Ano I - número 2 Março - Abril
antigo anúncio do salto Amazonas
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Amazonas Comunicação estratégica para empresas familiares
Conheça a trajetória dessa empresa de sucesso
A utilização de TI para a tomada de decisões no Conselho Administrativo
A importância do Conselho de Administração na empresa familiar
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Revista Empresa Familiar
APOIO
Edição Bimestral Ano I - número 2 Março - Abril
Diretor Geral: Domingos Ricca ricca@empresafamiliar.com.br
Conselho Editorial: Domingos Ricca Sheila Saad sheila@empresafamiliar.com.br Roberto Secco roberto@empresafamiliar.com. br
Responsável pela Revista: Andrea Padovan andrea@empresafamiliar.com. br
Diagramação: Andrea Padovan
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Sumário
Seções Correio
Sugestões de matérias e dúvidas dos leitores
Carta ao Leitor
Introduzimos o que você verá na revista
Coluna DS Consultoria
A importância do Conselho de Administração na empresa familiar
Notas
Notícias rápidas sobre assuntos importantes
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Recomendamos
Saiba o que ver de bom na internet
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Negócios Familiares: desafios e oportunidades por Eduardo Pocetti
A utilização de TI para a tomada de decisões no Conselho
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Administrativo
Por Roberto Ramos de Morais
Indicadores mostram que 2010 será ano de superação Comunicação estratégica para empresas familiares
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Por Gustavo Gomes de Matos
Saiba mais sobre a história do Grupo Amazonas
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Correio
Tem alguma dúvida sobre sua empresa e gostaria de esclarecê-la com a gente? Mande um e-mail para nós imprensa@revistaempresafamiliar.com.br
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Carta ao leitor Os pequenos e médios gestores já perceberam que a economia mudou. Após um ano de dificuldades, os negócios retomaram a curva ascendente. Nesta edição, mostramos como alguns dos principais indicadores econômicos comprovam o que os empresários já vinham sentido. Indicadores da Serasa mostram, por exemplo, que as MPE´s foram as maiores responsáveis pela criação de empregos com carteira assinada no primeiro bimestre do ano. Como elas conseguiram? Não foi fácil. A recuperação ocorreu como consequência natural de um velho hábito das empresas, estar sempre renovando conhecimento. Um exemplo de empresa que veio se renovando desde os seus primeiros tempos até hoje, 63 anos depois, é a Amazonas, empresa de solados, adesivos, placas e compostos para calçados, móveis e embalagens. Numa das principais reportagens dessa edição você verá a trajetória dessa empresa. A profissionalização é um dos fatores de equilíbrio de uma empresa familiar. Por isso, é importante a atuação do conselho de administração. É isso o que revela a coluna DS Consultoria. Ela indica qual a importância e como o conselho de administração deve ser utilizado no processo de sucessão, sempre uma operação delicada. Mais: trata também da função do fundador da empresa ao longo do processo de profissionalização. Outro artigo que auxilia na melhor utilização de Tecnologia da informação para as tomadas de decisões em um conselho de administração é o de Roberto Ramos de Morais. Equipe Empresa Familiar
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Coluna DS Consultoria A importância do conselho de administração na empresa familiar Um dos maiores riscos que sofrem as empresas familiares é a sucessão. Ela pode ser complicada tanto para o fundador da empresa quanto para o futuro sucessor. Isso ocorre porque é necessária a presença do fundador no momento da sucessão, pois é ele quem tem o conhecimento da cultura e do valor da empresa.
de montar o conselho de administração, uma das medidas de maior importância a serem tomadas nessa fase de vida da empresa, que tem por objetivo evitar conflitos na família e gerar transpa rência entre os familiares, acionistas/cotista e com o mercado. O conselho de administração é o órgão mais importante É nesse processo de da empresa. É a última deliberativa. transição que muitas instância das empresas de oriÉ adequado que o gem familiar sofrem um conselho tenha memgrande risco à sua so- bros externos, porque brevivência. A empresa assim é mais simples cresce por meio do sonho para o fundador acompanhar as operações de do fundador. De um dia negócios. As decisões para o outro se inicia o devem ser tomadas pecrescimento do negócio. los membros do conAs próximas gerações selho em conjunto, pois começam a querer entrar assim, as questões serão na empresa, tais como os analisadas de diferentes netos, genros e noras. A pontos de vista e discuempresa, controlada pelo tidas cuidadosamente. fundador, agora precisa Outra vantagem é que se profissionalizar, pois ele não possui mais o con- a responsabilidade e a trole como antigamente. prestação de contas são compartilhadas. É insenDaí vem a necessidade
sato colocar as responsa bilidades pela governança sobre uma só pessoa. À medida que as organizações se desenvolvem, a forma de governabilidade também progride. O fundador tem espaço para estabelecer políticas e gerir os negócios, atuando como membro do Conselho Administrativo e diretor geral. A organização pode usar voluntários, pois pode não ter verbas para pagar funcionários. Assim, os membros do conselho administrativo podem estar diretamente envolvidos nas operações. A função deles é oferecer aconse lhamento e habilidade de gestão em vez de dirigir. O desenvolvimento de um conselho de administração eficiente e eficaz pode permitir que políticas de Governança sejam adotadas, aumentando a longevidade da organização.
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Notas Segurança da informação Os dados do Relatório Symantec 2010 sobre Segurança da Informação nas Empresas concluiu que a segurança das informações é a maior preocupação das áreas de TI, empreitada muito complexa para qualquer empresa. Essa tarefa se torna cada vez mais complicada devido aos ataques cibernéticos recebidos, que têm custos muito altos. Foram analisadas 150 pequenas e médias empresas da América Latina. Elas afirmam que perdem mais de US$ 500 mil por ano em decorrência de ataques cibernéticos. No Brasil, representando 63% das ocorrências, as principais formas de ataques virtuais contra as empresas foram ameaças que utilizaram ferramentas de engenharia social, como spam e phishing (ao longo de 2009) Em seguida, com 54% das menções, ficaram os Ataques Maliciosos Internos (como aqueles cometidos por ex-funcionários mal intencionados) e Ações Internas sem intenção (por falta de qualificação, por exemplo). Do total, 49% foi alvo de algum ciberataque nos últimos 12 meses, sendo que todas já tiveram algum tipo de perda de dados em decorrência de incidentes de segurança online.
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Mulheres ainda são poucas na presidência de grandes empresas Uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) realizada com 600 grandes empresas, em 20 países, mostrou que as mulheres ocupam a presidência de apenas 5% dessas empresas. Segundo a pesquisa, as empresas brasileiras estariam entre as que mais têm mulheres como presidentes, 11%, atrás somente de grandes companhias da Finlândia, Noruega, e Turquia, com respectivos 13%, 12% e 12%. Nas empresas de países como os Estados Unidos, Canadá, França, entre outros, nenhuma delas são chefiadas pelo sexo feminino. No quesito de mulheres empregadas, em todos os níveis, O Brasil aparece numa posição intermediária, com 35% das mulheres nas grandes empresas. Em divisão por setores, o que contem a maior porcentagem de mulheres é o de serviços financeiros e seguros, com 60%, seguido por serviços profissionais, 56%, e o da indústria de mídia e entretenimento, com 42%. Os setores vistos como “masculinos” contam com a menor proporção de mu lheres empregadas, como o setor automotivo, com 18%, de mineração, 18%, e agricultura, 21%.
Recomendamos
No site da Amazonas, www.amazonas.com.br, você poderá consultar informações sobre seus produtos, assim como suas qualidades, as empresas formadas pelo grupo, os projetos sociais e ambientais, seu institucional, e entrar em contato com a empresa.
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Negócios familiares: de Por Eduardo Pocetti
As empresas familiares carregam o estigma de não serem um modelo de eficiência e boa gestão. De fato, o alto grau de intimidade existente entre os sócios familiares pode levar a confusões. Ora a briga entre irmãos prejudica a objetividade na tomada de uma decisão importante, ora o excesso de benevolência entre as partes afeta a produtividade e acarreta insatisfação junto à clientela. Mas, pesados prós e contras, podemos encontrar inúmeras vantagens no universo das empresas familiares, e assim estendermos a elas as perspectivas mais otimistas. Convém mencionar que mais de 97% das empresas brasileiras são de micro e pequeno porte. Dentre elas, há uma participação muito grande de empresas familiares. Isso significa que tais organizações contribuem de maneira significativa para a composição do PIB nacional, para a geração de empregos (as micro e
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pequenas empresas responderam por 74% dos postos de trabalho criados no Brasil em janeiro de 2010) e para o recolhimento de tributos. Além disso, um terço das maiores empresas do Brasil e dos Estados Unidos, de indústrias a grandes redes de varejo, são familiares até hoje, ou o foram em sua origem. Feita no ano de 2009, uma pesquisa da revista BusinessWeek detectou que, ao longo de 10 anos, as empresas familiares proporcionaram um retorno de 15,6% ao ano para seus sócios acionistas, contra apenas 11,2% ao ano das empresas não familiares. Embora a pesquisa tenha sido feita com indicadores exclusiva-
mente do mercado norteamericano, está claro que é uma injustiça associar administração familiar com lassidão, engessamento e ineficiência. Ter um negócio familiar significa compartilhar com os seus entes mais queridos um patrimônio comum, feito de valores materiais e imateriais. Dessa forma, os laços que unem os gestores ao negócio são especialmente fortes, pois não se baseiam apenas no aspecto financeiro e profissional, mas também trazem em si um elevado apelo afetivo. É perfeitamente possível transformar essa característica em um atributo positivo, e não num empecilho.
esafios e oportunidades
“Se
a empresa contar com um conselho consultivo, o gestor principal poderá se sentir mais tranquilo e menos pressionado na hora de dar um passo mais ousado” É natural que, em qualquer empresa, existam entraves e gargalos a serem resolvidos. Nas empresas familiares, os especialistas costumam apontar a dificuldade em aceitar inovações como um grave problema. Esse obstáculo está relacionado à ideia de ‘herança do fundador’, na qual poucos herdeiros têm coragem de mexer. No entanto, inovar pode ser fundamental para a sobrevivência de um empreendimento, e se a empresa contar com um
conselho consultivo ou administrativo que divida a responsabilidade pela mudança de maneira equitativa, o gestor principal poderá se sentir mais tranquilo e menos pressionado na hora de dar um passo mais ousado. Também é importante que fundadores e her deiros não receiem diluir o controle familiar se este for o sacrifício necessário para que a empresa cresça e se capitalize. Em muitos casos, abrir o capital pode ser o único, ou pelo menos o melhor, meio de a empresa angariar os recursos de que necessita para crescer. Quando isso acontece, é prudente aceitar o fato e permitir que as novas partes interessadas exerçam sua influência no desenvolvimento do negócio. Aprimorar a capacitação, fazer avaliações constantes, revisar processos e empregar todos os esforços necessários para acompanhar as tendências do mercado são ingredientes básicos para
qualquer empresa cres cer e evoluir – portanto, também se aplicam às organizações familiares. O essencial é compor bem os três pilares – família, propriedade e negócios –, com melhores práticas de governança corporativa. Quem fizer a ‘lição de casa’ poderá se beneficiar com as boas oportunidades que se anunciam, sobretudo em áreas como a construção civil, o agronegócio, a prestação de serviços e a indústria de transformação. Eduardo Pocetti CEO da BDO, empresa que figura entre as cinco maiores do mundo em auditoria, tax e advisory services.
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A utilização de TI para a tomada de d Por Roberto Ramos de Morais
Que empresa, hoje, não utiliza algum tipo de tecnologia de informação em suas atividades? A resposta é positiva para praticamente todas as organizações. Mas, na maioria dos casos, esta utilização resume-se a armazenagem de dados e controle de operações ou para comunicações e negócios eletrônicos. Outro ponto é a complexidade do ambiente atual. O consumidor exige rapidez e flexibilidade no atendimento de suas necessidades. É preciso adaptar-se a especificidades dos clientes, levando a um alto grau de customização. Para isto, é fundamental possuir um sistema de informação que ofereça: • Suporte de processos e operações de negócios (registro de compras, controle de estoques, folha de pagamento, fluxo de caixa etc.) • Suporte à tomada de decisão (linhas de mercadoria que devem ser implementadas, investimentos em novas
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máquinas, expansão do negócio, contratação de mão-de-obra etc.) • Suporte das estratégias para vantagem competitiva (recebimento de pedidos por Internet aumentando rapidez e flexibilidade no atendimento). Quanto à tomada de decisões, são utilizados os sistemas de apoio à decisão (SAD) que ajudam os gerentes e diretores a analisar e tomar decisões em situações não rotineiras, como tendências de vendas para os próximos anos, mudanças de hábito de consumo etc. No SAD a entrada é caracterizada por dados
extremamente específicos, compostos de dados internos da operação e externos, como indicadores governamentais ou panoramas setoriais. O processamento é interativo, permitindo a criação de diversos cenários. Por fim, a saída fornece a análise de decisão, escolhendo entre as diversas possibilidades aquela que traga o melhor retorno. Assim, o SAD é um conjunto de ferramentas e modelos analíticos. Com o avanço das tecnologias, surgiram softwares de gestão baseados em inteligência artificial. A inteligência artificial pode ser vista com um esforço para desenvolver sistemas baseados em computadores que se comportem de maneira semelhante a seres humanos, ou seja, identificam a existência de um problema, sua causa, efeitos e possíveis soluções. A armazenagem de informação é feita de maneira ativa, ou seja, é capaz de coletar estas informações
decisões no Conselho Administrativo
“A tecnologia de informação é hoje extremamente acessível às empresas. Podem contribuir para um melhor posicionamento da empresa e sua participação de mercado.
sem que haja intervenção humana. Esta característica elimina tarefas enfadonhas e rotineiras para pessoas, deixandoas mais livres para atividades de análise, além de aprimorar a base de conhecimento da organização. As soluções são geradas para problemas específicos, baseadas na “aprendizagem” do sistema e em regras pré-estabelecidas. Entre estas tecnologias de inteligência
artificial podem-se citar sistemas de lógica difusa (fuzzy) e redes neurais. Estes sistemas permitem a criação de um banco de dados de casos anteriores que possibilite a aplicação de soluções semelhantes a situações semelhantes. A cada solução bem sucedida, o banco de dados é enriquecido. Todo este conjunto compõe a inteligência empresarial (business intelligence) que permite cruzar uma infinidade de dados a procura de correlações e tendências. Para exemplificar, há um caso bem divulgado de correlação de vendas de fraldas descartáveis e cerveja. Aparentemente são dois produtos sem nenhuma proximidade, mas o fato é que pais recentes não saem com frequência nos fins de semana, aumentando, assim, o consumo caseiro de cerveja. A tecnologia de informação é hoje extremamente acessível às empresas e subutilizadas. Mais do que ferramentas de automação de es-
critórios, podem contribuir para um melhor posi cionamento da empresa, aumento seus lucros e sua participação de mercado.
Roberto Ramos de Morais, engenheiro mecânico, mestre em engenharia de produção, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Faculdade de Tecnologia - Fatec. Consultor.
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Comunicação estratégica Por Gustavo Gomes de Matos
Para fixar com exatidão a imagem de uma empresa é necessário adequá-la aos novos tempos caracterizados por uma sociedade cada vez mais crítica e engajada. Nesse contexto, a comunicação passou a fazer parte do próprio negócio, agregando valores a produtos e serviços.
cam à cultura do diálogo conseguem alcançar a superação de desafios e metas, pela concretização de um ambiente organizacional de coesão e corresponsabilização por resultados. E, ainda, pela capacidade de ouvir e compreender as reais necessidades dos clientes e as tendências do mercado.
“Transparência de compromissos, responsabilidades e resultado são explicitados em um verdadeiro pacto de convergência por objetivos comuns.“
O reconhecimento da comunicação e do diálogo como componentes básicos do espírito de um modelo de gestão profissionalizado viabiliza a sustentação dos princípios da Governança Corporativa. Transpa rência de compromissos, responsabilidades e resultado são explicitados em um verdadeiro pacto de convergência por objetivos comuns. Nesse ponto se encontra um dos principais pilares da Empresa Familiar Profissionalizada.
No caso da empresa familiar, o processo de profissionalização se consolidará pelo reconhecimento da função estratégica da comunicação como instrumento de gestão corporativa, de integração do corpo funcional e de fidelização dos clientes externos. As lideranças que se identifi-
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sas prefere resolver as crises de “portas e bocas fechadas”. A direção resolve e ninguém fica sabendo. Algumas vezes dá certo, mas, quase sempre, o resultado é medí ocre e o problema retorna pior do que antes. Se uma mudança estratégica ou uma crise interferem diretamente na atuação do funcionário, a transparência, a ho nestidade e a ética são fundamentais, pois, sem elas, dificilmente a empresa conseguirá o engajamento dos seus colaboradores na busca de soluções. Um ambiente favorável à comunicação interna, com lideranças engajadas em promover e consolidar a Cultura do Diálogo é capaz de encorajar a manifestação de idéias e sugestões, que podem originar inovações e identificar soluções altamente rentáveis para a empresa como um todo.
A transparência das ações, a honestidade de propósitos e a ética corporativa trafegam necesA maioria das empre- sariamente pelo caminho
Diálogo é estratégia de comunicação
para empresas familiares
da abertura para a comunicação. Em um quadro de crise empresarial, independente de ser patrão ou funcionário, a Cultura do Diálogo cria vínculos que se traduzem em comportamentos positivos e pró-ativos. Ou seja, o gestor presta, de fato, atenção ao que o colaborador tem a falar e vice-versa. A comunicação corporativa é um processo diretamente ligado à cultura da empresa, isto é, aos valores e ao comportamento das suas lideranças e às crenças dos seus profissionais. Não adianta a empresa importar modelos de controle de qualidade e sistemas de tecnologia
ças da empresa não se entendem e não se respeitam. Só uma cultura de comunicação consolidada é capaz de promo ver terreno propício para, a partir de uma salutar troca de ideias e opiniões, simplificar e solucionar os problemas organizacionais que, na maioria das vezes, estão ligada informação se, in- dos à desvalorização do ternamente, não existe relacionamento humano. um ambiente de aberA improdutividade, tura para a conversação a perda de clientes, o e a troca de opiniões. defeito de máquinas Uma questão é certa: a e equipamentos, os má comunicação só traz acidentes de trabalho e o complicação e prejuízo. não cumprimento de praEstatísticas mostram o zos e metas são algumas grande número de falêndas consequências geracias de empresas que não das pela falta de diálogo souberam superar um e comunicação nas orgacontexto de crise econômi- nizações. É comum em ca, devido à inabilidade um ambiente fechado à em negociar e conversar, conversação, a distorção ou melhor, ouvir os das informações admi seus clientes, fornece- nistrativas e gerenciais, dores e funcion ários. o que ocasiona grandes Da mesma maneira, de índices de desperdício e nada vale produzir um jor- altos custos oriundos do nal dos funcionários, im- trabalho que precisa ser plantar rádio ou televisão refeito. Conflitos, brigas corporativa, ou ainda cri- e disputas internas, enar programas de debates tre diretores, gerentes e e reflexão, se as lideran- funcionários são resul-
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informações ligadas aos objetivos e metas da corporação. Porém, não é bem isso o que acontece. No caso de micro e pequenas empresas essa fórmula pode até ser favorável. No entanto, para empreendimentos que funcionam dentro dos princípios de gestão e estrutura empresarial a falta de sistemas de informações gerenciais pode ser tados muito comuns e um verdadeiro desastre. constantes nas empresas Não podemos confundir que desconsideram a importância do bate-papo. informalidade com ambiente de abertura para De um modo geral, o diálogo e a troca de as empresas familiares ideias, opiniões e senticaracterizam-se pela in- mentos. Este, muito pelo formalidade na comu- contrário, é fator muito nicação e, ao mesmo favorável e motivador tempo, pela falta de or- para o alcance de bons ganização no fluxo de in- resultados e consolidação formações funcionais e da competitividade de operacionais. Pesquisas empresas de todo porte. indicam que a proximiContudo, um empreendade da cultura familiar dimento de estrutura no ambiente de trabalho favorece a derrubada de empresarial precisa disalguns obstáculos ha- por de normas e procedibituais na comunicação mentos de atuação bem organizacional, como definidos. A comunicação a rigidez da formali- deve ser favorecida pela dade e padronização consolidação de canais e de normas inflexíveis. instrumentos formais que favoreçam o ordenamenEssa característica pode to do fluxo de informaindicar uma predisposição ções na organização. para a abertura ao diáloAo mesmo tempo, a ingo e uma maior facilidade para a transmissão de formalidade na comunica-
“Pesquisas indicam que a proximidade da cultura familiar no ambiente de trabalho favorece a derrubada de alguns obstáculos habituais na comunicação organizacional. “
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ção deve ser preservada como um dos valores da empresa, no sentido de reconhecer o direito e estimular a responsabilidade de todo cidadão no exercício pleno da liberdade de expressão. Dessa maneira, as empresas, familiares ou não, encontram o ponto de equilíbrio para a sua sustentabilidade, através da difusão de informações, divulgação de notícias, multiplicação de conhecimentos, compartilhamento de opi niões e debates de ideias. É desse ambiente de organização e abertura para a comunicação que a companhia conse gue consolidar a cultura da qualidade e produtividade no trabalho. Partindo dessa premissa, a empresa familiar entrará em um ciclo virtuoso de evolução cultural. Gustavo Gomes de Matos Consultor de Comunicação Empresarial. Professor universitário e confe rencista de Comunicação Corporativa, autor dos livros ‘A Cultura do diálogo’ e ‘Comunicação sem complicação: como simplificar a prática da comunicação nas empresas’.
Indicadores mostram que 2010 será ano de superação Por Andrea Padovan
O ano começou com boas notícias para os micro e pequenos empresários, que no ano passado passaram sufoco com a crise econômica internacional. Vários indicadores mostram essa melhora no cenário econômico, o que traz esperança de um bom ano e de muito lucro para as MPEs. Um desses estudos foi realizado pela Serasa Experian de Falências e Recuperações. A pesquisa indica que o número de falências decretadas das micro e pequenas empresas foi, em 2009, o menor desde quando a Nova Lei de Falências entrou em vigor, em 2005. Segundo os registros, o número de ocorrências foi de 831, calculadas de janeiro a dezembro de 2009, representando 91,5% do total de todo o universo pesquisado. Em 2008, essa relação foi de 92,2%; em 2007, de 95, 5%; em 2006, de 95,2%, e em 2005, de 97,7%. Já as médias e grandes empresas têm números superiores a 2007 e 2008.
dice demonstra o tama nho do segmento, que representa 99% das empresas formais. A maior parte delas está concentrada no setor comercial e de varejo, ambos voltados ao mercado interno. Reaquecimento da economia
pessoas foram responsáveis por 2,2% do das vagas mencionadas. As pequenas empresas, que concentram entre 20 e 99 trabalhadores responderam por 16,7%. Somados os números de janeiro e fevereiro, foram gerados 390,8 mil novos postos de trabalho nos dois primeiros meses de 2010, maior saldo da série histórica do Caged para o período.
Os dados do Caged – Cadastro de Empregados e Desempregados, publicados pelo Ministério do Trabalho- indicam que as O diretor superintenmicro e pequenas empresas foram responsáveis dente da Sebrae - SP, Ripor 64,3% do total de novos empregos criados, com registro em carteira, em fevereiro deste ano. Esse número demonstra que o reaquecimento da economia e o crescimento gradativo das melhores oportunidades de crédito estão contribuindo para a esRicardo Tortorella acredita na tabilização dos negócios. força das MPE’s Segundo o Sebrae SP - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – do total de 209,4 mil vagas criadas, as empresas que empregam até 4 pessoas responderam por 45,3%.
cardo Tortorella, explica que as MPEs se recuperaram mais rapidamente da
crise porque “elas estão presentes numa ampla gama de setores, e são particularmente expressivas em segmentos que A grande participaJá as empresas que ção das MPEs nesse ín- empregam entre 5 e 19 atendem as necessidades
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básicas da população (por exemplo alimentação)”. Segundo ele “em geral são bens de baixo valor unitário, cuja demanda é fortemente dependente do comportamento da renda nacional.” Com a inflação sob controle e o poder aquisitivo da população se mantendo relativamente estável na crise, as atividades cujas vendas dependem principalmente da renda começaram a se recuperar mais rápido. Por exemplo, o comércio de gêneros alimentícios, as perfumarias e farmácias e o setor de prestação de serviço ao consumidor, como lanchonetes e cabeleireiros. Já os segmentos cujas vendas são mais dependentes de crédito (esse afetado pelo aumento dos juros) e atividades exportadoras (que enfrentaram redução de demanda no exterior) foram mais afetados na crise. Assim, a indústria, de uma forma geral, e os serviços prestados às empresas (por exemplo, serviços de limpeza e arquitetura) tiveram um ritmo um pouco mais lento de recuperação.
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Quais os motivos que podem acabar com o sonho de um fundador em uma empresa familiar? Perder uma empresa pode ser ainda mais doloroso quando se trata de uma empresa de origem familiar. Não existe um modo correto de lidar com a situação de quando o sonho de um fundador se esvaece. “Um dos principais motivos que podem levar à venda de uma empresa familiar é a falta de profissionalização” aponta Roberto Secco, DS Consultoria. A vontade de um fundador sempre é a perpetuação de seu negócio, por isso, quando há a necessidade de sucessão, de passar a empresa para seus herdeiros, ele precisa estar consciente de que é necessário delegar algumas atividades. Porém, o criador não deve se ausentar e deixar de participar dessa passagem. Ele é
o mais indicado para transferir aos sucessores os valores e a cultura que estiveram presentes desde o início da empresa. O complicado momento da sucessão se torna ainda mais complexo quando os herdeiros entram em uma briga familiar pelo comando da empresa. Por isso a profissionalização é a melhor decisão a ser tomada nessas horas. Ivan Postigo, Diretor de gestão empresarial, já pre senciou o fim de empresas familiares, “Conheço famílias que começaram há muitos anos com um negócio tímido. Cresceram, tiveram vida de reis, merecidas. Infelizmente, por conflitos familiares, naufragaram e hoje vivem na casa onde começaram os negócios. Não se desfizeram da casa por considerá-la uma referência, e esta acabou se tornando o porto seguro.”
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Amazonas
Foto aĂŠrea da sede da empresa em Franca - SP 19
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Ama
Conheça a empresa que começou modestamente na cidade de Franca e hoje, 63 anos depois, é a maior fabricante de componentes para calçados, móveis e embalagens da América Latina. O Grupo Amazonas começou suas atividades na cidade de Franca/ SP em 14 de março de 1947, por alguns empreendedores que iniciaram a Manufatureira de Borracha Amazonas para produzir saltos de borracha vulcanizada e concorrer com os saltos importados, fabricados nos Estados Unidos. A empresa da família Pucci logo atingiu seus objetivos: os saltos Amazonas eram mais econômicos, mais duráveis e bem mais fáceis de serem encontrados no mercado. Com o sucesso alcançado em apenas dois anos, a pequena indústria pôde ampliar suas instalações e, com isso, aprimorar a produção. No início dos anos 70, a empresa já fabricava também placas de borracha, adesivos e ensaiava os primeiros passos na produção de solados de borracha termoplástica (TR) e poliuretano (PU). Consequentemente, a modesta sede foi substituída por um moderno conjunto de prédios que até hoje abriga uma das unidades industriais do Grupo Amazonas.
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Foi também nesta década que passou a ostentar, além da matriz, outras duas unidades de produção. A primeira a ser aberta foi a de João Pessoa, capital da Paraíba. Com a unidade em Novo Hamburgo/ RS, a expansão do grupo estava decretada. Desde então, crescimento é a palavra que melhor define a trajetória de sucesso desta empresa. Por isso mesmo, as transformações são uma marca constante na sua história. O ano de 1978 é marcado por uma grande mudança nas estratégias comerciais e produtivas. A abertura de unidades fabris nas regiões sudeste, nordeste e sul do país não foram o limite. Logo a Amazonas criou sua primeira indústria no exterior, sediada em Montevidéu (Uruguai), e acabou por consolidar sua marca também no Mercosul. Quando completou 45 anos de atividades, a Amazonas retribuiu o sucesso alcançado com um presente que atendeu o anseio da população de Franca e região.
Associada a dois grupos de São Paulo a empresa, em 1993, viabilizou abertura do primeiro shopping center da cidade em um dos terrenos da empresa.
Nos dias de hoje Atualmente, com aproximados 3 mil colaboradores, o Grupo Amazonas é o maior fabricante de componentes para calçados, móveis e embalagens da América Latina e um dos maiores do mundo. Amazonas é a marca de solados e adesivos mais lembrada entre os consumidores brasileiros e a segunda mais lembrada no mundo. Seus produtos são exportados para todos os continentes.
Solados A Amazonas é responsável pelos lançamentos de novos materiais no mercado como a borracha Gel que, desde 1998 está cada vez mais presente nas principais marcas de calçados vendidos no Brasil e no mundo. Podemos citar também, outros tipos de borrachas desenvolvidas pela Amazonas, como: Re-
azonas
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sistente à alta tempera- zada, utilizando-se para tura, resistente a óleo, isto a mesma tecnologia antiderrapante e outras. para fabricação de pneus. Com o passar do tempo, Adesivos a empresa foi buscando e desenvolvendo tecnoInicialmente os Adesi- logia para fabricação de vos Amazonas eram pro- solados em outros mateduzidos exclusivamente riais como PU e TR, que para o setor calçadista, deram origem a outras mas hoje eles estão pre- unidades industriais do sentes também em out- Grupo Amazonas. Anexo ros segmentos, como o à fábrica existe O Clube moveleiro, gráfico e auto- Amazonas, um benefício mobilístico. A divisão de aos funcionários, dotado adesivos da Amazonas, de piscina semi-olímpicertificada desde 1997 ca, quadras de basquete, com o ISO 9001, é re- campo de futebol, acaconhecida pela inovação demia, salão de jogos, dos produtos disponíveis restaurante e uma ampla no mercado, como os e agradável área verde. adesivos sem tolueno, base água, entre out- Amazonas Adesivos ras inúmeras inovações. e Compostos
Unidade Amazonas em Franca/SP Onde tudo começou... Localizada em Franca/SP, a maior unidade do Grupo Amazonas, com cerca de 1.100 funcionários que trabalham em 3 turnos, fabrica solados e saltos de borracha vulcanizada e também placas compactas laqueadas, conhecidas como Colorplac (R). Esta unidade deu origem ao Grupo trazendo, nos anos 40, a tecnologia para a fabricação de saltos de borracha vulcani-
A Amazonas Adesivos possui uma equipe de Pesquisa & Desenvolvi mento altamente capa citada na busca dos me lhores adesivos e processos de colagem. Sempre atentos às tendências do mercado nacional e internacional, desenvolve sistemas de colagens inovadores, entre eles os Adesivos Base Água, o Primer UV (colagem pelo sistema Ultra Violeta), Adesivos que não requerem reativação (economia de energia), entre outros que são ou foram exclusividade dos Adesivos Amazonas.
Desta forma, a marca Amazonas sempre foi reconhecida pela tradição, qualidade e inovação dos seus produtos. O laboratório possui uma excelente infra-estrutura o que possibilita a realização de diversos testes, facilitando as análises de produtos e matérias primas para o desenvolvimento dos melhores adesivos, visando única e exclusivamente a satisfação dos clientes e a segurança em utilizar os melhores adesivos do mercado. A Amazonas acaba de ampliar a sua linha de produtos: além dos seus tradicionais adesivos e solventes, a empresa incluiu em seu portfólio os Compostos de TR e EVA. Desta maneira a Amazonas passa a atender o mercado de calçados com Adesivos, Solventes, Diluentes e Compostos de TR e EVA.
Amazonas Logística Até fevereiro de 1983 a Amazonas possuía um departamento de transportes que fazia apenas o “transporte próprio”. Assim surgiu a idéia de criar a Amazonas Logísti-
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Case ca, uma transportadora que passou a ter vida própria, transportando também para empresas não pertencentes ao Grupo Amazonas.
Amazonas
empresa de transportes especializada no transporte de componentes e máquinas para curtumes e, principalmente, indústrias químicas, num toA Amazonas Logística tal aproximado de 800 cadastrados. começou suas atividades clientes em um galpão da própria empresa (1.500m2), mas Amazonas Internajá em 1989, com seus cional (Uruguai) próprios recursos, adqui riu um prédio de 1.000m2 A sede internacional em um terreno no Distrito da Amazonas, localizada Industrial de Franca. Com em Montevidéu, Uruguai, o crescimento da empre- atende tanto o mercado sa, a Amazonas Logísti- nacional quanto a América se transferiu para ca Latina, com ênfase outro edifício no mesmo no Mercosul, oferecenDistrito, e agora con- do produtos de qualita com quase 3.000m2 dade e confiabilidade. de construção mais adequado para o tamanho MEIO AMBIENTE que a empresa adquiriu. O Grupo Amazonas sabe A partir desta data, a em presa começou a se orga- que cuidar da natureza é nizar em outros centros essencial para garantir industriais, em busca de um mundo melhor para novos mercados. Em São as próximas gerações. Paulo se instalou na Vila Leopoldina, um local esReciclar tratégico para entrada e saída de mercadorias. Em Na unidade da Amazonas Novo Hamburgo, já a par- de Franca/SP, existe um tir de 1983, a empresa se setor totalmente dedicainstalou em um prédio de do à reciclagem da borra 10.611m2 onde criou sua cha. O resultado disso é própria infra-estrutura. que a empresa não joga A Amazonas Logística absolutamente nada no conta hoje com 72 fun- lixo, tudo é reciclado, cionários, numa grande das aparas dos solados
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de borracha ao pó que se forma como resíduo no processo de lixar placas. E não é só isso: a empresa ainda compra aparas e sobras de borracha de outros fabricantes de borracha com a finalidade de reciclá-los, por termos a capacidade de reciclagem 3 vezes maior que nossa própria geração de resíduos. Como a borracha é 100% reciclável, a empresa não permite que a natureza leve milhares de anos para decompô-la, transformando em borracha que pode ser novamente vulcanizada.
Ecosystem Amazonas sempre teve grande preocupação quanto aos impactos gerados por nós ao meio ambiente, impactos estes internos e externos que comprometem a nossa qualidade de vida. Pensando nisso, a empresa desenvolveu o projeto “Eco System Amazonas” visando o desenvolvimento, a pesquisa e difusão de novas tecnologias que venham a garantir uma melhor qualidade de vida para todos os seres vivos.
Frota de caminhões em 1987
Centopéia mascote da campanha publicitária em 1960 Destaque para a plaqueta branca de reforço que garante a durabilidade para o salto
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