3º caderno de 2003

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CADERNO 3 2003

Deputado estadual

Último caderno do Ano III

VICENTE

CANDIDO


HINO NACIONAL BRASILEIRO Poema: Joaquim Osório Duque Estrada Música: Francisco Manuel da Silva

ACENDEU A VELA, O SAMBA JÁ VAI COMEÇAR!

O SAMBA DA VELA, mais uma vez, manifesta sua gratidão a todos que direta ou indiretamente e a sua maneira colaboram com sua chama desde seu primeiro luzir, ocorrido na noite de segunda-feira, dia 17 de julho de 2.000. Mais um ano de resistência e de luta está iniciando. E mais do que estar em torno da luz de uma Vela e ao som de um dos mais autênticos representantes da cultura popular brasileira (o samba), estamos unidos em torno de um objetivo comum. Pois fazemos com que no Samba da Vela estejam presentes os preceitos para a formação de uma comunidade numa verdadeira comunhão em favor do pleno exercício da cidadania; bem essencial para que o povo de uma nação alcance seus objetivos coletivos e, conseqüentemente, os objetivos individuais. Toda cultura popular emana do povo. Toda festa popular que vem do povo deve servir e ser apropriada pelo próprio povo. Dessa permutação nasceu o Samba. Vem daí o seu valor, vem daí a sua força e a sua dimensão. Assim é possível perceber porque o Samba é muito mais do que um instrumento de lazer e porque o Samba é um instrumento de formação e difusão de sentimentos e de idéias. Os compositores de samba, através do seu poder de criação, geram versos e melodias diversificados; verdadeiras manifestações dos anseios da alma popular, anseios que podem ser amorosos, políticos, religiosos, educacionais... E, além disso, o Samba revela sonhos, alegrias, tristezas, projetos que, certamente, expressam a identidade cultural da nossa nação e, por isso, tem a responsabilidade de ser o porta-voz do nosso povo. Vem daí o nosso culto ao samba. O nosso amor e o nosso respeito a essa entidade que tem, sim, um grande poder transformador. O Samba é chama que chamais se apagará, pois é a Divina Luz que ilumina essa criação! O Samba da Vela orgulha-se de fazer parte desse coro. Carinhosamente e, paradoxalmente, com muita luta e perseverança, procura fazer sua parte. A luz que vem da Vela é apenas um simbolismo para mostrar que o reluzir da luz do samba tem que estender a sua abrangência. Portanto, todos que têm os corações aquecidos por essa chama, que chama, venham pra cá pra cantar, venham pra cá pra saber: O SAMBA DA VELA ESTÁ ESPERANDO VOCÊ!

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte!

Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!

Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece.

Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro desta flâmula - Paz no futuro e glória no passado.

Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza

Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada!

Terra adorada Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!


ÍNDICE 23) A COMUNIDADE CHORA (Magno Souza / Maurílio de Oliveira / Edvaldo Galdino)

Quando a vela acender eu vou cantar meu samba até prevalecer a luz que ilumina o compositor que tem a luz nos olhos seus Eu rezo pra essa chama tão crepuscular durar mais um minuto nessa hora Ah! porque senão a comunidade chora A comunidade chora Chora, chora A comunidade chora, a comunidade chora Quando a vela se apagar e o samba terminar saudade não me deixa ir embora Meu peito vazio implora Que uma luz me ilumine agora! Chora, chora A comunidade chora, a comunidade chora Chora por que a vela se apagou Por que o samba terminou Chora, chora A comunidade chora

01) Acendeu a Vela 02) Aliança 03) Você partiu 04) Tudo pra mim 05) Pra lhe perdoar 06) Partida 07) Minha vida melhorou 08) Guardada em meu peito 09) Quando penso em ti 10) Amor à vida 11) Me leva pro samba 12) Falsos Poetas 13) Da água pro vinho 14) Martírio desse amor 15) Reduto 16) Sem dó 17) Eh! Lugar bom 18) Que beleza de lugar 19) Gesto de Carinho 20) Lacuna 21) Trens desgovernados 22) Minha gente 23) Comunidade Chora


1) ACENDEU A VELA – ( G ) (Paqüera / Edvaldo Galdino)

22) MINHA GENTE - ( Am ) (Kaká Silva)

Acendeu a Vela O samba já vai começar Ela é quem chama Que é viva chama pro povo cantar A fé que não cansa Mantém a esperança do nosso viver O Samba da Vela está esperando você

Dessa gente Qual ferida impunemente Em açoites e correntes Ouvia-se um canto de sonhar Dessa gente sua fé tão resistente Impedindo outra gente De as almas nos tirar

Venha pra cá pra cantar Venha pra cá pra se ver Uma só voz embalar Pra nunca mais esquecer Venha fazer a história Venha com a gente aprender O Samba da Vela está esperando você A luz do samba reluz Conduz à inspiração Seduz, a todos induz À união de irmãos Queremos um canto forte Pra ver o samba vencer O Samba da Vela está esperando você

Gente que cantava ocultamente Um samba sem laiá raiá.. Essa gente em outra corrente Hoje já pode sambar Apesar de haver tanta gente Torcendo pra gente dançar Essa gente que é minha gente Valente de rir e chorar Gente que quer simplesmente Um samba com laia rara


21) TRENS DESGOVERNADOS - (G) (Mano Heitor / Cátia Mulundu)

2) ALIANÇA – ( Dm ) (Willian Nazário / Emerson Urso)

Nos somos dois trens desgovernados Trafegando em rota de colisão Nosso amor carece de poesia Você nem me dá bom-dia Já vai soltando rojão

Juro que não prestei atenção Que em tua mão Havia uma aliança Pois me fitaste tanto Que embriagaste os olhos meus Por isso alimentei essa esperança

Estamos de ponta-cabeça Porque temos defeitos iguais O nosso amor não tem “concerto” Não nascemos um pro outro Nós somos quase rivais A solução é sair à francesa Levo meu drama pro Bexiga E você vai morar lá no Brás

A minha negligência Foi demais fiquei em pranto A desventura se apoderou de mim Quase que eu tive um triste fim

Lá no Brás, lá no Brás, lá no Brás

e-mail: qbpproducoes@hotmail.com Fone: 5103-2752


3) VOCE PARTIU – ( E) (Rodrigo dos Reis)

20) LACUNA – ( E )

Você partiu dizendo Que o seu amor Por mim havia se acabado Pensei que não iria superar Mas o tempo tratou de apagar

Eu não sei se posso enfim lhe ofertar O amor que há em mim Assim tenho que lamentar Foi preciso eu sorrir pra não chorar Apesar de tão ruim Não quero um outro alguém em seu lugar

(Graça / Edvaldo Galdino / Magnu Sousá / Maurílio de Oliveira

Nem sei se apagar é a palavra Mais certa pra dizer nesse momento Saiba que jamais vou lhe esquecer Mas a seu lado já não dá mais pra viver

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Agora já consigo discernir O amor de uma paixão Preenche a lacuna do meu coração A todo instante sinto a sedução Tentar me provocar Tente ao menos me escutar Não quero outro alguém Em seu lugar


19) GESTO DE CARINHO ( C ) Magnu Sousá / Maurílio de Oliveira

4) TUDO PRA MIM ( C ) (Zé Maria)

Eu quero Me perder nesse sorriso Não posso Mas é dele que eu preciso Eu quero Não resisto a esse encanto Você é meu acalanto Eu não pretendo Lhe dizer adeus Seu corpo Embalado na beleza Seu sorriso tem pureza Tem amor, prazer

Não vou lhe deixar Oh! meu amor Custe o que custar Já andei por toda Madureira Durante a semana inteira E não consegui lhe encontrar Sou um malandro aposentado Um poeta apaixonado Não me torture assim Só quero um luar e um cavaquinho Você me dando carinho Isso é tudo pra mim

Enquanto Existir em meu caminho Esse gesto de carinho Eu não vou sofrer

Vou lá pra Império Serrano Quero gritar que te amo A reputação que se exploda Só quero um luar e um cavaquinho Alice me dando carinho Isso é tudo pra mim


5) PRÁ LHE PERDOAR – ( C ) Deni Alves / Chapinha / Maurílio de Oliveira

18) QUE BELEZA DE LUGAR ( D ) (Mário Leite)

Depois que ela me abandonou Eu vivo cantando Pra esquecer a minha dor Joguei a minha vida em suas mãos Entreguei meu coração Eu fiz tudo pra lhe ver feliz

Que beleza de lugar Aonde a gente mora Todo dia toda hora Não me canso de falar

Sempre fui amigo e companheiro Fui sincero e verdadeiro Nada lhe deixei faltar Tenho certeza que ela irá Pagar pelo que fez Por sua vez até virá me procurar... (Só não dá) Não dá pra lhe dizer tá tudo bem Peço a Deus que me dê forças Pra lhe perdoar

Aqui quando o dia amanhece O sol com seus raios dourados Vem brilhar Aqui quando o dia anoitece No céu estrelado tem luar Feliz A gente a Deus agradece E diz que beleza de lugar


17) ÊH! LUGAR BOM ( D ) (Chapinha)

6) PARTIDA ( Bm ) (Maurílio de Oliveira)

Nasci na favela Cresci na favela Moro na favela E não pretendo mudar

Eu fiquei comovido com essa tua franqueza Sentido Oh! Meu Deus quanta tristeza Jura Eu juro não queria despedida Razão Mas não posso aceitar tua partida Eu sei Não podes mais viver assim a lamentar Tão triste assim Jamais tu poderás me aceitar? Não mais me ver? Nem mais me esperar?

Êh lugar bom de se morar Lá no morro não tem água E nem infra-estrutura Mas não troco meu barraco Por cinqüenta coberturas Apesar da vida dura Eu tenho televisão O meu barraco é de madeira Mas pra mim é uma mansão Êh lugar bom de se morar

Eu já não posso mais amor te ver chorar Choraste até demais Também chorei demais a tua ausência Agora já chorei por tua dor E a minha dor só passará amor Se eu estiver contigo


7) MINHA VIDA MELHOROU ( C ) (Junior do Pandeiro / Japonês / Fialho)

16) SEM DÓ ( D ) (Dú Oliveira / Chapinha)

Depois que conheci a Madalena A minha vida melhorou Deixei a orgia e o baralho Hoje vivo pro trabalho Sou trabalhador Com ela, hoje vivo em harmonia Uma vida de alegria Não tenho desilusão Agora digo com sinceridade Tô falando a verdade Tenho paz no coração

Não ganho dinheiro quando preciso O pouco que ganho gasto sem dó Se morro o dinheiro não faz sentido Como ainda estou vivo Dinheiro gasto sem dó

Madalena Me ensinou novos caminhos A me esquivar dos espinhos Que encontrei pelo mundo Hoje tenho casa e bom emprego Uma vida de sossego Já não sou mais vagabundo

Sem dó, sem dó, sem dó Dinheiro gasto sem dó Já passei fome Senti o desprezo Fui refém do preconceito Não tinha onde morar Jamais pedi, roubei ou tive medo De ser réu, mais um detento Como fiz tudo direito Consegui me levantar Hoje tenho o que preciso Compro tudo que eu quero É por isso que eu digo Dinheiro gasto sem dó Sem dó....


15) REDUTO ( A ) (Paquera)

8) GUARDADA EM MEU PEITO ( Bb )

Nós somos um reduto de sambistas E de compositores Viemos pra mostrar a toda gente Nossos reais valores

Sei que o melhor para nós dois É saber que as mágoas de agora Podem se agravar depois Sendo desfeitos Os nossos laços de dor Seremos bem mais felizes Por tão errado melhor ouvir As coisas que o destino diz

A vela ilumina os caminhos É ela quem indica a parada Somos sambistas de fé Velamos sempre por ela Salve a comunidade da vela

Edvaldo Galdino / Magnu Sousá / Maurílio de Oliveira

Tenho guardada em meu peito Uma marca de dor (eu sei) Sei que também hoje sofre Por uma razão A qual não sei Sei que para o bem da relação É melhor a separação


9) QUANDO PENSO EM TI ( F ) (Márcio Palito)

14) MARTÍRIOS DESSE AMOR ( G ) Magnu Sousá / Maurílio de Oliveira / Paquera

Mangueira Quando penso em ti Dá vontade de partir Para ir morar no morro Lá onde o poeta se inspira Cantando com a alegria Para fazer mais um samba Do partido-alto ao de terreiro O samba verdadeiro Mora em Mangueira também

Não posso lamentar Tampouco me julgar Nem julgar você Dos martírios desse amor Mas não perdi a fé Seja o que Deus quiser Pode ser mulher Que o nosso amor Um dia venha resolver Espero acontecer E deixar a paz reinar Em nossos corações Se elevará a imensidão no lar E um novo amor virá pra nós

Mas ela nunca Foi melhor do que ninguém Apenas quer mostrar Que intimidade com o samba A Mangueira tem


13) DA ÁGUA PRO VINHO ( Em ) (Alfredo Castro)

10) AMOR À VIDA ( G ) (Magnu Sousá / Maurílio de Oliveira)

Mudei quando sangrei no espinho Da água pro vinho Da noite pro dia eu mudei Não sei se acertei o caminho Só sei que sozinho Jamais aprendi a viver

Muita coisa aconteceu na minha vida E você não viu Não viu que simplesmente eu te esperava Mas quem espera já morreu

Sozinho andei Na madrugada sem destino Sozinho tive que lutar sem condição Por isso hoje quando vejo alguém sozinh Abro meus braços Com sorriso estendo a mão

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Quantas lágrimas chorei Derramei prantos sem dor Tanta coisa aconteceu E você não se importou Fui embora porque outrora Não me deu valor E meu peito decidiu Desviar por um momento E sanar essa ferida Ninguém pode resistir Ao efeito envelhecedor Do tempo então que nos uniu No entanto quem nos separou Tudo se modificou Com o sofrimento é que aprendi A ter amor à vida


11) ME LEVA PRO SAMBA ( A ) (Paqüera / Chapinha)

12) FALSOS POETAS ( E ) Azambuja / Chapinha / Ricardinho

Me leva que eu vou Ioiô Me leva que eu vou Iaiá Me leva que eu vou Ioiô Pra roda de samba pra gente sambar

Lindas melodias não se ouvem mais Músicas de hoje Estão me tirando a paz São falsos poetas Maus seguidores Valorizam espinhos Porque não conhecem flores Ligo o rádio escuto a mesma canção O mesmo acontece na televisão Tem nada não Mas deixa estar O samba assumindo seu lugar Feliz a minha gente vai cantar

Me leva Ioiô pra roda de samba Me ensina Iaiá os versos cantar Na palma da mão o partido alto Embala o fandango não pode parar O som do cavaco invade a noite O couro come o pandeiro de bamba Chora a cuíca na mão do mulato De felicidade por estar no samba Olha Ioiô o miudinho Me ensina Iaiá mostra como é Arrasta a sandália devagarinho Samba de mansinho na ponta do pé Olha o bamboleio daquela crioula Que coisa louca ela é feiticeira Deixa a moçada com água na boca Quando requebra as suas cadeiras

Lara, Lara..... Tentaram tirar sua essência Mudaram sua estrutura O samba é a maior consciência Da nossa cultura Cavaco, viola e pandeiro Um surdo e um tamborim E o povo em pleno terreiro Cantando assim Lara, Lara...


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