Jornada de Renovação (Journey of Renewal, Portuguese)

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do Exército de Salvação



do Exército de Salvação


Primeira edição 2016 Copyright © 2016 O General do Exército de Salvação, incluindo textos, diagramas, arte e imagens Diagramação: James Gardner e Berni Georges Um registro de catálogo deste livro está disponível na Biblioteca Britânica. As referências bíblicas são da Nova Versão Internacional, exceto onde outra tradução está indicada entre parênteses. As referências ao Manual de Doutrinas do Exército de Salvação são da edição 2010 (em inglês). As referências aos Cânticos são do Cancioneiro do Exército de Salvação (1999). Publicado por Salvation Books Exército de Salvação Quartel Internacional 101 Queen Victoria Street, London EC4V 4EH, United Kingdom Para mais informações, por favor, visite www.salvationarmy.org/accountability Impresso e encadernado no Reino Unido por Page Bros Ltd


Jornada de Renovação: Convite do General

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Introdução: Como utilizar este livro 9 13 1 Jornada de Renovação – Uma história real 2 Jornada de Renovação – Criando um Movimento de Prestação de Contas 19 3 A Estrutura de Prestação de Contas da Missão

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4 Pessoas 33 5 Paixão e Espírito

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6 Propósito 45 7 Plano

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8 Progresso 61 9 Procedimentos e Sistemas 10 Respondendo perguntas em conjunto – usando a facilitação baseada na fé

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11 Mudando a Cultura 81 Glossário de Termos

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omo líder internacional, estou convicto em chamar o Exército de Salvação a uma renovação espiritual e missional. Em um mundo de valores transitórios, devemos ser pessoas de integridade e vitalidade espiritual, fiéis e dinâmicas na missão. Devemos querer prestar contas de nossas ações e atitudes ao participar da missão de Deus de transformar o mundo. Devemos estar prontos a aprender com nossos sucessos, mas também com nossas falhas. A fim de lidar com essas questões, convido a todos ligados ao Exército de Salvação que façam parte do movimento de prestação de contas. O que queremos dizer com “prestação de contas”? Significa mais do que prestar contas do dinheiro. É um processo que requer que cada pessoa seja um bom mordomo em cada aspecto da vida. Isso inclui prestar contas àqueles que têm autoridade sobre nós, mas também às pessoas que nos apoiam, são beneficiadas ou compartilham do nosso trabalho. A prestação de contas permite uma maior integridade pessoal e corporativa; mais aprendizagem com os sucessos e falhas; respeito a todas as pessoas; uma mordomia mais efetiva de todos os recursos; o desejo de relatar, explicar e responder pelas consequências. Não se trata de algo novo, mas as vozes que clamam por prestação de contas estão cada vez mais fortes e enfáticas. Indivíduos, governos, empresas e organizações estão sendo observados de perto. Por exemplo, A prestação de contas foi posta no cerne dos novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável adotados pelos 193 estados membros das Nações Unidas em setembro de 2015. Seremos chamados a prestar contas de nossas ações neste mundo e no próximo. Não devemos nos apoiar em uma reputação construída por gerações de salvacionistas dedicados e corajosos, que vieram antes de nós. Foi-nos dado um fundamento sólido nos últimos 150 anos, mas agora precisamos seguir adiante. Os salvacionistas e aqueles que trabalham conosco estão certos ao esperar mais prestação de contas, transparência e boa administração de nossos recursos. As pessoas querem saber para onde vamos – agora. Não é suficiente nos basearmos em conquistas do passado. As pessoas simplesmente perguntam: “quero ver a diferença que você está fazendo – agora!”. 5


Em alguns lugares do mundo as falhas do passado estão nos perseguindo. Não é fácil lidar com isso. É doloroso e precisamos fazer de tudo para não cometer os mesmos erros no futuro. Precisamos reaprender os valores do evangelho: integridade, serviço e transparência. Vários lugares do Exército já estão colhendo os frutos por ingressarem - e permanecerem - nessa jornada de renovação. Eles se tornaram responsáveis pelo futuro, tanto diante de Deus como uns dos outros. Quando vivemos nossa vida em santidade, no poder do Espírito Santo e no amor de Cristo, todos veem a diferença de forma clara. Nesses lugares, o progresso na grande missão de Deus de “salvar almas, edificar os santos e servir a humanidade sofredora” tem sido excelente. Encorajo cada pessoa ligada ao Exército de Salvação a ler este livro e utilizar o Modelo de Prestação de Contas da Missão. Oro para que, como resultado do Movimento de Prestação de Contas, o Exército de Salvação vivencie um novo momento em missão e em santidade de vida. Oro para que sejamos mais como Jesus em cada dimensão do nosso viver. Que Deus nos ajude a tornar isso uma realidade em cada lugar do Exército de Salvação. General André Cox Junho de 2016

PARA REFLEXÃO 1. Por que a prestação de contas está se tornando uma questão cada vez

mais importante no mundo? 2. Por que o General está convocando todos ligados ao Exército de Salvação

a serem mais responsáveis por meio de uma jornada de renovação? 3. Como esse convite do General pode se tornar relevante, e até urgente,

onde você está – em seu corpo, instituição, equipe, divisão, território ou outra expressão do Exército de Salvação? 4. De que forma a prestação de contas – conforme definida pelo General – é

relevante em sua vida? 6


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ste livro oferece um recurso simples e flexível para fortalecer a cultura de prestação de contas em todas as partes do Exército de Salvação. Ele ajudará a facilitar um maior dinamismo e vitalidade espiritual do Exército e de sua missão ao redor do mundo. Ele introduz elementos chave do Movimento de Prestação de Contas e nos ajudará a continuar caminhando nessa importante jornada. O livro será traduzido para os vários idiomas falados pelos Salvacionistas ao redor do mundo. A mensagem central do livro é que um movimento forte e vibrante de prestação de contas no Exército de Salvação está ligado a uma profunda experiência de renovação espiritual e missional. Não há como se ter uma sem a outra. Isso requer que tenhamos a visão e a energia para prestarmos contas e também sermos comprometidos e intencionais em nossa jornada com Deus. Essa é uma verdade tanto no âmbito pessoal quanto no corporativo. Cada um de nós deve fazer um balanço pessoal, mas também devem fazer os corpos, centros sociais, equipes, liderança, divisões e territórios. Cada um de nós, em todos os lugares, pode ser responsável pelo futuro do Exército de Salvação, espiritual e missiologicamente. Somos lembrados disso em várias partes deste livro.

Quem deve ler este livro e por quê? Jornada de Renovação se propõe a ajudar a todos ligados ao Exército de Salvação – aderentes, soldados e jovem soldados, voluntários, funcionários, amigos, doadores, conselheiros, oficiais, parceiros de negócios e outros – a descobrir o que Deus quer de nós e ser capaz de explicar para onde estamos indo, como chegaremos lá e que diferença estamos fazendo. Quando fazemos isso, estamos prestando contas. O Exército de Salvação será um membro ainda mais efetivo do Corpo de Cristo servindo no mundo e as pessoas serão inspiradas e influenciadas pelo evangelho.

Breve resumo Jornada de Renovação foi escrito para ser usado em todas as partes do mundo e em todos os contextos. O “convite” do General e o capítulo 1, “Uma história real” de 10


renovação e prestação de contas são pontos iniciais importantes. Eles nos levam a pensar mais intencionalmente na saúde de nossa vida e missão espiritual exatamente onde estamos. As perguntas ao final do “convite” e a “história real” nos ajudam a perceber como a renovação e a prestação de contas podem ser uma jornada vital para todos nós. Exemplos retirados da “história real” no decorrer deste livro ajudam a ilustrar conceitos importantes de prestação de contas conforme eles são mencionados. No capítulo 2, o livro oferece um panorama histórica do Exército de Salvação prestando contas de sua vida e missão contínuas. Mas o desafio real deste capítulo é sobre como fazemos isso num mundo bastante diferente do século 21. O capítulo e as perguntas de reflexão ao final nos ajudam a ver e responder essa diferença crítica.

Estrutura de Prestação da Contas da Missão Nos capítulos 3 a 9, Jornada da Renovação introduz e descreve a Estrutura de Prestação de Contas da Missão (EPCM), a ferramenta primária do Movimento de Prestação de Contas. As seis dimensões da EPCM fornecem a base para uma revisão da prestação de contas. Podemos usá-lo individualmente para verificar se estamos sendo fiéis e efetivos em nossa jornada. Podemos também utilizar a EPCM para fazer uma avaliação com um mentor ou amigo. Também pode ser usado em equipes ou grupos de pessoas. A eficácia da EPCM em nos ajudar está em suas perguntas. São questões desafiadoras: QQ

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Como são meus relacionamentos com as pessoas? Qual o meu propósito na jornada que está sendo revista? O que estou tentando alcançar? Será que tenho um plano? É um plano viável? Será que ele precisa ser atualizado? Que resultados estou obtendo na jornada? Estou utilizando todos os sistemas e procedimentos disponíveis para me ajudar em minha jornada? E o mais importante, como estão meus níveis de energia – física, emocional e espiritual? Estou sendo diariamente renovado?

A EPCM não oferece respostas; ela faz perguntas. As respostas ao redor do mundo vão variar, mas estas são perguntas importantes para todos. 11


As referências sobre a “história real” no capítulo 1 na verdade expandem a história, servindo de inspiração para os leitores sobre como os conceitos de prestação de contas discutidos em cada área podem se tornar uma realidade na linha de frente da missão. As leituras bíblicas e cânticos incluídos em cada dimensão podem ser usados em devocionais ou retiros, por indivíduos ou grupos para refletir em sua jornada. Outros recursos espirituais e devocionais podem ser incluídos conforme necessário. Líderes, facilitadores e praticantes da missão são encorajados a pensar criativamente sobre o uso dos recursos disponíveis. A EPCM pode ser usada por um grupo de pessoas para revisar um programa ou atividade. Os processos oficiais de prestação de contas do Exército de Salvação podem usar a EPCM para estruturar revisões, auditorias e revisões pessoais em nível territorial, divisional, dos corpos e unidades sociais. A EPCM pode ser usada para verificar que as revisões existentes cubram todas as seis perguntas-chaves e fazer as perguntas corretas. Jornada de Renovação também encoraja o uso da ferramenta de Facilitação Baseada na Fé (veja o capítulo 10) para ajudar a responder as perguntas em cada dimensão da EPCM. Por exemplo, é importante ter um bom processo ao desenvolver um plano. As questões que surgem a partir das perguntas da EPCM devem ser descritas e analisadas; devem ser refletidas à luz da Bíblia e da experiência do Exército e da igreja como um todo. Deve-se ouvir o Espírito Santo em nosso planejamento e em cada estágio de nossa jornada de renovação. Como cantou o salmista milhares de anos atrás: ‘‘Se não for o Senhor o construtor da casa, será inútil trabalhar na construção. Se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda’’ Salmos 127:1

Conforme o Movimento de Prestação de Contas se espalha ao redor do mundo, os recursos e lições aprendidas serão compartilhadas pela internet. Acesse www.salvationarmy.org/accountability Você também pode acessar www.facebook.com/salvationarmyam e participar da página do Facebook “The Salvation Army’s Accountability Movement” para receber informações atualizadas.

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s tenentes Bram e Eva* estavam no segundo ano de sua primeira nomeação como oficiais dirigentes, responsáveis pela missão do Exército de Salvação em uma cidade chamada Richmond*. A população da cidade girava em torno de 20 mil pessoas, fora as que viviam em vilarejos ao redor da cidade. Bram e Eva eram novos tenentes dedicados e com uma grande visão. Suas vidas, e a de seus filhos, haviam sido transformadas quando encontraram Jesus Cristo e colocaram tudo nas mãos de Deus. Eles experimentaram a transformação das trevas para a luz, de buscas materiais a profundezas espirituais, de uma vida medíocre para uma vida de esperança e propósito. Eles queriam tal transformação para o povo de Richmond. Assim que chegaram perceberam que o Corpo de Richmond não estava pronto para uma visão tão ampla. Era necessário um trabalho de preparação nos corações e mentes das pessoas para que se engajassem na dinâmica missão cristã. Apesar de terem por mais de 100 anos um bom relacionamento com a comunidade, o governo local e os líderes da comunidade, a média de assistência das reuniões nunca ultrapassava 50 pessoas. Por quê? Eles se perguntavam. De fato, os tenentes não entendiam por que questões sobre o impacto da missão e a utilização dos recursos não haviam sido tratadas com seriedade. Por que as pessoas não percebiam a importância de serem responsáveis perante Deus por seu papel na missão? Os tenentes não deixaram essas coisas os incomodarem muito. Eles começaram sendo intencionais nos relacionamentos. Desenvolveram relacionamentos com as pessoas do corpo, o que incluiu o planejamento de um retiro para pensar no que as pessoas queriam que seu corpo se tornasse e como isso iria acontecer. Eles também pensaram sobre a comunidade, suas características e o que teriam de fazer para ver a vida das pessoas transformadas por Jesus. Os tenentes também organizaram um treinamento sobre as implicâncias da liderança em equipe, tanto individualmente como para o grupo. O treinamento regular e a aprendizagem em conjunto foram cruciais para o processo de mudança que gradualmente passou a acontecer.

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O novo grupo de líderes passou a assumir a responsabilidade pelo futuro do corpo, a falar com os outros sobre isso, e uma nova visão nasceu e ganhou espaço. Os tenentes Bram e Eva pregavam a partir da Palavra de Deus sobre o propósito do Corpo, baseando-se no exemplo de Jesus que, como eles costumavam dizer, nos ajuda a viver, respirar e compartilhar os valores do Reino de Deus em todas as áreas da vida. As pessoas do corpo, que há muito tempo não eram desafiadas, que viam oficiais chegando e saindo, começaram a pensar que algo diferente seria possível. O prédio do Corpo estava em péssimas condições. Precisava de uma reforma ou substituição com urgência. Novamente os tenentes se perguntavam por que a propriedade havia ficado tão deteriorada. Será que ninguém se importava? No entanto, algo maravilhoso aconteceu logo após eles compartilharem suas preocupações com os membros do Corpo. Uma propriedade foi disponibilizada do outro lado da cidade, em uma área com muitas moradias novas, e o Exército comprou essa propriedade. A venda do prédio antigo do Corpo que ficava em uma área central de negócios em Richmond, somada a uma arrecadação local e o apoio do quartel territorial (QT), tornou possível a efetivação da compra. Houveram algumas queixas sobre a mudança, mas a maioria das pessoas estava animada. Algo diferente não apenas era possível, mas estava acontecendo. O novo prédio do corpo era maior e com mais potencial para servir a comunidade. No começo do segundo ano dos tenentes, o Corpo havia se mudado para a nova localidade, pessoas novas passaram a vir às reuniões de domingo e outras atividades do corpo começaram a acontecer. As pessoas da comunidade começaram a notar que algo estava acontecendo no Exército de Salvação. As coisas progrediram bem rápido, quase como se um milagre tivesse acontecido. No entanto, o tenente Bram sentia que faltava algo. Ele sentia que a mudança ainda era algo frágil e passou a buscar a Deus como nunca havia feito antes. A preocupação de Bram é que havia pouca evidência da transformação de Jesus na vida das pessoas. Era ótimo ter um novo prédio, mas o que era necessário para que o prédio se enchesse de pessoas encontrando nova vida e esperança em Cristo? Ele havia experimentado a nova vida em Jesus e desejava muito que o mesmo acontecesse com outros. Algumas semanas depois, o tenente Bram foi a uma conferência. Um dos palestrantes falou diretamente ao seu coração. “Foi com a espada do Espírito atingindo minha mente e meu coração”, disse Bram. Zacarias 4.6 se tornou um versículo importante: “‘Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos”. E também Efésios 6.10-18, que termina com uma poderosa 15


declaração: “Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica”. De repente, ficou claro para o tenente Bram: a missão do Exército de Salvação é uma missão espiritual que requer poder, energia e visão espiritual para direcionála. As coisas estavam fora do lugar, ele pensou. Muito foco em fazer o trabalho e pouca ênfase em orar e conhecer a pessoa e o poder do Espírito Santo para fornecer a energia. Os membros do corpo estavam apaixonados pelo Exército e sua história – mas não tinham amor suficiente por Deus. O tenente Bram percebeu que as pessoas precisavam aprender a amar a oração, pela qual o Espírito Santo prepara nosso espírito para a missão dinâmica. Bram sabia que tal oração precisava incluir a oração de “guerra”, em que uma igreja identifica e ora poderosamente contra as fortalezas que cegam as pessoas em relação a sua necessidade de Deus. Ele percebeu que o Corpo de Richmond, e provavelmente muitos outros Corpos que ele frequentou no passado, não estavam vivendo plenamente. Parecia que ninguém havia parado para fazer um check-up espiritual, ninguém havia se perguntado por que as pessoas não tinham uma real paixão por Deus. Quando voltou da conferência, era como se Bram estivesse em fogo, e o fogo começou a se espalhar. Ele pregou sobe o poder da oração em relação a missão, incluindo a oração de guerra, por 10 semanas seguidas. A tenente Eva foi influenciada e começou a encorajar as mulheres do Corpo a se aprofundarem em Deus. Grupos de oração e estudo bíblico começaram a surgir pela cidade, inclusive bem cedo pela manhã. Uma nova alegria em conhecer Jesus atingiu o Corpo e as pessoas não podiam mais guardar isso para si mesmas. Muitas pessoas começaram a chegar até Jesus e o Corpo cresceu rapidamente durante os dois anos seguintes. O grupo de jovens se tornou ativo e jovens das escolas de ensino médio começaram a frequentar o Corpo e encontrar nova vida e esperança em Cristo. Vários dos novos membros eram músicos e a adoração do Corpo foi transformada. Os dízimos e ofertas cresceram, não apenas porque o número de pessoas aumentou, mas porque as pessoas simplesmente queriam ofertar mais. Testemunhos sobre a transformação em Cristo eram constantemente ouvidos.

Prestação de Contas da Missão – Uma Jornada de Renovação A história de mudança do Corpo de Richmond é real. É uma história encorajadora e compartilhamos como você porque, nesses dias desafiadores do presente século, Deus espera que o Exército de Salvação como um todo inicie uma jornada de renovação 16


espiritual e missional. Essa é a essência do Movimento de Prestação de Contas. Não tem a ver primeiramente com dinheiro, sistemas ou regulamentos – tem a ver com a renovação espiritual e missional. Nenhuma parte do Exército de Salvação é perfeita. Todos nós podemos ser mais efetivos para Deus se estivermos dispostos a participar de uma jornada de renovação. Esse livro, e o movimento de prestação de contas que ele introduz, almeja criar uma missão saudável e sustentável em cada área do Exército de Salvação – e na vida de cada pessoa – missão que impacta nosso mundo com o amor e a poder de Deus em Cristo. Jornada de Renovação introduz o modelo de prestação de contas da missão, por meio do qual podemos ser responsáveis pelo impacto de nossa missão de forma contínua. Ele nos ajuda a fazer as perguntas certas e nos sentirmos seguros ao fazê-las. Nos capítulos de Jornada de Renovação que descrevem o modelo de prestação de contas da missão você encontrará referências à história do corpo de Richmond, mostrando claramente como a renovação e a prestação de contas da missão estão intrinsecamente ligadas e são vitais para o Exército de Salvação em todos os lugares. * Nomes e lugares fictícios

PARA REFLEXÃO 1. Que parte dessa história real você achou mais interessante? Você já

vivenciou algo parecido, um momento em que o Espírito de Deus renovou seu povo? 2. Houve no Corpo de Richmond várias atitudes por parte dos oficiais e da

liderança de se tornarem mais responsáveis pela vitalidade do Corpo. Quais foram essas atitudes? Como elas estão relacionadas com o Exército de Salvação em sua localidade, seja um Corpo, instituição, equipe, divisão, território ou outra expressão do trabalho do Exército de Salvação? 3. Quais atitudes e comportamentos mudaram nessa história? Quais

mudanças talvez sejam necessárias onde você está?

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EM 2015 COMPLETOU-SE 150 ANOS desde que o Exército de Salvação começou seu trabalho como Missão Cristã para o Leste de Londres. Capacitados pelo Espírito Santo, um movimento de pessoas varreu a Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda. Mulheres, homens, meninos e meninas ingressaram no Exército aos milhares. Vidas foram transformadas. Comunidades foram mudadas. O movimento do Exército de Salvação logo se espalhou pelo mundo. Os primeiros salvacionistas viveram, respiraram e pregaram a mensagem de salvação ilimitada para todos. Eles eram profundamente comprometidos e fizeram incríveis sacrifícios para proclamar o evangelho.

Expansão Internacional do Exército Ano

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O Exército de Salvação continuou marchando. Como mostra a tabela a seguir, a expansão do Exército em termos de cidades era consistente – e acelerou mais a partir de 1985. O número de pessoas tornando-se soldadas do Exército de Salvação também continua a crescer.

Número de soldados através dos anos Ano

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No entanto, não há lugar para complacência. O desafio do Exército de Salvação ao adentramos os próximos 150 anos é sempre ser o que Deus quer que sejamos.

Todos podem ser envolver com o Movimento de Prestação de Contas Jornada de Renovação almeja ajudar as pessoas – em cada área do Exército de Salvação e em cada nível – a serem mais responsáveis em todos os aspectos da vida. Sempre que uma equipe é eficaz (seja em uma escola, hospital, corpo, projeto, divisão ou território do Exército de Salvação), há muito fruto para o Reino. Isso não significa que não existam problemas. Geralmente há desafios bem sérios, tais como falta de dinheiro, prédios inadequados, sistemas ineficientes de gerenciamento. Infelizmente, precisamos reconhecer que os relacionamentos dentro do Exército de Salvação podem ser tensos e prejudiciais. Nós podemos melhorar. Apesar dos desafios, as pessoas que buscam a renovação espiritual e da missão priorizam o desenvolvimento de relacionamentos profundos com Deus, uns com os outros e com o mundo ao redor de nós. Deus abençoa nosso trabalho quando somos responsáveis e fiéis. O Exército de Salvação em seus primórdios era bom em desenvolver líderes em vários níveis. Cada soldado tinha uma responsabilidade. A força do Corpo não era o oficial dirigente – eles geralmente mudavam há cada dois anos. A liderança do Corpo 21


dependia da qualidade dos oficiais locais, que eram profundamente comprometidos e envolvidos em liderar seu Corpo. Adolescentes abriam novos corpos e pregavam várias vezes por semana. As pessoas com seus 30, 40 anos eram nomeadas para liderar grandes territórios. As mulheres assumiam posições de liderança, contrariando a cultura da época. Os mais velhos não eram deixados de fora. Havia um trabalho para cada um no Exército de Salvação.

Tal espírito de inovação e oportunidade é necessário hoje O Exército de Salvação deve sempre se esforçar para melhorar. Precisamos viver e trabalhar de forma mais efetiva, eficiente e fiel para Deus. Para isso precisamos de um modelo que ajude as pessoas que trabalham no Exército de Salvação ao redor do mundo a serem obreiros mais efetivos, eficientes e fiéis do reino de Deus. Este livro é uma ferramenta para ajudar as pessoas a progredirem em sua jornada. Ao mesmo tempo em que o quartel, os auditores, os parceiros e os doadores da organização estão preocupados com a prestação de contas, também deve ser o desejo pessoal e a prioridade de todos prestarem contas.

Por que precisamos de um Movimento de Prestação de Contas? Um líder do Exército de Salvação na Índia, Coronel Thumati Vijayakumar, que foi promovido à glória em fevereiro de 2016, definiu prestação de contas como simplesmente “a habilidade de dar uma explicação”. Essa é uma definição clara e útil. Para encorajar outros a viver a vida de salvação ilimitada que Deus deseja para todos, precisamos da habilidade de explicar para onde estamos indo, como chegaremos lá e que diferença estamos fazendo. Infelizmente, a expressão “prestação de contas” faz algumas pessoas ficarem nervosas e defensivas. Muitos têm experiências negativas com a prestação de contas. Ela tem sido usada para controlar ou punir pessoas. Não é isso que almejamos para o Movimento de Prestação de Contas do Exército de Salvação. A prestação de contas deve ser um recurso poderoso em nossa caminhada cristã – todos nós precisamos ser responsáveis por nossas ações e atitudes para com Deus, os outros e o mundo ao redor de nós. Somos chamados a servir a presente era. Pessoas ligadas ao Exército de Salvação ao redor do mundo estão sob observação constante – tanto corporativa quanto individualmente. Precisamos urgentemente de recursos para ajudar as pessoas – em todas as áreas do Exército – a aumentar sua capacidade de dar uma explicação. 22


Eis algumas razões que explicam por que a prestação de contas é importante: 1. Prestamos contas a Deus. Em última análise, prestamos contas a Deus – nosso criador – como mordomos de sua criação. Nossa décima primeira doutrina nos ensina que prestaremos contas quando estivermos face a face com Deus, mas não é apenas nesse momento que devemos prestar contas. Devemos responder todos os dias se quisermos refletir a mente e a natureza de Cristo e viver uma vida santa. 2. Prestamos contas uns aos outros. Esse princípio pode às vezes ser subestimando em uma organização hierárquica. É tentador para líderes cristãos pensarem que só prestam contas a Deus. A história da Igreja é repleta de líderes que pararam de ouvir as pessoas. Mesmo que o Exército de Salvação não seja democrático, também não deve ser autocrático. Ao invés disso, cremos que Deus quer líderes servos em todos os patamares do Exército de Salvação. Como líderes servos, precisamos fortalecer nossos sistemas e práticas de forma que prestemos contas uns aos outros. Essa ênfase renovada na prestação de contas deve fazer com que as pessoas em cada ministério do Exército assumam responsabilidade pessoal por sua função como parte da videira. O Exército de Salvação deve ser um movimento de pessoas de todas as idades, ocupações, e de todas as nações, chamadas e empoderadas a “pregar o evangelho de Jesus Cristo e servir a humanidade sofredora em seu nome sem discriminação”, conforme a declaração internacional de missão do Exército de Salvação. 3. Prestamos contas da forma como vivemos em cada momento da vida. Este é um grande conceito, com implicações significantes. Somos responsáveis pela forma como lidamos com os recursos que nos são dados, incluindo o cuidado com a Terra. Precisamos ser bons mordomos em todas as coisas. Isso é algo central em nosso entendimento de santidade. Não há responsabilidade maior do que a que temos pela forma como tratamos outras pessoas. No passado houve momentos em que não tratamos as pessoas – tanto crianças quanto adultos – como Deus espera que tratemos. Houve momentos em que tanto indivíduos dentro do Exército de Salvação quanto o próprio Exército de Salvação como um todo negligenciou a prestação de contas ou não a exerceu propriamente tratando-se de pessoas e vulnerabilidade humana. Pessoas, que são feitas à imagem de Deus, jamais devem ser tratadas como ferramentas para o trabalho 23


ou bens a serem adquiridos. Ninguém jamais deve sofrer abuso. Todos – crianças e adultos – devem ser valorizados como obras únicas da humanidade. Nós prestaremos contas pela forma como tratamos cada pessoa. 4. Somos responsáveis por aprender e melhorar. Ao enfrentarmos a vida devemos ter ferramentas para medir nosso progresso e aprender com nossos sucessos e falhas. Precisamos medir nosso progresso e entender a diferença que estamos fazendo para que possamos aprender e melhorar. Muitas vezes a avaliação é vista como algo feito pelo quartel, pelos doadores ou pelo governo. Nossa primeira prioridade na avaliação deve ser a autoavaliação – queremos saber que diferença estamos fazendo para que possamos aprender e melhorar. 5. Precisamos de processos e sistemas que se ajustem ao nosso propósito dado por Deus. O Exército de Salvação trabalha em 127 países com milhões de pessoas servindo em nossas fileiras e sendo impactadas por nosso trabalho. Precisamos de sistemas – de governança, de gerenciamento, de avaliação, de finanças, de propriedades, de pessoal, de proteção – para cumprir nossa missão. Já temos vários sistemas existentes, mas eles devem ser constantemente revisados para assegurar que estejam ajustados ao propósito de Deus.

Prestação de Contas – uma reflexão sobre Efésios 4 A prestação de contas é uma expressão bastante usada e às vezes mal interpretada, mas não é algo novo para os cristãos. A igreja de Éfeso enfrentou desafios e o conselho dado a eles ainda é relevante para o Exército de Salvação atualmente: “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4:15). Esse versículo contém o elemento chave da cultura de prestação de contas que Deus deseja: estaremos prestando contas quando falarmos a verdade em amor uns para com os outros. A razão pela qual a prestação de contas é tão importante é que ela nos “crescer em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”. Não somos maduros em Cristo quando não prestamos contas uns aos outros. Quando não falamos ou ouvimos a verdade em amor somos imaturos. É por isso que o Movimento de Prestação de Contas é tão importante – ele aumentará nossa capacidade de falar e ouvir a verdade em um espírito de amor de forma que cada parte do Exército de Salvação cresça e alcance a maturidade do Corpo de Cristo. Há uma verdade a ser dita. Não devemos ignorar nossas falhas. Não devemos jogar os problemas para baixo do tapete e fingir que tudo vai bem. Devemos ser corajosos e 24


enfrentar as questões. É claro que nem tudo está errado no Exército. Existem muitos bons exemplos de pessoas fiéis dando frutos e transformando vidas no lugar onde estão. Precisamos ser inspirados por seus exemplos e aprender com elas. “Crescer em tudo naquele que é o cabeça” requer uma revisão completa de todas as áreas do Exército de Salvação. Por isso, parte do Movimento de Prestação de Contas implica em uma avaliação das estruturas de governança do Exército de Salvação. Incluindo a forma como medimos o impacto do nosso trabalho, bem como nossos sistemas financeiros e políticos, e como melhor proteger os adultos e as crianças. Deve ser uma iniciativa completamente integrada. Certamente isso levará tempo e requererá um esforço significativo e contínuo. Nem tudo pode ser feito de uma vez, mas o propósito geral tem que ser claro para todos – queremos alcançar, em cada área, a maturidade do corpo de Cristo para que possamos servir melhor a Deus e ao mundo dele.

Não é uma ideia nova Deus tem chamado as pessoas para prestar contas desde que Adão e Eva começaram a comer do fruto proibido! A Bíblia é repleta de pessoas prestando contas pela forma como viveram. A Igreja Primitiva fez da prestação de contas uma prioridade (Veja Atos 2.42-47). O Exército de Salvação em seus primórdios fez da prestação de contas uma prioridade. O General William Booth adaptou práticas comprovadas dos anos de 1870 para desenvolver sistemas de avaliação, prestação de contas e diretrizes para seu novo Exército de Salvação. Devemos aproveitar esta rica herança e usar os melhores métodos disponíveis no século 21 para nos ajudar a ser mais efetivos, eficientes e fiéis. Nos primórdios, havia uma preocupação quando o Exército de Salvação focava em “servir” as pessoas sem “solucionar” questões mais profundas. O General Booth estava alerta ao risco de criar dependência. Essa é uma prioridade ao criar um Movimento internacional de Prestação de Contas. Precisamos reduzir a dependência e empoderar as pessoas para que sejam mais responsáveis por suas atitudes e ações. No entanto, o Exército de Salvação sabe que os esforços humanos para lidar com os problemas podem ser apenas uma parte da solução. Cremos que as pessoas necessitam de salvação ilimitada – em todas as suas dimensões – e que isso é possível apenas pela graça de Deus. O Exército de Salvação foi fundado pelos Booth com um entendimento integrado da salvação: “salvar almas, edificar os santos e servir a humanidade sofredora”, como disse o General John Gowans. Essa é nossa missão holística e integrada. A EPCM (veja os capítulos 3 a 9) ajuda as pessoas a descobrir o que significa uma salvação ilimitada em suas vidas e para suas comunidades. Ele 25


ajudará as pessoas a planejar e seguir o progresso para viver a vida em toda sua plenitude – conforme oferecido por Jesus (João 10:10).

Como o Movimento de Prestação de Contas se desenvolveu? Duas iniciativas para fortalecer a avaliação e a prestação de contas no Exército de Salvação começaram em 2013. Pessoas de todos os lugares estavam envolvidas. Em julho de 2013, o Chefe do Estado Maior nomeou o Grupo de Revisão de Prestação de Contas Um Exército no Quartel Internacional (QGI). O grupo começou escrevendo para cada território, comando e região em busca de opiniões sobre sistemas de prestação de contas já existentes e 93 por cento responderam. Duas áreas principais de preocupação foram identificadas: 1. Falta de prestação de contas em nossas relações uns com os outros. 2. A ineficiência e ineficácia de alguns sistemas de prestação de contas O grupo de revisão discutiu as questões levantadas e relatou a Conferência Internacional de Líderes (CIL) em Cingapura em julho de 2014. A CIL endossou o progresso feito e recomendou que um grupo de líderes superiores continuasse o trabalho. Ao mesmo tempo, A Iniciativa de Impacto Um Exército começou a trabalhar, em colaboração com o Bridgespan Group, com o propósito de fortalecer a avaliação e a aprendizagem no Exército de Salvação como um todo. Mais de 600 departamentos do Exército de Salvação responderam a uma pesquisa eletrônica sobre a existência de sistemas de avaliação e o uso de estatísticas. A pesquisa mostrou que: QQ

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83 por cento dos entrevistados têm claro o impacto que buscam alcançar através do Exército de Salvação – primeiramente, crescimento espiritual em pessoas e comunidades; As estatísticas dentro do Exército de Salvação são usadas principalmente para relatórios – não para aprendizagem; Muitas pessoas se preocupam com o fato de que as estatísticas não são precisas e não refletem o verdadeiro impacto do trabalho. As pessoas acreditam que as estatísticas não são registradas honestamente por causa do medo de mostrar resultados “ruins”;


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Histórias pessoais são a melhor forma de explicar a diferença que o Exército de Salvação está fazendo.

O trabalho de análise de impacto agora faz parte do Movimento de Prestação de Contas. Ele inclui pessoas das cinco zonas do Exército de Salvação no mundo, que estão criando recursos para ajudar a fortalecer a avaliação e o aprendizado no Exército de forma global. Eles serão testados e então aplicados dentro de alguns anos.

PARA REFLEXÃO 1. A prestação de contas é a “habilidade de dar uma explicação”. O que

tem ajudado você a prestar contas em sua jornada pela vida até o ponto em que se encontra hoje? 2. Leia Efésios 6. Quais são as características de um cristão maduro? 3. As gerações mais novas de hoje estão crescendo em um contexto bem

diferente das gerações mais antigas. É vital para o futuro do Exército de Salvação que nos tornemos responsáveis por engajar pessoas que veem o mundo de forma diferente de nós. Como podemos aprender a ver com seus olhos, andar em seus passos e alcançar seus corações?

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ara assegurar que a visão de “Um Exército, Uma missão e Uma Mensagem” seja mais que um slogan, precisamos de um modelo que nos ajude a prestarmos contas a Deus e uns aos outros. “Estar em uma jornada” é a ideia que está no centro do Movimento de Prestação de Contas do Exército de Salvação. Essa não é uma ideia nova. Já utilizamos muitas palavras referentes a “jornada” em nossa vida cristã. Por exemplo: peregrinação, missão, marcha, corrida, campanha, busca, luta, movimento e dança. Todos no Exército de Salvação podem usar a Estrutura de Prestação de Contas da Missão (EPCM) – desde o jovem soldado mais novo até o General; desde a assistente social até o trombonista da banda. E essa é uma declaração ambiciosa. Será que podemos ter um EPCM que seja relevante para os salvacionistas das ilhas de Papua Nova Guiné e também para os salvacionistas holandeses? Achamos que isso é possível se respondermos uma série de perguntas comuns. É claro que as respostas vão variar de acordo com o contexto local. Responder a essas perguntas não será fácil, mas será de grande ajuda utilizar um processo reflexivo, como a Facilitação Baseada na Fé (FBF). Veja o capítulo 10 deste livro para uma descrição do processo da FBF e como utilizá-lo.

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Como nós acompanhamos o progresso e aprendemos com a experiência?

PROGRESSO As principais perguntas da prestação de contas são exploradas em seis áreas na EPCM: 1. Pessoas. 2. Paixão e Espírito. 3. Propósito. 4. Plano. 5. Progresso. 6. Procedimentos e Sistemas. 31


Nos capítulos 4 a 9 deste livro, cada área é brevemente explicada. O capítulo 10 então oferece orientação sobre como tirar o máximo proveito da EPCM utilizando a facilitação baseada na fé. Por favor, lembre-se que a EPCM foi elaborada para questionar – ele não oferece respostas. Você deve responder às perguntas de acordo com seu contexto. As respostas vão variar de acordo com o contexto. Para ajudar a direcionar a discussão, estão incluídas em cada área algumas referências à “história real” do capítulo 1 e alguns versículos bíblicos e cânticos do cancioneiro do Exército de Salvação. A EPCM oferece uma base para discussões sobre prestação de contas, mas as páginas da Bíblia e do cancioneiro estão repletas de orientação sobre como viver da forma como Deus deseja. É recomendável começar cada discussão sobre prestação de contas com a pergunta da área “pessoas”: Quem está fazendo a caminhada e como estão seus relacionamentos?

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s discussões sobre prestação de contas devem começar com perguntas sobre pessoas. Geralmente o foco está no dinheiro, nos programas, nos orçamentos e nos regulamentos. Cremos que as pessoas são feitas à imagem de Deus. Deus prioriza pessoas e nós também devemos priorizar. Todos que trabalham e servem no Exército de Salvação precisam ser encorajados a entender a importância de valorizar as pessoas e desenvolver relacionamentos mais profundos. Na vida, as pessoas talvez sejam tratadas como objetos ou usadas como um bem adquirido. Muitos são maltratados por pessoas em posição de autoridade que abusam de seu poder. Precisamos prestar contas sobre a forma como tratamos as pessoas. A EPCM enfatiza a importância de observar a qualidade de nossos relacionamentos. Os problemas surgem quando as pessoas não estão certas sobre quem é responsável e do que se deve prestar contas. Então, a primeira pergunta a ser respondida é: “Quem está fazendo a caminhada e como estão seus relacionamentos?” Prestar contas sobre o caráter de nossos relacionamentos não é fácil. Como estão nossos relacionamentos? Não apenas na família ou no trabalho, mas também no Corpo; com nossos vizinhos? Como cristãos, devemos responder pelo caráter de nossos relacionamentos. Até que ponto nossos relacionamentos são santos e marcados por amor, verdade, esperança, integridade, justiça, humildade e perdão? De que forma podemos cultivar essas características em nossas comunidades? Será que podemos falar a verdade em amor uns com os outros?

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Quem está fazendo a caminhada e como estão seus relacionamentos? Até que ponto nossos relacionamentos são santos e marcados por amor, verdade, esperança, integridade, justiça, humildade e perdão? De que forma podemos cultivar essas características em nossas comunidades? Será que podemos falar a verdade em amor uns com os outros?

FLASHBACK: uma história real: PESSOAS Talvez o elemento mais crítico da jornada de renovação percorrida pelo corpo de Richmond, conforme descrito no capítulo 1, é que a jornada começou com as pessoas. Após chegarem, os tenentes Bram e Eva intencionalmente decidiram conhecer as pessoas do corpo de Richmond e inspirá-las a ingressar na jornada. 35


Dentro de algumas semanas eles visitaram pessoalmente várias pessoas em suas casas ou as encontraram em um café local. A iniciativa incluiu famílias inteiras, casais e indivíduos; membros mais antigos do corpo, que viviam em asilos, não foram deixados de fora. Eles descobriram feridas do passado que nunca haviam sido tratadas, mágoas causadas quando as pessoas do corpo não trataram umas às outras com respeito e no amor de Deus. Eles falaram com as pessoas sobre sua vida com Deus, seu envolvimento na missão, suas esperanças para o corpo, suas lutas e medos pessoais. Eles oraram com as pessoas. Durante esse tempo, os tenentes também identificaram líderes, tanto pessoas que já estavam em posição de liderança quanto outros que eles achavam que seriam líderes em potencial – pessoas que tinham qualidades naturais de liderança, mas que nunca as desenvolveram. Eles começaram a trabalhar com esse grupo, reunindo-os para uma série de aulas sobre liderança. Os tenentes e o novo grupo de liderança organizaram um acampamento para todo o Corpo, proporcionando espaço para que as sementes da renovação espiritual e da missão crescessem no coração das pessoas. Era também um momento para se aproximar uns dos outros e fortalecer a ideia de que a missão do Corpo de Richmond era a missão de Deus. Eles eram chamados, tanto individualmente quanto como grupo, a serem completamente engajados nessa missão como povo de Deus e passaram a ver que a responsabilidade pelo futuro do corpo não era apenas dos oficiais. Eles também passaram a assumir a responsabilidade pelo bem-estar de seus próprios relacionamentos, em alguns casos reconhecendo rancores e feridas antigas, pedindo desculpas, e buscando colocar Deus no centro de seus relacionamentos.

Leituras bíblicas e Cânticos | PESSOAS O valor das pessoas para Deus Gênesis 1:27: “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou” (NVI). Salmo 8:3-6: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que ali firmaste, pergunto: Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes? Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra. Tu o fizeste dominar sobre as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste” (NVI).

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O caráter de nossos relacionamentos Mateus 22:36-40: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Respondeu Jesus: “ ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (NVI). Gálatas 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (NVI). Efésios 4.15-16: “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função” (NVI). Semelhantes a Jesus Eu quero ser semelhante a Jesus Eu quero ser semelhante a Jesus Ser um discípulo, tomar a cruz Seguir seus passos ser sal e luz Eu quero ser semelhante a Jesus Deus me salvou e me chamou Para um plano perfeito Para ser a imagem do Seu Filho Sem mancha sem ruga ou defeito Para seu louvor e prazer Para guerrear e vencer Por isso é que eu quero ser Semelhante a Jesus

Não me conformar com este século Mas ser por Jesus transformado Para conhecer sua vontade Com meu rosto desvendado Em todo meu agir e falar No meu sentir e no meu pensar Eu quero em todo o meu andar Ser semelhante a Jesus Andar no Espírito Ser cheio de amor De mim mesmo me esvaziar Servir ao meu Deus Com grato louvor Viver para o adorar Asaph Borba

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Veja também: “Ele veio nos dar vida que é completa” Musical “Gente de Jesus”

Ele veio nos dar vida que é completa, Aos cegos dar visão. A morte, a dor, a escuridão Ele matou, À liberdade nos levou. O Seu amor a todos deu, Nos ensinou de novo a sorrir, Veio consolar os corações E a Deus o homem conduzir. Ele veio nos dar vida que é completa, Aos cegos dar visão. A morte, a dor, a escuridão Ele matou, À liberdade nos levou. Por que ao mundo Cristo já desceu E deixou-Se maltratar? Por que o homem Ele tolerou? Por que Ele morreu? Queremos nós saber por que O Filho de Deus ao mundo veio E o que isso quer dizer. Ele veio nos dar vida que é completa, Aos cegos dar visão. A morte, a dor, a escuridão Ele matou, À liberdade nos levou.

“As pessoas precisam de Deus” (“People Need the Lord”)

Vejo sempre ao meu redor As pessoas sem sorrir, Caminhando em meio à dor E sem rumo aqui. Vão vivendo sem razão, Sem pensar em Deus; A tristeza e a solidão São caminhos seus. Sim, é do Senhor, É de Sua paz, A carência principal Que a pessoa traz; Sim, é o Senhor, É o Seu poder, Que todo o coração Pode preencher. O chamado é para nós, De manifestar a luz, Anunciando a salvação Mediante a fé só em Jesus. Ele nos provê o amor Do Seu coração Para amar o pecador Na escuridão. Sim, é do Senhor, É de Sua paz, A carência principal Que a pessoa traz; Sim, é o Senhor, É o Seu poder, Que todo o coração (bis) Pode preencher (bis). Letra e Música: Greg Nelson e Phill McHugh Versão: Paulo Franke

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o Centro da EPCM está paixão e espírito. No centro de nossa jornada sempre deve estar nossa fé no Senhor Jesus Cristo e o poder do Espírito Santo. Nossa paixão e energia devem vir de nossa fé em Deus – Pai, Filho e Espírito. Quando estava na terra, Jesus falou sobre a dificuldade de manter a paixão e a energia: “Vocês estão cansados, enfastiados de religião? Venham a mim! Andem comigo e irão recuperar a vida. Vou ensiná-los a ter descanso verdadeiro. Caminhem e trabalhem comigo! Observem como eu faço! Aprendam os ritmos livres da graça! Não vou impor a vocês nada que seja muito pesado ou complicado demais. Sejam meus companheiros e aprenderão a viver com liberdade e leveza” (Mateus 11.28-30 A Mensagem). Jesus ensinou que nossa maior prioridade deve ser amar a Deus com todo nosso ser e amar nosso próximo como a nós mesmos (Mateus 22.36-39). Nosso relacionamento com Deus deve ser firmado em nossa fé Nele e é fortalecido pela leitura da Bíblia, oração, louvor e outros exercícios espirituais. Essas práticas são mananciais que geram vida, direção e energia para o povo, a organização e os sistemas do Exército de Salvação. Cada pessoa ligada ao Exército de Salvação precisa se perguntar onde encontra energia para continuar. Essa é uma pergunta chave na prestação de contas. Muitos não-cristãos se unem a nós na caminhada e são atraídos por nossos propósitos. Eles gostam da forma como valorizamos as pessoas. Se identificam com nossa missão e forma de trabalhar. Eles também precisam de energia para essa jornada – mesmo que não reconheçam Deus como a fonte.

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Onde nós encontramos energia para a caminhada? Como estão nossos níveis de energia – física, emocional, mental e espiritualmente?

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Como sustentamos nossa paixão?

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O que nos ajuda a ouvir o Espírito Santo?

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Como é nosso trabalho em conjunto? Será que utilizamos um processo reflexivo, como o FBF (veja o capítulo 10)?

FLASHBACK: Uma história real – PAIXÃO E ESPÍRITO Você se lembra que em um determinado ponto da jornada de renovação do corpo de Richmond, o tenente Bram sentiu que faltava algo? O Corpo havia mudado para um novo prédio e mais pessoas da comunidade estavam se envolvendo e frequentando as reuniões de domingo. No entanto, Bram notou que poucas pessoas estavam de fato 41


chegando a conhecer Jesus e experimentando uma transformação real em suas vidas. Era muito bom ter um prédio maior e novo, mas o que seria necessário para que esse prédio se enchesse de pessoas sendo transformadas por Jesus? Bram encontrou sua resposta pouco tempo depois, quando durante uma noite em uma conferência na qual ele participava, Deus mostrou a ele o que faltava. Era a energia espiritual ardente, motivadora e sustentadora que vem de apenas um lugar – da oração. Deus fez algo especial no coração de Bram naquela noite, que ele descreveu como “a espada do Espírito penetrando meu coração e minha mente”. Ele percebeu que a oração era como a sala das máquinas da igreja, o lugar onde a verdadeira paixão e a energia espiritual pela missão de Deus chegam até o povo de Deus. É o lugar onde o espírito de Deus aviva, inflama, dá uma convicção mais profunda e nos mostra seus planos. Bram estava com o coração ardente por Deus quando retornou da conferência e nas semanas e meses seguintes o Corpo inteiro foi influenciado. Após anos de negligência para com o dinamismo espiritual do Corpo, estava acontecendo algo novo e repleto de energia.

Leituras bíblicas e Cânticos |  PAIXÃO E ESPÍRITO Êxodo 33:12-14: “Disse Moisés ao Senhor: “Tu me ordenaste: ‘Conduza este povo’, mas não me permites saber quem enviarás comigo. Disseste: ‘Eu o conheço pelo nome e de você tenho me agradado’. Se me vês com agrado, revela-me os teus propósitos, para que eu te conheça e continue sendo aceito por ti. Lembra-te de que esta nação é o teu povo”. Respondeu o Senhor: “Eu mesmo o acompanharei, e lhe darei descanso” (NVI). Salmo 139:7-10: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” (NVI). Lucas 4:18-19: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor” (NVI).

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Atos 4:31: Depois de orarem, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus” (NVI). Romanos 15:13: “Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo” (NVI). Colossenses 1:28-29: “Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. Para isso eu me esforço, lutando conforme a sua força, que atua poderosamente em mim” (NVI). Meu Jesus, Salvador, Outro igual não há. Todos os dias quero louvar As maravilhas de Teu amor. Consolo, abrigo, Força e refúgio é o Senhor. Com todo o meu ser, com tudo o que sou Sempre Te adorarei. Aclame ao Senhor toda a terra e cantemos Poder, majestade e louvores ao Rei. Montanhas se prostrem e rujam os mares Ao som de Teu nome. Alegre Te louvo por Teus grandes feitos. Firmado estarei, sempre Te amarei. Incomparáveis são Tuas promessas pra mim. Darlene Zschech Versão em português: Diante do Trono

Veja também: SASB 325: “Fogo divino, clamamos por Ti” - Cântico 85 SASB 430: “A Água da Vida” SASB 497 (v 3): “Quero, Jesus, que me dês um coração” - Cântico 273 SASB 717: “Que a beleza de Cristo se veja em mim” - Coros Salvacionistas 43


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s pessoas que estão em uma jornada devem saber exatamente o que pretendem alcançar. Precisamos de um propósito claro e distinto. É muito fácil começar sem saber com clareza a diferença que queremos fazer. Todos que servem no Exército de Salvação devem ser capazes de responder à pergunta: “O que estamos tentando alcançar através de nosso trabalho?” Essa não deveria ser uma pergunta difícil. Nosso propósito não é secreto – ele pode ser encontrado em nosso nome: “Exército de Salvação”. Infelizmente, nem todos apreciam a magnitude da salvação de Deus. Algumas pessoas tem um entendimento limitado, raso e incompleto da salvação e focam apenas em “salvar almas”. Outros pensam que o propósito do Exército de Salvação é apenas “ajudar as pessoas a encontrarem dignidade” ou “dar as pessoas o que é delas por direito”, mas esquecem que não somos nada sem Deus – Pai, Filho e Espírito. A declaração internacional de missão do Exército de Salvação descreve uma missão integral: “pregar o evangelho de Jesus Cristo e suprir as necessidades humanas em seu nome sem discriminação”. O Manual de Doutrinas do Exército de Salvação (p. 160 da edição em inglês) deixa claro o nosso propósito: “Todas as nossas atividades, sejam práticas, sociais e espirituais, surgem a partir de nossa convicção básica sobre a realidade do amor de Deus e nosso desejo de ver todas as pessoas em um relacionamento com ele […]. Nossa doutrina nos lembra que a salvação é holística: a obra do Espírito Santo toca todas as áreas da nossa vida e personalidade, nosso bem-estar físico, emocional e espiritual, nossos relacionamentos com nossa família e com o mundo ao nosso redor.” Nosso propósito é a salvação ilimitada. Esse propósito deve orientar todos os nossos planos, sistemas, estruturas, programas e atividades. A Bíblia enfatiza a importância de se ter um propósito. “Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação, 46


alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude”. (Filipenses 2:1-2 NVI) A mudança que buscamos é concretizar a visão de Deus para o seu mundo. O cântico 938 do cancioneiro (em inglês) descreve a diferença entre a visão de Deus e nosso propósito. A primeira estrofe diz: Nós absorvemos a esplêndida visão De um mundo como deve ser Quando o amor redentor de Jesus Fluir livremente do oriente ao ocidente Quando todos os homens forem libertos Das guerras, da raiva, da ganância e do egoísmo Quando as nações estiverem unidas Em doce paz e harmonia. Para tornar essa visão uma realidade, precisamos ter um propósito claro e sermos capazes de descrever o resultado final desejável. A segunda estrofe descreve nosso propósito e antecipa os resultados: Ajudaremos a edificar a cidade De nosso Deus, tão incrivelmente justo Daremos nosso tempo, traremos nossos talentos E cada dom de rara beleza O vigor da mente e um propósito forte Dias de trabalho, noites de luta Para que a vontade de Deus seja feita E que sobre os reinos ele governe. Doris N. Rendell

Todas as nossas atividades devem buscar levar as pessoas a um relacionamento com Deus, influenciando todos os aspectos de suas vidas e conduzindo-as à esperança, porque esse é o propósito de Deus para todas as pessoas, em todos os lugares! Isso é salvação ilimitada! A fim de prestar contas, todos devem ser capazes de explicar o propósito de seu trabalho. A EPCM inclui perguntas importantes que ajudam a certificar-nos de que sabemos bem o propósito da jornada: Por que é importante ingressar nessa jornada? O que vai mudar? O que aconteceria se não fizéssemos nada? 47


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Qual é o motivo de nossa jornada? O propósito do Exército de Salvação é participar da missão de Deus para o mundo. Será que existe uma declaração de propósito para essa jornada e será que ela descreve o que acontecerá quando alcançarmos tal propósito? Por que é importante ingressar nessa jornada? O que vai mudar? O que aconteceria se não fizéssemos nada?

FLASHBACK: Uma história real – PROPÓSITO Quando os tenentes Bram e Eva chegaram ao Corpo de Richmond, não havia dúvidas de que seu foco estava nas pessoas – em conhecê-las e criar um ambiente onde o amor e a cura de Deus pudessem se tornar uma experiência tangível. Eles também identificaram líderes e os treinaram. 48


Ao mesmo tempo, eles começaram a focar no propósito do Corpo. Eles sabiam que ter um propósito era uma parte importante da vida e da missão do Exército de Salvação, sem falar na importância do propósito para indivíduos e grupos de pessoas como um todo. Ter um propósito era essencial também para se ter esperança e visão. Os tenentes pregaram e ensinaram sobre o propósito de Deus para o Corpo de Richmond. Eles tinham como visão ver toda a comunidade de Richmond sendo transformada por Jesus, visão que se alinhava profundamente com o também enfatizado propósito do Exército de Salvação - “O mundo para Cristo, Cristo para o mundo”. Para o Corpo e seus membros, esse propósito significava focar no exemplo de Jesus que, como os tenentes costumavam dizer, nos ajuda a viver, absorver e compartilhar os valores do reino de Deus em cada parte da vida. Foi uma mensagem renovadora e as pessoas do Corpo começaram a pensar diferente sobre seu propósito – que a missão de Deus era a missão deles, não apenas dos oficiais; que sua própria crença em Deus era também um chamado à ação; que eles poderiam fazer a diferença na vida de outros ao viverem conforme sua fé; de que eles precisavam se responsabilizar pelo futuro da missão do Corpo a fim de ver Richmond transformada por Jesus.

Leituras bíblicas e Cânticos | PROPÓSITO Salmos 33:10-11: “O Senhor desfaz os planos das nações e frustra os propósitos dos povos. Mas os planos do Senhor permanecem para sempre, os propósitos do seu coração, por todas as gerações” João 10:9-10: “Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem. O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente”. 1 Coríntios 3:7-9: “De modo que nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento. O que planta e o que rega têm um só propósito, e cada um será recompensado de acordo com o seu próprio trabalho. Pois nós somos cooperadores de Deus; vocês são lavoura de Deus e edifício de Deus”. 2 Timóteo 1:7-9: “Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio. Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro dele, mas suporte comigo os sofrimentos pelo evangelho, 49


segundo o poder de Deus, que nos salvou e nos chamou com uma santa vocação, não em virtude das nossas obras, mas por causa da sua própria determinação e graça”. Perdão infinito! Oceano de amor Repleto da graça do bom Salvador, Tão livre, tão vasto, qual ondas do mar, Minha alma redime, vem sobre mim rolar William Booth – Cântico 100 v 1

Sem Ti a vida um alvo não tem, É sem sentido ou razão. Quero cumprir Teu querer para mim, Sei que me tens em Tua mão. William Himes - “Tudo o que sou” v 2

Veja também: Cântico 383: “Firme e corajoso como Daniel” Cântico 258: “Cristo, se meus pés erraram” “Eu desejo ser como Cristo” - Coros Salvacionistas “A Rosa Branca” – Música 9

NOTAS

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odos precisam de planos para alcançar o propósito de Deus. Além disso, precisamos dos planos de Deus para os propósitos de Deus. Cada área do Exército de Salvação precisa de planos que sejam inspirados pelo Espírito Santo, desenvolvidos de forma colaborativa, conhecidos e viáveis. A forma como desenvolvemos os planos é importante. Usar o processo FBF (veja o capítulo 10) é algo que ajuda as pessoas as explorar as questões, participar no processo de planejamento, refletir na tradição da Bíblia e da fé e buscar inspiração do Espírito Santo. Os planos vão variar de acordo com o contexto local e os recursos disponíveis. Ferramentas como os objetivos SMART (Específico, Mensurável, Atingível, Relevante e Temporário) ajudam a desenvolver um plano viável e dentro do orçamento. Objetivos mensuráveis são muito importantes para a prestação de contas. Somos peregrinos em uma jornada – não podemos vagar sem rumo. Precisamos viajar com um plano e ter determinação para fazer a diferença que auxilia no alcance do propósito de Deus. Não é adequado planejar atividades e programas sem saber com clareza que diferença pretendemos fazer. Uma boa mordomia da missão requer que busquemos e mensuremos os resultados. Ao longo de sua história, o Exército de Salvação tem entendido a importância da avaliação. Existem sistemas bem elaborados para contabilizar as atividades (como o número de pessoas participando das reuniões) ou a produção de uma cozinha (como o número de refeições servidas).

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DEFININDO TERMOS Atividades: As ações das pessoas ligadas a um programa do Exército de Salvação com a intenção de alcançar o propósito do programa (por exemplo, atividades organizadas para um grupo de jovens). Entradas: O material bruto usado em um programa do Exército de Salvação. Pode incluir dinheiro, especialidades técnicas, relacionamentos e pessoal. Saídas: Os produtos mensuráveis e não mensuráveis que resultam das atividades de um programa do Exército de Salvação (por exemplo, o número de refeições servidas no local de um desastre). Resultados: As melhorias que um programa do Exército de Salvação está designado a fazer (por exemplo, o número de juniores se tornando jovens soldados como resultado de um programa de escola dominical). Medidor de impacto: Um processo envolvendo ferramentas para mensurar a diferença que um programa faz em uma pessoa, grupo de pessoas ou localidade específicas. A definição do impacto depende especificamente dos objetivos e questões que estão sendo tratadas.

Mensurar um resultado ou impacto de um programa do Exército de Salvação é algo complexo. Como mensuramos o resultado de uma pregação em uma congregação após três anos de ministério de um oficial? Apesar de serem conceitos difíceis de mensurar, quando entendemos o que são resultados e impacto, estamos preparados para exercer um bom julgamento ao avaliar o progresso de nossa jornada e tomar decisões sobre a modificação dos programas para assegurar uma maior efetividade. E vital para o sucesso contínuo de um plano que estejamos comprometidos em mensurar a diferença que estamos fazendo na vida das pessoas. Nem todos os corpos/instituições/quartéis estarão prontos par avaliar o “impacto” de sua missão e programas relacionados a ela. Alguns talvez verão algum progresso se começarem a mensurar precisamente as “entradas” e “saídas”. Outros talvez já estão obtendo êxito 53


com isso e dessa forma estão prontos para tentar mensurar fatores mais complexos, como os resultados e, talvez, o impacto. O importante é assegurar que exista um plano fidedigno para colher e usar informações confiáveis de mensuração.

A Estrutura de Mensuração do Exército de Salvação A estrutura de mensuração do Exército de Salvação é focado em pessoas. Ele avalia dois aspectos da vida das pessoas – fatores contextuais e fatores relacionais.

QUATRO FATORES CONTEXTUAIS Existem quatro fatores contextuais que afetam a qualidade de vida de cada pessoa. São eles: QQ

Proteção/Segurança

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Bem-estar/Saúde

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Formação/Educação

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Trabalho/Ocupação.

Cada expressão do ministério do Exército de Salvação pode utilizar um ou mais desses quatro fatores contextuais para desenvolver seu plano fazendo a seguinte pergunta: Que aspectos da vida de uma pessoa esse programa vai melhorar? Que ferramentas de mensuração podemos utilizar? A Iniciativa de Impacto Um Exército elaborou exemplos de resultados que podem ser observados na vida das pessoas em seu contexto:

PROTEÇÃO/SEGURANÇA Esse resultado terá sido alcançado quando: crianças e adultos estiverem livres do abuso, da discriminação, da fome, da falta de abrigo e do medo, e encontrarem refúgio e segurança em suas vidas. Reflexão: Isaías 40:31 “Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam bem alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam”

BEM-ESTAR/SAÚDE Esse resultado terá sido alcançado quando: crianças e adultos viverem bem. Isso inclui o bem-estar físico, mental, social e espiritual das pessoas enquanto buscam uma vida 54


que esteja em harmonia com Deus, uns com os outros e com toda a criação.Reflexão: João 10:10 “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente”.

FORMAÇÃO/EDUCAÇÃO Esse resultado terá sido alcançado quando: crianças e adultos se tornarem pessoas compassivas, de integridade e caráter, com habilidades, conhecimento e entendimento relevantes para alcançar todo seu potencial dado por Deus. Reflexão: Marcos 8:34 “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.

TRABALHO/OCUPAÇÃO Esse resultado terá sido alcançado quando: onde quer que adultos e crianças estejam – em casa, na escola, no campo, na fábrica, no escritório, na igreja ou na comunidade – seu tempo, seus talentos e habilidades estiverem sendo usados para o trabalho. Reflexão: João 9:4 “Enquanto é dia, precisamos realizar a obra daquele que me enviou”. O contexto local é muito importante quando mensuramos o progresso. Por exemplo, professores que trabalham nas escolas do Exército de Salvação na Índia e no Quênia estão educando crianças em contextos bem diferentes. Eles não devem ter impostos sobre eles indicadores mensuráveis padronizados – os mecanismos de mensuração precisam ser relevantes ao contexto.

TRÊS FATORES RELACIONAIS E importante também que cada programa do Exército de Salvação almeje fortalecer os relacionamentos. A Bíblia está repleta de ensinamentos sobre a importância das características relacionais. Paulo, ao escrever para a igreja da Galácia, listou alguns deles: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gálatas 5.22-23). A vida de Jesus exemplificou características que devemos buscar em nossos relacionamentos – esperança, confiança, justiça, hospitalidade, verdade, resiliência e coragem. Mensurar relacionamentos não é fácil. Sabemos por experiência própria que, mesmo sabendo instintivamente que há em um determinado relacionamento mais esperança ou confiança, não é fácil atribuir a ele um valor confiável. No entanto, 55


mensurar os relacionamentos não é o objetivo principal - a prioridade é assegurar que nossos planos incluam atividades que priorizam, desenvolvem e sustentam bons relacionamentos. Sempre que possível, o progresso deve ser mensurável. Histórias e testemunhos são formas comprovadas pelas quais o Exército de Salvação avalia como os relacionamentos com Deus, uns com os outros e com o mundo a nossa volta estão progredindo. É importante conceder tempo e espaço no planejamento para compartilhar histórias e refletir sobre os resultados. Não é fácil comprovar cientificamente os resultados de um relacionamento, mas todos nós os reconhecemos quando os vemos. Como indicado anteriormente, a prioridade é buscar mais esperança, amor e confiança em todos os relacionamentos, em todos os programas do Exército de Salvação. “Lembramos continuamente, diante de nosso Deus e Pai, o que vocês têm demonstrado: o trabalho que resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 1:3).

ESPERANÇA Esse resultado terá sido alcançado quando: Deus for nossa fonte de esperança para o futuro. Essa esperança nos dá força, energia, inspiração e alegria para a jornada. Reflexão: Romanos 8:24; Romanos 5:5; Atos 26:6.

AMOR Esse resultado terá sido alcançado quando: O amor for vivenciado como um dom de Deus. Esse amor pode ser o fundamento de todos os relacionamentos, restauração, reconciliação e redenção. Reflexão: Provérbios 3:5; 1 Coríntios capítulo 13.

CONFIANÇA Esse resultado terá sido alcançado quando: a fé em Deus for o fundamento da confiança. A confiança nos une em um relacionamento com Deus e com os outros ao buscarmos transformação em nossas vidas e comunidades. Reflexão: João 15:9. O Movimento de Prestação de Contas encoraja cada parte do Exército de Salvação a utilizar um planejamento que seja efetivo, eficiente e fidedigno. A EPCM inclui a importante questão: “O planejamento foi divulgado de forma efetiva e todos os envolvidos o reconhecem?”

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Sendo “Um Exército” podemos aprender muito uns com os outros. As estratégias e políticas territoriais e internacionais e as tomadas de posição dão uma importante direção. Para além do Exército, podemos obter inspiração ao considerar estratégias nacionais e internacionais como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (2016 a 2030), endossados por todas as 193 nações que forma as Nações Unidas. Assim a EPCM pergunta: Está o planejamento em concordância com quaisquer políticas, estratégias ou tomadas de posição internacionais ou territoriais que sejam relevantes?

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Qual é o plano e como vamos mensurar nossa jornada? Será que o plano foi efetivamente divulgado e reconhecido por todos os envolvidos? O plano está em concordância com alguma estratégia internacional ou nacional? Que resultados são esperados a partir dessa jornada? (uma lista das atividades e programas não é suficiente.)

57


FLASHBACK: Uma história real – PLANO Como é importante ter um plano. A maioria das pessoas conhece o ditado baseado em Provérbios 29:18, “onde não há revelação divina, o povo se desvia”. Certamente podemos adicionar que “Sem um plano, as pessoas ficam à deriva!”. Toda a história do Corpo de Richmond, conforme descrita no capítulo 1, é uma jornada de renovação que desde o seu início envolveu um plano de ação. Os tenentes Bram e Eva chegaram recém-saídos do colégio de cadetes e dentro de um mês identificaram questões que precisavam ser tratadas se o Corpo quisesse se desenvolver e crescer. Tudo girava em torno de uma mordomia precária e uma prestação de contas confusa. Surgiu um plano de ação focando em uma prestação de contas mais abrangente, com alguns pontos principais: QQ

Desenvolver relacionamentos saudáveis

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Desenvolver uma espiritualidade saudável e apaixonada

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Identificar e treinar líderes

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Entender as necessidades e caraterísticas específicas da comunidade local e consequentemente do contexto para a missão Entender o lugar especial que as crianças e os jovens têm no coração de Deus, e alcançá-los com o amor transformador de Deus em Cristo Ser melhores administradores dos recursos Ser criativos na administração dos recursos ao cuidar melhor da propriedade do Exército, pagando os dízimos e aprimorando as atividades de geração de renda do corpo Inspirar um novo senso de propósito e responsabilidade para com a missão Sempre buscar e seguir os planos de Deus, ser flexível, pronto para surpresas e preparados para se adapta.

Os tenentes e os membros do Corpo de Richmond eram fiéis e tinham o desejo de seguir esse plano emergente e os resultados falaram por si mesmos.

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Leituras bíblicas e Cânticos | PLANO Provérbios 19:21: “Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do Senhor”. Jeremias 29:4-7, 10-11: “Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados, que deportei de Jerusalém para a Babilônia: “Construam casas e habitem nelas; plantem jardins e comam de seus frutos. Casem-se e tenham filhos e filhas; escolham mulheres para casar-se com seus filhos e deem as suas filhas em casamento, para que também tenham filhos e filhas. Multipliquem-se e não diminuam. Busquem a prosperidade da cidade para a qual eu os deportei e orem ao Senhor em favor dela, porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela”. […] Assim diz o Senhor: “Quando se completarem os setenta anos da Babilônia, eu cumprirei a minha promessa em favor de vocês, de trazê-los de volta para este lugar. Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor, “planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro”. Lucas 14:27-30: “E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo. “Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar”. Filipenses 3:13-14: “Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus”.

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Ensina-me a amar, Mesmo quando só há ódio ao meu redor Ensina-me a dar, Mesmo quando não há nada a receber Ensina-me a aceitar Tudo o que tens preparado para mim Confiando que tudo está nas Tuas mãos, E que tudo vem de Ti, Jesus. Asaph Borba

Veja também: “Salmo 127” - Vencedores por Cristo “Minha vida dou nas mãos do Oleiro” “Vem Espírito divino” - Cântico 94

NOTAS

60


61


A

o caminharmos em direção ao propósito precisamos monitorar o progresso e aprender com a experiência. Não faz sentido fazer a mesma coisa ano após ano e não obter nenhum progresso em relação ao propósito. Também não faz sentido avaliar a efetividade do nosso plano se não implementamos mudanças no plano quando ele está falhando em fazer a diferença que originalmente prevíamos na vida das pessoas. Isso é injusto e frustrante para todos. Usar a EPCM é uma oportunidade de ver a diferença que estamos fazendo e fazer mudanças quando for necessário. Tudo o que fazemos deve ajudar a alcançar nosso propósito. O Exército de Salvação sempre mensurou as atividades e programas usando estatísticas. É importante continuar a registrar as estatísticas relativas às atividades e programas. Precisamos saber que recursos estão sendo usados (entradas). É importante saber que resultados estão sendo produzidos através do nosso trabalho (por exemplo, o número de pessoas que receberam uma refeição ou o número de pessoas frequentando a reunião de domingo de manhã). Também é importante entender a diferença para a vida das pessoas a longo prazo – os resultados e impactos sociais, espirituais, físicos, econômicos e ambientais.

ESTUDO DE CASO Um relatório enviado ao QGI por um território da Índia informava que os jovens de um Corpo se organizaram para participar de um programa de doação de sangue. O relatório incluía uma foto mostrando muitos jovens participando – mas nenhum número específico foi relatado. A quantidade de sangue não foi calculada (a entrada); e não houve esforço em calcular o número de vidas salvas (a saída). Também não havia informações sobre o impacto do programa de doação de sangue nos doadores. Melhoras nas ferramentas de mensuração vão ajudar os jovens a perceber a diferença que estão fazendo e talvez encorajar outros jovens a doar sangue.

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O Exército de Salvação será mais fiel e dinâmico na missão quando perceber a diferença que estamos fazendo e, com essa informação, aprendermos, adaptarmos e melhorarmos. Um aspecto importante do Movimento de Prestação de Contas é encorajar cada parte do Exército de Salvação a ter discussões regulares sobre prestação de contas para se avaliar o progresso. A EPCM foi elaborada como uma ferramenta de autoavaliação. Mesmo sendo esperado que nossos líderes usem a EPCM durante inspeções e auditorias, ele pode ser usado por indivíduos e equipes locais para avaliar o progresso, monitorar a implementação do plano, revisar as estatísticas para assegurar que expressem os resultados, e então observar se os resultados estão sendo alcançados, aprender com a experiência e mudar os planos quando necessário.

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Como nós acompanhamos o progresso e aprendemos com a experiência?

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Como podemos acompanhar o progresso e aprender com a experiência?

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Que ferramentas de avaliação são utilizadas para acompanhar o progresso?

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Como utilizamos as informações obtidas na avaliação para adaptar e aprender com a experiência? O progresso está alinhado com o propósito, o plano e o orçamento? 63


FLASHBACK: Uma história real – PROGRESSO Você notou no capítulo 1 que o monitoramento de progresso e o ajuste da estratégia em direção ao propósito de Deus foi chave para o Corpo de Richmond progredir em sua jornada de renovação? Os oficiais do corpo, a nova equipe de liderança e o próprio Corpo se tornou responsável pelo seu progresso. Quando as coisas não estavam indo da forma como eles achavam que deveria, os oficiais dirigentes e o grupo da liderança se perguntaram por quê, buscaram respostas e então colocaram essas respostas em prática conforme foram surgindo. Uma grande mudança ocorreu quando eles perceberam, a começar pelo tenente Bram, que o Corpo não tinha amor suficiente por Deus e que estava faltando entre eles uma verdadeira paixão e energia divinas. Essa ausência era um empecilho em sua jornada de renovação. Como notamos anteriormente, foi assim que eles perceberam que a missão de Deus era uma missão espiritual que necessitava de uma energia e dinamismo espirituais. Eles descobriram que tal energia poderia vir de apenas um lugar – da oração. A oração se tornou uma realidade contínua entre eles e repentinamente as coisas começaram a acontecer, incluindo a paixão dos membros do Corpo em compartilhar Jesus com outros, o número de pessoas encontrando nova vida e esperança em Jesus, os encontros de adoração repletos de um novo e revigorante senso da presença de Deus, e as finanças do Corpo crescendo exponencialmente, permitindo que o Corpo experimentasse novas iniciativas de missão que há tempos haviam sido deixadas de lado.

Leituras bíblicas e Cânticos | PROGRESSO João 15:7-12: “Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido. Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos. “Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor. Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço. Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa. O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu os amei”. Gálatas 5:22-26: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que 64


pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. Não sejamos presunçosos, provocando uns aos outros e tendo inveja uns dos outros”. Filipenses 1:9-11: “Esta é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus”. Colossenses 1:3-6, 9-10: “Sempre agradecemos a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vocês, pois temos ouvido falar da fé que vocês têm em Cristo Jesus e do amor por todos os santos, por causa da esperança que lhes está reservada nos céus, a respeito da qual vocês ouviram por meio da palavra da verdade, o evangelho que chegou até vocês. Por todo o mundo este evangelho vai frutificando e crescendo, como também ocorre entre vocês, desde o dia em que o ouviram e entenderam a graça de Deus em toda a sua verdade. […] Por essa razão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e entendimento espiritual. E isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus”. Senhor, eis me aqui, Vem transformar meu ser No fluir da graça que encontrei em Ti. Senhor, descobri Que as fraquezas que há em mim Podem ser vencidas no poder do Teu amor. Junto a Ti, Teu amor me envolve. Atrai-me para ao Teu lado estar. Espero em Ti e subo como águia. Nas asas do Espírito conTigo voarei No poder do Teu amor. Meus dias viverei no poder do Teu amor. Geoff Bullock. Versão em português: Diante do Trono 65


Veja também: “Canta a fé quando há tristeza” – Cântico 314 v 2 “O fruto do Espírito é paciência” - Coros Salvacionistas “Vinde conosco por Cristo a lutar” – Cântico 399 “Eis o estandarte tremulando à luz” - Cântico 370 “Sem força humana o reino vem” – Cântico 356 v 3

NOTAS

66


67


A

sexta dimensão da EPCM verifica se cada procedimento e sistema está adequado ao propósito. Durante a revisão de Prestação de Contas Um Exército vários territórios relataram preocupações sobre a efetividade e a eficiência dos procedimentos e sistemas do Exército de Salvação. Nem sempre eles servem a missão; alguns são vistos como empecilhos na jornada das pessoas. O Exército de Salvação precisa ter procedimentos para sua jornada do século 21 que sejam adequados aos propósitos divinos. Isso inclui sistemas como governança, gerenciamento, pessoal, monitoração, finanças e propriedades. Se nossos sistemas comprometem os propósitos de Deus, estamos falhando com as pessoas e falhando com Deus. O Exército de Salvação já possui muitos procedimentos. Eles precisam ser regularmente revistos para assegurar que estejam adequados ao propósito de Deus e sejam um verdadeiro apoio em nossa jornada. Procedimentos e sistemas são importantes para assegurar que sejamos fiéis, responsáveis e alcancemos qualidade. Um resultado esperado do Movimento de Prestação de Contas é a redução de burocracia no Exército de Salvação. Será possível diminuir a burocracia se os procedimentos servirem aos propósitos dados por Deus.

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Como nós acompanhamos o progresso e aprendemos com a experiência?

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Será que nossos procedimentos e sistemas estão adequados aos propósitos? Será que todos os nossos negócios (aquisições, finanças, propriedades, pessoal, serviços ao público, tomadas de decisão) são conduzidos de acordo com os valores do Reino? Será que o trabalho está sendo feito de acordo com as leis nacionais e locais? Será que todos os padrões profissionais relevantes estão sendo implementados? Será que as políticas do Exército de Salvação (ordens e regulamentos, memorandos de nomeação, descrição de nomeação e descrição de funções) estão acessíveis e foram implementadas e revisadas adequadamente? Será que existe algum sistema de avaliação de riscos implementado?

69


FLASHBACK: Uma história real – PROCEDIMENTOS E SISTEMAS Os tenentes Bram e Eva, da nossa história no capítulo 1, não eram os tipos de oficiais que ignoram os sistemas e procedimentos do Exército de Salvação. Por exemplo, eles seguiram os procedimentos quando, após conversar com os membros do Corpo, comunicaram ao QT que era hora de investir em um novo prédio, e isso era algo urgente. Os líderes divisionais estavam dispostos a ajudar. Eles enviaram uma equipe da divisão para avaliar o prédio atual e procurar na cidade um terreno apropriado que estivesse disponível. A equipe da divisão também analisou as finanças do corpo e fez um projeto baseado no que seria acessível, usando os recursos da venda da propriedade atual, dos esforços de arrecadação local e das subvenções e empréstimos do QT. Uma nova propriedade foi adquirida do outro lado da cidade, onde havia mais crescimento habitacional. O Corpo seguiu os procedimentos e o resultado foi bom. Mas para os tenentes, alguns procedimentos e métodos do Exército pareciam pesados e incômodos. Eles tiveram que lidar com eles mesmo assim, porque estava claro que o Exército não iria mudar da noite para o dia. Com o crescimento da verba que chegava através do aumento das ofertas das pessoas e da renovação do bazar beneficente, as entradas dobraram em poucos meses e o Corpo contratou uma secretária para auxiliar no trabalho do escritório. Isso fez com que os tenentes ficassem mais livres para atender as crescentes demandas do Corpo, resultado da inclusão de mais pessoas e mais pessoas em seu “rebanho”. Eles desenvolveram seus próprios procedimentos e sistemas, que funcionavam bem junto ao sistema geral do Exército de Salvação. Isso também proporcionou a eles mais tempo para si mesmos e sua família, e permitiu que eles investissem mais em si mesmos e em seu desenvolvimento como líderes. Ao trabalhar com uma divisão apoiadora, os tenentes asseguraram que os procedimentos e sistemas do Corpo de Richmond alcançassem seus propósitos e ajudassem na efetividade da missão.

Leituras bíblicas e Cânticos |  PROCEDIMENTOS E SISTEMAS Eclesiastes 8:5-6: ‘Quem obedece às suas ordens não sofrerá mal algum, pois o coração sábio saberá a hora e a maneira certa de agir. Pois há uma hora certa e também uma maneira certa de agir para cada situação. O sofrimento de um homem, no entanto, pesa muito sobre ele”. 70


Lucas 16:10-13: “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é desonesto no pouco, também é desonesto no muito. Assim, se vocês não forem dignos de confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeiras riquezas? E se vocês não forem dignos de confiança em relação ao que é dos outros, quem lhes dará o que é de vocês? “Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará ao outro, ou se dedicará a um e desprezará ao outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”. 1 Coríntios 4:1-2: “Portanto, que todos nos considerem como servos de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus. O que se requer destes encarregados é que sejam fiéis”. Tito 1:7-9: “Por ser encarregado da obra de Deus, é necessário que o bispo seja irrepreensível: não orgulhoso, não briguento, não apegado ao vinho, não violento, nem ávido por lucro desonesto. É preciso, porém, que ele seja hospitaleiro, amigo do bem, sensato, justo, consagrado, tenha domínio próprio e apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela”.

Veja também: “Revestidos da couraça de Jesus” - Cântico 374 v 3 e coro “Eu vou no poder do Senhor” - Cântico 411 v 2

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NOTAS

72


73


C

onforme vimos nos capítulos anteriores, a EPCM utiliza um procedimento para explorar importantes questões em seis áreas centrais. Ele pode ser usado em todos os lugares do Exército de Salvação – em áreas rurais e cidades, em corpos e instituições, quer sejam serviços de saúde em ilhas remotas do Quênia ou Bangladesh ou projetos de geração de emprego nas maiores metrópoles do mundo. As perguntas podem se aplicar a indivíduos e equipes, ou a territórios e divisões. Muitas das perguntas não podem ser respondidas fácil ou rapidamente; assim, este capítulo sobre Facilitação Baseada na Fé (FBF) almeja nos ajudar a explorar as perguntas de forma significativa, esperando-se que produza resultados significantes para o reino exatamente onde você está. O FBF é um processo que muitos salvacionistas já estão usando. Por exemplo, o Território do Reino Unido e República da Irlanda encoraja o uso do FBF nos corpos e instituições, bem como em comunidades, a fim de analisar o que está acontecendo, refletir sobre isso à luz da fé e trabalhar em um plano de ação. O FBF também é usado por muitos salvacionistas na África, Caribe, América do Sul e Ásia com o intuito de pensar nas questões segundo seu contexto. Obviamente, os resultados do processo são diferentes em diferentes partes do mundo. Todos podem usar o processo de FBF para estruturar conversas e ajudas as pessoas a pensar, dialogar, explorar e responder questões à luz da fé. Usar o processo resultará no desenvolvimento de pessoas e comunidades mais saudáveis, que desfrutam de relacionamentos mais profundos. Não é uma ferramenta, teoria ou projeto em si mesmo – é uma forma de trabalhar, uma forma de pensar, uma forma de viver, uma forma de ser.

74


1. Evento

ou Assunto

2. Descrever

5. Agir

Analisar

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LIA DE

3. Refletir

ES

4. Decidir

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IÇÕES

EXPERIÊNCIAS “KAIRÓS”

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Esse diagrama mostra os diferentes elementos do processo FBF. Vejamos como ele funciona e como podemos aplicá-lo às questões que respondemos na EPCM

FBF  | PASSO 1

EVENTO OU ASSUNTO

O processo começa quando as pessoas identificam um assunto que precisa ser avaliada para verificar o que estamos fazendo, por que estamos fazendo e como poderíamos fazer melhor. Em termos de FBF, esse passo é fácil para nós em certo sentido, porque a questão que será avaliada é a pergunta que a EPCM apresenta para nós. Por exemplo, a primeira pergunta feita na EPCM é: quem está fazendo a caminhada e como estão seus relacionamentos? Essa pergunta, e as perguntas subsequentes, tem a ver com o bem-estar das pessoas em seus relacionamentos. Essa é a questão a ser explorada e você pode usar o FBF para ajudar a responder as perguntas. Faça uma discussão geral sobre as perguntas antes de passar para os passos 2 e 75


3. Será que você deve aplicar as perguntas do FBF como um bloco ou uma por uma? Lembre-se, em todo o processo de FBF é importante que as pessoas estejam em um ambiente onde: QQ

Elas se sintam seguras e encorajadas a compartilhar,

QQ

Haja respeito mútuo pelas perspectivas, ideias, experiências e dons uns dos outros,

QQ

Aprender uns com os outros e com Deus seja um valor principal.

FBF  | PASSO 2

DESCREVER E ANALISAR

As perguntas da EPCM são então analisadas da forma mais completa possível. Aqueles que estão refletindo (juntos ou individualmente) tentam pensar em cada fator que influenciou quem está respondendo. Isso gera um entendimento mais profundo e abrangente da experiência vivida até o momento. Assim, quando se trata das perguntas relacionadas às pessoas e seus relacionamentos, você identifica e aponta o nível de bem-estar das pessoas e de seus relacionamentos e o que causou e causa impacto nesse bem-estar. E importante que as repostas para as perguntas da EPCM não sejam superficiais. Seja o mais objetivo possível. Mantenha cuidadosamente o foco na descrição e na análise e evite julgamentos e opiniões. A tempestade de ideias pode ser de grande ajuda – ter as ideias de todos registradas em um quadro ou flipchart, ou em uma cartolina. Talvez seja necessário priorizar as ideias.

FBF  | PASSO 3

REFLETIR E AVALIAR

Esse passo do processo implica em pensar nos fatores que surgiram e compartilhar ideias e respostas. Continuando os exemplos dos passos 1 e 2, se os elementos e questões que estão em foco são o bem-estar da pessoa/corpo/instituição/equipe e de seus relacionamentos, será importante explicar o porquê das respostas dadas no passo 2 e como os envolvidos podem melhorar a qualidade de seus relacionamentos e a experiência de ter todas as pessoas compartilhando da visão e sentindo-se aceitas. Pessoas de fé verão a leitura da Bíblia, a oração e os momentos silenciosos de reflexão como atividades úteis entre os passos 2 e 3. É neste passo que é feita uma avaliação cuidadosa, e perguntas difíceis precisam ser feitas e respondidas. Por 76


exemplo: até que ponto a pessoa/corpo/instituição/equipe permanece fiel aos seus valores e objetivos originais? Que conhecimentos, eventos ou ensinamentos da Bíblia se relacionam com essa situação? O que precisa mudar para melhorar essa situação ou torná-la mais valorosa para todos os envolvidos? Durante este tempo de reflexão e avaliação, pode ser que surja uma experiência Kairós (veja sobre as “Experiências Kairós” abaixo). Tais experiências não podem ser previstas ou calculadas, mas dificilmente acontecerão se os participantes não estiverem com a mente aberta e receptiva. Assim como um tempo de oração e reflexão, talvez uma pausa ou uma atividade que estimule o “pensamento criativo” resulte em mais receptividade. A avaliação e a reflexão nunca devem ser apressadas, e certamente nunca devem ser esquecidas! A maior parte do tempo utilizado na FBF deve ser nesse passo.

FBF  | PASSO 4

DECIDIR E PLANEJAR

Um momento bem dirigido de reflexão utilizando o processo FBF geralmente levará a decisões que os participantes podem assumir e colocar em prática; por exemplo, um plano para aumentar o bem-estar da pessoa/corpo/instituição/equipe e de seus relacionamentos. Se for difícil chegar a um acordo, pode ser útil fazer uma lista de todas as possíveis opções de ação. Grupos ou indivíduos podem então listar os fatores positivos e negativos de cada opção. Ao compartilhar com o grupo todo, pode ser que haja alguma concordância. Ás vezes pode ser difícil chegar à unanimidade sobre um determinado curso de ação. Se for o caso, será necessário que o facilitador conduza o grupo a uma decisão da maioria, buscando o máximo de consenso possível. Identificar forças e recursos é importante nesse passo para certificar-se de que será possível prosseguir com as decisões tomadas. Priorizar será de grande ajuda ao decidir entre algumas opções possíveis. Para assegurar que a decisão acordada seja viável, é interessante perguntar: QQ

QQ

Que recursos estão disponíveis para implementar o plano? Como as lacunas serão preenchidas? Quem será responsável por cada um dos planos aceitos e quando eles serão executados? 77


QQ

Que treinamento e/ou apoio será necessário?

QQ

Que garantias precisam ser incluídas?

QQ

Como os problemas devem ser tratados?

QQ

Quem deve ser informado sobre os planos e quem fará isso?

QQ

Quando o progresso será avaliado?

FBF  | PASSO 5

AGIR

Transformar decisões em ações é vital. Lembre-se de listar os pontos de ação, avaliar o impacto da ação e buscar as informações apropriadas. Isso será necessário durante o próximo ciclo dos passos 2 e 3. E então o processo continua: o FBF não para no último passo, mas é algo contínuo. Depois do passo 5 Agir, as mudanças feitas resultarão em um novo ciclo de FBF:

UM NOVO PASSO 1

EVENTO OU ASSUNTO

A ação tomada como resultado desse processo levará à transformação e então haverá uma “nova experiência” como Passo 1.

UM NOVO PASSO 2

DESCREVER E ANALISAR

Uma nova descrição e análise da situação atual será necessária. (É importante fazer isso com cuidado. Você talvez ficará surpreso ao descobrir quantas mudanças a ação gerou.)

UM NOVO PASSO 3

REFLETIR E AVALIAR

Este é o ponto vital onde as mudanças geradas pela ação podem ser analisadas e avaliadas. É essencial fazer isso antes de prosseguir com qualquer ação. Talvez seja útil fazer uma pausa nesse passo, para verificar o impacto que a ação que já foi tomada está tendo a longo prazo.

MANTENDO A FE Além da evidência contextual contemporânea, a FBF destaca 3 importantes influências que o Exército de Salvação utiliza na formação de sua política: 78


1. A Bíblia, 2. A tradição da Igreja, 3. A inspiração de Deus na “experiência Kairós”. Pessoas de fé são influenciadas pelos ensinamentos passados através das gerações. O Exército de Salvação, como uma Igreja cristã, acredita que as Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos são dadas por inspiração de Deus é que elas oferecem uma orientação essencial e divina que ajuda as pessoas a viverem plenamente. O Exército de Salvação não considera a autoridade da tradição da Igreja da mesma forma que considera a autoridade da Bíblia. No entanto, reconhecemos que há muito a aprender com a experiência e os ensinamentos dos cristãos que vieram antes; assim, as lições e modelos estabelecidos pela tradição de fé devem ser analisados e observados, pois oferecem valiosos ensinamentos.

EXPERIÊNCIAS KAIRÓS Ideias inesperadas podem surgir em qualquer passo do processo FBF, mas especialmente durante momentos de reflexão, avaliação e decisão. Pessoas de fé podem ver Deus trabalhando nesses momentos. Uma “experiência Kairós” é o termo usado para descrever essas ocasiões. Há um exemplo bastante conhecido de uma experiência Kairós na história do Exército de Salvação, quando William Booth disse para sua esposa, Catherine, ao retornar para casa depois de uma reunião no Leste de Londres: “Querida, encontrei o meu destino”. Ele sentiu que Deus o estava conduzindo de uma forma específica. William Booth teve uma experiência Kairós. O Evangelho de Mateus registra que Pedro, um dos discípulos que havia estado com Jesus durante alguns anos, eventualmente reconheceu quem Jesus era e disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16.16). Jesus contou muitas histórias sobre pessoas tendo ideias inesperadas, como o filho pródigo (Lucas 15.11-32), que “cai em si” (v. 17) depois de várias experiências ruins e um longo tempo de reflexão. Foi uma experiência Kairós que o levou a um maravilhoso reencontro com seu pai. Kairós é uma palavra grega (καιρoς) que não é fácil de traduzir em outras línguas – significa algo como “o momento de Deus”, ou “o tempo certo”. Tais momentos de inspiração talvez aconteçam quando não os estávamos buscando. Novas ideias talvez surjam gradualmente e não necessariamente em um “momento” definido. O FBF entende que essas experiências são o agir de Deus. Cristãos entendem que a Bíblia, a oração e os momentos de reflexão podem servir de estímulo e levar a uma experiência Kairós. 79


As “experiências Kairós” estão no centro do diagrama FBF para indicar a presença e a influência de Deus em todos os aspectos da vida. É um lembrete para pessoas de fé sobre a importância de sempre integrar a fé com as ações e também a promessa de que Deus está sempre presente.

NOTAS

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Para que o Movimento de Prestação de Contas floresça nos 127 países é necessário que haja um renovo da visão e do ânimo em todos os lugares. Não acontecerá apenas porque o General quer que aconteça. É preciso que todos, em cada parte do Exército de Salvação, se envolvam. Você não precisa esperar que alguém te dê permissão para prestar contas. Você pode começar a usar a EPCM imediatamente como auxílio em sua jornada de renovação. Veja as perguntas – que desafios Deus está colocando diante de você? Quando a avaliação da prestação de contas começou no Exército de Salvação em 2013, líderes de todos os territórios e comandos foram questionados sobre sua visão. Conforme descrito na página 25, 93% respondeu e as maiores preocupações tinham a ver com a ineficácia dos sistemas e os relacionamentos frágeis entre as pessoas. Assim, o foco está no fortalecimento dos sistemas e na melhora de nossos relacionamentos.

Fortalecendo os sistemas do Exército Em janeiro de 2015, o Conselho Consultivo do General considerou todo o trabalho feito pela Iniciativa de Impacto Um Exército e pela Revisão de Prestação de Contas Um Exército. Foi decidido que o Exército de Salvação precisa de um Movimento Integrado de Prestação de Contas com quatro pilares centrais: governança, avaliação de impacto, finanças e proteção infantil, apoiados pelo desenvolvimento da liderança, capacitação e comunicação.

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Proteção Infantil

Finanças

Avaliação de Impacto

Governança

de Liderança, Capacitação e comun icação volvimento Desen

VIVENDO OS VALORES DE CRISTO Cada pilar tem uma declaração de missão: QQ

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Governança: Assegurar que o Exército de Salvação tenha, em todos os níveis, uma estrutura de governança adequada aos propósitos dados por Deus no século 21. Avaliação de Impacto: Para aumentar a mudança transformacional o Exército de Salvação trabalha com pessoas e comunidades através da avaliação e aprendizagem. Finanças: Monitorar, revisar, atualizar e aprimorar os sistemas financeiros do Exército de Salvação em todo o mundo a fim de desenvolver a prática de setor líder, assegurar ampla prestação de contas das partes interessadas, facilitar a capacitação de pessoal financeiro e possibilitar financiamento para os propósitos. Proteção Infantil: Assegurar o compromisso do Exército de Salvação com o bem-estar e a proteção das crianças através da implementação de boas práticas em cada expressão do contato e influência do Exército de Salvação junto as crianças. 83


Os quatro pilares – mais o desenvolvimento de liderança, capacitação e comunicação – são elementos centrais do Movimento de Prestação de Contas. Todos estão sob a base dos valores cristãos. Esse programa abrangente de mudança será supervisionado pelo Secretário em Chefe.

Mudando a cultura Este é o maior desafio! Não há dúvidas de que há muitas diferenças em nosso “Um Exército”. Às vezes até mesmo falar sobre “Um Exército” parece irrealista. Como podemos comprar o ministério do Exército em Nova York, nos Estados Unidos, com o ministério em uma remota ilha da Indonésia? No entanto, temos muito mais em comum do que geralmente observamos. Em cada país, o Exército de Salvação trabalha com pessoas que – assim como nós – vivem em um mundo imperfeito e decaído. E o mais importante, todos nós dependemos do mesmo Salvador e Espírito Santo que nos dá graça, sabedoria e energia para servir. Uma avaliação das preocupações relativas à prestação de contas no Exército mostrou as mesmas questões sendo repetidamente levantadas: QQ

relações insatisfatórias entre colegas oficiais

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falta de integridade financeira

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má administração dos recursos

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uma falta de confiança entre oficiais e soldados

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desconfiança entre Corpos, Centros Sociais e Quartéis

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pecados sexuais

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pessoas que procura o poder para benefício pessoal

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falta de amor para com as pessoas que são diferentes de nós

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procedimentos e sistemas desatualizados que não estão adequados para a missão do Exército no Século 21

O General André Cox está conduzindo esse processo no QGI, mas ele admitiu que não pode fazer isso por cada território ou comando. Os líderes territoriais e de comando precisam liderar o processo de mudança em suas áreas de responsabilidade. Os líderes divisionais, de instituições e corpos precisam apoiar o processo de mudança onde estão. 84


No entanto, nós não vamos alcançar a mudança que Deus quer no Exército de Salvação se focamos apenas em ajustar nossos métodos. Nós também precisamos ser corajosos e enfrentar os problemas relacionais. Por que permitir que as más relações em nossos Corpos, centros e sede para passem em branco? Por que se admite que alguns líderes - em Corpos, Centros Sociais e Quartéis - abusem do seu poder? Sim, somos uma organização hierárquica. Sim, temos de aceitar a autoridade, mas como o General escreve em seu artigo: “A autoridade é confiada a um indivíduo com a finalidade do bem comum dentro da comunidade” (ver 1 Reis 3.9; 1 Coríntios 12.7). O poder pode ser usado de muitas maneiras. Não é apenas poder hierárquico e autoridade que podem ser usados para o bem comum. Existem muitas oportunidades para as pessoas usarem sua influência pessoal para o Reino. Influência não depende da posição ou cargo. Você pode pensar em alguém que tem uma influência que excede em muito a sua posição ou grau? Eu conheço muitos que me influenciaram positivamente. É claro, a influência pode ser usada de forma negativa e frustrar os propósitos de Deus. Qualquer autoridade, poder ou influência que temos no Exército de Salvação não é para nosso benefício pessoal. Se usarmos as nossas nomeações para fins egoístas, precisamos ser responsabilizados por nossa infidelidade. Para este Movimento de Prestação de Contas ganhar força, todos ligados ao Exército de Salvação - funcionários, jovens soldados e soldados adultos, funcionários ativos e aposentados, aderentes, voluntários, amigos - precisam abraçar a visão e se envolver. Este é um enorme desafio de comunicação. As pessoas não ficam animadas com a prestação de contas! Ela pode fazer as pessoas ficarem na defensiva e/ou nervosas. No entanto, a maioria da nossa família salvacionista será inspirada e convencida se perceber que os oficiais estão pessoalmente comprometidos com uma prestação de contas ainda mais abrangente. Nosso povo espera ver nosso Exército sendo mais eficaz na missão de Deus. Corremos o risco de nos tornarmos cínicos e desmotivados se acharmos que este é apenas um pretexto para manter o General feliz. Esta não é a ideia dele! Na Última Ceia, Jesus ordenou aos seus discípulos: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13.34-35). Então, o que significa “amar uns aos outros” como prática para o Exército de Salvação no Século 21? Certamente é algo diferente de algumas atitudes e culturas que nós aceitamos no passado. 85


Por exemplo: QQ Vamos nos afastar de uma cultura de: “por que eles precisam saber?” rumo a uma cultura aberta, transparente, que diz: “por que não contar isso às pessoas?” Podemos confiar mais informações às pessoas, especialmente sobre finanças e gestão dos recursos. Obviamente, há muitas vezes uma necessidade de confidencialidade pastoral, mas isso não deve ser uma desculpa para varrer o pecado para debaixo do tapete Vamos passar de uma cultura de: “não faça perguntas difíceis” para a de encorajar as pessoas a pensar, discutir e debater como o Exército pode ser mais eficaz, eficiente e fiel em fazer a vontade de Deus em nossas comunidades. Não estamos sendo leais a Deus ou o Exército quando olhamos para o outro lado e “sofremos em silêncio”, conforme descreveu um oficial africano recentemente ao falar de um problema. Um líder forte permite que as pessoas discordem, mas é capaz de explicar as razões por trás de uma decisão. Um líder fraco abafa toda discordância, geralmente por meio de abuso de poder.

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Vamos rejeitar uma cultura de: “devemos proteger a reputação do Exército a todo custo” - mesmo que isso signifique esconder a verdade. Às vezes precisamos confrontar o pecado, mesmo que as pessoas não compreendam nossas ações. Estas situações muitas vezes nos custam muito pessoalmente. O Exército de Salvação é uma organização altamente confiável, mas não podemos ter isso como garantia. É preciso continuar ganhando a confiança de nossas comunidades ao sermos pessoas íntegras – independente do custo.

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Vamos rejeitar uma cultura de desconfiança e incentivar uma atitude de respeito mútuo e de verdade entre os líderes do Exército e aqueles sob seu comando. Muitos oficiais e soldados presumem que seus líderes são incompetentes, corruptos ou ambos. Será que estamos agindo como no mundo, onde todos os líderes são suspeitos – seja no governo, nos negócios, no direito, na medicina ou na Igreja? Será que esta cultura de desconfiança está afetando os relacionamentos no Exército? Não temos que ser amigos íntimos de todos, mas precisamos trabalhar em conjunto para a missão de Deus. Jogadores de equipes vencedoras frequentemente se referem à importância dos valores de sua equipe. Os jogadores que não adquirem essa cultura de equipe são descartados. Se até os atletas reconhecem a importância disso para se tornarem campeões esportivos, quanto mais nós deveríamos estar dispostos a viver os valores de Cristo no “Time” do Exército de Salvação!

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Desenvolver uma cultura de confiança e respeito mútuo significa que se os líderes ou liderados se comportarem mal deverá haver consequências. O General deixou claro que todos precisam ser responsabilizados - falhas precisam ser tratadas e são necessários sistemas eficazes de notificação. No entanto, precisamos confiar em nossos líderes, a menos que haja provas em contrário. Devemos dar-lhes um voto de confiança, mas também ser corajosos o suficiente para dizer-lhes o que estamos pensando. Nossos líderes devem responder às nossas opiniões com graça e honestidade. Onde há evidência de falha, temos de encontrar formas de lidar com o problema dentro do Exército. Leia as fortes palavras de Paulo para a igreja em Corinto (1 Coríntios 6.1-11) antes de considerar outros cursos de ação. Vamos rejeitar a prática de reclamar secretamente ou escrever cartas anônimas. Precisamos aprender a “falar a verdade em amor” (Efésios 4.15) para o outro. Uma nova cultura de prestação de contas exigirá processos eficazes para lidar com as preocupações dos delatores - mas as alegações devem ser apoiadas em fatos, não em rumores. Vamos rejeitar uma cultura de: “não fazer nada para não levar a culpa se der errado”. Às vezes as pessoas têm medo de agir e levar a culpa. Este clima de medo resulta num desperdício de recursos do Exército e desperdício de oportunidades para o crescimento do Reino. Lembra-se de Jesus ensinando sobre a parábola dos talentos (Mateus 25:14-30)? Somos tão responsáveis por aquilo que não fazemos quanto pelo que fazemos.

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Vamos nos afastar de uma cultura de cinismo e negatividade. Sim, a missão é muitas vezes difícil. Como Edward Henry Bickersteth escreveu (Cancioneiro do Exército de Salvação (inglês) 746, v 3): “Eu sei como duramente as almas tentam conseguir e vencem; Meus louros mais excelentes são borrifados com lágrimas”. Quando experimentamos o fracasso ou a decepção devemos resistir à tentação de nos tornarmos endurecidos e amargos. Somos um povo de esperança - e não de desespero. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8.31). O Senhor ainda está usando o Exército em muitos lugares. Vamos humildemente aprender com os que estão produzindo frutos. Um dos objetivos principais do Movimento de Prestação de Contas é incentivar uma cultura de aprendizado dentro do Exército. Temos muito que aprender uns com os outros, se estivermos dispostos a ouvir e adaptar. Estes são alguns exemplos da cultura que o Movimento de Prestação de Contas

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encoraja – ou que rejeita. Minha oração é que este movimento resulte em relações mais profundas e autênticas com Deus e uns com os outros. Para reiterar, o objetivo deste movimento é dar mais oportunidades para as pessoas serem renovadas pelo Espírito de Deus e reorientadas para a missão de Deus de resgatar o Seu mundo. Não espere que alguém lhe diga como ser um bom administrador. Ore sobre isso, peça a Deus orientação e, em seguida, vá em frente. O Espírito Santo já está ativo ao redor do Exército no mundo todo. Existem iniciativas de prestação de contas em muitos territórios, como o Paquistão, Canadá e Bermudas, Reino Unido com a República da Irlanda, e há uma colaboração inovadora entre Zimbábue, Zâmbia, Maláui e África do Sul, trabalhando com os Territórios da Suíça, Áustria e Hungria. Em cada caso, há uma maneira ligeiramente diferente de incentivar a mudança, mas todos eles estão se movendo na mesma direção: uma melhor prestação de contas. Você está pronto para se comprometer em prestar contas? Não apenas em relação ao dinheiro, propriedade ou outros recursos físicos, mas também em relação ao nosso relacionamento com Deus e com nossa família, amigos, vizinhos – e colegas oficiais, é claro! Como O Manual de Doutrina do Exército de Salvação (no inglês, pág. 197) explica, temos uma vocação: “Tomar consciência de que a ética radical do amor proposta por Jesus - é tratar todas as nossas relações como pactos sagrados. Assim, Deus pode amar através de nós”. Vamos todos buscar a vontade de Deus em cada área de nossas vidas e estar dispostos a responder a perguntas difíceis quando nossos relacionamentos ficarem aquém de uma santa aliança.

Finalmente… Por favor ore para que a bênção, a sabedoria e a graça de Deus façam parte desse processo. Mudar não é algo fácil. Se o Movimento de Prestação de Contas for apenas uma criação humana, ele vai falhar. Se Deus estiver no centro do Movimento de Prestação de Contas ele gerará frutos para o seu reino. Suas orações e apoio são essenciais.

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Nota: Jornada de Renovação conservou-se o mais sucinto possível para permitir sua tradução em vários idiomas. Seu conteúdo deve ser acessível para o povo salvacionista ao redor do mundo. Mais recursos estão sendo produzidos e estarão disponíveis para download em www.salvationarmy.org/accountability.

NOTAS

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As definições a seguir foram retiradas de fontes variadas, incluindo o The Salvation Army Year Book e Dicionário Oxford (ambos em inglês). Movimento de Prestação de Contas:  Uma oportunidade para o povo e as estruturas organizacionais do Exército de Salvação serem renovados pelo Espírito de Deus e ajustarem seu foco na missão de Deus de redimir seu mundo. Atividades:  As ações das pessoas ligadas aos programas do Exército de Salvação que são planejadas para alcançar o propósito dos programas (por exemplo, as atividades organizadas para um grupo de jovens). Aderente:  Um aderente do Exército de Salvação é uma pessoa que acredita no Senhor Jesus Cristo e busca segui-lo e ser como ele; participa da adoração, da comunhão, dos cultos e apoia a congregação local do Exército de Salvação; e se identifica com a Declaração de Missão do Exército. Auditoria:  Análise oficial dos sistemas financeiros e de gerenciamento, balanços e controles, com verificação por referência para testemunho e evidência. Existem três tipos de auditoria financeira no Exército de Salvação: (1), interna, (2) externa (feita por auditores profissionais independentes) e (3) internacional (feita pela equipe do QGI). Tempestade de Ideias:  A ação ou processo de tentar resolver um problema em consenso, geralmente com ideias surgidas espontaneamente em uma discussão em grupo. Grupo Bridgespan:  Um serviço sem fins lucrativos de consultoria e recursos para organizações missionais e filantrópicas que colaboram com líderes do setor social para auxiliar a mensurar o impacto, desenvolver liderança, aprimorar a efetividade filantrópica e acelerar o aprendizado. Eles têm trabalhado junto ao Exército de Salvação nos anos mais recentes. Descrição de Nomeação:  Um documento emitido aos oficiais do Exército de Salvação descrevendo sua função, responsabilidades e resultados esperados em uma nomeação específica. Veja também Memorando de Nomeação. 90


Capacitação:  O processo de desenvolver e aprimorar as especialidades, habilidades, processos e recursos que as organizações e comunidades precisam para sobreviver, se adaptar e prosperar em um mundo de rápidas mudanças. Centro (Instituição):  Um serviço social ou programa comunitário do Exército de Salvação existente em uma localidade. Por exemplo, uma casa para moradores de rua, um hospital, uma escola ou uma casa de cuidado para idosos. Chefe do Estado Maior  Um oficial do Exército de Salvação, nomeado pelo General, para ser o segundo em comando no Exército de Salvação ao redor do mundo. Secretário em Chefe  O segundo oficial em comando em um território do Exército de Salvação. Proteção Infantil:  Os meios pelos quais as medidas são tomadas e estruturas são criadas para prevenir e responder ao abuso de crianças e assegurar que as crianças sejam protegidas do perigo. Comando:  Um tipo menor de território. Corpos:  Uma unidade do Exército de Salvação estabelecida para pregação do evangelho, adoração, ensino e comunhão, e para promover encontros com motivação cristã na comunidade. Oficial Dirigente:  Um oficial do Exército de Salvação nomeado para uma função de liderança espiritual, sacerdócio, administração e cuidado pastoral em um Corpo. Aliança (ou Pacto):  Um acordo firmado entre duas partes; nas Escrituras, o pacto de fidelidade amorosa feito com a humanidade por Deus. O Exército de Salvação prioriza relacionamentos pactuais. Por exemplo, o pacto de soldado, o pacto do oficial, a aliança do casamento. Divisão:  Um número de corpos agrupados sob a direção de um chefe divisional (pode incluir também centros e programas sociais) que opera dentro de um território ou comando. 91


Chefe Divisional:  O oficial no comando de uma divisão do Exército. Líderes divisionais:  O chefe divisional e seu cônjuge em sua função conjunta de compartilhar a liderança e o ministério espiritual, oferecendo cuidado pastoral e exemplo para o trabalho em parceria de casais de oficiais. Facilitação Baseada na Fé (FBF):  Um processo que utiliza ferramentas específicas para ajudar as pessoas a gozarem de relacionamentos mais profundos e saudáveis. Veja o capítulo 10 para mais informações. General:  O oficial elegido pelo comando supremo do Exército de Salvação ao redor do mundo. Todas as nomeações são feitas, e os regulamentos emitidos, sob a autoridade do General. Conselho Consultivo do General (CCG):  Estabelecido em julho de 2001, o CCG aconselha o General em questões diversas relacionadas com a política e a estratégia da missão do Exército. Presidido pelo General, uma equipe selecionada se reúne para encontros, não mais do que três vezes ao ano, em um lugar determinado pelo General. Governança:  O modelo de regras e práticas pelas quais “um grupo líder de formulação de políticas” assegura a prestação de contas, a justiça e a transparência no relacionamento da organização com seus parceiros (soldados, aderentes, oficiais, funcionários, usuários, doadores, governo, membros da comunidade). A estrutura de governança inclui: (1) a distribuição de direitos, responsabilidades e recompensas, (2) processos para resolver conflitos de interesse e (3) procedimentos para supervisão, controle, fluxos de informação e checagens e balanços. Avaliação de impacto:  Um processo envolvendo ferramentas usadas para mensurar a diferença que um programa faz para uma determinada pessoa, grupos de pessoas ou localidade específicas. A definição do impacto depende especificamente das metas e das questões que estão sendo tratadas. Entradas:  O material bruto usado em um programa do Exército de Salvação. Pode incluir dinheiro, especialidades técnicas, relacionamentos e pessoal. 92


Conferência Internacional de Líderes (CIL):  Uma conferência convocada ocasionalmente pelo General com a participação de todos os líderes territoriais, de comando e líderes internacionais de alta patente. Quartel General Internacional (QGI):  Os escritórios nos quais os negócios relacionados com a administração e supervisão do Exército de Salvação no mundo inteiro são feitos. Conselho Internacional de Gerenciamento (CIG):  O CIG é formado pelo General e a Presidente Internacional dos Ministérios Femininos, o Chefe do Estado Maior e a Secretária Internacional dos Ministérios Femininos, todos os Secretários Internacionais e Secretarias Zonais dos Ministérios Femininos, e o Chefe Nacional dos EUA e a Presidente Nacional dos Ministérios Femininos. O Conselho geralmente se reúne mensalmente com o General na presidência. Tomada Internacional de Posição  As opiniões expressas em uma Tomada Internacional de Posição representam a posição oficial do Exército de Salvação sobre a questão apresentada. Tomadas Internacionais de Posição serão publicadas quando for possível tomar uma posição clara e inequívoca, com aplicação internacional, sobre qualquer questão social, moral ou ética. Tomadas Internacionais de Posição podem ser usadas para apoiar a defesa pública de direitos ou ações pelos territórios e comandos do Exército de Salvação. Uma tomada de posição não está vinculada a qualquer salvacionista individualmente com relação a posição/opinião pessoal de qualquer natureza. Jovem Soldado:  Um menino ou menina, que ao aceitar Jesus como seu Salvador, assina o Compromisso de Jovem Soldado e se torna um salvacionista. Experiência Kairós:  Veja o capítulo 10. Reino de Deus:  A concretização dos propósitos de Deus para todo o universo pode ser ilustrada através da linguagem bíblica do reino de Deus. Essa linguagem é uma forma de descrever o reinado de Deus sobre os relacionamentos humanos, e é demonstrada quando vidas e comunidades são transformadas por Cristo. A Bíblia deseja que essa transformação se torne completa e visível em uma nova ordem mundial sob o domínio de Deus (Handbook of Doctrine, pp 224, versão em inglês). 93


Desenvolvimento de liderança:  Um processo estruturado para identificar, avaliar, treinar e educar pessoas para assegurar que elas tenham capacidade de assumir posições de liderança no Exército de Salvação. Mensuração:  O ato ou processo de mensurar algo. Nos programas do Exército de Salvação pode significar mensurar atividades, entradas, saídas e impacto. Memorando de Nomeação:  Um documento enviado a líderes de alta patente do Exército de Salvação (por exemplo, chefes territoriais) descrevendo sua função, responsabilidades e resultados esperados em uma nomeação específica. Veja também Resumo de Nomeação. Estrutura de Prestação de Contas da Missão (EPCM):  Uma ferramenta com seis dimensões que auxilia pessoas a serem mais responsáveis ao verificarem o que uma salvação ilimitada pode significar em suas vidas e para suas comunidades. Ela ajuda as pessoas a planejar e buscar o progresso em direção a um propósito comum: vida em toda a sua plenitude, como oferecida por Jesus (João 10.10). Oficial:  Um Salvacionista que foi treinado, comissionado e ordenado para o serviço e a liderança em resposta ao chamado de Deus. Um oficial é um ministro religioso reconhecido. Revisão de Avaliação e Prestação de Contas Um Exército:  Uma revisão aprovada pelo General em 2013, cuja tarefa foi produzir um relatório escrito e um conjunto de recomendações para o Conselho Internacional de Gerenciamento para assegurar que os sistemas existentes no Exército de Salvação estejam dentro dos padrões atuais. Um dos resultados da revisão foi o movimento de prestação de contas. Iniciativa de Impacto Um Exército:  Um compromisso entre o QGI e o Grupo Bridgespan em conjunto com os territórios ao redor do mundo para: (1) aprimorar a capacidade do Exército de Salvação de mensurar e descrever o impacto de suas atividades e (2) encorajar uma cultura de aprendizado constante, criando comunidades de aprendizagem prática com uma programação comum de aprendizagem. Um resultado da iniciativa foi o constante foco do Movimento de Prestação de Contas em avaliação de impacto. 94


Ordens e Regulamentos:  As ordens e regulamentos do Exército de Salvação juntos formam um manual de operações que facilita a missão na qual os salvacionistas estão engajados. Resultados:  As melhorias que um programa do Exército de Salvação está designado a fazer (por exemplo, o número de juniores se tornando jovens soldados como resultado de um programa de escola dominical). Saídas:  Os produtos mensuráveis e não mensuráveis que resultam das atividades de um programa do Exército de Salvação (por exemplo, o número de refeições servidas no local de um desastre). Priorizar:  Organizar algo (itens) para que seja tratado em ordem de importância; estabelecer prioridades (um conjunto de itens). Grau de oficiais:  Tenente, Capitão, Major, Tenente-Coronel, Coronel, Comissário, General. Gerenciamento de riscos:  A implementação de ferramentas de avaliação de risco e de gerenciamento, e controles internos que aumentam a probabilidade da efetividade e eficiência da missão. Salvaguardar:  Um compromisso total do Exército de Salvação com o bemestar, segurança e proteção de todas as pessoas – principalmente crianças e adultos vulneráveis, como os idosos e pessoas com necessidades especiais – através da implementação de boas práticas em cada expressão do contato e influência do Exército de Salvação. Salvação:  A missão de Deus, através de Jesus Cristo, de redimir o mundo todo. O Manual de Doutrina (p. 152, em inglês) fornece mais detalhes: “Salvação significa que somos aceitos por Deus incondicionalmente e que através dele é nos prometido uma nova vida […] Ser salvo é mais do que receber uma vida pessoal: somos parte da nova sociedade de Deus, seu povo chamado para transmitir as boas novas para o mundo […]. Além disso, a salvação no sentido bíblico não apenas diz respeito a indivíduos e comunidades, mas afeta toda a ordem do mundo. É nos prometido “um novo Céu e nova terra”. 95


Soldado adulto:  Uma pessoa convertida de pelo menos 14 anos de idade que, com a aprovação do conselho de cuidado pastoral, foi alistada como membro do Exército de Salvação após assinar o Pacto de Soldado. SMART:  Específico, Mensurável, Atingível, Relevante e Temporário. Mordomia:  A missão de Deus, através de Jesus Cristo, de redimir o mundo todo. O Manual de Doutrina (p. 152, em inglês) fornece mais detalhes: “Salvação significa que somos aceitos por Deus incondicionalmente e que através dele é nos prometido uma nova vida […] Ser salvo é mais do que receber uma vida pessoal: somos parte da nova sociedade de Deus, seu povo chamado para transmitir as boas novas para o mundo […]. Além disso, a salvação no sentido bíblico não apenas diz respeito a indivíduos e comunidades, mas afeta toda a ordem do mundo. É nos prometido “um novo Céu e nova terra”. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável:  Um conjunto de 17 metas acordadas por todos os 193 estados membros das Nações Unidas a serem alcançadas até 2030. Chefe Territorial:  O oficial em comando de um território do Exército. Líderes territoriais:  O chefe territorial e seu cônjuge em sua função conjunta de compartilhar a liderança e o ministério espiritual, oferecendo cuidado pastoral e exemplo para o trabalho em parceria de casais de oficiais. Território:  Um país, parte de um país ou vários países juntos, nos quais o trabalho do Exército de Salvação é organizado sob a liderança de um chefe territorial. Unidades menores são conhecidas como Comandos ou Regiões, organizadas sob a liderança de um Oficial de Comando ou Regional. Nações Unidas:  Uma organização internacional fundada em 1945. Atualmente é constituída de 193 estados membros. A missão e o trabalho das Nações Unidas são guiados pelos propósitos e princípios contidos em sua Carta de Fundação. Zona(s):  Um conjunto de territórios, comandos e regiões do Exército de Salvação em uma área geográfica. Os departamentos zonais são as principais ligações administrativas entre o QGI e os territórios, comandos e regiões. 96



Como líder internacional, estou convicto em chamar o Exército de Salvação a uma renovação espiritual e missional. Em um mundo de valores transitórios, devemos ser pessoas de integridade e vitalidade espiritual, fiéis e dinâmicas na missão. Devemos querer prestar contas de nossas ações e atitudes ao participar da missão de Deus de transformar o mundo. Devemos estar prontos a aprender com nossos sucessos, mas também com nossas falhas. A fim de lidar com essas questões, convido a todos ligados ao Exército de Salvação que façam parte de um MOVIMENTO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. General André Cox www.salvationarmy.org/accountability

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