Revista Empresa Familiar - Gestão Empreendedora

Page 1



Nesta Edição

8

Entrevista

4

Apoio

Paulo Skaf Presidente da FIESP

5

Editorial

20

Agora o homem está condenado a estudar por Kátia Pereira

21

10

Depoimento por Yara D´Avila

Especial

22

Empresa Familiar e a carga tributária

Time nota 10

por Valter Luiz de Lemos

23

Marketing na Empresa Familiar por Danilo Polanco

24

16

Ambiente adequado a discussão da EF por Edmo Alves Menini

Case

26

Microsiga

Praticidade de Sucesso por Elaine Haberkorn

31

Empresas Inovadoras por Renato Marques

32

Eventos

28

Investimentos por Milton Luiz Milioni

34

Para Ler N@ rede Humor


Empresa Familiar PATROCINIO PATROCINIO

Revista Empresa Familiar Edição Bimestral Ano I - número 4 Setembro - Outubro

Assessoria de Comunicação: Face Virtual Planej. e Consult. Ltda www.facevirtual.com.br facevirtual@facevirtual.com.br Tel. / fax: (11) 5031-5059

Editor Chefe: Domingos Ricca Professor e consultor em Empresas Familiares

Conselho Editorial: Mauro Kreuz conselheiro da ANGRAD

Roberto Gonzalez diretor do CorpGroup e Conselheiro da APIMEC

Reynaldo Cantizani consultor e sócio-diretor da Face Virtual Consultoria e Planejamento

Rafael Abbud professor e diretor do Instituto GRID.

Sandra Regina da Luz Inácio professora e escritora sobre empreendedorismo.

Joaquim Ferreira editor Revista SuperVarejo - APAS

Adriano Postal coordenador de Alianças Educacionais da Microsiga e consultor.

Fernanda Gama Ninow responsável pela área jurídica de E.F. no escritório Gouvêa dos Reis.

Murilo Gouvêa dos Reis sócio-diretor do escritório de advocacia Gouvêa dos Reis.

Jornalista-responsável: Lizandra Cardelino (Mtb 58.410) lizandra@empresafamiliar.com.br

Redação: Lizandra Cardelino

Projeto gráfico: Ana Fidalgo Marcelo Teixeira

Capa:

Sienny Monteiro

Publicidade:

Reynaldo Cantizani reynaldo@facevirtual.com.br

Humor: Rafael Dourado www.sapobrothers.com.br sapo_brothers@uol.com.br

4

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião desta revista.

APOIO APOIO


Empresa Familiar

EDITORIAL EDITORIAL Prezados Leitores,

Esta edição da Revista Empresa Familiar foi desenvolvida para oferecê-los subsídios de gestão. Sabemos que, mesmo desmembrando a gestão em segmentos distintos, tais como: RH, marketing, tecnologia da informação, entre outros temas, é absolutamente necessária a visão do todo, a contextualização do sistema organizacional por parte dos administradores de negócios familiares. A partir de tais constatações, as ações podem ter objetivos gerais que determinarão os rumos a serem seguidos. Esta é a essência da profissionalização. Profissionalizar é o grande desafio das pequenas e médias empresas, assim colocamos à disposição um artigo que demonstra a trajetória dos empreendedores, servindo de inspiração para todos aqueles que se dispuseram a seguir este caminho. É assim que se gera emprego e renda. O ponto alto desta edição é a entrevista do Presidente da FIESP, Paulo Skaf, que aborda a importância das pequenas e médias empresas no cenário nacional e sua contribuição para o desenvolvimento do país. Nestes tempos de turbulência, em que nos deparamos com denúncias e escândalos em algumas esferas da nossa sociedade, cabe ressaltar a idoneidade dos nossos empresários, principalmente daqueles que se dispõem a desenvolver um negócio em família e sua responsabilidade, não só na condução de suas empresas, na relação com seus empregados, mas também na suprema importância de transmitir às futuras gerações herdeiras de tais empreendimentos, conceitos e valores que preservem a lisura, dignidade e valores éticos. Eu não poderia deixar de abordar este tema tão alardeado nos dias atuais, principalmente por saber da nossa responsabilidade de transformar a sociedade vigente para que nossos filhos vivam em um mundo melhor no futuro. Gostaria de aproveitar a oportunidade para expressar o meu entusiasmo pelos resultados obtidos pela Revista Empresa Familiar. Embora tenhamos pouco tempo de existência, temos tido uma resposta muito positiva de nossos leitores e um aumento dos números de empresas e instituições que estão tornando-se parceiras nesta empreitada e que acreditam como nós, na importância das empresas familiares para este país. Além disso, retrato meu apreço à grande colaboração de todos aqueles que com esforço e dedicação estão conseguindo um resultado tão expressivo. Obrigado a todos e principalmente a você nosso leitor, nossa maior fonte de inspiração e nosso objetivo a cada bimestre. Um grande abraço; Domingos Ricca

Sugestões , Dúvidas e Anúncios... Por Carta Revista Empresa Familiar Rua Vapabussu, 210 Cep. 04632-010 - Jardim Aeroporto São Paulo - SP Por Telefone Fone: (Oxx11) 5031.5577 Por e-mail empresafamiliar@empresafamiliar.com.br

5




Empresa Familiar

ENTREVISTA ENTREVISTA Paulo Skaf Empresário e Presidente da FIESP Federação das Insdústrias do Estado de São Paulo.

Por Lizandra Cardelino

A história da economia brasileira foi escrita por empresas familiares. Esta saga é particularmente significativa na indústria, cujo desenvolvimento partiu do talento, expertise e determinação de numerosos empreendedores. Grandes indústrias nacionais nasceram no âmbito de famílias, transformando-se em empresas de padrão mundial. Hoje, as empresas familiares, considerando que sua grande maioria é constituída por micro e pequenas, têm imensa importância para o País, em especial se verificarmos o volume de empregos que mantêm, os impostos que recolhem aos cofres públicos e a renda que geram para o PIB brasileiro. divulgação

Empresa Familiar : Como a FIESP avalia a importância da profissionalização nas Empresas Familiares?

8

Empresa Familiar: As empresas familiares podem ser consideradas como um crescimento para a economia brasileira, ser geradora de renda emprego na sua localidade?

Paulo Skaf: A profissionalização é fundamental no cenário de alta competitividade da economia contemporânea. Entretanto, Paulo Skaf: Como observei anteriormente, as empresas penso que este conceito deva ser melhor familiares, considerando sua predominância analisado no País. Profissionalização de uma entre as pequenas e micro, são fundamentais empresa familiar não significa, para a Nação. As 5,5 milhões de pequenas e “Profissionalização necessariamente, a contratação de executivos microempresas do País são responsáveis por para gerir o negócio. Antes de tudo, é 41% do total de 27 milhões de empregos não significa, organização, método, práticas eficazes de formais e 20% do PIB nacional. Por isto, é necessariamente, a gestão, qualidade e trabalho responsável. Tais fundamental apoiá-las. É neste sentido que contratação de requisitos podem perfeitamente ser tenho defendido, no contexto da agenda preenchidos pelo administrador familiar. mínima, a urgente aprovação da Lei Geral das executivos para Micro e Pequenas Empresas, que irá desonerar gerir o negócio (...) Empresa Familiar: Qual a visão da FIESP e desburocratizar este importante é organização, sobre os números de empresas familiares segmento, contribuindo para o apoio ao no mercado em relação a fusões e aquisições? empreendedorismo e à geração de muitos método, práticas Tem aumentado ou diminuído? empregos. O anteprojeto, devemos lembrar, eficazes de gestão, foi entregue ao Executivo e ao Congresso qualidade e Paulo Skaf: As empresas familiares, Nacional em 8 de junho, em histórica marcha trabalho como as demais, acompanham a cívica a Brasília. A matéria atende a uma das tendência do mercado. Não há bandeiras da Fiesp: o fortalecimento das responsável”. grandes diferenças. Observa-se que pequenas e microempresas. No âmbito deste muitas empresas têm buscado fusões objetivo, a entidade tem atuado de forma e aquisições buscando fortalecerem-se para maior articulada com o Sebrae-SP e instituições representativas de presença no mercado globalizado. todos os setores de atividade. Exemplo disso foi o próprio


Empresa Familiar

ENTREVISTA ENTREVISTA lançamento, em 12 de abril último, na sede da Fiesp, da Frente Empresarial pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas

Paulo Skaf: Como disse anteriormente, o apoio às pequenas e microempresas, em cujo universo está a maior parte das familiares, é uma das bandeiras da entidade. Em todos os seus Empresa Familiar: Na visão do empresário familiar, propaganda programas e serviços esse segmento está contemplado. e marketing têm o mesmo significado. Como você classificaria Gostaria, contudo, de destacar nosso engajamento e empenho esta diferença nas pequenas e médias empresas? no trâmite do Anteprojeto da Lei geral das Micro e Pequenas Empresas e duas outras ações diretas: o impulso aos Arranjos Paulo Skaf: Nem sempre esses conceitos são claros para Produtivos Locais, importante ferramenta para o os gestores, e isto não ocorre apenas nas empresas desenvolvimento daqueles organizações, que respeita a familiares. Quando se fala em profissionalização, estamos vocação de pólos indústrias regionais de todo o Estado. Em um abrangendo todos os conceitos, inclusive as práticas ano, atendemos 190 indústrias com este programa. Também ligadas ao marketing e à propaganda. conseguimos, em 2005, a prorrogação pelo Nem sempre é necessário, como observei BNDES, de 30 de junho para 31 de dezembro, anteriormente, recorrer a executivos do Programa de Geração de Emprego e para a gestão de empresas familiares, Renda, possibilitando às pequenas e mas é desejável, sempre que possível, microempresas melhores condições de “A impressão é a contratar serviços terceirizados, crédito para capital de giro. de que a maioria especializados em áreas específicas, Gostaria de destacar, ainda, a criação do como a comunicação, por exemplo. Depar (Departamento de Ação Regional), das empresas com a instalação de diretorias em todo o não se prepara Empresa Familiar: Como o Sr. avalia a associação Interior. Com isto, levamos os programas de pequenas e médias empresas em vários e serviços de forma mais ampla às distintas de forma segmentos (supermercados, farmácias, material regiões, facilitando o acesso das empresas, adequada para de construção) para enfrentar os grandes em especial as micro e pequenas. Em nossa concorrentes no mercado de marketing? gestão, a Fiesp deixou de ser uma entidade esse processo da Avenida Paulista, transformando-se em inexorável. Só se Paulo Skaf: Acho que esta é uma estratégia uma entidade paulista. pensa em inteligente e eficaz. Mais do que nunca, nestes anos de mercados restritos e competitividade Empresa Familiar: O que o senhor soluções diante compulsiva, vale muito o antigo ditado de que recomendaria (de acordo com sua do fato a “união faz a força”. experiência e visão de mercado) para que as indústrias e empresas em geral consumado”. Empresa Familiar: Quais são os maiores de estrutura familiar pudessem problemas detectados pela FIESP dentro melhorar sua competitividade no das indústrias com gestão familiar? mercado brasileiro? Paulo Skaf: Parece-nos que a principal dificuldade das empresas familiares continua sendo a sucessão. Este problema, sempre presente, talvez mereça mais foco. A impressão é a de que a maioria das empresas não se prepara de forma adequada para esse processo inexorável. Só se pensa em soluções diante do fato consumado. Creio que a solução deva ter caráter preventivo, ou seja, toda organização precisa ter um projeto sucessório pronto, com regras preestabelecidas no âmbito da família e pessoas treinadas e preparadas para assumir cada uma das funções. Empresa Familiar: A FIESP tem algum programa de incentivo ou ajuda à gestão, marketing, profissionalização etc. neste tipo de segmento?

Paulo Skaf: A competitividade resulta do binômio qualidade e preço. Assim, é preciso contemplar de forma equilibrada estas duas vertentes, privilegiando qualidade, produtividade e racionalização de custos. Pleno domínio das técnicas produtivas, com a tecnologia mais avançada possível, conhecimento do mercado e gestão financeira eficiente são outros requisitos importantes. Empresa Familiar: Como o senhor avalia a iniciativa da Revista Empresa Familiar? Paulo Skaf: Trata-se de boa idéia. Uma publicação especializada pode contribuir muito, no plano da comunicação, para que as empresas familiares tenham acesso a informações importantes para seu desenvolvimento.

9


ESPECIAL

Empreendedores: “Um Time de Notáveis” Empreendedor Nota 10 Por Antônio Machado Dirigir uma empresa no Brasil tem o

qualquer parte do mundo, há uma atitude negativa

tamanho do desafio de pilotar um carro em alta

para com as pessoas de iniciativa, traço que

velocidade numa estrada esburacada, sinuosa e

também contamina as ações do governo, segundo

com os olhos vendados. A imagem foi revelada por

93% dos pesquisados, contra 68% da média

um denso estudo feito tempos atrás pela

mundial. A empresa brasileira luta contra tudo e

consultoria americana Accenture para detectar o

todos, mas, comparada com o mundo, sobretudo o

alcance e limitações do espírito empreendedor em

parque industrial diversificado e moderno, é ela

22 países, Brasil entre eles. Tiramos nota 10 nos

que nos faz ser um pouco melhor que a média

principais quesitos – não obstante estarmos na

mundial e alimenta a esperança de desatolarmos

rabeira dos países mais dinâmicos e progressistas.

do atraso.

Mais que em qualquer dos países pesquisados,

Os

indicadores

que

medem

a

como EUA e China, os executivos brasileiros (50%,

produtividade, a geração de emprego e a inovação

contra média global de apenas 27%) se vêem

tecnológica, assim como as histórias cheias de

engajados

muito

heroísmo da amostra de empreendedores atuais e

empreendedoras, não receiam o risco de ousar

de sempre compilada por esta reportagem,

(menos de 28% temem desafios, a mais baixa

demonstram que não há discurso, carisma de

notação entre os pesquisados) e a totalidade,

políticos e vodus econômicos que façam do

contra a média de 88%, julga que a prosperidade

investimento privado, além da garra empresarial,

depende da propagação do espírito empreendedor.

um componente secundário de qualquer projeto

em

organizações

O contraponto é que aqui, mais que em

sério de desenvolvimento.


Max Feffer por Valéria Ignácio

Antônio Ermirio de Moraes A evolução da indústria de celulose e papel no Brasil remete necessariamente ao nome de Max Feffer. Descendente de imigrantes judeus e árabes, paulistano nascido em 1926, começou a trabalhar com o pai, Leon, ainda muito cedo. Na década de 1940, a escassez de material para alimentar a pequena gráfica da família, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, impulsionou o investimento na produção própria de papel. A atual identidade da indústria nacional de papel desenha-se na opção determinada de Max Feffer pela pesquisa de tecnologia que levou ao eucalipto como matéria-prima para a fabricação de papel. Hoje, o Brasil é responsável por metade da oferta global de celulose de fibra curta, resultado do esforço daquela época, que revolucionou o segmento em todo o mundo. De espírito curioso e inquieto, Max Feffer tomou a si a tarefa do empreendimento e, em 1956, iniciava-se o percurso da pequena empresa no município paulista de Suzano, pioneira na extração e manufatura da celulose do eucalipto. A resistência do mercado em experimentar o novo produto levou à ampliação do negócio, para absorver o excesso da produção própria, e transformou a Suzano, na segunda metade do século 20, num dos maiores grupos privados nacionais, com atividades também no setor petroquímico. Admirador das artes, Feffer foi secretário de Cultura, Ciência e Tecnologia de São Paulo de 1976 a 1979, presidente do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, diretor do Masp e diretorfundador do MAM. Morto em 2000, aos 74 anos, Max Feffer tem, no filho David, hoje responsável pela administração da Cia. Suzano de Papel e Celulose, a continuidade do trabalho de reestruturação da empresa.

Por Artur Aymoré

Nascido num casarão da Avenida Paulista, em 1928, mesmo ano em que era lançado o manifesto que deu origem à Fiesp, assinado por seu pai, José Ermírio de Moraes, juntamente com os Matarazzo e os Klabin, Antônio Ermírio de Moraes é presidente do Grupo Votorantim, o mais bemsucedido dos grandes conglomerados empresariais brasileiros. O grupo, que se iniciou em 1918, com uma pequena tecelagem em Sorocaba, de propriedade de seu avô, o imigrante português Antônio Pereira Ignácio, reúne hoje 96 empresas, a maioria líder dos setores em que atua (cimento, alumínio, zinco, química, papel e celulose, energia, suco de laranja e um banco). Tornou-se uma empresa global com as aquisições, em 2001, da St. Mary´s Cement Inc., no Canadá, e da Suwanee Cement, nos Estados Unidos. Entre as mais novas empresas do grupo estão duas que atuam em setores inovadores: a Alellyx, na área de biotecnologia, e a Optiglobe, no setor de serviços de tecnologia da informação. Dramaturgo bissexto – já publicou duas peças, Brasil S.A. e SOS Brasil – Antônio Ermírio de Moraes, aos 77 anos, participa ativamente não só da vida empresarial, mas também se engajando nos movimentos de desenvolvimento social e democratização do País, destacando-se naquelas ações que promovem a geração de empregos e a melhoria da educação e da saúde no Brasil. É o atual presidente do Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Articulista contumaz na imprensa brasileira, Antônio Ermírio faz do trabalho um sacerdócio e defende sempre a empresa nacional. Afirma que “o sucesso de um país está intimamente ligado ao tipo de ética de trabalho que ele pratica. Quando as pessoas trabalham, poupam e investem, o país dá certo. Quando elas se entregam ao comodismo, à ostentação e à gastança, a estagnação e o declínio são inevitáveis”.


ESPECIAL

Francisco Matarazzo (1854-1937) Por Artur Aymoré A história do Conde Francisco Matarazzo e o conglomerado industrial e comercial que construiu, desde o fim do século 19 até a metade do século passado, liga-se profundamente ao processo da industrialização no Brasil. O imigrante italiano que aqui chegou em 1881, aos 27 anos, com a mulher e dois filhos, vindo de Castelabate, na província de Salerno, tem a sua biografia amplamente marcada por diversos mitos, socialmente elaborados no decorrer de sua própria formação. Chegou com o intuito de comerciar. Trouxe com ele uma carga de toucinho, pois sentira a vantagem do negócio em face da escassez do produto no Brasil. Trazia “bons conselhos” e “um milhar de liras”, mas a carga de toucinho naufragou quando era transportada do navio para o cais, na Guanabara. Encaminhou-se, então, para Sorocaba, centro tropeiro da época, e ali se estabeleceu, abrindo a primeira casa comercial em maio de 1882, uma fábrica de banha, pois notara que o Brasil importava banha de porco que poderia ser produzida aqui. Seguiu-se logo após outra pequena fábrica em Capão Bonito do Paranapanema, na mesma região. Adquiria a matéria-prima pessoalmente, nos estabelecimentos rurais dos campos de Itapetininga e nisso, mais do que na transformação, residia o seu lucro, principalmente quando surgiram concorrentes. Quando enfrentava tenazmente os concorrentes da indústria da banha, já então em plena prosperidade, contava com a lealdade e a cumplicidade dos seus humildes fornecedores de suínos. Ele se antecipava sempre aos seus competidores na aquisição dos animais: comprava-os e encarregava os próprios criadores de revender parte deles, por sua conta e por preços superiores, aos próprios concorrentes, sem que estes soubessem do acordo. Assim, maior era o ganho: matéria-prima era adquirida por um custo menor e, por outro lado, recebia do próprio competidor o acréscimo do preço que impusera à mercadoria. A estratégia empresarial de Francisco Matarazzo era a de desenvolver ações racionais para a obtenção do maior lucro possível nas condições dadas. Isso significava a tática de transferir a concorrência

da oferta dos produtos para a procura da matériaprima. Rompia, assim, com a tradição comercial do período, ao mesmo tempo em que empregava uma atenta observação sobre as possibilidades econômicas de todas as fases de transformação da mercadoria. Por outro lado, as rápidas mudanças sofridas pelos seus empreendimentos em 1890 (transferência para São Paulo), antes de 1895 (entrada nos negócios de importação) e em 1900 (montagem do moinho de trigo) indicam cuidadosa sincronia com as mutações da política econômica brasileira e a equilibrada avaliação das suas conseqüências sobre o capital já investido e sobre novas possibilidades empresariais. Matarazzo explorou todas elas como possibilidades de expansão da taxa de reprodução do capital. Não eram apenas explorações defensivas, pois tinham em conta tanto a necessidade de aumento dos lucros como as melhores maneiras de fazê-lo. Ele estava, em suma, atento aos focos decisivos de medidas relacionadas com o comércio e a indústria, participando, aliás, já em 1898, da diretoria da Associação Comercial de São Paulo. Assim, em apenas 13 anos (1887-1900), o capital nominal multiplicou-se mais de cem vezes, crescendo à média de 765,4% ao ano. No período seguinte (1900-1911), multiplicou-se mais de 400 vezes o capital de 1887 e cerca de quatro vezes o de 1900, alcançando o acréscimo, neste último caso, a média de 29,4% ao ano. O Grupo Matarazzo, as Indústrias Reunidas F. Matarazzo, no fim da década de 1930, era um complexo industrial e comercial que incluía produtos alimentícios (óleos comestíveis, açúcar, presunto e banha), metalurgia (estamparia de metais, latas e pregos), moageiro (trigo e outras farinhas), têxtil, cerâmica (louças e azulejos) frigorificação e exportação de carnes, navegação (frota particular de navios), energia elétrica, um banco, terminal exclusivo no porto de Santos e locomotivas. Exibia um faturamento de 350 mil contos por ano, o que representava, na época, a mesma cifra do orçamento do estado de São Paulo, a segunda maior arrecadação do País, só perdendo para a União. Se fosse atualizado à moeda atual, nenhum dos conglomerados nacionais conseguiria até hoje superá-lo.


Ronaldo Koloszuk Por Fabíola Quadros

Walter Fontana Filho Por Artur Aymoré

Neto de Attilio Fontana, que transformou um modesto frigorífico adquirido, em 1944, no município catarinense de Concórdia, no maior grupo nacional do setor alimentício: o Grupo Sadia, que emprega atualmente 32 mil pessoas e fatura cerca de R$ 6 bilhões por ano. Em 2004, o lucro (recorde) foi de quase R$ 450 milhões. Após a morte de seu f u n d a d o r, e m m a r ç o d e 1 9 8 9 , Wa l t e r Fontana Filho promoveu uma grande reorganização na corporação, cujo parque fabril, hoje, é composto por 12 fábricas, que exportam mais de US$ 1 bilhão anualmente para 92 países. Aos 50 anos, Walter Fontana Filho, economista especializado em administração de marketing, ingressou na empresa aos 19 anos, ali fazendo seu aprendizado. Percorreu todos os escalões no conglomerado, começando como assistente de diretoria do então Moinho da Lapa, uma das unidades da Sadia antes da incorporação de 1997, que reuniu todas sob a denominação Sadia S.A. Sob sua gestão o grupo tem operado um processo de muita agilidade, lançando uma média de 60 produtos por ano. Procura manter um pé na administração da Sadia e outro na visão de futuro, buscando exercer sempre uma liderança serena e aglutinadora, priorizando os planos estratégicos do futuro do grupo. A prioridade básica “é transformá-la numa empresa de nível mundial no setor de alimentos”.

Ronaldo Koloszuk, 28 anos, é um bom exemplo de gestor da nova geração. Formado em administração de empresas, ele se divide entre a posição de sóciodiretor da indústria de transformação de alumínio da família e o cargo de diretor titular do Comitê de Jovens Empresários da Fiesp. Diferente da maioria dos jovens empreendedores brasileiros, que se lança no mercado sem qualquer experiência prévia ou formação acadêmica, Ronaldo pôde contar com as duas ferramentas. Ciente da importância desses fatores para o seu sucesso profissional, Ronaldo encontrou no Comitê de Jovens Empresários a chance de também oferecer apoio a quem acaba de entrar no mundo corporativo. Além da satisfação em apoiar o fortalecimento de novos negócios, o Comitê ainda cria um ambiente perfeito para o surgimento de uma rede de contatos, na qual a vivência de cada um pode ser lição importante para os novos executivos. “Duas coisas são essenciais para o desenvolvimento profissional: uma são os estudos, a outra a troca de informações”, afirma Ronaldo. Buscando novos espaços para disseminar a cultura empreendedora, Ronaldo também fez parte da diretoria da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje) até 29 de março, quando a entidade, que reúne mais de 11 mil jovens empreendedores de todo o Brasil, deu boas-vindas ao seu novo diretor, Doreni Caramori Junior. A posse ocorreu em solenidade no auditório da Confederação Nacional da Indústria, em Brasília com a presença do presidente da República em exercício na data, José Alencar, e do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que foram prestigiar a nova geração de empreendedores.


ESPECIAL

José Mindlin Por Artur Aymoré

Com um vigor quase juvenil aos 91 anos, que completa em setembro próximo, José Mindlin é um bom exemplo do empresário que atravessou o século com sucesso, não só no mundo dos negócios, mas na esfera da realização pessoal. Atualmente, Mindlin dedica-se à sua maior paixão: colecionar, editar e escrever livros. Para ele, “o perfil desejável do empresário no século 21 é uma entidade teórica e abstrata, pois não existe uma imagem aplicável a todos os empresários.” Assegura que “existiram até agora, e a meu ver continuarão a existir, diferenças de atuação, pontos de vista e mentalidade no mundo empresarial, dependendo do preparo e das circunstâncias de vida de cada um. Há os empreendedores que buscam progredir e os que se contentam com uma rotina apenas medíocre. Há os que pensam só em ter lucro e os que agem com preocupação social e espírito de cidadania. Diante disso, creio que o razoável é traçar um perfil possível, dentro das premissas aplicáveis a todos: seriedade, respeito à comunidade, tanto interna como externa, ou seja, aos colaboradores e aos consumidores, e busca do trabalho bem-feito”. Disse ter sempre considerado a empresa não como uma finalidade em si mesma, mas um instrumento de desenvolvimento social. A responsabilidade dos empresários vai além do bom funcionamento de suas empresas. Compreende ainda o apoio à educação, à saúde e a todas as demais necessidades da sociedade em que eles desenvolvem suas atividades. Para isso devem, naturalmente, obter lucros que permitam o cumprimento de seus deveres sociais. O lucro, no entanto, não deve ser excessivo – ele é legítimo dentro do conceito de que sua aplicação seja razoável. Uma empresa pobre de empresário rico não se justifica, mas seria exagero considerar razoável uma empresa rica de

empresário pobre. José Mindlin, que, em 1954, criou a Metal Leve S.A., que se tornaria líder de mercado e pioneira em pesquisa e desenvolvimento tecnológico em seu campo de atuação, considera como perfil desejável para o empresário do século 21 os seguintes requisitos: conhecimento que assegure a qualidade de seu produto; cumprimento de suas obrigações legais, tanto em relação aos seus funcionários, como ao mundo exterior à empresa; busca do conhecimento e o aperfeiçoamento da tecnologia aplicável à sua produção; cumprimento rigoroso de seus compromissos; participação moral e material na melhoria das condições da vida da comunidade em que funciona, apoiando especialmente a infância, para formar cidadãos conscientes; visão de longo prazo, não comprometendo o futuro da empresa pela busca do grande lucro imediato; e a consciência de que o Brasil é um grande mutirão e todos – governo, empresariado, sindicatos e a sociedade em geral – têm responsabilidade no desenvolvimento do País. A responsabilidade social, afirma, inclui necessariamente a preocupação com o processo político. Isso se traduz no exercício consciente do voto, como um direito e não como uma obrigação. O voto obrigatório é uma aberração, sustenta. Considerado o maior bibliófilo do País, José Mindlin tem nos livros, principalmente as obras raras, o seu principal interesse. Com essas obras, vem formando uma biblioteca, desde os 13 anos, que hoje possui mais de 35 mil títulos. Pertence a inúmeros conselhos de administração de bibliotecas, museus e instituições dedicadas à pesquisa no Brasil e no exterior. Foi secretário estadual de Cultura, Ciência e Tecnologia e membro da C o m i s s ã o N a c i o n a l d e Te c n o l o g i a d a Presidência da República, de 1996 a 2002



Empresa Familiar

Case

1983

Acima: logos da microsiga Abaixo: uma das franquias da MIcrosiga na dĂŠcada de 80

16

2005


Empresa Familiar

22 anos de sucesso

Microsiga

Microsiga Software A Microsiga surgiu em 1983 da Siga, birô de serviços que atuava no segmento de mainframes. Com o crescimento da microinformática, a empresa foi criada tendo como foco o desenvolvimento de sistemas integrados de gestão empresarial. A Microsiga é a maior fornecedora brasileira de tecnologia, inteligência, serviços e soluções, especialista em sistemas de ERP, CRM e soluções corporativas complementares. Fundada em 1983, a Microsiga é a líder brasileira no fornecimento de soluções de gestão empresarial para o segmento Small and Medium Business. Incluindo a matriz, as filiais e as franquias, o faturamento em 2004 foi de R$ 320 milhões. Sob a marca Microsiga funcionam mais de 40 unidades de Atendimento e Relacionamento nas principais cidades do país, além de Argentina, Chile, México, Paraguai, Porto Rico e Uruguai. Hoje, ela pertence ao grupo TOTVS, o maior da América Latina em softwares de gestão empresarial. Com uma equipe de 3 mil funcionários e uma carteira com mais de 8 mil clientes, a Microsiga, foi eleita por sete anos (98, 99, 00, 01, 02, 03 e 05) como uma das “100 Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil”, pela revista Exame. A família Microsiga encerrou o ano de 2001 com um faturamento de R$ 195 milhões. Em 2002, o faturamento da empresa atingiu a casa dos R$ 230 milhões. Além da consolidação de suas operações internacionais, no mercado brasileiro, a estratégia da Microsiga é seguir crescendo como empresa de tecnologia, inteligência, serviços e soluções corporativas. Para isso, vem investindo em tecnologia de resultados com soluções específicas de seu ERP/CRM – AP7 – para empresas de todos os portes e segmentos de atuação como Distribuição e Logística, Varejo, Veículos, Comércio Exterior, Medicina e Segurança do Trabalho, Planos de Saúde, Gestão Hospitalar, Gestão Educacional entre outros. Os planos de expansão da Microsiga demonstram a força, seriedade e competência da empresa em fornecer ao mercado soluções

e serviços de alto nível, sempre cumprindo com os princípios estabelecidos em sua Política da Qualidade, assegurando um altíssimo nível de satisfação dos clientes, suportados pela experiência de quem está no mercado há 22 anos.

Laércio Cosentino o fundador O empresário Laércio Cosentino, presidente da Microsiga Software, 45 anos, foi escolhido O Empreendedor do Ano 2000, em premiação realizada anualmente pela Ernst & Young. Vencedor na principal categoria do prêmio, a Master of Business, Cosentino foi escolhido pelo talento, criatividade e ousadia demonstrados à frente da Microsiga Software. Em maio de 2001, ele representou o Brasil na escolha mundial do Empreendedor do Ano, em Monte Carlo (Mônaco), concorrendo com os vencedores em mais de 20 países, incluindo Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha e Reino Unido. Formado em Engenharia Eletrônica pela Universidade de São Paulo, atua na área de informática desde 1978, escreveu vários livros sobre linguagens de desenvolvimento de sistemas e recentemente publicou o livro “Genoma Empresarial”, que conta a trajetória da Microsiga e desvenda o DNA corporativo da empresa. Fundador da Microsiga, Laércio Cosentino vem se destacando ano a ano como um dos principais líderes e m p r e s a r i a i s d o m e r c a d o b r a s i l e i r o d e Te c n o l o g i a d a Informação, atuando na defesa e no fortalecimento da indústria nacional de software. Visionário, Cosentino implantou na Microsiga Software idéias ousadas e inovadoras, fundamentais para o grande crescimento da empresa nos últimos cinco anos. Além da Microsiga, também é presidente do conselho do Instituto Microsiga, entidade criada em 1998 com o objetivo de levar o ensino de informática para crianças e jovens de baixa renda de todo Brasil.

17


Empresa Familiar

História

Laércio Cosentino e Ernesto Haberkorn

Sistema em DOS

A história da Laércio Cosentino na Microsiga começa em 1978, quando a empresa ainda se chamava Siga. Na época estudando Engenharia na USP, Cosentino foi trabalhar na empresa como estagiário. Em pouco tempo virou programador, depois analista de sistemas, depois gerente e diretor. Tudo isso em apenas cinco anos. Em 83, Cosentino fez a grande aposta de sua vida. Convenceu seu até então patrão a tornarse seu sócio em uma nova empresa: a Microsiga. Após muita negociação, a empresa foi criada, tendo como premissa trabalhar com sistemas administrativos para microinformática. Hoje parece óbvio, mas na época foi um belo exemplo de coragem, pois a informática ainda engatinhava. A aposta, entretanto, foi certeira. Em pouco tempo a Microsiga cresceu e absorveu sua empresa mãe, a Siga. Cosentino tornou-se seu presidente, implantando na companhia uma visão nova de administração, marcada pela rapidez na tomada de decisões e pelo valor dado à cada funcionário. Uma das grandes sacadas de sua gestão frente à empresa foi a criação de uma rede de unidades de atendimento e relacionamento espalhadas por todo Brasil e América Latina, também uma idéia inovadora no setor de informática.

Cultura da Empresa Na Microsiga trabalha-se muito, com muita vontade e prazer. Afinal, além de serem sócios da empresa – benefício obtido a partir de um plano de distribuição de ações sem qualquer custo, implantado pela empresa a partir de 1999 – todos os funcionários participam de sua gestão através de vários programas, como o Box Vermelho – onde qualquer um pode enviar uma mensagem eletrônica diretamente ao presidente e obter resposta – e o provão, um sistema de avaliação que, anualmente, identifica os pontos fortes, deficiências e necessidades de cada funcionário. A Microsiga adotou há alguns anos duas pausas diárias de 15 minutos, onde seus funcionários se encontram, conversam e tomam café. Além da matriz da empresa em São Paulo, os intervalos – que alcançam do presidente ao porteiro – são reproduzidos em cada uma das franquias da companhia. Localizada em Santana, bairro paulistano de classe média, a Microsiga também tem forte atuação social no bairro. Quem passa pela Avenida Braz Leme, por exemplo, lê que seus canteiros estão sob os cuidados da empresa. Cursos dados na década de 80

18

Responsabilidade Social Pensando em uma forma de estender para crianças e jovens de baixa renda todo conhecimento da Microsiga na área de informática, a empresa mantém, desde 98, o Instituto Microsiga que em 2003 passou a se chamar IOS – Instituto de Oportunidade Social. O IOS oferece para entidades assistenciais brasileiras cursos padronizados básicos de Windows, Word, Excel e Internet, incluindo toda estrutura necessária, como computadores, material didático, instrutores e softwares. Desde seu surgimento, o Instituto Microsiga já treinou aproximadamente 5.570 crianças, de 26 entidades assistenciais, como o Lar Menino Jesus, Casa Maria de Nazareth, Lar da Criança Betânia, Centro da Juventude Nossa Senhora Consolata e Associação Brasilitália, entre outras. Atualmente o Instituto oferece treinamento 1.078 jovens em 14 entidades.


Empresa Familiar O curso oferecido pelo IOS tem duração de cinco meses com carga horária de 220 minutos semanais. As aulas são ministradas de segunda a quinta-feira, e incluem, além do ensino de informática, debates dos temas cidadania, saúde, drogas, meio ambiente e mercado de trabalho. Além dos profissionais da própria Microsiga, participam do projeto voluntários de diversas áreas de atividade. Após a conclusão do curso, as entidades que conseguem um desempenho satisfatório de 80% de seus alunos, recebem do Instituto um kit básico para a implantação de um laboratório de informática. O kit tem oito cadeiras, quatro mesas, uma lousa, quatro computadores, uma impressora e 24 livros didáticos. Como ampliação do escopo de atuação do Instituto Microsiga, surgiu, em 2000, a Casa da Informática que oferece aos adolescentes carentes um local totalmente equipado com recursos e ferramentas disponíveis para ingressar no mercado de trabalho. Além de aulas de conteúdo básico de informática, os estudantes recebem aulas sobre montagem de hardware, instalação de cabos e redes, além de conceitos sobre administração básica e operação de softwares aplicativos, como gestão administrativa. Outra importante iniciativa do Instituto Microsiga foi o lançamento do Projeto Desenvolvedor Latino-Americano (PDLA) que foi criado com o objetivo de oferecer as ferramentas tecnológicas e demais recursos para pessoas físicas e jurídicas viabilizarem idéias para o desenvolvimento de soluções corporativas. O projeto conta com o patrocínio da Microsiga Software, Microsoft, Intel, Endeavor, Abraforte, Memorial da América Latina, Ibmec, Universidade Católica d e B r a s í l i a e F u n d a ç ã o Va n z o l i n i , q u e t ê m s u a s responsabilidades definidas e cada um vai colaborar com os desenvolvedores em suas respectivas especialidades. Outros projetos também desenvolvidos pelo Instituto são: Apoio à Cultura e à Comunidade (Qualidade de vida, respeito ao meio ambiente, incentivo à cultura e à prática de esportes etc), Apoio à Educação (Microsiga Dá Educação Universidade e Terceiro Setor), etc.

Prêmios/Destaques em 2001 • Na edição de 2001 das 200 maiores empresas de tecnologia no Brasil, publicada pela Info Exame a Microsiga ocupa a posição 78, sendo a 8ª quando considerado apenas o segmento de software. • O software AP6 foi eleito o melhor de 2001 na categoria gestão pela Info Exame. • De acordo com o Anuário Informática Hoje 2001, que reúne as 250 maiores empresas do setor, a Microsiga está na 42ª posição no ranking. No ano anterior, a empresa ocupava a 70ª posição. Em 2001 a empresa foi eleita a mais eficiente no segmento software de gestão empresarial. • A Microsiga ganhou o IV Prêmio Automação concedido pela EAN Brasil nas categorias “Softwares Aplicativos em PDV”, “Softwares de Retaguarda” e ”Softwares Administrativos”. É o terceiro ano consecutivo que a empresa recebe este prêmio. • Pelo quarto ano consecutivo a Microsiga está entre as 100 Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil, de acordo com o Guia publicado pela revista Exame. • A Microsiga ganhou o Prêmio Gestão Empresarial 2001, concedido pela revista Gestão Plus RH, com o case Genoma Empresarial. • Pelo segundo ano consecutivo, o presidente da

Microsiga, Laércio Cosentino, foi escolhido como uma das 100 personalidades mais importantes do segmento de informática de acordo com a Info Exame. Ele também está entre os cinco líderes do segmento de informática do Fórum de Líderes da Gazeta Mercantil. • Pelo 8o ano consecutivo, a Microsiga recebeu o Prêmio Qualidade Brasil, conferido pelo International Quality Service. • A Microsiga recebeu o Prêmio ABF Destaque Franchising 2001 e o Selo de Qualidade ABF, por ser um dos melhores franqueadores sob a ótica do franqueado. • De acordo com pesquisa realizada pela consultoria Andersen para o jornal Valor Econômico, a Microsiga está entre as empresas que mais crescem no Brasil. • Laércio Cosentino recebe pela primeira vez o prêmio Empreendedor do Ano, concedido pela Abraforte – Ass. Bras. Para Fomento de Negócios em Redes de Telecomunicação.

Em 2002 • Microsiga foi eleita pela InfoExame como uma das 100 empresas mais ligadas do país. A empresa ocupa a 40ª posição no ranking das empresas que mais investiram em tecnologia da informação (TI) em 2001. • A Microsiga conquistou o prêmio “Partner Destaque 2001”, oferecido pela Bematech, pelo desenvolvimento de uma das soluções de Automação Comercial mais eficientes para periféricos da empresa. • A empresa recebe o prêmio de destaque em Ecologia da Info200 como a companhia que mais investe em Ecologia. Em 2001, a Microsiga investiu 41 mil dólares em projetos relacionados à preservação do meio ambiente. • Pelo quinto ano consecutivo (98, 99, 00, 01 e 02), empresa é eleita uma das “100 Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil”, segundo o Guia da Revista Exame. Além de estar entre as 100 melhores empresas para se trabalhar no Brasil, a Microsiga é a primeira colocada na categoria “Tecnologia e Computação”. • Empresa conquista prêmio “Líder de Mercado”, do Anuário Informática Hoje, por ser a empresa mais citada entre 5 mil corporações usuárias de TI (Tecnologia da Informação). • Pela quinta vez consecutiva, recebe o V Prêmio Automação, oferecido pela EAN Brasil, na categoria “Destaque Fornecedor de Software”. • Empresa recebe pela primeira vez da Câmara de Comércio Brasil-México o VII Prêmio Bramex, por ser uma das corporações que mais contribuíram para o desenvolvimento do comércio bilateral entre os dois países em 2002.

Em 2003 • A empresa recebe prêmio inédito: é escolhida pelo IDG como Integradora de destaque no segmento de ERP para médias empresas (Midrange). • Pelo segundo ano consecutivo, a empresa recebe o prêmio “100 empresas mais ligadas do país”, segundo o ranking da revista INFO Exame. O levantamento mostra quem mais investe em tecnologia, tem as redes mais velozes, usa os programas mais inovadores, utiliza mais a internet como ferramenta de administração, treina funcionários pela web e adota tecnologias wireless com mais intensidade em suas operações. Mais informações: www.microsiga.com.br / www.totvs.com.br

19


Empresa Familiar

“Agora o homem está condenado a estudar.” Kátia Pereira*

20

Esta frase é do empresário Antônio Ermírio de Moraes, um dos mais importantes do País e um dos responsáveis pelo sucesso e crescimento de um dos maiores grupos do Brasil e do mundo, exemplo de uma empresa familiar que cresceu calcada numa administração séria e comprometida com a excelência e o desenvolvimento, ciente de que para alcançar esse objetivo dependeria de seu maior patrimônio: o capital intelectual dos que nela trabalham. Não é novidade pra ninguém que a instabilidade gerada pelas constantes mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais requerem pessoas cada vez mais preparadas e qualificadas para responder a essas mudanças. Também não são novidades as grandes transformações estruturais do trabalho, principalmente, frente aos avanços tecnológicos há pouco tempo impensáveis, e que ao mesmo tempo em que criam inúmeras possibilidades, paradoxalmente, eliminam tantas outras. Essencialmente com base nessa nova realidade é que foram criadas as universidades corporativas – UC´s. As primeiras surgiram nos Estados Unidos, na década de 80 e aportaram aqui no Brasil em 1992, seguindo o modelo de gestão de suas equivalentes das matrizes multinacionais. No final da década de 90 eram em torno de dez; hoje, já são mais de cem organizações privadas e públicas que desenvolveram sistemas educacionais baseados nos modelos de uma UC. As UC´s são complementares às instituições tradicionais de ensino e têm como mérito serem altamente flexíveis e democráticas, uma vez que podem e devem oferecer em seus programas opções para todos, independente de grau de escolaridade, cargo ou função. Na prática, uma UC significa a estruturação de um sistema educacional que oferece múltiplas alternativas de aprendizagem e é voltado exclusivamente à qualificação, atualização e aperfeiçoamento dos empregados de uma empresa, podendo-se estender a toda cadeia de valor a qual a instituição faz parte, envolvendo clientes, fornecedores, etc. É essa amplitude de público que diferencia uma UC dos departamentos de treinamento e desenvolvimento. Alguns exemplos de empresas que implantaram UC´s: Grupo Accor (a 1ª do Brasil), Mc Donald´s, Xerox, Sadia, Votorantim, Visa, etc. Baseados no sucesso das universidades corporativas das empresas alguns setores produtivos criaram suas próprias universidades. Nesse caso, elas foram implementadas por

“As UC´s são complementares às instituições tradicionais de ensino e têm como mérito serem altamente flexíveis e democráticas”. entidades de classe que por representarem um determinado segmento conseguem ouvir e compilar suas necessidades, desenvolvendo programas e atividades para atender a todos os seus representados. Alguns exemplos de UC´s setoriais: Universidade Secovi (indústria imobiliária), Universidade SindiClube (clubes esportivos e sócio-culturais), Universidade Abrange (medicina de grupo), entre outras. Nas UC´s quem atua como professores/instrutores são profissionais experientes que vão compartilhar com os demais seus conhecimentos e vivências, aliás, transmitir conhecimentos que podem ser aplicados rapidamente é a tônica desse tipo de trabalho. Independente do formato, as UC´s são uma excelente ferramenta para disseminar a cultura organizacional e promover o alinhamento estratégico das organizações. Por fim, a grande verdade é que para empresas e pessoas sobreviverem num cenário globalizado, inconstante e altamente competitivo, ter prontidão e aptidão para aprender são atributos indispensáveis e que não podem ser deixados para amanhã. Portanto, invista no crescimento de sua empresa através da contínua qualificação de seus colaboradores. A educação é o único meio real para o desenvolvimento de um indivíduo, uma empresa e uma nação. *Kátia Pereira. Gerente de gestão educacional da Universidade Sindi-Clube e consultora na área de educação empresarial. katia.turina@terra.com.br


Empresa Familiar

Depoimento Aprendiz de empresário Por Yara D’Ávila * para quem trabalha em pequenas e Já nasci filha de empresário médias empresas. Acabei tendo e nas minhas recordações de infância acesso a uma oferta de bolsas de estão as tardes de domingo que estudo para pós-graduação na passava junto ao meu pai em seu Espanha e eis que havia um Mestrado escritório. Enquanto ele colocava o em Direção de Empresa Familiar. trabalho em dia, eu brincava de chefe Por sorte e por talento, e atendia a ligações imaginárias. consegui a bolsa e embarquei em Lembro-me de um trabalho de escola outubro de 2004 para dez meses de em que tínhamos que desenhar o que estudos na Escola de Administração gostaríamos de “ser quando crescer”; de Empresas de Barcelona. Éramos as outras meninas se imaginavam quase cinqüenta alunos de toda a bailarina ou professora, mas eu me América Latina, a grande maioria filhos desenhei com uma pasta de de empresários. As matérias empresária na mão! repartiam-se nas clássicas de O tempo passou e Administração e naquelas voltadas à obviamente escolhi fazer empresa familiar, abordando temas Administração de Empresas, na como: sucessão, partilha de bens, FGV. Só que ao me mudar de cidade relacionamento entre parentes, para estudar, acabei distanciando-me profissionalização, protocolo familiar, da empresa familiar e comecei a trilhar órgãos de governo etc. um caminho de futura executiva, “Ficou a certeza de que a Foi uma experiência muito fazendo meu estágio em uma empresa familiar já está sendo enriquecedora, porque pude conhecer multinacional e sendo posteriormente tratada com mais cuidado no a realidade cultural e empresarial de efetivada lá. Após dois anos, o inevitável: cedi aos assédios de meu Brasil, mas que ainda há muito a diversos países e diferentes fazer para chegarmos ao nível segmentos de negócios, desde uma pai e voltei para trabalhar com ele. fábrica de tortillas no México até uma A prática mostrou-se mais europeu ou americano”. empresa funerária na Argentina. dura do que meus sonhos de infância. Percebi que as inquietações e os Abri mão de um bom salário, um futuro problemas são basicamente os mesmos e que não é fácil ser promissor e do sobrenome corporativo, em troca de ser “herdeiro”. Viver à sombra do pai fundador é um grande desafio “patroa” e de participação nos lucros – que nem sempre existem para quem deseja firmar-se como empresário de sucesso. ou são no montante desejado. Além disso, meu pai passou a Notei que o curso não estava necessariamente voltado ser também meu chefe e surgiram os conflitos naturais desse para estudantes vindos da América Latina – talvez sua grande duplo relacionamento. assistência ao Mestrado tenha sido uma surpresa para a própria Nossa empresa familiar é formada por pequenos Escola. Falava-se muito sobre a realidade espanhola, que está a negócios nos ramos do comércio e da alimentação, sendo que anos-luz em questões de empresa familiar (sendo que várias já nunca houve uma estrutura hierarquizada, com departamentos estão na quarta ou quinta geração), suas leis e modelos de gestão. ou processos bem definidos. Tudo sempre se baseou nas Ou seja, quando eu me deparar com problemas de sucessão decisões de meu pai e, a bem da verdade, às vezes eu sentia etc, terei que me informar sobre as soluções aplicáveis no Brasil. que beirávamos ao caos. Foram quatro anos intensos em que Por outro lado, pude entrar em contato com pessoas aprendi muito, por vezes tendo que esquecer o que me haviam ligadas a essas questões por aqui e que eu desconhecia, como o ensinado na GV, e vivendo uma realidade mais “chão de fábrica” consultor Domingos Ricca – que colaborou em um dos meus do que antes. trabalhos de conclusão de curso. Ficou a certeza de que a Esse meu distanciamento do mundo acadêmico, empresa familiar já está sendo tratada com mais cuidado no inclusive de antigos colegas de faculdade (que já estavam Brasil, mas que ainda há muito a fazer para chegarmos ao nível fazendo MBA no exterior), mais a percepção de que eu precisava europeu ou americano, e há um enorme espaço para o fazer algo para melhorar os negócios da família e meu próprio desenvolvimento de cursos semelhantes ao que eu fiz, voltados destino, me instigaram a procurar um curso de pós-graduação. às nossas necessidades e particularidades. Não encontrava nada que atendesse às minhas necessidades aqui no Brasil, pois todos os cursos pareciam voltados para * Yara D’Ávila. Gerente Administrativa nas empresas executivos ou aspirantes a – nada talhado para “herdeiros” ou de sua família. ydavila@hotmail.com

21


Empresa Familiar

As Empresas Familiares e a Carga Tributária por Valter Luiz de Lemos*

22

No dia-a-dia das nossas Em recente reunião realizada empresas é que constatamos quanto pela Rede de Empresas Familiares, em todos somos penalizados: Bruxelas, foram divulgados estudos que empresários, pela escassa margem de demonstram que as empresas familiares lucro; funcionários, pelos baixos podem ser um bom negócio. Será que no salários; acionistas, pelos reduzidos Brasil, pela crescente carga tributária, isto dividendos; sociedade e economia, é verdadeiro? pela falta de desenvolvimento. É um As empresas familiares são a verdadeiro absurdo a carga tributária forma predominante de comércio em todo ter praticamente duplicado nos o mundo. Elas são detentoras de uma últimos 15 anos. cultura própria que brota da tradição, dos Cumpre referir que desde 1996 a costumes e dos valores dos seus tributação das pessoas jurídicas tem dirigentes, parentes que as conduzem, crescido de maneira significativa, vejamos anos após anos, até seu esgotamento, ou alguns exemplos: transformação por perda do maior capital a) PIS: Foi ampliada a base acionário. Elas são importantes para o de cálculo a partir de 1999 e depois, em desenvolvimento econômico e social e 2002, houve o fim da cumulatividade pela satisfação de necessidades de para as empresas tributadas com base milhões de pessoas. Entretanto são no lucro real, com a alíquota desse complicadas no relacionamento dos tributo passando a partir de fevereiro negócios em função de conflitos gerados de 2003 de 0,65% para l,65%, gerando o na dinâmica da família. dobro de tributação para as prestadoras O verdadeiro conhecimento de serviços; sobre a empresa familiar ainda está por “Elas são detentoras de uma b) COFINS: A partir de 1999, ser desvendado. No entanto, as empresas cultura própria que brota da houve aumento da alíquota de 2% para familiares necessitam apenas de apoio, 3% e, também, alteração da base de aliança e complementaridade nos tradição, dos costumes e dos cálculo. A partir de fevereiro de 2004, a momentos certos. É necessário que a valores dos seus dirigente” alíquota desse tributo passou de 3% empresa familiar crie uma frente comum para 7,6%, gerando o dobro de tributação diante dos grandes desafios e para as prestadoras de serviços; transformações do mundo moderno, colocando barreiras e c) INSS SOBRE PRÓ-LABORE: Em 1966, foi criada alíquota facilitando caminhos e meios de atuação pró-ativos que de 15%, passando em 1999 para 20% a vigorar a partir de março permitam seguir seu destino sem perder sua identidade. de 2000; No Brasil, afora os problemas de sucessão, uma das maiores d) FGTS: Em 2001, a alíquota efetiva passou de preocupações das empresas familiares é a sua sobrevivência, 8% para 8,5% e foi criada a alíquota de 10% sobre as relacionada a problemas existenciais ou estratégicos. Pois demissões sem justa causa; gostaria de incluir, para reflexão e conscientização dos e ) CSLL: A partir de setembro de 2003, houve aumento da proprietários de empresas familiares, o problema da base de cálculo de 12% para 32% para as empresas prestadoras voracidade tributária reinante em nosso País. de serviço optantes pelo lucro presumido; O espetáculo do crescimento econômico gerou uma f) SIMPLES: A partir de janeiro de 2004, aumentou em 50% carga tributária de 41,6% do PIB no primeiro trimestre de 2005, as alíquotas do SIMPLES das empresas que tenham receita de conforme dados divulgados pelo IBPT (Instituto Brasileiro de mais de 30% oriundas da prestação de serviços; Planejamento Tributário), um aumento em relação a igual g) IRPJ – lucro real: A partir de 2000, disposição legal deixou período do ano anterior de 1,59%, passando de 40,01% para de permitir a dedutibilidade da CSLL da base de cálculo da IRPJ; 41,6%, e de 4,86% em relação ao primeiro trimestre de 2000. h) PIS E COFINS – IMPORTAÇÕES: A partir de maio de Tal carga, constituída por 25 impostos de origem 2004, foi instituída esta nova exigência tributária. federal, estadual e municipal que oneram demasiadamente Como Administradores, sabemos que o processo de a empresa e o empreendedor, é responsável pelo recorde desenvolvimento da empresa familiar passa pelo de arrecadação da Receita Federal, que serve para manter oferecimento de serviços de assessoria e consultoria técnicas uma ineficiente máquina pública de dimensões absurdas para otimizar o processo de tomada de decisão e melhorar o e, também, para gerar o aumento da informalidade e da seu desempenho operacional. Entretanto, sem uma adequada inadimplência. Já existe um ditado no contexto popular que compreensão e conscientização da problemática tributária e diz: “Quem não sonega, não sobrevive”. Por outro lado, a uma atitude pró-ativa no sentido de combatê-la, dificilmente burocracia excessiva e os exíguos prazos de pagamentos iremos desenvolver um programa efetivo que gere empregos dos impostos têm sido componentes que marcam a irracionalidade tributária do governo brasileiro e que estão e renda em nosso País. a exigir uma mobilização também da empresa familiar no *Valter Luiz de Lemos, Presidente do Conselho sentido de obter providências reais para diminuir os Regional de Administração do Rio Grande do Sul - CRA/RS. sacrifícios exigidos do setor produtivo da sociedade. diretoria@crars.org.br


Empresa Familiar

Marketing na Empresa Familiar por Danilo Polanco* Com o desenvolvimento dos tempos, avanços tecnológicos, a rápida mudança do cotidiano e o enfoque para a globalização, a empresa familiar enfrenta um grande desafio para obter êxito. Porém precisa do desenvolvimento potencial humano para colocar a pessoa certa na posição certa. Um bom sistema de marketing precisa de vários tipos de líderes, entre eles o líder criativo. O líder criativo deverá ser uma pessoa com o potencial imaginativo do futuro. Uma pessoa com alta energia intelectual, amante da verdade, organizada, detalhista, sistemática, perfeccionista e fiel. Esses atributos encontraremos nas pessoas de temperamento melancólico, que nascem com uma habilidade visionária que o capacita para visualizar projetos do seu princípio ao fim, permitindo-lhe identificar situações futuras e fazer mudanças necessárias para obter um maior êxito. Outra qualidade do melancólico e a de ser introvertido, o que lhe permite analisar e entender o sistema de marketing “net work” mais complexo e funcional e atingir as exigências e demandas do mercado, colocando a empresa no caminho do sucesso. Porém, precisamos reconhecer os valores humanos e ajudar o indivíduo a desenvolver seu potencial de uma forma que ele se sinta satisfeito e realizado. O ser humano tem qualidades intelectuais que bem desenvolvidas o ajudam a se conhecer a entender e aceitar o comportamento de outros. Também possuem necessidades sociais que o forçam a interagir com o seu semelhante. Nessa área de relações sociais desenvolvem também a capacidade de ser uma pessoa controladora ou controlada. Da mesma forma que precisa satisfazer suas necessidades

biológicas, precisa desenvolver habilidades que satisfaçam os outros tipos de necessidades para se tornar um ser feliz e dinâmico, e que ao mesmo tempo possa impactar a outros com a sua felicidade, satisfação e alegria. Poderemos atingir esse objetivo ajudando a pessoa em questão a entender porque pensa da forma que pensa, porque sente da forma que sente e porque se comporta da forma como se comporta. Isso faz de cada indivíduo uma pessoa única no mundo e ainda quando somos muitos, não encontramos dois iguais. Conhecendo-nos melhor e aceitando-nos tal como somos, poderemos entender o comportamento dos outros, e nos projetar com mais segurança e positivismo diminuindo assim a margem de erros. A psicologia moderna conta com ferramentas apropriadas para ajudar o empresário a selecionar a pessoa correta para ocupar o lugar certo em sua empresa. Existem vários tipos de testes de personalidade entre os quais o Teste de Temperamentos e um dos mais indicados pelo fato de ter medidas psicométricas que determinam o perfil do indivíduo com as áreas fortes e fracas da sua personalidade incluindo sua capacidade inter-relacional. *Dr. Danilo Polanco Psicólogo Clínico Cristão, Professor de Psicologia da Florida Christian U n i ve r s i t y, D i r e t o r C l í n i c o d o C e n t r o d e Aconselhamento Cristão e Convencional “Alpha “ Conselheiro Familiar do Children Home Society Chairman do Bord da American Christian Counselors Association drpolanco@bellsouth.net

23


Empresa Familiar

O ambiente adequado de discussão da Empresa Familiar por Edmo Alves Menini*

24

· constituição e funcionamento O presente artigo tem por de órgãos deliberativos como objetivo apresentar o resultado do assembléias extraordinária e brainstorm sobre “empresas familiares” ordinária); que discutiu a melhor forma de · número de componentes do constituir-se um meio ambiente conselho fiscal e respectiva adequado voltado para questões competência; pertinentes à gestão de empresas · fixar para os sócios familiares. responsabilidades, critério de O resultado desta sessão foi a admissão, demissão, direitos e proposta de criação de uma entidade deveres e procedimento para denominada INSTITUTO DA exclusão; EMPRESA FAMILIAR, como fórum · fontes de recursos para aglutinador de problemas e soluções, manutenção da associação e data que propicia a oportunidade de do encerramento do exercício compartilhar conhecimentos e trocar fiscal: experiências entre os responsáveis · critérios na eventualidade de pela gestão de empresas familiares dissolução da entidade. brasileiras. Além dos aspectos acima Tal propositura embora não abordados, observa-se que para seja inovadora, haja vista a existência ser caracterizado como entidade de discussões correlatas na Espanha civil “de interesse público”, deve e nos Estados Unidos, fortalece a respeitar os ditames da Lei 9.790, imagem do Brasil na rede mundial da de 23 de março de 1999, com empresa familiar. “No Brasil, a forma legal de destaque para o esclarecimento No Brasil, a forma legal de constituição da referida de questões sobre cargos e constituição da referida entidade, entidade é a criação de uma existência ou não de resguardada pela expressão “sem fins remuneração dos membros da lucrativos”, é a criação de uma fundação fundação privada, com diretoria executiva. privada, com origem em patrimônio ou origem em patrimônio ou Uma vez cumpridas as etapas bens, ou de uma associação civil, bens, ou de uma associação referentes à assembléia geral, ata nascida de um grupo de pessoas unidas de fundação e estatuto social, por uma causa comum. civil, nascida de um grupo formaliza-se o registro junto ao Nossa propositura encontra de pessoas unidas por Centro de Distribuição de Títulos e respaldo então como associação civil, uma causa comum” Documentos – CDT com cópias tanto pelo reconhecimento público da transcritas, lista de presença e existência de doutrina do requerimento em documento próprio, preenchido e associacionismo “princípios do conhecimento não derivam do assinado pelo representante legal. espírito em geral, mas se formam na experiência, por O registro formal em cartório permite a associação de idéias” (Novo Dicionário Aurélio da Língua regularização do instituto na Secretaria da Receita Portuguesa, p. 186), quanto pela Constituição Federal, Federal, para obtenção do Cadastro Nacional de que consagrou a liberdade de associação “em sentido Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda (CNPJ/MF). amplo, para fim lícito (art. 5º XVII), independente de Na área trabalhista, não contando o Instituto com autorização pelo Poder Público, vedada a intervenção estatal empregados, devem ser apresentados documentos e em seu funcionamento (art. 5º, XVIII).” informações anuais como RAIS - Relação Anual de A formalização da sociedade civil sem fins Informações Sociais e GFIP - Guia do Fundo de Garantia lucrativos INSTITUTO DA EMPRESA FAMILIAR, e Informações à Previdência; havendo empregados, ocorre pela reunião de interessados em assembléia proceder-se-á ao registro no Instituto Nacional da geral para a lavratura de sua Ata de Fundação, Seguridade Social (INSS). apreciação, votação e aprovação do Estatuto Social, Além destes cadastros o instituto está sujeito a peça chave desta propositura, pois representa o regulamentações de caráter federal, estadual e municipal interesse comum dos fundadores e demonstra os para obter registros obrigatórios e facultativos que objetivos da entidade conforme o Novo Código Civil, extrapola a proposta deste artigo, para tanto, deve Lei 10.406/02 e seus artigos: buscar aconselhamento adequado de forma a preservar· denominação, sede, finalidade e duração; se a si próprio, diretores, associados e funcionários. · órgãos administrativos da associação, forma de eleição, competências e prazo de mandato; *Edmo Alves Menini Gestor do curso de · diretoria executiva com hierarquia e Administração da UMC – Campus São Paulo e vicerespectivas competências, além de critérios para presidente do Instituto Brasil-Cidade. perda de mandato e renúncia; edmo@mail.umc.br


Empresa Familiar

25


Empresa Familiar

Praticidade de sucesso por Elaine Haberkorn*

26

A informatização dos processos administrativos de uma empresa, através de soluções ERP, já se transformou em fato consumado e de rotina, independente do seu porte ou segmento. Falaremos nas próximas linhas de uma micro-empresa, um Salão de Beleza. Resolvi colocar em prática e beneficio próprio, tudo aquilo que tanto vi e ouvi falar nos tempos em que atuava no suporte técnico da Microsiga. E sem querer esbanjar rios de dinheiro, já que no começo outras eram minhas prioridades, arrisquei num produto que a empresa oferece aos leitores do livro e alunos do curso Gestão Empresarial com ERP. E iniciei implantando o ERPzinho, uma amostra grátis do Protheus, a solução ERP da Microsiga. Desenvolvido em AdvPl – Advanced Protheus Language, utilizo toda a tecnologia ali empregada. Comecei com o controle das Despesas e Receitas, classificando-as por natureza e já tendo desde o início o resultado econômico de forma online e bastante precisa. A seguir implementei o controle financeiro, bastante complexo por sinal, onde cartão de débito, de crédito, cheques pré-datados e alguns devolvidos, vales e outras formas de pagamento dificultam bastante um controle efetivo do fluxo de caixa. O controle dos estoques, dos investimentos e o cadastramento de todas as clientes, inclusive com o perfil de cada uma, foram os próximos passos e logo todo o processo administrativo estava funcionando e rodando sem maiores problemas. Mas, eu queria mais. Achava que este tipo de aplicação é o trivial e até aí não via muita vantagem, considerando o investimento feito nos dois computadores ali instalados. Implantei então coletores de dados para as comandas, o que agilizou bastante o trabalho da recepção e do caixa. Em seguida passei a exigir que o site na Internet fosse o que há de melhor e não apenas uma coleção de fotos e textos. Tinha que oferecer serviços. Comecei com um e-commerce, onde vende os produtos de beleza oferecidos pelos fornecedores. Implantei também na página uma seção onde a cliente pode fazer Reservas, escolhendo o horário e o profissional de sua preferência, a qualquer momento e independente de um contato telefônico. Ofereço ainda um fórum de discussão e também links para outros sites de interesse de minhas clientes. Q u a n d o c o n h e c i o Wo r k f l o w p a s s e i a lembrar, através de e_mails, as datas de retorno de minhas clientes. De forma automática e dependente do tipo de serviço. Sem saber, estava usando o CRM – Customer Relationship Management. Eu mesma recebo e_mails do sistema quando fatos relevantes ocorrem no Salão. Desde

uma despesa acima do previsto até o fechamento de um Dia da Noiva. Assim, mesmo estando fora, controlo e parabenizo os funcionários no momento em que os fatos acontecem. Com isso os mantenho motivados e atentos a qualquer deslize. Outra sigla que cutucava minha curiosidade era este tal de BI. Será que outra inteligência (BI significa Business Intelligence) poderia ajudar-me no direcionamento da estratégia do meu negócio? Comecei recebendo o movimento de vendas de forma flexível e dinâmica, com gráficos e tabelas em várias dimensões, sintetizados ou detalhados sob a forma de Drill-Down, mostrando tendências e padrões de comportamento de minhas clientes. Com o Data Minning consegui ainda identificar quais profissionais, clientes, serviços ou período tiveram um faturamento discrepante em relação aos demais. A t é We b S e r v i c e s c i r c u l a m p e l a I n t e r n e t interagindo com o meu ERPzinho. Como o setor é muito unido, é praxe uma certa colaboração mútua entre os estabelecimentos do bairro. Assim, se um produto encomendado está em falta naquele momento, o sistema se comunica com os parceiros e, de forma automática, verifica onde ele está disponível. Só depois de saber exatamente onde encontrá-lo é que a vendedora telefona para solicitar aquela “ajudazinha amiga”. De forma análoga são acionados o SPC e o Serasa sempre que é recebido um cheque duvidoso. As compras de novos produtos são disparadas assim que o Ponto de Pedido é detectado pelo sistema. Até aí, mais uma vez, o trivial. Por isso exigi e consegui que o processo de cotação e envio do pedido fosse integrado com os sistemas de seus fornecedores, mesmo aqueles que usam SAP, Oracle, Datasul, RM ou Logocenter. A maioria, no entanto, tem Microsiga. Isto tudo evita a falta de produtos essenciais e uma análise mais eficiente das melhores ofertas. E também, sem saber, estava implantado o SCM – Supply Chain Management. É claro que a capacitação técnica do pessoal que manipula o sistema foi toda feita através de elearning, sem sair de casa, sem custo e nos horários disponíveis de cada usuário. Este é um exemplo onde a Tecnologia da Informação atua de forma eficaz e aproveitando todos os seus recursos. Sem muito investimento e num prazo relativamente curto. Hoje, ainda com um faturamento de pequena empresa, consigo uma rentabilidade de mais de 20%, fato incomum no segmento. É um Case que pode ser seguido por qualquer empresário, por menor que seja o porte de sua empresa. Basta agir com perseverança e saber escolher a melhor solução. *Elaine Haberkorn, empresária.


Empresa Familiar

27


Empresa Familiar

Pessoas físicas e pequenos investidores têm anjos financeiros e não sabem disso! Por Milton Luiz Milioni*

28

A maioria das pessoas físicas, micro e pequenas empresas desconhecem as opções do mercado de capitais para a gestão dos seus investimentos. Por isso, a popularização desse mercado, no Brasil, é uma luta antiga, que tem na APIMEC Nacional – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais - um dos seus defensores incansáveis. Basicamente, pode-se resumir em três as alternativas disponíveis para os diversos perfis de investidores: Clubes de Investimento, Private Equity e Venture Capital. Hoje, os Clubes de Investimento da BOVESPA contribuem para o aumento da participação de pessoas físicas no mercado de capitais, que já contabiliza cerca de 25,3% dos negócios da Bolsa. Um Clube pode ser criado apenas por um grupo de pessoas físicas, que podem ser empregados de uma mesma entidade ou empresa ou, ainda, por indivíduos com objetivos em comum, como professores, metalúrgicos, donas-de-casa, médicos, aposentados, entre outros. O número mínimo de participantes é três e o máximo 150. O investimento inicial per capita pode partir, por exemplo, de R$ 100. Para investir, procure uma Corretora de Valores, ou utilize o sistema on-line da BOVESPA. Em geral, a Corretora fornece todas as orientações sobre como criar o Clube e, depois, orienta na escolha das ações a serem compradas. Os participantes decidem quanto dinheiro vão investir. Assim, aprendem com o mercado. Pelas

regras, ninguém pode ter mais de 40% das cotas. Os membros decidem onde o dinheiro será aplicado, com a assessoria da Corretora, que realizará a transação. As principais vantagens do Clube são: menos exigências de controles, custos reduzidos em comparação aos fundos de investimento, manutenção barata e simples e acesso livre a qualquer pessoa física. Dessa forma, os Clubes de Investimento podem se tornar sua poupança previdenciária, já que eles vão criar em você o hábito de investir mensalmente. E quais as opções que existem para as pequenas e médias empresas? Chega um momento em que você sente necessidade de ampliar a sua empresa, mas falta dinheiro para investir. É hora, portanto, de ir em busca de recursos financeiros externos. De acordo com o perfil da sua empresa há duas portas para bater: Private Equity e o Venture Capital. Se a sua empresa possui um patrimônio entre R$ 10 e 50 milhões o Private Equity é o mais indicado. Se for abaixo de R$ 10 milhões, o Venture Capital é a melhor opção. Os fundos de Private Equity têm seu enfoque nas empresas mais maduras, enquanto os fundos de Ve n t u r e C a p i t a l a p l i c a m r e c u r s o s n a s e m p r e s a s novas ou muito jovens, chamadas de start-ups. Os Private Equity reúnem dinheiro de um grupo de investidores que tem como objetivo financiar empresas promissoras. Os investidores farão uma análise rigorosa da sua empresa para saber se vale realmente a pena colocar dinheiro ali. No final do prazo de investimento, o mais provável é que a parte


Empresa Familiar

“O aporte é feito por investidores que apostam dinheiro em novas idéias e empreendimentos. O investidor compra participação societária em empresas que apresentem possibilidades de crescimento exponencial, mas participam diretamente dos riscos e da alavancagem do negócio...” da empresa pertencente ao investidor seja vendida, para que ele possa ser remunerado pelo investimento que fez. Já o Venture Capital ganhou força nos últimos anos. Para se ter uma idéia, hoje, as micro e pequenas empresas dos Estados Unidos têm como sua principal fonte de recursos essa modalidade de investimento, também chamada de capital de risco. O aporte é feito por investidores que apostam dinheiro em novas idéias e empreendimentos. O investidor compra participação societária em empresas que apresentem possibilidades de crescimento exponencial, mas participam diretamente dos riscos e da alavancagem do negócio, ainda agregando valor por meio de orientação administrativa e comercial. Após o ciclo de expansão da empresa, o investidor se desfaz de sua participação no negócio, vendendo-a a outros investidores ou empresas. Ou seja, tanto no Private Equity como no Venture Capital há uma entrada de recursos como contrapartida da tomada de posição no capital da empresa, com a rentabilidade dos investidores atrelada ao sucesso dos negócios. É importante você saber que os analistas e profissionais de investimento são pessoas formadas em administração de empresas, economia, ciências contábeis, engenharia, direito, e outras áreas afins, que trabalham em instituições financeiras, asset management companies, seguradoras, corretoras, fundos de pensão e empresas de consultoria. E eles

devem possuir certificação para atuarem. No Brasil, a APIMEC Nacional é a instituição responsável pela certificação desses profissionais. A Associação está sempre aberta aos interessados em mais informações sobre como funciona o mercado f i n a n c e i r o e d e c a p i t a i s . To d a s a s r e u n i õ e s c o m empresas promovidas em regionais da Associação são abertas ao público, sem qualquer tipo de restrição. Várias regionais promovem, há décadas, cursos de introdução ao mercado de capitais, alguns gratuitos, destinados a futuros profissionais de investimentos, jornalistas, investidores e universitários. Vale ressaltar, ainda, que a APIMEC é sócia fundadora e membro do board da ACIIA - Association for International Investment Analyst - entidade internacional que se dedica à certificação de profissionais em todo o mundo e do ICIA International Council of Investment Association, entidade que congrega Federações de profissionais de investimento de todo o mundo. *Milton Luiz Milioni, administrador de empresas pela FEA-USP. Atua no mercado de capitais desde 1980, em Análise de Investimentos, Underwriting e Administração de Fundos. É Presidente da APIMEC Nacional e Membro do Conselho de Auto Regulação de Mercado de Capitais da ANBID. Links para mais informações: www.apimec.com.br www.bovespa.com.br.

29


INFORME PUBLICITÁRIO

RVO comemora 18 anos com a conquista de grandes clientes Fiesp, Universidade Federal de São Paulo, Amcham (Câmara Americana de Comércio) e as multinacionais BearingPoint, Heidelberg, líder mundial de bens de capital para a indústria gráfica, e RR Donnelley Moore, maior grupo gráfico do Planeta, estão entre os novos clientes da Ricardo Viveiros – Oficina de Comunicação (RVO), que completa 18 anos de vida. A RVO, fundada pelo jornalista Ricardo Viveiros, profissional com larga experiência na mídia impressa e eletrônica do Brasil e do Exterior, iniciou suas atividades em 1987. Transcorridos 18 anos, a agência consolida-se como uma das maiores do setor da comunicação no Brasil, com cerca de 50 colaboradores e consistente carteira de clientes. Com capital 100% nacional, a empresa tem peculiaridade que a distingue no mercado: parcela significativa de seus clientes mantém com ela duradoura relação comercial. A Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), que representa um setor constituído por 15 mil empresas e empregador de 200 mil pessoas, é cliente da RVO há 15 anos. “Também atendemos há 11 anos a GS1 BRASIL (Associação Brasileira de Automação), responsável pela disseminação do código de barras e, agora, da etiqueta inteligente, que revolucionará as cadeias de abastecimento”, salienta o jornalista Ricardo Viveiros, diretor superintendente da agência, acrescentando: “O editor Milton Mira de Assumpção Filho está conosco há nove anos, nos quais temos desfrutado o privilégio de divulgar o sucesso de suas empresas, como a atual M. Books, no mercado editorial brasileiro e internacional”. A RVO acrescenta a seu portfólio número crescente de novos e importantes clientes, como a Fiesp, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Amcham (Câmara Americana de Comércio) e as multinacionais BearingPoint, Heidelberg, líder mundial de bens de capital para a indústria gráfica, e RR Donnelley Moore, maior grupo gráfico do Planeta. Também passaram a ser atendidas pela empresa, a Hot Line, líder nacional de tintas e produtos para sinalização viária, e Abraform (Associação Brasileira da Indústria de Formulários, Documentos e Gerenciamento de Informação), bem como Café Brasil, um empreendimento do jornalista, palestrante e executivo Luciano Pires, em prol da consciência e senso crítico da sociedade. Como é possível constatar, a agência tem clientes em todos os segmentos, dentre eles o Terceiro Setor, no qual foi pioneira na área da comunicação. “Atendemos há cinco anos a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) e, há três anos, o Instituto São Paulo Contra a Violência, ong responsável pela criação e manutenção do Disque-Denúncia, dentre outros serviços voltados à redução da criminalidade”, acentua Viveiros. Também é cliente da agência, há cerca de três anos, a Fundação de Rotarianos de São Paulo, mantenedora do Colégio Rio Branco, ícone do

ensino no País, Faculdades Rio Branco, ITAE (Instituto de Tecnologia Avançada em Educação), Cepro (Centro de Ensino Profissionalizante do Rotary) e EECS (Escola Especial para Crianças Surdas). No âmbito do Terceiro Setor, acaba de ingressar na carteira da agência a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia). A RVO ganhou duas vezes o Prêmio Aberje, o mais importante da comunicação brasileira, na categoria “Assessoria de Imprensa” e foi a única do setor a conquistar o Top de Marketing da ADVB (Associação Brasileira dos Dirigentes de Marketing e Vendas). Tem seus mais importantes diferenciais no talento dos recursos humanos, metodologia de trabalho, produtos e serviços inéditos e exclusivos. “Somos uma empresa fundada por jornalistas, dirigida por jornalistas e voltada à interação ética e profissional entre jornalistas e o universo produtivo”, observa Ricardo Viveiros, atribuindo a esses princípios o sucesso da agência.

Depoimento de clientes Para Eduardo Capobianco, presidente do Instituto São Paulo contra a Violência, “a RV-O, que atende nossa entidade desde o ano 2000, foi decisiva para a sua difusão, bem como de suas metas e programas, dentre eles o Disque- Denúncia. Sem dúvida, o alcance deste serviço e sua repercussão como instrumento da sociedade na luta contra a violência têm nas relações com a imprensa um de seus mais importantes pilares”. O presidente da M. Books, o editor Milton Mira de Assumpção Filho, observa o seguinte: “Os 14 anos em que temos trabalhado juntos dizem por si só. Nossa parceria é sólida, profícua e principalmente fiel. Parabéns à RVO pelos 18 anos e muito obrigado a todos os colaboradores que nos assistiram em todos estes anos”. O jornalista, palestrante, executivo de marketing e cartunista Luciano Pires, acrescenta que “uma das definições de “marca” é que ela é o conjunto organizado de percepções e de sentimentos que identificam a empresa, seus produtos e serviços e os diferenciam de seus eventuais concorrentes. Muitas pessoas e empresas têm competência para cuidar de produtos e serviços. Poucas conseguem trabalhar percepções e sentimentos. A RV-O consegue. Só posso parabenizar a empresa pelos 18 anos. Ao atingir a maioridade ficarão ainda melhor. Parabéns”. O advogado Tubino Veloso, salienta que “a RV-O espelha os valores éticos e a filosofia de trabalho do jornalista Ricardo Viveiros. Não podia ter outro resultado senão o sucesso e o crescimento obtidos ao longo desses 18 anos”. Sergio Ribinik, CEO da GS1 BRASIL, entidade multisstorial responsável pela numeração e disseminação do código de barras e da automação no País, salienta que “uma parceria forte com os clientes, fruto de um trabalho profissional de destaque, estimula a solidez das relações, a confiança das pessoas e o sucesso nos negócios da RV-O”.


Empresa Familiar

E m p r e s a s

inovadoras por Renato Marques* Neste cenário, inovar significa, também, criar Falar em “inovação” é algo que está na moda condições para resistir às dificuldades características entre as pequenas e médias empresas. No entanto, da economia brasileira – altos impostos, burocracia, qual o significado real dessa expressão? Inovar não taxas de juros elevadas. Apesar de ser considerado significa apenas desenvolver produtos diferenciados, um dos cinco países mais empreendedores do mundo, mas também conduzir processos de gestão que o Brasil ainda não conseguiu estabelecer uma política representem avanços na rotina das companhias. E, de inovação que dê condições de desenvolvimento ao contrário do que muitos pensam, isto não é algo às empresas. Cada vez mais, cresce o desafio de se restrito às grandes empresas. construir negócios que sejam sustentáveis. Os debates em torno da inovação foram os Atualmente, uma das maiores preocupações do principais destaques do XV Seminário Nacional de setor de incubadoras tem sido, justamente, avançar para Incubadoras e Parques Tecnológicos, realizado em Curitiba. além do desenvolvimento de bons Mostrando que não pode haver distinção produtos. Recebendo empresas de entre empresas que inovam – sejam elas praticamente todos os setores da grandes, pequenas, familiares ou de “Inovar economia e de diferentes naturezas, capital aberto -, o evento apontou a estas entidades têm se preocupado necessidade de preparar os negócios significa mais em encontrar soluções para para as condições futuras. do que ter problemas de gestão comuns às Parte desta necessidade pode companhias. E os resultados têm se ser compreendida através do baixo “aquele” mostrado positivos. índice de mortalidade de empresas produto que Prova disso é que, além da apresentado dentro das incubadoras. ninguém tem. diversificação, as incubadoras Ambientes propícios ao nascimento de brasileiras têm vivido um momento de idéias inovadoras, as incubadoras Processos forte expansão, com uma taxa média podem ser um excelente caminho para avançados de de crescimento de 10% ao ano. quem procura ajuda na criação e Atualmente, as 297 incubadoras desenvolvimento de conceitos. Ajuda, gestão podem instaladas em território nacional neste contexto, o fato da maioria delas, trazer também apóiam 5.618 empresas, gerando mais 67%, estarem ligadas à universidades, resultados de 28.000 empregos diretos. E, que fornecem treinamentos para acredite, há muito espaço para preparar os gestores. positivos” crescimento nos próximos anos. “O segredo não é mais criar “O Brasil criou uma lógica de apenas produtos inovadores e, sim, que incubação é mais do que integrar as incubadoras do País em rede incubar projetos tecnológicos, que é a mentalidade nacional, de forma a promover ao máximo o tradicional. Estamos desenvolvendo projetos de empreendedorismo e levá-lo a regiões carentes”, opina o incubadoras sociais, de educação, ciências humanas. diretor da Reparte (Rede Paranaense de Incubadoras e O país foi além”, afirma o diretor do Sebrae (Sistema Parques Tecnológicos), Silvestre Labiak. Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Atualmente, de cada dez empresas abertas Paulo Alvim. “Um país como o nosso precisa ter no Brasil, seis fecham antes de completar dois anos. empresas sustentáveis e que tenham a lógica da Entre as empresas incubadas, o número de companhias que continuam abertas sobe para oito, inovação.” segundo dados da Anprotec (Associação Nacional de *Renato Marques. Jornalista e editor do canal Entidades Promotoras de Empreendimentos Empreendedorismo do Portal Universia Brasil. Inova d o re s) , a sso ci a çã o q u e r e ú n e i n cu b a d oras e h t t p : / / w w w. u n i ve r s i a . c o m . b r / parques tecnológicos. empreendedorismo

31


Empresa Familiar

EVENTOS EVENTOS 32º Prêmio APIMEC

Alexandre Guimarães (Presidente da Apimec/DF), Roberto Gonzalez e Rogério Magalhães (Vice-Presidente da Apimec-Nacional)

Aconteceu no último dia 29 de agosto, no Espaço Rosa Rosarum em São Paulo, a cerimônia de entrega da 32º Edição do Prêmio APIMEC. Membro do Conselho Editorial da Revista Empresa Familiar, Roberto Gonzalez, foi premiado como o melhor na Categoria Profissional de Investimento. O prêmio é destinado aos analistas e profissionais de investimentos domiciliados no Brasil e associado a uma das regionais da Apimec. É considerado a elaboração de trabalhos relacionados ao mercado financeiro e de capitais brasileiros de interesse da classe, além do reconhecimento, pela comunidade, de seu mérito profissional.

1500 pessoas no 11º Congresso Nacional de Jovens Lideranças Empresariais Realizado de 15 a 17 de setembro em Fortaleza-CE, o 11º Congresso Nacional de Jovens Lideranças Empresariais reuniu 1.489 pessoas para debater “O Brasil Que Dá Certo” em diversos segmentos: Agroindústria, Esporte, Social, Turismo, Negócios Internacionais, Política e Marketing. A participação no evento superou as expectativas dos organizadores, sendo que 21 estados enviaram delegações de associações e federações de jovens empresários para o Congresso. O Congresso também contou com a participação de delegações das 14 Associações de Jovens Empresários (AJEs) que atuam no Ceará. Átila Pinheiro

32

IV Forum de RH Promovido pela ABRH – Regional Norte do Paraná, o IV Fórum de RH - ocorrido em Londrina no último dia 13 de setembro - abordou o tema Gestão da Empresa Familiar. O evento teve a participação dos palestrantes Domingos Ricca e Rosa Bernhoeft, e apresentou também uma mesa redonda com quatro cases de empresas familiares da Região de Londrina, com aproximadamente 150 pessoas de diversos lugares do Estado do Paraná e sul de São Paulo. O tema agradou muito aos participantes, e contou com presença de empresários e profissionais da área de RH e Gestão de Pessoas. O encerramento foi inovador com a apresentação da peça de teatro: “Nem tudo em Família”, especialmente escrito e produzido para este evento, através de uma parceria com a empresa Presença Educação e Arte de Londrina.


Empresa Familiar

Domingos Ricca no SEBRAE-PR Dia 22 de setembro de 2005 o SEBRAE PR, com apoio do Sindicato da Indústria Têxtil do Paraná, realizou a palestra com o Professor e Editor Domingos Ricca sobre "Gestão das Empresas Familiares".

Universidade Mogi das Cruzes realiza Palestra sobre Associativismo No último dia 06 de setembro de 2005, o Campos Villa Lobos da UMC - Universidade Mogi das Cruzes, apresentou a Palestra "Associativismo Uma Estratégia de Crescimento para as Pequenas e Médias Empresas Varejistas". O evento contou com a presença dos alunos do curso de administração e gestão empresarial bem como

Paulo César Lopes (Rede TOP - Santa

Catarina), Domingos Ricca (Professor da UMC e Editor da Revista Empresa Familiar), Paulo Valmir V e Silva (presidente da Unisuper - Rio Grande do Sul), Edmo A. Menini (gestor da UMC) e Geraldo Magela (professor da UMC).

Esquerda para direita: Paulo César Lopes , Domingos Ricca, Paulo Valmir V e Silva , Edmo A. Menini e Geraldo Magela.

Assine A Revista da sua empresa

www.empresafamiliar.com.br

33


PARA PARALER LER Negociação p/ Compradores – e vendedores também. A.J. Limão - Editora CLA. Ensina técnicas, táticas e estratégias para o profissional de compras – e o de vendas também – obter o melhor negócio, nos relacionamentos com os fornecedores. Com exemplos reais, linguagem simples e didática. 125 pgs. R$ 28,00.

Novas estratégias de vendas Edmundo Vieira Cortez Editora CLA Escrito em linguagem coloquial, sob a forma de um diálogo com seu sobrinho que deseja ser vendedor. Através de exemplos práticos, o autor ensina as principais técnicas, estratégias e ferramentas de vendas. 95 páginas, R$ 25,00

Mudanças, razão das incertezas Ricardo Caldas e Carlos Alberto do Amaral Editora CLA Analisa as mudanças que estão ocorrendo rapidamente em todos os setores e sugerem métodos para identificar as competências de pessoas e empresas, a serem usados na administração dos negócios. 123 pgs. R$ 29,00

HUMOR HUMOR

N@N@ REDE REDE www.apimec.com.br A APIMEC NACIONAL funciona como uma confederação das APIMEC´s e concentra suas atividades na certificação dos profissionais, representação política institucional frente ao governo e entidades representativas congêneres do mercado, no intercâmbio internacional com outras confederações de profissionais.

www.crars.org.br O Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul (CRA/RS) é o órgão consultivo, orientador, disciplinador e fiscalizador do exercício da profissão de Administrador no Estado. É uma autarquia dotada de personalidade jurídica de direito público, integrante da Administração indireta dotada de autonomia técnica, administrativa e financeira.

www.saobernardo.sp.gov.br Conhecida pelas suas riquezas naturais, São Bernardo é referência pelos programas sociais. São pioneiros na implementação do Centro Dia do Idoso, Programa de Atenção ao Morador de Rua, Bibliotecas Interativas e Educação Tecnológica. O trabalho na área do meio ambiente e da saúde é reconhecido internacionalmente.

Rafael Dourado




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.