Falando Entre Vós Com Salmos - Poesia - J.T. Parreira

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Cânticos Davídicos 1 a 25

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Ă?ndice Sobre estes Salmos ......... 3 Salmo1 ............................. 4 Salmo2 ............................. 5 Salmo3 ............................. 6 Salmo4 ............................. 7 Salmo5 ............................. 8 Salmo6 ............................. 9 Salmo7 ........................... 10 Salmo8 ........................... 11 Salmo9 ........................... 12 Salmo10 ......................... 13 Salmo11 ......................... 14 Salmo12 ......................... 15 Salmo13 ......................... 16 Salmo14 ......................... 17 Salmo15 ......................... 18 Salmo16 ......................... 19 Salmo17 ......................... 20 Salmo18 ......................... 21 Salmo19 ......................... 22 Salmo20 ......................... 23 Salmo21 ......................... 24 Salmo22 ......................... 25 Salmo23 ......................... 26 Salmo24 ......................... 27 Salmo25 ......................... 28 Biografia ......................... 29 Outros livros do autor ..... 30

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“FALANDO ENTRE VÓS COM SALMOS”

O mote para este trabalho poético-literário sobre os Salmos, foi-me dado por essa recomenação paulina aos crentes da Igreja em Éfeso, que lemos na Epístola 5, 19. Partindo do estilo interno tradicional dos Salmos, usando um discurso poético contemporâneo, sem perda do lirismo e da linguagem que devem compor uma peça literária como um salmo, procuro num acto de pura poiética construir um poema-salmo. O alvo é tentar re-escrever do ponto de vista estético do poeta, a valia espiritual de uma substantiva parte do saltério. Assim, o primeiro volume , dedica-se a 25 cânticos davídicos, de 1 a 25; e o 2º volume, ainda em processo de escrita, tratará dos cânticos suplicantes, que englobará alguns salmos entre o 44 a 106.

O Autor

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SALMO 1

Não é um salmo, é um umbral não é para homens com filactérios sobre os ombros, é o salmo inicial das águas, um salmo para nele os pobres felizes terem sempre os pés molhados como as árvores a subir dos rios.

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SALMO 2

É a única coisa que posso fazer esperar que as nações ganhem juízo se deixem de planos insensatos contra Deus contra o seu riso divino e esperar que o Filho não se irrite com a nossa teimosia e morramos pelo caminho apenas com os olhos a olhar a felicidade.

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SALMO 3

Senhor, os meus dedos n達o chegam para contar os meus inimigos posso juntar as m達os dos que me amam mesmo assim s達o mais os inimigos mas posso ceder ao sono toda a noite porque a Tua voz desce para mim desde o monte sagrado e o medo n達o encontra espelho nos meus olhos.

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SALMO 4

A alegria de Deus não é a alegria dos trigos abundantes nem das uvas cheias de vinho é muito mais alimenta o sangue que entra e sai no nosso coração Todos os que buscam o que é falso desconhecem esta verdade e por isso a insónia não lhes desce as pálpebras.

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SALMO 5

Senhor, prende aos teus ouvidos as minhas palavras, a súplica que se instala no meu grito As minhas manhãs comovem os teus olhos, por mim o teu coração se alvoroça e o teu escudo pelo justo faz todos os combates.

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SALMO SALMO 6

Até os meus ossos se perturbam no meu corpo porque na morte não há recordação de Ti Senhor, todas as noites a minha cama desvela um rio de lágrimas a dor turva-me a vista e os meus olhos envelhecem por causa dos inimigos a minha voz eleva-se de mim e encontra refúgio nos ouvidos do Senhor.

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SALMO 7

Aos que me perseguem, o Senhor apaga o meu rasto, esconde os meus passos dos olhares felinos, o meu coração está aberto para Ele Meu Deus haverá remédio para mim a minha alma já não teme o teu arco curvado nem as setas inflamadas começa a aprender os altíssimos louvores na tua própria língua.

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SALMO 8

Quando a terra deixar de girar em torno do eixo que Tu, ó Deus manténs ainda vertical, e o universo deixar de ser uma seara infinita de fogos controlados, então os homens saberão como tem sido magnífico o Teu nome! Como a tua majestade é mais alta do que os céus!

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SALMO 9

Um salmo ĂŠ um meio de fazer os meus inimigos recuarem, um salmo ĂŠ um refĂşgio com palavras contra as tempestades um salmo irrompe contra as portas e derruba os tronos da morte.

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SALMO 10

A tua distância de mim, ó Deus, é perto as tuas costas carregam a minha angústia certos apenas dos seus próprios passos os ímpios enredam-se nos laços que urdem contra os pobres, dizem que não há Deus que o universo são as suas construções soberba é o rio de sangue do seu coração, a sua boca espreita o justo esquecem que Tu, Senhor ordenas a eternidade.

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SALMO 11

Depois de haver estado no chão, levanto voo na palma das tuas mãos, ó Deus sou agora um pássaro com uma montanha confio em Ti, por isso a minha voz não treme e pergunto: por que me espreitam os meus inimigos como se fora uma ave cansada? Não sabem que meu caminho, no amplo regaço divino não tem pontos cardeais.

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SALMO 12

Os ímpios gerem os seus próprios lábios cada palavra parece ser uma vitória não sabem que em cada palavra contra Ti, Senhor, se esconde uma fissão do átomo. Mas as Tuas mãos, ó Deus, ainda são as almofadas do abrigo dos pobres.

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SALMO 13

O que penso, Senhor, ser o teu esquecimento de mim é a forma do meu rosto sempre diante de Ti, os teus olhos são a minha iluminação para que não durma como a morte.

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SALMO 14

Os insensatos trazem à sua boca o que não entendem e dizem “Não há Deus”, os seus corações são um poço de vento Senhor, tu olhas desde o teu inefável lugar para a humanidade caixeiros-viajantes que vendem a si próprios a morte enquanto tu olhas como se o universo todo fosse um vidro através do qual teus olhos buscam sem encontrar um sábio e tocam em alguém sozinho a precisar de abrigo.

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SALMO 15

Senhor, quem tem fôlego nas asas para subir ao teu santo monte? E beleza nos vestidos para morar no santuário? Aquele que não pede juros nem usa a usura por dar o seu coração ao próximo.

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SALMO 16

Confio em ti, Senhor, mesmo quando o dia começa a fechar as janelas e a cair por terra, o caminho na noite é iluminado pelos teus olhos não confessarei medos à morte nem ficarei com minha boca surpreendida porque o chão não falhará sob os meus pés.

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SALMO 17

A minha voz é uma escada para os céus escuta-me, Senhor a pupila dos meus olhos está nos teus, o meu voo está nas tuas asas, eu e tu somos uma única sombra.

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SALMO 18

O meu amor por ti, Senhor, é um refúgio os meus pés são uma rocha onde estou firme A morte pode cavalgar as vagas e o raio pode conduzir o seu lume pelo mar Os montes podem abrir as narinas do vulcão e as asas do vento poderão ser de rapina acima das minhas trevas, na ligeireza dos meus pés vou até à tua casa iludam-se os meus inimigos as entranhas da terra movem-se quando Deus ama o seu servo.

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SALMO 19

A voz de Deus é a sua glória e o céu é uma página escrita, a luz do dia diz uma palavra a outro dia, diz palavras de alegria à noite Ó Senhor fizeste uma janela azul para o sol, e todas as manhãs o fogo do seu rosto é o de um noivo feliz Ó Deus, encho as paredes do teu aposento o meu refúgio com palavras e pensamentos sobre Ti.

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SALMO 20

As paredes altas da angústia têm ouvidos, o próprio Deus de Jacob está de atalaia, escuta encostando o seu coração as tuas súplicas nas nossas bandeiras erguidas o vento espalhou as vitórias porque o Senhor ouviu os teus desígnios não precisaste de encher as praças com carros de guerra, nem de tremer a terra com galopes apressados.

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SALMO 21

O rei espalha alegrias, traz taças de alegria em suas mãos e os seus lábios trazem o coração à flor da pele real, a sua cabeça resplandece de brilhos flutuantes O rei confia no Altíssimo as intrigas dos inimigos são alvos fáceis para os teus arcos ó Senhor, e partem-se de encontro ao bronze das nossas bocas adornadas de louvores às tuas vitórias.

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SALMO 22 Deus meu, nem o teu olhar agora me resta só a dor, Deus meu, o teu silêncio fere-me os ouvidos, nem ouço o meu próprio grito nem o sossego da noite me repousa, ao longe o tropel anuncia que ficarei cercado pelos robustos touros de Basã as suas bocas como fauces de leão conspiram contra mim Se te afastares do teu servo, Senhor o meu coração será como gelo a derreter-se, o meu coração como água a cair aos meus pés.

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SALMO 23

Ainda que no vale a sombra escureça a morte e o medo traga aos meus ouvidos os terrores nada me fará tremer senão a alegria das águas flutuantes e os reflexos do sol nas gotas verdas da erva um banquete que faz baixar a altivez aos inimigos uma taça a transbordar de largos goles de cristal porque habito na casa do Pastor e a sua vara e o cajado são suaves como algodão nas suas mãos.

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SALMO 24

A redondeza da terra, os oceanos ondulados pelas mãos do meu Senhor, os homens que refrescam o rosto à borda dos rios tudo pertence ao Deus de Jacob que espera no seu monte aqueles que podem trazer os olhos limpos ao espaço generoso do seu templo que não prometem aos ídolos o seu pensamento, nem rastejam na falsidade dos seus joelhos aqueles que abrem as portas nas suas mãos para acolher o Deus da Glória que traz bandeiras de todas as vitórias.

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SALMO 25

O meu pensamento para ti, Senhor é um pássaro que atravessa o gelo das alturas nomeio a minha confiança em Ti e não fico envergonhado A bondade e a justiça do meu Deus desceram da ponta mais alta dos degraus de estrelas e os meus olhos postos no Senhor encheram-me de amor o coração triste que vai guiando o sangue neste barro alado.

© J.T.Parreira 2012

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O autor

João Tomaz (do Nascimento) Parreira, Lisboa, 1947. Poeta. 6 livros de poesia (Este Rosto do Exílio,1973; Pedra Debruçada no Céu, 1975; Pássaros Aprendendo para Sempre, 1993; Contagem de Estrelas, 1996; Os Sapatos de Auschwitz, 2008; e Encomenda a Stravinsky, 2011) Um ensaio teológico (O Quarto Evangelho-Aproximação ao Prólogo, 1988) e participação em Antologias. Escreve na revista evangélica «Novas de Alegria» desde 1964 e no Portal da Aliança Evangélica Portuguesa. Na juventude escreveu poesia e artigos no suplemento juvenil do "República", entre 1970-1972, sob a direcção de Raul Rego. Tendo começado em 1965 também no Juvenil do "Diário de Lisboa", de Mário Castrim. Está representado no Projecto Vercial, a maior base de dados da literatura portuguesa. Edita os blogs Poeta Salutor e Papéis na Gaveta, e colabora em Confeitaria Cristã, Mar Ocidental e Liricoletivo.

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Outros e-books do autor:

NA ILHA CHAMADA TRISTE – Rico poemário onde o autor verseja sobre o apóstolo João em seu exílio em Patmos. 20 págs. em pdf . Para descarregar, clique AQUI. Para ler online, clique AQUI.

AQUELE DE CUJA MÃO FUGIU O ANJO – Seleta de 30 inspirados poemas evangélicos do autor, em edição de 2011. Para descarregar, clique AQUI. Para ler online, clique AQUI.

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QUANDO EU ERA MENINO LIA O SALMO OITAVO - Nos 28 poemas deste livro, escritos entre fins de 2011 e início de 2012, o vate português dá provas de seu dom de ampliar, ou melhor dito, alar as palavras, trabalhando os temas bíblicos, reafirmando poeticamente sua transcendência divina, ao re-capturar e re-vestir o que eu chamaria de seu élan (ímpeto, vigor) devocional. Para descarregar, clique AQUI. Para ler online, clique AQUI.

3 IRMÃOS ANTOLOGIA - Um pouco do melhor da Poesia Evangélica em Língua Portuguesa - Poemas de J.T.Parreira, Gióia Júnior e Joanyr de Oliveira. Para descarregar o arquivo, clique AQUI. Para ler online, clique AQUI.

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