Ano 1 • Edição 1• Junho 2014 Inspiração com informação
Especial
Design e Negocios Veja o que Wollner, autor de logotipos como o do Itaú, Papaiz e mais outros 180, disse sobre a marca oficial da Copa de 2014.
Ilustrações de Futebol O que é Gestalt? Copa do Mundo 2014: Oportunidade desperdiçada? Junho 2014 VISION • 1
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Assista a filmes e séries de TV quando quiser, onde quiser.
Você só precisa de conexão com a internet e R$ 16,90 por mês.
Não precisa fazer download! Junho 2014 VISION • 3
Editorial Nota do editor
E
sse mês trazemos a vocês um tópico que está em alta ultimamente, a Copa do Mundo, esse evento magnífico que a muito tempo todos os Brasileiros tem aguardado, finalmente ver nossa seleção disputando um mundial de perto. Com isso em mente damos a você, leitor, uma visão do que está sendo feito por vários profissionais da área do Design, além de claro, dar uma luz para quem quer fazer proveito da Copa em seus trabalhos futuros. Com relação a logomarca criada, foi mantido o padrão de forma básica (no geral) na hora de nomearmos a revista. O nome VISION (visão em inglês), tem como objetivo levar diferentes formas de pensar quando o assunto é design trazendo assuntos diversos dentro do universo do design de forma clara e moderna. Quando pensamos em futebol, sabemos o que o brasileiro tem de melhor quando esse é o assunto, a raça, a vontade de seguir em frente, de vencer, por isso decidimos lembrar aquilo que mais devemos ter nessa copa, mostrando um punho erguido da nossa nação guerreira na capa da revista.
Presidente: Sérgio Barramas Vice-Presidente: Lincol Júnior
VISION Arte, diagramação e propagandas Sabrina Silva Professor Orientador Yone Dias Coordenador Responsável Gilberto Lessa
IMPRESSA NA GRÁFICA KARINA: Av. Lala, 4400, CEP 02989-980. Freguesia do Ó. São Paulo, SP
Se for o caso, reclame. Nosso objetivo é a Excelência! Atendimento (0xx11) 0000-8000 (São Paulo) 0800-8000 (Outras localidades) Fax (0xx11) 0800-0000 Das 8h às 20h; sábados das 9h às 15h e-mail: atendimento@visionmagazine.com.br
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Sumário Junho 2014 Edição 1 Copa do Mundo 2014: Oportunidade desperdiçada? Evento enfatiza relação do designer com a Copa do Mundo de Futebol Ilustrações de Futebol Entrevista com Roselie de Faria Lemos O que é Gestalt? Portfolio 5 Sites que vão deixar você mais inteligente
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Capa:
Design e Negócios
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Os brasões das Seleções da Copa do Mundo em Flat design 16
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Copa do Mundo Por: ADG Brasil
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2014: oportunidade desperdiçada? U
caso, a edição da Copa do Mundo de 2014 organizada pela FIFA. Mas o símbolo é também portador de um significado relativo ao próprio ato de desenhar. Ou seja, as características do dese nho traduzem, sempre, uma determinada atitude diante do ato de projetar, do ato de se fazer design.
– pictogramas que superavam a barreira linguística através do uso de imagens signifi cativas acessíveis por qualquer cidadão do planeta – estabe leceram um parâmetro para toda a comunicação a ser implantada em situações as semelhadas, de aeroportos a hotéis, de grandes espaços congressionais a estádios Por outro lado, esses Nessas ocasiões, projetos incorporam uma experimentos podem ser realizados e, através deles, algo natureza estética, que não se caracteriza somente como mais pode ser comunicado, e criação de beleza. Nessas signifcar avanços para além ocasiões, um dos fatos dos limites do evento. Por consolidados é a exemplo, nas Olimpíadas de Ao longo da história, eventos reiteração de traços de dessa natureza serviram muitas Sydney, Austrália, em 2000, uma imagem nacional. elegeu-se a eco-susten vezes para o estabelecimento O sinal desenhado de paradigmas no uso de novas tabilidade como um de seus pelo catalão atributos. Junto ao estádio onde tecnologias na área da comu Josep grande parte das competições nicação. Além disto, por outras de atletismo se deu, as torres vezes serviram para alavancar de iluminação eram autocerto desenvolvimento sóciosustentáveis. Isto mesmo, econômico. Dependendo da independiam de conexão a atenção conferida a variados qualquer outra fonte de energia fatores, o resultado dos senão aquela proporcionada investimentos econômicos pela energia solar. Ali se podem se tornar ou não demonstrou a possibilidade sustentáveis. de implementar equipamentos Assim, o desenho do urbanos dotados desse tipo de símbolo para o evento reflete, predicado. Outro exemplo: os ao menos, dois significados. sinais adotados pelo Japão, Certamente significa o que durante as Olimpíadas de 1964 está ali para significar, no m evento do porte de uma Copa do Mundo se qualifica como ocasião imperdível para a demonstração de aspectos significativos do país que o acolhe. Esses aspectos se alinham desde os resultados que a intensa exposição à mídia internacional pode proporcionar ao turismo a outros que podem evidenciar uma capacidade nacional em empreender ações complexas. A Copa do Mundo de 2014 pode tornar visível nossa perícia em projeto, implementação e realização.
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Trias para as Olimpíadas de Barcelona em 1992 ecoa a linguagem de Joan Miró e Pablo Picasso, reafirmando sua origem cultural. O símbolo adotado pela Copa do Mundo realizada nos Estados Unidos em 1994 remete diretamente à bandeira americana. Hoje, para a Copa do Mundo 2014, observa-se o que parece ser um indicativo em oposição a esse tipo de percepção. O símbolo apresentado à comunidade internacional na festa de encerramento da Copa Sul-Africana, escolhido por um grupo de celebridades, certamente atendeu à sua vontade coletiva em circunstância aparentemente desinformada. À comissão julgadora responsável por tal escolha não se pode, talvez nem se deva, imputar a responsabilidade por sua escolha, seja ela boa ou má, já que é plenamente compreensível que seus integrantes não tenham o hábito de refletir sobre tais assuntos nunca lhes coube, não lhes cabe essa reflexão. O símbolo da Copa do Mundo 2014 é um desenho tosco e inacabado. Seu conceito básico – múltiplas mãos que se apoderam da bola, signo máximo da
competição, ou da taça, como afirmam seus autores – é passível de questionamento, já que estes não deveriam constituir seu principal significado. É inaca bado pela inadequação do seu desenho, traçado que mal se equilibra entre o cômico e o irônico, assim como pelos desnecessários detalhes à apreensão da sua forma – pequenas sombras nas mãos chapadas refletem o mais básico dos artifícios disponíveis em softwares gráficos de desenho. Da forma das letras, o que dizer? A tradição tipográfica iniciada no século 15 indica que a forma da letra sempre é portadora de algum tipo de significado. No símbolo, só revela uma certa inabilidade na escrita, algo infantilizado. Ainda, a falta de uma referência de base não o sustenta verticalmente, mantendo-o em precário equilíbrio. Ressalte-se aqui que esta não é uma reclamação de ordem corporativa. Não se trata de exigir a presença de designers, e somente isto. Se trata, sim, de questionar algo mais profundo. Se trata de exigir uma postura consistente de projeto, e, assim por dizer, de design no seu sentido mais amplificado. Frente aos problemas veiculados pela mídia durante as últimas semanas quanto aos projetos dos equipamentos necessários à realização do Mundial, constata-se uma grande dificuldade em lidar com a questão do projeto em toda a sua complexidade. Pode-se
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chegar à conclusão que, juntamente com o símbolo escolhido, tudo será conduzido e orquestrado sem que seja usufruido o grau de oportunidade oferecido por essa fantástica situação de comunicação. Através do símbolo apresentado, estaremos expondo ao mundo uma tremenda incapacidade de lidar com o projeto e com a criação de símbolos. Isto, no mínimo, não corresponde à realidade brasileira, cuja produção em design reverbera, pela qualidade que emana, pelos quatro cantos do planeta. A esta qualidade do design, somam-se a qualidade da engenharia e da arquitetura brasileiras. Nos defrontamos, evidentemente, com uma séria questão de gestão. Estamos no limiar, já que todos os prazos se atropelam, de demonstrar ao mundo que ainda somos juvenis, alegres, mas totalmente desprovidos da capacidade racional de projetar o futuro, característica central do design em seu melhor e mais amplo sentido. Nessa perspectiva, infelizmente, o sinal apresentado se oferece como a melhor síntese.
Design e Copa
Evento enfatiza relação do designer com a Copa do Mundo de Futebol Por: UFBA
Por: UFBA
“I
sso é Design. Copa, Cidade e Comunidade”, em sua primeira edição, discute o impacto e o legado da Copa do Mundo de Futebol em 2014, através da função e da produção dos designers baianos. O evento, idealizado por estudantes e professores da EBA, visa à integração entre a academia, o mercado e a sociedade na produção da área e acontece de 16 a 18 de abril de 2013 na Escola de Belas Artes (EBA), no campus do Canela. O encontro busca uma abordagem prática do design, compreendendo a rotina profissional e tendo como ponto de partida uma demanda real, a Copa do Mundo, além de demonstrar a importância do designer na realização de macro eventos. A inserção do profissional no projeto estará em evidência “desde o layout dos outdoors espalhados por toda a cidade anunciando a chegada da Copa do Mundo até o desenho do modelo das cadeiras das arquibancadas
do estádio”, conforme explicam membros da comissão organizadora. Isso é Design, que também é um projeto de extensão, mesmo estando em sua primeira edição, tem previsão de acontecer anualmente. A Copa do Mundo estará em ênfase pelo prisma do trabalho do designer, através de suas implicações culturais, econômicas, políticas, sociais, ambientais, pedagógicas e tecnológicas. Palestras, oficinas, mesas redondas e outras atividades procuram destacar: a cultura local na produção do designer, a comercialização do seu produto, as políticas públicas específicas para a área, a construção da imagem de um evento, a atenção à diversidade do público-alvo, a criação dos produtos sustentáveis e menos poluentes, o diálogo com os profissionais e as novas tecnologias utilizadas no ambiente de trabalho. Mais informações no blog e Fan Page do evento (issoedesignssa.blogspot. com.br/ e facebook.com/IssoeDesign). Junho 2014 VISION • 9
Design e Copa
Design e Copa
Design e
Negócios Por: LOGOBR
Nizan fundou o Grupo ABC, um dos 20 maiores grupos de publicidade do mundo. Vamos ao logotipo, sua forma, aplicações, protestos, outros projetos da mesma linha e etc.
“É
uma porcaria”, diz Wollner em entrevista para o Terra Magazine sobre o logotipo. E não posso deixar de concordar. A idéia (por si mesma) até que é interessante pois, todos os jogadores de futebol do mundo sonham em levantar a Taça FIFA. É uma idéia bacana e não havia sido muito explorada ainda (somente o logo da Copa de 2002 que usa a taça como tema. Em 1966 e 1978 existem menções a ela. Contudo, uma boa idéia com execução pobre fica apenas nisso, numa boa idéia. E, a meu ver, é o que acontece com esse logotipo. Simples assim. E não digo isso sob o prisma da estética, essa que se forma nos olhos de quem vê, mas sob o prisma do desenho. “A ideia de utilizar formas
que lembram mãos não é ruim, mas as formas estão terrivelmente mal resolvidas, e isso faz com que a figura, como um todo, pareça fraca, transmitindo a sensação de um desenho improvisado
“É um dos momentos mais emocionantes para mim, para a África e para o Brasil.” e pouco profissional, um tanto infantil e ingênuo, ao mesmo tempo sem a graça de um desenho de criança, ou a espontaneidade de algo genuinamente naif.” Para muitos não lembra uma taça mas sim alguém com a mão no rosto, com vergonha; outros veem mãos
que seguram uma bola, essa, definitivamente, uma impressão que vai contra a regra mais básica do esporte que está representando. Um logotipo ao ser projetado deve ser visto sob todos os ângulos possíveis e ser levado em consideração qualquer interpretação do desenho. Claro que isso não significa que por uma ou outra o projeto não vá funcionar, mas deve-se ter lucidez disso, até para não passar vergonha na hora da apresentação ao cliente. Sabe aquela história de pegar o print do logo em diversos tamanhos, colar na parede e ficar observando por um tempo? Então… mas isso queridos é “mania desnecesária de designers”. Falando ainda sobre tamanhos, talvez o trabalho tenha sérios problemas em tamanhos diminutos. Junho 2014 VISION • 11
Design e Copa E já, desde o começo, podemos ver problemas de reprodução. A Coca-Cola lançou uma latinha especial em comemoração a Copa por aqui. Foi usado uma versão com um “sombreado branco” + outline no 2014. Mas com certeza tal aplicação foi prevista no Manual de Marca… certo? Aliás, alguém ouviu falar em manual? Quem precisa disso!
tipográfico no Brasil e muito menos no 2014. Vou arriscar dizer que não houve a menor preocupação com a tipografia, pois um typedesigner ou mesmo designer que preze por seu trabalho jamais usaria uma mistura de caixa-alta com caixa-baixa no nome do país com um L(éle) que não se sabe se é maiúsculo ou minúsculo, sem qualquer critério aparente.
equipe especializada, com pessoas experts a frente de pontos diversos do projeto, buscando a maior qualidade possível. Esse é o papel de uma agência: agenciar.
E antes que digam que pode existir limitação na reprodução em latinhas, pergunto: não é tarefa do designer (gente, DESIGNER!) levantar essas informações e projetar um logotipo que funcione em tais meios ou mesmo aplicações dignas?
Claro, hoje tudo é possível e todas as possibilidades são válidas, mas num evento desse porte, dessa importância, num job que, talvez, só se tem a oportunidade de fazer uma vez na vida, ter um (não menos que) excelente projeto tipográfico exclusivo é quase um dever. Qual o problema de se procurar a comunidade brasileira de typedesigners para tocar essa parte tão importante do projeto? Como sempre digo, temos tanta gente boa por aqui que fazer isso sozinho não se justifica. E esse talento e domínio brasileiro da técnica tipográfica é de tão alto nível que já é reconhecida internacionalmente. Só um exemplo: o tipo atualmente usado na comunicação da Adidas, incluindo as camisas das seleções patrocinadas pela marca, foi feita por um brasileiro, o Yomar Augusto. Repito: não se justifica, com o tamanho do projeto e da verba. Como Wollner comenta na entrevista, “o designer deve coordenar esses tipos de projetos”. Ele, mais que ninguém, saberá da importancia de se ter uma
É um trabalho para entrar para história, para virar case dissecado por estudantes, para o designer e todos os participantes mostrarem para os netos e os netos mostrarem para seus netos com orgulho. É uma oportunidade imensurávelmente incrível para o designer e toda equipe, para a agência, para a história do Design nacional. Infelizmente tenho que responder ao Prof. João de Souza Leite (em seu artigo sobre o projeto em nome da ADG): visto desse prisma, sim, foi uma oportunidade desperdiçada.
E não só isso. Cores, proporções, aqueles ® e ©… Mas o que mais se perde é a tipografia. Com certeza o que tem de mais problemático nesse logo. Não existe, a meu ver, qualquer tratamento
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Outro problema são os espaços em branco, mal trabalhados. Bons projetos levam isso em consideração, como no caso do TCC da Karina Campana, que vamos ver mais abaixo.
E como se não bastasse,
o Rodrigo do DesignFlakes encontrou essa imagem no ShutterStock que é, no
mínimo, intrigante. “Daniel, vamos fazer um protesto, site-blogtumblr-concurso, abaixo assinado, vaquinha, fogueira, motim, rebelião…” Sinto em dizer isso, mas o que nos resta é somente uma coisa: olhar para esse logo por quatro anos até nos acostumarmos e ele se tornar simpático. Sim, isso irá acontecer. E não adianta querer fazer rebelião digital, “spammizar” a caixa de emails da CBF e do Ricardo Teixeira. A FIFA é uma empresa privada, a Copa do Mundo é um evento de
empresas privadas (apesar do envolvimento governamental) e, como toda empresa privada, ela escolhe a agência que quiser, o projeto que quiser sem se preocupar com nada. Essa é a magia do capitalismo e de seu princípio de propriedade particular que se extende a marcas. E também é só dar uma vasculhada na web que você encontra protestos como esse feitos na Alemanha na outra Copa e na Africa do Sul para essa última. Chorando ou não, esse é o logotipo para Copa 2014 e nada irá mudar isso. Junho 2014 VISION • 13
Design e Copa
Ilustrações de futebol Por: Chocoladesign As figurinhas futebolísticas que não estão no álbum oficial da FIFA mostram a cara das seleções com o olhar de ilustradores do mundo todo, confira nossa Seleção!
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Filipe Altino, ilustrador paulista que participou de uma chamada pública, para a revista sueca especializada em cultura do Futebol Tschutti Heftli, que abriu um concurso para ilustradores do mundo todo criarem versões do nosso ‘Rei Pelé’.
Mas não foi só isso! Filipe explica uma outra oportunidade muito bacana: Fiquei entre os 16 selecionados (no concurso de ilustração), que foram convidados a fazer parte do álbum de figurinhas da Copa Ilustrado. No total foram 32 artistas do mundo inteiro, eu representei a Seleção Brasileira. Outro brasileiro também participou fazendo a seleção do Japão. Todo trabalho do álbum foi realizado através de crowdfunding. Em sua quarta edição, a editora publica um álbum personalizado com figurinhas das seleções participantes, além de possuir essa cultura em campeonatos europeus, como a EuroCopa 2012, e outros materiais sobre futebol, como o pôster com todas as ilustrações do concurso ‘Rei Pelé’. Junho 2014 VISION • 15
Design e Copa
Os brasões das Seleções da Copa do Mundo em flat design
Por: Brainstorm9
Na moda do flat design – você também não resiste, que eu sei – aqui vai uma releitura dos brasões das seleções que irão disputar a Copa do Mundo no Brasil. Confira alguns abaixo, e todos no Behance. Criação do designer Leandro Urban, de Curitiba.
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O que é Flat Design?
Com o lançamento do iOS 7 se aproximando, o clamor pelas mudanças que Jony Ive vai instituir está crescendo. O consenso geral – neste site e em qualquer outro lugar – é que a Apple vai fazer uma bela mudança flat. Mas para quem não conhece muito bem, “flat design” pode ser um termo confuso. Então vamos explicar o que é isso. Flat design, em resumo, é uma filosofia de design… Pense na área de trabalho do seu computador. Ou na calculadora do iPhone. Ou o newsstand do iPad. Essas coisas foram feitas para lembrarem os análogos da vida real que eles tentam imitar. Será que realmente precisamos de todos esses elementos visuais e detalhes extras? Os defensores do flat design acreditam que não. …que defende uma simplicidade, clareza e honestidade de materiais em interfaces de usuário… Em vez disso, os advogados do flat design argumentam que as GUIs (interfaces gráficas de usuário) precisam deixar estilo de lado pela funcionalidade. Isso significa se livrar de bordas, gradientes, sombras e reflexos, bem como a criação de uma experiência de usuário que seja forte às interfaces digitais, em vez de limitar o usuário aos confins do mundo analógico que ele está familiarizado. Em web design, páginas “planas” raramente introduzem dimensionalidade, sombras ou texturas, contando apenas com a rolagem e a clareza visual para se comunicar. Junho 2014 VISION • 17
Entrevista
A INDÚSTRIA PRECISA No desenvolvimento de um produto, os designers são responsáveis por investigar as necessidades do consumidor, observando aspectos culturais, sociais, produtivos e ambientais. E é essa a visão que a Bienal Brasileira de Design 2015, em Florianópolis, pretende mostrar ao público e à indústria. Por: Diário Catarinense
E
m entrevista ao Diário Catarinense, Roselie de Faria Lemos, coordenadora executiva do evento, diz acreditar que as empresas precisam investir na profissão para seguir inovando no mercado. Para ela, Santa Catarina ainda tem muito a avançar para que o papel do designer seja valorizado dentro de grandes companhias. Mas, ainda
nós queremos é o acesso de pessoas de todos os tipos, de todas as raças, de todos os desejos e de todas as dimensões.
“Esses eventos de esquenta são o fôlego que a gente quer dar para todos.”
DC: Então, as empresas precisam de uma inovação?
assim, o Estado conta com bons exemplos de marcas inovadoras. Diário Catarinense: Qual o tema do evento neste ano? Roselie: O tema da Bienal é design para todos. O que 18 • VISION Junho 2014
DC: Haverá um público estrangeiro? Roselie: É uma vitrine para os compradores. Virão clientes internacionais para olhar a produção catarinense e que poderão se interessar em fechar negócio.
Roselie: O design é centrado no ser humano. E isso tem a ver com o desenvolvimento da indústria. Ela não pode ficar fazendo o que sempre fez. O mundo está mudando rapidamente, as necessidades e os desejos das pessoas estão se modificando com uma velocidade inacreditável. Então, você tem que olhar para o futuro. Se continuar oferecendo só o que sempre ofereceu, sem inovar ou pesquisar, a tua indústria vai fechar. Um dos objetivos da bienal é esse: fazer com
que o empresariado entenda que é preciso olhar o futuro, o desejo e a expectativa do usuário. E isso o design faz. DC: Como você observa o design dentro de algumas marcas de SC? Roselie: Sentimos que aqui ainda não há uma visão que faça com que o design seja importante dentro da empresa. Ainda há uma visão de que produção e engenharia são mais importantes. Essa questão humana que o design enxerga e que faz parte da formação de um profissional é muito importante. Elas não podem ficar pensando em diminuir o custo do produto, e sim fazer com que ele seja mais elevado. DC: Poderia apontar as tendências para o design a médio prazo? Roselie: A grande tendência do design é trabalhar novos materiais. A terra está em crise em termos de matérias e precisamos trabalhar com os novos. Eles geralmente
OLHAR PARA O DESIGN trazem vantagens para a questão produtiva. Por exemplo, podem trazer a diminuição do peso do avião, que diminui o gasto de combustível. DC: Hoje as empresas catarinenses já tem uma noção da área? Roselie: Precisa incrementar um pouco mais. Para o tamanho do parque industrial catarinense, os exemplos ainda são minguados. DC: Então, as empresas precisam de uma inovação? Roselie: O design é centrado no ser humano. E isso tem a ver com o desenvolvimento da indústria. Ela não pode ficar fazendo o que sempre fez. O mundo está mudando rapidamente, as necessidades e os desejos das pessoas estão se modificando com uma velocidade inacreditável. Então, você tem que olhar para o futuro. Se continuar oferecendo só o que sempre
ofereceu, sem inovar ou pesquisar, a tua indústria vai fechar. Um dos objetivos da bienal é esse: fazer com que o empresariado entenda que é preciso olhar o futuro, o desejo e a expectativa do usuário. E isso o design faz. DC: A senhora disse que a proposta é fazer a cidade respirar design. O que seria isso? Roselie: A proposta que a gente diz de respirar design é assim: estamos dando fôlego com eventos pré-bienal. Esses eventos de esquenta são o fôlego que a gente quer dar para todos. E tem o sentido físico também porque vamos colocar designer na cidade inteira. Não é que vamos colocar
banner, mas sim fazer com que os eventos participem da parte física da cidade. Por exemplo, exposição de cartazes em locais públicos. E isso é uma forma para o público participar sem precisar entrar.
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Curiosidades
Gêmeos artistas criam incrível Maquina de Desenho em 3D que imita a Visão Humana Por: Creatives
Os gêmeos Ryan e Trevor Oakes, sempre foram interessados na criação de obras de arte que exploram a percepção visual e a luz, depois de muito tempo, eles pensaram em algo para inovar e ajudar a criação de desenho de objetos e cenas em 3D.
O
dispositivo aproveita a qualidade esférica da visão humana, evitando assim as distorções que ocorrem quando olhamos uma imagem de uma sob uma superfície plana.
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Usando tiras de papel coladas de uma forma côncava, os artístas cruzam os olhos até que uma imagem flutua sobre a borda do papel, mostrando a cena de forma transparente.
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Inspire-se
O que é Gestalt?
Por: Chocoladesign
O que significa a palavra Gestalt? Quem fundou o Gestaltismo? Qual é o princípio básico da Gestalt? Pra que serve a Gestalt? E outras questões que você precisa saber!
Q
ual é o princípio básico da Gestalt?
Em termos mais gerais, é o conjunto de entidades físicas, biológicas, fisiológicas ou simbólicas que juntas formam um conceito, padrão ou configuração unificado que é maior que a soma de suas partes. “A “fórmula” fundamental da teoria da Gestalt pode ser expressada da seguinte forma,” escreveu. “Existem conjuntos, o comportamento dos quais não são determinados por seus elementos individuais, mas onde o processo da parte são determinadas pela natureza intrínseca do todo. É o objetivo da Gestalt de determinar a natureza de tais conjuntos” (1924). Em resumo: o princípio básico da teoria gestaltista é que o inteiro é interpretado de maneira diferente que a soma de suas partes. Pra que serve a Gestalt? 22 • VISION Junho 2014
O mundo visual é tão complexo que o cérebro humanos desenvolveu estratégias para lidar com a confusão. Nossa mente procura sempre a solução mais simples para um problema (Navalha de Occam). Uma das maneiras pela qual nossa cabeça faz isto é através da formação de grupos de itens que possuem uma característica em comum.
Essa é a base para a criação da variedade, que dá interesse a uma imagem.
Muito do que você estuda sobre a gestalt é em relação a como estes grupos se formam e qual efeitos eles possuem na nossa percepção. Quanto mais forte o grupo, mais forte a gestalt. É este grupo que contribue para a unidade no design. A gestalt é a ferramenta mais poderosa que o designer tem para criar algo único.
Você já notou como uma série de luzes piscantes parecem se mover de vez em quando, como sinais de neon e luzes natalinas? De acordo com a Gestalt, esse movimento aparente acontece por que nossas mentes preenchem a informação que falta. É exatamente o que vemos com a estante. Não notamos as tábuas de madeira ou os pregos. Tanto que ao ler a palavra “mesa” você vai imaginar uma mesa, e não quatro pernas com uma tábua de madeira.
Estes mesmos conceitos que formam os grupos podem ser revertidos para desagrupar os itens afim de torná-los únicos.
O truque é balancear o único com a variedade: Muitas unidades iguais e o design pode parecer monótono e repetitivo; muita variedade e pode parecer algo caótico e sem sentido. Entender os conceitos da gestalt pode ajudar um designer a controlar a unidade e variedade.
Ainda não entendeu? A imagem abaixo resume perfeitamente o que é a Gestalt:
O que foi desenhado
O que nós vemos
Quais são as Leis Básicas da Gestalt?
Lei da Continuidade
Lei do Fechamento
Lei da Semelhança
Lei da Proximidade
Lei da Pregnância
Lei da Unificação
Essa lei dita que pontos que estão conectados por uma linha reta ou curva, são vistos de uma maneira a seguirem um caminho mais suave. Em vez de ver linhas e ângulos separados, linhas são vistas como uma só.
A lei da semelhança dita que objetos similares se agruparão entre si. Na imagem abaixo, a maioria das pessoas vê colunas de quadrados e colunas de círculos. Poucas pessoas vão associar isto como “uma linha horizontal onde quadrados e círculos se intercalam”.
É chamado também de lei da simplicidade. Ela dita que objetos em um ambiente são vistos da forma mais simples possíveis. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada. Na imagem abaixo, vemos vários círculos em vez de uma forma complexa:
Elementos são agrupados se eles parecem se completar. Ou seja, nossa mente ver um objeto completo mesmo quando não há um.
Elementos próximos tendem a se agruparem, constituindo uma unidade. Elementos vão parecer mais próximos e unificados quanto menor for a distância entre eles. Você nota os 16 círculos, ou os 4 grupos de círculos na imagem abaixo?
Na lei da unificação, mesmo uma imagem abstrata pode ser entendida pela mente humana pois preenchemos os espaços vazios instintivamente, como no logo do Johnnie Walker ou da WWF (um homem caminhando e um urso panda).
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Portifólio
Fizemos uma seleção dos melhores trabalhos da aluna de Design Gráfico da Universidade Paulista, Sabrina Silva
Prática de retoque e Manipulação de imagem
Feito em 3 horas aproximadamente. O Software utilizado foi o Photoshop CS6.
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Portifólio Prática de retoque e Manipulação de imagem
Feito em 3 horas aproximadamente. O Software utilizado foi o Photoshop CS6.
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Sugestões
5 Sites que vão deixar você mais inteligente A internet é um mundo vasto cheio de lugares para desbravar. O mais mágico é que ela pode servir para você se aperfeiçoar como pessoa e profissionalmente. Há um sem fim de sites e plataformas que proporcionam aprendizado para quem se dispõe a estudar online. Se você, como a gente, se considera uma pessoa autodidata, confira alguns sites que são feitos para você. Por: Geekness Duolingo O Duolingo é uma das ideias mais geniais e revolucionárias de toda a internet, pois não há quem não queira aprender ou se aperfeiçoar em um novo idioma; e o Duolingo possibilita isso gratuitamente. Em menos de dois minutos, a plataforma oferece a chance de aprender um novo dialeto de forma correta traduzindo, ouvindo e repetindo lições. O sistema funciona como uma espécie de game e o usuário aprende ao mesmo tempo em que joga e aumenta de nível. Lumosity O Lumosity é um serviço online que oferece jogos para melhorar as funções cognitivas do cérebro. A ideia é trabalhar tudo o que se refere a atenção, percepção, memória, raciocínio, imaginação e linguagem. Em inglês, o serviço oferece uma semana de exercícios grátis e, após isso, é preciso escolher algum de seus planos de pagamento. Geekie Vai prestar o ENEM e gostaria de se sair bem na prova? A Geekie é a solução para os seus problemas. Criada para se adaptar ao usuário, e com o lema de que “duas pessoas não aprendem da mesma maneira”, o serviço leva em consideração o perfil de cada um e adapta o conteúdo à maneira como ele aprende. How Stuff Works O How Stuff Works é um site da companhia Discovery Channel que oferece matérias sobre diversos tipos de curiosidades. Como os humanos agem no espaço? Como acontecem os tornados? Como os tubarões atacam? Como os computadores se desenvolveram ao longo de 100 anos? Essa são algumas das perguntas respondidas pela plataforma. Um ótimo portal para enriquecer o conhecimento de pessoas de várias idades e interesses. Khan Academy A Khan Academy é uma organização educacional sem fim lucrativos criada em 2008 pelo norte-americano Salman Khan. A ideia é oferecer educação de alto nível para qualquer pessoa com acesso à internet por meio de vídeo-aulas e lições online. O conteúdo pode ser acessado gratuitamente e conta com mais de 60 aulas de português. Entre as matérias, é possível estudar sobre Matemática, Biologia, Química e Física. Junho 2014 VISION • 27
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