Uma nova ideia Há algum tempo, discutiu-se sobre a possibilidade de mudar algumas regras ortográficas na língua portuguesa. Como resultado, um novo acordo entrará em vigor até 2016. Não foi a primeira vez que a decisão foi tomada e, seguramente, não será a última. Para o rádio nada muda. Não é escrito. Vossa mercê poderia explicar? Assim era grafado o popular você, tão odiado por alunos de Ensino Médio pela confusão gerada com o tu. Ninguém chora no túmulo do antigo verbete. Sem exceção, nem mesmo os estudantes. Há anos abandonado, só é visitado por amantes da história da língua portuguesa. O fato é que reformas são necessárias. A evolução é imprescindível. O rádio também se transformou com o tempo. Na verdade, até mesmo a sua invenção é resultado de vários avanços, seguidos ou simultâneos. Começou com as teorias de Michael Faraday sobre indução magnética, passou por Thomas Edison, que fez com que a corrente elétrica viajasse de uma placa de metal até um filamento, e teve contribuição de Henrich Hertz, comprovando a existência das ondas eletromagnéticas (que hoje conhecemos como ondas de rádio). Há algum tempo, introduziu-se no Brasil a Televisão Digital. As pessoas desconhecem, no entanto, a existência dessa versão em alta definição para o rádio. A inovação pode partir de dois formatos: o europeu e o americano. Também por isso, o serviço não foi oferecido em nosso território. Os interesses das redes de áudio brasileiras são uma dificuldade na adoção do Rádio Digital. Europeizado, o formato abriria novas faixas. Além de possibilitar uma grande variação na programação dos veículos, pois haveria mais espaço para outras abordagens, também aumentaria consideravelmente a concorrência. No americano, manteria essas faixas. Teria de haver mudança nos atuais aparelhos e, frente à menor popularização dessa mídia comparada com a TV, é um risco. O aparelho de rádio fez - e ainda faz - parte da vida de milhares de pessoas. Em respeito a elas, é uma obrigação oferecer o melhor serviço de áudio. Inovações sempre recebem críticas, mas os resultados às vezes são extremamente positivos. Por se tratar de uma das maiores criações da história, há divergência quanto ao inventor do rádio. Uns dizem
que foi o brasileiro Roberto Landell de Moura - outros, que foi Guglielmo Marconi. Porém, parece egoísmo atribuir a uma única pessoa os méritos de algo que somente existe pelo trabalho de tantos homens brilhantes. É igualmente lamentável não adotar o Rádio Digital por medo.