ano II - nº 12 outubro de 2011
w w w. r ev i s t a f o r ç a .c o m . b r
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outubro de 2011 • FORÇA • 1
Índice Edição 12 | Ano 2
6 | Entrevista Carlos Abdalla
Especial Capa 10 | Unicamp
Unicamp O que o país ganha com ela? Pág. 10 16 | Rápidas
economia
dicas de construção
18 | Quanto é preciso poupar para parar de trabalhar? 23 | A virada do trilhão
30 | Horta em casa
jurídico 36 | onono
TURISMO 43 | A Nova York Itinerante
COMPORTAMENTO 50 | Até que o cigarro nos separe 53 | Dez a zero para a diversidade
Quanto é preciso poupar para parar de trabalhar? Pág. 18 Para a família, para o arquiteto, para o músico... Pág. 80 4 • FORÇA • outubro de 2011
Índice
social 57 | Inauguração Banco BMG 58 | 3ª Expo Rodeio de Santa Bárbar d’Oeste
gastronomia 89 | Comida de Buteco 95 |Os sabores do Empório Viena
Até que o cigarro nos separe Pág. 66
História de minha vida moda 62 | Jean é identidade 74 | Ahhhh, o verão!
revista força indica 74 | Dica para seu programa
personalidades 76 | Diego Sarro
98 | Samantha Moraes. a mulher que acreditou no amor!
espaços 112 | Talentos Humanos, o maior patrimônio de qualquer organização 114 | O mapa do tesouro 118 | Evolução da gestão empresarial 121 | Renovação da frente parlamentar
saúde 123 | A dieta do abdômen
orações 126 | Salmo 23
tecnologia 80 | Para a família, para o arquiteto, para o músico...
Esporte 104 | Emfim, Olimpíadas!
Recebi várias propostas para fazer programa Pág. 16
3ª Expo Rodeio de Santa Bárbar d’Oeste Pág. 58
junho de 2011 • FORÇA • 5
Entrevista cARLOS aBDALLA “A Bosch registra uma patente a cada meia hora” Já são 125 anos de fundação e 150 anos do nascimento do fundador Robert Bosch. Em quase um século e meio de história a Bosch se tornou referência em tecnologia
e
desenvolvimento
de patentes. Hoje já são mais de 300 subsidiárias e empresas regionais em mais de 60 países, e uma equipe de 283.500 colaboradores em todo o mundo. Incluindo os representantes de vendas e serviços. A Bosch está presente em aproximadamente 150 países. Para falar desse momento histórico da empresa e da projeção em longo prazo, a Revista Força entrevistou o gerente de marketing e comunicação corporativa da Robert Bosch América Latina, Carlos Abdalla. Revista Força: O que a Bosch significa para o mercado mundial ao longo dos seus 125 anos? E o que esses 125 significam para a empresa? 6 • FORÇA • agosto de 2011
Carlos Abdalla: Em 2011, o Grupo Bosch mundial celebra 125 anos de sua fundação e também 150 anos do nascimento de seu fundador, Robert Bosch. A empresa foi fundada em 1886, em Stuttgart, Alemanha, como Oficina de Mecânica de Precisão e Eletrotécnica. Robert Bosch (1861-1942) foi pioneiro no desenvolvimento
de
tecnologias
automotivas, o que impulsionou sua empresa para o sucesso internacional. Por decisão testamentária de seu fundador, 92% das cotas do capital da Robert Bosch pertencem à Fundação Robert Bosch, uma instituição sem fins lucrativos. As ações remanescentes são de propriedade da família Bosch e da própria empresa Robert Bosch. Essa estrutura acionária diferenciada garante a autonomia empresarial do Grupo Bosch, o que torna possível o planejamento de longo prazo e a realização de importantes investimentos de vanguarda para garantir a segurança da empresa no futuro. RF: Chegar a 125 anos significa,
A Bosch faz tecnologia para a vida e por isso está presente no dia a dia das pessoas de diferentes formas do ponto de vista econômico, que a Bosch passou por inúmeras crises econômicas que assolaram o mundo. Como a empresa superou todos esses momentos? CA: A força inovadora, a presença internacional e a diversificação dos nossos produtos e serviços são os fatores que contribuíram para que a Bosch superasse as diversidades econômicas ao longo desses 125 anos. Um exemplo disso foi a crise de 1926 na indústria européia de carros, na qual fez a empresa expandir sua atuação para áreas fora do setor automotivo, ramificando-se para outros setores no final da década de 20. O objetivo era o de desenvolver uma base de negó-
Entrevista cios mais ampla para que a empresa ficasse menos vulnerável aos ciclos econômicos - uma fórmula experimentada e testada e que até hoje é aplicada pela Bosch nos desafios da atualidade. RF: Desde a sua fundação em 1886, por Robert Bosch, a empresa tinha um perfil visionário. Foi graças a esse alicerce que mais de um século depois a Bosch continua como referência em inovação e tecnologia? CA: Sem dúvida. O Robert Bosch foi um pioneiro no desenvolvimento de tecnologias, o que impulsionou a empresa para o sucesso internacional.Até hoje, a chave para o sucesso dos produtos Bosch tem sido seu alto nível de inovação e qualidade. Essas características também foram as que permitiram ao fundador da empresa, Robert Bosch, alcançar uma posição de destaque nos mercados internacionais logo no final do século XIX. RF: Qual o papel e a importância da Bosch na RMC (Região agosto de 2011 • FORÇA • 7
Entrevista cARLOS aBDALLA Metropolitana de Campinas)? De
dustriais e de tecnologia do País,
RF: Quantas patentes a empresa
que forma a região contribuiu
e acreditamos que isso se torna-
tem hoje em todo o mundo?
com o crescimento da empresa?
rá ainda mais forte nos próximos
CA: Em 2010, o Grupo Bosch
CA: Para a Bosch, estar inseri-
anos. Isso graças a fatores como:
mundial investiu cerca de 3.8
da na RMC significa participar
acesso a grandes rodovias que
bilhões de euros em pesquisa e
e contribuir para o continuo de-
facilitam a logística, ampliação
desenvolvimento, e solicitou re-
senvolvimento da mesma. Sabe-
do aeroporto de Viracopos, mão
gistro de cerca de 3.800 patentes
-se que a RMC tem um papel
de obra qualificada tanto profis-
em todo o mundo. Ou seja, a em-
estratégico para a economia do
sional quanto técnica, entre ou-
presa registra uma patente a cada
estado de São Paulo por ser um
tros. Mas para que o potencial da
meia hora. No Brasil, a Bosch
região não se transforme em
investe anualmente cerca de 4%
desvantagem no futuro é im-
do seu faturamento em Pesquisa
portante que esse desenvolvi-
e Desenvolvimento.
Em 2010, o Grupo Bosch mundial investiu cerca de 3.8 bilhões de euros em pesquisa e desenvolvimento, e solicitou registro de cerca de 3.800 patentes em todo o mundo. dos mais importantes pólos in8 • FORÇA • agosto de 2011
mento seja planejado e acompanhado de perto pelo setor
RF: A Bosch produz inúmeros
público. É essencial o contínuo
produtos para diversos setores.
investimento para a melhoria
Quais produtos muitos consumi-
da infraestrutura na região, a
dores têm em casa ou trabalho e
fim de que não sejam criados
são da Bosch?
gargalos e saturação com a
CA: A Bosch faz tecnologia para
chegada de mais indústrias e
a vida e por isso está presente
aumento da população. Além
no dia a dia das pessoas de di-
disso, deve haver um esforço
ferentes formas. No Brasil, onde
conjunto de todos os agentes
está desde 1954, o Grupo Bosch
locais para que custos com
atua em três grandes segmentos
tributos, tarifas, mão de obra,
de negócios: Automotivo; Bens
entre outros, possibilitem que
de Consumo e Construção (fer-
as empresas da região sejam
ramentas elétricas, sistemas de
competitivas tanto no mercado
segurança e sistemas de aqueci-
interno como externo.
mento de água e climatização) e Tecnologia Industrial (automa-
Entrevista ção industrial, hidráulica móbil e
conservem energia e recursos.
gráficas, mobilidade sustentável
máquinas de embalagem).
Ao mesmo tempo, há décadas
e aumento da interconexão em
a empresa vem desenvolvendo
função da internet estão se tor-
RF: Estamos vivendo um mo-
inovações cujo uso diário econo-
nando cada vez mais importan-
mento permeado por iniciativas
miza quantias consideráveis de
tes. Para enfrentar os desafios
sustentáveis. Quais são os proje-
energia em todo o mundo - em
empresariais e ecológicos apre-
tos sustentáveis no processo de
motores e transmissões automo-
sentados por essas tendências, a
produção e no produto final?
tivas, em eletrodomésticos, e em
Bosch continuará contando com
CA: A empresa vê a preserva-
aquecimento, resfriamento e ar
sua potência inovadora, sua di-
ção ambiental como uma questão
condicionado.
versificação de produtos e servi-
mundial. Tal preceito condiz com
ços e com presença no mercado
o espírito do nosso fundador, o
RF: Quais são as projeções a
qual reforçava que devemos de-
curto, médio e longo prazo? O
monstrar responsabilidade social
que o mercado pode esperar para
RF: As gerações futuras verão os
e ambiental em todas as regiões
os próximos anos?
200 anos da Bosch? O que está
que a Bosch está presente. Para
CA: As atividades internacionais
sendo feito para chegar até lá?
isso, a Bosch desenvolve pro-
em campos pioneiros de tecno-
CA: A empresa está direcionada
dutos e tecnologias automotivas
logia têm o objetivo de manter o
com foco na redução do consu-
posicionamento competitivo do
mo de combustível e emissões de
Grupo Bosch nos próximos anos.
poluentes, além de proporcionar
As grandes tendências, tais como
mais segurança e conforto aos
mudanças climáticas, energias
usuários. Com foco no longo
renováveis,
mudanças
demo-
prazo, a Bosch está investindo em mercados promissores como energia renovável e eletro-mobilidade. Dessa forma, cerca de 50% do orçamento anual de pesquisa e desenvolvimento é direcionado exclusivamente para produtos que
internacional.
para o desenvolvimento de tecnologias verdes e utilizando as oportunidades de crescimento sustentável apresentadas por elas em diversos campos, incluindo eletrificação de veículos, bombas de calor para tecnologia de construção, energia renovável do sol e do
a Bosch continuará contando com sua potência inovadora...
vento. Credibilidade, eficiência e confiabilidade - os valores fundamentais do fundador da empresa, Robert Bosch - serão os elementos centrais da cultura corporativa e da estratégia de negócios da empresa nos próximos anos. outubro agosto de 2011 • FORÇA • 9
Especial > Capa
UNICAMP
Q
uem vive na RMC (Região Metropolitana de Campinas) pode considerar-se privilegiado.
Motivos para isso não faltam. Do ponto de vista econômico, o bloco é um dos mais ricos do estado. Do ponto de vista industrial, é um dos mais avançados e tecnológicos do país. Mas, a grande vantagem da região é contar com uma estrutura capaz de levar a produção científica e o ensino ao reconhecimento internacional. E fazer do sistema público de saúde um dos melhores do mundo. Com estrutura que atende as cidades da região, o estado, o país e até exterior. O que nem todo mundo sabe é que isso tudo faz parte de um mesmo complexo, chamado Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Seja em tecnologia, em saúde, em produção científica ou em ensino, a Unicamp é referência no Brasil e, também, no exterior. Localizada na cidade de Campinas, precisamente no
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O que o país ganha com ela?
bairro Barão Geraldo – nas proximidades da Rodovia D. Pedro, a universidade é uma instituição jovem que já conquistou forte tradição em todos os seguimentos que explora. Jovem pelo fato de ter sido fundada em 1966, enquanto que as universidades brasileiras mais antigas têm seus 70 anos. Apesar de jovem, a tradição vem de longa data. Há até quem diga que a Unicamp é importante para o país desde os seus primeiros anos de vida. Tanto é verdade que a universidade campineira logo atraiu para seus quadros mais de 200 professores estrangeiros das diferentes áreas do conhecimento e cerca de 180 vindos das melhores universidades brasileiras. Com um começo promissor como o que teve, quatro décadas e meia depois a Unicamp só poderia ter se tornado referência em tudo o que faz. E não é exagero dizer isso. Números comprovam tama-
nha importância. Na graduação, o número de alunos matriculados subiu de 15.360, em 2009, para 16.059 em 2010, segundo dados da reitoria. O que mais chama atenção no ensino da universidade é a pós-graduação.Praticamente metade dos cursos apresenta nível de excelência internacional, segundo a avaliação trienal 2010 da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Em outras palavras, isso significa que a Unicamp tem hoje a maior proporção de excelência entre todas as universidades do Brasil. A Unicamp também é responsável por 8% da produção nacional de artigos científicos per capita publicados anualmente. Dados que reforçam a referência da universidade em ensino. Os números são ainda mais expressivos quando diz respeito à produção científi-
Especial > Capa ca. Atualmente, a pesquisa na Unicamp tem como estrutura 700 grupos, que envolvem a participação direta de dois mil pesquisadores – sendo que 89% desses profissionais têm titulação mínima de doutor. As centenas de grupos de pesquisa da universidade são responsáveis por aproximadamente cinco mil projetos de pesquisa. A qualidade do ensino está, diretamente, ligada à linha tênue entre a pesquisa e o ensino. Ou seja, cerca de 96% do corpo docente têm doutorado e trabalham em regime exclusivo. “Os professores que ministram as aulas sejam os mesmos que, em seus laboratórios, desenvolvem as pesquisas que tornaram a Unicamp reconhecida e respeitada”, destacou o reitor Fernando Ferreira Costa, em recente entrevista à Revista Força. Em números, aliar ensino e pesquisa tem colocados ex-alunos da universidade em
excelentes condições no mercado de trabalho. Um recente levantamento de amostragem realizado pela universidade mostrou que, dos aproximadamente 40 mil ex-alunos de graduação da Unicamp, 88,2% estavam empregados e que, desses, 48,3% ocupavam cargos de direção em empresas ou instituições públicas, 9,3% davam continuidade a seus estudos em nível de pós-graduação, 2,5% estavam desempregados e 1,8% eram constituídos de aposentados. Aos altos índices de empregabilidade têm explicação. Ao responder por 15% da pesquisa universitária brasileira, a Unicamp conquistou ótimas relações com a indústria e fácil diálogo com agências de fomento, acelerando sua inserção no processo produtivo. Como resultado da ‘usina de pesquisa’ que se
tornou, a universidade atraiu para suas imediações todo um pólo de indústrias de alta tecnologia, quando não gerou ela própria empresas a partir de seus nichos tecnológicos, através da iniciativa de seus ex-alunos ou de seus professores. A existência desse pólo, aliada à continuidade do esforço da Unicamp, tem produzido grandes e benéficas alterações no perfil econômico da região. “Desde os anos 1970, a universidade tem contribuído para o desenvolvimento social e econômico do Brasil”, analisa Fernando Ferreira Costa, reitor da Unicamp no período de 2009 a 2013. Não é só a indústria e a região que saem ganhando com tanta pesquisa científica e oferta de tecnologia. Os ex-alunos também. Nas últimas décadas, a Unicamp atraiu para o seu entorno um complexo de outros centros de pesquisa vinculados ao Governo Federal e Estadual. Também atraiu um importante parque empresarial nas áreas de telecomunicações, de tecnologia da informação e de biotecnologia. Tudo resultado de um ensino empenhado no conhecimento científico e na formação de mão-de-obra qualificada. O que os alunos ganharam com isso, na prática? Acontece que mais de 100 empresas, que se instalaram na RMC, nasceram da própria Unicamp e da capacidade empreendedora de seus ex-alunos e professores. São as chamadas “filhas da Unicamp”, quase todas atuando nas áreas de tecnologia de ponta. Para facilitar a interação entre universidade e mercado, a Unicamp conta, desde 2003, com a Inova (Agência de Inovação da Unicamp). Primeira do gênero no país, a Inova é hoje a porta de entrada para os outubro de 2011 • FORÇA • 11
Especial > Capa
empresários que necessitam modernizar seus processos industriais, atualizar seus recursos humanos ou incorporar a suas linhas de produção os frutos da pesquisa da Universidade. “Com a criação da Inova, a Unicamp consolidou posição de destaque no ambiente nacional de inovação. Entre 2009 e 2010 foi responsável por 103 pedidos de patentes nacionais, uma média de 50 pedidos ao ano, que a levou ao número de 600 patentes vigente em dezembro de 2010”, detalha o reitor. Com tanta infraestrutura, a Unicamp tem caminhado a passos largos para sua internacionalização. “A Unicamp é uma das universidades com condições de equiparar-se às melhores instituições estrangeiras de ensino e pesquisa. Entre as várias prioridades de uma universidade de excelência de classe mundial, inclui-se o investimento em internacionalização”, fala Fernando Ferreira Costa à Revista Força. Na prática, uma universidade internacionalizada precisa 12 • FORÇA • outubro de 2011
manter intenso intercâmbio de alunos e professores com instituições estrangeiras, além de inúmeras cooperações de pesquisa. “São universidades nas quais a diversidade cultural é muito grande e as ideias circulam com facilidade”, explica Costa. Para chegar a esse patamar, não falta muito segundo o reitor. Pelo menos 70% dos quase dois mil professores da Unicamp já tiveram algum tipo de experiência no exterior. Já no que diz respeito ao intercâmbio, pelo menos 30% dos alunos da graduação e 10% dos pós-graduados passam, no mínimo, seis meses em alguma instituição estrangeira antes de concluírem seus cursos. “A Unicamp está entre as três melhores universidades da América Latina e, por isso, já é de maneira geral bastante conhecida e respeitada no exterior. Mas, para que a Unicamp se torne de fato uma universidade de classe mundial, comparada às melhores do mundo, é preciso que o conhecimento gerado em algumas de suas unidades de
ensino e pesquisa tenham melhor repercussão fora do Brasil”, pondera. Tão importante quando as áreas de ensino e pesquisa, a área da saúde também é referência nacional. E não é para menos. A Unicamp tem mantido fortes laços com a sociedade através de seu renomado complexo hospitalar. Ao todo são Quatro grandes unidades hospitalares, situadas em seu campus de Campinas e fora dele, fazem da Unicamp o maior centro de atendimento médico e hospitalar do interior do Estado de São Paulo. Só a Unicamp cobre uma população de cinco milhões de pessoas numa região de quase uma centena de municípios. “O exemplo mais visível da interação da Unicamp com a sociedade é sem dúvida a área hospitalar, referência para o sistema público de saúde da região e não raro o único ponto de apoio da população que não dispõe de convênio médico ou de fácil acesso a outros serviços”, fala o reitor. Para atender uma demanda de cinco milhões de pessoas, agosto de 2011 • FORÇA • 12
Especial > Capa a Unicamp possui duas unidades no campus de Campinas – o Hospital de Clínicas e o Hospital da Mulher Professor Doutor José Aristodemo Pinotti (Caism), do Hospital Estadual de Sumaré (HES) e das demais unidades de pesquisa e serviços em saúde: o Gastrocentro, o Hemocentro, o Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Professor Doutor Gabriel Porto (Cepre), o Centro de Investigação em Pediatria (Ciped) e a área de atendimento da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP). Acrescente-se a esse complexo os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) em Limeira, Piracicaba, Rio Claro e Mogi Guaçu. Assim como sua infraestrutura, os números que envolvem o atendimento também impressionam. Nos últimos dois anos, as unidades de saúde da universidade disponibilizaram em média 830 leitos. Realizaram aproximadamente 70 mil internações, cerca de 1,1 milhão de consultas, 62 mil cirurgias, 9,5 mil partos, 6 milhões de exa-
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mes laboratoriais e quase 500 transplantes de córnea, medula óssea, rim e fígado. “O desempenho nessa área propiciou ao Hospital de Clinicas da Unicamp conquistar em 2010 o prêmio “Destaque em Transplantes”, como uma das unidades recordistas do interior em números de transplantes e captações de rins e fígados. O Caism, por sua vez, voltou a estar entre três entre os melhores hospitais-maternidade públicos do Estado de São Paulo na avaliação dos usuários do Sistema Único de Saúde”, finaliza Fernando Ferreira Costa. Depois de tantos números e conquistas expressivas não dá para negar a importância da Unicamp para o país. Mas, principalmente para a Região Metropolitana de Campinas. Nas próximas décadas são grandes as chances da RMC se projetar no cenário internacional. Graças a Zeferino Vaz, que no dia 5 de outubro de 1966, fundou uma das principais instituições de ensino, pesquisa e saúde do mundo.
Ensino da Unicamp em números: • São três campus em Campinas, Piracicaba e Limeira. • 22 unidades de ensino e pesquisa. • Duas grandes unidades hospitalares no campus de Campinas. • 23 núcleos e centros interdisciplinares. • Dois colégios técnicos e uma série
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Especial > Capa de unidades de apoio. • Um universo onde convivem cerca de 50 mil pessoas • Milhares de projetos de pesquisa desenvolvidos
Produção científica da Unicamp em números: • 700 grupos de pesquisa. • Participação direta de dois mil pesquisadores. • 89% dos pesquisadores têm titulação mínima de doutor. • Os 700 grupos de pesquisa são responsáveis por cinco mil projetos de pesquisa. • 96% do corpo docente têm doutorado e trabalham em regime exclusivo. • Responde por 15% da pesquisa universitária brasileira.
Área da saúde da Unicamp em números: Quatro grandes unidades hospitalares, sendo: duas unidades no campus de Campinas – o Hospital de Clínicas e o Hospital da Mulher Professor Doutor José Aristodemo Pinotti (Caism), do Hospital Estadual de Sumaré (HES) e das demais unidades de pesquisa e serviços em saúde: o Gastrocentro, o Hemocentro, o Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Professor Doutor Gabriel Porto (Cepre), o Centro de Investigação em Pediatria (Ciped) e a área de atendimento da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP). Acrescente-se a esse complexo os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) em Limeira, Piracicaba, Rio Claro e Mogi Guaçu.
Nos últimos dois anos realizou: • 70 mil internações • Cerca de 1,1 milhão de consultas • 62 mil cirurgias • 9,5 mil partos • 6 milhões de exames laboratoriais • Quase 500 transplantes de córnea, medula óssea, rim e fígadoAlto índice de empregabilidade
Os 40 mil ex-alunos de graduação da Unicamp estão: • 88,2% empregados. • Desses, 48,3% com cargos de direção em empresas ou instituições públicas. • 9,3% deram continuidade a seus estudos em nível de pós-graduação. • 2,5% estão desempregados. • 1,8% são constituídos de aposentados. 14 • FORÇA • outubro de 2011
Especial > Capa
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Se o Brasil quiser chegar a patamares parecidos com os dos seus companheiros sul-americanos, como Chile e Argentina, é preciso investir R$ 45 bilhões na saúde do nosso país. AlEXAndrE pAdilhA, afirmou nesta terça-feira o investimento necessário para a melhoria e a reorganização do SUS (Sistema Único de Saúde)
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Adorei ChArliE shEEn, diz sobre novo “Two And a Half Men”
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Recebi várias propostas para fazer programa
O feriado é péssimo. Pode ser um motivo para as obras que não estejam terminadas 100%. Os feriados vão maquiar um pouco os problemas
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dani bolina, em entrevista polêmica que a ex-participante de A Fazenda 4 concedeu à apresentadora Ana Hickmann, no quadro Vale Tudo Só Não Vale Mentir, do programa Tudo é Possível.
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deputado romário, sobre o feriado em dia de jogos da Copa
Comeria ela e o bebê rafinha bastos, no programa “CQC” na Band, provoca polêmica com suas declarações bombásticas. Dessa vez, o comediante escolheu como alvo a cantora Wanessa Camargo, grávida de cinco meses. outubro de 2011 • FORÇA • 17
Economia
Quanto ĂŠ preciso poupar para parar de trabalhar? Saiba quanto vocĂŞ precisa acumular para viver de renda fixa
Economia Quem nunca almejou a possibilidade de parar de trabalhar antes de envelhecer e ainda viver com conforto? Certamente você pensou, também, em como chegar a esse patamar na casa dos 40 ou 50 anos. Ganhar na loteria é, sem dúvidas, uma das opções mais cogitadas. Porém, um tanto quanto improvável quando envolve um quesito muito importante, a sorte. Sendo mais realistas, é possível ter uma renda fixa sem trabalhar. Desde que ao longo dos anos você tenha poupado e, principalmente, acumulado bens. O consultor financeiro Mauro Calil é quem tem a resposta para a pergunta: “Quanto é preciso poupar para parar de trabalhar?”: “Primeiro é preciso saber qual o seu padrão de vida hoje e qual o padrão de vida que busca no futuro. É a partir daí que chegaremos aos números”. E olha que saber quanto é preciso poupar para parar de trabalhar é mais fácil do que se imagina. Administrador de empresa e investidor na Bolsa de Valores há mais de 20 anos, Calil desenvolveu um cálculo bastante simples, baseado na cert ei r a
rentabilidade de 0,5% ao mês da caderneta de poupança. Basta definir o valor que deseja ganhar mensalmente e multiplicar esse valor por 200, o que equivale a dividi-lo por 0,5%. O resultado é o montante que o investidor deve acumular, ao longo dos anos, para obter a renda desejada todo mês a partir da caderneta. Quer alguns exemplos? Se no futuro você quer uma renda de R$ 5 mil, é preciso ter na poupança R$ 1 milhão. Se você quer uma renda de R$ 20 mil, precisa acumular na poupança R$ 4 milhões. Se você é um investidor com perfil conservador, basta multiplicar a quantia que deseja se “aposentar” por 400, o que equivale a dividir por 0,25%. Com esse cálculo, quem quer uma renda de R$ 5 mil deve guardar a bagatela de R$ 2 milhões. Muito dinheiro para pouco retorno. Por isso, viver da renda fixa da poupança não é um negócio tão bom assim. Segundo Calil, fazer cálculos para a aposentadoria em
longo prazo a partir da tabela acima envolve alguns problemas. “A poupança é um investimento tradicional. É um bom investimento para quem tem até R$ 60 mil, passou disso não. Em caso de ‘quebra’ do banco, a poupança não devolve ao investidor mais que R$ 60 mil”, conta. Além disso, apesar de ser uma aplicação isenta de Imposto de Renda e com regras bastante simples, a poupança oferece ao investidor um rendimento mensal muito baixo. O outro problema é que o investidor não estará protegido contra eventuais surtos inflacionários que venham a aparecer a longo prazo. Para quem deseja investir em longo prazo, diferentemente da poupança, o Tesouro Nacional vende um título público que resolve os problemas da poupança. Por meio do Tesouro Direto, qualquer brasileiro que possua uma conta em uma corretora pode comprar títulos corrigidos que pagam uma taxa de juros mais a variação do IPCA (principal índice de inflação para famílias que ganham entre 1 e 40 salários mínimos). Os papéis que permitem fazer isso são as Notas do Tesouro Nacional série B, ou NTN-B. Os títulos pagam um cupom próximo a 6% ao ano (rentabilidade semelhante à da poupança) mais o IPCA. Seus prazos são bastante longos também. Atualmente, o papel mais longo vence em 2045. Esse investimento protege o patrimônio da inflação, permitindo ao investidor calcular hoje o montante final a ser atingido de fato. É claro que os
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Economia títulos públicos não são, como a poupança, isentos de Imposto de Renda. A alíquota para investimentos de longo prazo equivale a 15% do total de ganhos obtidos com a aplicação.Por exemplo, hoje uma NTN-B com prazo de 24 anos (vencimento em 2035), garante uma rentabilidade líquida real – descontados impostos, taxas e inflação – de aproximadamente 0,4% ao mês. É um pouco menor que a poupança, mas essa é a rentabilidade real, enquanto que, na caderneta, o rendimento é completamente corroído pela inflação. Tendo isso em mente, alguém que deseja uma renda de 5.000 reais por mês precisará, na realidade, de um pouco mais de
1.000.000 de reais. A conta não pode ser feita com 0,5% e sim com 0,4%. Ou seja, em vez de multiplicar a renda desejada por 200, basta multiplicá-la por 250. Já alguém que deseja uma renda de R$ 2 mil, precisa acumular R$ 500 mil. Ainda sim é muito dinheiro para ser guardado? A boa notícia é que é possível viver de renda sim, mas não só poupando. Também é preciso acumular. “O investidor deve pensar em buscar acumulação patrimonial. Para ficar tranqüilo, é preciso diversificar os investimentos. É preciso ter renda fixa (poupança), é preciso ter renda variável (ações, fundos) e é preciso ter imóveis (fundos imobiliários). Diversificando a modalidade
os riscos são menores e rentabilidade é maior”, ensina o educador financeiro Mauro Calil. Independente do tipo de investimento escolhido para se aposentar na casa dos 40 ou 50 anos, o fato é que é perfeitamente possível viver de renda. “Todo mundo pode alcançar. É só fazer um planejamento correto. As pessoas confundem felicidade com a capacidade de gastar e isso não pode. Eu digo que é preciso poupar no mínimo 10% do salário. O ideal é poupar de 30% pra cima, pois acelera o processo de enriquecimento. Para ter tranqüilidade no futuro as pessoas devem impor um padrão de vida, muitas vezes, abaixo do seu”, destaca.
Cálculo com base na Poupança renda desejada x 200 = montante a ser acumulado sem considerar a inflação Renda mensal desejada no futuro (R$)
2.000,00 5.000,00 10.000,00 20.000,00
400.000,00 1.000.000,00 2.000.000,00 4.000.000,00
Montante a ser acumulado (R$)
Cálculo com base no Tesouro Nacional renda desejada x 250 = montante a ser acumulado sem considerar a inflação Renda mensal desejada no futuro (R$)
21 • FORÇA • agosto de 2011
2.000,00 5.000,00 10.000,00 20.000,00
500.000,00 1.250.000,00 2.500.000,00 5.000.000,00
Montante a ser acumulado (R$)
Economia JoVEns EnriQUEcEm mais rÁpido Sim, jovens podem enriquecer mais rápido. Ainda mais quando moram com os pais. Mauro calil fala com conhecimento de causa. “O jovem que fica em casa não tem despesas e pode poupar boa parte do salário. Eu demorei a sair de casa. chegava a poupar de 50 a 80% do meu salário. Eu descobri minha independência financeira aos 28 anos. Saí de casa aos 32 anos já independente”, conta o administrador. O segredo? “Nesse tempo todo eu fui poupando e aplicando. Fui sofisticando minhas aplicações”, explica. Para jovens, pessoas de meia idade ou
Economia com família constituída, Mauro calil deixa uma dica valiosa: “O tempo é conseqüência. É muito mais fácil você conseguir ser independente financeiramente em função do quanto economiza do que de quanto tempo vai demorar em atingir esse objetivo. Você vai conseguir um futuro tranquilo, quanto mais tranquilo você for hoje”, finaliza o educador financeiro Mauro calil. frase destaque: “As pessoas confundem felicidade com a capacidade de gastar e isso não pode. Eu digo que é preciso poupar no mínimo 10% do salário. O ideal é poupar de 30% pra cima, pois acelera o processo de enriquecimento”.
agosto de 2011 • FORÇA • 22
Economia
A virada do trilhão Leão devora R$ 1 trilhão em tempo recorde “O país cresce menos com tanto im-
esse valor seria possível construir
é um mau tão grande. Mas, na prá-
posto”. Essa frase não poderia estar
cerca de 82 milhões de salas de aula,
tica nada funciona tão fácil assim.
estampada em lugar melhor do que o
quase 48 milhões de casas popula-
Em outras palavras, paga-se muito
Impostômetro da Associação Comer-
res de 40 metros quadrados, asfaltar
imposto e a contrapartida do gover-
cial de São Paulo (ACSP). No dia 13
mil quilômetros de estradas, comprar
no é duvidosa em termo de qualida-
de setembro o painel, que registra em
quase 4,8 bilhões de cestas básicas,
de. A começar pela disputa das fatias
tempo real as contribuições de im-
edificar quase 4 milhões de postos de
do bolo tributário. Sozinha, a União
postos, atingiu a marca de R$ 1 tri-
saúde ou adquirir cerca de 400 mil te-
fica com quase 70% do arrecado, uma
lhão. Isso mesmo! Juntos, brasileiros
levisões de tela plana.
concentração motivada, sobretudo,
de todos os cantos pais pagaram – até
Analisando desse ponto de vista, pa-
pelas contribuições sociais, como a
setembro - R$ 1 tri-lhão de imposto
gar imposto para que esse valor volte
contribuição para o Financiamen-
em 2011. Na prática significa que com
em benefício para a população, não
to da Seguridade Social (Cofins) e o outubro de 2011 • FORÇA • 23
Economia
Programa da Integração Social (PIS),
União mesmo percentual de cresci-
Abrahão de castro, a sociedade pre-
que não são repartidas entre municí-
mento do PIB - não é cumprida. Pois
cisar ficar de olho nos gastos. “Há
pios e estados.
ainda não foi regulamentada.
uma forte estrutura de controle desses
Na prática a concentração de boa par-
Dinheiro para investir não falta. Os
gastos. E a sociedade pode fiscalizar.
te do imposto nas ‘mãos’ da União faz
dados sobre os gastos do governo
Aliás, compete à sociedade lutar por
com que a constituição Federal – que
federal em áreas como Saúde e Pre-
melhorias no controle e na qualidade
determina que os estados e os municí-
vidência mostram isso. Em 2009, o
dos gastos público”, diz.
pios destinem 25% da receita com os
chamado Gasto Social Federal (GSF)
impostos para a educação e a União
representava 15,8% do PIB. No ano
O problema é que controlar o trajeto
18% para essa área – não seja mate-
passado, caiu 15,41% para R$ 566,21
do dinheiro arrecadado com impos-
rializada em obras e benefícios para
bilhões.O Ministério da Educação
tos até o seu destino é tarefa quase
o cidadão. Nem na educação e nem
foi o que mais elevou seu orçamen-
impossível no Brasil. Embora União,
na saúde - outra pasta prioritária na
to executado, em 2010 passado de R$
estados e municípios sejam obrigados
constituição. Neste caso, a Emenda
43,9 bilhões, em 2009, para R$ 54,2
a mostrar suas contas em nome da
29, ainda em discussão no congresso
bilhões no ano seguinte. Em entre-
transparência, não é fácil compreen-
Nacional - que obriga os municípios
vista, o diretor de Estudos e Políti-
der esses dados. As informações são
a aplicarem 15% da arrecadação com
cas Sociais do Instituto de Pesquisa
dispersas e os relatórios contábeis
tributos na área, os estados 12% e a
Economica e Aplicada (Ipea), Jorge
de difícil compreensão. Assim, fica
24 • FORÇA • outubro de 2011
outubro de 2011 • FORÇA • 25
26 • FORÇA • outubro de 2011
Economia Leão Voraz Saiba quanto, em média, você paga de tributo: público. Ou seja, de um setor eficiente para um menos eficiente”, declara o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo. Isso sem falar que os impostos indiretos têm um caráter regressivo, levando os contribuintes com o menores ganhos a comprometerem mais a renda com o pagamento do imposto do que outros, proporcionalmente. Segundo o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Economica e Aplicada (Ipea), Jorge Abrahão de Castro, houve uma redução da regressvidade do sistema tributário entre 2003 e 2009, mas ela ainda é muito alta. “O ICMS é o grande vilão”, finaliza. No atual ritmo, o Instituto Brasileiro complicado saber se realmente o di-
igual período de 2010. Mas em valor
de Planejamento Tributário (IBPT),
nheiro está indo para o lugar certo.
adicionado, ou seja, sem considerar
que desenvolveu o Impostômetro a
Além de não ver materializado o im-
os impostos, a expansão foi de 2,7%.
pedido da ACSP, calcula que a recei-
posto pago, a realidade mostra que a
Já os impostos tiveram expansão de
ta tributária deverá alcançar R$ 1,5
receita tributária cresce em velocida-
6%, ou seja, mais do que o dobro no
trilhão em 2011. A virada do trilhão
de mais acelerada do que a economia
mesmo período. Em 2010, a situação
acende um sinal de alerta em muitas
brasileira.
foi parecida. O PIB real aumentou
famílias de baixa renda do país. Re-
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro
6,7%, enquanto os impostos aumen-
sultado? Os impostos comprometem
de Geografia e Estatística) compro-
taram 12,5%. “É uma brutal transfe-
a renda de trabalhadores que não têm
vam isso. O PIB do segundo trimestre
rência de recursos, via arrecadação
variação de salário. Ou seja, o gasto é
deste ano cresceu 3,1% em relação a
de impostos, via setor privado para o
maior e o salário continua o mesmo. outubro de 2011 • FORÇA • 27
outubro de 2011 • FORÇA • 29
Construção
HORTA EM CASA
Simplicidade: dispor de vasos sobre a pia garante facilidade na hora de utilizar as hortaliças e charme ao ambiente.
Além de estarem sempre à mão, hortaliças dentro de casa agregam charme à decoração
U
nir o útil ao
Tanto é verdade que o espaço inu-
uma tendência que tem crescido
agradável é um
tilizado abaixo da escada de mui-
em muitas janelas do país. Pra
conceito
cada
tas casas, por exemplo, pode abri-
quem acha que é difícil ter uma
vez mais comum
gar um home-office. Há até quem
horta na cidade, hoje elas cabem
na arquitetura. Versatilidade é a
consiga ter uma horta, quem di-
nas janelas, em vasos, na garrafa
palavra-chave nas construções.
ria, na grade da janela. E essa é
pet, na sacada minúscula do apar-
30 • FORÇA • outubro de 2011
Construção
Em latas tamento e até no muro. Além de
à saúde.
se ter uma horta dentro de casa.
estarem sempre à mão, hortaliças
Adepta desse tipo de decoração,
“Do ponto de vista de unir o útil
dentro de casa agregam charme à
a arquiteta e paisagista Emile No-
ao agradável, a dona de casa tem
decoração e inúmeros benefícios
gueira destaca as positividades de
pertinho dela ervas e verduras.
31 • FORÇA • junho de 2011
junho deoutubro 2011 • F deORÇA 2011 • •F31 ORÇA • 31
Construção Além do fato desse cultivo não
trabalham o dia todo e a noite se
fora da grade da janela? Assim,
conter agrotóxicos. É tudo casei-
encontram em casa para cozinhar
os vasos ficarão sob a luz natural
ro, orgânico. Do ponto de vista da
o jantar”, conta.
e não ocuparão o espaço interno.
natureza, a família têm um conta-
Com pouco ou bastante dinheiro
Mas, se a ideia é fazer com que a
to mais intimo com ela e do ponto
para investir, o certo é que char-
mini-horta esteja diretamente in-
de vista da arquitetura, uma horta
me e perfume não vão faltar ao
tegrada à decoração, uma parede
dentro de casa apresenta compo-
cômodo que abrigar a mini-horta.
vertical com mini vasos garan-
nentes que podem agregar muito
Se cultivadas na cozinha, dispor
te bom gosto ao ambiente; assim
charme e sofisticação ao ambien-
de vasos sobre a pia facilitam na
como nichos horizontais na cuba
te. Eu tenho uma cartela grande
hora de colher as ervas. Se não há
da pia, confeccionados exclusiva-
de clientes que querem horta em
espaço para colocar os vasos na
mente para o plantio.
casa. Principalmente casais que
pia, que tal prendê-los do lado de
Existem, também, vasos e supor-
O que plantar?
Grandes espaços (canteiros) Abobrinha, alecrim, berinjela, boldo, brócolis, chicória, couve, couve-flor, ervilha-torta, espinafre, melissa, milho, pimenta, quiabo, repolho, salsão, sálvia, tomate e vagem. Pequenos espaços (vasos, varandas de apartamento, quintais de casa) Agrião, alface, almeirão, beterraba, capim-limão, cebolinha, cenoura, coentro, endro, estragão, hortelã, manjericão, manjerona, orégano, rabanete, rúcula, salsinha e tomilho.
Em qual sentido, horizontal ou vertical? 32 • FORÇA • outubro de 2011
Construção tes versáteis que podem ser colo-
de hortaliças, se na sua casa você
litar a drenagem. Depois, coloque
cados na cozinha, no quintal ou
tem um local que bate sol algu-
no vaso a seguinte mistura: duas
na sacada. São os casos dos vasos
mas horas por dia já é o suficiente.
partes de terra comum, uma par-
feitos com garrafa pet, com latas e
Tem que haver um equilíbrio, não
te de composto orgânico e uma
até com uma sapateira de lona. “O
pode ser um local com sol em ex-
parte de húmus, enchendo quase
charme ao ambiente fica por conta
cesso, senão seca as plantas”, ex-
até a borda do vaso. Em seguida,
dos materiais utilizados. As maté-
plica o engenheiro agrônomo Isac
espalhe um pouco de areia. Esse
rias-primas podem ser recicladas, com garrafas e latas que temos em casa. Para dar um toque de elegância, basta caprichar na disposição desses vasos e na ornamentação deles. Simples ideias e materiais fazem muita diferença”, destaca a arquiteta Emila Nogueira. (Confira ao
Em vasos no quintal
lado dicas de como ter uma mini-horta com muito estilo).
Gregório Filho.
é o passo de preparação do vaso”,
Se você já sabe quais materiais
Para cultivar hortaliças em vasos
conta o engenheiro agrônomo.
vai utilizar, em qual lugar sua
ou jardineira, Isac Filho explica
Como plantar: “Para mudas de
mini-horta ficará, é hora de sa-
que é preciso escolher vasos com
temperos (salsa, cebolinha, man-
ber como cultivá-la. O passo mais
furos para drenagem no fundo. “O
jerona), posicioná-las de maneira
importante nesse processo é esco-
primeiro passo é encher um terço
intercalada, em forma de triângu-
lher um lugar com luz. “A luz na-
do vaso ou jardineira com pedris-
lo. Para hortaliças é possível usar
tural é fundamental para o cultivo
cos ou argila expandida para faci-
mudas também ou plantar a partir outubro de 2011 • FORÇA • 33
Construção
Em painel de madeira
Garrafa pet
Sofisticação: pia com nichos feitos especialmente para abrigar a mini horta. 34 • FORÇA • outubro de 2011
de sementes, neste caso, siga as instruções da embalagem. Quando usar mudas, lembre-se de fincar estacas para auxiliar o crescimento vertical, especialmente no caso dos tomates”, explica. “Só um lembrete: O composto orgânico deve ser feito com esterco curtido de animais (para evitar cheiro e insetos) e restos de vegetais (cascas de legumes e frutas, pequenos galhos, folhas ou grama cortada). Se não tiver como fazer o composto em casa, é possível adquirir pronto, em lojas de produtos agropecuários”, finaliza Isac Gregório Filho.
Detalhe na janela
Requinte outubro de 2011 • FORÇA • 35
Jurídico
Dr. Reinaldo cesar Spaziani
A FiscAliZAção soBre As condiçÕes de trABAlho em progrAmAs de AprendiZAgem – 1ª pArte
P
eço desculpas aos leitores, pois, novamente, teremos que dividir nosso tema em três etapas, sendo a primeira nesta edição e a segunda e a terceiras nas duas próximas. Esta é a forma encontrada em vista do espaço que dispomos e pela complexidade do tema. Todavia, reflete o sucesso da Revista Força entre seus leitores. Portanto, parabéns aos editores. A INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 75, DE 8 DE MAIO DE 2009 disciplina a fiscalização das condições de trabalho no âmbito dos programas de aprendizagem. O contrato de aprendizagem, conforme conceituado no art. 428 da consolidação das Leis do Trabalho (cLT), é um contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 e menor de 24 anos, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, 36 • FORÇA • outubro de 2011
a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias a essa formação. As condições de validade do contrato de aprendizagem, em observância ao contido no art. 428, § 1º, da cLT são: o registro e anotação na carteira de Trabalho e Previdência Social (cTPS); a matrícula e frequência do aprendiz à escola, caso não tenha concluído o ensino médio e a inscrição do aprendiz em curso de
aprendizagem desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica, nos termos do art. 430, da cLT; São características próprias deste contrato de aprendizagem a existência de programa de aprendizagem, desenvolvido através de atividades teóricas e práticas, com especificação do público alvo, dos conteúdos programáticos a serem ministrados, descrição das atividades práticas a serem desenvolvidas, período de duração, carga horária teórica e prática, jornada diária e semanal, mecanismos de acompanhamento, avaliação e certificação do aprendizado. A idade máxima prevista na lei não se aplica aos aprendizes com deficiência. O prazo de duração do contrato de aprendizagem não poderá ser superior a dois anos, exceto quando se tratar de aprendiz com
outubro de 2011 • FORÇA • 37
Jurídico
Dr. Reinaldo Cesar Spaziani
deficiência, conforme disposto no art. 428, § 3º, da CLT, devendo ser observado que o contrato deverá indicar expressamente o termo inicial e final do contrato, que devem coincidir com o início e término do curso de aprendizagem, previstos no respectivo programa e a jornada diária e semanal, de acordo com a carga horária estabelecida no programa
fissional de nível técnico ou superior, as funções caracterizadas como cargos de direção, de gerência ou de confiança, nos termos do inciso II do art. 62 e § 2º do art. 224, ambos da CLT, os trabalhadores contratados sob o regime de trabalho temporário instituído pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1973 e os aprendizes já contratados.
de aprendizagem e, por fim, a remuneração mensal. Os empregadores de qualquer natureza, que tenham pelo menos 7 (sete) empregados, são obrigados a contratar aprendizes, de acordo com o percentual legalmente exigido. O cálculo do número de aprendizes a serem contratados terá por base o total de trabalhadores existentes em cada estabelecimento (se para um mesmo empregador, este tenha mais de uma unidade), cujas funções demandem formação profissional, independentemente de serem proibidas para menores de 18 anos, excluindo-se as funções que, em virtude de lei, exijam formação pro-
As atividades executadas por terceiros, desde que legais, serão consideradas na análise do quadro de pessoal da prestadora de serviços estando dispensadas do cumprimento da cota de aprendizagem, nos termos da lei as microempresas e empresas de pequeno porte, inclusive as optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional e as entidade sem fins lucrativos que tenha por objetivo a educação profissional e contrate aprendizes nos termos do art. 431, da CLT. Caso as microempresas e empresas de
38 • FORÇA • outubro de 2011
pequeno porte optem pela contratação de aprendizes, deverão observar o limite máximo de 15% estabelecido no art. 429, da CLT. Os empregadores em cujos estabelecimentos sejam desenvolvidas atividades em ambientes e/ou funções proibidas para menores de 18 anos deverão contratar, para essas atividades ou funções, aprendizes na faixa etária entre 18 e 24 anos ou aprendizes com deficiência a partir dos 18 anos. Excepcionalmente, é permitida a contratação de aprendizes na faixa etária entre 14 e 18 anos para desempenharem essas funções, desde que o estabelecimento apresente previamente parecer técnico circunstanciado, que deverá ser renovado quando promovidas alterações nos locais de trabalho ou nos serviços prestados, assinado por profissional legalmente habilitado em segurança e saúde no trabalho, que ateste a não exposição a riscos que possam comprometer a saúde, a segurança e a moral dos adolescentes, depositado na unidade descentralizada do MTE da circunscrição onde ocorrerem as referidas atividades ou opte pela execução das atividades práticas dos adolescentes nas instalações da própria entidade encarregada da formação técnico-profissional, em ambiente protegido. Ao empregado aprendiz é garantido o salário mínimo hora, considerado para tal fim o valor do salário mínimo nacional, o valor do salário mínimo regional fixado em lei, o piso da categoria previsto em instrumento normativo, quando houver previsão de aplicabilidade ao aprendiz e o valor pago por liberalidade do empregador. Em qualquer hipótese, será preservada a condição mais benéfica ao aprendiz. O aprendiz maior de 18 anos que labore em ambiente insalubre ou perigoso ou
cuja jornada seja cumprida em horário noturno faz jus ao recebimento do respectivo adicional. A duração da jornada do aprendiz não excederá de 6 horas diárias, podendo, neste caso, envolver atividades teóricas e práticas ou apenas uma delas. A duração da jornada poderá ser de até 8 horas para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, desde nestas sejam incluídas obrigatoriamente atividades teóricas, em proporção que deverá estar prevista no contrato e no programa de aprendizagem. São vedadas, em qualquer caso, a prorrogação e a compensação da jornada, em qualquer hipótese. A fixação do horário do aprendiz deverá ser feita pela empresa em conjunto com a entidade formadora, obedecendo-se a carga horária estabelecida no programa de aprendizagem. As atividades da aprendizagem devem ser desenvolvidas em horário que não prejudique a freqüência à escola do aprendiz com idade inferior a 18 anos, considerado, inclusive, o tempo necessário para o seu deslocamento. Aplica-se à jornada do aprendiz, prática ou teórica, o disposto nos arts. 66 a 72, da CLT. O período de férias do aprendiz deve estar definido no programa de aprendizagem, observado o seguinte: as férias do aprendiz com idade inferior a 18 anos devem coincidir, obrigatoriamente, com um dos períodos de férias escolares, em conformidade com o § 2º, do art. 136, da CLT, sendo vedado o parcelamento, nos termos do § 2º, do art. 134, da CLT, as férias do aprendiz com idade igual ou superior a 18 anos devem coincidir, preferencialmente, com as férias escolares, em conformidade com o art. 25, do Decreto nº 5.598, de 1º de Dezembro de 2005. Será devida a alíquota do depósito ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS de 2% da remuneração paga ou devida ao empregado aprendiz. Até a próxima edição. outubro de 2011 • FORÇA • 39
Jurídico
40 • FORÇA • outubro de 2011
Dr. Marco Pizzolato
outubro de 2011 • FORÇA • 41
42 • FORÇA • outubro de 2011
Turismo
A Nova York itinerante Tão luxuoso e badalado como a cidade norte-americana, maior navio de cruzeiro do mundo tem até Central Park outubro de 2011 • FORÇA • 43
Foto: Lúcio Cunha
Entre junho e novembro deste ano, 7 cidades brasileiras farão parte do Limpa Brasil Let’s do it!. Esse movimento de cidadania e cuidado com o meio ambiente pretende incentivar a mudança de atitude da sociedade em relação aos resíduos sólidos. Seja você também catador por um dia e ajude a limpar sua cidade. Tão importante quanto o lixo que vamos retirar é a mudança de atitude que esse gesto pode gerar. Inscreva-se no site limpabrasil.com
44 • FORÇA • outubro de 2011
Leo Tailor Made
Milton Nascimento, músico, fotografado por Cesar Netto. outubro de 2011 • FORÇA • 45
Turismo
S
e tratando de destino para viagem tudo é
grandioso!
Gla-
moroso e badalado!
Essas características fazem você se lembrar de uma cidade norte-americana? Se você pensou em Nova York acertou. Uma das cidades mais badaladas do mundo virou fonte de inspiração para o maior navio de cruzeiro do mundo: o Allure of The Seas. Tanta imponência faz a embarcação custar a bagatela US$ 1,4 bilhão - quantia que daria para adquirir pelo menos 20 iates como o sofisticado The Maltese Falcon, do estaleiro italiano Perini Navi. O
investimento bilionário da com-
espaço para muita, muita gente!
panhia Royal Caribbean justifica
Especificamente para seis mil
o título de maior navio do mundo.
passageiros e dois mil e quinhen-
Esse ‘barcão’ é cinco vezes maior
tos tripulantes. São 2.706 cabi-
do que o maior avião de passagei-
nes. Algumas delas mais parecem
ros do mundo, o Airbus 380. Tem
apartamentos. A maior de todas,
Estilo Nova York: Da esquerda para a direita: Detalhe da Boardwalk, onde ficam as lojas e restaurantes, do Central Park, onde os passageiros podem caminhar e correr, e da Royal Loft Suit, a cabine mais cara do navio. 46 • FORÇA • agosto de 2011
Turismo
Vista de um dos 16 andares do navio mostra que as noites a bordo do Allure of The Seas são um espetáculo a parte.
a Royal Loft Suíte, tem 141 m2
dores. Tão modernos quanto os
e até mesmo uma churrasca-
e dois andares que podem hospe-
de qualquer shopping de primeira
ria, além de uma galeria de arte
dar seis passageiros. Entre outras
linha no mundo. “Pretendía–mos
com obras do brasileiro Romero
coisas, têm sala de jantar, piano
construir o melhor navio, nunca
Britto. Quem prefere praticar es-
de cauda e uma Jacuzzi na varan-
dissemos que construiríamos o
porte, pode aproveitar a pista de
da. A Nova York itinerante é tão
maior”, disse Richard D. Fain,
patinação no gelo, a piscina com
fascinante quanto à em terra fir-
chairman e CEO da Royal Cari-
ondas artificiais, a academia de
me. E motivos para isso não fal-
bbean Cruises, na apresentação
ultima geração e até de uma qua-
tam. As sete diferentes áreas do
da embarcação. Pelos sete bairros
dra poliesportiva. As piscinas são
Allure of The Seas são chamadas
do suntuoso navio, os passageiros
um capítulo a parte. Elas ficam
oficialmente de bairros, distribuí-
podem desfrutar de uma avenida
distribuídas em pelo menos três
dos por 16 andares que podem ser
repleta de lojas, cafés (entre eles,
andares. O Allure of The Seas
acessados por 24 eficientes eleva-
um Starbucks), 25 restaurantes
tem atrações noturnas que acomoutubro de 2011 • FORÇA • 47
Turismo
O centro do navio: Da varanda das cabines, os passageiros têm vista privilegiada do Central Park. Espaço que abriga árvores e plantas de verdade, além de um riacho que percorre a pista de caminhada.
panham qualquer outro cruzeiro.
de filmes de animação, como os
saída de sete dias custa em média
E vai ainda mais além. Os pas-
ogros Shrek e Fiona, que apare-
R$ 21 mil por pessoa, mais taxas,
sageiros podem, por exemplo, as-
cem de surpresa no café da ma-
na cabine Royal Loft Suíte . Já o
sistir em um teatro com capaci-
nhã do restaurante principal ou
mesmo período, numa cabine me-
dade para 1,3 mil espectadores a
desfilam no Boardwalk, a aveni-
nor, custa cerca de R$ 3 mil, mais
uma versão mais curta, mas fiel,
da central do Allure. É nessa via
taxas. Um nicho do turismo que
do musical Chicago, sucesso da
que uma multidão percorre lojas,
tem atraído cada vez mais brasi-
Broadway. O clima de superpro-
bares e lanchonetes. Se você está
leiros. “O Brasil é um dos cinco
dução continua com as apresenta-
pensando em fazer um cruzeiro
maiores mercados de cruzeiro no
ções e paradas com personagens
desses, saiba que preço para uma
mundo, caminhando rapidamente
48 • FORÇA • outubro de 2011
Turismo para o quarto lugar”, afirma Ricardo Amaral, diretor-geral da Royal Caribbean no País, à Isto É. Para se ter uma ideia de como o mercado de cruzeiros virou um bom negócio, na temporada de 2010, a companhia embarcou 116 mil brasileiros, sendo 75 mil para roteiros internos e 41 mil no Exterior. Para 2011, a empresa prevê transportar mais de 152 mil turistas nacionais. Que tal conmhecer essa Nova York itinerante?
outubro de 2011 • FORÇA • 49
ATÉ QUE O CIGARRO NOS SEPARE Ele mata sem parar, mas continua sendo uma das drogas mais consumidas no mundo
“
Um maço coletivo era comprado para satisfazer a curiosidade de toda a turma durante as baladas. Raramente alguém fumava quando estávamos separados”. O depoimento é de Roger Wellington Pereira, empresário de 31 anos que vive há 8 acompanhado do vício. Sua história ilustra o encontro da maioria dos fumantes com o cigarro durante a adolescência. É nesta fase de experimentação e descobertas que o organismo fica mais vulnerável à dependência de substâncias diversas, como a nicotina. As décadas de 60 e 70 contribuíram ainda mais para a inserção do cigarro na rotina dos jovens com a explosão de propagandas que conferiam ao fumo o status de
“glamour”, ascendência social e luxo. A preocupação puramente mercadológica dos fabricantes de cigarro expandiram o vício pelo país e por fim acabaram se auto sabotando, pois o aumento de doenças e de mortes dos usuários foi responsável pela imagem negativa do fumo que se tem hoje. Mesmo assim, são os jovens entre 15 e 25 anos que preenchem quase que totalmente os 20% da população brasileira que fuma atualmente. Além do nosso cigarro ser um dos mais baratos do mundo, há a mania do fumo de fim de semana, constante cada vez maior entre os “baladeiros”, que repudiam o cigarro de segunda à quinta, mas exageram na fumaça no resto dos dias, comprometendo a capacidade do or-
ganismo em controlar a dependência do vício. Segundo o psiquiatra Elson Lima, docente da Faculdade de Medicina da PUC Campinas e coordenador de núcleos de tratamento do tabagismo na cidade, bastam cinco cigarros por dia durante cinco semanas para que um adolescente tenha 70% de chance de se tornar um fumante altamente dependente no futuro. Uma média de 17 cigarros são inalados por dia pelo organismo de Roger, o que equivale a aproximadamente um por hora acordada. Fazendo as contas, são quase 50 mil rolinhos fumados. A frequência de dependência do empresário é cientificamente explicada pela Dr. Elson: “em duas horas a taxa de nicotina no corpo cai muito, o que
Comportamento
faz com que o fumante tenha de repor a substância com outro cigarro”. O problema reside no fato de que não apenas de nicotina (que já é uma substância maléfica) é constituído o fumo. O cigarro ainda contém mais de 40 compostos, entre eles alguns cancerígenos. Juntos, eles formam a principal causa de morte evitável do mundo, segundo dados da OMS – Organização Mundial de Saúde. São 4,9 milhões de mortes por ano, o equivalente a 10 mil por dia. Se a expansão continuar em proporção, serão 10 milhões de mortes anuais em 2030, sendo metade em indivíduos em idade produtiva (de 35 a 39 anos). Os dados são alarmantes e ajudam o Dr. Elson a afirmar que acredita que o cigarro seja a pior droga que existe. “A nicotina traz as piores dificuldades para os usuários. Não há acordo com o cigarro. Nenhum dependente está livre”. Mais de 50 doenças podem ser causadas pelo pequeno rolo de fumo. Entre elas, os problemas cardiovasculares e o câncer são os que mais matam no país. O Ministério da Saúde diz que apenas 6,7% dos casos de câncer de pulmão não estão relacionados ao
cigarro. 90% dos casos acometem os dependentes e 3,5% os fumantes passivos, aqueles que convivem diariamente com alguém que fuma e estão diretamente expostos à fumaça. Além destas complicações, o cigarro é responsável por dor nas costas, infarto (25% dos casos estão relacionados ao cigarro), manchas pelo corpo, catarata (o vício nicotínico responde por 40% dos casos no Brasil), efisema pulmonar, osteoporose, AVC, mal hálito, úlcera e gastrite, entre outros. Até os indivíduos fumantes que não sofrem algum tipo de complicação no organismo, mesmo em idade avançada, têm uma qualidade de vida inferior àqueles que não fumaram. “O uso de cigarros diminui em média dez anos de vida”, alerta Dr. Elson. É o que parece ser o caso de Roger. Ele conhece os malefícios que o tabaco pode gerar, mas não sente nenhuma consequência negativa no corpo. O cansaço que às vezes chega é, para ele, sinal natural da idade, conjugado a falta de condicionamento físico. Ainda assim, ele não recomenda o cigarro a ninguém. “Nenhum vício vale a pena”. Roger se arrepende de não ter usado outro refúgio para a ansiedade que sentiu quando tinha 23 anos e voltou a fumar após um período de três anos em que conseguiu se ver livre do tabagismo. Com a mãe e a irmã doentes, encontrou no fumo a resposta para a necessidade de compensar o estresse diário que enfrentava. Ele admite que o cigarro o deixou, e o deixa até hoje, bem mais calmo, mas pensa que poderia ter canalizado seu problema
em atividades mais saudáveis, como a prática de esportes, pescaria e hobbys que trouxessem o mesmo sentimento de prazer, mas sem o pacote de malefícios junto. Atualmente a vontade de parar de fumar para Roger é maior ainda devido a pretensão dele e da esposa de terem um filho em breve. Ele está determinado a acabar com o vício assim que a parceira engravidar, pois tem consciência da gravidade dos problemas que pode gerar no feto devido ao fumo. Além da maior facilidade de aborto, sangramentos e complicações durante o parto, filhos de fumantes nascem com uma maior quantidade de receptores nicotínicos, ou seja, têm uma tendência maior a desenvolverem tolerância à nicotina.
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Comportamento O desafio de acabar com o vício, no entanto, é uma pedra imensa no caminho dos dependentes. Segundo o Dr. Elson, quem tem um grau elevado de vício à nicotina dificilmente
consegue parar de fumar sem a ajuda de profissionais, uma vez que a dependência se torna física. “Com dois ou três meses o desejo de fumar consegue ser controlado pelo organismo
abstênio, porém o estresse faz o usuário recair e esse descontrole, na maioria das vezes, impulsiona o “ex-dependente” a voltar a fumar”, explica. O primeiro passo, portanto, é o desejo
sincero de quem quer parar de fumar a fim de sair das estatísticas gritantes que dão conta de que um bilhão e 200 milhões de pessoas no mundo, ou um terço da população do planeta, são viciadas em cigarro. Para tentar diminuir esses dados, iniciativas internacionais de combate à fiscalização dos ambientes públicos estão sendo feitas e acompanhadas pelo Brasil. Além dos projetos de conscientização e controle do tabagismo do Ministério da Saúde em parceria com as produtoras de cigarro, foi criada no ano passado a polêmica Lei Anti-Fumo. De número 13.541, foi aprovada no dia 7 de setembro de 2010 e proíbe a presença de fumantes em ambientes fechados e de uso coletivo, como bares, restaurantes, casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais. O objetivo principal bus-
ca duas conquistas a longo prazo: a inibição dos já fumantes e a proteção dos fumantes passivos (dependentes em potencial e protagonistas da terceira maior causa de mortes evitáveis do mundo, segundo a OMS). O dono ou responsável pelo estabelecimento que infringir a lei, ou seja, que não adequar seu negócio às novas exigências legais ou permitir que fumantes continuem no interior da casa, terá de pagar uma multa. Caso a infração seja reincidente, a multa é dobrada e transformada em interdição na terceira denúncia. O que se percebe, depois de um ano de execução no estado de São Paulo, segundo o Dr. Elson, é a transformação de uma conduta obrigatória, no início da prática da lei, em um hábito. “Os fumantes se sentem constrangidos, ficam com vergonha e acabam se retirando para fumar em
ambientes mais adequados”, explica o psiquiatra, que acredita que a lei contribui para a saúde da população brasileira. “No Brasil, o número de fumantes tem caído: no início dos anos noventa, 30% da população fumavam; hoje, uma média de 20% ainda é dependente. Se continuarmos nesta progressão, talvez em 2020 tenhamos apenas 10% e em 2030 poderemos comemorar a extinção deste vício”, prevê Dr. Elson.
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Comportamento
DEZ A ZERO PARA A DIVERSIDADE Qual o próximo passo do movimento gay após a aprovação da união civil entre casais do mesmo sexo no Brasil? Guilherme Barreto
C
om direito à festa de noivado, presença das famílias e até anel de brilhantes, Deco Ribeiro e Lohren Beauty comemoraram uma recente decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) numa celebração bafônica, que é o mesmo que cheia de alegria no dicionário gay. Foi no dia 5 de maio deste ano que dez ministros votaram a favor do reconhecimento legal da união civil entre casais do mesmo sexo. A unanimidade dos parlamentares a respeito do assunto polêmico foi uma surpresa não só para a conservadora opinião pública brasileira, mas também para os mais de 60 mil casais gays declarados pelo últi-
mo Censo do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que veem na mudança a oportunidade de selarem oficialmente o amor que há tanto sofre com a repressão social. A alegria que estampa o vestido multicolorido de Lohren, esposa de Deco (ou marido, se ela não estiver “montada” como Drag Queen e atender por Chesller Moreira, seu nome na Certidão de Nascimento) é o mesmo que ilustra a bandeira da causa LGBT. O movimento, que nasceu na década de 60 nos EUA, encontrou a partir dos anos oitenta militantes fervorosos do lado de baixo do Equador. É nessa época que aparecem o GGB (Grupo Gay da Bahia), o Somos, em São Pau-
lo, e a publicação Lampião da Esquina, no Rio de Janeiro. De lá para cá, além dos movimentos essencialmente políticos, foram criadas as Paradas Gay. A de São Paulo, considerada a maior do mundo, reúne anualmente mais de 4 milhões de participantes que percorrem o centro da cidade em busca de reconhecimento da sociedade. A mais recente conquista, a aprovação da união estável em âmbito nacional, mostra o resultado de anos de trabalho incansável pela equidade. “Todos merecem o mesmo tratamento do Estado. Essa foi a decisão do Supremo e esse é o recado passado à sociedade: os gays não são menos, são iguais”, declara Deco. E outubro de 2011 • FORÇA • 53
Comportamento foi exatamente por meio da ideia da igualdade entre os seres humanos que o judiciário votou a favor do projeto. Os princípios da isonomia, liberdade e dignidade, pregados no artigo 226 da constituição Federal, e o reconhecimento da união heterossexual, que está no artigo 1.723 do código civil, foram a base da decisão dos ministros, que enquadraram a união homoafetiva no conceito de família. “Dos fatos nasce o Direito. Estamos diante de uma nova unidade familiar”, discursou no plenário de votação o ministro Ricardo Lewandowski. A magistrada carmén Lúcia foi um pouco além na defesa da pauta a ser votada: “toda forma de preconceito merece repúdio
de todos que se comprometem com a democracia”, esbravejou. 10 a zero. Esse foi o placar da votação que estabeleceu como direitos dos casais homossexuais herança, pensão e divisão de bens por morte ou separação, declaração compartilhada do Imposto de Renda, inscrição do parceiro como dependente na Previdência Social e em planos de saúde, impenhorabilidade da residência do casal, autorização de cirurgia de risco, adoção, entre outras garantias conjugais que antes só existiam entre homens e mulheres. Os pioneiros a conquistarem estes direitos no Brasil são Luiz André de Sousa Moresi e José Sérgio Sousa Moresi. Eles foram os protagonistas
da primeira cerimônia oficial de união estável entre pessoas do mesmo sexo do país. A celebração aconteceu em Jacareí, interior de São Paulo. Para o dia mais importante da vida conjugal dos dois, 28 de junho, o Dia Mundial do Orgulho LGBT, foi escolhido. A partir desta data, os “Moresi” passaram a usufruir dos mesmos direitos e deveres dos casais heterossexuais. A luta, no entanto, não termina por aí. O canto mais conservador da bancada parlamentar, liderado pelos evangélicos, ainda argumenta que a homossexualidade não é bem vinda na sociedade por não fazer parte da natureza humana, sendo exclusivamente comportamental. Os messias da morali-
casais gays famosos: Elton John e David Furnish formam uns dos casais gays mais famosos do mundo. Estão juntos a quase 18 anos e recentemente geraram um filho em barriga de aluguel. Bruno Chateaubriand e André Ramos formam uns dos casais mais queridos do Brasil. Juntos têm uma relação estável e não escondem a vontade de adotar uma criança.
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Comportamento dade congregam milhões em eventos contra a diversidade, como a Marcha para Jesus, que foi um evento mais político do que religioso, e reuniu mais de 4 milhões de “fiéis” em São Paulo no mês de junho passado, ou o projeto da criação do Dia do Orgulho Héterossexual, que mobilizou inúmeros seguidores na internet. A próxima conquista dos homossexuais é a aprovação da PLC 122, que pretende punir a discriminação ou preconceito de origem, condição, gênero, sexo ou orientação. O projeto de lei tem de enfrentar, ainda, o argumento da turma conservadora, que alega que esta proteção às minorias de gênero é uma espécie de exclusão à maioria. Este pensamento, como defende Deco, não deixa de ser uma atitude veladamente homofóbica. A homofobia, para ele, é o maior aliado ao código social que exige que todo “machão” satisfaça as expectativas da maioria: cumpra seu papel social. Em voga na mídia nos
últimos tempos, o ódio aos gays encontra cada vez mais discípulos do mestre Bolsonaro ávidos pelo extermínio dos homossexuais. “Essa visibilidade traz conquistas para a classe LGBT ao mesmo tempo em que faz com que os homofóbicos escondidos saiam de seu escudo de proteção. É uma faca de dois gumes”, pondera Deco. Para começar a reverter a situação, ele acredita no poder da convivência como forma de familiaridade e aceitação do diferente, trabalho que realiza como militante há mais de 10 anos. “Num primeiro momento, a sociedade estranha a novidade. E os setores mais conservadores resistem às mudanças.Mas, com o tempo, a população vai se habituando e os contrários viram uma minoria anacrônica, incômoda e risível, como os atuais racistas”, defende Deco. O jornalista, de 39 anos, conheceu Chesller Moreira, seu parceiro, há seis e, desde então, nutre a vontade de se
casar de “papel passado”. A promessa é que o casório saia em 2012. Até lá, todos os preparativos estão sendo acertados nos mínimos detalhes. “A expectativa é grande, claro, e por isso mesmo não quisemos nos casar correndo assim que saiu a aprovação. Estamos planejando tudo com cuidado”, conta Deco. Mas não é só a casa que pretendem dividir. Há dois anos eles dirigem a Escola Jovem LGBT, o primeiro centro educativo do país voltado ao ensino desta cultura para os jovens. O projeto é um Ponto de Cultura, resultante de uma parceria do Governo do Estado de São Paulo com o Ministério da Cultura, que financia a iniciativa. A Escola partiu da ONG E-Jovem, comunidade virtual de militância gay que conta com quase 5 mil cadastrados no país e é dirigida atualmente por Chesller. João ama Pedro, que ama João
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Comportamento
Há quase quatro anos João, de 28, e Pedro, de 25 anos, se conheceram e engataram um romance que dura até hoje. O casal homossexual divide um relacionamento em Campinas, mas prefere manter os verdadeiros nomes em sigilo. O anonimato revela um problema social maior do que apenas a vontade dos dois: a intolerância de uma sociedade que cresce em visibilidade mundial, mas parece ter estagnado moralmente nas entrelinhas da lei. Sem pretensões a curto prazo quanto a um pedido de união estável, Pedro e João querem, no mínimo, ter o direito de se unirem legalmente quando acharem conveniente. “O Estado não tem o direito de opinar sobre a escolha sexual do cidadão”, alega Pedro, que acredita que a aprovação do STJ é bem vinda e configura uma burocracia necessária para a conquista de alguns direitos, caso usada com responsabilidade. “O reconhecimento perante a lei acaba resultando numa melhor aceitação por parte da sociedade em geral. Foi assim com o divórcio no meio do século passado”, lembra o jovem, referindo-se ao cancelamento definitivo do casamen56 • FORÇA • outubro de 2011
to civil, instituído em 1977 no Brasil. Mesmo liberada no país e símbolo de um passo importante para a causa gay, a união civil entre gays esconde nos discursos politicamente corretos dos parlamentares, os representantes do povo, um preconceito que ainda é latente nos brasileiros. Os estereótipos não afetam apenas os homossexuais, mas toda e qualquer classe minoritária na sociedade, criando tribos rotuladas, como reflete Pedro: “estamos num momento em que a sociedade global, cada vez mais integrada, precisa escolher entre viver a complexidade do ser humano, em suas diversas escalas, ou criar cada vez mais rótulos e segmentar as pessoas de acordo com padrões como gordo x magro, héreto x homo, branco x preto, rico x pobre, católico x evangélico”.Prova desta segregação social é a pesquisa recém divulgada do Ibope que revelou a resistência do povo brasileiro em aceitar os homossexuais. O principal questionamento feito aos mais de 2 mil entrevistados residentes em 142 cidades do país foi acerca da união homoafetiva, autorizada em maio pelo STJ. Os resultados
mostraram que 55% dos brasileiros ainda são contrários a convivência com casais homossexuais legalmente unidos, como é o caso de Osmar de Jesus Júnior, de 23 anos, e Leano Andali, de 32. Eles já são unidos há 3 anos pela justiça suiça, país natal de Leano, e decidiram fazer história também no Brasil. Casaram-se no dia 2 de setembro em Teixeira de Freitas, a 800 km de Salvador, sendo responsáveis pela primeira união estável homoafetiva da história da Bahia.Assim como eles, os casais homossexuais que tiverem interesse em consumar legalmente seu relacionamento, devem provar que já estão unidos há um período considerável de tempo (a determinação varia para cada juiz) e têm duas alternativas: podem entrar com um registro de união estável em cartório ou, caso o pedido seja negado (para os cartórios ainda não é obrigatório registrar toda e qualquer união, uma vez que eles são administrativos e regidos pelos princípios da legalidade, e não da jurisprudência), deve-se recorrer pelas vias judiciais.
Social
Inauguração A Picarelli Financeira, em Santa Bárbara d’Oeste, virou CREDLINK BMG. No dia 09 de setembro um novo espaço foi inaugurado para comemorar a nova fase. Situado á Rua Santa Bárbara,775. Esquina com a Rua General Câmara, no Centro. Confira fotos do evento: 1
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1- Edson, Ricardo e Claudinei 2- Ricardo, Paulo, Manuela, Karem e Claudinei
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3- Flávio(Crédilimk Campinas), Paulo, Manuela(Proprietária da loja em Santa Bárbara), Luciano(Crédilimk Campinas) 4- Atendimento aos clientes outubro de 2011 • FORÇA • 57
Social No ritmo das Festas do Peão que movimentam o país de junho a setembro, de 17 a 23 de agosto foi a vez da cidade de Santa Bárbara d’Oeste respirar o ar do rodeio. A Revista Força esteve na cobertura do evento que movimento a cidade e a região. Confira quem esteve por lá:
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58 • FORÇA Outubro de 2011••outubro FORÇAde•2011 58
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1 - João Carreiro e Capataz 2 - João Fernandes, Luzardi, Elo, Sarita Luzardi e Júlia Luzardi Cascata de fogos marca abertura abertura da Expo Rodeio
3 - Família Bauxita 4 - Wagner Silva e Elaine Laizo
Outubro outubro de 2011 • FORÇA • 59
Público lotou o recinto!
6
Momento de oração antes da competição.
Show com João Carreiro e Capataz
6- Roberta Gomes e Lucas Zanon 7- Wagner Sanches 8- O berranteiro Odair José
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Abertura da 3ª Expo Rodeio
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Jeans é identidade Conheça as tendências que serão a cara do inverno 2012
J
eans é identidade. E por que não dizer que jeans é unanimidade? Afinal, quem não tem uma, pelo menos uma peça, jeans no guarda-roupa? Do roqueiro a socialite, todos fazem parte do fenômeno que faz do denim a única peça de roupa da história que beira a unanimidade entre os consumidores. E não é só aqui no Brasil que ele reina no mercado. É assim nos Estados Unidos, no Japão e em inúmeros lugares do mundo. Estima-se que mais de
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50% da população mundial usa jeans. Pessoas de todos os estilos. Peças que cabem em inúmeras ocasiões. A sede dos brasileiros por jeans é tão grande que em um mesmo corredor de um shopping de classe alta, por exemplo, é possível encontrar duas, três lojas de grifes. O que falar então dos shoppings populares? Você já parou para pensar quantas lojas não comercializam jeans? Certamente são poucas. Muito poucas. Qual a explicação? “O jeans é um produ-
to secular. O mundo usa. Podemos dizer sobre o jeans o seguinte: ‘eu visto, tu vestes, nós vestimos”, analisa o consultor europeu especialista em beneficiamento de denim, Ricardo Batista. É nesse contexto globalizado que muitas empresas têxteis têm criado suas coleções. Apesar de se tratar de uma peça atemporal, a cada estação o jeans sofre as influencia da moda. A Têxtil Canatiba - uma das maiores produtoras e lançadoras de inovação em denim no país – já mostrou
Moda as tendências que serão a cara do inverno 2012, no evento itinerante Road Show . “O Road Show é um projeto que envolve minuciosa pesquisa internacional, confecção de peças exclusivas e qualificado material gráfico de apoio, além do comprometimento de uma equipe de profissionais focados em oferecer informações para o desenvolvimento de coleções de sucesso”, relata a gerente de marketing da Canatiba, Marli Vernilo. Pensando
na identidade dos consumidores de denim, há uma infinidade de peças para todos os estilos, desde a influência rock and rool até as vertentes do country. “Nós buscamos autenticidade em termos de produto”, destaca o produtor Ricardo Batista, durante a etapa São Paulo do Road Show, que percorreu as principais capitais do país. Mas, afinal, que tipo de jeans usaremos no inverno 2012? Segundo pesquisa minuciosa feita pela pesquisadora de moda e
comportamento da Canatiba, Bia Aidar, passado, presente e futuro estarão em sintonia. Na prática, isso significa que o que foi moda nas décadas 50. 60 e 70 estão voltando. Significa também que a tecnologia e as inspirações ousadas dão mostra do que teremos num futuro próximo. Seguindo o tema “Past, Present & Future” a Canatiba apontou cinco principais temas para o inverno 2012. Inspirações que atendem a várias identidades.
Charm Deco – destaque para as décadas de 20 com influência do jazz, 30 com o cinema e suas atrizes e 40, época de guerra e do guarda-roupa masculino invadindo o feminino. Aqui entram saias rodadas, art deco na estamparia, detalhes de alfaiataria, camisas com cintura deslocada, vestido casaco com tecidos mais pesados e pantalonas com pregas. Para os homens, coletes mais justos, camisas com abotoamento duplo, calça anti-fit, barras viradas diferentes, estampa espinha de peixe, contraste de golas e pregas.
Barrock – como o nome já diz, mescla a influência da realeza com destaque para as épocas Eduardiana e Elizabetana juntamente com o rock dos anos 50. Desta mistura surgem detalhes de condecorações, adornos, babados, volumes e sensualidade fetichista. As mulheres abusam das camisas e blazers com referência ao smoking e das jaquetas mais curtas com fechamento em botão ou zíper. Para os homens, calça cigarrete, ganchos deslocados e cargo mais ajustada na perna. Entre os detalhes, destaque para as estampas de animais, suspensórios, fechamento no estilo espartilho nas pernas, bordados como brasões e o leather denim. outubro de 2011 • FORÇA • 63
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DENIM SUSTENTÁVEL DE ALTO CONFORTO DA TEXTIL CANATIBA
HICOMFORT® É O DENIM DE ALTA TECNOLOGIA DA TEXTIL CANATIBA PRODUZIDO COM A FIBRA LIOCEL DA LENZING FIBERS, MARCA TENCEL® QUE POSSUI MATÉRIA-PRIMA RENOVÁVEL ATRAVÉS DE PROCESSOS REVOLUCIONÁRIOS E ECOLOGICAMENTE SUSTENTÁVEIS, ASSIM COMO OS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DA TEXTIL CANATIBA, FORTEMENTE ESTRUTURADOS NA SUSTENTABILIDADE ATRAVÉS DE REUTILIZAÇÃO DA ÁGUA E REDUÇÃO DA EMISSÃO DE GASES PARA OTIMIZAR E POSSIBILITAR SIGNIFICATIVA ECONOMIA DE ENERGIA. A LINHA HICOMFORT® POSSUI MAIS DE 30 PRODUTOS INOVADORES EM DIVERSAS COMPOSIÇÕES, ESTRUTURAS E TINGIMENTOS QUE RESULTAM EM PEÇAS CONFECCIONADAS QUE PROPORCIONAM EXTREMO CONFORTO, TOQUE AGRADÁVEL E ALTA RESISTÊNCIA AOS PROCESSOS DE BENEFICIAMENTO, GARANTINDO ALTO VALOR AGREGADO. NOS CONCEITOS SEXFIT, MEGAFLEX E PREMIUM DENIM.
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Moda
Atelier Pop - diretamente da década de 60 surgem formas simples, estética modernista e detalhes construtivistas. Os aviamentos muitos vezes vêm escondidos em camisas mais curtas, com colarinhos menores, além de vestidos retos, jaquetas com golas arredondadas e shorts na linha A. A nova flare vem mais justa nas pernas e levemente aberta na altura das panturilhas.
Country Side - aqui o destaque é a década de 70 seguindo o estilo country inglês em peças utilitárias, workwear e, mesclando a rusticidade e a natureza. As jaquetas vêm com pele fake de carneiro nas golas e corpo, flare com a cintura no lugar, pantalona mais curta ou longa com bases leves, chino e cigarrete com cintura mais alta. As peças utilitárias com vários bolsos surgem em jaquetas, calças cargo, coletes juntamente com detalhes 66 • FORÇA • outubro de 2011
Moda como abotoamento nos tornozelos, matelassê, cotoveleiras e costuras feitas à mão seguindo o estilo rústico. O denim bruto ganha vez juntamente com os terroso, do cáqui ao verde militar.
Grunge Posh – um dos temas mais jovens e rebeldes que traz a tona o movimento dos anos 90, com muitos xadrezes, detonados, puídos, efeitos de spray e, aspectos do sportswear como cordões, capuzes, cotoveleiras e joelheiras. Aqui entram vestidos mais largos e assimétricos, shacket, mistura da jaqueta e da camisa em tecidos leves, coletes com volumes, calças cargo, jogger.
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Moda
Ahhhh, o verão!
O
Estampas, brasileirismo e cores vibrantes são as apostas da próxima estação
verão está se aproximando e podemos perceber que as estampas estão presentes em todas as revistas de moda e dominaram as passarelas. Essa tão esperada estação promete trazer muito tropicalismo, flores, pássaros, uma grande valorização da nossa terra amada, é tanto brasileirismo que mata-nos de orgulho!
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Moda A moda verão 2012 promete uma variedade de tendências de tirar o fôlego. Uma moda, extremamente, feminina. Tem coisa que combina mais com o verão? Confesso que já estou ansiosa. E como toda tendência que se preze deve vestir dos pés a cabeça, se prepare... Os acessórios estão tão tropicalistas quanto às roupas e ajudam as menos ousadas a atualizarem seus looks
básicos, deixando-os modernérrimos no ato. Os lenços, com total inspiração 70’s e glamour atemporal, vão encher de charme cabeças, cinturas, pescoços e tudo o mais que você quiser, independente do seu estilo, gosto ou preferência por flores, aves ou cores... Em relação à cartela de cores, a cor amarelo lima teve muito destaque nas passarelas de moda no Brasil e junto
com o azul promete ser muito vista neste verão. Pode-se dizer que no verão 2012 a cor laranja será a estrela principal e o amarelo lima e o azul serão as estrelas coadjuvantes. Agora se você não gosta de looks coloridos e prefere cores neutras, pode ficar tranqüila. No quesito de cores o verão 2012 será extremamente democrático. Aproveitando a deixa, a tendência do color blo-
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Moda ck - termo na qual apareceu recentemente, denominando as cores vibrantes e misturadas no mesmo look - aparece com tudo também. Saias e blusas com cores fortes e às vezes contrastantes será a grande moda deste verão. O laranja, o coral, verde badeira e o rosa bem pink são as cores predominantes do color block do verão 2012! E ficam lindas quando combinadas com um belo bronzeado! Quanto ao comprimento dos looks, será “oito ou oitenta”. Isso mesmo, muito curto ou muito comprido, não
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tem um meio termo, não importa a peça, seja shorts, batas ou macaquinhos. Os vestidos em especial são curtinhos com cintura marcada e ganham alguns babados, para serem usados com calças justas do tipo legging, ou com bermuda ciclista. Já os mais compridos são para o dia. Não esquecendo também dos nossos queridos pés, abuse das rasteirinhas com brilhos e pedrarias, e das nossas tão confortáveis sapatilhas, nudes para os looks vibrantes, ou aposte nas super coloridas para os dias de looks
neutros. A grande novidade em saltos serão as espadrilhas: sandálias com salto anabela em corda ou ráfia. Um modelo feminino lindo e super tropical! Portanto, estão liberados para ousar, abusar e usar nessa tão querida estação, mas sempre tome cuidado, tudo em excesso faz mal, muita informação nos looks pode acabar com sua produção. Cuide do seu corpo e veja o que realmente está de acordo com o seu biotipo. A moda é para todos!
Moda
HOMENS Tendências: • Tons de amarelo • Estilo Navy - tendência que sempre estará presente em nossos verões, portanto, não tem erro. • Militarismo - golas largas, estampa camuflada e tecidos leves. • Estampas - mix de cores, formas, materiais vão fazer a festa. Desde o xadrez até aos menos geométricos e alinhados. • Transparência; Brilho e Color Block • Shape Largo Vale ressaltar que algumas tendên-
google e procurar inspirações para
largo não quer dizer também que
cias como a transparência, brilho
não correr o risco de errar. Ou-
você deve sair por ai parecendo
e color block deve ser usado com
tro detalhe que devemos ressaltar
um balão, e sim roupas de corte
muito cuidado para não acabar
é nas peças de shape largo (mais
reto, que não fique colado com a
dando uma impressão errada sobre
folgadas), quando falamos dessa
pele e que sejam mais confortáveis
você e seu estilo, se você não está
tendência não queremos dizer que
ou até mesmo mais frescas.
certo de alguma tendência é sem-
você deve comprar roupas com três
Dada a dica agora é só esperar o
pre bom procurar fotos no “guru”
números maiores que o seu. Shape
verão! outubro de 2011 • FORÇA • 71
Moda
A cada ano que passa os esmaltes
tes coloridos em sua composição.
as mais discretas, que não gostam
ganham mais destaque no mundo
Vale misturar o esmalte fosco com
de ousar tanto, ou para aquelas
da moda, e claro para o verão 2012
cintilantes. Na cartela de cores dos
que preferem abusar dos looks
os esmaltes vão vir com tudo! Há
esmaltes tendência do verão 2012,
coloridos e cheios de estampas, a
várias tendências para todos os
se destacam os tons Azulados,
tendência dos esmaltes nudes con-
gostos. Uma delas é o estilo grafis-
grafite, rosa, vermelho, roxo, pre-
tinuam. Essa é uma ótima opção
mo, onde formas geométricas são
to, amarelo, laranja, acinzentados,
para não exceder na informação
desenhadas nas unhas. Os cinti-
verde, branco, roxo, gelo, e meta-
visual.
lantes voltam com tudo depois da
lizados, dourado e prateado. Para
Lembre-se: menos é mais!
onda do esmalte fosco. Tanto os cintilantes claros como os escuros estarão em alta. Outra opção, para as mais modernas, é a famosa inglesinha. Ao contrario da francesinha, a inglesinha utiliza esmal72 • FORÇA • outubro de 2011
DÚVIDAS E SUGESTÕES: Qual assunto gostaria de ler? Encaminhe um e-mail para: moda.consultoria@yahoo.com.br
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outubro de 2011 • FORÇA • 73
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Social > Personalidades
As pessoas não entendem, mas humoristas também choram.
VICTOR SARRO Victor Sarro é humorista. Dono de humor ácido, aos 22 anos, tornou-se o mais novo talento do humor no Brasil, eleito pelo programa “Tudo é Possível”, da Rede Record. Conheça um pouco mais da personalidade do mês.
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Social > Personalidades O que o Victor Sarro faz? Sou humorista metido a engraçadão (risos). De onde vem tanto humor? Sempre foi assim? Minha família é muito engraçada e eu sempre gostei de ser o engraçadão da turma, quando viajávamos ficávamos contando horas e horas de piadas. E esse sobrenome? Veio a calhar com a profissão? Poxa esse sobrenome é muito de Deus né?! Meu nome é realmente Victor Sarro, ser humorista e chamar Victor Sarro é a mesma coisa que ser pedreiro e se chamar Wesley Tijolo Em qual humorista se espelha? Poxa, em vários, em Claudio Torres, Fábio Porchat, Danilo Gentili, Murilo Couto... Quais foram seus padrinhos nessa carreira? Como foi? Bruno Motta, Nany People, Danilo Gentili me deram muito apoio no começo. O Fábio Guere também me ajudou com o grupo comédia na veia. O que mudou na sua carreira depois da participação no programa “Tudo é possível”? Ahh não mudou muuuita coisa na carreira, porque eu já estava fazendo muitos shows. Mas com relação a resposta do público e ser reconhecido mudou muito, as pessoas (algumas (risos) ) hoje me conhecem da Ana Hickmann. Mas, os shows já
estavam rolando antes disso. O Victor Sarro do stand-up é o Victor Sarro do dia-dia? As vezes, sou um cara muito animado e levo tudo isso pro palco, mas as vezes estou ‘deprê’ e quero expressar minha tristeza. Mas, as pessoas não entendem isso, humoristas também choram. (risos) De alguns anos pra cá stand-up virou febre, com inúmeros espetáculos e humoristas. Tem espaço pra todos? Sim, sim! Stand-up é como qualquer profissão, todos tem espaços, mas vão ter humoristas bons e ruins. Cabe ao público decidir isso. Vamos saber só um pouco sobre suas particularidades. Qual foi o momento mais marcante na sua vida? Poxa, o momento marcante foi no aniversario de 18 anos em que fiz meu primeiro show ! E na profissão? Na profissão foi quando ganhei a Ana Hickmann. Claro que foi uma emoção gigante, e também porque tinha 20 mil reais na parada (risos) e também o convite para ser o convidado fixo do “Comedia em pé” o primeiro e melhor grupo do Brasil! O que assiste na televisão? Chaves. Adoro programas que falam de animais (risos), Two and Half Man, Tv Fama (risos), ahh gosto de muita coisa bizarra. Comida preferida? Strogonoff com bife a Parmegiana (eu sei que é nojento, mas eu amooooo!) Hobbie? Minha profissão é meu hobbie, só que remunerado. Eu faria stand-up de graça, mas me pagam pra isso ! Frase: Eu sou um cara muito momentâneo e minha vida se resume de momentos, e a frase do momento é: “Eu quero mais do que ontem, talvez eu queira mais do que eu possa ser” Um sonho: Ir pro Caribe e nadar em águas azuis bem clarinhas. Nota 10 para: meu pai que após anos parou de fumar e beber. Assim meu grande vilão virou meu herói número 1. Nota 0 para: a imprensa e televisão brasileira. E principalmente para o público que faz com que o politicamente correto aconteça! outubro de 2011 • FORÇA • 77
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Tecnologia
Para a família, para o arquiteto, para o músico... Conheça o J6, a minivan que tem espaço e tecnologia para tudo e todos
C
abe a família grande para um passeio. Cabe muita bagagem para a viagem de férias. Cabem instrumentos musicas para a apresentação da banda. Esse é o J6, a nova minivan do mercado, lançada no segundo semestre deste ano pela JAC Motors. “O J6 é versátil. O dono pode decidir o que fazer com o carro. Usá-lo para transportar equipamentos de trabalho, para acomodar
a família”, sintetiza Francisca Sandra Andrade Silva, diretora regional da JAC, empresa chinesa que tem
explorado uma fatia significante do mercado automotivo brasileiro. Tão significativa que o J6 chega para 80 • FORÇA • outubro de 2011
Tecnologia garantia. Por 60 mil tenho tudo e mais um pouco e ainda tenho seis anos de garantia sem limite de km”, conta o cliente Ivan Figueira. Potencial para o mercado não falta. Some às vantagens já ditas ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, ABS e airbag duplo, pneus 205/55 aro 16, faróis de neblina dianteiros e traseiros e sensor de estacionamento, além de bancos da segunda e terceira fileira removíveis e inclináveis e controle digital do ar-condicionado. Tanta modernidade tem explicação: “Hoje o J6 é o que há de mais moderno no segmento. Em todos os pontos. Os concorrentes já foram modernos. Mas, o Picasso (Citroën) – por exemplo - está a 11 anos no mercado. Muita coisa evoluiu uma disputar o envelhecido segmen-
com cinco (R$ 58.800) e sete lu-
década depois”, analisa Francis-
to de minivans até R$ 60 mil. O
gares (R$ 59.800, o J6 Diamond).
ca. Além de espaço, moderni-
objetivo é vender até 1.500 uni-
“Tenho três filhos e minha espo-
dade e muita tecnologia, o dono
dades por mês – mais do que o
sa esta grávida de gêmeos então
do J6 ainda usufrui de muito es-
dobro da média mensal do Che-
preciso de uma minivan. Depois
tilo. Mesmo sendo projetada por
vrolet Zafira, líder do segmento.
de quase um mês fazendo com-
uma empresa oriental, a minivan
Para alcançar a meta, o J6 tem um
parações e teste com outro mode-
foi feita do jeito que brasileiro
diferencial pouco comum nas mi-
lo e o J6 decidi então pelo J6. Se
gosta. Projetada na Itália, a mi-
nivans do mercado: o preço. Com
eu fosse comprar o outro modelo
nivan tem o mesmo estilo dos
uma lista de itens de série farta
com os mesmos opcionais e se-
outros veículos da JAC e agra-
e seis anos de garantia, o veículo
gurança e conforto eu iria pagar
da aos mais exigentes. O design
está disponível em duas versões
76 mil e só viria com um ano de
italiano está longe de ser ousado
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Tecnologia como os novos modelos da Zafira
minino e familiar do carro, com
ser retirados. Sem eles, acredite,
e do Scénic, mas supera e muito
muito espaço interno. Os bancos
o volume é ampliado para 2.200
os representantes nacionais. “Os
dianteiros têm regulagem de al-
litros. Com todos esses atributos
carros dá JAC foram adaptados
tura, os traseiros podem ser ajus-
não dá para se esperar um desem-
ao gosto dos brasileiros. Foram
tados individualmente, tanto na
penho esportivo do J6, que pesa
testados aqui. O câmbio é justo
inclinação do encosto quanto na
uma tonelada e meia. Com mo-
e curto como nós gostamos. E as
distância longitudinal do assen-
tor 2.0 16V a gasolina de 136 cv
cores do interior, como painel,
to. Há de se destacar também a
e 19,1 kgfm de torque, dados da
portas e bancos, são preto e cin-
boa área envidraçada e a posição
ficha técnica do veículo indicam
za, bem conservadoras, como o
de dirigir elevada, característica
que a prova de 0 a 100 km/h é
mercado brasileiro gosta”, desta-
buscada pela maior parte dos con-
cumprida em 13,1 segundos (nú-
ca a diretora regional da marca,
sumidores desse tipo de carro. Já
mero de compacto 1.4) e a veloci-
responsável por oito concessio-
quando o assunto é porta-malas,
dade máxima chega a 183 km/h.
nárias, incluído São Paulo, Ri-
prepare-se para muita versatili-
Performance suficiente para co-
beirão Preto e Campinas. Quem
dade. Se o motorista optar por re-
locar o J6 como agradar famílias,
teve a oportunidade de fazer um
tirar os assentos adicionais, o J6
músicos, arquitetos, engenheiros
test-drive ou já tem seu J6 ga-
fica com generosos 720 litros de
e quem mais se apaixonar pela
rante que há muitos pontos posi-
capacidade carga. Os outros três
minivan chinesa que é a cara dos
tivos. A começar pelo apelo fe-
bancos do meio também podem
brasileiros.
conheça também o j3 no site
jacmotors.com.br 82 • FORÇA • outubro de 2011
Ficha técnica J6 Largura de 1775mm Altura de 1660mm Comprimento de 4550mm Entre eixos de 2710mm Peso em ordem de marcha: 1500kg Porta-malas de 720l (posição normal) 2200l (com todos os bancos rebatidos) Tanque de combustível de 68l * Sem fileiras intermediária e traseira Freios Dianteiros a discos ventilados e traseiros a discos sólidos Rodas Pneus de 205/55 R16 e rodas em liga de alumínio aro 16” Suspensão Suspensão dianteira independente, tipo McPherson com molas helicoidais Suspensão traseira independente, tipo Dual Link com molas helicoidais Barra estabilizadora dianteira Barra estabilizadora traseira Segurança Airbag duplo Portas com barras de proteção lateral Cintos traseiros laterais de 3 pontos Cintos dianteiros com pré-tensionador Chave com destravamento remoto das portas Travamento central das portas Freios ABS com EBD
Travamento automático das portas à 15 km/h Performance Velocidade máxima de 183 km/h Aceleração de 0 a 100 km/h de 13,1 segundos Motor Motor 2.0 de 4 cilindros em linha Deslocamento volumétrico de 1997cc Identificação do motor HFC4EA3.D/2011 Diâmetro 85mm Curso 88mm Comando de válvulas de DOHC 16V Potência Máxima de 136cv e 5500rpm Torque Máximo de 187Nm e 4000rpm Transmissão manual de cinco velocidades Limite de ruído na condição 80,6 db(A) / 4125 rpm Comodidade Vidros elétricos dianteiros e traseiros Retrovisores elétricos Desembaçador traseiro Luzes de neblina traseira Retrovisor interno antiofuscante Limpador traseiro Retrovisores eletricos com repetidor de direção Lâmpadas halógenas Luzes de leitura Sensor de Estacionamento traseiro Alças de segurança dianteiras e traseiras Parassol com espelho de cortesia outubro de 2011 • FORÇA • 83
Tecnologia Faróis com regulagem elétrica de altura Luzes de neblina dianteira Barras laterais no teto Brake light Utilidades Porta-copos Acendedor de cigarros Parassol com espelho iluminado Antena impressa no para-brisa Tomada de energia (12V) Iluminação azul no painel de instrumentos Bancos em veludo Bancos intermediários individuais (2ª fileira) Assento do motorista com ajuste de altura Apoios de cabeça dianteiros com ajuste de altura Assento central com apoio de cabeça Assentos intermediários rebatíveis e removíveis Conforto Direção hidráulica Seis alto-falantes Volante com regulagem de altura Ar-condicionado digital cD player com entrada USB Abertura interna da tampa do tanque de combustível Acabamento interno Iluminação do porta malas Luzes de segurança nas portas Porta revistas Volante revestido em couro Volante com comandos multi-função Assento do Motorista com ajuste de altura e lombar
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INFORME PUBLICITÁRIO
QuAlidAde Que se vÊ Seja em atendimento, infraestrutura ou combustível, a Rede de Postos de combustível New Vision é sinônimo de qualidade. O combustível New Vision provém da Ipiranga, uma das maiores distribuidoras de combustível do Brasil. Só de ver a bomba de combustível o cliente sabe a qualidade que está colocando em seu carro. Prova disso é que todas as bombas têm selo do Inmetro e a coloração compatível com o que pede a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Se o seu carro apresenta constantes problemas com o filtro e a bomba de combustível, o problema pode estar no posto em que você abastece. Afinal, combustível com má qualidade prejudica o bom funcionamento do seu carro e aumenta a probabilidade de reparos fora do tempo de revisão. Ao abastecer, escolha qualidade para o seu veículo. Escolha uma dos postos da rede New Vision.
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CYMK
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Gastronomia
Comida de Buteco No final da tarde bate aquela vontade de apreciar petiscos de happy hour, mas não dá vontade de sair de casa? Pensando no sucesso que essas saborosas receitas fazem, a Revista Força não poderia deixar de dedicar uma edição para as Comidas de Buteco. São receitas fáceis e saborosas. Faça em casa e aproveite para reunir os amigos e a família.
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Gastronomia Picanha de Panela Ingredientes: Uma picanha inteira Tempero a vontade (tomate, coentro, salsa, cebolinha, cebola, alho, sal, massa de tomate) 1 linguiça defumada Um pouco de vinho tinto Modo de preparo: Rechear a picanha com o tempero batido e a lingüiça, cozinhar na panela de barro com todo o tempero batido até o ponto. Colocar o vinho e deixar mais um pouco com fogo baixo. Servir fatiada com o molho por cima, pode pegar um pouco do molho e fazer uma farofa adicionando manteiga e um pouco de molho shoyu. Servir com pão ou acompanhamento de refeição.
Batata Recheada com Bacon Ingredientes: Batata Inglesa Bacon Frango Creme de bacon Mussarela Catupiri Molho Rosé Ovo de codorna Modo de preparo: Cozinhar o frango e desfiar. Retirar a polpa da batata cozida e rechear com o frango e o creme de bacon. Cobrir com mussarela e catupiri, colocar para assar. Dispor em um vasilhame apropriado e decorar com molho rose e o ovo de codorna cozido. outubro de 2011 • FORÇA • 91
Gastronomia
Salada de forno Ingredientes: 3 berinjelas médias 1 pimentão vermelho 1 pimentão amarelo 3 abobrinhas 4 cenouras grandes 2 cebolas grandes Tomilho, orégano e alecrim frescos, passas, azeitonas e nozes. Sal, pimenta do reino, 1/2 xícara de vinagre, 2 pimentas dedo de moça picadas sem sementes. 1/2 litro de azeite extra virgem
Modo de preparo: Cortar a juliene (fatias finas) 3 berinjelas médias, 1 pimentão vermelho, 1 pimentão amarelo, 3 abobrinhas, 4 cenouras grandes, 2 cebolas grandes. Misturar bem, colocar tomilho, orégano e alecrim frescos, passas, azeitonas e nozes (opcional). Temperar com sal, pimenta do reino, 1/2 xícara de vinagre, 2 pimentas dedo de moça picadas sem sementes e meio litro de azeite extra virgem. Cobre com papel aluminio e levar ao forno quente pré aquecido. Após esse tempo, tirar o papel, misturar bem, corrigir o tempero se necessário e deixar mais 20 minutos. Servir quente ou fria como petisco com mini pão árabe ou mesmo pão francês.
Croquete de batata Ingredientes: 1 colher (sopa) de suco de limão 1 1/4 xícara (chá) de farinha de trigo 3 batatas cozidas e espremidas Sal e pimenta - do - reino a gosto Óleo para fritar Modo de preparo: Misture a batata, o suco de limão, 1/4 xicara (chá) de farinha de trigo, o sal e a pimenta Modele os croquetes e passe pela farinha de trigo restante Frite em óleo quente até dourar Retire do fogo e escorra em papel absorvente
Dis contra
RIR! 92 • FORÇA • outubro de 2011
A portuguesinha de 10 anos vai pescar com o pai e volta com o rosto todo inchado. A mãe, assustada, pergunta: - Minha filha, que houve? - Foi um marimbondo, mamãe... - Ele te picou? - Não deu tempo, o papai matou ele com o remo.
O médico atende um velhinho milionário que tinha começado a usar um revolucionário aparelho de audição: - E aí, seu Almeida, está gostando do aparelho? - É muito bom. - Sua família gostou? - Ainda não contei para ninguém, mas já mudei meu testamento três vezes...
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Gastronomia
os sABores do empÓrio vienA Mãe e filha reúnem sabores de várias regiões em um só lugar
O
sonho da mãe era abrir um café ou uma rotisseria, o da filha era ter um
comércio. Há um ano elas resolveram materializar o sonho. Resultado? O Empório Viena, localizado na Av. Tiradentes, importante via de Santa Bárbara d’Oeste. No espaço aconchegante, Sônia Furlan e Sarah Furlan, mãe e filha, respectivamente, reúnem sabores de várias regiões e ainda servem pratos saborosos. “Empório remete a coisa antiga. Queríamos algo que fosse para todas as faixas etárias. Que recebêssemos todos os tipos de público. E é o que acontece. Vem família, vêm crianças, vem
Gastronomia que se faz aqui é
e polenta, mini kibe com coalhada seca. Outra especialidade da casa são
caseiro. Tudo o que temos aqui é
massas e antepastos. “Nós fazemos panquecas, lanches naturais, patês
artesanal”, explica Sônia Furlan.
de vários sabores. Temos um patê de abacaxi que faz muito sucesso na
“Temos um público bem eclético,
casa. Também fazemos tortas doces e salgadas”, enumera Sarah Furlan.
que adora se reunir no final da
As massas e antepastos do empório são feitas somente sob encomenda.
amigos. O
tarde para tomar uma cerveja e comer nossas porções”, conta Sarah Furlan. Quem deseja levar os sabores do Empório Viena para casa opções não faltam. São dezenas de produtos entre, bolachas e biscoitos de polvilho artesanais, a legítima pinga mineira de garrafão, café em grão, azeites, doces caseiros, molhos e uma infinidade de opções. Já se você quer passar momentos agradáveis com a família e os amigos, o Empório Viena tem inúmeras opções de porções, como bolinho de mandioca com carne seca, batata-frita, mandioca
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Gastronomia
“É para garantir que o cliente tenha tudo fresquinho”,
explica Sônia.
Se no final da tarde você não tem tempo suficiente para apreciar os sabores do Empório Viena, não se preocupe. De segunda a sábado a casa serve almoço executivo. “Todos os dias temos um cardápio diferente. É só ligar e reservar mesa” destaca Sarah. Mas, se o tempo também está curto para almoçar, mãe e filha têm a solução para a correria do dia a dia. “Também temos comida pronta congelada. É só chegar em casa e esquentar”, conta Sônia Furlan, proprietária do Empório Viena, com sua filha, Sarah Furlan. O Empório Viena funciona de segunda à quinta-feira das 8h30 às 18h. De sexta-feira das 8h30 às 22h. Aos sábados das 8h30 às 12h. O Empório está localizado na Av. Tiradentes, próximo da APAE de Santa Bárbara d’Oeste. outubro de 2011 • FORÇA • 97
Histórias de minha vida
E
ra maio de 2005. O marido, com o qual vivia há seis anos, estava diferente. Já
desconfiada, um fio de cabelo loiro no carro foi o que faltava para começar a investigação. E assim foi por cinco meses. Até que uma foto reveladora foi encontrada na pasta de trabalho. “Quando eu vi
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Histórias de minha vida
sAmAnthA morAes. A mulher Que Acreditou no Amor! A mulher que tinha tudo para desistir do amor, após ser traída por Bruna surfistinha, transborda felicidade ao falar de seu relacionamento de seis anos com marcelo nascimento
a foto eu não acreditei. Era a Bruna Surfistinha nua e atrás uma dedicatória agradecendo o João e o chamando de namorado. Mesmo vendo aquilo eu não acreditei” O passo seguinte foi entrar no blog da, então, garota de programa. Alí mais revelações. As histórias contadas e, principalmente, o homem descrito por Bruna era o seu companheiro. “Teve um dia que eu parei em frente ao prédio dela (Bruna) e ela me viu. Entrei no blog e ela havia escrito: ‘Hoje eu vi uma pessoa que eu nunca queria ter visto na vida’. Quem nunca queria ter visto ela era eu”, conta. O desfecho dessa história é bastante conhecido no país. O então marido, o empresário João correa Moraes, saiu de casa, deixou um casamento de seis anos para trás com Samantha Moraes – ex-comissária de bordo e dono de lindos olhos claros -, duas filhas pequena e foi viver com Raquel Pacheco, a ex-prostituta conhecida como Bruna Surfistinha. O que ninguém sabe dessa história é como Samantha Moraes superou o trauma e voltou a sorrir para o amor. A Revista Força foi até São Paulo se encontrar com a mulher que, depois de tanta turbulência, acreditou no amor. Em entrevista, exclusiva, ela conta o que nem todo mundo sabe sobre sua felicidade. Ao apontar na porta do elevador do flat onde estava hospedada, surge uma mulher elegante, de óculos de sol e sorriso largo. Simpatia à primeira-vista. Já na cobertura do prédio um bate-papo animado e revelador sobre o drama que viveu em 2005, o qual lhe rendeu o livro “Depois do Veneno do Escorpião”, em resposta ao livro de Bruna Surfistinha, “O Doce Veneno do Escorpião”. Hoje, ou melhor, há seis anos, a felicidade do coração de ex-comissária de bordo atende pelo nome de Marcelo Nascimento. Sujeito ‘bronco’, mas ‘de grande coração’, como ela mesma define. A história dos dois mais parece roteiro de filme. Ainda na turbulência da separação, uma entrevista em rede nacional de Bruna Surfistinha repercutiu o país Na ocasião, João Moraes revelou que deixou uma família constituída para se relacionar com a ex-garota de programa. A partir daí, dezenas de ligações e convites para dar entrevistas apareceram. “Eu não ia aparecer, mas eles foram em rede nacional e falaram isso. Não pude deixar que falassem que eu havia sido trocada por uma garota de programa porque não era boa na cama”, conta Samantha. Veículos de comunicação de todo o país se empenharam meoutubro agosto junho de 2011 • FORÇA • 99
Histórias de minha vida ses e meses para ter uma declaração
televisão não foi um passo tão rápido assim. O medo de se expor demais e
de Samantha. A revista masculina
expor as filhas fizeram Samantha recuar. Por meses Samantha recusou o
Playboy conseguiu. “Quando aceitei
convite do programa Superpop, da RedeTv!, para contar sua história. “Eu
dar a entrevista para a Playboy achei
ficava horas no telefone falando com a produção do programa. Explicando
que ela ia sair como uma coluna e
que não queria dar entrevista. Eu tinha medo de me passar por chata e eles
uma foto pequena minha. Quando
falarem ‘está vendo não é a toa que foi trocada por uma prostituta, é cha-
eu soube, eu já estava estampada em
ta’”, conta, enquanto ri da situação vivida. Onde Marcelo Nascimento, atual
um outdoor na Marginal que dizia:
‘Conheça a gata que foi trocada por
‘namorido’ (eles vivem juntos, mas não se casaram no papel) entra nessa
Bruna Surfistinha’. Quando a revista
história? “O Marcelo era o diretor do programa e já havia visto minha en-
saiu ainda ganhei chamada de capa.
trevista. No último programa da temporada ele disse: ‘ou essa mulher vem
Eu quase morri quando vi aquilo.
no último programa ou não vem mais’. Daí foi ele quem me ligou”, revela. A
Era muita exposição. Não estava
ligação do diretor para Samantha Moraes significou mais do que um pedido
preparada”, lembra. Da entrevista
para participar do programa. “Eu me lembro que quando eu ouvi aquele
para a Playboy até uma entrevista na
vozeirão dele no telefone eu me apaixonei. Naquela nossa primeira conver-
100 • FORÇA • outubro de 2011
Histórias de minha vida
sa ele falou que íamos viajar juntos
ma só grava à tarde. Fui e levei uma
celo Nascimento havia planejado e
com nossos filhos e mais um monte
amiga. Quando cheguei lá e estava
premeditado exatamente tudo. “Ele
de coisa que eu não acreditei, claro!
me dirigindo até uma sala, quem eu
me contou depois que naquele dia,
(risos). Mas, ele me convenceu a ir à
encontro no caminho? O Marcelo!”,
ele estava disposto a me conquistar.
emissora só para assistir ao Super-
relembra, após um longo suspiro.
Colocou um tênis all-star e óculos
pop! No dia seguinte ele mandou me
Coincidência encontrar o diretor do
de sol, estava todo estilizo. Sem
buscar cedo, isso porque o progra-
programa no corredor? Não! Mar-
mentira, quando vi aquele homem
outubro de 2011 • FORÇA • 101
Histórias de minha vida o restaurante com ele. Relutei,mas não teve jeito. Acabei indo com ele. Porque as meninas já estavam lá (risos)”. wA partir daquele dia tudo foi diferente na vida de Samantha. “No dia seguinte nós saímos para jantar. E no dia que ele me beijou pela primeira vez eu estava no celular falando com uma amiga, porque estava morrendo de vergonha. Ele disse pra minha amiga que ia fazer uma foto do momento. E eu a tenho até hoje”, fala enquanto busca a foto que união o casal no celular. Depois disso, o casal tão improvável quanto à situação vivida por Samantha nunca mais desgrudou. ”Eu viveria tudo isso de novo”, revela apaixonada. O segredo para superar a fase que
na minha frente, eu tremi. Foi como
disse assim: ‘Samantha o meu dire-
um amor a primeira vista. Eu não
tor é um cara solteiro, está em busca
sabia como agir. Fique desconser-
de uma mulher como você’. Depois
tada”, revela com ar de apaixonada.
veio o Marcelo de Carvalho (marido
A mesma paixão que moveu o ca-
de Luciana e um dos donos da Re-
sal há seis anos, garante. A situação
deTv!) e ela disse: ‘Marcelo manda
deixou Samantha tão desconsertada
os dois irem jantar’. Eu fique sem
que uma simples visita para assistir
reação. Disse que não ia. Estava
ao programa virou a participação
morrendo de vergonha. Topei ir só
que a produção tanto esperava. “Eu
se todos fossem”, relembra. Na ida
não sabia mais o que estava fazen-
para o restaurante outra armadilha.
do. Estava desconcertada”, relembra
“Eu ia no carro com a produtora e a
aos risos. Durante a gravação, uma
minha amiga. Mas, fiquei esperan-
declaração da apresentadora Lucia-
do elas na porta e elas não vinham
pior que tenha sido o que eu passei,
na Gimenez deu um empurrãozinho
mais. Quando vi quem apareceu foi
o amor está dentro da gente”, finali-
para casal que se formaria. “Ela me
Marcelo me convidando pra ir até
za em tom emocionado.
102 • FORÇA • outubro de 2011
considera a mais difícil de sua vida? Samantha conta que é o amor. Sim, amor! “Eu abri meu coração depois de oito meses. Vocês mulheres que passaram ou passam por isso, abram seu coração. Vai por novo. Vai em busca da felicidade. Tem que se permitir. Se permitir sair, conhecer novas pessoas. Sou muito feliz com o Marcelo. Eu amo mais o Marcelo do que o meu ex-marido. E garanto que se não der certo com o Marcelo, vou amar o outro mais ainda. Por
Histórias de minha vida
outubro de 2011 • FORÇA • 103
Esportes
Enfim, Olimpíadas! A trajetória de 16 anos da seleção masculina de basquete longo do solo olímpico
O
sonho que nunca vira realidade! Essa foi a sensação que muitos brasileiros tiveram durante os 16 anos em que a seleção nacional de basquete masculino ficou longe dos Jogos Olímpicos. Sim, 16 anos. Para ser mais exato 5.858 dias. O sonho demorou - e muito - para se tornar realidade, mas virou. A vitória por 83 a 76 sobre a República 104 • FORÇA • outubro de 2011
Dominicana, no dia 10 setembro, no Pré-Olímpico de Mar del Plata, na Argentina, recolocou a modalidade na mais importante competição do mundo. Das Olimpíadas de Atleta – em 1995 - pra cá muita coisa aconteceu no basquete nacional. Oscar Schmidt, apontado como o maior jogador brasileiro de todos os tempos, é um dos divisores de água na história recente do basquete mascu-
lino. Desde a sua aposentadoria, em Atlanta, o país nunca mais chegou as Olimpíadas e nem sequer voltou apresentar o bom basquete de antes. Somada a crise de qualidade técnica de jogadores, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) viu no poder o grego Gerasime Boziks, fase apontada por esportistas como trágica para o basquete nacional. Os reflexos da gestão de Boziks
Esportes culminaram com a decadência de um dos esportes mais populares do país. Não bastasse a falta de títulos da seleção, uma Liga Independente
piadas e desconfiança entre fã e torcedores. Enfim, olimpíadas! A classificação chegou e até as Olimpíadas de Londres, em 2012, muito brasilei-
te com facilidade”, comentou após a vitória sobre a República Dominicana. O retrospecto também é favorável a virada de jogo da modalidade.
Fique sabendo: Última Olimpíada A última participação da seleção brasileira masculina de basquete em Olimpíadas foi em Atlanta-1996. Oscar Schmidt, apontado como o maior jogador brasileiro de todos os tempos, era o principal nome do time, que contava ainda com Rogério, Demétrius, Ratto, Tonico, Josuel, Caio, Caio Cazziolatto, Olívia, Pipoka, Janjão e Fernando Minuci. A equipe se despediu em sexto, depois de uma derrota para a Grécia. Desde então, nunca mais o Brasil pisou em solo olímpico.
foi criada após a CBB fracassar na tentativa de emplacar no cenário nacional. A crise no basquete também fez com que um Campeonato Nacional não terminasse e até com que um jogador se recusasse a entrar em quadra num Pré-Olímpico. Caso de
ros vão perguntar: “Será que agora o basquete nacional recomeça?”. Se depender do técnico argentino Rubén Magnano, sim. Alvo fácil na concepção de muitos adversários, a seleção chegou para o Pré-Olímpico disposta a reverter o quadro antes
A começar pela casa da próxima Olimpíada: Londres. A primeira das três medalhas olímpicas do basquete masculino brasileiro foi conquistada nos Jogos de Londres-1948. Magnano também tem boas lembranças das Olimpíadas. Em 2004 foi campeão
Fique sabendo: quinto lugar em Atlanta A estreia em Atlanta foi contra Porto Rico: uma vitória apertada, por 101 a 98. Depois, uma derrota amarga para a Grécia, por apenas dois pontos (89 a 87). O time comandado pelo técnico Ary Vidal tropeçou outras duas vezes. Contra a Austrália, o jogo só foi decidido após duas prorrogações: 109 a 101 (82 a 82 e 92 a 92). Diante da Iugoslávia, mais uma queda: 101 a 82. No último jogo da fase eliminatória, venceu a Coreia do Sul por 127 a 97. Nas quartas de final, perdeu para os Estados Unidos por 98 a 75 e caiu para a decisão do quinto lugar. Venceu a Croácia por 80 a 74, mas perdeu novamente para os gregos: 91 a 72.
Nezinho, em Las Vegas (2007). Ao longo de 16 anos em má fase, muita coisa aconteceu. Inúmeros jogadores renomados pediram dispensa, como Nenê e Leandrinho, e por fim, o basquete masculino virou alvo de
mesmo de precisar provar que merecia vaga às Olimpíadas. “Eu não estava convencido de que conseguiríamos a vaga para Londres/2012, mas estava certo de que nenhuma equipe iria passar por cima da gen-
em Atenas com a seleção argentina. O segundo lugar em Mar Del Plata e, consequentemente a vaga para os Jogos Olímpicos dos ingleses, representaram um longo caminho. Na caminhada, alguns percalços. O outubro de 2011 • FORÇA • 105
Esportes Fique sabendo: Bicampeonato Mundial Os anos 50 e 60 foram apontados como a era de ouro do basquetebol brasileiro. Dentre várias conquistas, as de maior destaque foram os títulos mundiais, em 1959, em Santiago no Chile e em 1963, no Rio de Janeiro. Além disso, em 1954, também no Rio, a seleção brasileira foi vice do mundo. Em 1959,o Brasil faturou o título com 11 pontos, contra 10 dos Estados Unidos, em uma fase final que reuniu sete países. Quatro anos depois, o bicampeonato veio com 12 pontos conquistados, um a mais que a Iugoslávia, vice-campeã mundial naquela oportunidade. armador Leandrinho e o pivô Nenê Hilário, ambos atletas da NBA (Liga Profissional Americana), alegaram, sem maiores justificativas, problemas pessoais e físicos para não defenderam a Seleção. O também pivô Anderson Varejão, que assim como os outros dois, atua na NBA, se apresentou, porém, foi cortado às vésperas da Copa América, torneio
que serviu como Pré-Olímpicos das Américas do Sul, Central e do Norte. Após uma 1ª fase sem apresentar um grande basquete, inclusive, sendo derrotado pela República Dominicana, o selecionado brasileiro engrenou e, após conseguir o feito de derrotar os argentinos por 73 a 71, encerrou a fase de classificação em 1º lugar. Nas semifinais,
era hora de encarar os dominicanos, em confronto direto valendo a vaga olímpica. Diferentemente da 1ª fase, deu Brasil, 83 a 76, e, finalmente, o passaporte para Londres estava carimbado. O vice-campeonato, com a derrota diante da Argentina pouco significou, pois o grande objetivo já estava alcançado. Os resultados da seleção de Magnano trouxeram de
Fique sabendo: Medalhas Olímpicas Em Jogos Olímpicos, o Basquete brasileiro obteve três medalhas de bronze no masculino – 1948, 1960 e 1964. Com uma geração anterior ao bi mundial, a primeira medalha veio nos Jogos de Londres em 48, onde se destacavam Brás, Alfredo da Motta, Nilton, Ruy Freitas e um Algodão no início de carreira. A geração do bi mundial conquistou os outros dois bronzes, em Roma’60 e Tóquio’64. Com Oscar Schmidt, as melhores colocações foram o 5º lugar, em 80 (Moscou), 88 (Seul) e 92 (Barcelona).
106 • FORÇA • outubro de 2011
Esportes volta a esperança dos atletas brasileiros. ‘No Mundial de 2009, jogamos de igual para igual com todos e ficamos perto de ganhar dos Estados Unidos. Nesse ano, vencemos a Argentina e quase repetimos a vitória na final do Pré-Olímpico’, disse Marcelinho Huertas. ‘Não queremos ser meros participantes [em Londres]. Vamos para, quem sabe,
O dia histórico Ouro no Pan-Americano de 1987 No dia 23 de agosto de 1987, a seleção brasileira de basquete masculina chegava como franca atiradora na final de Indianápolis contra os donos da casa, os poderosos EUA. O Dia que entrou para a história do basquete mundial! O imbatível “team” de basquete norte-americano, tinha David Robinson e outros astros universitários, que brilhariam na NBA anos depois, era derrotado pela primeira vez na história dentro da sua própria casa! Uma partida inesquecível, com um placar de 120 a 115. Oscar e Marcel, indivi-
conseguir uma medalha’, destacou o armador canarinho. Os heróis, comandados por Rubén Magnano, que conduziram o Brasil de volta às Olimpíadas foram: Marcelinho Machado (ALA – Flamengo), Nezinho (ARMADOR – Brasília), Rafael Luz (ALA/ARMADOR – Alicante da Espanha), Augusto (ALA/PIVO – Unicaja da Espanha), Vitor Beni-
te (ALA/ARMADOR – Franca), Marcelinh Huertas (ARMADOR – Barcelona da Espanha), Alex (ALA – Brasília), Rafael Hettsheimeir (PIVO – Zaragoza da Espanha), Guilherme (ALA/PIVO – Brasília), Caio (PIVO – Flamengo), Marquinhos (ALA – Pinheiros) e Thiago Splitter (PIVO – San Antonio Spurs da NBA nos Estados Unidos).
dualmente estavam inspirados, ambos marcaram 77 dos 120 pontos do Brasil (46 e 31 pontos, respectivamente), com direito a várias cestas de três pontos determinantes para essa vitória, com muita raça e propriedade sobre a técnica e a soberba dos americanos. Após essa derrota, os americanos passaram a usar atletas de sua Liga Profissional, a NBA, nas principais competições. Na primeira delas, em Barcelona, um time com Magic Johnson, Michael Jordan, Larry Bird, e outros, assombraram o mundo. Não podemos desconsiderar as conquistas mundiais no Chile, em 1959 e em casa, 1963. Mas, sem dúvida esse feito foi heróico para Geração Oscar, e apontado por especialista como
o mais importante da história pela forma como as coisas aconteceram e a situação totalmente adversa. Um jogo, sem dúvidas, que entrou para a história do basquete mundial. No final do jogo, a imagem que jamais sairá da nossa memória: Oscar Schmidt (o Mão-Santa), cestinha do jogo ao lado de Marcel, chorava copiosamente como um menino, não acreditando no que tinha ocorrido. Naquele dia histórico, o Brasil faturou o ouro com Guerrinha, Marcel, Oscar Schmidt, Gérson e Israel. Além deles, se destacaram Pipoka, Rolando, Cadum, Mauri e Paulinho Villas-Boas, todos comandados por Ary Vidal. outubro de 2011 • FORÇA • 107
108 • FORÇA • outubro de 2011
Espaços
AFINIDADE..
A
finidade é um dos pou-
precisa de códigos verbais para se ma-
que está sentindo. É olhar e perceber...
cos sentimentos que
nifestar. Existia antes do conhecimen-
É mais calar do que falar, ou, quando
resistem ao tempo e
to, irradia durante e permanece depois
falar, jamais explicar: apenas afirmar.
ao depois. A afinidade
que as pessoas deixaram de estar jun-
Afinidade é ter perdas semelhantes e
não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
tas. Afinidade é ficar longe pensando
iguais esperanças. É conversar no si-
delicado e penetrante dos sentimentos.
parecido a respeito dos mesmos fatos
lêncio, tanto nas possibilidades exer-
E o mais independente também. Não
que impressionam, comovem ou mobi-
cidas quanto das impossibilidades vi-
importa o tempo, a ausência, os adia-
lizam. É ficar conversando sem trocar
vidas. Afinidade é retomar a relação
mentos, as distâncias, as impossibili-
palavras, é receber o que vem do outro
no ponto em que parou sem lamentar
dades. Quando há afinidade, qualquer
com aceitação anterior ao entendimen-
o tempo de separação. Porque tempo e
reencontro retoma a relação, o diálogo,
to.Não é sentir nem sentir contra...Nem
separação nunca existiram,foram ape-
a conversa, o afeto no exato ponto em
sentir para...Nem sentir por...Nem sen-
nas oportunidades dadas pela vida.
que foi interrompido. Ter afinidade
tir pelo...Afinidade é sentir com. Sentir
é muito raro. Mas quando existe não
com é não ter necessidade de explicar o
Artur da Távola outubro de 2011 • FORÇA • 109
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outubro de 2011 • FORÇA • 111
Espaços
Talentos Humanos, o maior patrimônio de qualquer organização
Q
ual a semelhança entre o Walt Disney World Company, a Microsoft e o Cirque du Soleil? Todos têm uma liderança presente e comprometida, possuem equipes de alta performance 100% motivadas que excedem extraordinariamente as expectativas de seus clientes, trazem dividendos para seus acionistas e alcançam o sucesso.Para chegar a este patamar, seus líderes comprometem-se com o desenvolvimento contínuo de seus talentos, conhecendo-os e fazendo com que cada um seja altamente produtivo naquilo
112 • FORÇA • outubro de 2011
em que se destaca por suas habilidades, num ambiente saudável de trabalho. Percebemos através destes e de outros tantos exemplos de sucesso, que não basta ter o melhor produto ou serviço se seu time não estiver trabalhando em prol de sua empresa, podendo ser sua vantagem ou sua desvantagem competitiva, dependendo de como você o trata. Por esta razão, o desenvolvimento de talentos humanos é cada vez mais necessário no cenário atual. Uma pesquisa da Gallup provou que a melhor forma de desenvolver pessoas - e obter o melhor retorno sobre investimento - é iden-
tificando a maneira como elas naturalmente pensam, sentem e se comportam como um indivíduo único, para depois, com base nesses dados, desenvolver sua melhor habilidade para desempenhar bem e consistentemente uma determinada tarefa. Segundo pesquisa realizada em 2002, 93% das pequenas não possuíam sequer mínima estrutura de RH e apenas 1,67% delas tinham programas permanentes de treinamento. De lá para cá, duvido que este número tenha mudado significativamente. E não tem jeito: comprometimento, garra, criatividade, foco nos clientes, boa
Espaços comunicação, liderança e trabalho em equipe não se compram apenas com bons salários. Pelo contrário. Numa pesquisa realizada entre gerentes de diversas empresas para conhecer o que mais os motivava numa organização, salário apareceu apenas no sexto lugar da lista. Outras condições, como ambiente de trabalho, carreira, reconhecimento, auto–realização, etc. vieram antes do dinheiro. Um plano eficaz de educação corporativa é recomendado para qualquer empresa que tenha o sucesso como meta. Seja através de consultorias especializadas ou em Universidades Corporativas, um primeiro passo deve ser dado em prol deste desenvolvimento. Muitas empresas dão este primeiro passo através de treinamentos vivenciais que desenvolvem habilidades e atitudes através da aprendizagem prática e lúdica. Neles, os participantes são expostos a uma série de situações e desafios
que, como metáforas da vida corporativa, promovem a aquisição e o aperfeiçoamento das competências essenciais para a estratégia da empresa. Um bom observador pode colher excelentes resultados com estes treinamentos já que os participantes mostram-se exatamente como são - sem máscaras ou comportamentos premeditados. Há dez anos os treinamentos vivenciais, normalmente, eram realizados de maneira “caseira” por pouquíssimas empresas com foco motivacional. Aos poucos, empresas estrangeiras chegaram ao Brasil com novas propostas e metodologias. Consultorias brasileiras foram envolvidas no processo de desenvolvimento e criação de programas estruturados utilizando a andragogia, conceito de educação voltada para adultos, e comportamentos corporativos como, por exemplo: liderança, trabalho em equipe, gestão de tempo, entre outros. O
interessante neste tipo de treinamentos é o envolvimento de todos os níveis hierárquicos da empresa pode participar, dependendo do objetivo desejado, o treinamento pode integrar toda a equipe. Treinamentos customizados para a empresa também são importantes para que a identidade, a “impressão digital” da empresa, seja transmitida. Treinamentos vivenciais também são excelentes para introduzir novas mensagens para seu time, reavaliar a equipe, relembrar questões importantes da organização ou ainda como parte de um programa costurado com a educação corporativa teórica. Após cada investimento, de qualquer tamanho ou natureza, em talentos humanos é gratificante perceber como o time realmente “veste a camisa” e traz o tão desejado sucesso. Andrea Medina
outubro de 2011 • FORÇA • 113
o mApA do tesouro
D
ardo, arco e flecha,
mos ainda: “Que sorte ela tem...en-
Realmente é um espetáculo que
zarabatana e tantos
controu o mapa da mina de ouro...
prende a atenção, por isto, digno
outros, são conside-
ou já encontrou o seu tesouro.” Em
de aplausos. Nos bastidores tive a
rados jogos de pre-
certa ocasião participei da organi-
grata satisfação de conversar com
cisão. Vence quem acerta o alvo,
zação de um campeonato mundial
um dos competidores que me falou
quem tem olhos de águia, técnica
de tiro, dando treinamento para
um pouco da rotina de treino e foi
apurada, entre outras característi-
todo o staff e tive a oportunidade
interessante perceber que a ferra-
cas. Mas será que os vencedores
de acompanhar, durante aquele
menta mais importante, que todos
nasceram com este dom? Aliás,
período, a maratona de treino dos
os atiradores carregam consigo, é
será que isto é dom? Quando ve-
atiradores ao se prepararem para
a determinação em fazer melhor a
mos um campeão fazendo algo
a competição. Estavam presentes
cada dia, em superar seus próprios
excepcional, geralmente dizemos:
grandes atiradores do mundo todo.
limites. Eles treinam horas segui-
“Nossa, essa pessoa tem o dom. E
Fiquei impressionada com a capa-
das, todos os dias, ou seja, seguem
se ela é famosa pelo que faz, dize-
cidade e a habilidade de cada um.
uma rotina rígida para atingir o
114 • FORÇA • outubro de 2011
Espaços objetivo. No caso deles, podemos
tissem tão motivados para correr,
ter objetivos, e no caso das compe-
dizer, para atingir o alvo. Em nos-
desistindo um a um, de forma que,
tições como jogos de precisão ou
sa conversa, algo, em especial cha-
se sobrasse apenas um corredor e,
corridas de fórmula I, os objetivos
mou-me a atenção; aquele compe-
este não tendo com quem compe-
individuais envolvem grandes in-
tidor me disse que todo o esforço
tir provavelmente não teria motivo
centivos financeiros, mas é no es-
para a competição está ,num con-
para correr. Desta forma não tería-
petáculo do coletivo que o grande
texto coletivo, em
show aconte-
apresentar o me-
ce. Então pre-
lhor campeonato
cisamos uns
para o público,
dos
ou seja, eles estão
E a pergunta
lá também pelo
é: Será que
prêmio(objetivo
estamos pre-
individual),
parados para
mas
outros!
não é o mais im-
isto?
portante. Pois ele
que estamos
me disse que o
com
prêmio só vale a
naquilo
pena se a apre-
realmente
sentação para o
impor tante?
público(objetivo
“Daí a cada
coletivo) for per-
um segundo
feita, pois sem pú-
suas
blico, não haveria
– (Mt 16-27)
tantos incentivos
Realizar
para
competir,
um verbo que
portanto sem in-
envolve ação,
Será foco que é
obras” é
centivos para competir, talvez não
mos hoje, o espetáculo dos grandes
portanto implica em fazer algo
houvesse nem competidores, e sem
prêmios que assistimos aos finais
para que o seu objetivo se concre-
competidores não haveria graça
de semana. Menciono estes exem-
tize, ou seja, se quer realizar algo,
nenhuma em jogar sozinho. A fala
plos a fim de fazer uma analogia
tem que necessariamente agir, sair
daquele competidor fez todo senti-
ao dia a dia de cada um de nós.
da zona de conforto, ter foco, de-
do. Pense numa corrida de Fórmula
Pois é certo afirmar que, dentro da
terminação, cercar-se das pessoas
I sem público; os corredores, sem
perspectiva individual, todos nós
certas, ter um objetivo em mente e
suas torcidas, talvez não se sen-
temos, ou pelo menos, deveríamos
segui-lo para acertar o alvo. Sigoutubro de 2011 • FORÇA • 115
Espaços nifica, portanto, fazer uma análise
as, ou através da leitura de livros
acontece. Muitas dizem: “Não é
criteriosa de onde você está (seu
ou ainda através do estudo da
possível, o mundo conspira contra
estado atual) para determinar o
tendência comportamental desta
meus planos.” Existe, no entanto,
caminho a ser percorrido até onde
década, percebo que, existe um
um fator que contribui de forma
você quer chegar (seu estado dese-
grande contingente de pessoas em
determinante para se conseguir
jado). Existe um processo valioso
busca de objetivos, mas muitas de-
alcançar objetivos com êxito. É
de 10 passos para atingir objetivos.
sistem no caminho, alegando que,
um fator, aliás, muito antigo, ex-
Vale a dica.
apesar de todo esforço, apesar de
tremamente valioso, mas pouco
Ouvindo o relato de várias pesso-
seguir critérios, planejar, nada
utilizado, ou melhor, utilizado por
Faça isto por escrito 1. Primeiro faça uma avaliação sincera de onde você está hoje (o seu estado atual) 2. Em seguida, reflita sobre onde você quer chegar (o seu estado desejado) 3. Pergunte-se: como saberei que atingi o objetivo? Quais evidências me comprovarão isto? 4. Em que contexto você quer que aconteça? Onde, quando, com quem?... 5. Como este objetivo afetará sua vida? O que será somado, o que será subtraído? 6. O que hoje impede de já ter acontecido? 7. Qual recurso já possui e qual ainda necessita para atingir seu objetivo? 8. Quais as objeções possíveis? Como pode lidar com elas de forma proativa? 9. Partindo para a ação: Qual o primeiro passo (visão)? 10. Qual a sequência de ações a ser realizadas (ação)?
116 • FORÇA • outubro de 2011
Espaços
poucos!!! E se você quer realmen-
compreendermos este simples fa-
que é a chave para abrir o baú;
te usufruir deste fator, coloque-se
tor, na mesma proporção come-
desta forma, o mapa do tesouro,
à disposição. O que isto significa?
çamos a perceber e a usufruir da
Alteridade é a palavra de ordem
grande mudança em nossa vida
são as pessoas que você envolve
desta década. Significa: capacida-
pessoal, profissional, emocional,
de genuína de se colocar no lugar
relacional..enfim...EXPERIMEN-
do outro, fazer algo pelo outro e
TE! Saia agora da sua zona de
al ou profissional, aliás, é dentro
para o outro. Afinal de contas vi-
conforto, convide pessoas para fa-
das empresas, no nosso trabalho
vemos em sociedade, ninguém
zer parte de sua vida, coloque-se
onde passamos a maior parte do
consegue viver absolutamente só.
à disposição, compartilhe o mapa
Sentimo-nos felizes, ou pelo me-
do tesouro para que, ao lado das
tempo, e onde precisamos convi-
nos deveríamos nos sentir, quando
pessoas que ama, encontre toda
podemos fazer algo para alguém...
riqueza contida dentro deste gran-
Este é o princípio da alteridade!
de baú, que é a vida. À propósito.
Você recebe do mundo exatamen-
Você sabe qual é o tesouro? O te-
envolve o coletivo, mas ela come-
te aquilo que oferece ao mundo.
souro à qual me refiro é a GRATI-
ça sempre no individual, ou seja,
Pense sobre isto!!! À medida que
DÃO, que traz consigo o AMOR,
a partir de você! PRATIQUE!
neste seu processo de busca, sejam elas do seu convívio pesso-
ver de forma proativa, para que todos tenham êxito. Gratidão, portanto, é um sentimento que
outubro de 2011 • FORÇA • 117
Espaços
EVOLUÇÃO DA GESTÃO EMPRESARIAL Por: Prof. Carlos Alberto Rocha
E
xiste uma “lenda” que as pessoas que encontraram com Peter Drucker, de alguma forma, tiveram suas vidas transformadas em algum aspecto. Eu não conheci Peter Drucker pessoalmente, mas assim que tive contato com suas ideias e ideais sobre a Gestão Empresarial e Liderança, minha vida profissional evoluiu para melhor. O que mais me impressionou na vida de Peter Drucker não foi sua 118 • FORÇA • outubro de 2011
obra (embora seja fantástica, pois escreveu mais de 30 livros sobre negócios e sociedade em geral) que me influenciou. Foi sua missão de consultor e professor que me inspirou em mudar totalmente minha vida profissional e conduzi-la para um aprimoramento constante, com o objetivo principal em compartilhar e melhorar a vida, dos alunos, dos profissionais e das empresas que mantenho contato diariamente. Com objetivo de auxiliar as
Organizações na identificação do seu modelo evolutivo de gestão empresarial, e baseado no conceito do “mestre” Peter Drucker, fiz uma associação da evolução da gestão empresarial com a adoção e evolução para um Sistema Integrado de Gestão e suas respectivas normas. Abaixo apresento as definições dos conceitos de Drucker, acrescentando minha experiência acadêmica e prática em Gestão Empresarial:
Espaços Eficiência: Medida do rendimento individual dos componentes do sistema. É fazer certo o que está sendo feito. Refere-se à otimização dos recursos utilizados para a obtenção dos resultados. A eficiência envolve a forma como uma atividade é feita. Assim podemos produzir um produto com eficiência, isto é, rapidamente, com baixos custos, etc., mas que não é adequado, por exemplo, ao contexto e à situação econômica das pessoas. Definição de Eficiência na Qualidade: Relação entre os resultados alcançados e os recursos usados.
que épreciso ser feito. Refere-se à contribuição dos resultados obtidos para alcance dos objetivos globais da Empresa. Enquanto a eficiência envolve a forma com que uma atividade é feita, a eficácia se refere ao resultado da mesma. Pode-se produzir algo interessante ao mercado, mas, se a produção deste produto não for feita com eficiência, muitas vezes o resultado final não será apropriado. Definição de Eficácia na Qualidade: Extensão na qual as atividades planejadas são realizadas e os resultados planejados são alcançados.
quando as tarefas que a mesma tem que desempenhar são realizadas com eficácia e com eficiência. Paulo Sandroni, em 1996, resume bem essa idéia: “Fazer a coisa certa de forma certa é a melhor definição de trabalho eficiente e eficaz”. Efetividade: Refere-se à relação entre os resultados alcançados e os objetivos propostos ao longo do tempo. Resumindo Efetividade é: Manter-se no mercado; Apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo (permanentemente).
Uma Organização consegue atingir plenamente seus objetivos
A efetividade representa a capacidade de a Empresa coordenar constantemente, no tempo, esforços e energias, tendo em vista o alcance dos resultados globais e a manutenção da Empresa no ambiente. Portanto, para que a Empresa seja efetiva, é necessário que ela, também, seja eficiente e eficaz.
Mesmo com recursos limitados
gestão para o século XXI.
sentes ou futuros da organização
é possível avaliar a Empresa que
Stakeholder: Pode ser definido
em questão.
atua dessa maneira e uma das
como qualquer instituição, pessoa,
Exemplos de Stakeholders: Mí-
características é atender ao pla-
grupo de pessoas, formal ou infor-
dia, Opinião Pública e colabora-
nejamento estratégico e também
malmente organizado, que tenha
dores; Vizinhos; Associações de
o atendimento dos interesses dos
algum tipo de interesse que possa
classes ou comunitárias; Forne-
stakeholders (partes interessadas),
afetar ou ser afetado pelo funcio-
cedores e clientes; Representan-
uma vez que o crescimento sus-
namento, operação, comercializa-
tes; Segmento de Mercado e Públi-
tentável é a uma das estratégias de
ção, desempenho, resultados pre-
co em Geral.
Resumindo Eficiência é:Fazer as coisas de maneira adequada; Resolver problemas; Salvaguardar os recursos aplicados; cumprir o seu dever e Reduzir os custos Eficácia: Medida do rendimento global do Sistema. É fazer o
Resumindo Eficácia é: Fazer as coisas certas; Produzir alternativas criativas; Maximizar a utilização de recursos; Obter resultados e Aumentar o lucro.
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Espaços
120 • FORÇA • outubro de 2011
Espaços
RENOVAÇÃO DA FRENTE PARLAMENTAR
A
Frente Parlamentar em Defesa do Setor Têxtil e de Confecções do Estado de São Paulo foi relançada no dia 29/08, com a coordenação do deputado estadual Chico Sardelli (PV). O fortalecimento da cadeia têxtil, combatendo a entrada desenfreada dos importados, a guerra fiscal entre os Estados e buscando a redução de impostos, está entre os seus principais objetivos.Outra reivindicação apresentada aos de-
121 • FORÇA • outubro de 2011
putados pelo diretor da Fiesp, Elias Miguel Haddad, é buscar junto ao governador a permanência da alíquota de 7% do ICMS por tempo indeterminado e não apenas até 2012. A Frente Parlamentar existe desde 2007 e foi relançada atendendo resolução da Alesp para adequação de sua composição. O evento contou com a presença de representantes de entidades patronais e dos trabalhadores, vereadores e secretários municipais, inclusive com a presença do prefeito de Santa Bárbara d’Oeste Mário Heins. O deputado Chico Sardelli apresentou como proposta a realização de reuniões mensais da Frente Parlamentar com as entidades representativas para definição de um plano de trabalho e o encaminhamento das reivindicações do setor. “Continuaremos trabalhando intensamente para melhorar as condições de competitividade de nossa indústria, criar condições isonômicas diante dos produtos importados , consequentemente, a geração de novos postos de trabalho. Essa Frente outubro de 2011 • FORÇA • 121
Espaços Parlamentar está engajada e ativa na luta pelos interesses do setor têxtil e de confecções e dos nossos trabalhadores”, destacou. Sardelli disse que a Frente Parlamentar continuará atuando junto aos órgãos competentes do governo, apresentando as demandas que precisam ser tomadas para que não haja maiores conseqüências para o setor. “O Estado de São Paulo é um grande produtor têxtil, mas infelizmente vem perdendo força devido à entrada dos importados e da guerra fiscal entre os Estados. Também é um dos mais atingidos com a desvalorização do dólar”, observou. O presidente do Sinditec, Fábio Beretta Rossi, lembrou que pelo trabalho da Frente Parlamentar o setor conquistou uma de suas maiores vitórias: a redução da alíquota do ICMS de 12% para 7%, no ano de 2010, e a prorrogação desse benefício até dezembro de 2012. Ele apresentou como sugestão para essa
nova composição da Frente buscar apoio do governador Geraldo Alckmin contra a guerra fiscal entre os Estados, a fiscalização de portos e rodovias para barrar produtos importados sem nota e a capacitação da mão-de-obra. “Não vamos desistir, mas lutar pela competitividade e continuar produzindo o tecido que veste o Brasil”. Cláudio Peressim, presidente do Sindicato dos Trabalhadores, também fez uso da palavra e em seu discurso fez duras críticas ao empresários que, ao invés de lutar pela defesa do setor, optam por pararem suas máquinas e importarem produtos estrangeiros. Citou ainda, e classificou como ofensivo a todos da frente, a questão das palestras em Americana, onde o tema principal era “como importar produtos chineses e lucrar com isso”. Peressim defendeu também a criação de impostos para produtos estrangeiros para que compitam de igual para
igual com os produtos produzidos em território nacional. Sugeriu ainda a paralisação de vias importantes de transporte, como a Anhanguera e a Bandeirantes. Ainda em sua fala ressaltou a importância do estado de São Paulo na produção têxtil e cobrou melhores relações com outros estados brasileiros para que o produzido nessa região consiga atingir todo o país. Peressim fez uma analogia, comparando o setor têxtil a um paciente internado em uma UTI, onde não adianta ser tratado com “Melhoral” ou analgésicos, tem que ser tratado com “remédios amargos”, ou seja, a defesa do setor tem de ser levada em diante com medidas mas agressivas e eficientes. Para assistir na íntegra o discurso de Cláudio Peressim na renovação da Frente Parlamentar, acesse o seu blog através do endereço: www.blogdoperessim.tk.
Participantes de Americana e Santa Bárbara prestigiam o relançamento da Frente Parlamentar. 122 • FORÇA • outubro de 2011
Saúde
A dieta do abdômen Especialista conta o segredo para a barriga sequinha em seis semanas
T
er o abdômen sequinho em seis semanas sem fazer milagre está ao alcance de todos os mortais. Sim, em seis semanas é possível deixar a barriga durinha e, quem diria, com zero de gordura. Quem propõe o desafio do abdômen definido em pouco mais de um mês é o escritor David Zinczenko, editor-chefe da revista Men´s Health — a bíblia do fitness nos Estados Unidos — e autor do livro A Dieta do Abdômen. O segredo está nos alimentos e nada melhor do que alguém com conhecimento de causa para mostrar que é possível queimar calorias através da digestão. Ex-gordinho, David sabe como ninguém que as 123 • FORÇA • agosto de 2011
fórmulas milagrosas só servem para enganar os ingênuos. Por isso, propõe um plano inteligente e eficiente de dieta e fitness. O autor recorre às pesquisas científicas de ponta para selecionar 11 alimentos superpoderosos, defensores da barriga sequinha e da saúde — como feijão, aveia, iogurte, pão integral, ovo e azeite. São produtos fáceis de encontrar, gostosos e que não pesam no bolso. Ao mesmo tempo, concentram as melhores fontes de proteína, fibra, gorduras saudáveis e nutrientes que ajudam a combater a gordura. “Os alimentos do cardápio foram selecionados para estimular a queima de calorias a partir da digestão”, diz David. A intenção do autor
de A Dieta do Abdômen é ensinar a população norteamericana, a mais obesa do mundo, a comer direito. Ele é contra a contagem de calorias. “Estão criando comunidades de gorduchos que idolatram uma entidade que parece ser onipresente: a caloria”, diz. Segundo ele, o grande problema da contagem é que ela desanima, principalmente quando fazemos a relação entre o que se ganha com a comida com o que se perde com a ginástica. Quer dizer, precisamos malhar muito para queimar um pouco. Ele também não propõe um regime rígido, mas sugere um cardápio para ser seguido por seis semanas. O segredo é como você vai utilizar esses outubro de 2011 • FORÇA • 123
Saúde
124 • FORÇA • outubro de 2011
Saúde alimentos. David propõe que no mínimo dois ou três deles sejam colocados nas refeições principais. Sim, sabemos que você não tem tempo para cozinhar, por isso as sugestões são rápidas, com muito sanduíche e shake. As refeições contam com um extra de proteína para turbinar sua musculatura com a ajuda da malhação, é lógico. “Nossos músculos são
um mecanismo natural de queima de gordura”, diz David, para explicar por que ele dá ênfase aos exercícios com peso, aqueles que aumentam a massa magra. Músculos consomem muitas calorias, ao contrário da gordura, que na detestável forma de barriguinha, pneu, culote, fica em estoque esperando que o organismo precise de uma dose extra de energia. Mas isso
infelizmente não acontece por milagre: você tem que fazer a sua parte e malhar. Antes que diga que não tem
5 segredos para manter as curvas no devido lugar
mico elevado, como o pão, é ingerido junto com a gordura, caso da manteiga, esta última acaba não sendo queimada como fonte de energia, pois a corrente sanguínea está repleta de açúcar. Resultado: ela vai direto para as reservas, como a localizada no abdômen. • Se beber, não coma: O álcool também provoca o acúmulo de gordura. O organismo o considera um veneno e tenta eliminá-lo. O fígado pára de processar todas as outras calorias enquanto se ocupa da bebida. Qualquer alimento ingerido junto com o álcool provavelmente vai virar gordura. O ideal é comer antes de beber. E nunca exagerar nos drinques, claro.
• Stress, além de tudo, dá barriga: O cortisol, hormônio que liberamos em maior quantidade quando estamos estressadas, provoca reações químicas que fazem com que a gordura se acumule exatamente no abdômen. Socorro!
• A vez da proteína magra: As estatísticas mostram que quem segue um cardápio rico nesse nutriente queima duas vezes mais gordura abdominal do que quem vive à base de massa. • O perigo mora no pacote: A gordura trans – ou vegetal hidrogenada — estufa a barriga e enfraquece o coração. Ela está presente no biscoito, salgadinho, bolo e sorvete, entre outros alimentos industrializados. Fique de olho no rótulo! • Pão com manteiga, esse vilão: Quando um carboidrato com índice glicê-
tempo, saiba que David, ancorado no que há de mais moderno na ciência, propõe treinos superenxutos. “Estudos comprovaram que não é preciso fazer exercícios horas a fio para obter resultado”, diz.
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Orações
SALMO 23 1. O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. 2. Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranquilas. 3. Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome. 4. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. 5. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda. 6. certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias.
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