Piquenique no Éden - Poesia Cristã - J. T. Parreira

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J.T.Parreira

PIQUENIQUE NO

EDEN Poesia Cristã

2014

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Índice À guisa de apresentação ......................................................................... 04 Uma Chama de Fogo do Meio de Uma Sarça ...................................... 05 No Grande Templo .................................................................................. 06 A Noiva das Bodas de Caná ................................................................... 07 Andar Sobre as Águas ................................................................................................ 08 Viveu Sempre Sem Casa ............................................................................................ 09 A Transfiguração .......................................................................................................... 10 A Mulher de Samaria .................................................................................................. 11 Eu Vi o Melhor Rosto da Judeia .............................................................................. 12 A Última Ceia .................................................................................................................. 13 Via Dolorosa ................................................................................................................... 14 Deus na Cruz .................................................................................................................. 15 Cântico de Maria Madalena ..................................................................................... 16 A Mesa Onde Comeram os Discípulos de Emaús ............................................ 17 Filho Pródigo .................................................................................................................. 18 Judas Iscariotes Como Costumava Ser ................................................................ 19 Louvado Seja .................................................................................................................. 20 Os Judeus ......................................................................................................................... 21 O Salmo ............................................................................................................................. 22 Um Salmo 122 ............................................................................................................... 23 Elegia de David Quando Perdeu um Filho ......................................................... 24 Este Salmo 23 do Sul ................................................................................................... 25 Fugitivo de Deus ........................................................................................................... 26 Jonas .................................................................................................................................. 27 Jó .......................................................................................................................................... 28 Orquestra de Câmara no Céu .................................................................................. 29 Piquenique no Éden .................................................................................................... 30 Israel .................................................................................................................................. 31 A Estrela de David ........................................................................................................ 32 Poema um Ano Depois da Partida de um Amigo ............................................ 33 Modo de Ver no Mundo ............................................................................................. 34 Sísifo Hoje ........................................................................................................................ 35 Gente Fora da Estatística .......................................................................................... 36 Sobre o autor .................................................................................................................. 37 Outros e-books do autor ........................................................................................... 38

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À guisa de apresentação Uma vez mais, cabe-me a satisfatória tarefa de editar uma obra do poeta lusitano J.T.Parreira, em quem encontro um amigo e um mestre nos meandros da Poesia. Mas como apresentar o poeta para aqueles que porventura ainda não o conheçam? Preciso dizer que Parreira é o poeta das finas texturas e da metáfora de ouro, a voz incessante e incensória de nossa melhor poesia cristã, que, de sua Aveiro atlântica, é como um Davi(d) que dispara tesouros de sua rica aljava, tendo por arco a lira, e por seta a palavra. Neste Piquenique no Éden, o leitor faceará palavras esmeradas que, em sua morfologia de pedestal, de câmara sacra, de pluma e lâmina, rodopiam em suave dança, em círculos concêntricos em torno à Palavra, o Cristo, o Verbo Encarnado: aqui podemos palmilhar com Ele rompendo as brumas em direção a Emaús, ou melhor, em direção a Ele mesmo; e receber de Suas mãos o pão que sacia a alma, e receber de Seu coração o sacrifício que nos traz a paz. Em muitos dos poemas que compõem este singelo opúsculo, somos ainda convidados/constrangidos a lamentar, na dor de Jó, nos muitos abismos de Jonas, na dura sina do indivíduo judeu e da nação Israel, a tristeza de termos deixado um dia o Jardim, como se fossemos membros amputados do corpo da infância, abortados-quando-prestes, quando prestes a nos firmarmos na instância/estação da Felicidade. Aquela Felicidade sempiterna que a redentora Palavra, que subiu e desceu daquela cruz, nos assegura que será novamente, e será para sempre.

Sammis Reachers

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UMA CHAMA DE FOGO DO MEIO DUMA SARÇA “How shall I name you?” Terrence Malick (“The Tree of Life”, film) Queria o Teu nome por inteiro os meus olhos não sabiam, nem meus lábios como escrever Teu nome como é Teu nome? O universo é do Teu nome a ressonância do Teu nome o homem é uma dádiva o arco-íris que rega a terra são as cores da alegria do Teu nome e os mares, a Tua taça de abundância Como citar-Te, com o fogo a ramificar na sarça. 08/05/2013

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NO GRANDE TEMPLO Sentados nos seus lugares da sabedoria não esperavam que os livros pudessem ter porquês que lhes escapavam desde sempre nos lugares da sabedoria, sentados eram decrépitos doutores cujos olhos se cansavam só nos sábados sentados nos seus lugares sábios não sabiam mais palavras para indagar os doze anos de Jesus.

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A NOIVA DAS BODAS DE CANÁ “There is none like thee among the dancers; None with swift feet.” Ezra Pound ( no poema For the Marriage in Cana of Galilee) Os seus olhos são cântaros nas margens do mar da Galileia, a ondulação do seu vestido estremece o vento E os seus braços são dois ébanos que sustêm o seu amor, quando nascer um filho terá nos olhos o verde das vinhas de En-Gedi Ò jovem mulher que desenhas nos lábios sorrisos de marfim, são lírios as suas mãos quando dança, seus cabelos são uma brisa ágil no ar, quando canta é um rio de alaúdes a sua voz e o nosso coração deixa o sangue repousar nos seus perfumes. 26/06/2013

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ANDAR SOBRE AS ÁGUAS

Sob os seus pés, os átomos da água rendiam-se, o mar não tinha fundo voava como as aves que não pesam sobre as árvores o mar dormia sob o peso divino com o mesmo silêncio do veludo. 30-12-2013

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VIVEU SEMPRE SEM CASA Viveu sempre sem casa sem mesa onde pousar os braços cordiais exaustos da multiplicação dos pães, sem chão onde enxugar os pés de caminhar no mar viveu sempre sem a seda oriental da almofada, dormia sobre os caminhos porque tinha a Hora a cumprir não tinha terrenos, nem casas, nem sequer a madeira com que fora em tempos carpinteiro

No dia em que morreu, todos quiseram dar-lhe casa, uma rocha aberta para o fundo para poder descansar, um túmulo quiseram por fim que habitasse atrás do alto porte de uma pedra esqueceram que Ele romperia com seu corpo os atavios e o suave descanso da morte. 08/04/2012

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A TRANSFIGURAÇÃO “Mas ninguém se atrevia a olhá-lo na cara, porque era semelhante à dos anjos” Oscar Wilde

Subiu ao monte com um rosto no qual depois o sol nasceu, a luz velando o rosto e sobre a luz e o branco dos vestidos os discípulos se alegraram, cantava o vento no cume da montanha, desceu a glória de uma nuvem e as vozes, que traziam a certeza da morte redentora, falou-se de cicatrizes e ouviu-se a voz de Deus, que talvez trouxesse a neve dos cabelos envolvida em lume. 09/08/2013

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A MULHER DE SAMARIA

Não é qualquer uma. É uma mulher ao meio-dia De olhos no chão, equilibrando o cântaro Frágil Cada lágrima que esconde É uma mulher que teve abraços Beijos na sua face morena, escondida Em silêncios Não é qualquer uma, é uma mulher Que conhece bem o seu rosto No espelho triste do fundo do poço É uma mulher ao meio-dia Que resiste, mesmo que isso a torne Invisível, para que outros não tenham sede. 2-03-2014

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EU VI O MELHOR ROSTO DA JUDEIA Eu vi o melhor rosto da Judeia rasgado pelas lágrimas, João viu, o único que viu e escreveu Jesus chorou restavam-lhe dias e a morte alimentava-se no sepulcro do corpo de um amigo Eu vi o melhor rosto da Judeia com os olhos repousados no Eterno, medindo a distância entre Lázaro e a pedra, com lágrimas como bálsamo. 08/07/2013

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A ÚLTIMA CEIA Bebam do meu copo antes que parta antes que as minhas mãos se desloquem e fiquem presas ao silêncio da cruz, falem à volta da mesa, encham de amor a minha solidão, porque de todos os vossos olhos há um olhar de faca que me fere. 22/07/2013

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VIA DOLOROSA

Não tinha a esperança de que a subida fosse leve, sabia que o tronco do madeiro sobre os ombros era o amor impossível do mundo, sabia que era íngreme a morte, e a subida quase a tocar o sol no cume do Calvário, sabia que havia pedras como espinhos na tristeza do caminho, sobre as pedras a humidade dos pés, os últimos passos com as sombras nos seus olhos.

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DEUS NA CRUZ Os Teus olhos poderiam ter feito mudar o curso dos rios, o sol derreter as areias do deserto poderia ter sido um sinal do abandono entristecido a Tua voz poderia desfolhar as รกrvores na Primavera, porque na cruz tinhas o Filho que estava sem abrigo.

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CÂNTICO DE MARIA MADALENA

Eu vi-Te na flor da manhã na luz dispersa pelas primeiras horas de domingo Naquele segundo a pedra pareceu-me transparente, o ar um espelho que reflectia anjos Eu vi os lençóis arrumados no vórtice imóvel do sepulcro quando ia pousar ramos de incenso sobre o corpo.

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A MESA ONDE COMERAM OS DISCÍPULOS DE EMAÚS O tampo da mesa enruga a passagem das mãos, áspero o tempo em que Jerusalém se deu à ignomínia Os discípulos de Emaús desataram os laços que prendiam os seus olhos sobre as mãos que o pão partiam e a noite ia entrando nos recantos da casa humilde, enquanto o Visitante abria sulcos de alegria sobre o pão. 25/11/2012

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FILHO PRÓDIGO

Volto para casa, basta-me um lugar incógnito ao lado dos olhos do meu pai, transparências que deixam na sua velhice ver a alma basta-me pegar numa sombra e dormir com as estrelas por perto, na porta do celeiro basta até um arrepio de água corrente pelo rosto, basta-me os braços abertos dos trabalhadores da casa de meu pai que me passem com os dedos frescos pela boca o cheiro a pão. 16-06-2014

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JUDAS ISCARIOTES COMO COSTUMAVA SER Judas Iscariotes continua deste lado dos nossos olhos procura o melhor ângulo da traição a esquina da cilada no nosso nariz o seu olfacto avalia o perfume dos unguentos Judas Iscariotes continua a sentar-se deste lado e estende as mãos para apalpar o amor da raiz de todos os males, e Judas continua a usar a sua voz nocturna para esconder o beijo mortal. 26/8/2013

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LOUVADO SEJA Louvado seja o homem que morreu Louvada seja a cinza contra a dimensão cósmica do pó Louvado seja o homem que cria nos gráficos o nosso futuro, o homem que nos coloca acima ou abaixo de lixo, Louvado seja o homem que guarda o nosso caminho com os cães dos mercados, o homem que come o nosso almoço e diz que precisamos ser modestos e pobres e isso tudo, Louvado seja o homem que tem um papagaio no ombro Louvado seja o homem que reparte por dias da semana os milagres Louvado seja o homem que fez a Fontana di Trevi para onde atiramos moedas à espera da sorte Louvado seja o homem que nos diz a Verdade. 26/08/2013

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OS JUDEUS “E muitos povos virão e dirão: ‘Vamos todos subir ao Monte do Senhor, rumo à casa do Deus de Jacó” Isaías, II,3 Eles herdarão a terra. Terão por herança as torrentes e as sombras, não hão-de rasgar mais os seus vestidos nem os asmos para comê-los sentados na cinza serão felizes depois do perdão E hão-de chegar nações do campo e das cidades para os louvar, vão pedir-lhes audiências esquecidos de que um dia, já distante lhes desenharam nas cinzas uma estrela. 21/06/2013

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O SALMO O pastor fica contente quando vê o rebanho espargido pelos outeiros as sombras são as suas mãos sob o calor e os regatos mais vivos correm no vento nos olhos tranquilos das ovelhas o bom pastor é o que estreita até à idade madura os seus cordeiros e dissipa a dor da noite na ovelha que canta nos seus ombros.

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UM SALMO 122 Basta-me ouvir o seu nome, a minha alma nutre-se de beleza, quando chega o dia, o meu espírito alimenta-se, basta-me ouvir o seu nome o nome do templo do Senhor, os meus olhos fogem-me e já vão lá longe, adiante dos meus pés, com sandálias de marfim. 24/06/2013

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ELEGIA DE DAVID QUANDO PERDEU UM FILHO Se eu encostar a minha lira ao silêncio apaziguarei a minha dor? Decretaste, Senhor, aí em cima, poupar a vida da criança? Não estão nuas ainda as minhas preces? Os meus lábios movem-se em sobressaltos De saco e cinza me visto e na terra me deito emerge dos meus poros a água da tristeza e o sangue desta minha dor que reverte ao coração Ó meu coração isolado do mundo Porque morreu o menino, com a mesma pureza com que vive um pássaro até cair da sua linha invisível do céu A sua vida vai deixar a minha poderei eu fazê-la voltar? Ó pequena criatura, que foste a figuração do meu amor inacabado Eu um dia irei para ti, porém tu não voltarás para mim 10/5/2013

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ESTE SALMO 23 DO SUL Para a minha Mãe ( Sousel, 3/12/1922 - )

Mesmo aqui na imensa fragrância da cor amarelo-laranja O Senhor é o meu pastor, rodeia-me de felizes papoilas e do odor A estrume fresco, e só o assobio do vento sobre as águas cálidas já me dessedenta Transbordam-me dos olhos as distâncias enche-me da sua presença O arco das minhas costas, levíssimo com o seu olhar sobre mim Não me persegue a surpresa da morte durmo sob a minha sombra, num alto monte. 03/12/2013

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FUGITIVO DE DEUS “Pegai em mim e lançai-me ao mar/ e o mar se acalmará” Jonas Abram o mar com a quilha do meu corpo o mar indomado, rompam os tratados da navegação, deixem que as algas marinhas sejam os meus cabelos, então o sol voltará da tempestade a cravar-se no céu Sou os maus olhos deste navio / barco o fundo do mar neste convés soltem meu corpo nas águas ai sob a cortina densa do azul coberto de sal espiarei a minha falta de amor pelos homens.

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JONAS Eu não sou ninguém. Deixem-me dormir! (do poema Talvez me chame Jonas) León Filipe Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela dizia Deus, enquanto em Jope os remadores exercitavam os músculos para o remo a longa viagem para Társis através dos altos castelos do mar, deixem que os conquiste através do sono, deixai-me dormir homens do mar, deixai-me rasgar o asfalto das águas nos meus sonhos, aqui no recanto mais escuro do navio Mas é no mar que se faz a tempestade O meu corpo por um barco e sua carga e os homens, com os olhos sem outra chave senão o medo para abrir a alma e foi tudo até que o grande peixe me fechou na sua caverna, nas raízes do mundo Levanta-te, vai à grande cidade de Ninive, e clama contra ela disse de novo Deus, sentado à minha espera abrindo os ferrolhos das trevas e da ignorância das águas. 10/11/2013

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JÓ Pelo seu servo Jó, Deus pôs a mão divina sobre o fogo sobre o corpo a chaga cresceria nos ossos e na carne como blindagem de morte, agora a cinza onde se senta é um silêncio nenhum pecado nos seus lábios sem filhos e sem ouro, apenas uma ferida cega Só Deus sabe, quando Jó se retirou para morrer, o último sopro do sangue quando chega. 31/o5/2013

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ORQUESTRA DE CÂMARA NO CÉU

Deus passeia o Nome nos seus passos de lã no violino, no arco triunfa elevando a voz no violoncelo deixa que um anjo assobie o som da harpa ela surge a voz de Deus, dos lábios? Dos lábios não vem de mais longe, subtílima a conversa entre as teclas brancas e as pretas da música celeste, dos metais, do naipe de trombetas que arrebatam os silêncios. 13/11/2013

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PIQUENIQUE NO ÉDEN “É inútil a tentativa de um piquenique no Éden." Elizabeth Bowen (romancista irlandesa)

Sentados diante de uma maçã - é costume dizer-se – foi o último piquenique no Éden, depois o chão tremeu, com aquela reverência quando Deus passa, quando Deus faz o silêncio com seu olhar telúrico, o lugar crescia como a sombra do sol inclinado a desolação a terra nos lábios que o fruto deixou o medo entre as palavras. 27/02/2013

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ISRAEL

Não há um homem em Israel que divida os rebanhos, um cordeiro para cada homem ? Um homem que tape o muro que esteja na brecha por onde as sombras entrem e dêem rosto aos nossos medos. Não há um homem em Israel que rasgue os seus vestidos perante os estatutos divinos? Um homem que interrompa o fluxo do sangue com cinza? O homem em Israel que expeça cinco pedras para a cabeça de Golias. Não há homem em Israel que salve a sua geração, que dá passos no abismo? Um homem que tenha uma cabeleira como coroa de espinhos. 7/4/2013

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A ESTRELA DE DAVID

E fez uma estrela de David Bordou-a como se fosse uma flor Ou uma palavra no casaco Disse agora vê-se que pertences Ao Seu povo escolhido Para quê? Foi o que disseram A palidez e a infância dos seus olhos. 16-03-2014

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POEMA UM ANO DEPOIS DA PARTIDA DE UM AMIGO Para o teólogo e pastor Alfredo Machado

Um Homem e a sua Bíblia, portador De águas vivas, um cântaro nas mãos com a sua camisa branca confunde-se já com o horizonte, longe A sua voz ainda está nos nossos ouvidos Foi forte como um irmão maior Entre os irmãos, partiu por causa da ciência ainda não descoberta da morte morreu com vontade do Céu. 24-06-2014

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MODO DE VER NO MUNDO “A máquina de escrever é sagrada/ o poema é sagrado” Allen Gisnsberg O naipe de instrumentos do Salmo 150 é sagrado A distância que vai da minha alma ao céu é sagrada, O pó da terra que David levantou diante da Arca a dançar é sagrado, A dança é sagrada Os cordeiros que deram os seus últimos balidos no Egipto são sagrados As águas do Jordão são sagradas, O mar da Galileia que suportou o peso do Eterno é sagrado, tudo o que foi criado todas as formas da criação são sagradas até as portas da morte do Salmo nove são sagradas.

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SÍSIFO HOJE “arrastam uma pedra terrível” Mário Quintana

Um homem arrasta uma pedra terrível, está sozinho na montanha, entre o cume e o abismo tem um declive mortal a pedra é velha, lançou raízes o vento e as flores despontam na pedra, o vento ao passar lembra gazelas que cobrem o sol nas planícies e o homem chegado ao cimo assiste à sua pedra triste a rolar para o princípio. 27/4/2013

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GENTE FORA DA ESTATÍSTICA Gente que não conta para as estatísticas que não existe, sombras com volume coração, pulmões, olhos, pernas e mãos que vão deslizar entre os escombros Gente que veste o mundo que trabalha sem tomar ar Nada é deles, salvo a morte a baixo preço. 09/05/2013

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O autor João Tomaz (do Nascimento) Parreira, Lisboa, 1947. Poeta. 6 livros de poesia (Este Rosto do Exílio, 1973; Pedra Debruçada no Céu, 1975; Pássaros Aprendendo para Sempre, 1993; Contagem de Estrelas, 1996; Os Sapatos de Auschwitz, 2008; e Encomenda a Stravinsky, 2011) Um ensaio teológico (O Quarto Evangelho Aproximação ao Prólogo, 1988), diversos e-books e participação em Antologias. Escreve na revista evangélica «Novas deAlegria» desde 1964 e noPortal da Aliança Evangélica Portuguesa. Na juventude escreveu poesia e artigos no suplemento juvenil do "República", entre 1970-1972, sob a direcção de Raul Rego. Tendo começado em 1965 também no Juvenil do "Diário de Lisboa", de Mário Castrim. Está representado no Projecto Vercial, a maior base de dados da literatura portuguesa. Edita os blogs Poeta Salutor e Papéis na Gaveta e colabora em Confeitaria Cristã , Mar Ocidental e Liricoletivo.

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Outros e-books do autor

Aquele de Cuja Mão Fugiu o Anjo - Este e-book reúne 30 poemas de inspiração cristã, plena substanciação da fina literatura que tem consagrado o autor (J.T.Parreira) como um dos maiores poetas evangélicos de nossa língua. Para os apreciadores da dita poesia evangélica, desnecessárias são as apresentações à obra de J.T.Parreira. Mas para proveito de todos, devemos prestar os devidos esclarecimentos. Poeta evangélico lusitano, com já mais de quatro décadas dedicadas à poesia, JTP é autor de seis livros de poesia e tem participação em diversas antologias; poemas vertidos para o inglês, italiano, espanhol e turco. Foi um dos deflagradores, juntamente com o poeta e pastor brasileiro Joanyr de Oliveira, do movimento pela Nova Poesia Evangélica, que a partir das décadas de sessenta e setenta do século passado insuflou um benfazejo espírito de renovação e atualização em nossas letras. Faço minhas as palavras do economista e escritor João Pedro Martins: “João Tomaz Parreira é um autor incontornável no escasso universo da literatura feita por evangélicos. A sua poesia é Poesia Gourmet.” Para baixar este livro, CLIQUE AQUI. Para ler online, CLIQUE AQUI.

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FALANDO ENTRE VÓS COM SALMOS - O mote para este trabalho poético-literário sobre os Salmos, foi-me dado por essa recomendação paulina aos crentes da Igreja em Éfeso, que lemos na Epístola 5, 19. Partindo do estilo interno tradicional dos Salmos, usando um discurso poético contemporâneo, sem perda do lirismo e da linguagem que devem compor uma peça literária como um salmo, procuro num acto de pura poiética construir um poema-salmo. O alvo é tentar re-escrever do ponto de vista estético do poeta, a valia espiritual de uma substantiva parte do saltério. Assim, este primeiro volume , dedica-se a 25 cânticos davídicos, de 1 a 25; e o 2º volume, ainda em processo de escrita, tratará dos cânticos suplicantes, que englobará alguns salmos entre o 44 a 106. - O Autor Para baixar o livro, CLIQUE AQUI. Para ler online, CLIQUE AQUI.

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Na Ilha Chamada Triste - Nos 16 poemas que compõem este opúsculo, iniciado no Recife (Brasil),“defronte do mar”, em Abril de 1995, e concluído em Aveiro (Portugal) pelo mesmo ano, o poeta evangélico lusitano J. T. Parreira enfeixa as vozes de uma Patmos do Exílio e sua companheira sequaz, seu quase duplo que é a Solidão. Ilha (e ilha interior) da pura contemplação do profeta (apóstolo João) e do poeta (JTP) que produzem num a Revelação (Apocalipse), que com seu tesouro de ora literalidade, ora alegoria, nos traz a Advertência e a Esperança; e noutro a poesia que re-conta, re-vive, re-vigora e trans-vigora com a verve de sua voz poética as vivências do Apóstolo em seu exílio insular. Eis-nos Patmos, (uma) estranha ilha (chamada) Triste, mas de uma “tristeza segundo Deus” (2Co 7.10), que opera em seu fim a salvação. PARA BAIXAR O E-BOOK, CLIQUE AQUI. Para ler online, CLIQUE AQUI.

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Quando eu era menino lia o Salmo oitavo - A poesia de J.T.Parreira é poesia maior. É poesia que, ao ser lida, inevitavelmente produz a libertadora (e infelizmente rara) sensação de uma lufada de ar que nos eleva e, de roldão, transmigra-nos de nosso dia-a-dia corrido e muitas vezes repleto de sensaboria, para a dimensão poiética, de enlevo, fascinação e gozo auferidos pelas palavras ao serem laboriosamentere-alinhadas para que ofereçam o seu melhor. Nesses 29 poemas, escritos entre fins de 2011 e início de 2012, o vate português dá provas de seu dom de ampliar, ou melhor dito, alar as palavras, trabalhando os temas bíblicos, reafirmando poeticamente sua transcendência divina, ao recapturar e re-vestir o que eu chamaria de seu élan (ímpeto, vigor) devocional. Para baixar o livro, clique AQUI. Para ler online, clique AQUI.

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