espalhadas pelo país, nas quais são a Balaclava Records, a PWR Records, Freak, Howlin’ Records, Assustado Discos, Bichano Records, Boia Fria Produções, DESMONTA, Dissenso Records, EAEO Records, Efusiva, Hearts Bleed Blue, Hérnia de Discos, Highlight Sounds, Laboratório Fantasma, midsummer madness, Nada Nada Discos, RISCO, Rosa Flamingo, Sinewave, a Transtorninho Records e muitas outras. edição 01 - março

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selos idependentes

SELOS idependentes Aumente sua coleção de vinis, CDs e até arquivos digitais com sons de fora do mainstream; ouça também dois lançamentos exclusivos POR EVANDRO PIMENTEL E KALUAN BERNARDO

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Balaclava Records

Rosa Flamingo

Rosa Flamingo é uma produtora cultural e selo fundado em 2013 pela cantora Tiê. Agencia artistas e desenvolve projetos musicais e culturais, além de ser também uma loja de . Seus artistas são: André Whoong, o duo FingerFingerrr, Naná Rizinni e a própria Tiê.

Bichano Records

A Bichano Records é criação do carioca Fred Zgur, que antes fazia playlists em fitas cassetes gravadas, que ele regravava e vendia por R$5. Tempos depois, além de produzir shows, o selo fez lançamentos digitais e produziu CDs de artistas que normalmente vinham de hardcore, punk e folk, entre elas as bandas maquinas e ElToro Fuerte.

Transtorninho Records

Selo formado por “gente que gosta principalmente de rock, mas também de esquisitices variadas em termos de som e imagem”. Seu catálogo reúne discos, EPs e singles de artistas de São Paulo, do Paraná, de Alagoas, de Pernambuco, entre outros estados, como as bandas Ximbra, Grupo Porco e Unbelievable Things.

Hearts Bleed Blue

Distribuidora e selo de hardcore e rock alternativom a HBB Records é formada por artistas gráficos e músicos “que acreditam que música é uma arte para colecionar”. Fundada em 2011, possui em seu casting bandas como Blind Pigs, Carbona, Dance Of Days, Medulla, Zander, Nitrominds, Reffer e Water Rats.

PWR Records

Selo fundado com o propósito de lançar artistas femininas, além de também agir como produtora cultural. Possui no seu casting – para fazer parte dele, a banda precisa ter pelo menos uma mulher em sua formação – projetos como Papisa, Winter e My Magical Glowing Lens.

Dissenso Records

A Dissenso Records surgiu em 2005 como distribuidora, produtora e selo destinado à música experimental, post-rock, post-metal, ambient, drone e variantes. Visa “construir e colaborar com bandas de sonoridades não convencionais, mostrando ao público a boa música feita por artistas que verdadeiramente admiramos”. Possui no casting bandas como Labirinto, Gimu, Thisquietarmy, National, Muep Etmo, Bemônio, Eulália e Berlina.

Um selo independente é aquele que tem maior parte de seu capital próprio, sem interferência destas grandes multinacionais. O sonho do artista ter o seu próprio selo passa pelas vantagens de poder escolher o seu próprio repertório, sem a influência dos executivos da gravadora; de realizar a gravação de seu material em seu próprio tempo, sem ter que cumprir um contato com metas; produzir o próprio material como bem entender e divulgar da forma que achar melhor. Um selo musical pode ter diferentes funções, desde que tenha uma estética artística coerente. A ideia é que um selo, ao agrupar diversas bandas com propostas semelhantes, consiga ter maior força de negociação quando for apresentar algo. Muitas vezes reconhecidos como sinônimo de música independente, os selos musicais atravessaram a história da cultura agrupando artistas, fortalecendo cenas e promovendo movimentos. Inicialmente, os selos eram braços de grandes gravadoras para trabalhar com nichos específicos. Mas com o passar do tempo, passaram a dialogar diretamente com os nichos sem precisarem do guarda-chuva da gravadora. Com a internet, os selos se proliferaram de vez, permitindo que qualquer um criasse o seu e organizasse determinada cena musical. Eles podem ser pequenos e ir além do gênero musical. É o caso da PWR Records, de Recife, que exige apenas que a banda tenha uma garota e ela tenha protagonismo. Em outros casos, um selo pode ter quase uma década, lançar dezenas de discos gratuitos e focar apenas em “bandas barulhentas” (post-rock, shoegase, noise, drone etc), como é o caso do paulistano Sinewave. O Free the Essence conversou com os organizadores de ambos para saber, afinal, qual o papel de um selo nos dias de hoje.

Sinewave

O QUE É UM SELO IDEPENDENTE?

Fundado em 2012 por Fernando Dotta e Rafael Farah, o selo foi criado com o desejo de “reunir bandas que realmente acreditassem num trabalho de expansão da visibilidade e formação de público”. A Balaclava Records é responsável pelo lançamento de discos, organização e produção de shows, promoções e licenciamento, além de divulgação, produção executiva e gerenciamento de carreira. Trabalha com uma série de artistas brasileiros e já licenciou bandas de selos como Merge Records, K Recs, Barsuk, Captured Tracks, Sinderlyn, Kanine Records, Polyvinyl, Stones Throw e Azul de Tróia.

Sinewave é um selo virtual de música brasileira fundado em 2008. Possui mais de 170 trabalhos lançados para download gratuito e seu catálogo inclui artistas de diversas regiões do Brasil, como São Paulo (Herod, Huey, Testemolde, Ralo, Emicaeli, Poltergat, Macaco Bong), interior de São Paulo (Mais Valia, Infraaudio, GRITO), Curitiba (ruído/mm, This Lonely Crowd, Duelectrum, Giant Gutter From Outer Space, Black Sea), Porto Alegre (Loomer, The Tape Disaster), Rio de Janeiro (Sobre a Máquina, Cadu Tenório, Avec Silenzi, Gustavo Jobim), Recife (Kalouv, Cosmo Grão), Florianópolis (Monte Resina), entre outras. edição 01 - março

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EAEO Records

Fundada em 2015, a EAEO Records é um selo musical que trabalha com gravação, mixagem, produção, publicação, distribuição, editoração e comercialização das obras dos músicos que representa. Também acompanha o gerenciamento, divulgação, booking, produção de estrada e fabricação de mídias físicas de seus artistas, entre eles Cidadão Instigado e Chimpanzé Clube Trio.

Freak

A Freak é uma gravadora e selo de música alternativa que “acredita no poder de comunicar e transmitir sentimentos através da música” e que “vê nesta arte uma ferramenta de desenvolvimento social”. Faz produção e gravação de bandas, mixagem, trilhas para cinema e publicidade, gravação de locuções, tratamento de áudio, sonorização de eventos e a realização de projetos culturais. Seu catálogo inclui Garotas Suecas, Mel Azul, Cupin, Raça, Monza, Marcia Novo, Meio Fio, 2DE1 e VRUUMM.

Nada Nada Discos

Desde 2008, a Nada Nada Discos faz o lançamento em vinil de bandas de rock e hardcore. Possui no seu catálogo grupos como Ratka, Lobotomia e Anti Cimex.

Howlin’ Records

Focada em rock alternativo, a Howlin’ é um coletivo de bandas, produtores e profissionais da música que trabalham em prol de outras bandas, para que estas concluam seus projetos e lançamentos. Após os lançamentos de Gomalakka, Color For Shane, FITA, Loyal Gun, MonstroMonstro e In Venus, devem lançar disco de estreia de Miêta, The Hexx e Sky Down, entre outros.

Hérnia de Discos

O selo Hérnia de Discos busca estimular a produção musical e artística feita com e por mulheres. No momento, quem toca a Hérnia são as artistas Brunella Martina, Desirée Marantes, Liege Milk e Marianne Crestani.

midsummer madness

A midsummer madness foi fundada como um fanzine em 1989. Em 1994, começou a lançar fitas cassete – ficando conhecida como “a primeira gravadora brasileira de fitas demo” – e, em 1997, saíram os primeiros CDs. Hoje, a mm é gravadora, editora e produtora, responsável por bandas como Devilish Dear, Pin Ups e Low Dreams.

MonstroMonstro

MonstroMonstro é o projeto solo de Bruno Palma, integrante das bandas Twinpines e Chalk Outlines. As referências sonoras vão de descobertas do underground às trilhas sonoras de novela, e as letras são sempre autobiográficas. 10

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Efusiva

O selo foi criado só por mulheres e se define como feminista. Desde 2015, procura criar um cenário musical mais inclusivo para mulheres e pessoas não-binárias. Lançou este ano o EP “Nogueira”, da banda Chico de Barro e, no final do ano passado, soltou o single “Mother Nature” da In Venus em parceria com os selos PWR Records e Howlin Records.

Boia Fria Produções

A Boia Fria Produções atua na venda, produção de shows, agenciamento e assessoria de imprensa de artistas e de eventos culturais, além de ser uma editora. É também um selo musical e acaba de lançar seu primeiro álbum (e já chegou com o pé na porta): “Galanga Livre”, do rapper Rincon Sapiência.

DESMONTA

O selo e produtora existe desde 2006 e trabalha no lançamento de projetos como M. Takara, Kiko Dinucci, Metá Metá e Bruno Fleming. Deu origem ao sub-selo Bafo Quente, dedicado a publicações esporádicas.

Assustado Discos

O selo e produtora existe desde 2006 e trabalha no lançamenCriado em 2011, o selo é especializado em “gravações raras, inéditas e históricas de artistas” e em “resgatar gravações de passados sinceros” nos formatos LP e compacto. Possui em seu catálogo vinis como “Demos e Raridades” (Devotos), “Garotos do Subúrbio” (Inocentes), “Rodando el Mundo” (Wander Wildner) e “Sem Nostalgia” (Lucas Santtana).

Laboratório Fantasma

Nascida em 2009 como um coletivo batizado de Na Humilde Crew, a Laboratório Fantasma começou vendendo de mão em mão camisetas produzidas artesanalmente. Hoje, tem uma bem-sucedida banquinha nos shows e uma grande loja virtual, que responde por uma parcela importante do faturamento da empresa. Depois das camisetas artesanais, vieram mixtapes, videoclipes, eventos e o lançamento do single “Triunfo”, do rapper Emicida. Hoje o casting também conta com artistas como Fióti, Rael, Capicua, Akua Naru e Kamau.

RISCO

Fundado em 2013, o selo nasceu como um coletivo de bandas paulistanas da cena independente. Teve como primeiro projeto a prensagem em vinil dos trabalhos de artistas como O Terno, Charlie e os Marretas, Memórias de um Caramujo, Luiza Lian, Grand Bazaar, Os Mojo Workers, Noite Torta e Caio Falcão e um Bando, todos parte do catálogo atual do selo, que inclui ainda Mustache e os Apaches, Pedro Pastoriz e Música de Selvagem.



bandas destaque

Bandas da atualidade que estão tendo grande destaque. POR AMANDA CAVALCANT, MIOJO INDIE E SABRINA CASTRO

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O quinteto nasceu em Goiânia e é formado por Salma Jô, Macloys, João Victor, Ricardo Machado e Aderson Maia. A banda miscigena um som psicodélico instável com a força delicada e ríspida contida por traz dos relacionamentos. O crescimento, de Carne Doce, acompanha a mesma escalada gradual de aumento de público que o grupo vem angariando desde sua formação, em 2013, e que deu um salto com Princesa. Já participaram de grandes festivais nacionais presenciando grande público e agora partem para o terceiro disco que será lançado em 2018.

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Formado por Sebástian Piracés, Mateo Piracés, Juliana Strassacapa, Rafael Gomes e Andrei Martinez,o quinteto mistura elementos musicais de ambos os países e outros da América Latina, com base na experiência dos irmãos em viagens no continente, resultando em música cantada tanto em português como em espanhol e inglês. Autodefinem-se como um grupo de “pachanga folk”. O atual crescimento da banda se atribui a muitos fatores, mas um dos fatores que proporcionou isto foi o quanto o cd “Solta as Bruxas” tocou na ferida em que muitos queriam tocar. Soltas as Bruxas tem seu teor político e revolucionário, a faixa “Triste, Louca ou Má” recebeu indicação a Grammy e hoje ultrapassa as 2,5 milhões de views no canal do YouTube. A banda também fez várias apresentações em festivais nacionais e latino-americanos.

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cenário atual da música brasileira

Nascido do encontro entre os músicos Gabriel Ventura (Lenine, Cícero, ex-Tipo Uísque), Larissa Conforto (ex-Tipo Uísque) e Hugo Noguchi (Posada e o Clã, Salvador), o trabalho de 11 composições densas faz de cada ato instrumental uma explosão movida por temas como sexo, separação e isolamento. O trio power carioca começou decolando baixo até atingir um bom público com suas canções do disco “ventre”. Fez várias turnês pelo país, tocou em diversos festivais nacionais, muitas vezes unindo-se a banda EATNMPTD e mesclando as canções com ela durante os shows. Seu útimo grande feito foi abrir o show do Toe (banda de rock japonesa) em SP também junto a EATNMPTD. A banda também é atração confirmada para o Lollapalooza 2018.

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Medulla é uma banda brasileira formada em 2005 no Rio de Janeiro. Atualmente sua formação conta com 4 integrantes, os irmãos Keops e Raony como vocais, Alex como guitarrista e Tuti como baixista. Seu som é composto de elementos como o trap, o hip hop, o jazz e o rock. A banda está ocupando espaços cada vez maiores na música. Seu último cd “Deus e o átomo” que contou com várias participações especiais, gerou uma identificação grande com o público e fez com que ele crescesse de imediato, sendo talvez o mais promissor entre esta lista. Em janeiro a banda fez uma turnê com a banda americana No Longer Music, tocando inclusive no Festival Manifeste em São Paulo, no Vale do Anhangabau e em Guarulhos.

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Letrux é, Letícia Novaes em carreira solo, e esta é sua estreia de novo e bom tom misterioso, o intenso e visceral Letrux em Noite de Climão. Com sonoridade mista de amplificadores e histórias que narram situações constrangedoras e narrativas de amor, Letrux compõe o climão que esperava pra este disco. Letícia se desliga de Letuce, repagina e migra para Letrux, pode se ver uma nova faceta que agradou aos fãs que assumiram o personagem de Letrux. Letrux ganhou com “Noite de Climão” o prêmio de “Melhor disco” pelo Multishow

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Metá Metá é uma banda de jazz de São Paulo criada em 2008 e formada pelo trio Juçara Marçal (voz), Kiko Dinucci (guitarra) e Thiago França (saxofone). É considerado um dos grupos mais prestigiados e representativos do recente cenário musical brasileiro.O nome significa “três em um” em iorubá e o trio trabalha com a diversidade de gêneros musicais brasileiros, utilizando arranjos econômicos que ressaltam elementos melódicos e signos da música de influência africana no mundo. A banda foi confirmada como a única atração brasileira para o Festival Primavera Sounds, na espanha, onde tocam artistas de peso como Björk, Migos, Arctic Monkeys e Lorde. Com toda simbologia que carrega, ganhou o prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) pelo melhor disco em “MM3”

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artistas de rua

ARTISTAS

DE R U A

Valentin e Teco Martins. Artistas que ganham a vida através de apresentações musicais pelo Brasil com suas canções. por Sabrina Castro, por Cartase

FOTOS POR: COAGULA PRODUÇÕES E MARY MORETTI

Teco Martins é um músico/artista independente conhecido por suas bandas: LUZ AMETISTA, RANCORE e SALA ESPACIAL e também por seu Projeto Solo de Arte de Rua que, desde 2009, roda por todas as regiões do Brasil. Após 8 anos na estrada com esse Projeto Solo e mais de 800 apresentações com sua voz e violão entre parques, praias, picos e praças, lança agora dia 31 de março seu primeiro disco solo que foi fruto de um financiamento coletivo através do Cartase.

INICIO DE CARREIRA

Aos 11 anos teve sua primeira banda e aos 14 escreveu sua primeira letra, um punk rock que falava algo sobre um atropelamento, muito diferente das que compõe atualmente. Junto com amigos, fundou a Rancore e ficou por 12 anos na estrada.

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Apenas com voz e violão estes artistas fazem apresentações em praças, parques, praias, e picos regados ao céu aberto em todas as cidades do país tocando suas canções. Livre de patrociníos, os artistas custeiam todos os gastos que envolvem as viagens, tudo realmente por acreditar e ter paixão pelo que se fazem. Ambos artistas passam o chapéu para arrecadar valores para manter as apresentações, eles pedem o valor mínimo de 10 reais, e o máximo fica a critério do ouvinte e apreciador. O valor é significativo e mais do que justo por ter a oportunidade de poder curtir as músicas de forma tão proxima. As apresentações acústicas de ambos os artistas são divulgadas através das redes sociais, no qual os artistas também interagem com o público do local onde irão se apresentar, questionando sobre set list e possíveis alterações de data e local por conta de oscilações no tempo. É só estender a canga e apreciar as apresentações ao ar livre.

Érico Junqueira, mais conhecido como Valentin, faz apresentações pelo país tocando suas canções dos discos “Eu Valentin”(2010), “Salvem o relógio da torre!”(2011), ”Em Frente”(2012), “Tempo”(2014), e “Paseo”(2017). Muitas de suas canções contém um teor ideologico bem marcado, retrata também alguns temas relacionados ao cotidiano e solidão. Iniciou sua carreira musical na “Doyoulike? e em 2015 se uniu a Ive Seixas e compartilhou a experiência de estrada em um EP e uma turnê nomeado como “Viajeros”. INICIO DE CARREIRA

Descobriu a música ainda na época de colégio, é fã de carteirinha de Noção de Nada.Ele também participou como vocalista na banda de Porto Alegre Doyoulike? e tem o projeto solo Valentín com 5 discos lançados.


TECO MARTINS

“Comecei esse projeto ha menos de um ano e nesse pouco tempo ja fiz diversos tipos de show: show de graca em pracas e parques, show na sala de estar, show em bar, show em casa de show, ja toquei no hangar 110 so eu e meu violao (o cigano), ja toquei em casamento, em rave, o q aparece se for interessante eu aceito…..normalmente eu sou contratado ou entao quando toco em espaco publico peço uma contribuiçao na minha cartola de 5 a 15 reais, ou o q a pessoa tiver. Nessa cartola ja ganhei alem de dinheiro varios presentes, bem louco!!”

VALENTIN

“Sozinho não tem esse problema, é só o violão, a mala e a mochila, enfim, consigo viajar sozinho pra todos os lugares, com ônibus, uma passagem de ônibus, uma passagem de avião, É bem mais barato do que uma banda. E com relação a proximidade com o público mesmo, a principal diferença é que voz e violão é mais direto, não tem tanta barreira como tem num show por exemplo, que tem um palco, aquele som alto, e se alguém fizer um comentário durante a apresentação por exemplo eu consigo escutar. E acontece, o pessoal comentar e ser

engraçado. O ponto que não é um ponto negativo mas é bem relevante é que dá muita saudade da banda, de som alto. O som alto faz o cara entrar num transe quanto tá no show, e eu não tenho esse poder todo sozinho, não tenho esse alcance todo sozinho tocando com voz e violão.”

/sofarsounds edição 01 - março

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brasil sonoro

brasil sonoro MÚSICA FERVILHANDO EM TODO PAÍS

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BRASIL SONORO: Artistas de todos os 26 estados fomentando a ésfera da música atual brasileira. Se antes existia uma espessa redoma musical no Sul e Sudeste, podemos dizer que hoje ela foi estilhaçada fortemente pela necessidade e demanda que a nossa era digtal e moderna exige. Sempre existiram bandas e produções por todo Brasil, mas muitos artistas encontravam barreiras devido a centralização: uma grande massa das coisas era produzida no Sul e Sudeste, logo as ferramentas e profissionais especializados, shows, divulgação e maior retorno do público, aconteciam em desses estados. Atualmente contamos com um vasto mundo de possibilidades para aqueles que querem iniciar suas bandas/carreira musical, e embarcar nesse sonho país adentro e afora. Os meios de produção musical se tornaram maleáveis e palpáveis, a partir do momento em que as idéias puderam ser postas em prática,sem a burocrácia e política coérciva das gravadoras.A produção idependente gera pessoas interessadas e capacitadas a se especializar no que antes, uma gama pequena de profisinais da música dominavam e podiam aplicar. Hoje as técnicas e ferramentas são de acesso fácil e globalizados. Logo existem mais profissionais disponíveis para gravação, masterização, mixagem e finalização do produto, fora a alta gama de produtores musicais para auxiliar na jornada dos músicos.Da mesma forma, o surgimento explosivo dos sêlos surtiram um efeito extremamente positivo no cenário musical, ampliando horizontes e as possibilidades a produção integral de um disco de forma idependente. A partir disso, foi mais fácil acreditar no ideal de produção musical e aprendizado para aqueles que desejavam atuar na área.Além das diversas ferramentas que facilitam a produção idependente, houve um fator chave para descentralização musical: A INTERNET. A divulgação, elemento fundamental para o artista, tornou-se acessível e descomplicado. Assim o músicos, produtores musicais, ou qualquer um que siga as áreas relacionadas a música e precisem de divulgação, podem contar com esse recurso poderoso. Todos esses fatores também levaram á que vários festivais nacionais fossem realizados, sendo outra forma densa de divulgação para os artistas.Esse “ Todo’ contribuiu intensamente para a descentralização da música no nosso país.

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SETENTA E CINCO BANDAS

21 estados 21 e

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QUINTO ARTIGO

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PHILL VERAS TROCO EM BALA

SELVAGENS A PROCURA DA LEI

PROJETO RIVERA BULLET BANE

FAR FROM ALASKA PLUTÃO JA FOI PLANETA

MAHMED TALUDE

A BANDA DE JOSEPH TOURTON

KALOUV SILVA SIBA

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JONATHAN TADEU

MATHEUS FLEMIG EL TORO FUERTE

SUPERCOMBO MY MAGICAL GLOWING LENS

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THE BAGGIOS

MAGLORE

GIOVANI CIDREIRA

LETRUX

CÍCERO VENTRE ZANDER RUBEL BALEIA DUDA BRACK MAHMUNDI

CASTELLO BRANCO

GORDURA TRANS LUDOVIC

TERNO REI BRATISLAVA

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SAMUCA E A SELVA EGO KILL TALENT

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DEAD FISH

DANCE OF DAY

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TIM BERNARDES

FRANCISCO EL HOMBRE

TUYO A BANDA MAIS BONITA DA CIDADE

NOAHS NVBLADO

MUSA HÍBRIDA DINGO BELLS VALENTIN

FRESNO

CATAVENTO

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BANDAS PELO PAÍS TO RO

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DE TODAS AS BANDAS PELO BRASIL apenas

24%

das bandas mencionadas são

apenas

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das bandas mencionadas tem

protagonizadas

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DAS BANDAS DE TODO O PAÍS 26

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47%

SÃO BANDAS

pertencem a São paulo



o novo subversivo

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o novo

SUBVERSIVO

distorcendo e modificando a ordem musical Seleção de bandas e vozes que fazem parte do cenário idependente e subversivo, literalmente aqueles que se resignam perante a ordem musical estabelecida, executando uma transformação silenciosa, que ainda vai revoluicionar o que você vai escutar nos próximos anos.

Matérias por: Bandcamp, Miojo Indie, Rafael Chioccarello ,Gabriel Rolim, Fernando Galassi, Nik Silva, Leticia Miranda, Sinewave, Angélica Albuquerque. Fotos por: Beatriz Perrini Cleber Facchi, Desirée Britto, Flávio Charchar, Matheus Antônio, Natalia Mansur

Ilustração por Marina Gonzalez Eme

adjetivo 1. que subverte; que causa subversão. 2. adjetivo substantivo masculino que ou aquele que prega ou executa atos visando à transformação ou derrubada da ordem estabelecida; revolucionário.


Lupe de Lupe

Boogarins

Cícero, Gustavo, Renan e Vitor são uma banda de loud-rock ou noise-pop ou punk experimental de Belo Horizonte. O grupo faz parte do movimento “Geração Perdida de Minas Gerais”. Dominando também o Alternative Rock/Indie Rock/Shoegaze, Lupe de Lupe está longe de ser uma banda melodrámatica e romântica; ela vai botar o dedo na ferida e vai mencionar problemas sociais e idéológicos, evadindo completamente dos temas comôdos, clichês e piegas.

Não existem regras para a banda goiana Boogarins. Eles exploram de um som debochado, enérgico e torto na mesma proporção, como se o permanente exercício de descoberta fosse a base para o trabalho produzido pelo grupo. “Essas músicas são um reflexo da falta de sensibilidade que vivemos. Talvez seja hora de ser forte, jogar a hipocrisia fora e enfrentar os maus e os bons sentimentos ao mesmo tempo. Encontre uma verdade profunda, além da infinita superficialidade de nossos dias”, escreveu o vocalista Dinho no texto de apresentação de um dos álbuns. Um direcionamento necessário para a completa apreciação de obras que jogam com regras próprias. Delírios existencialistas, confissões românticas e instantes de breve descrença, como uma evolução amarga da poesia testada no disco anterior.

Theuzitz Matheus Antonio, para os mais íntimos, Theuzitz. O apelido que ganhou dos amigos – e que depois acabou adotando como nome de trabalho. Em seus trabalhos há um misto de valores como empatia e sentimentalismo na medida certa, e de certa forma já demonstrava simplicidade em retratar o mundo a sua volta. Além desses elementos suas obras tem literalmente peso, fuzz, crítica social, porrada e guitarradas um tanto quanto exageradas. As letras são de sua autoria e ele executa a maior parte dos instrumentos. Para deixar o trabalho um tanto quanto mais orgânico e colaborativo ele convidou amigos para dar aquela mãozinha em algumas faixas.

El Toro Fuerte Regados ao indie e ao verdadeiro e facelido estilo emo, El Toro Fuerte é uma banda mineira que divaga entre sons melódicos e sinceros. Em seu último disco encontramos canções marcadas pelo uso honesto de temas confessionais e existencialistas,histórias sobre romances fracassados, além de um delicado passeio temático que tem início na adolescência e seque até o alvorecer da vida adulta (Quando seus pais). Uma imensa colcha de retalhos sentimentais que se espalha e envolve cada fragmento de voz presente no disco, delicado do primeiro ao último sussurro.

Matheus Flening Personagem ativo dentro da cena mineira, Fleming que já atuou em diferentes projetos como Sci-Fi, Henrique Cunha & The Maradonnas, Seu Garcia e, o mais importante delas, a temporariamente extinta grupo Câmera, com quem lançou o ótimo Mountain Tops (2014), encontra no primeiro álbum em carreira solo um espaço aberto ao experimento. Composições que atravessam paredões enevoados de distorção, ou mesmo atos de profunda leveza e sensibilidade instrumental.

Mieta um disco tão cheio de angústia, dor, transformação, denúncias e gritos por emancipação. O eco de seus acordes magnéticos e shoegazers reverberam no horizonte e nos lembram por muitas vezes a estética noventista e todo seu contexto.Das fitas VHS às polaroids, a energia consegue conversar com bastante dignidade daqueles anos onde “punk quebrou”. O primeiro disco da banda também conversa temas urgentes e atuais que precisam ser colocados em pauta. O disco mergulha nos medos do que é ser mulher em nossa sociedade, nos traumas, nas dores e batalhas diárias.


gordura trans gorduratrans, em letras minísculas, é um desses fenômenos que nascem do vácuo deixado pelo Shoegaze e Noise Rock, e que faz muito sentido quando visualizado como expressão juvenil combativa. Surge sem esperanças além de seu autoconhecimento - por isso faz tanto sentido e, não obstante, figurou em listas de veículos musicais brasileiros como um dos grandes lançamentos do ano passado. repertório infindável de dolorosas piadas, pequeno e denso relato de estréia do duo carioca, é imenso e até espacial como pede o jogo de pedais para tais gêneros, mas tem em suas letras os pequenos sentimentos imediatos de desfechos amorosos recentes, o olhar distante no contato diário e a transposição de tudo isso através de camadas distorcidas de guitarra.

Terno Rei O quinteto aposta numa sonoridade que majoritariamente transita pelo gênero Post-Rock e traz a melancolia como temática-chave tanto para a construção de suas letras, quanto da ascendência e cadência de suas melodias. O Rock Alternativo dos paulistanos, ao mesmo tempo que mantém-se constante, mostra o caminho que cada música será conduzida logo no começo, ao ressoar de cada instrumento em conjunto.

Giovani Cidreira

A sonoridade das músicas do mineiro Jonathan Tadeu (ex integrande do Lupe de Lupe) passou por várias mudanças, sendo elas o Rock Lo-Fi e agora uma abordagem minimalista de música Eletrônica. Suas músicas narram sempre histórias, todas as letras parecem vir diretamente de um diário, em que o artista transforma em uma poesia intimista suas impressões e sentimentos sobre o que se passa no seu cotidiano. Esse explorar da personalidade do músico garante certa empatia com o ouvinte, quase como uma conversa com amigo que não vemos há muito tempo e que tem muita coisa para nos contar.

A trajetória de Cidreira não começou agora, ele que já foi integrante do grupo Velotroz, traz consigo diversas referências que se apresentam nesse trabalho de maneira não óbvia. Chega a causar certa estranheza a forma como a melodia é tratada em certas canções, e com precisão, ele consegue sair de uma linha mais próxima da mpb ou do pop – como seu EP propôs – para caminhar por um som experimental cheio de nuances. Há uma diferença entre ouvir o disco em sequência e encarar as particularidades de cada música separadamente. O formato do trabalho funciona, e muito bem, enquanto unidade. Separadamente a sensação é outra. Em 50 minutos Giovani é capaz de levar o seu ouvinte do encanto a amargura, através de suas letras e induzi-lo a adentrar suas melodias e as mudanças bruscas presente nas faixas. Isso, em nada compromete a sagacidade da obra. Pelo contrário, reafirma seu caráter inovador e crescente.

Kalouv

Mudhill

O post-rock, o instrumental e o sinewave são bem marcados nas obras do grupo instrumental pernambuano Kalouv. Durante o processo de gravação do novo disco, o grupo ficou em período de imersão no sítio, as nove faixas do disco ganharam vida e fez com que os integrantes desenvolvessem um novo modo de criação. O processo trouxe canções diretas e inteligíveis, num diálogo ainda mais próximo com a música independente contemporânea.

Estamos falando de caras com uma extensa experiência no underground paulista, tendo em seu currículo passagens por importantes bandas do cenário locaL que possui fortes influências do grunge e rock alternativo de bandas como Pearl Jam e Hüsker Dü. Intitulado Mudhill, o trio paulistano ainda conta com Ali Zaher (das bandas Gagged e Eletrofan) no baixo e Rodrigo Montorso (do Voltera) na bateria.

Jonathan Tadeu

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mulheres na cena

MULHERES NA CENA

Já valorizou a cena feminina hoje?Aqui vai uma seleção de algumas das minas que estão ampliando o espaço feminino nos palcos POR: JESSIXA CAMARGO, ALINE RAMOS, ANNA LAURA MOURA, E FELIPE MADUREIRA.

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“O espaço para o protagonismo feminino na música vem se expandindo em horizontes bem otimistas e emponderados, onde a mulher tem local de fala e seu trabalho valorizado. Por isso selecionamos algumas das mulheres que vem mostrando um talendo incrível, movimentando ainda mais a visibilidade para as mulheres na cena musical.”

Larissa Conforto é baterista no power trio Ventre (RJ). Além de trabalhar com a banda Ventre, Cheddars e o projeto Xóõ ainda é produtora, Dj, CEO na empresa Swing Cobra e participa do PROJETO de FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL GIRLS ROCK CAMP BRASIL.

Salma Jô vocalista da banda Carne doce, que tem um timbre diferente de praticamente tudo o que a gente já ouviu. Em seu último trabalho junto a Carne Doce o feminismo foi expoxto de forma bem abrangente no disco “Princesa”. Única mulher no quinteto, usa a arte para combater, entre outras coisas, o machismo do meio musical. Sua forte presença cênica ajuda a compor a imagem de artista que não quer ser vista como alguém “que aceita as coisas de cabeça baixa”.

Camila Cuqui é vocalista da banda de beat e synth Musa Híbrida. Dona de uma voz esmagadoramente linda, protagoniza a banda como única mulher com músicas de discursos feminista continuado.

Vocalista do grupo de rock Far From Alaska, Emmily Barreto desponta como uma das principais cantoras no cenário do rock nacional. A história de Emmily na música caminha junto com a de Cris Botarelli. É porque as duas já foram companheiras na banda Talma & Gadelha e deixaram o grupo juntas para se dedicarem ao projeto Far From Alaska

Juliana Strassacapa é vocal e percussionista na Francisco El Hombre é dona da voz inconfundível. Interpreta músicas que falam sobre o momento político e social que vivemos no Brasil, como a violência doméstica e a desconstrução da ideia machista sobre o “lugar” da mulher. Em uma banda com quatro homens e apenas uma mulher, ter músicas desse cunho é passo enorme no cenário musical.

Carol Navarro i é baixista na banda Supercombo, é a única mulher da banda e carrega consigo um talento e presença incrivéis.Já tocou na banda Lipstick, uma banda formada apenas por mulheres, onde ficou por 10 anos.Além de tocar com a Supercombo pelo Brasil a fora, Carol tem participado ativamente de ações e palestras como a que aconteceu em março, no CCSP em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres – Women’s Music Events. A cantora e compositora Bruna Guimarães comanda o BRVNKS, é utodidata, a Brvnks tem como fortes influências bandas na pegada surf-music/lo-fi como a fodástica Best Coast – logo de cara dá para perceber e foi o que me fez tacar o play pra frente, sem massagem. Btruna denota bem a sonoridade do Brvnks: orgânica, viajante e enraizada nos anos 1990. Camila Garófalo possuí canções hipnotizante. Não há como desviar o olhar de sua perfomance explosiva e os ouvidos de sua voz grave. A cantora lançou seu álbum de estreia, “Sombras e Sobras”, em 2014. Camila também faz parte do Sêla, agência de consultoria, produção e comunicação para cantoras. Em 2017, o coletivo realizou o I Festival Sêla, com um line-up totalmente feminino.

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girls rock camp

GIRLS ROCK

CAMP

Por Girls Rock Camp Porto Alegre e Girls Rock Camp Brasil

Uma colônia de férias com educação musical e empoderamento O PROJETO: : Acampamentos de verão são muito comuns nos EUA e cada vez mais difundidos no Brasil, o 7“GIRLS ROCK CAMP BRASIL” é pioneiro no modelo, voltado para música e meninas, na América do Sul. O acampamento tem a duração de 1 semana e durante esta semana, meninas com idades de 7 a 17 anos são convidadas a ter uma experiência muito divertida e completa no mundo da música, aprendendo a tocar um instrumento, formando um conjunto musical, fazendo uma composição autoral, participando de atividades de socialização, de fortalecimento da autoestima, desinibição, trabalho em grupo e fechando com uma apresentação ao vivo da composição, aberta aos familiares, amigos e toda a comunidade. O projeto que tem como foco principal promover a auto-estima, fortalecer laços de solidariedade, empoderamento e protagonismo infantojuvenil feminino, e para isso usa como meio facilitador e lúdico, a música. 34

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Girls Rock Camp é um acampamento diurno para meninas que trabalha o fortalecimento de sua autoestima, desconstruindo padrões e tendo a música como facilitador. Durante uma semana, nas férias de verão, garotas com idades entre 7 e 17 anos aprendem a tocar um instrumento e formam uma banda com composição própria. A atividade inclui ainda um show para os familiares e comunidade. Girls Rock Camp surgiu em Portland nos Estados Unidos em 2001, desenvolvendo modelos de conduta positivos, espírito de colaboração e liderança. Até hoje, já foram realizadas dezenas de edições nos Estados Unidos, Europa e América Latina. A primeira edição do Girls Rock Camp Brasil aconteceu em Sorocaba/SP em 2013. Porto Alegre foi a segunda cidade brasileira a contar com o projeto, em janeiro de 2017.

método:: No acampamento, de maneira simplificada e rápida, são ensinadas noções básicas dos instrumentos, composição musical e trabalho em grupo. Tudo num clima muito agradável sem exigências de virtuosismo ou técnica. Em meio a rodas de conversa, dinâmicas de entrosamento e apreciação musical falamos sobre as mulheres na música e a condição da mulher na sociedade. Trabalham no acampamento somente instrutoras mulheres, para um ambiente de referencial presente e positivo de mulheres musicistas. São oferecidas também durante a semana de atividades Oficinas de: Expressão corporal, serigrafia/Stencil, composição musical, Fanzines, Defesa Pessoal, Imagem e identidade, entre outras experiências muito enriquecedoras.


“ Para nós, lugar de mulher é no palco. É nos bastidores. Na cenografia, na produção, na comunicação. Lugar de mulher é na música –

e onde mais ela quiser.”

SÊLA, uma aliança trans-feminista que luta pela voz da mulher no palco e nos bastidores. Nosso objetivo é subverter lógicas de gênero pré concebidas e valorizar a mulher na música em todas as etapas da cadeia produtiva, buscando exercitar o empoderamento feminino no mercado musical para que as musicistas e profissionais da área se sintam à vontade em um cenário majoritariamente masculino.

@SELAMUSICAL

/SELAMUSICAL

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Mulher na Música - Realização Sêla Musical http://mulhernamusica.com.br/



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