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Editorial
ABRe aspas
Inovar sempre
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uito se fala sobre o termo “inovação” dentro das empresas, que para ter sucesso é preciso buscar novos conceitos, criar estratégias, estar sempre à frente da concorrência. Mas como chegar a esse patamar diante de uma concorrência tão acirrada? Como não deixar seu negócio cair nas estatísticas de mortalidade tão divulgadas pelo Sistema Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)? Certamente não existe uma receita pronta com a fórmula do sucesso, mas algumas noções ajudam, e muito, o empreendedor a entrar no caminho certo. Você vai ver nessa edição uma matéria de capa com dicas de diversos empresários que, com muita criatividade e um bom planejamento, conseguiram criar projetos inovadores e de muita lucratividade. São histórias inspiradoras, que mostram como esses empreendedores driblaram as dificuldades e conquistaram um “lugar ao sol”. É tudo o que um aspirante a empresário precisa saber antes mesmo de pensar em concretizar seu sonho. Não perca ainda um caderno especial completo sobre o setor imobiliário, com temas como franquias, crédito imobiliário, corretagem de imóveis, segurança patrimonial, entre outros. Imperdível também é a história da Tigre, conhecida não apenas pelos comerciais de sucesso na televisão, mas por sua bela trajetória no mercado de tubos e conexões. Aliás, trajetórias de sucesso é o que não faltam nesta edição! Conheça o perfil da rede de informática Eurodata, dos irmãos Ramon e Marcelo Asensio. Além disso, saiba tudo o que você precisa sobre o segmento de higiene e beleza nas próximas páginas. Aproveite as reportagens para dar uma guinada em seus negócios. Boa leitura! Sheyla Pereira sheyla@fullcase.com.br
4 • Carreira&negócios
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EuAMO
R vista É bom de
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LenDo&reLenDo CARTAs GesTÃO
&
NeGÓCIOs
espaço do leitor
Parabéns pela matéria de capa da última edição, que fala sobre os desafios de se montar um empreendimento, a começar pelos riscos iminentes a qualquer setor. Também gostei das sugestões e tendências para quem quer ter seu próprio negócio. Como a matéria diz, não basta ter dinheiro e disposição para trabalhar muito, é preciso conhecer sobre os mais diversos setores para saber seus prós e contras antes de tomar um decisão. Parabéns à editora pela iniciativa de voltar a abordar temas que foquem o empreendedor brasileiro. Cecília V. Peres – São Paulo – SP
Gestão&Negócios é uma publicação mensal da Editora Escala Ltda. ISSN 1413-8964. Gestão&Negócios não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados ou por qualquer conteúdo publicitário e comercial, sendo esse último de inteira responsabilidade dos anunciantes.
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PUBLICIDADE Diretor: João Queiroz – joaoqueiroz@escala.
com.br AGÊNCIAS Gerente: Fernanda Dias – fernandadias@ escala.com.br Assistente: Adriana Neiva (11) 3855 2179 Executivos de Negócios: Clóvis Cortez, Fernanda Berna, Mariana Galvão, Paulo Sérgio de Moraes, Ricardo Inocêncio Pereira e Ulisses Martins DIRETOS Gerente: Claudia Arantes – claudiaarantes@escala.com.br Assistente: Taciana Oliveira (11) 3855 2244 Executivos de Negócios: Adriana Mauro, Luciana Lima, Marcelo Pires, Miriam Campanhã, Rodrigo Cashioni, Yone Catoira e Zélia Oliveira REGIONAIS Gerente: Alessandra Nunes – alenunes@escala.com.br Assistente: Luciane Freitas (11) 3855 2247 REPRESENTANTES: Brasília e Goiânia: Solução Publicidade - Beth Araújo (61) 3226 2218 / Ceará: Dialogar Comunicação – Izabel Cavalcanti (85)3264 7342 / Interior de São Paulo: L&M Editoração – Luciene Dias (19) 32317887 / Paraná: Starter – Paulo Roberto Cardoso (41) 3332 8955 / Rio de Janeiro: Marca 21 - Marta Pimentel (21) 2224 0095 / Rio Grande do Sul: Starter - Cristina Zimmermann e Marcelo Lima (51) 3327 3700 / Santa Catarina: Starter – Andreza Silveira Machado e Wiviani Wagner (48) 3024 4398
COMUNICAÇÃO E MARKETING Diretor: Filipe Rios Gerente de Comunicação: Patricia Filgueira Assessora de Imprensa: Júlia Furquim Assistente de Criação: André Martins Assistentes de Arte: Nathalia Valente e Priscila Fosco Parcerias: Ritha Corrêa Assistente: Luiz Eduardo Oliveira
Talentos
mais espaço
Entrevistas como a do presidente da Wizard, Carlos Wizard Martins, publicada na última edição da Gestão&Negócios, são interessantes para mostrar que o sucesso profissional não depende de dinheiro e sim de talento. É um ótimo material para os jovens empreendedores se inspirarem. Que tal uma entrevista com Abílio Diniz, o presidente do Grupo Pão de Açúcar? Sua história realmente é um exemplo a ser mostrado para empresários de todo o Brasil.
Uma das editorias mais interessantes da revista, mas que não possui muita visibilidade, é a Quem é ele? Essa é uma seção que apresenta empresários que não são conhecidos do grande público e que, em minha opinião, deve ganhar mais espaço na revista, já que ela tem somente uma página. Os empreendedores precisam de espaços como este para serem reconhecidos pelo mercado.
VENDAS DE REVISTAS E LIVROS
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Fábio M. Pereira – São Paulo – SP Filiada à
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motorizadas Gostei da matéria Necessidade Real, da edição 23 da revista Gestão&Negócios, que fala sobre uma boa compra de carro para um empreendimento. Esse é um detalhe que ninguém presta atenção, mas que pode ser determinante para o sucesso de um negócio. Como leitora da publicação, gostaria de sugerir para as próximas edições uma reportagem sobre incubadoras, grandes portas de entrada para o empreendedorismo. Renata Meirelles – Rio de Janeiro – RJ
Fale com a G&N Fale conosco para esclarecer dúvidas, registrar opiniões e sugerir reportagens, para que possamos fazer uma revista cada vez mais completa para você!
www.fullcase.com.br | (11) 5081.6965 Diretor Executivo: Edgar Melo • Diretora Editorial: Karina Alméri – MTb.45.403 • Editora-Assistente: Sheyla Pereira • Redação: Flávia Ghiurghi e Marcelo Casagrande • Diretor de Arte: Angel Fragallo • Coord. de Arte: Samuel Moreno • Diagramação: Pedro Werneck • Revisão: Cristiane Garcia e Pryscila Grosschädl • Colaboradores: Christian Barbosa, Dora Alcântara, Fabiano Caxito, Gilberto Wiesel, José Augusto Figueiredo, José Celso Martins, Luiz Guilherme Brom, Luiz Marins, Marcelo Rosenthal, Myrna Silveira Brandão, Sandra Turchi, Tatiana Martins Alméri.
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Esta revista foi impressa na Gráfica Oceano, com emissão Carreira&negóCios zero de fumaça, tratamento de todos os resíduos químicos e reciclagem de todos os materiais não químicos.
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SUMÁRIO
Edição 24
Capa 44
Apostar na abertura de uma
empresa requer muito mais do que tino comercial. É preciso um planejamento prévio detalhado de mercado, que inclui estudos sobre tendências de negócios, localização adequada, finanças corporativas, entre outros itens que fazem com que um empreendimento obtenha êxito. Na matéria de capa dessa edição, você vai acompanhar a história de
Entrelinhas
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Gerente comercial da Brandili, Germano Costa fala sobre desempenho da empresa em 2009 e planos para driblar concorrência
empreendedores que fizeram bem a “lição de casa” e transformaram boas ideias em negócios lucrativos. ESPECIAL
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O setor imobiliário desvendado em seis tendências de negócios
Know-how
Hobbies ajudam empresários a encararem o dia a dia corrido no mercado de trabalho
Perfil empreendedor
O perfil profissional dos irmãos Ramon e Marcelo Asensio, fundadores da rede de franquias Eurodata
Finanças
Qual a importância do contador para uma empresa? Entenda na matéria especial sobre o tema
SEGURANÇA PATRIMONIAL é um mercado em expansão
Em época de ecologia, IMÓVEIS SUSTENTÁVEIS estão em voga
Livros e vídeos co informações sobr m eo MERCADO
caderno ESPECIAL
MERCADO IMOBILIÁRIO
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Atendimento ao leitor
Colunistas 25 | COTIDIANO&TRABALHO Luiz Guilherme Brom
Mapa da mina
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35 | GESTÃO&SOCIEDADE
Empreendimentos do setor de higiene e beleza se renovam a cada dia para conquistar clientela
Tatiana Martins Alméri
39 | COMUNICAÇÃO&NEGÓCIOS
Tome nota
Sandra Turchi
55 | LEGISLAÇÃO&NEGÓCIOS José Celso Martins
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63 | TREINAMENTO&CARREIRA Marco Aurelio Klein
Executivos formados no Brasil apresentam desempenhos superiores aos de profissionais de outros países. Saiba como!
71 | MOTIVAÇÃO&CARREIRA
Vitrine
Fabiano Caxito
Expressão 56 | Especialista em gestão de tempo, Christian Barbosa explica a metodologia blackhole
Conversa afinada 74 | Talento é assunto sério e atualmente precisa ser tratado de maneira diferente. Entenda!
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Evento de educação discute, em Campinas, mudanças nas ferramentas de aprendizagem
Para informações, sugestões, elogios ou reclamações, o atendimento ao leitor esta disponível de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h. Telefone: (11) 3855-1000 E-mail: atendimento@escala.com.br
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Trabalhe na Escala Preencha o formulário no site: www.escala.com.br/cv.asp
Gestão responsável
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Criar um ambiente de trabalho saudável não é benefício, mas condição fundamental para o bom desempenho profissional
Presente em sua vida
Seções
Executivo.com
05 | Lendo&Relendo 10 | Radar Corporativo 28 | Inovação
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40 | Fala, gestor!
Jogos de negócios se tornam ferramentas corriqueiras nas empresas para a criação de uma cultura de tomada de decisão
58 | Baú Corporativo 62 | Quem é ele? 78 | SINAPSE: Dicas de filmes por
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Myrna Silveira Brandão 82 | FECHA ASPAS: Marca de lingerie Dilady comemora resultados positivos de sua participação no Salão Moda Brasil
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Seu negócio
Saiba como escolher o melhor seguro para sua empresa!
Gestão pessoal
Faça o teste do mês e descubra o grau de inovação de sua empresa
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NEGÓCIOS GESTÃO
Fale com a redação Contato direto com a redação da revista para que você nos envie sugestões e comentários. Telefone: (11) 3855-1000 Endereço: Avenida Profº Ida Kolb, 551 Casa Verde CEP 02518-000 São Paulo - SP E-mail: gestaoenegocios@escala.com.br
Para anunciar Telefone: (11) 3855-1000 E-mail: comercial@escala.com.br GESTÃO&NEGÓCIOS • 7
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Co rpo rati vo
tendências&negócios
Tecnologia
Parceria
Lançamento
MIGUEL LOPES
Sistemas A Altitude Software, empresa de soluções para contact center, lançou o Altitude vBox 4.0, a nova versão do servidor SIP, que permite implementar soluções multimídia para contact centers IP. “Associado à suíte para contact centers Altitude uCI, o Altitude vBox permite às empresas de pequeno e médio porte implementarem rapidamente uma infraestrutura e soluções IP multimídia para contact center a custos muito competitivos”, garante Miguel Lopes, vice-presidente de marketing e gestão de produtos da Altitude Software.
A VAULT, empresa especializada em Blindagem Arquitetônica e Sistemas Integrados de Segurança, fechou uma parceria com a Anixter Inc., fornecedora global de produtos de comunicação e segurança. No acordo, a Anixter passará a distribuir os equipamentos da linha de Controle de Acesso da VAULT. “Além dos produtos, a Anixter irá receber da VAULT todo o apoio técnico e comercial de uma empresa com muita experiência e conhecimento em projetos de segurança”, afirma Gustavo Rizzo, diretor da VAULT, que espera um crescimento de 10% nas vendas com a parceria.
Logística
Comando de voz O Centro de Distribuição do Carrefour, no Rio de Janeiro, passou a utilizar um sistema de separação de pedidos por comando de voz (voice picking). O projeto implantado pela ID Logistics permite que o operador realize todo o processo com um receptor de rádio e um headset, ficando com as mãos livres para atender aos pedidos mais rapidamente e com precisão. “A eliminação dos papéis na operação, além de gerar redução de custo no uso e consumo de papéis e impressoras, também torna as tarefas mais simples e com menor risco de erros e avarias durante as movimentações dos produtos”, afirma Davi Venâncio de Oliveira, gerente de logística do Carrefour do Rio de Janeiro.
Novidade na web
Loja virtual A internet conta com mais uma loja virtual, a Magazine da Casa, que começou com 1.500 opções variadas de produtos disponíveis para compra on-line, e até o final do ano a expectativa é de 10 mil itens, entre utilidades domésticas, cama mesa e banho, presentes finos e decoração. Segundo Nalini Grinkraut, diretora executiva da companhia, a ideia é se diferenciar da concorrência. “O Magazine da Casa pretende ganhar espaço oferecendo um grande sortimento de produtos, preço acessível, bom atendimento e tecnologia.”
NALINI GRINKRAUT
TROND FIDJE
Investimento
Pesquisa A Ericsson irá desenvolver atividades de pesquisa e desenvolvimento de produtos (P&D) no setor de TI e Telecom em Minas Gerais, nas cidades de Santa Rita do Sapucaí e Belo Horizonte. Segundo o vice-presidente de Pesquisa & Desenvolvimento da Ericsson, Trond Fidje, ao todo, o investimento será de R$16 milhões – R$8 milhões provenientes da Ericsson e R$8 milhões da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sectes-MG) e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).
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Ciranda Empresarial Contratações e promoções de peso
» Varejo José Roberto Prioste é o novo diretor de varejo do Grupo Silvio Santos. O profissional que vai comandar as áreas de vendas, compras e marketing do Baú da Felicidade Crediário, assume o cargo com o objetivo de dar continuidade ao plano de expansão da rede. Com 25 anos de experiência no mercado de eletro-eletrônico, Prioste teve passagens por empresas como Philips e Ponto Frio. O diretor, que já anunciou a abertura de 11 novos pontos de venda no interior paulista, pretende usar a sinergia do próprio Grupo, como o canal de TV SBT e o Banco Panamericano. “Vejo o Baú da Felicidade Crediário hoje como um diamante bruto, que precisa ser lapidado”, comenta Prioste. FRANCISCO LARA
Crescimento
Números positivos A Softtek, fornecedora global de soluções de TI e de Processos de Negócio, fechou 2009 com faturamento de R$170 milhões no Brasil, sendo que 49% deste montante foi gerado pelo mercado paulista. A região respondeu por cerca de R$84 milhões da receita da empresa, com projeção de crescimento de 27% para este ano. “A projeção para este ano da Softtek, criadora do conceito Nearshore, que permite alta eficiência operacional, melhoria constante da qualidade do serviço e redução dos custos, é aumentar em até 41% o volume de vendas em novos clientes”, afirma Francisco Lara, CEO da Softtek.
Ensino
Capacitação O Centro de Integração EmpresaEscola (CIEE) em parceria com a Estácio UniRadial passa a oferecer nove novas salas para capacitação teórica do programa Aprendiz Legal. O espaço cedido pela faculdade atenderá 1,5 mil alunos na capital paulista. Formatado para auxiliar as empresas a cumprir a Lei da Aprendizagem (nº 10.097/2000), o programa propicia a formação profissional a jovens de 14 a 24 anos para atuação em diversas áreas e já conta com 20 mil beneficiados em todo o País.
» Área comercial
» Seguros
A Medidata, integradora de sistemas de informação e de redes de comunicação, contratou dois novos gerentes comerciais: Wagner Aparecido de Almeida e Marcelo Rodrigues. Com 26 anos de vivência nos segmentos de telecomunicações e TI, Marcelo Rodrigues assume a gerência de Negócios e Contas Especiais da empresa. Outro reforço para a equipe da Medidata é Wagner Aparecido de Almeida, que passa a responder pela gerência de grandes contas da companhia. Almeida já esteve à frente da gerência comercial de companhias como CTBC, Telefônica, Brasil Telecom e TIM.
Daniel Nobre Martins Pinheiro assumiu a diretoria comercial da CESCE BRASIL, empresa especializada em seguros Garantia e de Crédito. O economista, que possui MBA pela Rotman School of Management (Universidadede Toronto) e 12 anos de atuação no mercado de seguros, tem no currículo a conquista de resultados positivos no aumento de marketshare e fortalecimento das empresas onde atuou. Na CESCE BRASIL, terá o desafio de ampliar os mercados de garantia e crédito (interno e à exportação). Pinheiro foi diretor comercial da Coface Seguradora de Crédito e atuou no Banco ABN Amro Real como superintendente regional.
» Contact center
» Consultoria
Hugo Takumi Imanishi irá integrar a áreacomercialnaVegaNet,empresa especializada em BPO - Business Process Outsourcing (terceirização de processos especializados), atuando na captura de clientes do mercado financeiro e indústria de seguros. É formado em Administração de Empresas pela Universidade Capital e tem conhecimentos em gerenciamento de contact center e implantação de novos contratos, além de desenvolvimento de auditorias internas de qualidade - ISO 9001:2000 e elaboração de materiais de treinamento para funcionários e equipes de trabalho.
imobiliária
O executivo John Santora assumiu como CEO mundial da unidade de negócios de Client Solutions da Cushman & Wakefield, a maior empresa privada do mundo e a segunda maior em faturamento na área de consultoria imobiliária. Santora já ocupava o cargo de CEO da empresa para as Américas desde meados de 2008. Ele será responsável por supervisionar a maior unidade operacional da C&W, com mais de 7 mil funcionários e que atualmente gerencia mais de 56 milhões de m² de imóveis comerciais de alto padrão.
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Co rpo rati vo
tendências&negócios
Certificação
Crédito
A TIVIT, empresa de serviços integrados de TI e BPO na América Latina, anunciou a obtenção da Certificação SCC (Support Center Certification) para seus serviços de help desk. Concedido pela Associação HDI Brasil, o certificado é fruto da auditoria realizada entre 31 de maio e 7 de junho de 2010. “Sabemos que os serviços de support center são críticos e fundamentais para a imagem da TI interna nas empresas”, afirma Carlos Eduardo Mazon, vice-presidente de Terceirização da Infraestrutura de TI (ITO).
A Visa Inc. comunicou o marco de 100 milhões de cartões com chip emitidos na Região América Latina e Caribe no primeiro trimestre do ano fiscal de 2010. “Em uma época em que todos se preparam para um novo conceito, a Visa está focada em disponibilizar soluções de pagamentos inovadoras que oferecem eficiência, conveniência e segurança a nossos clientes”, diz José Maria Ayuso, vicepresidente executivo de Produtos da Visa América Latina e Caribe.
Help desk
CARLOS EDUARDO MAZON
Inauguração
Resultado
Loja virtual
Loja no sul
A Sony inaugurou sua primeira loja no sul do País, em um investimento de R$1,5 milhão, o maior já feito pela companhia na região. Situada no BarraShoppingSul, em Porto Alegre, a Sony Style tem 370m² e faz parte da estratégia de aproximação da marca do público gaúcho, considerado de grande importância para o incremento PAULO JAEN dos negócios da empresa. Esta será a única loja da marca a ser aberta no ano de 2010 no Brasil. “A cidade foi o local escolhido para abrirmos as portas da região sul do País”, afirma Paulo Jaen, gerente geral comercial.
Aumento de receita A Bayard, rede varejista de artigos esportivos, contratou a Cadastra, agência de search engine marketing especializada em links patrocinados e SEO, para aumentar o volume de vendas da loja on-line (www.bayardesportes. com.br/). “Nossa meta é trazer mais consumidores para a loja virtual, por meio dos buscadores online, por exemplo, e, sem dúvida, o Google tem uma ótima cobertura e é o buscador mais acessado atualmente,” afirma Kátia de Paula, gerente de planejamento e opeKATIA DE PAULA rações da Bayard.
Novidade
Novas marcas A Nutty Bavarian, rede de quiosques instalados nos principais shoppings do país, comercializa nuts glaceadas. A rede está investindo em novas marcas para atingir todos os perfis de público. Criou a “GONuts” para um público de shoppings mais exigentes, com café, sorvete e chocolates. E para os shoppings mais populares, foi criado um novo modelo de quiosque, o “Nuts & Companhia”, com a mesma qualidade, mas com produtos 100% nacionais e preços mais acessíveis. 12 • gestão&negócios
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Cursos&eventos atualização profissional
Programa de Trainee As inscrições para o Programa AmBev Trainee 2011 estão abertas até 07 de setembro. O objetivo da seleção é recrutar jovens talentos para atuar em todas as áreas da companhia. Não há limite de vagas e o treinamento dura dez meses. Aprovados no processo seletivo, os trainees tornam-se automaticamente funcionários e começam a trabalhar no primeiro dia útil de 2011. “Estas pessoas irão garantir a continuidade do nosso negócio”, explica Thiago Porto, gerente de desenvolvimento de gente da AmBev. Informações e inscrições:
www.traineeambev.com.br
Expansão
Congresso em São Paulo
A La Brosse Dorée, loja especializada em escovas da marca Fidalga, inaugurou um quiosque no shopping Pátio Paulista em São Paulo. O novo espaço faz parte do plano de expansão da empresa, que pretende abrir unidades no interior de São Paulo e no sul do Brasil. Com a nova butique, a meta é ampliar o faturamento em 40%. “Estamos lançando no mercado a ideia de que a escova de cabelo precisa ser escolhida corretamente, para que os cabelos possam ser tratados da melhor maneira possível”, comenta Juliana Machado Canosa, sócia da La Brosse Dorée.
A Grube Editorial irá promover nos dias 17 e 18 de agosto o 5º Congresso de Televendas, que acontecerá no Blue Tree Towers Morumbi, na Av. Roque Petroni Júnior, 1000, em São Paulo. O grande desafio desta quinta edição, segundo Vilnor Grube, diretor da Grube Editorial, é incitar a reflexão sobre a evolução desta atividade dentro das organizações. “A discussão irá girar em torno do novo modelo da atividade que abrange vendas multimídia, adoção de estratégias como business process outsourcing (BPO), vendas pessoais, adoção de canais sociais e monitoramento on-line de sites empresariais.”
Produtos
Informações e inscrições:
Inédito
Gestão de benefícios A DM Sistemas, empresa especializada em suporte às áreas de Tecnologia da Informação e Gerenciamento de Projetos, está lançando o ABSCard. O software beneficia diretamente as empresas que fornecem vale transporte aos funcionários proporcionando redução de custos com o benefício de até 40%. O produto gera dados que permitem o controle correto da reposição das passagens, já abatendo valores dos possíveis acúmulos de crédito. “Implantamos o software e o cliente só repassa parte do valor economizado no início do processo”, afirma Délio Lázaro, diretor da DM.
www.eventos.clientesa.com.br / conference@clientesa.com.br (11) 3511-3759
MBA em marketing O 2º Seminário de Ciberjornalismo de Mato Grosso do Sul, promovido pelo grupo de pesquisa CiberjorUFMS, acontecerá em 19 e 20 de agosto, cujo tema é “A convergência das redações na era da Internet”. O evento será aberto a profissionais, estudantes e interessados em comunicação. O seminário terá a participação de pesquisadores da área do ciberjornalismo, bem como espaço para apresentação e discussão da produção local sobre o tema, além de oficinas sobre práticas do jornalismo on-line. Informações e inscrições:
Coordenador do grupo de Ciberjornalismo, Gerson Martins, pelo telefone (67) 3345-7040 ou pelo e-mail gmartins@ufms.br
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Co rpo rati vo
tendênCias&negóCios
Energia
Engenharia
A indra, multinacional de TI, firmou contrato com a CPFL Paulista, distribuidora de energia, para a implantação de projeto que garantirá a atualização da base de dados. O trabalho que deve ser finalizado em outubro de 2012, contará com duas frentes: a CPFL Serviços será responsável pelos profissionais que realizarão o trabalho em campo e a Indra, por sua vez, proverá as soluções que darão suporte aos serviços de recopilação de informação e inspeção visual das linhas de distribuição nas áreas rurais e loteamentos.
A aluSa engenharia – empresa que atua nos mercados de energia, construção civil, petróleo, gás e mineração – está em fase final de implantação de um projeto de padronização e saneamento de toda a sua base de cadastros de materiais e serviços. O projeto deve aumentar a qualidade dos dados, realizar compras mais rápidas, análises de preços e consumos e capturar ganhos de compras em escala. Com a finalização da primeira fase, que teve início em 2009, a empresa espera uma redução significativa nos custos dos processos de compra.
novo projeto
redução de Custos
E-commerce
operações on-Line O ruSSi, rede de supermercados do interior de São Paulo, inaugurou uma nova versão do site de e-commerce, tendo a plataforma Ikeda como alicerce da operação. “Com o sistema desenvolvido pela Ikeda, a equipe de marketing do Russi pode alterar a qualquer momento promoções e novidades no site, deixando-o mais atrativo e sem a necessidade da interferência de profissionais externos”, considera Patricia Russi, gerente de marketing do Russi Supermercados.
Frases&Fatos PoSitiVo
Mudança de Cenário Até o final de 2014, usuários de emails wireless (contas acessadas por meio de dispositivos móveis) chegarão a 1 bilhão em todo o mundo. Essa previsão foi feita pelo Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento sobre tecnologia. O levantamento estima que, só no mercado corporativo, até o final de 2010, o número de contas ativas em empresas supere os 80 milhões. Além disso, nos próximos 4 anos, os serviços de redes sociais irão substituir os emails, chegando a ser a forma mais utilizada para comunicação interpessoal entre 20% dos usuários corporativos.
FELIPE CALIXTO
Gestão empresarial
eXpansão
A Sankhya, especializada em sistemas de gestão empresarial, apresentou um crescimento expressivo, principalmente nos últimos meses, período em que foram fechados contratos com grandes empresas, como a Garcia Atacadista. “A atuação da Sankhya no Rio de Janeiro tem sido fundamental para sustentarmos nossa meta de faturar R$30 milhões ainda este ano”, afirma Felipe Calixto, diretor presidente da empresa, que afirma que está prevista a contratação de mais 30 funcionários até o final do ano.
negatiVo deSConfiança no e-CoMMerCe Pesquisa inédita do byMK revela que cerca de 25% dos consumidores não compram itens de moda pela internet por desconfiança da rede. Os principais fatores são as dúvidas sobre o caimento da peça (25%), desconfiança da troca (21%) e a segurança ao colocar dados de cartão de débito ou crédito na loja virtual (21%). Cerca de 12% não adquirem produtos por não saberem suas medidas. Dos internautas que compram, 21% adquirem roupas, 30% maquiagem, 16% joias, 26% acessórios, 19% calçados e 9% adquirem peças de lingerie e praia.
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A gestão&negócios • 15
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entrelinhAs
Perfil
Grande
aposta Executivo de marketing da Brandili conta estratégias da empresa para se destacar no mercado de moda infantil no país marcelo casagrande
o
s pequenos consumidores estão cada vez mais exigentes. as crianças estão antenadas com a moda e com as novidades do mercado e, por isso, as empresas precisam ficar de olhos bem abertos para conseguirem cair no gosto de pais e filhos. os dados da associação Brasileira da indústria
têxtil e de Confecção (aBit) são positivos e mostram que a área de moda infantil abrange 15% de todo o setor da moda e tem crescimento gradual de 6% ao ano. Fundada em 1964, na cidade de apiúna, em santa Catarina, a Brandili tinha como foco principal a produção de conjuntos de batizado e blusas de
divulgação
algodão infantil. onze anos mais tarde, a fábrica têxtil resolveu apostar sua produção em linha voltada para adultos. a história da empresa recebeu outro importante registro no ano de 1990: começou a produzir roupas 100% algodão por meio de uma mudança total dos teares e voltou-se ao público infantil. Hoje, a Brandili trabalha com coleções próprias e marcas licenciadas. o parque fabril conta com 18 mil metros quadrados e será ampliado ainda em 2010. são mais de 1,5 mil colaboradores entre funcionários e terceirizados. o consumo de malhas já atinge 300 toneladas mensais, o que produz cerca de 14 milhões de peças por ano. toda a sua produção é voltada para o público infantil do Brasil. em entrevista à Gestão&Negócios, o gerente comercial e de marketing da Brandili, Germano Costa, fala como está o setor têxtil no país, quais são as dificuldades enfrentadas com a concorrência acirrada e conta sobre os
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Germano Costa, da Brandili investimentos que a empresa está fazendo no país.
Gestão & Negócios (G&N): Como foi o desempenho da empresa em 2009? Quais são as perspectivas da Brandili para o ano de 2010? Germano Costa (GC) - Em 2009 o desempenho em geral foi mais retraído, conseguimos terminar o ano com leve crescimento, mesmo apesar da crise que prejudicou todo o setor (ou todos os setores). Em 2010, estamos trabalhando para tirar essa diferença, e estamos conseguindo. Vivemos um bom momento no mercado nacional e estamos fazendo o dever de casa para crescer de forma sustentável nesse e nos próximos anos. Temos um planejamento estratégico traçado para a empresa até 2014, revisado anual mente, cujo objetivo é aumentar a nossa participação de mercado. O momento atual é promissor, fechamos o primeiro semestre de 2010 com crescimento de 19% em confecção infantil e a previsão para 2010 é colocarmos no mercado 14 milhões de peças infantis em cinco diferentes coleções.
(G&N): Como está o mercado nacional para o setor têxtil? (GC) - Está aquecido. O aumento do poder de compra da Classe C é uma realidade e o setor têxtil, assim como o de cosméticos, eletrônicos, alimentos, entre outros, está sendo beneficiado. Estamos atentos a essa oportunidade,
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Vivemos um bom momento no mercado nacional e estamos fazendo o dever de casa para crescer de forma sustentável nesse e nos próximos anos”
que diz respeito diretamente ao nosso público-alvo, entregando para essa nova e exigente classe consumidora produtos com maior valor agregado e qualidade, sem esquecer a moda.
(G&N): A concorrência é muito acirrada? Quais os desafios enfrentados com a concorrência interna? (GC) - No Brasil, por ser um mercado altamente desconcentrado, atuamos fortemente no varejo multimarcas, com mais de 12 mil pontos de venda. Nossa relação com esse varejo vai muito além da simples venda. Procuramos entender o seu negócio e proporcionar uma solução em vendas, seja com ações focadas no seu consumidor, seja com parcerias locais, tudo para garantir um rápido giro dos nossos produtos, proporcionando também que eles tenham sempre espaço para as nossas novidades. E a força da marca Brandili hoje é um fator definitivo para amenizar a concorrência direta, já que a mãe pede por produtos Brandili na loja, fazendo com que sejam essenciais no mix do lojista. Além disso, estamos presentes em diversos países da América Sul e Central – Uruguai, Paraguai, Costa Rica, Panamá, todos através de distribuidores locais. Mantemos uma operação própria também no Chile, que atende o país e também a Bolívia. Na Europa, estamos na Espanha e em Portugal, além de alguns países no continente africa-
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Perfil
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no e do Oriente Médio, através de parceiros estratégicos.
(G&N): Quais estratégias são usadas para se destacar no mercado de moda infantil no Brasil? (GC) - Pensando na construção e na manutenção das nossas marcas, direcionamos grande parte do orçamento de marketing para campanhas publicitárias. Fortalecendo nosso posicionamento como Moda Infantil, nossas grandes coleções chegam às lojas com apoio em mídia nacional, com foco nas mães e nas crianças. Desenvolvemos vários materiais de sinalização da marca para os nossos pontos de venda, pois a mãe reconhece nossa marca e procura por ela nas lojas. Recentemente criamos no site da Brandili um espaço especial para que mães, pais, vovós e madrinhas, o Fã Clube Brandili. Hoje são mais de 27.000 pessoas interagindo entre si e com a nossa marca.
(G&N): A empresa planeja novos investimentos a curto e médio prazo no Brasil? (GC) - Os investimentos prioritários estão direcionados para alavancar a capacidade produtiva, mas também para a construção e manutenção das nossas marcas. Em outubro, inau-
guraremos uma nova unidade fabril na cidade de Otacílio Costa (SC), que, em pleno funcionamento, poderá gerar até 350 empregos diretos.
(G&N): Como atender as expectativas dos consumidores, que estão cada vez mais exigentes, quando falamos em conceitos, qualidade...? (GC) - É fato que, cada vez mais cedo, as crianças participam da decisão de compra. Percebemos isso na Brandili quando colocamos uma campanha de marca própria na TV ou lançamos um personagem licenciado novo. Por isso, estamos sempre mapeando muito bem esse segmento, atentos aos personagens do momento e trazendo-os para a nossa coleção. Temos vários exemplos, como Shrek, que recém-lançou com muito sucesso seu filme 3D; Pica-Pau, um clássico que as crianças adoram; Polly; Turma da Mônica; e também vários outros personagens que são licenciados pela Brandili com esse intuito. Tomamos o cuidado de investir em pesquisa de produtos, materiais, tendências e moda o tempo todo. Nossas roupas são reconhecidamente de alta qualidade. Qualificamos nossas equipes de vendas constantemente e, mais recentemente, iniciamos o projeto de abertura de lojas próprias cujo obje-
O aumento do poder de compra da Classe C é uma realidade, e o setor têxtil, assim como o de cosméticos, eletrônicos, alimentos, entre outros, está sendo beneficiado” tivo é gerar experiência de consumo e visibilidade da marca nos grandes centros. A primeira foi inaugurada há 8 meses, como um laboratório, no Shopping Ibirapuera em São Paulo. Ela tem nos dado muitas informações para que possamos melhorar cada vez mais, vendo também o ponto de vista do lojista.
(G&N): Quais as novidades que a empresa está preparando para os consumidores (lançamentos, inaugurações, novos licenciamentos, etc)? (GC) - Um dos grandes diferenciais da Brandili no relacionamento com seus clientes e consumidores é o seu posicionamento de buscar entender as características regionais que influenciam o comportamento na decisão de compra. A Brandili entende que o sul do Brasil quer a coleção de determinado jeito e o norte ou nordeste de outro, e por essa percepção se adapta para atender a essas diferentes características. Em relação a licenciamentos, sempre temos novidades a cada coleção. Para a coleção de Alto Verão, as grandes novidades são Winnie the Pooh, um dos personagens mais importantes e queridos da Disney, e o novo visual da Polly, mais moderno e atual, que já está se mostrando um sucesso em brinquedos. G
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PeRfIl emPReendedOR informática
FOTOS DIVULGAÇÃO
Clique
certeiro
A trajetória profissional dos irmãos Flávia Ghiurghi que fundaram a Eurodata
O
ano era 1994. O Brasil passava por eleições gerais. A Internet era restrita e engatinhava lentamente no país. Mas a informática demonstrava sinais de que poderia dar oportunidade aos que nela apostassem. E foi nesta viagem que dois irmãos embarcaram. O que eles não sabiam é que o destino final, ou parcial, seria de sucesso e de muitas realizações. Ramon e Marcelo Asensio trabalhavam como vendedores autônomos de embalagens. Eles deram ali, o pontapé inicial para um
projeto que mais tarde resultaria na rede Eurodata. Abrir o próprio negócio sempre foi o maior desejo de Ramon Asensio. Advogado por formação, iniciou sua vida profissional aos 15 anos. A escolha pelo segmento, que investiria ao lado de seu irmão, se deu após longa pesquisa. Detectaram um nicho de mercado e inauguraram em 1995, na cidade de Guarulhos (SP), a primeira unidade da escola de informática Eurodata. O investimento inicial foi feito com economias que juntaram ao longo dos anos e com o valor da
venda do único automóvel que possuíam. Eram jovens – não tinham mais do que 25 anos – mas a visão empreendedora já estava madura e as atividades começaram a dar resultados positivos. “A nossa meta para o primeiro ano da escola era conseguir 500 alunos. Os números surpreenderam e no final do período a gente já tinha 2200 alunos”, lembra Ramon. O bom desempenho fez com que o caixa da escola crescesse e novos investimentos fossem feitos. A formatação do negócio foi bem planejada e, inicialmente, não en-
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Perfil Empreendedor Informática
frentou problemas. Ramon conta que o primeiro obstáculo sentido, passados quatro anos da primeira inauguração, foi a necessidade de implantação de um sistema de gestão unificado. Trabalho feito, os empreendedores voltaram suas atenções para um novo marco na história da rede: o início da expansão por meio de franquias. “Já tínhamos 35 unidades próprias. A transição foi muito fácil. A administração nacional já contava com toda a estrutura montada para atender as que já estavam em funcionamento”, comenta Ramon ao fazer referência ao formato de administração que cuidava do atendimento, fiscalização, consultoria de campo, manuais de procedimentos e técnicas para as lojas próprias espalhadas pelo Brasil. A decisão foi tomada seguindo a tendência de outras redes profissionalizantes que buscavam no franchising, uma oportunidade de crescimento e expansão de suas marcas. “Eles são a base do negócio”, é assim que Ramon define seus funcionários. O empresário acredita que o modelo de gestão no qual o quadro de colaboradores é valorizado e reconhecido traz resultados positivos para a empresa e para os contratados. A filosofia da rede consiste no investimento na figura humana. “Estimulamos que eles [funcionários] estudem, façam
RAIO X • Áreas de interesses: Brasil, Europa, Mercosul, Continente Africano. • Área mínima: a partir de 70 m² • Número de habitantes: a partir de 20 mil • Taxa de franquia: R$ 20mil a R$ 50 mil • Investimento Total: a partir de R$ 70 mil • Faturamento: a partir de R$ 50 mil • Retorno: 8 a 16 meses • Taxa de propaganda: 2% • Taxa de royalties: 10% • Capital de giro: entre R$ 15mil e R$ 60 mil
cursos externos”, conta o empresário que exemplifica casos de sucesso dentro da rede: “Tem gente que entrou desempenhando funções simples na escala hierárquica. Depois, passou para gerente de unidade e hoje ocupa cargo de diretoria”. Como acontece em qualquer profissão ou formato de trabalho, os prós e contras são inevitáveis. A opção por investir no próprio negócio, como fizeram Ramon e Marcelo, pode trazer realizações, mas como diz o ditado ‘com o bônus, vem o ônus’. “A realização profissional, o sucesso financeiro, a oportunidade de tomada de decisões, a liberdade e a flexibilidade de horários são os pontos positivos”, enumera Ramon que complementa dizendo que os desafios são os problemas com eventuais causas trabalhistas e a alta carga tributária cobrada.
Planos audaciosos
Após 15 anos de operações, a Eurodata conta com números expressivos. Atualmente, a rede de franquias tem 390 unidades e as previsões apontam que até o final de 2010 a marca contará com 500 pontos no país. “Para os próximos 3 anos queremos atingir um total de 1500 unidades”, revela. Para alcançar a ousada meta, a em-
presa dará atenção especial para a demanda vinda do Nordeste. “Contamos com o apoio do Banco do Nordeste que oferece financiamento de até 100% com taxas atrativas para o empreendedor”, comenta. Ramon acredita que o sucesso com franqueados e alunos se dá por meio da qualidade e da padronização dos processos. “Temos ISSO em desenvolvimento, treinamento e consultoria. A padronização dos processos e a qualidade da comunicação são fundamentais”, diz o empresário. Com larga experiência na área, ele explica que o interessado em investir no próprio negócio deve fazer uma pesquisa de mercado e ver o perfil no qual se encaixa. “Dentro do segmento que se identifica, veja quais as melhores empresas e estruturas. Faça entrevistas com franqueados”, orienta Ramon que aproveita para fazer um alerta importante: “Entenda que franquia não é um negócio, é uma metodologia de negócio”. A rede atua com três bandeiras: Eurodata, Eurodata Interativa e Extreme. Esta última voltada para aulas de inglês. Os investidores podem optar por inaugurar unidades, operar pontos existentes ou converter bandeiras de escolas já em funcionamento. G
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COTIDIANO&TRABALHO Artigo Por Luiz Guilherme Brom*
Entre o gostar e o fazer “Trabalhas sem alegria para um mundo caduco” (Carlos Drummond de Andrade).
Não há mercado de trabalho bom para maus profissionais e nem mercado de trabalho ruim para bons profissionais”
Q
ual é o seu interesse? Do que você gosta
nesta vida? O que te dá prazer em fazer? Quem consegue responder essas, aparentemente, simples perguntas eleva substancialmente suas chances de uma vida profissional realizada e bem-sucedida. O filósofo alemão Nietzsche (1844-1900) dizia que o trabalho que não é resultado da escolha pessoal, o trabalho sem alegria, torna as pessoas imbecis. E podemos acrescentar que também as torna profundamente infelizes. Mas não se trata apenas de uma questão de felicidade – como se isso fosse pouco – pois quem faz o que gosta, em geral, faz bem feito. E quem faz bem feito tende a ser reconhecido como bom profissional, o que resulta em ganhos financeiros mais elevados pelo seu trabalho. Esse argumento parece carregar uma irrebatível consistência lógica: não é possível ser bom profissional sem gostar do que faz. Ao trabalhar com o que tem vontade, desejo e prazer, o profissional se entrega a esse trabalho de corpo e alma, pois para ele isso não é um sacrifício e
* Luiz Guilherme Brom é doutor em Ciências Sociais e superintendente institucional da FECAP (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado) (luizgbrom@fecap.br)
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nem um sofrimento. Ele aprimorará continuamente o seu trabalho movido pelo seu prazer e não por pressões externas ou porque alguém mandou. A resposta para o seu sucesso profissional, portanto, não está no mercado de trabalho ou no que os departamentos de recursos humanos das empresas dizem que você tem que fazer. Essa resposta está dentro de você e só você pode encontrá-la, ninguém mais. Essa resposta é a sua vontade, o seu prazer, o que você deseja fazer. Pouco importa o que os outros pensem da sua escolha. Não há mercado de trabalho bom para maus profissionais e nem mercado de trabalho ruim para bons profissionais. É preciso muito cuidado, pois o que não faltam são consultores, gurus e picaretas recomendando exatamente o inverso: que você faça o que eles acham que você deve fazer. Fazer o que você não tem vontade de fazer – só porque os outros mandaram – é o ponto de partida para a sua desgraça, para uma vida infeliz de frustrações profissionais. G
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tOme NOta
cenário
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braZil O
“jeitinho brasileiro” ganhou outra conotação, só que agora, uma versão positiva. Pesquisa pioneira no país revelou que os executivos formados no Brasil apresentam desempenhos superiores aos de profissionais de outros países. O estudo, que entrevistou mais de seis mil pessoas em todo o mundo, é resultado de uma parceria entre a Fundação Instituto de Administração (FIA) e Thunderbird Global School of Management, com sede nos Estados Unidos. Os resultados são baseados em avaliações de perfis dos profissionais que lideram equipes regionais e globais e levou em consideração características intelectuais, sociais e psicológicas. Segundo Alfredo Behrens, pesquisador do Programa de Estudos do
Futuro (Profuturo), da FIA, e diretor da Robert Wong Consultoria Executiva, a pesquisa é fundamental para que sejam analisadas as habilidades e competências internacionais dos executivos. “Avaliamos os profissionais com responsabilidades internacionais, a fim de destacar suas competências e trabalhar os pontos a serem melhorados para que, com isso, sejam eficazes em suas funções, evitando aprenderem por tentativa e erro” comenta. Programas de MBA são importantes pra os profissionais que almejam uma carreira em empresas de expressão mundial. Behrens explica que o desenvolvimento de líderes requer muito mais do que o estudo, que é um ponto necessário e fundamental. “O líder deve desenvolver a curiosidade, ter um pensamento amplo e ‘fora do qua-
SHuTTERSToCK
Pesquisa inédita revela que executivos brasileiros estão mais preparados para o mercado internacional Marcelo Casagrande
drado’, além de estar preparado para analisar e tomar decisões”, afirma. Segundo o pesquisador, o diagnóstico permite demonstrar o excelente nível dos brasileiros no cenário mundial. Os representantes do país no es-
O líder deve desenvolver a curiosidade, ter um pensamento amplo e ‘fora do quadrado’, além de estar preparado para analisar e tomar decisões” ALFREDO BEHRENS, DA FIA.
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O executivo como Líder - o executivo precisa ser um exemplo de líder de equipe, de homem de frente, diante de um turbilhão de dificuldades, e de agente de mudança. O executivo como Empreendedor Mais que qualquer um na empresa, ele é exposto, cobrado em suas ações e medido pe-
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tudo mostraram ter grande capacidade de integração social o que, segundo Behres, é extremamente necessário para líderes regionais ou globais. “O brasileiro é carismático e isso auxilia no seu desempenho no desenvolvi-
mento Social”, complementa. Mas se o brasileiro está bem cotado no cenário mundial, quer dizer que a demanda interna está suprida e agora é possível exportar executivos, certo? Errado. O professor aponta que ainda há escassez de profissionais no mercado nacional e é enfático ao dizer: “O Brasil precisa de executivos globalizados”. Ele exemplifica sua afirmação com dados da própria FIA. “No MBA Executivo Internacional da FIA, o mais antigo do Brasil no seu gênero, estudaram desde 1993 cerca de 1280 alunos, dos quais 1080 foram aprovados. Considerando que os melhores MBAs disponíveis que incluem estudos internacionais obrigatórios contam com turmas de apenas 12 a 20 alunos por ano, a oferta total destes executivos seria inferior a 100 por ano”, conta. Ele
los resultados. Para se tornar um gerador de resultado, ele desenvolve um espírito “aventureiro” que inspira iniciativas em todos e que faça todos remar na mesma direção. O executivo como Corporativo Atuando no ambiente corporativo, o executivo é sempre impelido por três impulsos: propósitos ousados — muitas vezes, carimbados por outros de “utopia”; envolvimento de talentos — buscando as melhores pessoas que puder, para trabalhar com ele e confiando em que elas podem realizar o melhor trabalho para ele e para elas próprias; movimento de mudança — muitas vezes, pichado de “subversivo”. Ele evidencia sua veia empreendedora, movendo-se como um “foguete em busca do calor”.
(Fonte: Werner Kugelmeier, consultor de carreira e diretor da Wk prisma)
O empreendedor que trabalha dentro de uma organização, transformando objetivos em ações que geram soluções impactantes é conhecido como Inter-Empreendedor. As organizações realmente competitivas são aquelas que sabem trabalhar com os que querem ousar, inspiram pessoas e movem mudanças. Presumindo que o Executivo é um expoente-chave da Gestão Empresarial, cabe a ele identificar os problemas que impactam na sobrevivência da empresa e propor soluções criativas que permitam conquistar ou manter vantagens competitivas. O gestor olha como a empresa está; o IntraEmpreendedor olha como ela deveria estar.
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O perfil do executivo mais cobiçado
acredita que o número é insatisfatório para suprir a necessidade de internacionalização de empresas de grande porte no Brasil. Além dos profissionais, o Brasil também é bem visto por empresas internacionais. Werner Kugelmeier, consultor de carreira e diretor da WK Prisma, lembra que empresas multinacionais mandam candidatos a carreira executiva para o Brasil, considerando o país como um “ambiente escola”. “Beneficiado pelo convívio com diversidade cultural, desafiado por instabilidade de cenários econômicos / financeiros, as empresas se destacam pela rentabilidade acima da media corporativa. No sentido oposto, empresas fora do país buscam executivos brasileiros para atuar como benchmark no respectivo país onde devem trabalhar”, explica Kugelmeier. G
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Planejamento
Testado e
aprovado
Flávia Ghiurghi
Método de locar espaços especializados em encontros corporativos se tornou uma ótima alternativa para a realização de negócios
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á inúmeros empreendedores pelo mundo com excelentes ideias. São arquitetos, jornalistas, publicitários, consultores, entre outros profissionais que buscam oportunidades para colocar seus projetos em prática. Apesar de atuarem nas mais diversas áreas, eles compartilham um objetivo em comum: promover encontros profissionais que irão agregar valor aos seus negócios e ampliar as oportunidades de desenvolver suas estratégias. Para isso, esses profissionais passaram a apostar na locação de espaços especializados em encontros de negócios, como o Hub São Paulo, um local projetado para possibilitar reuniões corporativas que atrai uma comunidade de mais de cem pessoas. “São espaços para trabalhar, criar, se reunir e se conectar. Proporcionamos serviços e estruturas necessários para se cultivar uma ideia, lançar um projeto, organizar um evento e gerenciar um negócio. Nossa missão é inspirar os inovadores sociais, que são hoje os agentes de mudanças no país, e apoiá-los na realização de suas ideias empreendedoras para um mundo radicalmente melhor”, aposta Pablo Handl, sócio-fundador e diretor-executivo da Hub São Paulo. Fundado no dia 16 de dezembro de 2006 em um antigo galpão reestruturado de 500m², o Hub São Paulo conta com espaços multiusos e com uma série de recursos que atendem as necessidades de empreendedores e equipes de trabalho. São eventos sociais, oficinas, palestras, treinamentos ou simples reuniões suportadas por ferramentas como internet wireless, impressora, fax e telefone. “Não importa como você gosta de trabalhar, encontrará sempre um espaço inspirador – mesas móveis, lugares para reuniões, plataformas com estilo oriental ou uma acolhedora bi-
O que você encontra no Hub São Paulo? Hub Office: Espaço de trabalho com todas as ferramentas para lançar uma ideia e montar um negócio; Hub Eventos: Espaço de eventos e reuniões com infraestrutura para reunir um grupo pequeno e até montar um workshop de 50 pessoas; Hub Learning: Uma plataforma de aprendizagem em rede de ponta; Hub Talent: Indicações de empresas que procuram talentos no Hub; Hub Internacional: acesso a uma rede internacional. Espaço de Eventos 30 - 50 pessoas
R$120 por hora
Espaço de Reunião 02 - 15 pessoas
R$45 por hora
Data-show
R$150 por dia
blioteca. Nosso espaço incorpora também uma cozinha e um jardim. Profissionais criam oportunidades de colaboração, ajudando os membros a aproveitarem seus potenciais para formar alianças, compartilhar recursos e gerar mudança”, conta Handl. Segundo ele, o profissional que procura o Hub São Paulo é aquele que busca uma mudança na sua vida
pessoal e profissional. “São pessoas com um forte propósito de vida, que olham muito além do lucro. Pessoas que querem aprender umas com as outras. A maioria dos nossos membros são de segmentos como tecnologias verdes, comércio sustentável, mobilidade urbana, desenvolvimento humano, mercado financeiro verde, turismo sustentável, entre outros”.
Oferecemos espaços e serviços para que gente com ideias inovadoras possa acessar recursos, realizar conexões, produzir e compartilhar conhecimento.” Pablo Handl, do Hub São Paulo GESTÃO&negócios • 29
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O que é abordado nos encontros? • Inovação e criatividade; • Sustentabilidade; • Desenvolvimento pessoal/ coaching mentoring; • Novas ideias de negócios; • Investimentos;
Estar com pessoas de diversas áreas, compartilhando visões de futuro positivas e sustentáveis traz um reforço às condutas e aos valores virtuosos de cada membro do Hub São Paulo.”
• Educação; • Rede.
Luiz Algarra, da Papagallis
Integração total
A Papagallis, empresa que desenvolve projetos de aprendizagem informal, conversações e redes sociais, focada em gestores, encontrou no Hub São Paulo a oportunidade de propiciar aos colaboradores processos de incentivo à formação de redes e de novas alternativas de aprendizagem. “Queríamos um espaço que possibilitasse a reunião de pessoas que pesquisam; por interesse, curiosidade ou necessidade; os processos de conhecimento e aprendizado das pessoas em seus grupos, comunidades e empresas. O intuito era promover encontros entre pessoas determinadas a ampliar seus conhecimentos, que precisam de conexões e incentivo para vivenciar seus aprendizados”, explica Luiz Algarra, sócio-fundador da Papagallis.
Associada à Hub São Paulo desde outubro do ano passado, a Papagallis realiza diversos encontros e dinâmicas de integração, inovação e desenvolvimento humano de qualquer porte, de cinco a 2 mil pessoas. A maioria dos participantes, segundo Algarra, são empreendedores, ativistas e profissionais liberais de negócios emergentes. Os conteúdos são propostos pelos próprios participantes, sendo que os gestores da Papagallis coordenam o evento: número de pessoas por mesa, tempo de conversação por bloco, fluxo de intercâmbio dos diversos perfis presentes, entre outros pontos. Ao alugar um espaço físico, os profissionais acabam conhecendo pessoas de diversas áreas que estão no lo-
cal pelo mesmo propósito. Ali mesmo eles acabam fechando negócios ou abrindo novas possibilidades, o que faz do evento uma oportunidade para a realização de networking. Para Algarra, o conceito presente no Hub São Paulo vai além do networking; é um netweaving, ou seja, contatos sem pretensão nem exigências em que, primeiro se compartilha conhecimento indistintamente, para depois colher, de algum modo, os resultados. “A experiência já existe em diversos países, mas é inovadora no Brasil e estamos muito entusiasmados em participar da construção desse projeto. Acreditamos que cada vez mais o trabalho compartilhado vai se disseminar como alternativa racional à ocupação de espaços urbanos”. G
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Para driblar a concorrência e conquistar clientela empresas do setor de higiene e beleza apostam em inovação Flávia Ghiurghi
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m 2009, o setor de higiene e beleza movimentou R$22 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd). Já a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal (Abihpec) aponta que o mercado de beleza no Brasil cresce mais de 10% ao ano, sendo um dos países mais promissores no setor de beleza e estética, movimentando cerca de US$4 bilhões por ano. Com tantos números animadores, não é à toa que as empresas do segmento estejam eufóricas, apostando em inovações para se destacar frente aos concorrentes. Com apenas três anos de mercado, a Jequiti já é considerada uma das maiores empresas do setor de vendas diretas. A expectativa de faturamento para este ano é dobrar as vendas com um aumento de 115%, alcançando o patamar dos R$450 milhões, e chegar a mais de 185 mil consultoras e mais de 500 produtos cosméticos e 300 itens não cosméticos. No ano passado, a empresa registrou um faturamento de R$209 milhões, com 117 mil consultoras em todo o país e 530 produtos, somando cosméticos e não cosméticos. “Desde a abertura da empresa até ho-
je, passamos de 170 para 720 funcionários”, comemora o diretor superintendente da SS Cosméticos (Jequiti e Villa Jequiti), Lásaro do Carmo Jr. Segundo ele, o sucesso deve-se muito à reestruturação geral no modelo de negócio e logística. De trinta transportadoras, a empresa substituiu por sete grandes empresas que fazem a distribuição dos produtos, diminuindo o prazo de entrega em até 40%. “Com esta mudança, reduzimos o tempo de entrega para 24 horas em São Paulo e média de três dias e meio nos demais Estados. Antes, em São Paulo, entregávamos em até três dias, e para o resto do Brasil, em média, era em até cinco dias.” Para este ano, são esperados mais de 250 itens novos, entre cosméticos e não cosméticos. A empresa já está em andamento com o projeto de uma fábrica própria com previsão de abertura em janeiro de 2013, cujo processo de construção deve custar cerca de R$80 milhões. Além disso, estão previstas as inaugurações de centros de distribuição no Sul, em Porto Alegre, e outro na região Nordeste, em Recife ou Maceió. O objetivo da empresa é atingir o primeiro bilhão de reais em até três anos. Além dos cosméticos, a Jequiti possui a unidade Villa Jequiti, cujo portfólio agrega 190 novos produtos atualmente, e comercializa entre artigos para cama, mesa e banho, bijuterias, artigos para bebês, crianças e teens, além de itens para cuidados pessoais, bolsas e artigos para o bem-estar. “A expectativa
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Desde a abertura da empresa há três anos, até hoje, passamos de 170 para 720 funcionários.”
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Lásaro do Carmo Jr., da Jequiti
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de faturamento da unidade de não cosméticos para 2010 é chegar nos R$ 40 milhões (contra R$10 milhões entre o lançamento da marca, em julho, e dezembro de 2009)”, finaliza.
nicho de mercado
Com treze anos de atuação, a Rede Pello Menos de institutos de Depilação criou um nicho de mercado diferenciado. “Foi difícil entrar em um setor extremamente pulverizado, com pequenos salões que ofereciam todos os serviços de beleza e competir com a depiladora conhecida da clien-
SoBRE o SEToR dE BELEZa O Brasil é o 3° maior consumidor de cosméticos do mundo. Atualmente, o mercado de beleza é o setor da economia que mais gera oportunidades de trabalho no país, somando mais de 3 milhões de profissionais, como cabeleireiros, manicures, esteticistas, vendedores de lojas de franquias e revendedores de produtos. Segundo especialistas, o Brasil será o segundo maior mercado de cosméticos no país. Mesmo com a crise econômica em 2008, essa indústria bateu recorde e cresceu 14,7%, com uma receita de R$24,97 bilhões. Fonte: associação Brasileira da indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (aBiHPeC).
te”, lembra Regina Jordão, fundadora da rede. Ela teve que ir às ruas oferecer cupons para depilação gratuita para provar às consumidoras que elas podiam se depilar sem hora marcada e sem escolher a depiladora e que o serviço seria impecável e sem igual. “O que acontece geralmente nesse mercado é que a cliente fica fiel à profissional e vai com ela para a empresa, onde ela estiver. Nós queríamos que a cliente ficasse fiel ao Pello Menos, ao nosso método de depilação, à nossa cera e ao atendimento que prestamos, independente da profissional”. Para isso, a empresária criou um treinamento que ensina desde o preparo da cera para utilização, até o método de depilação, regras de atendimento, padrões de higiene e conduta. “Nos nossos institutos, a cliente é sempre depilada da mesma maneira e com a mesma destreza, por qualquer uma das nossas depiladoras.” Hoje, a rede conta com 40 institutos e atende mais de 75 mil mulheres por mês. A meta é abrir mais dez franquias até o começo do próximo ano, com foco no Rio de Janeiro e em São Paulo. Outra que se especializou nos tratamentos estéticos foi a D’pil, rede especializada em fotodepilação e fototerapia, que inaugurou 100 novas lojas em apenas seis meses. Em novembro de 2009, a empresa contava apenas com três franqueados e, para este ano, prevê a abertura de 300 unidades no país, em no mínimo seis Estados brasileiros. Atualmente, a D’pil possui lojas no Espírito Santo, Rio de Janeiro, Resende, Niterói, São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Goiás, Alagoas, Bahia, Paraná e se prepara para abrir sua nova unidade em Mato Grosso do Sul, Pará e Santa Catarina. “No meio de uma grande crise mundial, um dos poucos mercados que apresentaram um grande crescimen-
Foi difícil entrar em um setor extremamente pulverizado, com pequenos salões que ofereciam todos os serviços de beleza e competir com a depiladora conhecida da cliente.” REGiNA JORDÃO, DA REDE PELLO MENOS to foi o mercado de beleza e estética. A D’pil foi criada para ser uma empresa 100% brasileira, demonstrando todo nosso conhecimento no mercado interno e suas leis, de modo que qualquer empresário empreendedor facilmente tivesse acesso a um negócio inovador, lucrativo e com grandes diferenciais para o cliente final”, acrescenta o diretor da rede, Danny Kabiljo. G
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GESTÃO&SOCIEDADE
Artigo
Por Tatiana Martins Alméri*
É possível um sistema capitalista mais humano? E
stive refletindo sobre a sociedade e percebi que, apesar do termo “responsabilidade social” estar inserido no nosso dia a dia, ainda não está intrínseco na nossa cultura. Falamos sobre o assunto, tentamos nos apresentar como responsável socialmente, mas, muitas vezes não refletimos e atuamos de uma maneira coerente. Afinal, o que é responsabilidade social? Muitas pessoas poderiam responder que é contribuir para campanhas do agasalho, doar alimentos, promover festas beneficentes, fazer sacolas de Natal, etc. Mas, onde quero chegar é: o que seria responsabilidade social para uma empresa? Certamente, este quesito seria muito diferente de filantropia. Entretanto, o grande desenvolvimento do sistema capitalista e a maximização dos lucros, além da positividade, trouxe consigo uma grande negatividade, o que acaba delimitando a necessidade das empresas de se modificarem e tentarem amenizar os pontos
negativos pautados nos pontos positivos do sistema e na necessidade de tornar o sistema capitalista algo sustentável.Devemos abranger o bem-estar da sociedade, mas também à saúde mercadológica, pois o mercado inevitavelmente presta contas à mídia, aos funcioná-
sabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento sustentável. Estamos ainda na infância com relação à responsabilidade social, mas um dia chegaremos ao ponto de entendermos que não é só vender a imagem de ser responsável, mas é efetivamente tentar trazer uma melhora nas condições vitais da humanidade, pois quanto mais adequados, adaptados e motivados estão os funcionários, quanto maior o relacionamento com o governo e com o setor não governamental de uma maneira positiva, quanto mais aprimorados os laços com os fornecedores e com os clientes, teremos certamente uma maior produção, um maior apoio, melhores relacionamentos e confiabilidade, e maiores vendas e fidelizações, respectivamente. É apostar no futuro, plantar bons frutos para depois colher um sistema capitalista mais humanitário sem perder os fundamentos de concentração de renda. G
Estamos ainda na infância com relação à responsabilidade social, mas um dia chegaremos ao ponto de entendermos que não é só vender a imagem de ser responsável, mas é efetivamente tentar trazer uma melhora nas condições vitais da humanidade” rios, ao setor não governamental e ambiental, ao governo e, por fim, às comunidades com que opera. Não esquecendo que a respon-
*Tatiana Martins Alméri é socióloga, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, mestre em Sociologia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP e integrante do corpo docente da Universidade Paulista – Unip e da Faculdade de Tecnologia de São Paulo - FATEC (taalmeri2@hotmail.com)
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FINANÇAS Administração
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Saúde FINANCEIRA Saiba por que ter um bom suporte na área de contabilidade é vital para qualquer empresa Por Flávia Ghiurghi
A
pesar da contabilidade já existir há cerca de quatro milênios e ter se tornado vital para orientar a administração financeira das empresas, muitas dúvidas ainda persistem a respeito da real função do contador, de suas atividades e responsabilidades. De acordo com Dora Ramos, que atua no mercado contábil-administrativo há mais de vinte anos e é fundadora e diretora responsável pela Fharos Assessoria Empresarial, o papel do contador é de uma importância intransponível. São eles que cuidam da gestão econômica de uma companhia, apuram os resultados, calculam impostos, entre outras tarefas. Entretanto, segundo Dora,
os contadores mais bem preparados vão além dos números e da burocracia, abordam ética, flexibilidade e visão de futuro. “Eles veem a empresa para a qual prestam serviços como parte de um mercado global, interconectado e interdependente”, ressalta a executiva. Mas, afinal, qual a verdadeira função dos contadores? “Com conhecimento de causa, digo que um profissional contábil é responsável pela movimentação financeira de uma entidade. É ele quem orienta a tomada de decisões do empreendedor com relação às questões monetárias e, de modo geral, dá suporte mercantil, fiscal e tributário à empresa para a qual presta serviços. Tudo isso com o
DORA RAMOS, DA FHAROS ASSESSORIA MPRESARIAL
DIVULGAÇÃO
A importância do contador aumenta com o passar das horas, paralelamente a sua responsabilidade frente à sociedade e ao governo.”
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FINANÇAS Administração
O que fazer antes de contratar uma consultoria contábil Se por um lado a contratação de uma consultoria fiscal e contábil é essencial para o negócio, tomar cuidado na hora de escolher a empresa que irá prestar o serviço é igualmente importante. Para auxiliar nesse processo, o administrador de empresas e sócio-diretor do Grupo Prolink (www. grupoprolink.com.br), Carlos Cuevas, dá oito conselhos aos pequenos e médios empresários para garantirem uma boa contratação:
de implementação, isso evita que se perca o objetivo inicial. A melhor escolha de uma assessoria dependerá de uma análise concreta e individualizada das características da organização, da situação contábil e financeira, bem como do conhecimento da legislação e principalmente a tributária;
Procure uma consultoria que tenha a mesma cultura que a sua empresa para evitar possíveis choques durante a convivência e faça uma pesquisa sobre a história fiscal e jurídica. Procure também conhecer o trabalho da consultoria e questione sobre clientes anteriores e resultados obtidos;
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Orce o serviço em várias empresas e negocie o valor. A contratação de uma consultoria deve ser uma decisão de toda a organização e, no ato é importante verificar o instrumente contratual; atenção às condições a serem impostas contratualmente como objetivos, recursos, prazo e forma de pagamento; É primordial que a empresa tenha o desejo de mudança e esteja disposta a ouvir as orientações e aderir aos procedimentos propostos pela consultoria. No entanto, não pense que consultoria é a solução para todas as questões fiscais e contábeis, pois trata-se de uma assessoria;
Analise qual é a real necessidade da sua empresa, defina o escopo e estruture todas as etapas do projeto e estratégia
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máximo de transparência e responsabilidade possível”, explica Dora. Com a divulgação do novo Código Civil, em janeiro de 2003, a responsabilidade do contador frente à empresa aumentou. Se antes o profissional era visto como mero escrivão, hoje, passou a ter responsabilidade sobre as informações divulgadas por ele, obrigando os profissionais contábeis a checarem os dados passados pelas empresas. Atualmente, o Brasil conta com quase 400 mil profissionais, distribuídos por órgãos públicos, consultorias e escritórios, exercendo a profissão como analistas, auditores ou contadores. “Concluo que a importância
do contador aumenta com o passar das horas, paralelamente à sua responsabilidade frente à sociedade e ao governo. São séculos de história desses profissionais dos números, dando sustentação e orientando empresas que precisam deles no fator mais complicado do mundo comercial, o dinheiro”, finaliza Dora. G
Uma competente consultoria precisa acompanhar toda a movimentação fi-
nanceira da organização, como a saída e a entrada de dinheiro, estrutura de estoque e dos custos incidentes das operações comerciais, para garantir uma melhor gestão na saúde financeira da empresa;
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O planejamento tributário também é competência da assessoria que contribuirá para o sucesso diante da elevada carga tributária, garantindo maior competitividade e economia de gastos;
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Não há uma fórmula única que desenvolva o planejamento contábil e fiscal. Por isso, cada empresa terá um caminho a ser seguido para obter a economia tributária. Ou seja, é importante procurar por empresas que ofereçam consultoria personalizada;
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Acompanhe de perto o andamento dos processos e avalie os resultados obtidos. É preciso analisar se os serviços jurídico e contábil garantirão a maximização dos lucros, além de aperfeiçoar o desenvolvimento de atividades.
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COMUNICAÇÃO&Negócios
Artigo
Por Sandra Turchi*
“Nicho” é a palavra-chave do e-commerce Q
uando falamos em e-commerce para pequenas ou médias empresas, é necessário entender que o grande diferencial, nesse caso, é a possibilidade da empresa ter foco em determinados segmentos de mercado e não tentar atender todo mundo, como fazem os magazines. O pequeno e médio empreendedor deve ver no universo on-line a grande oportunidade de atender nichos, que antes tinham dificuldades em encontrar determinados produtos, mas hoje contam com as vantagens dos buscadores para localizar praticamente qualquer coisa. Se a empresa entender esse mecanismo de funcionamento, terá muito mais sucesso e de forma muito mais rápida do que se ficar tentando competir de frente com os grandes players. Ok, mas você deve estar me perguntando: como isso acontece? Bem, imagine uma loja de produtos musicais especializada em itens para canhotos. Isso mesmo, pessoas canhotas (não sei se existe, é uma hipótese!). Quantos itens ela conseguirá vender por mês? Acredito que poucos, não é mesmo? Afinal, quantos canhotos existem em seu bairro que desejam
tocar instrumentos musicais? Entretanto, se você levar esse exemplo para o universo da Internet, quem tiver esse perfil irá buscar na web e encontrará essa loja, de qualquer parte do Brasil ou do mundo. Mas, é claro, isso só vai ocorrer se a loja estiver realmente lá, presente, da forma correta. Para que isso ocorra, não adianta ter um site estático, não se divulgar, não gerar conteúdos relevantes para o seu público. A empresa deverá construir sua presença digital
A empresa deverá construir sua presença digital de forma consistente para ser localizada” de forma consistente para ser localizada. Além disso, precisará se preocupar em ter uma operação logística bem “azeitada” para poder entregar em todo o Brasil, e mais:
* Sandra Turchi é superintendente de Marketing da ACSP – Associação Comercial de SP e SCPC, coordenadora do curso “Estratégias de Marketing Digital” na ESPM e VP de Marketing da ABRAREC. Blog: www.sandraturchi.com.br, no Twitter: @ sandraturchi
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se quiser vender fora do País, deverá investir na construção de um site no idioma do destino de interesse, obviamente. Depois que fizer o básico, poderá investir em outras formas de divulgação – como mobile marketing – e até mesmo no engajamento dos seus consumidores, via games; além de vídeos que demonstrem a melhor utilização dos seus produtos, bem como redes sociais. Mas lembre-se: antes é necessário desenvolver um bom site, criar interação e conversas com o cliente, aprender a aparecer na busca orgânica dos buscadores, e não apenas fazer links patrocinados. E, por fim, não acredite em quem quer convencê-lo de que na internet não é preciso investir, que é “baratinho” para anunciar, e coisas do gênero. Para ter sucesso em uma operação online deve haver estratégia, requer investimentos, sim, de tempo e de dinheiro. Mas qual o problema? Afinal, uma loja física também precisa de planejamento e investimento. O que ressalto é que, para muitos competidores, sua loja na web já representa hoje a melhor loja em vendas de toda sua rede. G
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Fala, gestor! Tire suas dúvidas sobre carreira e gestão
A arte de Sou dono de empresa e percebo como é difícil motivar meus funcionários. Quais os caminhos para isso? Fazer algo para motivar até adianta, mas os subordinados parecem estar sempre insatisfeitos... André T. Garcia – São Paulo - SP
Acredito que a motivação é superimportante em qualquer ambiente, e que pessoas desmotivadas são improdutivas. Porém, às vezes confundimos e pensamos que uma vez implantado qualquer processo de motivação com os colaboradores, eles estarão motivados para sempre, quando na verdade não é bem assim.
Em um mercado cada vez mais competitivo quais as estratégias para convencer o cliente a levar meu produto? Rosana G. Faria – por e-mail
Em um mercado altamente competitivo, torna-se cada vez mais importante buscar conhecimento sobre o comportamento do cliente. Não basta apenas você ter o melhor produto, o melhor ponto, o melhor atendimento, se você não conhece o processo de decisão de compra do cliente, se não sabe o que o motiva,
Costumo comparar motivação com o ato de tomar banho. É uma coisa que você terá de fazer todos os dias. Além disso, devemos entender também que cada pessoa se motiva de forma diferente da outra e que a grande maioria dos planejamentos não levam em conta as particularidades e diferenças de cada um. Então, criam-se estratégias para motivar, sem levar em conta esses fatores diferencias. Lembre-se que aquilo que lhe motiva, provavelmente não é o mesmo que motiva a mim e a grande maioria das pessoas. Pense nisso na hora de motivar os seus colaboradores. Não existem fórmulas prontas, existe dedicação e conhecimento.
o que o faz se sentir seguro, quais são os valores fundamentais para ele na hora da compra. Lembre-se sempre, a venda ou negociação é nada menos do que uma relação interpessoal, e nela estão envolvidas inúmeras variáveis. A simpatia pelo vendedor, confiança no que ouviu, sinergia, conforto com o ambiente, segurança, valorização, reconhecimento e agilidade, são apenas alguns fatores que nos mostram que isso tudo é comportamento. E é aí que está o grande diferencial: para vender ou negociar bem é preciso entender de pessoas. G
divulgação
convencer Gilberto Wiesel é administrador de empresas pós-graduado em Marketing pela FGV, MasterPractitioner em Programação Neurolinguística pela Sociedade Brasileira de PNL e membro da Time Line Theraphy Association, Hawai-USA. É escritor, conferencista e diretor dor Grupo Wiesel que atua na área de Educação Corporativa. Mande suas perguntas sobre gestão, negócios e carreira para o e-mail pergunte@fullcase.com.br
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Educação
Uma nova forma
de pensar Seminário que debate leitura, reúne profissionais das redes pública e privada de todo o Brasil Marcelo Casagrande
O
5º Seminário “O Professor e a Leitura do Jornal”, que aconteceu entre os dias 14 e 16 de julho na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apresentou números positivos para a organização do evento: 400 profissionais ligados à área de educação de todo o país estiveram presentes nos três dias de atividades. A iniciativa, que é bianual, é promovida pela Associação de Leitura do Brasil (ALB), pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) e pelo projeto Correio Escola. A educação passa por mudanças constantes e novas ferramentas que proporcionem um aprendizado melhor, mais eficiente e que tenha resultados expressivos podem ser impor-
tantes para o avanço de todo o Brasil. Por isso, educadores das redes pública e privada debateram e trocaram experiências com a finalidade de usar a mídia (impressa, televisiva, radiofônica e on-line) em atividades de cunho pedagógico dentro de salas de aula. Tratar de um assunto tão delicado como é a educação de um país com as dimensões do Brasil torna-se um desafio. Os empresários do ramo precisam manter o equilíbrio financeiro das operações das escolas e faculdades privadas sem perder o foco no pedagógico. Por sua vez, os profissionais da rede pública são submetidos a metas e cobrados por resultados de desempenho, mas nem sempre recebem ferramentas suficientes para realizarem o trabalho.
divulgação
Vitrine
Para que um país se desenvolva a educação possui um papel importante. Os investimentos são fundamentais para que o ensino forme cidadãos e profissionais qualificados para o mercado. Os alunos das salas de aula de hoje serão os pesquisadores, os executivos e empreendedores do futuro. O Seminário contou com a presença de profissionais de renome. Participaram das atividades nomes como o da psicóloga Rosely Sayão, o educador Mário Sérgio Cortella da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e do jornalista e educador Edvaldo Pereira Lima, da Universidade de São Paulo (USP). Ao todo, foram três conferências, seis mesas-redondas, dez oficinas temáticas e cento e doze comunicações. Foram discutidos temas como “Educação na cultura da mídia e consumo”, “Educação, Cybercultura e Multimídia”, “Ética e Multimídia”, entre outros. Segundo a comissão organizadora, o objetivo de instigar e indagar o que está acontecendo e o que pode ser feito na sociedade contemporânea complexa foi alcançado. G
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CAPA Estratégias
BOAS IDEIAS, negócios de
SUCESSO O segredo dos empreendedores que, com poucos recursos, mas muita criatividade, conseguiram alcançar uma posição de destaque no mercado Flávia Ghiurghi
so s e c u S e d Neg ócio es Ingredient éias id 100g de boatisv idade 1kg de cria investimentos 1 pitada de paro e r P e d o d Mo dientes e e r g in s o s o d Misture to s oportunidades não perca a
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CAPA Estratégias
T
er o negócio próprio é o sonho de muitos profissionais. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), no Brasil existem 5,1 milhões de empresas, sendo que 98% são micro e pequenas. Estas respondem por mais de dois terços das ocupações do setor privado. Entretanto, de acordo com um estudo também do Sebrae, 27% das empresas paulistas fecham antes de completar um ano. E os números só se agravam até o sexto ano, quando atingem 64% de mortalidade. E as pequenas e microempresas representam 96% desse universo. Daí a conclusão de que apostar em um empreendimento requer muito mais do que tino comercial. De acordo com o Ibmec São Paulo, ações como antecipar acontecimentos, buscar informações para tomar decisões e aproveitar oportunidades são os principais elementos para sobrevivência das empresas. Entretanto, buscar a simples sobrevivência está longe de ser o objetivo de um verdadeiro empreendedor. O sucesso exige a criação de projetos diferenciados que façam com que o negócio seja algo realmente inovador. Essa foi a estratégia utilizada por diversos empresários que, mesmo com poucos recursos, atrelaram criatividade a um bom planejamento e deram início a negócios promissores e bastante lucrativos. É o caso da VAULT, especializada em engenharia para ambientes seguros, com atuação em duas divisões de negócios: blindagem arquitetônica e sistemas integrados de segurança (controle de acesso, CFTV e alarme). Há quase vinte anos fabricando, distribuindo e implementando soluções integradas de segurança, a VAULT surgiu como um embrião dentro de uma empresa de engenharia voltada para execuções de projetos e estruturas metálicas no segmento de módulos habitáveis para plataformas de petróleo, contêineres de cargas e vagões ferroviários. Um dos sócio-fundadores, Cristiano Vargas, viu no negócio uma oportuni-
dade de mudar o rumo profissional, já que, formado em Direito, o empresário não estava feliz trabalhando em escritório de advocacia. “Nessa época, eu tinha um amigo que morava em San Diego, Estados Unidos, e tinha comentado sobre uma feira de segurança que ele havia visitado na região e achado interessante. Então, pedi que me mandasse um material sobre os produtos e as empresas do mercado americano. Passei a pesquisar esse mercado no Brasil e constatei que havia uma demanda muito grande por este tipo de serviço e poucas empresas que o prestavam.” Ao perceber que o nível de produto no mercado americano era extremamente mais avançado do que o brasileiro, Vargas passou a importar esses produtos em sociedade com seu amigo de San Diego. Com o aumento da violência no início dos anos 1990, a empresa de engenharia foi extinta e Vargas criou uma empresa destinada especialmente à fabricação de portas de segurança em função da crescente demanda por estes produtos. Atualmente, a VAULT desenvolve projetos mais complexos, customizados, com proteções de ambientes inteiros para residências, condomínios, bancos, empresas e representações diplomáticas. “No início, contamos apenas com recursos próprios, mesmo porque passamos bastante tempo apenas pesquisando e estudando, ou seja, só gastando. Então, ninguém ia nos conceder empréstimo sem um negócio propriamente montado e funcionando. E nem nós mesmos tínhamos esse objetivo, já que ainda não tínhamos nosso negócio operando”, pontua o executivo. A principal dificuldade no início da VAULT, segundo Vargas, foi ter paciência e “sangue frio” para passar tanto tempo só investindo e pesquisando sem ter receita alguma. “Tanto é que o meu sócio, que iniciou o projeto comigo, ao voltar para o Brasil, não aguentou e arrumou um emprego. Portanto, fiquei sozinho na empreitada e, posteriormente, arrumei outros dois sócios
(amigos antigos) que abraçaram o projeto e estão comigo até hoje.” Outro problema, percebido mais à frente, foi a dificuldade de lidar com burocracia, carga tributária e legislação trabalhista. “Essa nossa estrutura arcaica acaba resultando em uma quantidade enorme de informalidade, gerando concorrência desleal.”
Nichos em ascensão
Outro empreendedor visionário, o advogado Luiz Felizardo Barroso, sócio do escritório Advocacia Felizardo Barroso & Associados, também vê a burocracia como um dos maiores obs-
Mesmo com todo custo exorbitante de se manter um funcionário hoje no Brasil, esses investimentos valem muito a pena em função da falta de mão de obra qualificada e o retorno que se obtém desse funcionário” CRISTIANO VARGAS, DA VAULT
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táculos para os futuros empresários. “Acabamos nos deparando com a carga excessiva de impostos e o abandono em que se encontra a gestão de nosso Poder Judiciário.” Mas isso não impediu o advogado de apostar no seu negócio. Ele notou o crescimento no número de franquias no Brasil e investiu em um doutorado na área de Franquia Público Social. A boa ideia fez dele um associado da Associação Brasileira de Franquias no Rio de Janeiro (ABF-Rio) e rende boas consultorias jurídicas no setor. Atualmente, o advogado repassa conhecimentos na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também por meio dos livros que escreveu: Franchising & Direito, Franchising – Modificações à Lei Vigente – Estratégia e Gestão, Conveniência e Franshising e Franquia Público-Social. “A ideia de montar meu negócio surgiu da necessidade de explorar todas as minhas potencialidades como advogado aliadas ao meu conhecimento na área financeira, fruto de minha atuação como procurador do Banco do Brasil, ao longo de 31 anos como profissional do Direito.” Andres Enrique Rueda Garcia também foi um empresário que deu a tacada certa ao sair do mercado financeiro para apostar no setor de contact center. “Em 1990, o mercado de capitais brasileiro passava por uma crise nunca antes vista. Insegurança e falta de recursos no setor financeiro levou a Bovespa (Bolsa de Valores do Estado de São Paulo) a reunir seu staff de executivos e solicitar que fosse feito um ‘corte’ de funcionários da ordem de 50%, pois o seu caixa não suportava a situação do momento”, relembra Garcia, na época, superintendente executivo de sistemas da Bovespa. Prevendo que a situação seria momentânea, Garcia propôs a criação de uma nova empresa, comandada e suportada pelo próprio executivo, que levaria 100% do quadro de funcionários da área de sistemas. O executivo ficaria responsável por toda manutenção e desenvolvimento dos projetos
A ideia de montar meu negócio surgiu da necessidade de explorar todas as minhas potencialidades como advogado aliadas ao meu conhecimento na área financeira” LUIZ FELIZARDO BARROSO, DA ADVOCACIA FELIZARDO BARROSO & ASSOCIADOS de sistemas da Bolsa. Por sua vez, a Bovespa pagaria o valor que se enquadrasse no seu orçamento, e ele buscaria no mercado de prestação de serviços a diferença monetária para não ter que demitir nenhum funcionário. Quando a situação melhorasse, todos retornariam à Bolsa. Em agosto de 1990, a empresa Sys&Tec Projetos e Sistemas foi fundada com o objetivo principal de atender a Bovespa, iniciando com uma receita 50% inferior às suas despesas. “Graças ao reconhecimento internacional da tecnologia empregada na Bovespa aliado a uma fatia significativa de ‘sorte’, a Sys&Tec, nos seus três primeiros meses de existência, já fechava contratos para o desenvolvimento de sistemas com a Bolsa de Bilbao (Espanha) e com a Bolsa de Buenos Aires (Argentina), que permitiram suportar todo o seu quadro de funcionários se não com uma margem de lucro significativa, mas pelo menos mantendo um equilíbrio entre receita e despesa”, conta Garcia. No final de 1994, a situação econômica da Bovespa já estava equacionada e praticamente todo o quadro de funcionários da Sys&Tec retornou à empresa. Apenas um pequeno núcleo permaneceu na Sys&Tec, prestando serviços na
área de telefonia. A empresa sobreviveu até o início de 2000, quando, após vinte anos como executivo da área de sistemas da Bovespa, Garcia decidiu partir para novos desafios e apostou em uma empresa voltada à prestação de serviços na área de TI, sobretudo, ligada à internet. No dia 31 de março de 2000, juntamente com Alfredo Rizkallah, na época presidente da Bovespa, e mais cinco executivos da Bolsa, Garcia fundou a Uranet Projetos e Sistemas Ltda., que incorpora a empresa inicialmente criada em 1990. “O objetivo inicial da empresa era o desenvolvimento de sistemas voltados para a internet. Prestávamos serviços de consultoria para empresas no segmento de processos e sistemas. Foi justamente num desses clientes que a verdadeira aptidão da empresa surgiu. Fomos contratados pelo Banco PanAmericano como consultores de um projeto interessante: a venda por telefone de microcomputadores, financiados para as classes C e D, o Micro do Milhão, projeto criado pelo empresário Silvio Santos. Montamos, juntamente com os profissionais do PanAmericano, a operação que ainda julgamos ser um dos cases mais bemsucedidos no setor de televendas: vendas do Micro do Milhão por consór-
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CAPA Estratégias
DICAS PARA QUEM PRETENDE TRILHAR O MESMO CAMINHOW Cristiano Vargas, da VAULT: “Ter muita paciência. Não precisa inventar a roda, apenas faça de uma maneira diferente e agradável aos olhos dos outros. Seja persistente.” Marcelo Queiroga, da Ecowood: “Se você não domina o assunto, procure quem o faça. Certifique-se de que as propostas são viáveis e se garanta por meio de documentos confiáveis. Não faça nada que não possa cobrar legalmente.” Elson da Silva, do Koban: “Quem pretende iniciar um empreendimento deve ter em mente que é imprescindível se preocupar 24 horas com o seu próprio negócio. Não se iluda que vai trabalhar pouco porque se tornou um empreendedor. O sucesso de seu negócio depende de você mesmo. Na área de alimentação, todo cuidado é pouco. Como já diz o ditado: ‘O olho do dono é que engorda o gado’.” Luiz Felizardo Barroso, da Advocacia Felizardo Barroso & Associados: “O futuro empresário deve fazer um exame de consciência bastante acurado e específico para ver se ele tem, realmente, espírito empresarial. Conquanto a experiência de vida conte; conquanto você possa aperfeiçoarse em cursos, seminários e simpósios, a verdade é que empreendedorismo não se aprende na escola. Ou você tem, ou não, espírito empresarial.” Agostinho Turbian, da FENADVB: “Pense bem se tem condições de disputar espaços no mercado/segmento que vai entrar.”
Samuel Pinheiro, da Petrocenter: “Quem está iniciando não deve optar por empreendedorismo por necessidade, mas sim pela oportunidade. São coisas distintas: uma é não ter opção, a outra é visualizar uma oportunidade e investir na ideia. Além disso, planejamento financeiro é extremamente importante, pois nenhum negócio começa gerando lucro.” Andres Enrique Rueda Garcia, da Uranet: “Calcule sem preço de venda todos os seus custos diretos e indiretos, acrescente todos os impostos devidos, acrescente uma margem razoável e, se com tudo isso, seu preço de venda não for competitivo, mude de negócio. Margem é margem. Imposto é imposto. Sonegar imposto para obter margem é roubo. Um empreendedor deve sobreviver pelo seu negócio, não pelo roubo.” Fátima Rocha, da MegaMatte: “Devese combinar uma boa equipe com foco e organização. Contratando os profissionais certos e percebendo as demandas do mercado, o negócio tem muito mais chances de dar certo.” Leo Cid Ferreira, da AD.Brazil: “O ideal é ter paciência, perseverança e fluxo de caixa. Paciência porque nem tudo acontece na hora em que queremos (coisa que qualquer empreendedor tem muita dificuldade em aceitar). Perseverança porque se você tem convicção e competência no que está fazendo, continue trabalhando até dar certo, pois vai dar. E fluxo de caixa, talvez o mais importante, porque toda empresa precisa virar o mês. Esqueça qualquer outro tipo de balanço, planilhas, etc. Quando o assunto é finanças, foque no fluxo de caixa.”
cio. Com a expertise que tínhamos no negócio, conseguimos montar uma venda por telefone sem a necessidade da assinatura formal do contrato. Resultado: mais de 30.000 vendas em 30 dias”, comemora Garcia. O sucesso foi tão grande que a empresa foi convidada pelo PanAmericano a montar um call cen-
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ter, suportado pela suas próprias soluções de tecnologia, para atender a todas as operações do banco. Iniciou-se a Uranet no segmento de atendimento a clientes com, inicialmente, 200 posições (Pas). “Hoje, passados dez anos e com mais de 4.000 posições internas espalhadas em dois sites e mais de 3.000 posições externas com nosso software IntergrALL, ainda nos lembramos com carinho de nosso primeiro cliente, o Banco PanAmericano.”
Bandeira verde
No quesito ecologia, a Ecowood se destaca como uma empresa inovadora. Especializada em transformar lixo industrial (borracha, fraldas, cana, etc.) em “madeira” plástica ecológica, a empresa está retirando 480 toneladas de lixo por ano da natureza. Com sede no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, a empresa investiu R$ 6 milhões na renovação de sua fábrica. A partir de julho, pretende dobrar a produção atual de 40 toneladas/mês para 80 toneladas/mês o que significa retirar do meio ambiente aproximadamente 650 toneladas de resíduos de difícil reciclagem. “Eu estava retornando do mercado financeiro, em 2005, e uma pessoa que já havia trabalhado comigo em uma corretora me apresentou algo que parecia um pedaço de madeira. Tal qual foi a minha surpresa ao descobrir que não se tratava de madeira, mas de lixo. Eu, que nunca tinha pensado em trabalhar na indústria, fui em busca da tecnologia que possibilitava a mistura de materiais”, lembra o diretor e fundador Marcelo Queiroga. Segundo ele, fatores como o atraso na implantação, devido à entrega tardia dos equipamentos, e a inexperiência com negócios, foram alguns dos maiores obstáculos no início do empreendimento. Queiroga conta que, inicialmente, administrou o negócio com recursos próprios, mas depois precisou utilizar o FINAME, linha de crédito do BNDES. “Acertamos agora uma parceria com a Wisewood Soluções Ecológicas S.A. que implica na troca de tecnologias. Para o final do ano, teremos novidades: uma peça que pro-
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CAPA Estratégias
Montamos, juntamente com os profissionais do Banco PanAmericano, a operação que ainda julgamos ser um dos cases mais bemsucedidos no setor de televendas: vendas do Micro do Milhão por consórcio” ANDRES ENRIQUE RUEDA GARCIA, DA URANET mete causar um grande impacto pela ampla possibilidade de utilização”, antecipa Queiroga. No segmento de alimentação, a rede de lanchonetes carioca MegaMatte inovou usando em seu produto principal o mate, erva orgânica. O sucesso da bebida rendeu no primeiro trimestre deste ano a venda de 719.601 copos de mate puro (463.615 de 300 ml e 255.986 de 500 ml). Outra boa ideia que resultou em um ótimo negócio foi o lançamento do primeiro modelo de loja sustentável da rede em São Paulo. O empreendimento utiliza recursos para preservar o meio ambiente como madeira certificada, tinta a base de água, baixo nível de COV, temporizadores de água, coleta seletiva, aproveitamento de água da chuva, entre outros. “O negócio da MegaMatte surgiu após uma visita do sócio-presidente Julio Dias a Manaus. Ele se encantou com a folha de guaraná e pensou em desenvolver alguma bebida natural para o Rio de Janeiro, uma espécie de chá. Foi assim que o conceito do mate 100% natural, produzido artesanalmente em cada unidade, livre de conservantes, xaropes ou acidulantes, foi criado – combinando uma tendência de alimentação saudável com o clima quente do Estado”, conta a diretora executiva da rede, Fátima Rocha. Segundo
ela, há inúmeros restaurantes com foco em alimentação saudável, e muitas lanchonetes que oferecem um serviço de alimentação rápida. No entanto, não existia no mercado uma opção que unisse esses dois conceitos. “A principal dificuldade foi a criação da estrutura necessária. Tive que organizar a empresa em departamentos, descentralizando a tomada de decisões. Isso foi superado por meio da contratação de profissionais-chave, que já tinham a experiência necessária no que se refere à gestão de negócios e pessoas”, afirma Fátima. Para este ano, a novidade será a implementação do Comércio Justo e Solidário de forma efetiva dentro da rede, recebendo a certificação da WFTO (World Fair Trade Organization); desenvolver um novo sistema de pedidos de materiais de comunicação; levar o Programa de Excelência em Atendimento (PROEXA) adiante, motivando e orientando colaboradores e operadores.
Ideia nipônica
Quando saiu de Jacobina, interior da Bahia, aos 13 anos, o chef Elson da Silva nem sequer imaginava que um dia estaria à frente de um empreendimento ligado à culinária japonesa, da qual nunca tinha ouvido falar, até então. Assim como boa parte dos
migrantes que chegam a São Paulo, Elson foi trabalhar na construção civil. Atuou ainda como caixa de supermercado e garçom, mas foi entre o tempero oriental que encontrou sua verdadeira vocação. A primeira experiência de Elson na cozinha foi em 1982, quando conseguiu um emprego em um restaurante chinês. Segundo o chef, a culinária praticada na China estava em alta na década de 1980. “Na época, a cozinha chinesa era moda em São Paulo. Era como se fosse a cozinha japonesa hoje. Aprendi a fazer os 112 pratos que havia no cardápio, que era bem tradicional”, lembra. Em 1986, ele resolveu apostar de vez na cozinha japonesa. Entretranto, reconhece que foi um longo caminho até se “familiarizar” com a gastronomia oriental. “Não sabia cozinhar nada, mas sempre fui uma pessoa que prestava muita atenção no que os outros faziam. Eu aprendo observando. A maior dificuldade foi montar uma equipe adequada e responsável para lidar com alimentação e com o público”. Nascido em 2006, o restaurante Koban se tornou um dos grandes pontos da culinária japonesa de São Paulo. Fazem parte do cardápio sushis preparados com cream cheese, morango ou goiabada. A casa funciona tanto em sistema de rodízio quanto à la carte. Atualmente, o chef comanda mais de 100 funcionários, em três uni-
“Ouvir o cliente é sempre a melhor tática de fidelização. Muitos pedem coisas possíveis de serem feitas, motivando nossa engenharia a trabalhar em busca de soluções” MARCELO QUEIROGA, DA ECOWOOD
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IDEIAS QUE VIRARAM SUCESSO EMPRESA
DATA DE FUNDAÇÃO
Nº DE FUNCIONÁRIOS
DIFERENCIAIS DO MODELO DE NEGÓCIO
AD. Brazil Marketing Digital
Julho de 2009
25 funcionários
Reuniões constantes para identificar novas oportunidades de negócio e oferta de serviços personalizados
Advocacia Felizardo Barroso & Associados
1970
12 funcionários
Atuação com recuperação amigável de ativos financeiros e recuperação judicial
Ecowood
Julho de 2005
25 funcionários
Produto que atrai a simpatia do comprador pela sua proposta e que agrega qualidade
FENADVB
2003
5 funcionários
Parcerias com empresas especializadas que tenham sistemas de relacionamento bem estruturados
Koban
Fevereiro de 2006
108 funcionários
Design do restaurante, ingredientes de qualidade selecionados por nutricionistas
MegaMatte
1994
35 funcionários
Rede de lanchonete fast food de comida saudável
Petrocenter
Abril de 2008
20 funcionários
Primeiro empreendimento no Brasil a oferecer cursos bilíngues e on-line no setor de gás e petróleo
Uranet Projetos e Sistemas
Março de 2000
3.900 funcionários
Desenvolvimento do sistema IntergrAll, que incorpora o hardware e o software da telefonia com a informática, possibilitando acesso via web a todos os serviços e relatórios
VAULT
1992
50 funcionários
Contínuo investimento na estrutura da empresa e constante pesquisa de novas oportunidades
dades do restaurante. Mais de 10 mil pessoas são atendidas por mês na unidade em Moema. O Koban inaugurou em abril mais uma unidade, na Granja Viana. Além disso, o chef está negociando mais um imóvel para inaugurar o Koban light até o fim do ano.
A alma do negócio
Com suas atividades iniciadas em meados da década de 1950, num período em que o Brasil dava seus primeiros passos rumo à revolução industrial e os produtos e serviços eram apresentados à sociedade sem nenhuma pesquisa ou estratégia prévia, a
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Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) veio para contribuir com o desenvolvimento econômico do país em suas diversas frentes de atividades, oferecendo serviços que são formatados conforme as necessidades presentes e futuras dos Estados, estimulando e capacitando os empreendedores brasileiros. Hoje, a ADVB conta com 16 filiais espalhadas pelo país e 3 no exterior, e já consolidou diversas parcerias com associações, entidades, instituições de ensino e empresas em geral. “O nosso principal objetivo é trabalhar para o desenvolvimento sus-
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CAPA Estratégias
responsabilidade social. Cabe à ADVB avaliar, premiar e valorizar ações com esse caráter.
Experiência de gente grande
Samuel Pinheiro tem apenas 24 anos, mas administra suas empresas com a maturidade de um empresário de anos de vivência profissional. A ideia da Petrocenter, sua escola de qualificação na área de petróleo e gás, surgiu quando Pinheiro retornou dos Estados Unidos, onde morou por quatro anos e sofreu forte influência de uma cultura empreendedora. “Sempre tive vontade de iniciar um negócio próprio, mas me faltava saber qual caminho seguir. Ao estudar o mercado de treinamento profissional e técnico, observei que as únicas escolas de qualidade na formação Técnica para Petróleo e Gás eram do governo (escolas boas, diga-se de passagem). Assim, concluí que poderia entrar nesse mercado oferecendo qualidade, velocidade e, principalmente, a eficiência produtiva que carece na gestão de serviços do governo.” Segundo ele, a empresa iniciou pequena, mas priorizando qualidade. “Investimos em professores com sólida experiência teórica e principalmente prática, uma vez que formamos mão de obra operacional. Nossa meta inicial foi e continua sendo a de tornar-se referência em qualidade de ensino técnico operacional.” Sua principal dificuldade foi o período de implantação, apesar do empresário ter consciência que só atingiria
“Nossa meta inicial foi e continua sendo a de tornar-se referência em qualidade de ensino técnico operacional” SAMUEL PINHEIRO, DA PETROCENTER
A principal dificuldade foi a criação da estrutura necessária. Tive que organizar a empresa em departamentos, descentralizando a tomada de decisões” FÁTIMA ROCHA, DA MEGAMATTE o BEP (break even point) após um ou dois semestres de trabalho. Por isso, já havia se planejado para ter reservas financeiras nesse período. Em apenas um ano, a Petrocenter já não tinha mais capacidade física para atender a demanda. Daí a ideia de franquear a marca. Recentemente, Pinheiro transformou a Petrocenter em franquia e garante que, em dois anos, já contará com 50 unidades em todo o território nacional. “É neste segmento que se encontram as profissões do futuro”, afirma o primeiro empresário do Brasil a oferecer cursos bilíngues e on-line nessa área. Já na área de marketing, o presidente da agência de Marketing Digital AD.Brazil, Leo Cid Ferreira, também encontrou no empreendedorismo o caminho do sucesso. “Começamos em julho de 2008, basicamente, como uma consultoria de mídia on-line, atendendo a um único cliente. Até então, não nos posicionávamos como uma agência digital e sim como uma
Fonte: Sebrae
tentável da nação, pois acreditamos que 90% dos problemas das empresas estarão resolvidos quando estas estiverem vendendo”, avalia o presidente da Federação Nacional das Associações dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (FENADVB), Agostinho Turbian. A FENADVB foi constituída em 2003, com o propósito de permear as suas afiliadas para que houvesse uma interlocução com os interesses políticos e mercadológicos daquilo que o sistema pode oferecer à livre iniciativa no Brasil. “Sentimos a necessidade de ter um sistema e, por isso, criamos a federação, que entrou em funcionamento efetivo a partir de 2006”, afirma Turbian. O início da FENADVB, segundo ele, foi marcado pela padronização de sua marca nacional ADVB. Foi implantado um plano de ação e, então, buscou-se sinergia nas atividades das bases estaduais. “Depois, seguimos para o exterior onde fundamos primeiro a ADVB Portugal, depois a ADVB USA em Miami e a ADVB Japan em Nagoya”, complementa Turbian, que revela um dos objetivos futuros da FENADVB: expandir suas filiais para os Emirados Árabes e a África. Outra importante função das ADVBs é a de certificar ações de destaque e reconhecimento às empresas do mercado por seus exemplos positivos de sucesso. Prêmios como TOP de Marketing, TOP de Vendas, TOP Social, TOP de Ecologia e TOP de RH são entregues a empresas e instituições que apresentam cases de marketing inovadores e que participam de projetos de
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CAPA Estratégias
consultoria. Com o case de sucesso da Passarela (que hoje é a líder em calçados femininos na internet), outros varejistas, que queriam começar sites de e-commerce, vieram nos procurar, e nós atendíamos, mas ainda como consultoria. Apenas um ano depois, em julho de 2009, decidimos criar a AD.Brazil para atender a crescente demanda”, diz Ferreira. O empresário admite que os quatro primeiros meses foram difíceis. “Precisamos de muito planejamento, muita conversa e dedicação. Era complicado prever se o caminho que estávamos traçando era realmente o correto. Ao formar a empresa, sabíamos que os custos aumentariam drasticamente por conta de contratações e que teríamos que dividir a empresa com mais uma pessoa da área de criação. Sempre tentávamos fazer com que a receita fosse maior que os custos e nem sempre conseguíamos. Por sorte, encontramos o Ricardo Panini, que completou nosso time e mergulhou de cabeça na empresa. O Panini tem muita experiência com agência digital, pois nasceu nesse mercado. Sem dúvidas, ele foi uma peça-chave no sucesso do negócio. Completamos um ano de empresa e estamos surpresos com o resultado. Com mais ou menos 20 clientes, nunca perdemos nenhum dos agenciados e estamos com 20% de faturamento a mais do que planejamos”, celebra Ferreira.
Estratégias de sucesso
Uma das maiores apostas das empresas que veem seu negócio crescer a passos largos é o funcionário, a exemplo da VAULT que investe fortemente nos colaboradores que se mostram empenhados em querer crescer com a empresa, ora patrocinando faculdade, ora cursos no Senai. “Mesmo com todo custo exorbitante de se manter um funcionário hoje no Brasil, esses investimentos valem muito a pena em função da falta de mão de obra qualificada e o retorno que se obtém desse funcionário, já que ele se sente reco-
nhecido e devolve isso para a empresa”, reconhece Vargas. Queiroga, da Ecowood, afirma que incentiva constantemente a ampliação do conhecimento de seus funcionários. “Costumo dizer que, quem não quer crescer, estudar e aprender, não interessa à empresa.” Barroso, da Advocacia Felizardo Barroso & Associados, admite ser uma luta constante assegurar o envolvimento dos funcionários e associados nos ideais das empresas. “A advocacia requer capacidade específica e muita disposição, para atingir metas. O profissionalismo é condição sine qua non para o bom desempenho de nossos colaboradores.” Turbian, da FENADVB, concorda: “Equipe eficiente não quer dizer equipe em quantidade. Treinamento e escolha de bons profissionais é tudo que podemos ter de melhor numa empresa.” Na Uranet, a maior parte dos funcionários é formada por operadores de telemarketing. Entretanto, a empresa conta também com uma grande variedade de profissionais, pois, além de oferecer serviços de call center, ela também desenvolve soluções tecnológicas, demandando o suporte de engenheiros, analistas de sistemas e programadores, todos devidamente qualificados para garantir o sucesso em um mercado tão competitivo como o de gestão do relacionamento com clientes. Já a AD.Brazil reverte parte do lucro em cursos e conferências para os colaboradores. “Não acreditamos em longas jornadas de trabalho nem em virar a noite trabalhando. O profissional tem que ter qualidade de vida e estar bem consigo mesmo para poder fazer bem as tarefas do dia a dia. Temos uma mesa de pebolim e videogame na sala de reunião, e fazemos encontros bimensais que chamamos de Pizza & Beer Fridays, em que todos têm a oportunidade de conversar com os três sócios sugerindo e alertando sobre o que estamos fazendo de certo e errado”, aponta Ferreira. Outro segredo dos bons empreendedores é buscar sempre a fidelização
O nosso principal objetivo é trabalhar para o desenvolvimento sustentável da nação, pois acreditamos que 90% dos problemas das empresas estarão resolvidos quando estas estiverem vendendo” AGOSTINHO TURBIAN, DA FENADVB dos clientes. Como? Segundo Vargas, da VAULT, a estratégia é simples: oferecer um serviço de boa qualidade acima do nível que os clientes estão acostumados a receber. Para Queiroga, da Ecowood, ouvir o cliente é sempre a melhor tática de fidelização. “Muitos pedem coisas possíveis de serem feitas, motivando nossa engenharia a trabalhar em busca de soluções.” Elson, do Koban, concorda que um atendimento impecável é a chave do sucesso. “Não existe nada melhor do que prestar um atendimento personalizado, ir de mesa em mesa, olhar nos olhos do cliente, perguntar se ele está sendo bem atendido, ser cordial, educado e sempre muito atencioso. Faço questão de sentar à mesa, conversar, pedir sugestões e ouvir críticas. Essa proximidade é que faz a diferença.” G
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Legislação&negócios Artigo Por José Celso Martins*
O empresário e o mundo “coisificado” A
s empresas, as instituições e a sociedade entendem o mundo hoje como células “coisificadas” que podem ser compradas, possuídas e dominadas. Queremos ter tudo, a tecnologia, o espaço, o tempo, as pessoas e todas as coisas. Evidentemente isso não é possível, mas temos a sensação de que precisamos correr atrás de tudo isso para que possamos ser completos, felizes e incluídos. A competição tornou-se norma, e o sucesso e a realização somente acontecem se cumprirmos com as regras do sistema e adquirirmos uma casa, um carro e um apartamento na praia. Segundo nosso sistema, sem esses requisitos você não é uma pessoa “de sucesso”, principalmente se não frequenta shoppings e restaurantes indicados pela mídia como aqueles que são frequentados por pessoas “de sucesso”. Na verdade, a vida não se resume nas coisas, mas nas relações que podemos estabelecer com elas. As condições do meio ambiente, dentre as quais destacamos o clima, as condições da vida, as catástrofes sísmicas, que cada vez mais se repetem, são frutos não somente da natureza, mas de ações que praticamos em nosso dia a dia. Todos os produtos que conhecemos, desde alimentos e produtos de primeira necessidade até produtos mais elaborados, foram extraídos da natureza. Esses processos alteram a natureza e geram resíduos que, de alguma forma, terão que ser assimilados pelo planeta. Para a extração dessa matéria-prima em seu processamento foi necessário o uso de energia,
que, para ser gerada, provocou mais contaminação do ambiente, além dos resíduos derivados desse outro processo. Existem muitas leis ambientais que regulamentam a instalação e o funcionamento de indústrias e empresas, tendo como objetivo a preservação da natureza e a defesa do meio ambiente. Porém, muitas empresas não obedecem ao determinado e trazem prejuízos ao meio ambiente de uma maneira irresponsável e inconsequente.Todo empresário deve conhecer profundamente as leis que regulamentam sua atividade para não causar danos ao meio ambiente, porém nossa responsabilidade não se limita a isso: muitas vezes reproduzimos ou reforçamos o conceito imposto pelo sistema de que consumir é tudo que precisamos para uma vida completa, feliz e incluída e, com este conceito, passamos por cima de coisas mais importantes como a qualidade de vida e o futuro do planeta. É preciso repensar nossa atitude como empresários e, principalmente, como seres humanos, pois o mundo do qual participamos é uma cadeia de relações que estão ligadas de forma indissolúvel e não podemos separar o mundo em coisas. Nossa ação está interligada e se torna indispensável uma mudança de atitudes para a sobrevivência do planeta. Devemos lembrar, acima de tudo, de nossa obrigação de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e as futuras gerações. G
É preciso repensar nossa atitude como empresário e, principalmente, como seres humanos, pois o mundo do qual participamos é uma cadeia de relações que estão ligadas de forma indissolúvel e não podemos separar o mundo em coisas”
*José Celso Martins é advogado, pedagogo, mestre em Direito Político e Econômico e especialista em Direito Empresarial pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professor da Faculdade de Direito da Universidade Metodista de São Paulo, presidente do TASP – Tribunal Arbitral de São Paulo e autor do livro “Arbitragem, Mediação e Conflitos Coletivos do Trabalho”. E-mail: arbitral@uol.com.br
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EXPRESSÃO Artigo
Qual o buraco negro da sua
empresa?
Como aplicar o conceito de blackhole, que diz respeito à meta mais importante de uma organização
Q
uero propor uma forma produtiva para ser realizada a gestão das suas metas corporativas. Classifico esse conceito de blackhole, ou buraco negro, traduzido para o português, remetendo a similaridades conceituais da sua definição astronômica. Explico essa relação de maneira muito simplista. Um buraco negro é uma região no espaço que contém uma enorme quantidade de massa concentrada que nenhum objeto consegue escapar de sua atração gravitacional. Ou seja, é uma área de tamanha intensidade de foco que tudo é “sugado” para esse ponto.
Mas, podemos definir esse conceito como uma metodologia a ser aplicada dentro de uma empresa. Como? Podemos pensar que uma blackhole é a meta mais importante e fundamental da empresa, que guia a ação de todas as outras metas ou projetos. É basicamente o alvo de toda a estratégia que o empreendedor vai definir para que, assim, atinja o seu objetivo final. Muitas empresas criam dezenas de metas para o ano que, na maioria das vezes, são mal definidas ou mal interpretadas, e trazem um plano de ação desconhecido. Em metas, quanto menor o nú-
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mero almejado, maior a execução. O conceito de blackhole simplifica essa estratégia: uma meta principal que guia todas as outras. Isso não significa que a sua empresa terá apenas uma meta, ela pode ter mais. Mas é importante lembrar que todas elas devem ser complementares à meta mais importante da empresa, cuja esta será única e dará foco total aos colaboradores da organização. Podemos fazer uma analogia da imagem de um organograma: a blackhole estaria no nível mais alto e, abaixo dela, seriam desenvolvidas metas secundárias ou projetos de execução que ajudarão na realização do fim a que se dirigem as ações do grupo. E como descobrir a principal meta? Você deve simplesmente entender que o principal objetivo de uma empresa com fins lucrativos é gerar lucro
aos empreendedores ou acionistas. Isso significa que a meta blackhole deve estar sempre ligada a resultados financeiros de alguma forma. Se a meta mais importante da sua empresa não remete à finança, possivelmente ela é uma ONG ou qualquer outro tipo de entidade sem fins lucrativos. E qual os benefícios em aderir a este sistema? As empresas que adotam a estratégia blackhole conquistam diversas vantagens. Primeiro, facilita a comunicação entre equipes, coordenadores e diretores referentes ao objetivo da instituição, alinhando a equipe, evitando confusões e, com isso, as desculpas de desconhecimento da meta corporativa é finalizada. Outro acréscimo para a empresa é a facilidade de mensuração do progresso da meta e acompanhamento por meio dos projetos de suporte. Esses projetos são as tarefas de grande duração que serão executadas ao longo dos meses para apoiar a realização da meta mais importante. Se seguir boas práticas para gestão de projetos, as atividades terão mais controle e capacidade de gestão, o que muitas vezes não acontece na gestão de metas. Pense sobre esse conceito, em que um objetivo maior atrai a realização de metas menores, assim como o blackhole. Converse com seus sócios e apresente a ideia à diretoria. Faça com que cada um se pergunte: qual o nosso buraco negro que merece todo foco e energia? Que projetos ou submetas suportam a execução dessa meta? Experimente o processo e veja os resultados! G
Um bom planejamento e uma execução eficaz podem alavancar sua empresa e ajudá-la a sair na frente dos outros negócios” CHRISTIAN BARBOSA, DA TRÍADE PS *CHRISTIAN BARBOSA é especialista em administração de tempo e produtividade, fundador da Triad PS, empresa multinacional especializada em programas e consultoria na área de produtividade, colaboração e administração do tempo. Ministra treinamentos e palestras para as maiores empresas do país e da Fortune 100. Autor dos livros “A Tríade do Tempo e Você”, “Dona do Seu Tempo”, “Estou em Reunião” e coautor do “Mais Tempo, Mais Dinheiro” www.triadedotempo.com.br e www.maistempo.com.br
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Baú Corporativo
grupo tigre
Negócio
de Garra Com uma história de inovação, empresa se torna uma das mais reconhecidas do país e do mundo flávia ghiurghi
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ma das maiores fabricantes no mercado brasileiro de tubos e conexões e em diversos países da América Latina, a Tigre S. A. nasceu do tino comercial do empresário João Hansen Júnior. O negócio teve início em 1941, com uma pequena fábrica de pentes de chifre de boi chamada ‘Tigre’, localizada em Joinville, Santa Catarina. Um ano depois, a empresa ampliou seu portfólio com a produção dos cachimbos Sawa. Apesar do período de dificuldades, decorrentes da Segunda Guerra Mundial, a época também despertava boas oportunidades para quem tivesse visão empreendedora. E foi o que aconteceu com a Tigre com a chegada ao Brasil de uma das mais revolucionárias novidades: o plástico. A empresa passou a utilizá-lo na confecção de seus produtos e logo se deu a compra da primeira injetora, que permitiu a produção de pentes, piteiras, copos, pratos, brinquedos e leques. Naquela época, os poucos leques que havia eram importados e caros. Mais uma vez, a empresa enxergou uma oportunidade de negócio e começou a fabricar leques plásticos e
baratos. No final dos anos 1950, João Hansen acreditou que a matéria plástica poderia ir muito além e apostou em um projeto ousado e inédito no mercado, até então: tubos e conexões de PVC para instalações hidráulicas, uma ideia que, a princípio, não inspirou confiança, já que o plástico parecia frágil para substituir os tubos de ferro galvanizados. Entretanto, o desafio serviu como combustível para a empresa. Já em 1946 contava com uma série de recursos para apoiar e motivar seus funcionários, como ambulatório, distribuição de mantimentos a preço de custo, programas de ensino básico e de reciclagem profissional, além de gratificações regulares de final de ano em um tempo em que não existia a obrigação de se pagar o décimo terceiro salário. Desde a sua criação em 1967, as EATs, Escolas de Aperfeiçoamento Tigre, foram um sucesso de marketing integrado da empresa. Nos anos 1970, a Tigre foi a primeira empresa do setor da construção a anunciar na televisão. Joana D’ Água foi um personagem inesquecível, assim como seu parceiro Ted Tigre, ou o antecessor zeca Diabo, personagem vivido pelo ator Lima Duarte.
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DIVULGAÇÃO
A Tigre possui uma área de pesquisa e desenvolvimento que atua constantemente em inovação, para que os clientes tenham a melhor e mais completa solução” NELSON MACHADO, DIRETOR DE TECNOLOGIA E QUALIDADE, DA TIGRE gestão&negócios • 59
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Baú Corporativo
Grupo Tigre
Sucesso global
Presente em 40 países, a empresa conta hoje com 6.200 funcionários, faturamento de R$2,3 bilhões (2009) e unidades fabris em Joinville (SC), Rio Claro (SP), Camaçari (BA), Castro (PR), Indaiatuba (SP), Pouso Alegre (MG) e Escada (PE) e unidades externas no Paraguai, Chile, Argentina, Bolívia, Equador, Estados Unidos, Peru, Colômbia e Uruguai. “Acreditamos que a principal característica da Tigre é o forte relacionamento com seus clientes: consumidor final, instaladores hidráulicos e elétricos e os gestores e balconistas das revendas. Sendo assim, investimos no fortalecimento dessa relação com produtos de qualidade, serviços e ferramentas que facilitam a comunicação com todos esses públicos e capacitação e treinamento para formação profissional. O objetivo é disseminar o conhecimento sobre nossos produtos para orientar a compra, já que no segmento de materiais de construção o desconhecimento e a forma de uso mais adequada ainda é considerável”, afirma o diretor comercial, Paulo Cardozo. Uma das apostas é o programa de relacionamento Mundo Tigre. Segundo Cardozo, trata-se de um programa para reconhecer e estreitar o vínculo com gestores e vendedores das revendas; instaladores hidráulicos eletricistas, profissionais de obra, engenheiros, arquitetos, projetistas e técnicos que atuam nas construtoras. “A Tigre também possui uma área de pesquisa e desenvolvimento que atua constantemente em inovação, para que os clientes tenham a melhor e a mais completa solução”, diz o diretor de tecnologia e qualidade, Nelson Machado. A grande novidade foi a indicação como a nona empresa brasileira mais internacionalizada no estudo da Fundação Dom Cabral, “Transacionais Brasileiras 2010”. Pelo segundo ano consecutivo, a Tigre é classificada no ranking das Top 10. O estudo avaliou
Acreditamos que a principal característica da Tigre é o forte relacionamento com seus clientes: consumidor final, instaladores hidráulicos e elétricos e os gestores e balconistas das revendas” Paulo Cardozo, diretor comercial da tigre o grau de internacionalização das empresas brasileiras segundo indicadores de vendas/receita, ativos e funcionários no exterior. O Grupo Tigre planeja investir no ano de 2010 um total de R$200 milhões. Parte deste montante será aplicado para ampliar significativamente sua presença no exterior, especialmente no continente africano, que hoje recebe mais de 50% das exportações, principalmente Angola, Argélia e Nigéria. A presença nos Estados Unidos é outro negócio de sucesso. A unidade inaugurada em 2008, em Janesville, Estado de Wisconsin, dobrou de tamanho desde então. Para este ano, a empresa anunciou ainda um aporte de R$200 milhões para diversos fins, como expansão da capacidade de produção, inovação e produto. “Em 2010, já introduzimos no mercado mais de 130 novos itens contemplados nos lançamentos das Linhas de Conexões Espigão para Irrigação, Conexões Esgoto DN200, Válvulas Borboletas, Grelhas para Caixas Sifonadas para o Brasil e Conexões Esgoto DIN, Tubos Esgoto Corrugados de PVC para nossas operações fora do país. Em processo, ainda temos mais 160 novos itens para este ano”, revela Machado. G
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quem é elE?
Jaime Vilaseca
Arte e
negócios E
divulgação
u não escolhi a profissão, foi ela quem me escolheu. Eu era marceneiro e, certa vez, ao acabar de fazer uma estante para Clarice Lispector, ela me disse: ‘Você vai fazer moldura, você não vai poder escapar de seu destino’”, relembra Jaime Vilaseca. Uma frase marcante na vida de um homem que, anos antes, jamais imaginaria que o Brasil seria o seu país do coração. Nascido na Espanha, mais
precisamente em Alcazár de San Juan, Vilaseca deixou a Europa no momento que uma guerra civil assombrava toda uma nação. Sua família chegou ao Rio de Janeiro e o susto foi grande: Praça Mauá estava tomada por tanques. O Brasil teve três presidentes no mesmo dia. “Minha mãe falou que não iríamos ficar mais nenhum dia no país. Aqui estamos há mais de 50 anos”, conta. Os dons artísticos sempre estiveram nas veias de Vilaseca, que levou a dica de Clarice a sério e passou a dedicar seu talento para “a pincelada final do quadro”, como ele mesmo se refere ao trabalho do moldureiro. Em julho de 1970, fundou o Ateliê de Botafogo, no mesmo endereço que está até os dias de hoje. A empresa cresceu e a Vilaseca passou a ter outros três espaços, todos na “cidade maravilhosa”. A fábrica está em Bonsucesso, uma loja
Arte é muito pessoal. Passo todos os dias um pouco desse ensinamento para meus filhos para que eles possam entender o conceito do negócio”
A vida de um espanhol que encontrou no Rio de Janeiro um berço para suas criações de sucesso Por Marcelo Casagrande
cravada na Barra, além de uma galeria no Leblon. “A ampliação da marca foi acontecendo gradativamente. Vi que era hora de posicionar a empresa no mercado”, explica Vilaseca, que apesar de já ter franqueado sua marca, acredita que seu tipo de negócio não é viável para sua realidade. “Arte é muito pessoal. Passo todos os dias um pouco desse ensinamento para meus filhos para que eles possam entender o conceito do negócio. É preciso ter tempo para construir, e franquia não é para Vilaseca”, afirma. As expressões artísticas não ficam restritas aos trabalhos de molduras realizados pela empresa. A valorização da cultura e da arte está presente na galeria do Leblon. A identidade do espaço é traçada entre esculturas, pinturas, fotografias e vídeos que ficam no limite entre a arte contemporânea e a vinda das ruas. Mas nenhuma história é escrita somente com bons momentos. A crise instaurada com o Plano Collor não atingiu Vilaseca diretamente. Suas economias não estavam no banco, mas as de seus clientes sim. Com muita criatividade, o empresário confeccionou porta-retratos e, acompanhada de uma mensagem otimista, enviou para seus consumidores. “A mensagem era muito bonita e foi escrita por Thiago de Mello. Ela dizia que os verdadeiros valores eram inconfiscáveis”, finaliza. G
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Treinamento&Carreira
Artigo
Por Luiz Marins*
O desafio de conduzir
uma apresentação M
uitas pessoas me perguntam como conduzir uma apresentação ou mesmo uma reunião maior. Aqui vão algumas dicas simples para você conduzir uma reunião com resultados:
Comece sempre a apresentação com um “quebra-gelo”, ou seja, alguma coisa que deixe os participantes mais à vontade individualmente e entre os demais participantes: • Um exemplo de quebra-gelo é a formação de grupos heterogêneos ou homogêneos, mas diferentes dos que foram espontaneamente formados pelos participantes; • Outro exemplo é fazer logo um rápido “jogo” ou “brincadeira” em que todos se descontraiam e se relacionem com as demais pessoas presentes. Há um exemplo que sempre funciona: ao invés de dar os “crachás” certos para os participantes, as pessoas recebem crachás com outros nomes e devem procurar seus donos para entregá-lo e cumprimentá-lo antes do início da reunião. As técnicas de “quebra-gelo” dependem da criatividade de cada coordenador e
ção dos grupos. Atente para os seus “objetivos” para formar grupos homogêneos ou heterogêneos de acordo com cada caso.
do tamanho e características do grupo.
QuandofizerapresentaçõesemPower Point coloque nas lâminas apenas as palavras principais que se refiram ao conteúdo. Nunca coloque textos longos. Use sempre letras grandes – as maiores que puder: • Evite gráficos, tabelas, etc. e quando eles foram inevitáveis, faça do maior tamanho possível e o mais simples possível.
Sempre
que possível, distribua cópias impressas das transparências. Para que os participantes prestem atenção à sua explanação, avise que as cópias serão distribuídas após a apresentação. Sempre depois de uma exposição procure fazer um trabalho em grupo para que as pessoas possam discutir o conteúdo da apresentação. Quando não há tempo para o trabalho em grupo, faça uma discussão aberta por alguns minutos para dirimir as dúvidas principais. Você ficará surpreso ao ver que as pessoas ficaram com dúvidas que você jamais imaginaria: • Lembre-se da importância da forma-
Quando não há tempo para o trabalho em grupo, faça uma discussão aberta por alguns minutos para dirimir as dúvidas principais. Você ficará surpreso ao ver que as pessoas ficaram com dúvidas que você jamais imaginaria”
Quando usar um filme ou vídeo, faça, após a apresentação, um aprofundamento de seu conteúdo. Faça com que os participantes discutam os temas principais e reforce os conceitos que você quis passar com aquele documento audiovisual. Procure fazer um intervalo a cada duas horas, no máximo. A maioria das pessoas não consegue manter a concentração necessária por muito tempo. Termine a reunião sempre com alguma atividade que eleve o “astral” dos participantes. Nunca deixe uma reunião terminar “para baixo”. Lembre-se que a primeira impressão é fundamental para o desenvolvimento da reunião. Mas a última impressão é essencial para os resultados pós-reunião. Não se descuide disso. Os participantes devem ter uma “memória” positiva da reunião e isso dependerá muito de como ela terminar. Somente a criatividade determinará como terminar uma reunião. Isso dependerá novamente dos objetivos, da composição do grupo, etc. E por último, sempre que possível, faça com que as pessoas saiam da reunião com uma “lembrança” material do evento. Um brinde qualquer, desde que com significado, é importante. Com estas pequenas “dicas”, acreditamos que você possa fazer uma apresentação com sucesso. Boa apresentação!
* Luiz Marins é antropólogo, professor e consultor de empresas no Brasil e no exterior. Tem 13 livros e mais de 300 vídeos e DVDs publicados
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Carreira&negócios GESTÃO&negócios • 63
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Ferramenta
Combate direto Jogos de negócios ganham espaço na reciclagem e contratação de profissionais Marcelo Casagrande
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ua empresa está com um rombo enorme no caixa, você terá que desligar metade de sua equipe e uma crise assombra todo o seu ramo de atuação. Já imaginou estar na pele de um gestor em um momento como este? Calma, isso não é realidade, apenas uma situação hipotética, mas que os executivos não estão livres de enfrentar. Criar cenários que obriguem os profissionais a tomarem decisões e criarem planos de ação são só algumas das inúmeras opções de aplicações dos “jogos de negócios”. Uma ferramenta que tem ganhado espaço em empresas, universidades e estão roubando a cena em processos seletivos de recrutamento e seleção organizados pelos departamentos de recursos humanos.
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Executivo.com
Ferramenta
As decisões devem ser tomadas baseadas em informações e deve-se evitar agir por instinto” Lúcio Fialho, da Solucionar Informática & Sistemas
Aproximar o profissional de uma situação real e ver como é seu desempenho. Mais do que avaliar, o importante é proporcionar um momento de checagem do conteúdo aprendido de forma teórica ao longo da vida profissional. Será que, ao encontrar uma situação de crise, um executivo acostumado a lidar com longos períodos de estabilidade, vai conseguir ter firmeza nas decisões que deverá tomar? “As decisões devem ser tomadas baseada em informações e deve-se evitar agir por instinto”, acredita Lúcio Fialho, diretor da Solucionar Informática & Sistemas, desenvolvedora do game “Project Arena”. Criado para simular ações e situações de gerência de um escritório de projetos, o “Project Arena” foi lançado em junho deste ano. Desenvolvido sob uma plataforma semelhante a softwares de gestão para a área, o jogo apresenta aos participantes informações detalhadas, gráficos e planilhas e convidam o participante a tomar decisões e traçar estratégias. “A utilização se dá de forma pontual. O game vai customizado para situação de preparos de equipes”, diz Fialho que explica, ainda, que a formatação não precisa ser necessariamente, negativa, podendo apresentar casos de excesso de demanda e necessidade de ampliação da empresa e do quadro de funcionários. No mercado de jogos estão disponíveis inúmeras opções tradicionais ou lúdicas. Existem plataformas disponí-
veis para download na web, outros são jogados diretamente nos sites e, ainda, é possível encontrar softwares que necessitam de licença para a operação. Pensando nos executivos do futuro, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) disponibiliza o “Desafio SEBRAE”. Um jogo voltado para universitários que, em equipes, testam sua capacidade de administrar um negócio, tomar decisões e trabalhar em equipe. O objetivo do game é disseminar a cultura empreendedora. São difundidos conceitos de competitividade, ética e associativismo e desenvolve a capacidade gerencial em pequenos e médios negócios. Outra opção disponível é o Ottomax. O game simula um ambiente empresarial, no qual o jogador conhece e pratica suas habilidades empreendedoras. São quinze características abordadas e avaliadas durante o jogo, que conta com um conteúdo de arte, animações e trilha sonora. O jogador interage com a história, decidindo o dia a dia do protagonista, tentando levar a empresa ao sucesso. O produto traça um perfil empreendedor do jogador no final da atividade.
Jogos no RH
A busca por novos talentos é uma constante na rotina das empresas. O aumento da competitividade no mercado faz com que seja necessário não só atrair, como, também, reter bons profissionais. O desafio de detectar
perfis que se adéquem e atendam as necessidades da empresa acaba ficando, logicamente, para o departamento de Recursos Humanos. Os jogos tornam-se uma saída, cada vez mais usada, para auxiliar nos processos de recrutamento e seleção. “O jogo possibilita a criação de um ambiente de competição onde os candidatos deverão fazer, por exemplo, a análise estrutural de uma industria e de seus cenários econômicos globais”, comenta o coach e consultor organizacional Paulo Lot Jr. Ele acredita que, com isso, é possível avaliar as competências e o desempenho global de cada um dos candidatos. As empresas buscam, cada vez mais, o profissional capaz de transformar os desafios ambientais em oportunidades de negócio. Com isso, vem uma grande pergunta: Como prover as competências de gestão necessárias para criar estratégias e simular negociações ou mesmo gerenciar equipes em um cenário cada vez mais complexo, rodeado de incertezas e descontinuidades? O coach responde: “A informação e o conhecimento assumem grande importância na preparação destes profissionais para o entendimento e adaptação rápida à realidade, mas sem uma aproximação prática, não se pode afirmar que houve a consolidação da competência que se deseja”. Lot acredita que os jogos são dinâmicos e permitem dar feedback aos participantes das ações tomadas na simulação, além de obter uma visão mais clara da dinâmica e das exigências organizacionais. A reciclagem faz parte da formação do profissional e os jogos, quando usados para tal finalidade, podem proporcionar momentos de progresso e ampliação da visão estratégica. “Tudo é aprendizado e como tal traz benefícios e vantagens para o desenvolvimento pessoal e profissional de empresários e/ou executivos e gestores”, finaliza o consultor organizacional. G
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SEU NEGÓCIO Administração
Melhor prevenir do que remediar Especialistas dão dicas de como escolher o melhor seguro para micro e pequenas empresas
Marcelo Casagrande
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oubos, incêndios, perdas de estoque, quebra de vitrines, acidentes pessoais ou com a frota de veículos. Nenhum empresário quer passar por problemas como estes, mas como não é possível prever nenhum tipo de ocorrência e contar somente com a sorte é também um grande risco, uma saída é contratar seguros para os mais diversos tipos de ocasiões. Mas, se você acha que para pequenas empresas esses serviços são inviáveis, está redondamente enganado. As opções disponíveis no mercado são muitas e atendem diversos tipos de necessidades e realidades. Não adianta sair no impulso e optar pelo primeiro pacote oferecido pelas seguradoras. É importante que uma análise minuciosa do negócio seja feita, assim, é possível evitar apólices desnecessárias e, consequentemente, economizar. “O custo x benefício é o ponto principal. O empresário sabe, melhor do que ninguém, a o que ele está exposto e quais são os riscos. Por isso, ele deve ver quais apólices cobrem esse risco e descartar tudo o que for supérfluo”, afirma Boris Hermanson, consultor jurídico do SEBRAE-SP, que acredita que o auxílio de um corretor de seguros é fundamental para a escolha das coberturas. “Hoje, os segu-
Para as pequenas empresas os mais adequados são aqueles de simples contratação. Isso não significa pegar o primeiro da prateleira” Carlos Antônio Barros de Moura, da BarrosDeMoura & Associados ros são muito customizados. Eles são direcionados por ramo de atividade, tipo de sinistro, tamanho do negócio. O corretor vai fazer o meio-campo e ajudar a ver qual a real necessidade do empresário”, ressalta. Escolher entre as mais diversas opções oferecidas no mercado é um desafio para os pequenos empresários que ainda não sabem o que deve ou não ser segurado. “Para as pequenas empresas os mais adequados são aqueles de simples contratação. Isso não significa pegar o primeiro da prateleira”, alerta Carlos Antônio
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Principais MITOS que assombram a cabeça dos micro e pequenos empresários em relação aos seguros Seguro é caro! (MITO)
Seguro é uma despesa! (MITO)
Os valores investidos vão depender do tipo de apólice e da quantidade contratada. Detecte os riscos e dispense os supérfluos.
É um investimento. Sem seguro, em casos de incidentes, o empresário vai sentir no bolso o prejuízo.
Não tem produto para micro e pequenas empresas! (MITO) Com a forte concorrência de mercado e o aumento da procura, existem opções variadas disponíveis. Basta pesquisar.
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SEU NEGÓCIO Administração
Na ponta do lápis.
Simulação de valores e tipos de coberturas. Cobertura
Valor Indenizável (R$)
Preço (R$)
Incêndio, raio e explosão
500.000,00
433,50
Danos elétricos e curto circuito
15.000,00
95,04
Vendaval/granizo/impacto de veículos
15.000,00
43,20
Vidros/anúncios luminosos
10.000,00
202,50
Roubo/furto qualificado
100.000,00
3.888,00
Equipamentos eletrônicos
10.000,00
32,40
Responsabilidade civil
100.000,00
315,00
Perda/Pagamento de aluguel
150.000,00
130,05
Lucros cessantes decorrentes da básica
250.000,00
320,75
Total
5.460,44
*Estabelecimento comercial localizado no centro de São Paulo
Barros de Moura, consultor sênior de BarrosDeMoura & Associados e diretor da Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS). Barros de Moura aponta que, apesar da adequação, o pacote de seguros destinado a pequenas empresas deve ser composto com algumas coberturas básicas indicadas para todos os tipos de negócio: proteção para incêndio, raio e explosão; cobertura para danos elétricos e curto circuito. Hermanson vai além e completa: “É quase que obrigação do empresário ter um seguro de vida para os empregados. Apesar da cobertura do INSS, em caso de acidente, o seguro complementa. Alguns sindicatos obrigam no dissídio da categoria, mas independente disso, é sempre uma segurança a mais”. Entre as coberturas disponíveis no mercado estão, ainda, a proteção para vidros, anúncios e luminosos, equipamentos eletrônicos, responsabilidade civil decorrente das operações, entre outras. “Também na hipótese de a empresa sofrer algum tipo de bloqueio ou impedimento de acesso que interrompa suas operações por um período, o dono do negócio poderá ser indeniza-
do pelo seguro de lucros cessantes até o valor máximo contratado”, lembra Barros de Moura.
O seguro morreu de velho
Como em qualquer outro ramo de atividade existem os bons e maus profissionais, por isso, o empreendedor deve ficar atento quando for escolher um corretor ou uma seguradora. “É importante verificar se eles estão dentro das legalidades e possuem autorização de funcionamento. Além disso, converse com quem já é atendido e veja quais foram as impressões”, explica Hermanson que acha importância a checagem junto aos órgãos responsáveis como a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Superintendência de Seguros Privados (Susesp) ou nos sindicatos da categoria. Mas negociar é preciso e não é díficil. Na era da concorrência, as seguradoras são flexiveis para conseguir angariar novos clientes. A pesquisa de mercado é um dos passos, mas independente dos valores, atenção especial deve ser dada a um ponto que
(Fonte: BarrosDeMoura & Associados)
Seguros para pequenas empresas *
O custo x benefício é o ponto principal. O empresário sabe, melhor do que ninguém, a o que ele está exposto e quais são os riscos. Por isso, ele deve ver quais apólices cobrem esse risco e descartar tudo o que for supérfluo” Boris Hermanson, do SEBRAE-SP muitos esquecem: como funciona o pagamento em caso de acionamento. “Quando for negociar com a corretora, não se esqueça de ver como é o tramite na cobertura do sinistro. O pagamento deveria ser feito 30 dias após a entrega dos documentos, mas essa relação que, as vezes, é muito extensa pode atrapalhar”, orienta o consultor do Sebrae-SP. “Para todo negócio há seguro. Talvez, possamos assumir que, antes de qualquer coisa, é preciso ter consciência de que seguro é investimento na manutenção da capacidade de continuar gerando riquezas”, defende Barros de Moura. Opinião semelhante a de Hermanson que diz: “Seguro não é despesa é investimento. Provisione no plano de negócios da empresa. Ela deve gerar recursos e receitas para que a cobertura do seguro esteja garantida”. G
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MOTIVAÇÃO&carreira
Artigo
Fabiano Caxito*
É hora de mudar de rumo! R
ecurso humano à disposição do mercado”. “Momento de transição de carreira”. Não importa o eufemismo usado, a verdade é que aconteceu com você! Seja qual for o motivo, você se encontra DESEMPREGADO! Em primeiro lugar: mantenha a calma! Em nossa sociedade, somos julgados pela nossa posição social e profissional. Por isso, é tão difícil aceitarmos a condição de desempregados. De uma hora para outra, perdemos sobrenome, status, poder e reconhecimento. Mas você deve aproveitar este momento para crescer pessoal e profissionalmente. A maioria das pessoas não planeja sua carreira. Nós deixamos a vida nos levar, como diz a música de Zeca Pagodinho. Mas se você deixa a vida te levar, principalmente na sua vida profissional, dificilmente vai alcançar seus sonhos. Use esse momento para repensar sua carreira. Seu último emprego trazia satisfação? É o que você quer fazer por mais alguns anos de sua vida? Não é momento de buscar um emprego mais ligado àquilo que você realmente gosta de fazer e que lhe traga satisfação pessoal e profissional? É hora de usar seu network Assim como uma rede de segurança, seu network tem o papel de suportá-lo, de ampa-
rá-lo quando você precisa, evitando que você caia como agora que está desempregado. Uma boa rede deve ser alimentada, tratada e construída não quando você precisa de ajuda, mas sim quando você pode ajudar. Quando você se lembra das pessoas, oferece ajuda, fortalece os nós de sua rede. Quando precisar, as pessoas lembrarão daquilo que você fez por elas. É hora de conhecer gente nova Quando estamos empregados, temos a tendência de nos relacionar apenas com as pessoas ligadas à nossa atuação profissional. Deixamos de buscar novas amizades, novos contatos e experiências. Aproveite este momento para abrir seus horizontes. Que tal ser voluntário? O voluntariado é uma grande chance de enxergar o mundo de um ponto de vista diferente, de conhecer pessoas diferentes com as quais compartilha uma mesma preocupação social. E elas se lembrarão de você quando precisarem de um profissional diferenciado. Agora é com você. Não se deixe abater por esse momento de transição em sua carreira. Analise sua vida profissional, defina o que gostaria de fazer no futuro. Invista em seu network e conheça pessoas novas. E saiba que momentos de transição vão acontecer com frequência em seu caminho. Use-os a seu favor! Até o próximo mês! G
A maioria das pessoas não planeja sua carreira. Nós deixamos a vida nos levar, como diz a música de Zeca Pagodinho. Mas se você deixa a vida te levar, principalmente na sua vida profissional, dificilmente vai alcançar seus sonhos”.
* Fabiano Caxito é mestre em Administração Estratégica, coordenador dos MBAs na UBS e UNICID, instituições onde também atua como professor. Autor dos livros “Não Deixo a Vida me Levar. A Vida, Levo Eu!”, Editora Saraiva, “Recrutamento e Seleção”, e “Administração da Produção”, pela Ed. IESDE. Apresentador do programa Acelere sua Carreira na Clictv. Site: www.aceleresuacarreira.com.br
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Carreira&negócios GESTÃO&negócios • 71
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CONVERSA AFINADA Artigo
Reter é
não reter
As empresas devem repensar o relacionamento com seus talentos e estabelecer como prioridade alguns pontos geralmente esquecidos *José Augusto Figueiredo
U
m desejo comum a todas as empresas e que ganha cada vez mais atenção nos últimos tempos é a chamada retenção de talentos. O techamada ma tem sido o sonho de consumo e, ao mesmo tempo, o pesadelo de muitos gestores desde o início do apagão de talentos. E, agora, com as perspectivas positivas de crescimento para o Brasil, intensifica-se a disputa pelos melhores profissionais do mercado. Pensar em retenção de pessoas é mais complexo do que se julga e talvez represente um dos maiores desafios para questão da sustentabilidade humana nas organizações. Antes de desenhar manuais de melhores práticas ou definir estratégias sobre este tema, é importante avaliar de uma forma mais humana e observar que a retenção de profissionais pode ser um grande paradoxo. Isso porque é uma utopia quando 74 • gestão&negócios
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tratamos de pessoas que sentem, se emocionam e aspiram de forma consciente e, muitas vezes, inconscientemente. Como assim? Pode soar estranha a afirmação, mas observamos que um dos principais valores dos talentos no cotidiano profissional é a liberdade. E como reter alguém que preza tanto a liberdade? De uma forma simplificada, quem busca tanto permanecer nos quadros da empresa tende a ser avesso à própria retenção. Isso prova como a questão exige reflexão. O quadro fica mais óbvio quando lembramos que ser percebido como talento é algo diretamente ligado a um contexto. Alterado minimamente o contexto, alguém que outrora era preterido pode vir a ser percebido como um novo membro do seleto hall de talentos, o que pode alterar a decisão de permanecer ou querer ser parte de uma determinada organização. Afinal, para ter satisfação no trabalho, as pessoas precisam, necessariamente, ser reconhecidas pelo desempenho profissional. Muitas vezes elas precisam ser reconhecidas pelo nãodesempenho e, mesmo que isso doa, pelo conhecimento da possibilidade de aprendizado e de melhora. Sem reconhecimento, é fácil chegar à conclusão de que as tarefas do dia a dia não têm significado e não condizem com os objetivos pessoais. Sabendo destas premissas, as empresas devem refletir e estabelecer como prioridade alguns pontos na relação com seus talentos. Em primeiro lugar, é importante comunicar com clareza os valores adotados, para que o profissional tenha a possibilidade de compreendê-los e de avaliar se a visão da organização, da área ou do seu líder está alinhada ao seu projeto ou aspiração pessoal. Tem que fazer sentido! Por isso, é possível afirmar que as companhias que transmitem claramente sua identidade
estratégica e garantem ao seu time os meios para refletir sobre ela são as que maximizam a parceria com seus talentos. Elas não os retêm, elas os atraem. É importante ainda que exista atitude de comunicação aberta para criar um ambiente favorável à expressão, pois talentos adoram e precisam se expressar. Dar ao time essa abertura, assim como perspectivas sobre o futuro dos negócios e projetos, viabiliza a mobilização das pessoas dentro e fora da organização, de forma que os sonhos de indivíduos e organização se misturem. É isso que se busca: a parceria de empresas com seus talentos não pode mais ser pensada somente dentro das fronteiras da organização! A empresa, antes de sinalizar quais são as oportunidades e desafios que o profissional tem à disposição, deve procurar perguntar aos seus talentos quais os sonhos que já os mobilizam e que eles querem realizar. Um ponto crucial nesta parceria entre profissionais e companhias é a famigerada sucessão. É fundamental que o tema seja tratado com transparência. Devem ser mostradas ao profissional quais são as competências a serem desenvolvidas a fim de prepará-los para assumir novos papéis no futuro. Algumas ações práticas são eficazes na gestão da parceria entre talentos e empresas. Promover trabalho por projetos, por exemplo, é uma forma de dar energia e desafios ao time, principalmente para as gerações mais jovens, com altas expectativas. Dessa forma é possível ter claro o começo, meio e fim de um trabalho e consequente resultado. Esta forma ainda faz com que a equipe possa transitar em diversas áreas da empresa, o que proporciona entusiasmo e também expertise em diferentes frentes. Algumas organizações já sabem o tamanho do problema, mas ainda
Pode soar estranha a afirmação, mas observamos que um dos principais valores dos talentos no cotidiano profissional é a liberdade.” não têm ações consistentes e sistêmicas para a parceria com talentos. Muito da incapacidade para solucionar este problema pode estar ligada à própria falta de preparação dos atuais executivos e líderes que, em sua maioria, cresceram dentro de um modelo mental pré-estabelecido, no qual a parceria com talentos não era necessária, uma vez que acreditavam que o matrimônio com a empresa era para vida toda. O grande desafio é preparar os atuais líderes para a importância da flexibilidade que a parceria com talentos exige. G
*José Augusto Figueiredo é COO da DBM América Latina, consultoria especializada em gestão do capital humano.
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gestão pessoal
Planejamento
Grau de inovação na gestão de sua empresa:
você sabe qual é?
Abaixo, estão 10 questões que ajudam a refletir como a empresa está posicionada quanto ao novo mercado. A análise deve ser respondida de forma objetiva e direta, para que reflita o momento atual em que a empresa se encontra
1. Qual caminho inovador sua empresa está utilizando para atrair e reter talentos, visto que atualmente devemos estar antenados ao mercado e às suas constantes inovações, seja em termos de produto ou de profissionais?
c. A empresa necessita entregar os resultados em prazos cada vez menores, assim cada um deve estar pronto para reorganizar as atividades para atendimento das necessidades.
somente o imediatismo. Como sua empresa trata das urgências?
do departamento, não sendo necessárias paradas para descontração. Afinal, o trabalho está esperando para ser finalizado.
*Dora Alcântara
a. Horários flexíveis podem servir de melhoria na qualidade de vida e do trabalho, porém a empresa auxilia cada um na administração do tempo, por meio de treinamentos e de gerenciamento.
b. A empresa não pode ter horários flexíveis, pois o custo operacional se elevaria. 3. Hoje, muitas empresas encaram que c. Os horários flexíveis podem atrasar a eno ambiente de trabalho favorece o a. A empresa procura fortalecer cada profistrega dos trabalhos e pode gerar inquietações crescimento pessoal e a satisfação dos sional, buscando investir em novas metodoentre os funcionários, pois nem todos trabacolaboradores. Algumas empresas logias de trabalho, tais como a implantação lham com horários indeterminados. entendem que em um ambiente leve de programa de desenvolvimento de coae saudável pode haver liberdade para ching para melhora do trabalho em equipe. conversas, brincadeiras e parada para 5. Algumas empresas promovem o o cafezinho para descontração sem b. Cada gestor é o responsável pela análise de encontro dos profissionais de alto perder o foco do trabalho. Como sua seu departamento e a determinação das ferraescalão para que haja um diálogo empresa trata dessa questão? mentas a serem utilizadas para cada colaborador. aberto entre todos os líderes de dea. A empresa procura incentivar a interação dos c. O departamento de Recursos Humanos é partamentos diferentes. O principal o único responsável por determinar as ferrafuncionários, buscando valorizar a comunicaobjetivo é a conversa aberta sobre mentas que serão utilizadas para o desenção no ambiente de trabalho, proporcionando a organização, seus problemas e suas perspectivas. E na sua empresa? volvimento pessoal. ambientes para paradas para o cafezinho, entendendo que neste tempo o funcionário descontrai a. Existe a promoção de encontros de profise interage com outros departamentos. sionais para a análise dos resultados e inclui2. Atualmente, a urgência na entrega se a discussão dos processos em andamento, b.O gerente procura aproximar-se das pessoas de resultados é um dos pontos fordos principais problemas e as alternativas tornando o ambiente mais leve, porém sempre tes de estresse nas organizações. possíveis, levando em conta a opinião dos limitando ao departamento de trabalho. Parece que o mundo global urge principais membros da organização e de perspor resultados imediatos, parece c. A empresa entende que a leveza no trabapectivas de áreas diferentes. não haver mais planos de trabalho lho pode ser adquirida com a interação dentro b. A empresa promove reuniões em períodos determinados e com tópicos antecipadamente elaborados.
a. O planejamento é utilizado para direcionar c. Existem reuniões dos profissionais de alto a empresa no caminho desejado, as alteraescalão para discussão dos resultados e plações necessárias são analisadas e efetuadas 4. Como a empresa encara os horários nos da empresa. no dia a dia, sempre levando em conta a direflexíveis de trabalho: uma forma de triz determinada. aumentar a qualidade de vida dos 6. A empresa pode ter elementos que colaboradores ou uma forma do b.Como as metas e as cobranças mudam colaborador perder o controle do diariamente, é necessário urgência na adappermitam a inovação, tais como próprio trabalho? novas ferramentas de controle, notação das mudanças requeridas. 76 • gestão&negócios
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vos processos, novas metodologias de trabalho e incentivo à participação de todos, promovendo eventos ou pesquisas internas.
c. O talento é entendido pela empresa como uma habilidade que deve ser analisada, levando-se em conta o conjunto do departamento.
a. O ambiente empresarial deve valorizar a 9. A meritocracia pressupõe que as inovação, permitindo circular novas ideias conquistas serão alcançadas pelo com liberdade, onde poderão haver erros, mas resultado da realização, ou seja, o entendendo-se que no aprendizado faz parte mérito de cada indivíduo. O colaboos acertos e os erros. rador será recompensado de acorb. A empresa deve implementar técnicas que do com seus méritos. Na sociedade permitam a inovação dentro do ambiente brasileira, isso ainda é um tabu, mas de trabalho. aos poucos as empresas estão imc. As ferramentas a serem utilizadas devem plementando um sistema de avaliaser elaboradas pela área de qualidade e implementadas pelos demais departamentos. ção de desempenho. 7. Nas empresas inovadoras, a gestão dos colaboradores é um ponto essencial para o crescimento de todos, influenciando no próprio desenvolvimento da organização. a. A gestão das carreiras é muito importante para traçar os objetivos da empresa e do profissional, assim, deve-se identificar as competências e oferecer o treinamento para as pessoas, preparando-as para as oportunidades que surgirão. b. A empresa pode identificar competências, mas nem sempre consegue promover no prazo necessário. c. O gestor deve avaliar e divulgar para a organização os colaboradores que devem crescer na organização. 8. Uma empresa inovadora tem programas que reconheçam as necessidades das pessoas e estimula a retenção de talentos. Talento entende-se como pessoas que desenvolvem sua capacidade, investindo tempo e persistência. a. A empresa entende que talento é uma habilidade que se desenvolve com a prática, assim procura detectar estas pessoas, a fim de propiciar o seu aprendizado e o aprimoramento. Essa filosofia faz parte da retenção do principal ativo da empresa, que são as pessoas. b. A empresa reconhece os talentos por meio do trabalho realizado, mas existe a dependência da análise do gestor direto.
a. A empresa utiliza ferramentas de avaliação dos colaboradores, em que existe a análise dos gestores diretos, gestores interligados e uma análise final da área de recursos humanos, com o objetivo de determinar com maior precisão quais colaboradores devem receber a recompensa pelos resultados obtidos. b. Na sua empresa, existe o sistema de avaliação dos colaboradores, porém, a análise final está a cargo do gestor responsável. c. As avaliações são efetuadas com metodologia própria, em que o resultado é analisado pela área de recursos humanos, que determina quais serão os colaboradores que receberão destaques e recompensa. 10. As empresas inovadoras devem ter elementos objetivos na busca da inovação, tais como a introdução de dinâmicas e processos que incentivem essas inovações. a. A empresa deve ter um ambiente que propicie a inovação, onde novas ideias possam ser divulgadas com liberdade, e que as pessoas estejam influenciadas pela inquietação da renovação do ambiente e dos processos. b. Alguns processos não funcionam em determinadas empresas, devido à sua complexidade.
Some os pontos que alcançou no teste de acordo com a tabela abaixo: Respostas “A” valem 3 pontos. Respostas “B” valem 1 ponto. Respostas “C” valem 2 pontos.
resultados De 10 a 16 Pontos: O desempenho da empresa no teste indica que é necessário rever os processos de avaliação dos colaboradores, o ambiente de trabalho, o planejamento das atividades e o ambiente da empresa. Recomenda-se, nesse caso, que a empresa busque especialistas no mercado, para introdução de metodologias de análise para suprir as necessidades de apoio aos colaboradores e melhorar sua gestão.
De 17 a 23 Pontos: A empresa indica que existem processos implantados que auxiliam na análise dos colaboradores e indicam que o ambiente empresarial está no caminho correto. No entanto, o processo de implantações de metodologias de análise deve continuar para que se atinja toda a corporação. Os pontos obtidos indicam que a empresa está em processo de inovação e deve focar-se no encontro de conhecimentos que ainda estão faltando para seu aprimoramento.
De 24 a 30 Pontos: Neste ponto indica que a empresa está no caminho certo, implementando metodologias para o desenvolvimento comportamental e empresarial. O que se deve observar é que mesmo em ambientes ideais não se deve deixar de procurar no mercado as novas metodologias introduzidas, pois isso significa a manutenção do ambiente empresarial. *Dora Alcântara é diretora comercial da empresa Alcântara & Carvalho Consultoria Empresarial e Recursos Humanos
c. A inovação pode ser obtida por meio de técnicas existentes, sem necessariamente haver uma inquietação das pessoas. gestão&negócios • 77
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SinapSe Livros TeORia&pRÁTiCa
Oportuni dades
Título: Sucesso é... Superar encrencas! As turbulências são oportunidades para quem quer crescer nos negócios Autor: Wang Chi Hsin Editora: Gente Páginas: 168 Preço: R$ 39,90
Que a vida profissional é repleta de desafios todo mundo está careca de saber. O que muita gente ainda não conseguiu perceber é que o caminho correto para conduzi-la é transformar esses obstáculos em oportunidades. Isso mesmo, o importante é não deixar a “peteca cair” e fazer fatos desagradáveis virarem lições. O executivo Wang Chi Hsin, que escolheu o Brasil para trabalhar, sabe bem o que tais lições representam para a vida profissional. Nascido em Taiwan, ele chegou ao Brasil aos oito anos e, aos 25, foi o responsável pela instalação da multinacional Epson no Brasil, e na empresa ficou com mais de 20 anos como presidente. A experiência à frente da gigante da tecnologia foi contada no livro “Sucesso é... Superar encrencas! As turbulências são oportunidades para quem quer crescer nos negócios”, lançado pela Editora Gente. O objetivo da publicação não é ser uma biografia,
mas sim uma reflexão sobre o universo corporativo. Um dos conselhos de Wang Chi Hsin é: “Você precisa de envolvimento e dedicação em seu trabalho, pensar em profundidade no que sabe e pode fazer, conhecer suas potencialidades e suas limitações. É necessário repensar estratégias, criar e divulgar seus produtos para repassar a crise para a concorrência. Sempre digo e repito que os melhores líderes são aqueles que conseguem encontrar o sutil equilíbrio entre ter ideias que façam a empresa voar e também manter os pés no chão. Pondere sempre antes de implantar ações excessivamente inovadoras nunca antes realizadas, mas não intimide, ouse e faça”. O executivo fala isso com conhecimento de causa. Ao longo de sua carreira, Chi Hsin superou desafios e transformou dificuldades em uma carreira executiva e empresarial sólida e bem-sucedida. Não deixe de conferir as dicas desse vencedor!
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sua biblioteca empresarial
pLaneJaMenTO
Título: Luz! Plano! Ação! Autor: Josué Campanhã Editora: Hagnos Páginas: 208 Preço: R$ 29,90*
O livro “Luz! Plano! Ação!” é um manual de como executar o tão importante planejamento nos projetos das empresas. A publicação é dividida em três partes, como indica o título do livro, tratando desde a coleta de dados para saber onde a empresa se encontra até os passos para executar o planejamento, tudo com um foco prático. O autor visa a atender uma demanda de líderes que possuem grande domínio a respeito de todo o processo de planejamento, mas sentem dificuldade na hora de executá-lo.
DeSaFiOS
O presidente da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Hélio Terra, resolveu contar sua experiência de 25 anos na área de RH no livro “Empreendedorismo e Excelência em RH”. Além disso, a obra mostra os principais momentos da evolução do RH no Brasil e os desafios impostos pelo dinamismo do mercado de trabalho, como a demissão assistida, a conquista de um novo emprego, entre outros temas.
Título: Empreendedorismo e Excelência em RH Autor: Hélio Terra Editora: Gente Páginas: 208 Preço: R$ 34,90*
TSUnaMi
Título: Castelo de cartas: a derrocada do Bear Stearns – Uma história de arrogância e abuso Autor: William D. Cohan Editora: Grupo Editorial Record/ Editora BestBusiness Páginas: 630 Preço: R$ 69,90*
Infelizmente, o ambiente corporativo é cheio de altos e baixos. A publicação abaixo mostra o relato do ex-CEO do Bear Stearns sobre a derrocada do banco, um dos mais tradicionais dos Estados Unidos. Você vai entender, passo a passo, como os principais executivos de Wall Street ignoraram o perigo representado pela atuação dos bancos de investimentos no setor de hipotecas, em uma das piores crises financeiras já vistas.
FinanÇaS
O livro “Ganhe mais investindo em opções” traz técnicas de investimentos para o mercado de ações, além de ensinar a compreender melhor o setor como um todo. Montar operações lucrativas, reduzir os riscos, aproveitar oportunidades escondidas por trás das quedas de preços, diminuir a dependência das altas do mercado para ganhar, entre outros itens, são esmiuçados na publicação.
Título: Ganhe mais investindo em opções Autor: Marcelo Piazza Editora: Saraiva Páginas: 176 Preço: R$ 34,90*
*Valores consultados em julho
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SinapSe DVD
escola da vida
DO QUE SE TRATA?
QUAL A RELAÇÃO?
A chegada de um novo professor muda a rotina de um estabelecimento de ensino. Suas aulas são motivadoras, ele se preocupa com os alunos de forma dinâmica e humana, procura mostrar que todos são especiais e dá atenção a cada um individualmente. Os alunos o adoram, os demais professores o admiram, exceto um que se sente ameaçado por ele.
O filme possibilita debater, tanto no campo educacional quanto no do trabalho, inúmeros temas, tais como: aprendizado formal e informal, bom humor, comunicação, conflito, criatividade, emoção, empatia, liderança e como a chegada de um novo membro ao grupo pode fazer a diferença e estimular práticas criativas e inovadoras.
DO QUE SE TRATA?
QUAL A RELAÇÃO?
FIQUE ATENTO!
Às lições, mostrando que a aprendizagem pode ser mais produtiva, rica, embasada e, consequentemente, gerar a melhoria do desempenho. Repare que o novo professor não se fixava apenas no ensino de determinada matéria, mas utilizava o modo interdisciplinar para integrá-la às demais. E na sequência (1h15min) que destaca o que é realmente vencer.
DIVULGAÇÃO
Filme: Escola da vida (School of Life) Direção: William Dear Ano: 2005 Gênero: Drama Duração: 111 minutos
a Fuga das Galinhas
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Além de possibilitar a metáfora com a história do galinheiro – por meio da identificação dos fatores que impedem as pessoas de sair das “cercas” e decidir o destino de suas vidas – o filme enseja o debate de inúmeros temas como liderança, modelos mentais, medo do desconhecido, visão compartilhada e a importância do trabalho em equipe.
FIQUE ATENTO!
À transposição que pode ser feita para o mundo corporativo principalmente na sequência, no final do filme, em que as galinhas decidem construir um avião e há uma mobilização de todos no galinheiro, evidenciando a importância do espírito de equipe, a divisão de tarefas e a persistência do grupo na consecução do objetivo.
UNIVERSAL PICTURES
Título: A Fuga das Galinhas (Chicken run) Direção: Peter Lord e Nick Park Ano: 2000 Gênero: Animação Duração: 85 minutos
A trama se passa na década de 1950 numa fazenda em Yorkshire e conta a história de um bando de galinhas que resolve escapar de um galinheiro onde vivia aprisionado. Para isso, tentam se organizar para planejar a tão sonhada fuga e são lideradas por uma companheira que se sentiu indignada ao ver uma de suas amigas ser morta por não ter botado nenhum ovo.
* MYRNA SILVEIRA BRANDÃO é administradora, jornalista e crítica de cinema – diretora cultural da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de Janeiro (ABRH-RJ) e autora do livro “Luz, Câmera, Gestão – A Arte do Cinema na Arte de Gerir Pessoas” – Editora Qualitymark
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Experiência interativa A gigante de logística e entrega expressa DHL reinaugurou sua página na internet simultaneamente a sites locais de 140 países. O objetivo do novo projeto, que integra todas as unidades de negócio da empresa e garante que os mais de 300 mil visitantes diários encontrem com facilidade o caminho para os recursos do portal, é oferecer acesso mais amigável a todos os serviços de logísticas em envios internacionais. Além disso, o portal apresenta oportunidades de carreira em cargos locais e globais, fornece materiais de divulgação para a imprensa e informações abrangentes sobre o grupo Deutsche Post DHL. Segundo o vice-presidente executivo de comunicação corporativa da Deutsche Post DHL, Christof Ehrhart, o site é mais um
passo para tornar os produtos e serviços da companhia mais fáceis de usar, simplificando o processo de procura da pessoa certa para o seu tipo de serviço. “O novo DHL.com possibilita acesso fácil a todos os serviços da DHL no mundo e prioriza as necessidades reais do cliente que nos visita on-line”, comenta. Outro projeto virtual também foi lançado: um website novo com perspectivas sobre a marca DHL, o www.DHL-brandworld. com, que mostra os valores da marca e histórias de sucesso com clientes, entre outros assuntos, como as últimas campanhas de marketing, as parcerias com a Fórmula 1e as semanas de moda. Para mais informações, acesse www.DHL.com e www.DHL-brandworld.com
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Moda
Marketing de resultado A marca de lingerie Dilady comemora oportunidades geradas por sua participação no Salão Moda Brasil 2010 flávia ghiurghi
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Dilady, empresa especiali zada em moda íntima fe minina, tem bons motivos para comemorar. Sua par ticipação no Salão Moda Brasil 2010, que aconteceu do dia 21 a 23 do úl timo mês de junho, em São Paulo, te ve as expectativas superadas, segundo o diretor comercial e de marketing da Dilady, Márcio Pereira. O estande da marca recebeu cerca de 100 visitan tes por dia, que vieram de todas as regiões do Brasil e também algumas cidades da América do Sul, para co nhecer as oportunidades de negócios de uma empresa que fabrica 700 mil peças de lingerie por mês. Com o fechamento de novos negó cios na feira, a Dilady estima aumento significativo em seu faturamento com exportações, que hoje abastece paí ses como Uruguai, Paraguai, Bolívia, Venezuela e Panamá. “O evento serviu de termômetro para os planos de ex pansão da marca. Além de aumentar a participação em regiões brasileiras com pouca atuação, está no planeja mento da empresa iniciar exportação para outros países latino-americanos”, afirma Pereira. Segundo o executivo, a campanha da empresa, que contempla quatro bioti
pos distintos de mulheres, foi o prin cipal destaque durante todo o even to. Sob o slogan “Não importa o corpo que você tem, nós temos a lingerie que você precisa”, a Dilady destacou a im portância de criar modelos que aten dem a diferentes estruturas corporais, aliando estética a conforto. Em entre vista à Gestão&Negócios, Pereira fala sobre a participação da Dilady no Salão Moda Brasil e as expectativas de cresci mento para este ano. Gestão&Negócios(G&N) – Fale sobre a participação da Dilady no Salão Moda Brasil 2010. Márcio Pereira (MP) – A participação da Dilady no Salão Moda Brasil 2010 teve saldo bastante positivo e nos pro porcionou muita visibilidade. Por meio de uma comunicação planejada, con seguimos transmitir com êxito a nossa filosofia de trabalho e o nosso posicio namento entre as maiores empresas do segmento. Entre os visitantes do es tande ficou evidente o crescimento da marca e da linha de produtos, que já vi nha acontecendo há alguns anos. Entre os produtos mais procurados pelos vi sitantes estão as coleções Compact Curves e Techno Shape, ambas com a tecnologia do sistema Ultra Shape, re sultado da combinação de tecidos e
Marcio Pereira, da Dilady corte a laser – a mesma utilizada nos modelos das calças Zero Barriga, que comprimem o abdômen e permitem uma silhueta enxuta e modelada. G&N – Quais são as perspectivas da Dilady para este ano? MP – Alcançar a porcentagem de cres cimento planejada, que gira em torno de 12%, principalmente devido aos in vestimentos de estruturação da equi pe de vendas e expansão de clientes realizados em 2009. Essas ações repre sentaram a ampliação na abertura de clientes do varejo nacional em cerca de 50%, comparado ao ano anterior e que, agora em 2010, começa a refletir em aumento no volume de compras. G
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