sumário DIRETORIA EXECUTIVA TRIÊNIO 2006/2009
18 Entrevista “Pagar bem e cobrar na mesma proporção é a receita do sucesso”
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Meio Ambiente O meio ambiente na gôndola
30 Idosos e Deficiente Uma questão de Respeito
40 Final de Ano Mês de festas e de vendas matéria de capa
05 Palavra do Presidente 06 Editorial 08 News 16 Perfil 54 Crescimento
64 Jurídico 66 Super Oeste 68 Artigos 72 Espaço Apras 76 Plataforma
Presidente Everton Muffato (Irmãos Muffato & Cia. Ltda.) Primeiro Vice-Presidente Paulo Beal (Supermercado Beal Ltda.) Vice-Presidente Financeiro Daniel Kuzma (Kusma & Cia. Ltda.) Vice-Presidente de Patrimônio Eduardo Antonio Dalmora (Dalmora & Cia. Ltda.) Vice-Presidente de Capacitação Mauricio Bendixen da Silva (A. Angeloni & Cia. Ltda.) Vice-Presidente Jurídico Luiz Mauricio K. Hyczy (Supermercados Superpão Ltda.) Vice-Presidente de Relações Públicas José Eduardo Muffato (Irmãos Muffato & Cia. Ltda.) Vice-Presidente de Segurança Mario Seizi Kuwahara (Supermercado Fantinato Ltda.) Vice-Presidente de Eventos Pedro Joanir Zonta (Condor Super Center Ltda.) Vice-Presidente de Expansão Celso Luiz Stall (Supermercado Stall Ltda.) Vice-Presidente de Relações Sindicais Alceu Breda (Fadaleal Supermercado Ltda.) Vice-Presidente Adjunto Cesar Moro Tozetto (Tozetto & Cia. Ltda.) Vice-Presidente Adjunto João Jacir Zonta (Comercial de Alimentos Zonta) Vice-Presidente Adjunto Carlos Alberto Cardoso (Supermercado Cidade Canção) Vice-Presidente Adjunto Alceu José Tissi (Supermercados Tissi Ltda.) Presidente Regional Sul – Ponta Grossa Nelvir Rickli Junior (Supermercado Rickli) Presidente Regional Norte – Londrina Ademar Vedoato (Supermercados Viscardi) Presidente Regional Oeste – Cascavel Rubimar João Beal (Supermercado Beal) Presidente Regional Sudoeste – Pato Branco Fernando Carlos Delazeri (Comercial Pato Branco) Presidente Regional Noroeste – Maringá Tarley Maia Kotsifas (Supermercado Bom Dia Rede Centro) Presidente Regional Norte Pioneiro – Jacarezinho Carlos Henrique Molinis (Supermercado Supernorte) Presidente Regional – Curitiba Irineu Ferrari (Ferrari & Cia Ltda) Presidente Regional – Irati Paulo César Ivasco (Super Ivasco) Presidente Regional – Guarapuava João Ricardo K. Hyczy (Supermercado Superpão) Conselho Fiscal Efetivo Rodolfo Pankratz (Supermercados Jacomar Ltda.) Haroldo Antunes Deschk (Haroldo Antunes Deschk & Cia. Ltda.) Dercio Domingos de Costa (Supermercado Videira Ltda.) Conselho Fiscal Suplente Rui Marcos Chemin (RM Chemin e Cia. Ltda.) Edson Zamprogna (Com. Alim. Zamprogna Ltda.) Silvio Koltun Alves (Mercantiba Supermercado Ltda.) Conselho Permanente Eduardo Antonio Dalmora Pedro Joanir Zonta Roberto Demeterco Romildo Ernesto Conte Ruy Sen Sidney Schnekemberg Superintendente Valmor Antônio Rovaris Diretor Comercial Walde Renato Prochmann
Vice-Presidente de Relações Públicas Eduardo Muffato Diretor Comercial Walde Renato Prochmann Jornalista Aline Esteves de Castro Redação Ana Carolina Cernicchiaro e Fabio Pinheiro Departamento Comercial Khailany Raquel e Rosicléia Jonas Fone: (41) 3362-1212 – Fax: (41) 3362-8513 E-mail: supermix@apras.org.br Diagramação Samuel Rodrigues Revisão Paulo Roberto Maciel Santos Fotos Alex Santos Pré-Impressão (CtP) e Impressão Maxi Gráfica e Editora Ltda. Tiragem 16.000 exemplares Distribuição Nacional Enviada aos supermercados e atacadistas do Brasil. A revista Supermix pertence ao patrimônio da APRAS – Associação Paranaense de Supermercados – e é o seu órgão oficial de divulgação. Avenida Souza Naves, 535 – CEP 80050-040 Fone: (41) 3362-1212 – Fax: (41) 3362-8513 – Curitiba – PR apras@apras.org.br / www.apras.org.br Os artigos assinados são de total responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. Todos os direitos reservados.
Tradicionalmente, nesta época começávamos falando da alegria do setor na melhor data do ano, mas não temos como fugir. Se o assunto antes era a volta da inflação, agora a situação se agravou. Só se fala em crise americana, que depois tornou-se européia e agora é mundial. Mas como isso pode afetar nosso negócio? Com a oscilação do dólar os importados que até o ano passado representavam 5% de nossas vendas, certamente esse ano terá uma queda considerável. Os bens de consumo duráveis que até então fizeram parte da vida dos brasileiros com mais facilidade devido a oportunidade de crédito, poderão apresentar dificuldades neste Natal. Tudo isso pode se tornar uma oportunidade. Com a limitação do crédito a longo prazo, aumentará a circulação de dinheiro a curto prazo, e se as expectativas eram de bens duráveis para incremento na venda, é hora de aproveitar essa onda de dinheiro circulante e apostar nos produtos alimentícios. Porém, como no final de ano aumenta a circulação de dinheiro no país devido ao 13º salário, a expectativa é que as vendas cresçam como de costume entre 35 e 40% em relação a novembro. Como nós brasileiros somos um povo emotivo, não fugiremos das tradições de Natal e Ano Novo. Nenhuma família deixa de lado a tradicional ceia e tampouco os presentes para as crianças. Final de ano é tempo de reprogramar nossas metas e termos esperança. Portanto, devemos pensar positivamente e preparar nossas lojas com produtos que atendam nossos clientes. Uma notícia boa esse mês foi a assinatura do governador Roberto Requião do anteprojeto de lei que diminui de 18% para 12% a alíquota de ICMS de 95 mil itens de consumo popular em operações internas. O texto foi encaminhado à Assembléia Legislativa. Na proposta, estão enquadrados alimentos, medicamentos, fármacos, produtos de higiene e de uso doméstico, calçados, vestuário, madeira e eletrodomésticos. O objetivo é beneficiar as classes C, D e E com redução no preço final dos produtos. Então, que venham as festas de fim de ano, porque o setor supermercadista, mesmo com crise, que ainda não é nossa, está ansioso esperando esta data.
Everton Muffato
Palavra do presidente Everton Muffato Presidente da Apras
setembro - outubro 2008
Editorial Até o fechamento desta edição, vivemos sob os efeitos da suposta maior crise da economia mundial pós II Guerra. Tradicionalmente, nesta época fazemos matérias sobre o crescimento do setor e a preparação das lojas para o final de ano. Tentamos nos aproximar ao máximo da realidade factual neste período e acreditamos que, no artigo sobre crescimento, desenhamos um cenário real para o momento que vivemos, pois nem o mais conceituado economista mundial consegue desenhar o que pode acontecer. Realmente, só Deus sabe. Abordamos nesta edição as medidas que a Apras, em parceria com os supermercadistas, vem tomando em prol da preservação ambiental. O setor tem uma grande importância no aculturamento ambiental e na redução de danos à natureza. Mostramos também a preocupação do setor em relação à legislação sobre as vagas para idosos e portadores de necessidades especiais. Relatamos as dificuldades e observamos o por quê de toda essa preocupação. A matéria sobre a preparação das lojas para o final de ano traz uma grande variedade de lançamentos e opções para incrementar as lojas e movimentar o 13º salário dos consumidores nas ceias e nos presentes. O negócio é ser otimista e imaginar que mesmo passando por toda essa turbulência da crise, dias melhores virão.
Boa leitura! Aline Esteves de Castro
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News VÍDEO AUMENTA EFICIÊNCIA MARKETING NO VAREJO
DO
Coletar informações sobre o comportamento do cliente é uma tarefa complexa e que envolve várias pessoas, tais como gerentes, funcionários e consultores externos. Ainda, quando ela é realizada manualmente, não é fácil analisar os padrões de tráfego e compreender as implicações do comportamento do cliente em relação às sinalizações e ao layout da loja. Para simplificar esta tarefa, a Axis Communications, fabricante sueca de soluções de vídeo para ambientes de rede, desenvolveu recursos inteligentes de vídeo IP que auxiliam a análise da eficiência da propaganda no Varejo. O vídeo oferece possibilidades para aprimorar a inteligência do Marketing no Varejo, ao contrário de gravações em vídeo analógico, que exigiriam horas e horas de observação para revelar informações relevantes. Por meio do sistema de vídeo em rede IP, os varejistas obtêm de forma rápida a visão geral de como os compradores se movimentam em suas lojas e m momentos diferentes. Isto porque ele se integra a sistemas de POS (Point of Sale) e TI disponíveis para analisar e comparar, de forma eficiente, o cliente e as estatísticas de vendas a partir de uma ou várias lojas. O sistema de vídeo IP facilita a identificação de áreas m o v imentadas, áreas sem m o v i m e n t o e gargalos de uma loja. São gerados rapidamente mapas de movimentação, que visualizam o tráfego do cliente para os períodos de tempo selecionados e fornecem dados detalhados para aprimoramentos do design da 08 | supermix 118
loja. Depois de serem feitas mudanças no layout da loja, o sistema permite que os varejistas avaliem imediatamente o impacto no fluxo dos clientes, itens vendidos, média do valor das vendas, além de outros fatores.Também permite análise eficiente da localização do produto e estratégias de exibição d o s produtos. Os gerentes p o d e m simplesmente g r a v a r a interação do cliente com mostruários diferentes e, então, visualizar os mapas de movimentações para verificar a eficiência de cada mostruário. Ele também pode ser utilizado para comparar o fluxo de tráfego e os valores de vendas entre lojas com diferentes pontas de gôndolas e mostruários. Com esse produto, os varejistas podem ganhar uma ferramenta eficiente para analisar o tráfego e o comportamento dos clientes. Isso possibilita a avaliação e a comparação das iniciativas de propaganda e marketing em uma ou várias lojas. Conseqüentemente, os gerentes de varejo podem otimizar o layout da loja, a localização e propaganda dos produtos para aprimorar a experiência do cliente e melhorar seus resultados.
período de 2007. Segundo o levantamento do Itaucard, o volume total de cartões circulando no País deverá fechar 2008 em 110 milhões de unidades, 18,43%, ou 17,1 milhões de unidades a mais do que o registrado no final do ano passado. O mercado brasileiro de cartões de crédito Esse incremento também equivale ao total de mantém a tendência de crescimento apresentada cartões que circulavam em 1998. ao longo do ano e deverá atingir em outubro um faturamento de R$ 19,9 bilhões - o que BRASIL VALIDA USO DO CÓDIGO representa uma alta de 21,8% com relação ao ELETRÔNICO DE PRODUTO NA CADEIA montante registrado em outubro de 2007. Com DE CONGELADOS isso, o faturamento total do ano deverá atingir R$ 223,5 bilhões - 22% a mais em relação ao ano O Código Eletrônico de Produto (EPC), anterior. tecnologia de identificação por radiofreqüência De acordo com os dados da pesquisa (RFID), foi desenvolvido nos Estados Unidos há Indicadores do mercado de meios eletrônicos seis anos, em uma iniciativa liderada pela GS1, de pagamento, desenvolvida mensalmente pela organização sem fins lucrativos que também Itaucard, a opção pelo cartão de crédito como administra a numeração do código de barras forma de pagamento pelo brasileiro também no mundo. Em face dos resultados iniciais tem se fortalecido ao longo de 2008: no final de animadores, o padrão foi adotado por grandes outubro deverão ter sido feitas 253 milhões de redes varejistas, que passaram a exigi-lo de seus transações - volume 18,09% superior ao observado no mesmo mês de 2007. Entre janeiro e dezembro devem ser realizadas 2,843 bilhões de transações, o que representa um acréscimo de 18,8%, ou 450 milhões de operações a mais que o volume do ano passado. Para se ter uma idéia, esse incremento representa aproximadamente o total de transações do ano de 1998. Outro dado importante do levantamento que reforça a opção pelo cartão de crédito como meio de pagamento e financiamento é o valor médio das compras. Em outubro ele deverá atingir R$ 78,68 - valor que deve subir nos dois últimos meses do ano, em razão do Natal. Um reflexo desse crescimento na utilização do cartão de crédito é o aumento no número de plásticos em circulação - que no final de outubro deverá chegar a 106,7 milhões de unidades, 17,9% a mais que no mesmo
FATURAMENTO DO MERCADO DE CARTÕES DE CRÉDITO ATINGE MAIOR VALOR MENSAL DO ANO
News principais fornecedores. A tecnologia de identificação por radiofreqüência (RFID) vem sendo aprimorada nos últimos anos para atender as demandas criadas por grandes usuários internacionais, como redes varejistas, fabricantes de diversos setores econômicos e até o governo. Estes usuários enxergam a tecnologia como a ferramenta ideal para alcançar novos patamares em automação de processos, integração de sistemas de informação, rastreabilidade e autenticidade de produtos. Diversos setores já comprovaram a eficácia da aplicação da tecnologia em seus processos, mas sua aplicação em produtos resfriados e congelados ainda não havia sido atestada. Até hoje, não se sabia como o EPC/RFID se comportaria em ambientes com alto índice de umidade, frio e condensação, como em um frigorífico. Para definir questões como estas, a GS1 Brasil conduziu um importante projetopiloto em parceria com as empresas Frigorífico Flamboiã, Logimasters-Dachser, Edata, Genoa, Motorola, NEC, SEAL e RR Etiquetas. O objetivo do trabalho foi validar a aplicação e performance do EPC/RFID em unidades logísticas resfriadas e congeladas, para identificação serializada de paletes e automação do controle de estoques, além de expedição e registro dos sistemas de rastreabilidade. Os testes iniciais foram realizados na linha de produção para exportação da Flamboiã – especializada na criação, abate e comercialização de frangos. Foram produzidos e identificados com etiqueta EPC/RFID mais de 18 mil quilos de produtos. As etiquetas foram aplicadas nas caixas de transportes e nos paletes. Dois carregamentos foram efetuados do frigorífico para a Logimasters, que recebeu a carga, armazenou e expediu para o exterior, utilizando portais EPC/RFID. Os primeiros resultados foram: 100% de leitura de caixas e paletes submetidos a um ambiente extremamente agressivo, com temperaturas abaixo de 40ºC negativos e grande condensação de umidade sobre equipamentos e etiquetas; 10 | supermix 118
Garantia de rastreabilidade dos produtos e visibilidade dos mesmos a todos os envolvidos nos processos produtivos e comerciais, até mesmo ao consumidor; Aumento de produtividade nos processos de expedição, recebimento e na integração dos sistemas de informação e rastreabilidade em até 43 vezes. Se comparado a um processo já automatizado com código de barras, onde eram gastos em média dois minutos e dez segundos para identificação de 50 caixas de um palete, com a tecnologia EPC/RFID este mesmo processo pode ser feito durante o embarque do produto, ou seja, em menos de um segundo, não sendo necessária a interrupção no carregamento. O Brasil é hoje o maior exportador mundial de carne de frango. No primeiro semestre de 2008, os embarques somaram 1,8 milhão de toneladas, um crescimento da ordem de 19% se comparado com 2007. No mercado externo, a carne de frango brasileira está presente em mais de 150 países, respondendo por quase 40% do comércio internacional. A implantação de um sistema mais moderno e eficaz de identificação e rastreabilidade permitirá ganho considerável de produtividade em toda a cadeia, além de agregar maior confiança por parte de comerciantes e consumidores.
BRASIL TERÁ UMA EMPRESA PARA CADA 24 HABITANTES EM 2015 O país pode chegar a 2015 com uma empresa para cada 24 habitantes. Isso representa um universo de quase 9 milhões de pequenos negócios em 2015, para uma população em torno de 210 milhões de pessoas. Este é um dos dados apontados pela pesquisa Cenários para as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do Estado de São Paulo 2009/2015, realizada pelo Observatório das MPEs do Sebrae-SP. A pesquisa, que mapeou as principais tendências econômicas nacionais e mundiais, faz um recorte do impacto do desenvolvimento
econômico brasileiro neste cenário global e aponta as oportunidades e caminhos para os pequenos negócios em 2015. O estudo identificou um aumento expressivo na relação empresas x habitantes, evoluindo de uma empresa para cada 42 habitantes em 2000, para uma a cada 24 em 2015, aproximando o Brasil dos índices europeus registrados em 2000, quando Alemanha, França, Reino Unido e Itália apresentavam, respectivamente, 23, 24, 23 e 14 habitantes por empresa. A projeção é que, em 2015, o universo de MPEs passe dos atuais 5 milhões para 8,8 milhões, e que mais da metade destes negócios (4,8 milhões) esteja concentrada no setor de comércio (55%), em todo o país, seguido pelos serviços (34%) e indústria (11%). Para o superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, o crescimento da relação empresas por habitantes no país pode ser atribuído em sua maior parte à estabilidade econômica originária do Plano Real, ao aumento da confiabilidade institucional, ao crescimento econômico e à consolidação do ambiente democrático. “Quando há crescimento econômico aliado a um ambiente institucional estável, há maior sensação de previsibilidade, o planejamento se torna menos difícil e o empreendedor se sente mais confiante em investir. O resultado é o aumento do número de empresas no país”, avalia Tortorella, que destaca ainda a sanção
da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas no final de 2006 (Lei Complementar 123/06), como um dos marcos que contribuem para a melhora do ambiente institucional e de investimentos no país. O Estudo aponta também os setores que devem ter maior índice de crescimento nos próximos anos. No comércio, os destaques são para os segmentos de materiais e equipamentos para escritórios e informática (crescimento de 12,5% a/a no número de MPEs), comércio de autopeças (7,7% a/a) e quitandas, avícolas e sacolões (7,1% a/a). No setor de serviços lideram: informática (12% a/a), transporte terrestre e atividades auxiliares de intermediação f i n a n c e i r a empatadas, com 8,4% a/a. Na indústria, o destaque é para o ramo de fabricação de máquinas e equipamentos (7,5% a/a), edição e gráfica (5,6% a/a) e confecção de artigos do vestuário (5,0% a/a), este, um dos setores que historicamente vem puxando o bom desempenho da indústria nos pequenos negócios. Mas esta tendência muda nos grandes centros, como na região metropolitana de São Paulo, onde o setor de serviços deve ultrapassar o comércio em 2015, com 717 mil novas empresas (47%), contra 665 mil estabelecimentos comerciais (44%) e 134 mil na indústria (9%). Os segmentos de serviços que puxam este crescimento são os de aluguel de veículos, máquinas e equipamentos (15,5% a/a) e informática (14,8% a/a). As perspectivas também são positivas, porém mais comedidas para os serviços de alimentação e alojamento setembro - outubro 2008
News que registraram crescimento de 18% em 2000, e a projeção é de 12% em 2010. Além de destacar uma retomada do crescimento mundial a partir de 2010, com índice de 4,9% ao ano de variação projetada para o produto mundial (ritmo mais forte dos últimos 40 anos), o estudo também apontou segmentos que representam oportunidades para empreender, a partir de novas tendências na economia e na sociedade. São elas: educação on-line, lojas especializadas para população com mais de 60 anos, negócios voltados à preocupação com a saúde como cursos, lojas e atividades e centros de lazer e brinquedos, atendendo a forte emancipação do consumo das crianças. Responsabilidade social e eco-soluções também são setores em relevância com créditos de carbono, comércio justo, reciclagem, construções e brindes ecológicos, assim como produtos e serviços voltados para busca espiritual e mística (retiros, livros) e para estética e aparência (cirurgias plásticas e serviços). As oportunidades de negócio seguem a tendência de mudança de consumo da população. Os indicadores sociais do estudo ratificam o aumento da classe C e queda das classes D e E. A redução das desigualdades e a melhora dos indicadores sociais apontam para uma maior escolaridade e aumento na renda das pessoas. Além disso, a pesquisa registra também um aumento da expectativa de vida e da idade média dos brasileiros (pessoas com mais de 40 e mais de 60 anos empreendendo). Para atender a estas demandas, os negócios voltados para pessoas que moram sozinhas e que passam mais tempo em casa tendem a estar aquecidos, como lojas e sistemas de segurança, serviços de leva-e-traz, entrega em domicílio, serviços para idosos, necessidades na área de saúde e artigos que proporcionem mais comodidade no lar. 12 | supermix 118
As fontes de informação do empreendedor também devem mudar. Ele utilizará de forma mais intensiva a Internet, computadores e celulares. Hoje, a principal fonte de informação dos empresários de pequenos negócios ainda é o contador (87%), seguido pelas pessoas ou empresários do mesmo ramo (72%) e a internet (62%). Mas a expectativa de utilização da internet para busca de informações deve crescer ainda mais nos próximos anos com aumento do número de computadores e das redes de acesso de alta velocidade.
UMA PAUSA PARA O CAFÉ Dados da ABIC, Associação Brasileira das Indústrias de Café, apontam um constante crescimento no consumo de café no país: estima-se que, entre 2003 e 2007, o mercado cresceu 25%. Descoberta pelos árabes, a bebida caiu no gosto dos brasileiros. Somos líderes em produção e vice em consumo: são aproximadamente 24 xícaras por dia por brasileiro. Ainda segundo a ABIC, o Brasil deve consumir 18,1 milhões de sacas do produto em 2008, destacando-se mais uma vez no topo da lista dos 57 países produtores do requisitado grão. Os produtores brasileiros, principalmente os que investem em cafés finos e gourmet, têm uma vantagem única no mundo: em virtude do clima favorável durante a colheita, podem escolher o sistema de processamento mais adequado às necessidades de seus clientes. Dentro desse contexto, aumenta o consumo de café fora de casa; fato que movimenta o mercado de especialização de profissionais em manuseio e preparo da bebida. Curso para formação de baristas (profissional que prepara o café), selo de qualidade de grãos e máquinas cada vez mais modernas fazem parte do setor. Um bom café é sempre um prazer, mas implica no resultado de muitos fatores: o grão,
a moagem, a máquina, a água e até mesmo a chávena (recipiente especial em que se serve o café). A Saeco, que trabalha há mais de 25 anos no setor das máquinas de café, viu a oportunidade de negócios no Paraná e a abraçou. O resultado desta investida é a primeira loja somente de produtos Saeco em Curitiba. No espaço, estrategicamente localizado em Santa Felicidade, voltado para turismo e gastronomia, na rua Manoel Ribas, n°5192 o visitante poderá encontrar as linhas domésticas e comerciais, em preços bastante versáteis, que vão de R$ 2.800 a R$9.000. Além dos já conhecidos utensílios de produção do café, a loja da Saeco oferecerá aos seus clientes o grão de café, selecionado e aprovado pela ABIC e um espaço aconchegante e sofisticado para se degustar a bebida: trata-se de um Café dentro da loja. O espaço contará com um barista pronto para atender.
AGROPECUÁRIA DEVE CRESCER 5,5% EM 2008 DIZ BANCO CENTRAL A Agropecuária nacional deve crescer 5,5% em 2008. A informação é do Banco Central que divulgou recentemente o Relatório Trimestral de Inflação com análises do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Conforme a instituição, a previsão da expansão para o setor é de 0,5 ponto percentual superior à divulgada no trimestre passado. De acordo com o relatório, a elevação se deve ao aumento das projeções de safra nos Levantamentos Sistemáticos da Produção Agrícola (LSPA), realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontaram, por exemplo, altas de 32,4% na safra de trigo, de 28% na do café e 13% na de milho. Para o PIB nacional, o Banco Central revisou a estimativa de crescimento, este ano, de 4,8% para 5%. No setor industrial, a previsão subiu de 5,3% para 5,5% e no de serviços, de 4,4% para 4,5%.
News BRASIL É O PAÍS DA AMÉRICA LATINA QUE MAIS RECEBEU INVESTIMENTO EXTERNO EM 2007 O Brasil recebeu 34,6 bilhões de dólares em investimento externo direto (IED) em 2007, cifra 84% maior do que a de 2006 (US$ 18,8 bilhões). O resultado fez do País o principal destino de IED da América Latina, seguido pelo México (US$ 24,7 bilhões) e Chile (US$ 14,5 bilhões). Os dados são do Relatório de Investimento Mundial da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento). Segundo o documento, os setores que receberam a maior parte dos recursos no Brasil foram mineração, metalurgia, alimentos e bebidas, refinarias e produtos químicos. O relatório foi feito entre abril e junho deste ano. Na região da América Latina e Caribe, o fluxo de IED aumentou 36%, atingindo um nível recorde de US$ 126 bilhões. O motivo, segundo a Unctad, foi o forte crescimento econômico da região e a alta dos preços das commodities. De acordo com a pesquisa, o Brasil é o quinto melhor destino do mundo para investimento. China, Índia, Estados Unidos e Rússia ocupam as quatro primeiras posições da lista. No sentido inverso, os investimentos que o Brasil fez em outros países chegou a US$7 bilhões, valor quase três vezes maior do que a média de US$ 2,5 bilhões obtida entre 2000 e 2005.
OS PREFERIDOS DOS BRASILEIROS Segundo pesquisa do Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), em parceria com a Felisoni Consultores Associados, os produtos de informática são os preferidos dos brasileiros. Os itens desta categoria são os de maior intenção de compra pelos consumidores, com 13,8%, o que representa um crescimento de 2,6% em relação à 14 | supermix 118
apuração do segundo trimestre deste ano. Em segundo lugar está a categoria Cine e Foto, como TVs e máquinas fotográficas digitais, que detém 12,6% da preferência. “O resultado é um reflexo das sucessivas quedas no valor cambial do dólar, o que estimula a aquisição desses produtos, aliado ao interesse crescente dos consumidores das classes C e D por artigos dessas categorias”, avalia Claudio Felisoni de Angelo, coordenador geral do Provar, da FIA. A pesquisa também revela que, na lista de desejos, os equipamentos da linha branca, como geladeiras e fogões, têm 10,6% das atenções dos brasileiros. Na seqüência estão os itens do grupo telefonia e celulares, com 9,8% de intenção de compra, os móveis (6,8%), os eletroeletrônicos (6,2%), os materiais de Construção (5,4%), automóveis e motos (4,0%), cama, mesa e banho (2%) e eletroportáteis (1,6%). O estudo contou com a participação de mais de 500 consumidores da cidade de São Paulo e analisou as expectativas em relação à compra das seguintes categorias de produtos: linha branca, eletroeletrônicos, telefonia e celulares, informática, automóveis e motos, cine e foto, material de construção, cama, mesa e banho, móveis e eletroportáteis.
Perfil
Varejo e política no sangue O espírito empreendedor e a política são as grandes paixões de Carlos Henrique Molinis, presidente da regional Norte Pioneiro da APRAS e diretor do grupo que conta com uma loja de conveniência e dois supermercados em Jacarezinho, cidade a 20km da divisa com São Paulo. Aos 47 anos, Molinis divide seu tempo entre a administração das empresas e as sessões na Câmara Municipal da cidade vizinha de Ribeirão Claro, na qual nasceu e onde acaba de ser reeleito vereador pelo Partido Progressista. O gosto pelo comércio veio cedo, quando ainda era empregado em um supermercado em Ribeirão Claro. Foi proprietário de pequenos estabelecimentos, entre eles uma panificadora e um bar e chegou a trabalhar na gerência de uma construtora. A grande virada de sua vida aconteceria em 1992, quando foi chamado para auxiliar na loja de conveniências e padaria fundada pelo irmão, José Carlos Molinis. Os Molinis então se mudaram para Jacarezinho, onde compraram um terreno e construíram a loja. O negócio foi crescendo, com os irmãos trabalhando duro. Em 1996, eles compraram um supermercado local. Em 2003, veio o segundo supermercado. Hoje, o grupo conta com a loja de conveniência, o Super Norte e o Super Center. Até o final do ano, mais um supermercado será aberto. Ao todo, as quatro empresas geram mais de cem empregos. A opção por se concentrar em Jacarezinho é estratégica. “Nesta região, a maioria do comércio é formada 16 | supermix 118
por microempresas. Notamos que os clientes querem mais ofertas e variedade de itens. Quando não encontram no comércio local, vão para cidades maiores. Então concentramos nossos investimentos em lojas de porte médio com foco em perecíveis e qualidade, para dar mais opções aos consumidores”, lembra Molinis. O empresário mora em Ribeirão Claro. De segunda a sexta, percorre os 25km que separam a cidade de Jacarezinho, sede das empresas. Procura chegar ao trabalho por volta das 9h da manhã e permanece até mais tarde. Evita trabalhar aos finais de semana. “De uns anos para cá, aprendi a diminuir o ritmo para manter a saúde a qualidade de vida”, afirma. Os finais de semana são dedicados para atividades de lazer, como passeios a pontos turísticos próximos, incluindo cascatas e represas, na companhia da esposa Celma e dos filhos Bruna, 16, e Carlos Henrique, 20, que já está trabalhando ao lado do pai. Molinis tem como critério principal para contratar um funcionário a possibilidade do colaborador exercer mais de uma função. “Facilita muito para nós se o funcionário dirige, domina informática e pode atuar em outros setores”. Para o empresário, a relação de confiança é essencial em qualquer atividade humana, o que o leva a prezar muito pela honestidade. Para os momentos de tensão, inevitáveis em uma atividade que lida com centenas de pessoas diariamente, adota um método muito original: prefere sair para dar uma volta. “Se uma situação chega a um extremo – o que é raro – delego a questão para um gerente e vou tomar um ar, saborear um cafezinho fora da empresa. Quando volto, tenho
sempre a solução para o problema”. O supermercadista considera como os dois principais problemas do Brasil a falta de vontade da classe política em resolver efetivamente os grandes problemas e a corrupção generalizada. Dois objetivos ainda estão em sua lista de conquistas: quer ser prefeito de Ribeirão Claro e montar uma empresa para o filho. Presidente da Regional Jacarezinho da APRAS, Molinis lembra que a entidade vem sendo reestruturada, atraindo mais associados e oferecendo cursos de qualificação profissional para os funcionários de empresas da região. “Temos participado ativamente de todas as feiras regionais, levando caravanas de empresários da região, o que não acontecia antes”.
Entrevista
a m s e m a n r a r b ” o o c s e s e c m u e s b r o a d g a t i e “Pa c e r a é o ã ç propor Cláudio Diogo percorre o Brasil ensinando a arte da venda, o mais antigo ofício do ser humano civilizado. Seja em palestras que lotam auditórios ou em consultorias, ao longo dos anos ele reuniu uma ampla bagagem, o que o torna uma das maiores autoridades nacionais no assunto. Bacharel em Administração de Empresas, Pós-graduado em Marketing, Pós-graduado em Propaganda, Especialista em Consumo, Ex-professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e Fesp (PR), ele é conveniado com a American Marketing. Possui extensão em Atendimento e Vendas na GM University (Detroit-EUA) e também na ASE Automotive Service Excellence (New Jersey-EUA). Já proferiu cerca de 600 seminários por todo o Brasil, América Latina, Europa e África para aproximadamente 170.000 profissionais. Atua como colunista e articulista em Vendas e Marketing com inúmeros artigos publicados em conceituadas revistas e jornais do país. É o autor do sucesso editorial “V.E.N.D.E.R. Mais e Melhor”, um livro superprático sobre técnicas de vendas, que é adotado por inúmeras empresas como instrumento de capacitação e de orientação para as equipes de vendas. É também co-autor (junto com Elói Zanetti) do livro POSSO AJUDAR? As 31 Dicas Para NÃO Vender e autor no livreto “101 Dicas de Gerenciamento de Vendas” da Revista Venda Mais. Presta consultoria e treinamento em vendas e gerenciamento de equipes para inúmeras companhias. Em entrevista exclusiva a SUPERMIX, Diogo fala da importância do varejo-vendedor e de como os colaboradores de supermercados podem impulsionar vendas na loja.
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SUPERMIX – Vender é uma habilidade que SUPERMIX – Até que ponto o preço de um se aprende ou um dom? produto é a variável mais importante em uma venda? Cláudio Diogo - Vender é uma habilidade que podemos aprender e aperfeiçoar, mas somente pessoas que possuem algumas características biopsicológicas (não gosto de chamar de dom) conseguem plenamente. Descobrimos, através de estudos com inúmeras equipes de vendas, que só um terço da população possuem os componentes ideais para trabalhar em vendas. Os outros “sofrem” quando o fazem.
Cláudio Diogo - Quando a estratégia de um produto é baseada no preço. Quando uma empresa consegue valorar o produto, ela “descola” o preço do produto e consegue elevar a margem.
Cláudio Diogo
SUPERMIX– Como se reconhece uma pessoa com talento para vender? Cláudio Diogo - Através de instrumentos de avaliação de perfil que sejam confiáveis e que tenham suporte de alguma organização focada no ramo comercial. Eles devem avaliar alguns pontos que indiquem as capacidades de um indivíduo no que tange a: Comunicação, Liderança, Relacionamento, Organização e planejamento, Reação a mudanças, Negociação, Tomada de decisões e Comportamento sob pressão.
SUPERMIX - Quais são as etapas de um processo de venda? • Preparação I – profundo conhecimento sobre: a)organização, filosofia, metas, etc... b) produtos e serviços c) metas pessoais • Preparação II – estratégico conhecimento sobre: a) os mercados, b) concorrentes c) clientes que compram e os que não compram – motivos e hábitos SUPERMIX – Um produto em si, exposto em • • • • • • • • •
Contato inicial Diagnóstico Apresentação de soluções Negociação Concretização Adequação de expectativas Venda adicional Avaliação Manutenção e encantamento
uma ponta de gôndola, vende a si mesmo? Ou toda venda exige uma intervenção de uma pessoa? Cláudio Diogo - Não vende: é comprado. Quando uma empresa quer vender ela deve fazer algum esforço de para que o produto seja comprado (merchandising, etc...) ou que alguém ou algo convença o cliente que aquele produto é importante para ele, sua família ou empresa. setembro - outubro 2008
Entrevista SUPERMIX - O varejo supermercadista, pela sua denominação de auto-serviço, apenas expõe seus produtos para que os clientes comprem o que julgarem necessário. Esta postura é adequada? Os funcionários da loja poderiam se tornar vendedores? Como?
SUPERMIX – Qual o papel da operadora de caixa nas vendas de um supermercado?
Cláudio Diogo - Ela faz o fechamento da venda – a venda adicional – e inicia o pós-venda – faz pesquisa de satisfação e orienta necessidade de compra de uma empresa. Se isso não é Cláudio Diogo - Acompanhamos experiências importante, não sei o que é. fora do Brasil onde funcionários treinados conseguiam “induzir” o cliente a comprar pela simples presença ou quando prestavam alguma informação. Temos realizados trabalhos onde nos check-outs, funcionários treinados, conseguem adicionar um ou mais itens na compra total do cliente com muito sucesso. Uma empresa não pode ficar a mercê do auto-serviço, é muito perigoso e antiquado.
Descobrimos, através de estudos com inúmeras equipes de vendas, que só um terço da população possuem os componentes ideais para trabalhar em vendas.
SUPERMIX - Um supermercado de pequeno porte, de bairro, pode criar um pequeno programa de treinamento em vendas para seus funcionários? Quais os passos SUPERMIX – Qual o maior estímulo para básicos? um bom vendedor? Comissões gordas ao final do mês? Prêmios e reconhecimento por parte da empresa? Cláudio Diogo - Deve. Quem não fizer isso estará fora dos negócios em cinco anos. Através de associações de classe e com multiplicadores internos. O dever de um líder é treinar e motivar sua equipe. A capacitação, além de constante e rotineira é responsabilidade do líder e o foco desta ação deve ser ele.
Cláudio Diogo - Remuneração adequada as suas necessidades e objetivos da empresa são chaves para o sucesso. Sendo que os desafios (metas) devem vir acompanhados de “responsabilidade” (cobrança) que é a forma de monitorar um colaborador de forma sadia e focada nos objetivos empresarias e pessoais. Pagar bem e cobrar na mesma proporção é a receita que temos SUPERMIX – Um mix adequado pode observado ser a de maior sucesso no mercado.
influenciar nas vendas?
Cláudio Diogo - Claro. É instrumento da política estratégica de qualquer empresa, desde a micro até a grande rede. Todos devem ter uma séria e racional política de foco do cliente. Isso se faz antes de abrir a loja. Para um navegador que não sabe para onde vai, qualquer vento serve. 20 | supermix 118
Meio Ambiente
O meio ambiente na gôndola Medidas de preservação ambiental se somam ano a ano no setor supermercadista, que tem importante papel na redução de danos à natureza Desafio global, a preservação do meio ambiente faz parte do dia-a-dia do setor supermercadista e tende a ser cada vez mais incorporada às práticas do negócio. Em um período de seis anos, questões essenciais para a sustentabilidade ambiental entraram na pauta dos empresários do setor no Paraná. 2004 foi o ano do Plano de Gerenciamento de Resíduos, o Conjunto de Lixeira se destacou em 2005, as sacolas recicláveis, retornáveis e oxibiodegradáveis e as exigências do Ministério Público do Trabalho em relação ao estímulo aos catadores foram os temas de 2006. A limitação do aterro da Caximba (local de depósito do lixo de Curitiba), que levou à discussão do reaproveitamento de orgânicos surgiu em 2008 e, de acordo com o superintendente da Apras, Valmor Rovaris, a logística reversa vai ganhar corpo em 2009. Estas “fases” têm ressonância nos anos posteriores ao seu surgimento e acabam complementando uma a uma no conjunto de ações que impactam positivamente o meio ambiente, tornando-o melhor hoje e para as gerações futuras. “Podemos dizer que em pouco mais de cinco anos houve uma radicalização na postura do setor diante do tema. Utilizando todos os recursos de separação e destino do lixo, temos condições de fazer bom uso, ou seja, reciclar, cerca de 95% do lixo gerado na cadeia supermercadista”, afirma Rovaris, que destaca o 22 | supermix 118
essencial papel de disseminação de boas práticas exercido pela Apras. “O mundo inteiro está voltado para o assunto e precisamos repercuti-lo em todo Paraná”, complementa. Questão corrente atualmente, a determinação do Ministério Público Federal e da Prefeitura de Curitiba sobre o impedimento do destino do lixo orgânico de grandes geradores (acima de 600 litros por semana) para o aterro da Caximba alerta para uma necessidade que se fará presente brevemente: a organização interna dos supermercados para a separação do lixo gerado em recicláveis, rejeito e orgânicos. Estes, após a “compostagem”, se transformam em um composto que pode ser incorporado ao solo, beneficiando novas culturas. Levantamento da Adetec, realizado em 2004 com 110 grandes geradores supermercadistas, apurou que 70% do lixo gerado por esta amostragem era orgânico (cerca de 1.900 toneladas/mês). Segundo Nicolau Obladen, diretor técnico da Habitat, empresa especializada na análise de planos de gerenciamento de resíduos e contratada este ano pela Setcepar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná) para consultoria no tema, os grandes geradores do setor supermercadista precisam
ficar atentos para esta separação dos orgânicos. “Hoje, 2.400 toneladas são coletadas diariamente em Curitiba. O reaproveitamento dos orgânicos por meio da compostagem, mais a separação dos recicláveis, reduziria o lixo para 25% desse total. O tempo de vida dos aterros seria multiplicado por quatro. Esta necessidade é irreversível”, explica ele. Atentos a todas as possibilidades de ações, os supermercados atuam de forma ampla em relação ao assunto. O Grupo Pão de Açúcar, que opera com 576 lojas em 14 estados e no Distrito Federal, adota a premissa de preservação do meio ambiente em diversas frentes. Entre as iniciativas estão as Estações de Reciclagem, a oferta de sacolas retornáveis e embalagens alternativas às sacolas plásticas, o Caixa Verde – no qual o cliente já deixa no supermercado o que é desnecessário para o posterior consumo, o uso racional de energia elétrica, além da loja natureba, em Indaiatuba, interior de São Paulo, com conceito totalmente focado em hábitos saudáveis de vida e cuidado com a natureza. Desde 2001, as Estações de Reciclagem, presentes em 94 lojas, concentraram mais de 25 mil toneladas de lixo reciclável, repassado para 21 cooperativas de catadores de papel. As sacolas retornáveis, ofertadas em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, já somam 190 mil unidades vendidas, das quais quase 50% foram comercializadas somente em 2008. Este ano, o grupo assinou Compromisso de Parceria para a implantação do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, firmado entre representantes da indústria de plástico e associações de supermercados com o objetivo de reduzir o consumo de embalagens plásticas em, no mínimo, 30%. Lançado como projeto piloto em janeiro deste ano, o projeto Caixa Verde está presente em sete lojas de São Paulo. O objetivo, neste caso, é que a reciclagem comece na etapa pré-consumo, com um convite aos clientes para que descartem suas embalagens (papel, papelão e plástico) antes de levá-las para casa, deixando os invólucros na
loja e carregando só o produto. Isso também contribui com a demanda de embalagens finais, uma vez que há uma diminuição no volume a ser transportado. De acordo com o diretor de Relações Institucionais do Grupo Pão de Açúcar, Paulo Pompílio, o componente de preservação ambiental está presente em todos os processos de gestão da rede, não somente naqueles de interface com o cliente. “Temos controle de uso de agrotóxicos por parte dos fornecedores e uso racional de energia, utilizando biodiesel para geradores em horário de pico”, exemplifica. Pompílio ressalta a adesão dos clientes como um bom termômetro da aceitação do público consumidor às boas práticas para sustentabilidade ambiental. Para os adeptos da vida saudável, o Pão de Açúcar inaugurou o que chama de primeiro supermercado ecológico do país, com grande oferta de alimentos orgânicos, naturais e saudáveis. Segundo a assessoria de imprensa da rede, são 750 itens de orgânicos, 50% mais que um supermercado convencional. O supermercado tem carrinhos de compras de material PET, gôndolas de madeira certificada e embalagens com selo corporativo que dão as dicas de reciclagem. No caixa, as opções vão desde as caixas de papelão, sacos e sacolas de papel até as sacolas retornáveis, além do estímulo à reciclagem pré-consumo. A loja conta ainda com bicicletário e vagas preferenciais para carros movidos a álcool e biocombustível, ou seja, com baixa emissão de CO2. A rede paranaense Super Muffato, com 30 unidades em nove cidades do Estado, possui um programa exclusivo para as ações voltadas ao meio ambiente: o Projeto Reciclar. Com o objetivo de reutilizar ao máximo os resíduos, a rede se mobilizou para promover coleta interna e externa. Promovendo campanhas de conscientização, entre elas uma para estimular o uso de sacolas retornáveis, implantou inclusive o aproveitamento de óleo de cozinha para produção de detergente, sabão e outros produtos de limpeza. setembro - outubro 2008
Meio Ambiente No entanto, as iniciativas estão em toda cadeia, vindo desde os fabricantes de produtos. A Tetra Pak desenvolveu no Brasil a tecnologia para fabricação de placas, telhas, móveis, canetas, vassouras e outros objetos a partir da mistura de plástico e alumínio das embalagens, após a retirada do papel, usado para produção de caixas de papelão e papel reciclado. Em parceria com as empresas Klabin, Alcoa e TSL Ambiental, também desenvolveu a tecnologia de reciclagem a plasma, que permite a separação do plástico e do alumínio contidos na embalagem, após a retirada do papel. Transformados em parafina líquida e lingotes, o plástico e o alumínio voltam para a cadeia produtiva como matérias-primas de primeira qualidade. A primeira unidade de reciclagem a plasma, pioneira no mundo, começou a operar em maio de 2005 na cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, e já desperta o interesse de outros países. Com investimento de R$ 14 milhões, a usina tem a capacidade para reciclar 8.000 toneladas de plástico e alumínio por ano, equivalentes a 32 mil toneladas de embalagens. A Tetra Pak possui um sistema de gestão ambiental implantado nas fábricas de Monte Mor (SP) e Ponta Grossa (PR). Entre as atividades, estão a redução das perdas de material, orientação de funcionários e redução do uso do gás CFC, além da adoção do biodiesel em caráter experimental nas frotas de caminhões. Em 2006, a empresa iniciou o Projeto Biodiesel, com adoção de combustível menos poluente em caráter experimental em parte das frotas de caminhões utilizados pelas fábricas de Monte Mor e Ponta Grossa. Esta iniciativa faz parte do Programa de Mudanças Climáticas, projeto mundial da Tetra Pak, que tem o Brasil como país piloto, visando a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.
A Tetra Pak desenvolveu no Brasil a tecnologia para fabricação de placas, telhas, móveis, canetas, vassouras e outros objetos a partir da mistura de plástico e alumínio das embalagens, após a retirada do papel, usado para produção de caixas de papelão e papel reciclado.
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Meio Ambiente Preservação ambiental é esforço mundial Especialista na indústria latino-americana de varejo, o consultor de negócios da IBM América Latina, Alejandro Padron, afirma que o setor supermercadista brasileiro está na mesma batalha que seu “par” em países de primeiro mundo em relação à preservação do meio ambiente e que uma tarefa de todos é a conscientização sobre a importância do tema. Líder de projetos de crescimento, redução de custos e eCommerce em grandes empresas do mercado varejista, fez a seguinte análise para a Supermix sobre o assunto:
Qual o “estágio” do mercado supermercadista brasileiro em relação a países desenvolvidos quanto às iniciativas que visam à preservação do meio ambiente? O setor no Brasil está, desde o ano passado, avançando na questão da sustentabilidade, ou seja, como não gerar impactos ao meio ambiente. Neste tema, o setor supermercadista brasileiro se encontra hoje na mesma batalha que o setor mundialmente. O WalMart Brasil, por exemplo, tem todo um esforço grande com o lançamento de lojas verdes, mudança de processos, evangelização de fornecedores para desenvolver produtos (em especial embalagens) recicláveis, lançando inclusive premiação para destacar iniciativas de sustentabilidade ambiental. O Grupo Pão de Açúcar também é outro exemplo que tem focado em melhorar a sustentabilidade.
Para Padron, Paraná tem destaque nacional no tema
Juntos em debate Para promover a discussão das ações dos supermercadistas voltadas ao meio ambiente e as demandas que surgem, a Apras promoveu, no último dia 11 de setembro, o Workshop “Supermercados – Meio Ambiente e Responsabilidade Social”. Com a participação de cerca de 40 associados, o evento abordou a evolução dos supermercados paranaenses em relação ao meio ambiente e discutiu assuntos em destaque no momento, como a logística reversa e as questões relacionadas à doação de resíduos recicláveis gerados pelas lojas a catadores de papel.
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Quais são as principais dificuldades, do ponto de vista financeiro e de gestão, para a implantação de políticas eficazes de preservação do meio ambiente no mercado brasileiro?
o CEO Survey 2008) mostram que o público cada vez mais demanda responsabilidade ambiental corporativa. Hoje, este é um tema que está na pauta de todas as grandes corporações, que Políticas eficazes de preservação refletem um vão puxar seus fornecedores, propagando este compromisso das empresas com a sociedade que movimento por pequenas e médias empresas. transcende o ponto de vista financeiro. Por outro Há Estados brasileiros na dianteira em relação lado, uma série de iniciativas auto-sustentáveis a ações positivas para preservação ambiental? (como reciclar o lixo, otimizar consumo de energia No Brasil, o Paraná foi pioneiro em todo o elétrica e água, projetos de lojas otimizando uso processo de implantação de políticas ambientais de luz natural) depende da conscientização do responsáveis e é também o Estado que mais público consumidor. As sacolas, por exemplo, avançou. Por isso, hoje é a região onde há geram um ônus para o consumidor, mas têm bastante debate, com a evolução do tema. A tido boa aceitação quando o varejista propaga os sociedade vai necessitar avançar as discussões motivos e oferece alternativas a preços acessíveis. de como conciliar as questões ambientais e
O principal movimento de ações ambientalmente sociais, sem perder de vista o lado financeiro. corretas é/será liderado pelas grandes redes ou De que forma a tecnologia pode influenciar a as regionais e menores tem mais flexibilidade? “gestão ambiental” deste setor? As grandes redes vão liderar as ações já que têm mais força junto aos fornecedores e mais capacidade de investir nos programas, mas as redes regionais já estão se engajando neste movimento, pois o consumidor cada vez mais irá cobrar a responsabilidade ambiental das empresas. As pesquisas que a IBM tem feito mundialmente na área de varejo e nas corporações (a mais recente é
Toda a parte de gestão de energia elétrica, que envolve ar condicionado, equipamentos de computação e automação, é uma área na qual a tecnologia tem permitido redução de consumo de energia. A IBM é uma empresa
que tem dado foco na “computação verde”, que são equipamentos desenhados para demandar menos energia.
“Hoje, 2.400 toneladas são coletadas diariamente em Curitiba. O reaproveitamento dos orgânicos por meio da compostagem, mais a separação dos recicláveis, reduziria o lixo para 25% desse total. O tempo de vida dos aterros seria multiplicado por quatro. Esta necessidade é irreversível.” Nicolau Obladen
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Meio Ambiente As ações nos supermercados O Grupo Pão de Açúcar busca alinhar, em todos os seus processos, a melhoria contínua das condições sócio-ambientais e minimizar as ações potencialmente agressivas ao meio ambiente. Dentro do conceito triple bottom line, o Grupo desenvolveu uma política de ações sustentáveis em todas as suas redes de varejo (Pão de Açúcar, CompreBem, Sendas, Extra, e Extra Eletro). Divididas em três grandes causas, as estratégias da companhia são definidas a partir do bem estar pessoal, do desenvolvimento comunitário e da sustentabilidade do consumo. A rede de Hipermercado Extra em Curitiba, por exemplo, está adotando um antigo hábito para ajudar o Meio Ambiente. Na hora de passar as mercadorias no caixa, os consumidores recebem a opção de levar suas compras em caixas de papelão, aquelas utilizadas pelos fornecedores dos supermercados. A ação faz parte do projeto de responsabilidade sócio-ambiental do Grupo Pão de Açúcar, que conta também com a venda de sacolas retornáveis e Estações de Reciclagem. Presente em oito estados brasileiros, o projeto Estações de Reciclagem Pão de Açúcar-Unilever, que existe desde 2001, já arrecadou mais de 25 mil toneladas de material. Todo material arrecadado nas Estações de Reciclagem e no Caixa Verde são encaminhados a organizações e cooperativas credenciadas. Com isso, além do foco ambiental, as estações promovem a geração de emprego e renda, expandindo a ação também para o âmbito social. Com o plano de ampliar o projeto para todas as lojas do grupo até 2010, a empresa deve aumentar o número de locais de coleta de cem para mais de 500, ampliando também 28 | supermix 118
o número de beneficiados para mais de 3.000 cooperados e 60 cooperativas, em todo o Brasil. Localizadas nas áreas externas das lojas, as estações contam com coletores coloridos destinados ao descarte de material reciclável, vidros, metais, papéis e plásticos. Os consumidores também podem descartar óleo de cozinha usado. Implantado em 51 lojas, o projeto recolhe, mensalmente, 6,5 mil litros do produto, que deixam de contaminar rios e mananciais para serem transformados em biocombustível. As lojas Pão de Açúcar também oferecem o sistema de descarte pré-consumo, através do Caixa Verde, onde os clientes são convidados a descartar embalagens antes de levá-las para casa. O projeto já está em execução em uma loja em São Paulo e em outras seis unidades no Rio de Janeiro e deve ser expandido para mais cem pontos de venda até o final do ano. Para oferecer uma alternativa ao uso das sacolas plásticas e diminuir o impacto dessas embalagens no meio ambiente, em março de 2005 a rede iniciou a comercialização de sacolas retornáveis. Foi a primeira empresa do varejo brasileiro a oferecer essa alternativa aos consumidores. Em parceria com a Fundação S.O.S. Mata Atlântica, disponibiliza quatro modelos colecionáveis com estampas de animais em extinção, cuja venda tem parte da renda revertida para os projetos ambientais da Fundação. A rede já vendeu 150 mil unidades de sacolas em todo o Brasil. Para os adeptos da vida saudável, o Pão de Açúcar inaugurou o primeiro supermercado ecológico do País. A loja natureba, localizada em Indaiatuba (SP), oferece um sortimento muito maior de alimentos orgânicos, naturais e saudáveis. Só de orgânicos são 750 itens, 50% mais que um supermercado convencional. O supermercado verde tem carrinhos de compras de material PET, gôndolas de madeira certificada
e embalagens com selo corporativo que dão dicas de reciclagem. A loja conta ainda com bicicletário e vagas preferenciais para carros movidos a álcool e biocombustível, que têm baixa emissão de CO². A sustentabilidade também é uma preocupação do Wal-Mart. A empresa definiu dez plataformas que buscam uma maior harmonia com o meio ambiente. A primeira delas é a loja e o CD sustentável. O objetivo é converter toda a base de lojas existentes em padrões que não agridam o meio ambiente. Já a partir de 2009, 100% das novas lojas poderão ser classificadas como “lojas verdes”, com a adoção de práticas de construção e tecnologias sustentáveis e com a integração de métodos de eficiência energética. Outros dois projetos contam com a colaboração direta dos fornecedores. A idéia é influenciá-los a desenvolver iniciativas para embalagens sustentáveis (através dos 7 R’s) e para produtos certificados em sua origem. De forma tal que, até 2020, estas embalagens representem 50% e estes produtos 20% do sortimento da rede. Destaque também para a implementação de iniciativas de comunicação que visam aumentar a consciência dos consumidores sobre sustentabilidade e sobre responsabilidade em relação ao meio ambiente. Entre as estratégias ecológicas da empresa estão também o escritório e a cadeia logística sustentável, programas de reciclagem e de diminuição do lixo, entre outros projetos, como o Clube dos Produtores, o de neutralização do carbono e o de associados conscientes.
As Estações de Reciclagem, presentes em 94 lojas do Grupo Pão de Açúcar, concentraram mais de 25 mil toneladas de lixo reciclável,
repassado para 21 cooperativas de catadores de papel.
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Idosos e Deficientes
Uma questão de
respeito
As vagas de estacionamento para idosos e portadores de deficiência estão previstas em lei. Além de disponibilizá-las, os supermercados devem fiscalizar para que sejam utilizadas pelas pessoas que realmente precisam Durante muito tempo, deficiência física e idade avançada eram sinônimos de incapacidade e, até, de imobilidade. Preconceito e desrespeito eram comuns numa sociedade composta de (e feita para) “jovens saudáveis”. Mas a garra dos portadores de deficiência e do chamado grupo da terceira idade está ajudando a mudar este quadro. Hoje em dia, é comum encontrarmos pessoas com deficiências físicas, independente do grau de afecção ou da parte do corpo afetada, nas mais diversas profissões. São políticos, engenheiros, jornalistas, músicos, médicos, designers, artistas plásticos, escritores, entre tantos outros personagens de destaque, como o inglês Stephen Hawking, um dos maiores físicos da atualidade e vencedor de vários prêmios científicos. E não pára por aí, os deficientes físicos chegaram ao ápice da superação, não apenas intelectual, mas também física, treinando e competindo como verdadeiros atletas. E não são atletas quaisquer. São atletas paraolímpicos que, desde 1948 (as Paraolimpíadas surgiram três anos após a Segunda Guerra Mundial e foram oficializadas em 1960), mostram do que são capazes. Atualmente, estes jogos contam com vinte modalidades. No caso dos brasileiros, a cada edição, os atletas paraolímpicos vão conquistando mais e mais medalhas. Muito mais do que os nossos outros atletas, diga-se de passagem. Em 2004, nos jogos de Atenas, os olímpicos ganharam dez medalhas, contra 33 dos paraolímpicos. 30 | supermix 118
Neste ano, nas Olimpíadas de Pequim, os brasileiros conquistaram quinze medalhas (três de ouro, quatro de prata e oito de bronze). Já nas Paraolimpíadas, este número chegou à surpreendente marca de 47 medalhas: 16 ouros, 14 pratas e 17 bronzes. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que cerca de 10% da população mundial, cerca de 650 milhões de pessoas, têm algum tipo de deficiência. No Brasil, esta porcentagem é ainda maior, 14,5% da população, segundo o Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Só no Paraná, de acordo com dados da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná, são cerca de 1,5 milhão de pessoas. Na capital, Curitiba, este número ultrapassa as 300 mil pessoas, sendo que, destas, 73 mil têm deficiência física.
Serviço A Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP) se dispõe a dar consultoria às empresas que querem saber mais sobre as leis de acessibilidade, se preparar melhor para conscientizar os clientes e treinar seus funcionários a respeito. Tel.: (41) 3264-7234 www.adfp.org.br
A melhor idade Com o aumento da expectativa de vida, o número de pessoas com mais de 60 anos de idade não pára de crescer. Para se ter idéia, a população brasileira vive em média 68,6 anos, 2,5 anos a mais do que no início da década de 90. Os idosos são, hoje, 14,5 milhões de pessoas, 8,6% da população total do País, de acordo com os dados do Censo 2000. Até 2020, estima-se que os brasileiros com mais de 60 anos cheguem a 30 milhões, e a expectativa de vida a 70,3 anos. No Paraná, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, 10% da população tem mais de 60 anos, isso significa que o estado possui quase 1 milhão de idosos. Além de representarem uma fatia cada vez maior da população, os idosos também participam cada vez mais da sociedade. Ainda segundo o Censo 2000, 62,4% dos idosos e 37,6% das idosas são chefes de família, somando 8,9 milhões de pessoas. Além disso, 54,5% destes idosos
chefes de família vivem com os seus filhos e os sustentam. Além de maior quantidade e maior participação no mercado, a população com mais de 60 anos está vivendo cada vez melhor e mais ativamente. Para além dos números, o que podemos perceber no nosso dia-a-dia é que os idosos estão provando que a terceira idade pode ser “a melhor idade”. Atletas de mais de 70 anos que correm provas de até 10 mil metros em menos de 40 minutos, como o paulista Geraldo Rocha, ou de quase 90 que continuam surfando, como o norteamericano Dorian Paskowitz, são exemplos de que maturidade não é sinônimo de velhice. Nos nossos círculos familiares, também encontramos estas demonstrações de perseverança. São senhores e senhoras que passam as noites dançando de “rostinho colado” nos bailes da terceira idade, que praticam esportes radicais, que viajam o mundo, entre tantas outras atividades, que deixam muito jovem cansado só de pensar.
Idosos e Deficientes Responsabilidade Se são capazes de competir em olimpíadas ou de surfar ondas gigantes, por que não seriam capazes de realizar tarefas cotidianas com autonomia, como fazer compras sozinhos no supermercado, por exemplo? Basta que a sociedade dê condições para a independência destas pessoas. A tecnologia já vem ajudando, com carros adaptados, computadores especiais, cadeiras de rodas mais modernas, entre outras máquinas que auxiliam a vida de idosos e deficientes. Mas, em meio a tantas facilidades e a tanta força de vontade, eles ainda encontram obstáculos pela frente. O maior de todos é o desrespeito e a discriminação. Quantas vezes você já não entrou num ônibus e viu um idoso em pé, enquanto jovens sentam nos bancos especialmente reservados para pessoas com mais de 60 anos? E as vagas de estacionamento alocadas para eles, quantas vezes não estão lotadas por veículos de outras pessoas? Após muito esforço das a s s o c i a ç õ e s d e deficientes e idosos e d o s
Ministérios Públicos, o respeito ao idoso e ao deficiente se tornou lei (veja box). Isso significa que, assim como respeitá-los é exercitar a cidadania e cumprir a lei, discriminál o e impedir seu acesso é descumprir a lei, ou seja, crime. As normas de acessibilidade passaram integrar as legislações federal, estaduais municipais de nosso País. É o caso das vagas 32 | supermix 118
s é a e de
estacionamento para portadores de deficiência e para idosos que devem ser reservadas não apenas nas vias públicas e nos órgãos públicos, mas também nos estabelecimentos privados. Sendo assim, aquelas vagas nos supermercados, por exemplo, mais do que uma demonstração de responsabilidade social do supermercadista são uma obrigação. Mas não basta disponibilizar o número correto de vagas, 5% para os idosos, de acordo com Estatuto do Idoso, e 2% para os deficientes, de acordo a lei 10.098/2000. É preciso fiscalizar o uso destas vagas e garantir que estejam disponíveis para quem precisa. Conforme explica Rosana Beraldi Bevervanço, promotora de Justiça do Ministério Público do Paraná, coordenadora dos Centros de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Idoso e da Pessoa Portadora de Deficiência, no âmbito privado, o próprio estabelecimento, em conjunto com os órgãos de trânsito, é quem deve fiscalizar. “Instituir a vaga e não fiscalizar é o mesmo que não instituir”, defende. Ela conta que o Ministério Público está conversando com os órgãos de trânsito, como o Conselho Estadual de Trânsito (Cetran-PR) e a Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran), para que os guardas de trânsito entrem nos estabelecimentos privados e multem as pessoas que não respeitam a lei. “A empresa deve chamar o órgão de trânsito, caso a pessoa afronte o responsável pelo estacionamento”, ensina, explicando ainda que, quando as normas não forem observadas, segundo o Decreto 5296/2004, serão aplicadas as sanções previstas em lei. O que significa, neste caso, multa por inflação leve e remoção do veículo. Segundo ela, as vagas tanto para idosos
A população brasileira vive em média 68,6 anos. No Brasil os idosos representam 8,6% da população (14,5 milhões). No Paraná os idosos representam 10% da população (1 milhão). Fontes: IBGE e Secretaria de Estado da Saúde.
quanto para deficientes têm que ser de fácil acesso, sem obstáculos no entorno e entre o estabelecimento e a vaga. Para os deficientes, as vagas são diferenciadas, com largura maior, conforme as regras da Abnt. Os estabelecimentos devem atender a essas normas tanto para obter quanto para renovar seu alvará. A promotora conta que o Brasil ratificou a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência e, portanto, esses direitos fazem parte da nossa constituição. “Não respeitar estes direitos é discriminação. E nós não queremos que o Paraná e os estabelecimentos paranaenses sejam considerados discriminadores”, conclui, acrescentando que é dever do Estado, da família e da sociedade dar cumprimento às normas estabelecidas. No dia 4 de setembro, em Curitiba, o Ministério Público do Paraná convocou audiência pública para discutir a questão das vagas de estacionamento para pessoas idosas e portadoras de deficiência. A reunião teve a participação de 80 pessoas, entre representantes de órgãos públicos, empresários e associações representativas dos idosos e deficientes. Em até 60 dias, as entidades públicas e privadas devem encaminhar propostas de regulamentação específica para a questão. Segundo Rosana, os supermercados participaram da reunião e se mostraram bastante preocupados em solucionar o problema. “Quero acreditar que o setor supermercadista está preocupado com a questão. Aliás, hoje mesmo, recebi um expediente de um supermercado que disse que disponibilizará um funcionário para cuidar das vagas e que colocará no rádio da loja avisos aos clientes sobre a importância de respeitar estas vagas”, revela. A promotora conta também que as Secretarias de Educação, tanto Estadual quanto Municipal, se comprometeram a providenciar campanhas de educação para que a população se conscientize da importância de respeitar as vagas especiais. “Estas campanhas são fundamentais, porque é um absurdo, as pessoas ainda não respeitam, falta consciência, cidadania mesmo”, desabafa.
Bendixen: “Os orientadores de estacionamento procuram abordar e lembrar a estes clientes, de forma bastante educada, que eles estacionaram em uma vaga reservada.”
Idosos e Deficientes Discriminação Quem sofre na pele este descaso é Mauro Vincenzo Cláudio Nardini, presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná. “A lei existe desde 2004, mas a população ainda não está respeitando. As pessoas são preconceituosas e discriminatórias, chegam a reclamar, discutir e até xingar. Já discuti muito. Agora, eu apenas estaciono atrás do carro e faço o que tenho que fazer”, conta o ex-caminhoneiro, que ficou paraplégico após um acidente de caminhão, há oito anos. Nardini revela que, nos shoppings, às vezes os próprios lojistas estacionam nas vagas de deficientes. “Tem gente que acha que é um benefício, quando, na verdade, é uma necessidade”, diz, explicando que, para que possam ter autonomia e segurança os idosos e os deficientes precisam dessas vagas de fácil acesso. No caso dos deficientes, ele lembra que as vagas
devem ser especiais, pois, em vagas comuns, não há espaço para o deficiente se transferir para a cadeira de rodas. “Para idosos, as vagas são normais. Para os deficientes, elas devem ser maiores. São vagas com 2,5 metros e mais uma faixa tracejada de 1,5 metro para colocar a cadeira de rodas, ou já com 3 metros de largura. A faixa deve estar muito bem demarcada e sinalizada com o símbolo internacional da acessibilidade”, explica. Nardini defende que o estabelecimento tem que cumprir a lei, tem que criar ações para inibir e para educar seus clientes a respeitar as vagas. “A responsabilidade é do estabelecimento, inclusive a responsabilidade de fazer campanhas. Além de cumprir a lei em relação à quantidade de vagas especiais, o supermercado deve cumprir a lei garantindo a disponibilidade destas vagas, o dia inteiro. Cada um tem que fazer sua parte. Se cada um fizer sua parte, a coisa acontece”, diz. Ele conta que, depois da reunião com o Ministério Público, os supermercadistas se
650 milhões de pessoas tem algum tipo de deficiência no mundo.
1,5 milhão de pessoas no Paraná têm algum tipo de deficiência.
14,5% da população brasileira têm algum tipo de deficiência.
Fontes: OMS – Organização Mundial da Saúde; IBGE e Associação dos Deficientes Físicos do Paraná 34 | supermix 118
mostraram mais preocupados com a questão. “Essa entrevista mesmo, para uma revista do setor, já é uma prova disso. Mostra que a coisa está tomando um novo rumo mais voltado para o cumprimento da lei. Quero acreditar nisso. Mas ainda é um longo caminho”, afirma. Segundo ele, a maioria dos supermercados está reservando as vagas, mas não são todos. “E alguns não respeitam o número mínimo de 2%. Não adianta respeitar a lei pela metade, é preciso respeitar completamente. As vagas precisam estar livres para quando o deficiente chegar no supermercado. Quem tem que fiscalizar é o próprio estabelecimento. As pessoas que controlam o movimento nas garagens precisam cuidar para que ninguém estacione no local errado”, diz. Segundo ele, o funcionário deve pedir para a pessoa que estacionar irregularmente ir para uma vaga comum, se a pessoa não quiser, o funcionário deve procurar um agente de trânsito que multará esta pessoa. “Além disso, os supermercados podem fazer folhetos e colocar avisos nas sacolas para despertar seus consumidores em relação a isso. Basta ter vontade empresarial. Nós queremos ajudar também. A Associação se coloca à disposição para dar consultoria e palestras a estas empresas e a seus colaboradores”, oferece. O presidente da Associação Paranaense de Idosos, Augusto Pacheco dos Santos, de 70 anos de idade, acredita que os supermercados estão começando a reservar mais vagas para os idosos. “Mas os clientes não respeitam. É como nos ônibus, ninguém respeita, por pura falta de educação mesmo”, diz. Por isso, ele defende que a conscientização deve começar nas escolas, desde criança. Segundo Santos, o estabelecimento é quem deve fiscalizar. “Estas vagas devem ficar disponíveis para os idosos que têm menos agilidade até para andar e, por isso, precisam estacionar perto da porta do supermercado”, explica. As vagas de estacionamento especiais são uma preocupação para os supermercados Angeloni
há muito tempo. As de deficientes, por exemplo, cumprem a legislação de Curitiba e existem desde a inauguração da loja, já as de idosos foram implantadas em 2004. Segundo Maurício Bendixen Silva, gerente geral de loja do Angeloni Super Center Água Verde, todas as lojas da rede possuem estas vagas. “Temos, na loja de Curitiba, quinze vagas para deficientes físicos e quatro para idosos”, conta, acrescentando que são as melhores vagas do estacionamento, próximas à entrada, aos elevadores e às rampas de acesso. “A intenção é proporcionar a acessibilidade a todos os clientes da nossa loja”, explica. Segundo Silva, a grande maioria dos clientes respeita as vagas, uma vez que são bem sinalizadas, com o piso demarcado e com sinalização aérea, que reforça a visibilidade. Ainda assim, ele conta que existem aqueles que não respeitam. “Nesses casos, os orientadores de estacionamento procuram abordar e lembrar a estes clientes, de forma bastante educada, que eles estacionaram em uma vaga reservada. Não podemos, porém, obrigar os clientes a deixarem a vaga, já que, apesar de existir a lei, não possuímos um órgão que possa fazer cumprir o determinado”, revela, sugerindo que os órgãos competentes deveriam ter um número de telefone para o qual o cliente pudesse ligar e encaminhar suas reclamações para providências legais, este número seria afixado nas lojas de maneira bem clara.
O que diz a lei A Revista Supermix selecionou alguns trechos das leis, decretos e estatutos que dizem respeito às vagas de estacionamento especiais para idosos e deficientes.
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Idosos e Deficientes Estatuto do idoso, de 23 de setembro de 2003. Art. 1º. É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao idoso.
Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas e critérios para a promoção da acessibilidade das pessoas portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida: Art. 7o Em todas as áreas de estacionamento de veículos, localizadas em vias ou em espaços públicos, deverão ser reservadas vagas próximas dos acessos de circulação de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas portadoras de deficiência com dificuldade de locomoção. Parágrafo único. As vagas a que se refere o caput deste artigo deverão ser em número equivalente a dois por cento do total, garantida, no mínimo, uma vaga, devidamente sinalizada e com as especificações técnicas de desenho e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes. Art. 11. A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessíveis às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Parágrafo único. Para os fins do disposto neste artigo, na construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser observados, pelo menos, os seguintes requisitos de acessibilidade: I – nas áreas externas ou internas da edificação, destinadas a garagem e a estacionamento de uso público, deverão ser reservadas vagas próximas dos acessos de circulação de pedestres, 36 | supermix 118
devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas portadoras de deficiência com dificuldade de locomoção permanente; Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, que regulamenta as Leis nº. 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências: Art. 3o Serão aplicadas sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis, previstas em lei, quando não forem observadas as normas deste Decreto. Art. 8o Para os fins de acessibilidade, considera-se: I - acessibilidade: condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos
Rosana Beraldi Bevervanço: “Instituir a vaga e não fiscalizar é o mesmo que não instituir. Quero acreditar que o setor supermercadista está preocupado com a questão.”
dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida; II - barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação Art. 13 § 1o Para concessão de alvará de funcionamento ou sua renovação para qualquer atividade, devem ser observadas e certificadas as regras de acessibilidade previstas neste Decreto e nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT. Art. 25. Nos estacionamentos externos ou internos das edificações de uso público ou de uso coletivo, ou naqueles localizados nas vias públicas, serão reservados, pelo menos, dois por cento do total de vagas para veículos que transportem pessoa portadora de deficiência física ou visual definidas neste Decreto, sendo assegurada, no mínimo, uma vaga, em locais próximos à entrada principal ou ao elevador, de fácil acesso à circulação de pedestres, com especificações técnicas de desenho e traçado conforme o estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT. § 1º Os veículos estacionados nas vagas reservadas deverão portar identificação a ser colocada em local de ampla visibilidade, confeccionado e fornecido pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão sobre suas características e condições de uso, observando o disposto na Lei no 7.405, de 1985. § 3º Aplica-se o disposto no caput aos estacionamentos localizados em áreas públicas e de uso coletivo. § 4º A utilização das vagas reservadas por veículos que não estejam transportando as pessoas citadas no caput constitui infração ao art. 181, inciso XVII, da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997.
NBR 9050:2004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quando
do projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade. 5.4.1 Símbolo internacional de acesso 5.4.1.2 Finalidade O símbolo internacional de acesso deve indicar a acessibilidade aos serviços e identificar espaços, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos onde existem elementos acessíveis ou utilizáveis por pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. 5.4.1.3 Aplicação Esta sinalização deve ser afixada em local visível ao público, sendo utilizada principalmente nos
Mauro Vincenzo Cláudio Nardini: “A lei existe desde 2004, mas a população ainda não está respeitando. As pessoas são preconceituosas e discriminatórias, chegam a reclamar, discutir e até xingar. Já discuti muito. Agora, eu apenas estaciono atrás do carro e faço o que tenho que fazer.” setembro - outubro 2008
Idosos e Deficientes seguintes locais, quando acessíveis: a) entradas; b) áreas e vagas de estacionamento de veículos; c) áreas acessíveis de embarque/desembarque; d) sanitários; e) áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio, saídas de emergência; f) áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas; g) equipamentos exclusivos para o uso de pessoas portadoras de deficiência. 6.12 Vagas para veículos 6.12.1 Sinalização e tipos de vagas As vagas para estacionamento de veículos que conduzam ou sejam conduzidos por pessoas com deficiência devem: a) ter sinalização horizontal; b) contar com um espaço adicional de circulação com no mínimo 1,20 m de largura, quando afastada da faixa de travessia de pedestres. Esse espaço pode ser compartilhado por duas vagas, no caso de estacionamento
paralelo, ou perpendicular ao meio fio, não sendo recomendável o compartilhamento em estacionamentos oblíquos; c) ter sinalização vertical para vagas em via pública, e para vagas fora da via pública; d) quando afastadas da faixa de travessia de pedestres, conter espaço adicional para circulação de cadeira de rodas e estar associadas à rampa de acesso à calçada; e) estar vinculadas a rota acessível que as interligue aos pólos de atração; f) estar localizadas de forma a evitar a circulação entre veículos. 6.12.2 Outros tipos de vagas Podem ser ainda previstas providências adicionais, tais como: a) construção de baia avançada no passeio se a largura deste e o volume de pedestres permitirem; b) rebaixamento total do passeio junto à vaga, observando que a área rebaixada coincida com a projeção da abertura de porta dos veículos.
A cada edição, os atletas paraolímpicos vão conquistando mais e mais medalhas.
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Final de Ano
. . . s a t s e f s e a d d n s e ê v M e de de de a d e i r a v a ns vel ime í c a e m u u q s e e s n ano i ctativa e e d p x m e fi s a m Ótim tem u e m o r p s to lançamen
Dezembro, o mês mais esperado do ano, mês de festas e de férias. O sol volta a brilhar com força, a temperatura se eleva... e as vendas também. É mês de 13º salário, mês de fazer compras, de receber a família e os amigos, de se preparar para o Natal e para o Reveillon, de encher o carrinho, de deixar a casa bonita, de investir em produtos de maior valor agregado, em alimentos importados, bebidas sofisticadas e, é claro, presentes, muitos presentes. Assim, o consumo que já está acelerado promete crescer ainda mais nesta época, fazendo das festas dos consumidores um motivo de festa também para o varejo, principalmente para o setor supermercadista, que espera, ansiosamente, o final de ano. Segundo Agnaldo Viscovini, diretor comercial e de logística dos Supermercados São Francisco, com sede em Maringá (PR), as festas de final de ano ajudam a embalar o consumo. “E não
estamos falando apenas de Natal e Ano Novo, uma vez que há um aumento significativo de comemorações que ocorrem entre amigos, grupos e empresas”, diz Viscovini. Ele explica que, para o varejo, o ano tem três momentos expressivos em vendas: Páscoa, Dia das Mães e Natal. “Cada data com apelos e produtos diferentes. No último trimestre, em especial, o consumo é bastante motivado pelo aniversário da rede em outubro, quando preparamos promoções atraentes, pelo Dia das Crianças e pelo Natal, que nos últimos anos tem começado mais cedo”, explica Viscovini. Nos Supermercados São Francisco, a campanha de Natal deve iniciar na primeira quinzena de novembro, porém o mix natalino já está entrando nas gôndolas sazonais a partir do dia 13 de outubro. A campanha de aniversário, ‘A gente faz com amor’, deve ser o mote também do Natal,
“mostrando nossas vantagens de preços e parcelas nos departamentos não alimentares”, diz. Segundo ele, os produtos mais procurados nesta época são os eletrônicos, os brinquedos, as cestas natalinas, panetones, castanhas, aves, tender, vinhos, biscoitos, frutas in natura e secas, entre outros produtos sazonais. “Os importados também têm uma grande representatividade nas vendas, principalmente na seção de vinhos e espumantes”, diz. Viscovini acredita que, mesmo com a crise nos Estados Unidos, o consumo brasileiro não deve ser afetado. “O Brasil está muito mais preparado para enfrentar os problemas de ordem econômica do que em outros momentos”, afirma ele. A rede estima fechar o último trimestre do ano com um crescimento acima de 17%. Dentre os fatores para otimismo, Viscovini aponta o crédito para o consumidor, que deve continuar com parcelas fixas sem juros em até dez vezes para produtos não alimentares e três vezes para os produtos alimentares. Sem contar o 13º salário que, este ano, proporcionará um
Final de Ano crescimento expressivo de dinheiro na economia, devido ao aumento de trabalhadores com carteira assinada. O diretor regional Sul do Carrefour Brasil, Mateus de Andrade, também espera um crescimento muito satisfatório neste último trimestre. “Mesmo com o mercado internacional sofrendo um pouco de turbulência, em conseqüência da crise que está afetando os Estados Unidos, as expectativas são bastante positivas”, avalia. Ele acredita que o Brasil está bastante estruturado e por isso sofre menos as oscilações da economia internacional. “As empresas já se planejaram, já fizeram algumas compras, e, ainda que haja um agravante da economia mundial, isto não deve afetar o setor supermercadista no Brasil”, diz ele, revelando que dezembro é um mês que sempre contribui muito para as vendas. O Carrefour ainda não revelou números sobre as expectativas para o crescimento no final de ano, mas, para o Dia das Crianças, que também é uma das principais datas do calendário varejista no segmento de não-alimentares, prevê um crescimento de 15% em relação ao mesmo período de 2007. Considerada a segunda data mais importante para o departamento de Bazar, o Dia das Crianças deve gerar um incremento acima de 10% nas vendas de brinquedos, no 42 | supermix 118
comparativo com igual período do ano anterior. Segundo Andrade, em dezembro, além dos brinquedos, os mais procurados são os produtos sazonais, como aves e frutas secas, e os importados, como azeites e bacalhau. As bebidas também têm um aumento significativo no consumo, principalmente para o Reveillon. Neste sentido, ele destaca o crescimento dos vinhos e espumantes nacionais, que vêm ganhando mais espaço nas gôndolas e nas casas dos brasileiros. Ele lembra ainda que esta época de festas também é propícia para a venda de eletros, pois o consumidor costuma trocar a linha branca e a linha de eletroeletrônicos. Neste segmento, ele destaca as televisões de Plasma e LCD, “que devem ter um grande aumento no consumo, principalmente por causa da atenção que tem se dado à entrada da TV Digital no Brasil, e por se tratarem de televisores ideais para este tipo de transmissão”, analisa. Para a rede Wal-Mart, segundo a assessoria de imprensa do grupo no Paraná, o fim de ano é a melhor época de vendas, especialmente para os itens sazonais, como peru, chester, panetone, frutas secas e frescas, vinhos e espumantes. A procura por importados, que representam 5% do sortimento das lojas da rede Wal-Mart, também aumenta nesta época do ano, principalmente porque as frutas
Viscovini: “O Brasil está muito mais preparado para enfrentar os problemas de ordem econômica do que em outros momentos.”
secas e enfeites natalinos, por exemplo, são, em sua maioria, oriundos de outros países. Os brinquedos e as roupas também apresentam grande saída, assim como os produtos de esporte e lazer, em função do período de férias e do verão. No WalMart, a época é de grande apelo para os eletroeletrônicos, notebooks, desktops, celulares (especialmente os modelos com câmera, mp3 e acesso rápido à internet), iPods, aparelhos de mp4, games, TVs de LCD e
Final de Ano Papai Noel tecnológico A tradição no incremento das vendas de eletros durante as festas de final de ano é sentida também pelos fabricantes do setor. Segundo Roberto Barboza da Silva, gerente geral de vendas da LG, a empresa tem uma performance muito melhor neste período. “Historicamente, realizamos 60% do faturamento anual no 2º semestre”, afirma, revelando que a LG projeta um crescimento entre 20% e 25% em relação ao ano passado. Em 2007, a subsidiária brasileira da LG Electronics atingiu o faturamento de US$ 2,5 bilhões, o que significa um crescimento de 38,9% em relação a 2006. Para 2008, este número deve subir para US$ 3 bilhões. Segundo Silva, os produtos mais vendidos pela LG neste período de festas são a linha de home theaters e mini system e a linha de TVs, em especial as telas finas (Plasma e LCD), “que são um grande sonho de consumo”, conclui. Aliás, os principais lançamentos da empresa são de produtos deste segmento, como a linha Mini System, que ganhou alta potência e design diferenciado, com o acabamento black piano espelhado. Na linha de home theaters, destaque para o modelo Scarlet e para o BD300, primeiro aparelho da marca compatível somente com discos Blu-Ray, o formato de alta definição. 44 | supermix 118
Na linha de eletrodomésticos, neste segundo semestre de 2008, a LG continua firme na meta de dobrar o volume de vendas, tanto de Linha Branca quanto de condicionadores de ar. O maior destaque de vendas dessa divisão em 2007 ficou para a linha de lavadoras e secadoras de roupas da LG, que obteve um crescimento de 135% em volume de vendas, em relação a 2006. Para as vendas de refrigeradores Side by Side, 2007 também foi um ano de sucesso para a LG, que movimentou 90% mais unidades do que em 2006. Já na divisão de condicionadores de ar, a empresa registrou um crescimento de 70%. E deve crescer ainda mais neste final de ano com o lançamento do modelo Split Inverter, que tem como principal diferencial a economia de energia de até
Roberto Barboza da Silva produto e regula a potência de acordo com a necessidade de refrigeração do ambiente, evitando o desperdício. Além disso, o novo modelo utiliza um gás refrigerante ecologicamente correto, sem CFC, que não agride a camada de ozônio.
A LG projeta um crescimento entre 20% e 25% em relação ao ano passado. Segundo Silva, os produtos mais vendidos pela LG neste período de festas são a linha de home theaters e mini system e a linha de TVs, em especial as telas finas (Plasma e LCD), “que são um grande sonho de consumo”, conclui.
70%, graças ao sistema que controla o compressor do
Festa da criançada A tecnologia também está presente nos lançamentos para as crianças, que devem preencher o saco do Papai Noel com jogos e outros brinquedos eletrônicos. Este tipo de produto é a grande aposta do mercado para o Dia das Crianças e deve continuar como forte alternativa para os pais que já começaram a escolher os presentes de Natal dos baixinhos. Entre os lançamentos deste segmento, destaque para a nova versão do Mega Drive 3, da Tectoy. Outra novidade é o videogame Master System 3, com linhas mais retas, na cor preta e com o Sonic estampado no console, vem com 131 jogos. Na Microsoft, as novidades para as crianças são as linhas de jogos eletrônicos Blue Dragon e Viva Piñata – Party Animals, no console X-Box 360, com disco rígido de 60GB de espaço para armazenar e transportar dados (fases dos jogos, músicas, vídeos, etc.) e cabo HDMI que gera imagens de alta definição. Já a Nossa Cultura aposta nos livros falados (áudiolivros) com a linha Rubem Alves para Crianças, na qual o autor conta suas próprias histórias e recria lendas e fábulas clássicas da literatura infantil. São histórias simples, que falam de amor, liberdade, respeito, tolerância e até de morte. “A Operação de Lili”, por exemplo, conta a história de uma elefantinha que precisa ser operada e ajuda a criança a enfrentar uma eventual internação. Em “A Selva e o Mar”, o tema é a separação dos pais. E na versão de Rubem Alves para os “Os Três Porquinhos”, os personagens principais tocam jazz! Voltando à informática, destaque também para o DT Mini Slim, da Kingston, um dos menores pendrives do mercado, com apenas seis milímetros de espessura e pesando apenas 1,81 gramas. Disponível em duas capacidades de armazenamento, 2GB e 4GB, e nas cores preta, azul e rosa, o produto é ideal para as crianças que gostam de armazenar suas fotos digitais, músicas em mp3 ou arquivar trabalhos escolares. A linha DataTraveler Mini Slim tem dois anos de garantia e conta com suporte
Final de Ano técnico em todo o Brasil. Para as crianças que ainda não têm tantos gigas para armazenar, a Bandeirante Brinquedos está lançando o Smart Baby, um carro multi-funções para acompanhar as diferentes fases da infância. Outros dos inúmeros lançamentos da Bandeirante Brinquedos para este Natal são o Zootico Doggy, que vem com módulo eletrônico com som de latido, o Zootico Golfinho e o Zootico Joaninha. Com guidão personalizado, os três modelos de triciclo têm rodas traseiras mais largas, em estilo cross, que dão maior estabilidade. A Motoban Leva-Boneca Passeio vem com cadeirinha para a menina levar sua boneca para passear, além de prática haste removível para o adulto conduzir a criança. Na versão Pit Stop Passeio, o Motoban apresenta motor de brinquedo e ferramentas na parte traseira, para a criança brincar depois de pedalar. Outra novidade da empresa é a linha Jet Ban e Jet Ban da Gatinha, super reforçado, com estrutura em dupla camada, que garante maior durabilidade e resistência. Destaque ainda para o Fusquinha Bob Esponja, com visual divertido, que acompanha módulo eletrônico sonoro no volante com a voz original do Bob Esponja. A Linha Velotrol vem em três versões: Ben 10, Hot Wheels e Batman. A Hot Wheels também 46 | supermix 118
está presente na linha Smart acompanha sapatinho. A grande Cross, que, para as meninas, ganhou a versão Barbie. A grande novidade da coleção Speed Racer é o módulo eletrônico sonoro, que emite som de carro de corrida. Um dos produtos desta linha é o triciclo Mototico. Outro lançamento da empresa são as motos elétricas, nas versões Super Moto GP Speed Racer, Moto Cross Hello Kitty e Super Moto GP2. O diferencial da Batmoto Dark Knight Elétrica 6V é o design exclusivo, no estilo chopper. Na linha de bonecas, as novidades são a Tre-Le-Lê Nana Comigo, com corpo macio de fibra soft e cabeça, mãos e pés em vinil atóxico. Já a Tre-Le-Lê Aprender (Idiomas), tem pernas articuladas (sistema exclusivo e patenteado), cabelo enraizado e
novidade deste modelo é o módulo eletrônico sonoro que apresenta frases em português, inglês e espanhol para a criança aprender a pronunciar. A TreLe-Lê Aprender (Ecologia) vem com sapatinho, vasinho, pá, rastelo e regador, e tem módulo eletrônico sonoro com frases com lições de reciclagem e respeito à natureza. Ainda nesta coleção, a Tre-Le-Lê Cuida de Mim vem nas versões branca e negra, e tem seringa, termômetro, otoscópio e sapatinho, e reproduz sete frases pedindo cuidados da mamãe. Outra boneca que a Bandeirante Brinquedos está lançando é a Mamãe Ganha Nenê, também com a opção de pele negra, que tem barriga removível, permitindo o encaixe do bebê. A surpresa é que pode ser menino, menina ou gêmeos. Depois do nascimento, a barriga pode ser invertida e a mamãe volta ao normal. Vem com o enxoval do bebê, certidão de nascimento e o teste do pezinho. O Bebe Shrek, nos modelos menina, menino careca e menino com cabelo, tem cabeça, braços e pernas articulados e acompanha módulo eletrônico que emite som de risada, a palavra “mamãe” e outras frases brincalhonas. Já o Bob Esponja tem módulo eletrônico com a voz original do desenho, vem com roupa em tecido e tem braços e pernas articulados. Tanto o Shrek quanto o Boneco
Bob Esponja são produzidos em vinil atóxico. Segundo o gerente regional de vendas da Bandeirante Brinquedos, Valter Castilho, a expectativa para este final de ano é muito positiva. “Estimase um crescimento em torno de 20% sobre o mesmo período
de 2007”, informa. Segundo ele, a participação das vendas natalinas no faturamento da empresa é bastante significativo. Há 56 anos no mercado, a empresa exporta para a maioria dos países da América Latina, África e alguns da Europa.
Segundo o gerente regional de vendas da Bandeirante Brinquedos, Valter Castilho, a expectativa para este final de ano é muito positiva. “Estima-se um crescimento em torno de 20% sobre o mesmo período de 2007”, informa. Segundo ele, a participação das vendas natalinas no faturamento da empresa é bastante significativo. Há 56 anos no mercado, a empresa exporta para a maioria dos países da América Latina, África e alguns da Europa.
Hora da ceia Pedro Corrêa de Oliveira, diretor da importadora Porto a Porto, a terceira maior importadora de vinhos do Brasil e a maior do Sul do Brasil, também tem ótimas expectativas em relação ao final de ano. “Nosso planejamento indica que teremos um último trimestre com crescimento da ordem de 32% sobre o mesmo período de 2007”, revela. O motivo de tanto otimismo é o crescimento da empresa este ano, que, até agora, chega a 44% em relação a 2007. “Estamos nos preparando para encerrar 2008 com chave-deouro. Este ano, a Porto a Porto completa 10 anos de atividades e vamos estar muito presentes junto aos nossos clientes durante este período”, afirma. Segundo ele, a parte mais representativa das vendas da Porto a Porto é a de vinhos importados, principalmente os sul-americanos. “Tenho convicção que o brasileiro está aprendendo a degustar vinhos e, com isso, defendo que o crescimento desta categoria setembro - outubro 2008
Final de Ano seja irreversível”, afirma. Oliveira conta que, além dos vinhos, outros produtos que, tradicionalmente, têm um forte incremento nas vendas nesta época são os espumantes, panetones, azeites de oliva e bacalhau. Entre as novidades da empresa para o Natal, destacam-se os vinhos de diversas regiões e o Azeite Extra Virgem 100% australiano Olló, apresentado em embalagens contemporâneas, nas versões Mild & Mellow, espremido de azeitonas pretas maduras, com suave textura e doce aroma, e Fresh & Fruit, distinto azeite espremido das azeitonas verdes, com delicado final picante, ideal para harmonizar com saladas verdes, frutos do mar, grelhados, carnes e aves. Outro lançamento importante são os chocolates da badalada marca européia Jubileu, apresentados na versão tablete e nas charmosas latas estilizadas e coloridas para presente. Aliás, chocolate é outro produto que tem suas vendas aquecidas nesta época. Nem mesmo o nosso clima tropical impede um considerável aumento da procura por essas delícias. O crescimento das vendas deste segmento durante as festas de fim de ano ocorre de forma consistente e a data já é vista por alguns fabricantes como “uma segunda Páscoa”. De acordo com os dados da Associação Brasileira da 48 | supermix 118
Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), as vendas de produtos de chocolate de uso continuado (barras, bombons e tabletes) devem crescer em torno de 20% em dezembro, comparadas aos demais meses, sem considerar a Páscoa, é claro, que é um momento atípico. A previsão para este ano é que, com o incremento das Festas, as vendas em dezembro atinjam 32 mil toneladas. A Abicab prevê que as vendas de chocolate no último trimestre de 2008 cheguem a 82 mil toneladas, um crescimento em volume de 10%. O setor está em franco crescimento, a média mensal estimada até agora foi de 26,8 mil toneladas, um aumento de 19% em relação a 2007, e 48% em relação a 2006. Até o final deste ano, as vendas de produtos de chocolate de consumo continuado devem atingir 320 mil toneladas, o que representa um crescimento de 10% em relação às 291 mil toneladas comercializadas em 2007. O Brasil hoje é o quarto maior
fabricante de chocolates
Pedro Côrrea de Oliveira: “Tenho convicção que o brasileiro está aprendendo a degustar vinhos e, com isso, defendo que o crescimento desta categoria seja irreversível.”
no mundo, ultrapassando a França e ficando atrás somente dos Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido. Além de presente pessoal, o chocolate também tem sido oferecido como brinde de empresas, está nas cestas de Natal e também vai à mesa como ingrediente nobre do cardápio das ceias e almoços festivos. “É um produto eclético. Pode ser sofisticado, exótico e proporcionar diversão, ao mesmo tempo que oferece uma grande variedade de sensações de prazer”, diz Mauricio Weiand, vicepresidente da área Chocolate da Abicab. Ele lembra que este produto está presente também nos panetones recheados de chocolate, que vêm ganhando a preferência do consumidor e hoje já representam 40% do total de panetones produzidos. Falando em panetones, a grande novidade da Cantu para este Natal são as novas embalagens dessa linha, com cores mais vibrantes e atraentes, design clean e moderno. Segundo Alexandra Staudt, coordenadora de marketing da empresa, para o final de ano, intensifica-se a venda de vinhos, principalmente para a confecção de cestas natalinas. As frutas secas e cristalizadas também ganham destaque, tanto em pequenas embalagens para cestas de presentes como para a produção de panetones, nas panificadoras. “Além de
nossos panetones, que têm conquistado espaço no mercado de alimentos”, afirma. Alexandra acredita que, neste período, a empresa deve ter um crescimento mínimo de 20% em relação ao mesmo período de 2007, quando o faturamento de produtos industrializados chegou a R$ 3,75 milhões, nos últimos três meses do ano. Com
matriz em Vitorino (PR), a Cantu tem filiais em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Pernambuco, além de representantes espalhados pelo restante do Brasil. A empresa, que completa 40 anos em 2009, trabalha com FLV, industrializados, importação e exportação, pneus, transportes e vinhos.
Começa o verão Dezembro também marca o começo do verão, época de cuidar mais do corpo e da pele. Por isso, a Pro Life está lançando a Biomarine Make-up com extrato de caviar, tocoferol (com ação anti-oxidante) e Retinóide Like. A linha é formada pelo Lápis Delineador para Lábios, pelo Lip Shine In Mousse e pelo Lip Shine Liquid Gloss Color. O gloss tem como principal diferencial o efeito 4D: “os pigmentos utilizados na fórmula refletem a luz de forma intensa e focada, dando a sensação de aumento de volume”, explica a diretora industrial da Pro Life, Joyce Rodrigues. Outra novidade é a base líquida BioSpheres, “que conta com partículas ópticas que cobrem imperfeições, minimizam o brilho excessivo e refletem a luz de forma difusa, disfarçando poros dilatados e sinais de cansaço”, completa
Joyce. Para deixar a pele limpa após o make-up, a linha Biomarine também desenvolveu o leite demaquilante Pure Face. Por respeitar o pH lacrimal, o produto pode ser utilizado com segurança, inclusive por usuários de lente de contato. Além disso, contém compostos raros e moléculas marinhas que estimulam a pele a usar seus recursos naturais, uma proteção garantida contra o estresse diário. O verão também estimula os cuidados com o corpo. Assim, para queimar as calorias das festas de fim de ano e manter a forma, nada melhor do que uma boa pedalada. Pensando nisso, a Caloi lançou a Easy Rider, primeira bike híbrida da empresa, unindo as características de bicicletas mountain bike, comfort e road em uma só. Os pneus mais finos aumentam a velocidade, enquanto o setembro - outubro 2008
Final de Ano bagageiro traseiro ajuda na hora de transportar uma mochila ou pasta. Já o selim gel e a suspensão traseira são itens que proporcionam maior conforto ao ciclista. Outra novidade é a Caloi Gloss, com design e atributos técnicos altamente diferenciados. Fabricada em quadro de alumínio, o novo modelo ainda é equipado com freios V-Brake, quick release no canote do selim, protetor cobre-corrente semi-envolvente, aros em alumínio, caixa de direção com movimento central oversize, guidão tipo comfort e adesivos em clear coat. Para os adolescentes, o sucesso da década de 80, a Caloi Cross está de volta, só que mais moderna e totalmente reestilizada. Depois da pedalada, uma boa pedida é se refrescar com o MonaVie Original, uma bebida premium, não alcoólica, que combina 19 frutas, entre elas, açaí, acerola, cupuaçu, blueberry, cranberry e romã. A bebida não tem adição de açúcar ou adoçantes artificiais, contém vitamina C e pode ser combinada com os mais variados tipos de alimentos e consumida a qualquer hora do dia. Para aqueles que não dispensam um bom café, em qualquer época do ano, a Arno lançou a Espresseria Krups - XP 7230, com display interativo em LCD, que direciona as ações para regulagem da máquina, limpeza e conservação. O Sistema Thermoblock de aquecimento garante que o café seja servido sempre na temperatura ideal, desde a primeira xícara. Com uma bomba de 15 Bars de pressão integrada ao sistema, assegura à bebida um creme bege e intenso, de coloração caramelo. O moinho para grãos é integrado à máquina e tem sistema helicoidal, o mesmo utilizado nas cafeterias, que permite a adequação do nível de moagem, de acordo com o paladar do consumidor. Um reservatório desenvolvido para acondicionar os grãos preserva por mais tempo suas qualidades e retarda a oxidação natural, graças ao sistema de fechamento hermético. Sem contar o sistema “acqua filter” acoplado ao reservatório de água, que filtra micro-partículas em suspensão. Para o café da manhã, uma boa pedida é o moderno Kit Café Matinée Arno. Formada por um conjunto de três produtos (vendidos exclusivamente através do kit), a linha está disponível nas cores vermelho, azul e amarelo. A cafeteira é compacta e muito prática, com capacidade para dez xícaras e dispositivo corta-pingos, que permite que o café seja servido enquanto é coado. A Sanduicheira Matinée, que 50 | supermix 118
sela as bordas do pão sem deixar que o recheio transborde, é ideal para quem não tem tempo a perder na preparação de suas refeições. Para acompanhar, o espremedor de frutas é o único do mercado com motor de 70W de potência, que, além de garantir o melhor desempenho no seu segmento, facilita a vida dos consumidores no preparo de sucos frescos e nutritivos. Outro lançamento da Arno é o secador Moveling 1800 Arno for Elite, para todos os tipos de cabelos e penteados, que possui 1800W de potência e pode ser usado em diferentes velocidades
e temperaturas. O exclusivo sistema Air Control agiliza a secagem, enquanto o sistema de ar frio finaliza penteados com facilidade. O secador ainda possui a função Íon, que elimina a eletricidade estática dos fios ao liberar automaticamente íons negativos. O produto possui um design arrojado e inovador, e vem nas cores pink e preto. Voltando para a cozinha, a novidade da Panex são as formas com o exclusivo revestimento New Resist, que confere mais durabilidade, protege de arranhões e da abrasão e facilita a limpeza. Os novos produtos
ganharam também uma borda que oferece mais conforto e praticidade no manuseio e que confere um design moderno e elegante aos produtos. Feita de aço e inox, a Chaleira Elegance é o lançamento da Rochedo. Com sistema de apito, que indica quando a água está fervendo, o produto remete à elegância das antigas chaleiras. Além disso, é a única com tampa que pode ser retirada facilitando o uso e a limpeza. Com capacidade para 2 litros, a chaleira é feita em aço inox e tem cabo totalmente anatômico e ergonômico.
Como vender mais Com tantas novidades e tão boas expectativas, o que os supermercados devem fazer para vender mais neste final de ano? A primeira dica é se preparar com antecedência. É por isso que, apesar de ainda faltarem alguns meses para o Natal e o Reveillon, os varejistas já trabalham a todo vapor, de olho no melhor período de vendas do ano. “O comerciante que tiver um bom planejamento sai na frente da concorrência. Para tanto, a parceria com os principais fornecedores é fundamental, pois eles possuem informações estratégicas e dados de mercado das categorias que negociam”, aconselha Claudio Czapski, superintendente da Associação ECR Brasil, que reúne dezenas de empresas e tem como missão difundir
as ferramentas de Resposta Eficiente ao Consumidor (Efficient Consumer Response, em inglês). Segundo Czapski, é necessário saber definir corretamente seu sortimento, analisar os produtos que mais giram nas festas de fim de ano, expor corretamente, colocar em prática ações no ponto-devenda, que devem ser coordenadas em conjunto com os fabricantes, e dispor de um aparato logístico que possibilite uma reposição eficiente. Ele defende que os produtos que mais vendem nessa época devem ter tratamento e estratégias especiais. Uma das primeiras questões a serem resolvidas é o espaço destinado a essas mercadorias. Czapski explica que muitos lojistas passam pelo drama de dispô-las de forma conflituosa com os itens regulares do sortimento, prejudicando a setembro - outubro 2008
Final de Ano exposição e, conseqüentemente, as vendas. “Elas têm uma participação importante no faturamento, exigem um lugar especial na loja e visibilidade extra, pois seu período de exposição é restrito. Displays exclusivos e pontos extras dentro da loja podem ajudar a solucionar a questão”, ressalta. Um bom planejamento também evita que o varejista viva entre o dilema do “encalhe” ou da falta de produtos nas prateleiras. Afinal, o que fazer com os panetones e os perus que sobraram? É primordial, segundo Czapski, a definição do sortimento correto, em conjunto com a indústria, especialmente por ser uma linha com forte apoio de marketing, cujo conhecimento é essencial para estimar o volume de vendas. As previsões de vendas, em conjunto com o fornecedor e uma logística eficiente, garantem ao consumidor encontrar o item desejado. O sortimento adequado, portanto, proporciona ao varejo maior giro e principalmente fidelização dos clientes. Para Czapski, apesar da curta duração da demanda pelos sazonais, eles oferecem importantes oportunidades, especialmente quando se trabalha com o conceito de categorias, no qual se busca oferecer soluções completas para cada ocasião de consumo. Assim, por exemplo, no Natal e no Reveillon, pode-se trabalhar não apenas panetones e frutas de época, mas também o almoço (pernil, peru, temperos, vinhos, espumante ou mesmo refeições prontas), ampliando o leque de produtos e serviços com margens diferenciadas, que facilitam a vida do consumidor e agregam valor ao negócio. “A diferenciação requer, portanto, uma boa concepção de como explorar da forma mais completa as oportunidades que a época oferece, sem negligenciar as questões básicas, de um bom planejamento, sortimento, ações nos pontos-de-venda alinhadas com os fornecedores e logística eficiente”, completa Czapski. 52 | supermix 118
Czapski: “é necessário saber definir corretamente seu sortimento, analisar os produtos que mais giram nas festas de fim de ano, expor corretamente, colocar em prática ações no ponto-de-venda, que devem ser coordenadas em conjunto com os fabricantes, e dispor de um aparato logístico que possibilite uma reposição eficiente.”
Mais vendas e mais empregos
O número de empregos no setor supermercadista como um todo também deve crescer nessa época, que é considerada a melhor do ano para a geração de empregos temporários. Para se ter idéia, só o Grupo Pão de Açúcar abriu cinco mil vagas temporárias, com o objetivo de atender ao aumento das vendas típico dos últimos meses do ano, especialmente em dezembro. As vagas são para todo o Brasil, onde o Grupo opera 575 lojas, em 14 estados e Distrito Federal, e estão distribuídas em todas as áreas operacionais das lojas, em funções como operador de hipermercado, açougueiro, peixeiro, padeiro, confeiteiro, auxiliar de padaria, cozinheiro, vendedor, frentista, balconista de farmácia e farmacêutico. Há também diversas oportunidades para contratação de pessoas com deficiência e para candidatos da terceira idade. Já o Wal-Mart aumentou em 5% o quadro de colaboradores com a contratação de temporários, para atender à demanda de fim de ano. Passado o período de festas, parte deles tem a possibilidade de ser
efetivado, já que a empresa tem um plano de expansão agressivo para o próximo ano e deve contratar mais de nove mil pessoas. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem) e o Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão-de-Obra e de Trabalho Temporário (Sindeprestem), o setor de supermercados é o terceiro que mais cresceu (7,6%) na criação de postos de trabalho em relação ao ano passado. Em primeiro lugar estão as lojas de departamento (10,7%), seguidas do varejo de rua (8,8%), e, em quarto, os shopping centers (4,9%). Ao todo, estão previstas 113 mil novas contratações temporárias formais pelo setor de comércio e varejo no Brasil. O estado do Paraná é o quarto na criação de postos de trabalho temporário, com 8.465, quase 1,5 mil a mais do que em 2007. Os três primeiros estados são: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
setembro - outubro 2008
Crescimento
Em pleno
Crescimento
O ano de 2008 surpreendeu positivamente o setor supermercadista, que responde com grandes investimentos. Mas 茅 preciso ficar de olho na crise econ么mica que se espalha pelo globo
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O setor vive um de seus melhores momentos. Estes últimos dois anos, 2007 e 2008, foram períodos de grande expansão para as redes supermercadistas, que investiram na abertura de novas lojas e vivenciaram um estimulante crescimento. Para se ter idéia o faturamento dos supermercados aumentaram fantásticos 9,8%, passando de R$113,3 bilhões em 2006 para R$124,4 bilhões em 2007, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e da ACNielsen. Para 2008, este valor está previsto em R$135,16 bilhões, um crescimento de 8,64%. Nos sete primeiros meses deste ano, as vendas do setor cresceram 8,9% em relação ao mesmo período de 2007 em termos reais. No mês de julho, por exemplo, o aumento foi de 10,4%, em comparação com julho do ano passado, já incluindo o desconto da inflação no período, calculado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Paraná, os dados da Associação Paranaense de Supermercados (Apras) apontam para um resultado ainda mais positivo. Os supermercados paranaenses tiveram um crescimento de 10% no faturamento, passando de R$8 bilhões, em 2006, para R$ 8,8 bilhões, em 2007. Sendo que, em 2004, este valor era de apenas R$ 6,9 bilhões. Este ano, o crescimento deve chegar a 7%, com um faturamento na casa dos R$9,6 bilhões. Esse quadro positivo foi resultado de um aumento real da renda da população brasileira e de seu maior poder de consumo, principalmente na classe C, que soma 44% da população brasileira e que tem tido uma participação de 46% no total gasto pelos consumidores, segundo pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo (Abiesv). Outro fator que colaborou para este boom do setor é o
aumento do emprego. Segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o Brasil deve criar mais de dois milhões de empregos em 2008, superando os 1,6 milhão de postos de trabalho gerados em 2007. Também contribuíram as baixas taxas de juros e a expansão do crédito ao consumidor, que movimentaram consideravelmente as transações de cartões de crédito. A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) espera que o crescimento das compras feitas com cartões no Brasil supere a projeção inicial de 20% para este ano. O mercado brasileiro de cartões de crédito, débito, loja e rede, deve alcançar neste mês de setembro a marca de 481 milhões unidades em circulação e cerca de 515 milhões de transações. Em comparação com os números do mesmo mês do ano passado, o volume financeiro aumentou 24%, o número de transações 21% e o total de cartões 14%.
Crescimento Grandes investimentos Com este cenário empolgante, o setor supermercadista não pára de crescer. Em 2008, os investimentos foram surpreendentes e, para 2009, as redes planejam cifras ainda maiores. É o caso do Wal-Mart Brasil, que ano que vem fará o maior aporte de capital no País desde que começou a operar por aqui, há 14 anos. Serão investidos entre R$1,6 e R$1,8 bilhão e abertas entre 80 e 90 novas lojas. Nos últimos quatro anos, a empresa investiu mais de R$ 3 bilhões no Brasil. Só em 2008, R$ 1,2 bilhão estão sendo investidos para a abertura de 36 novas lojas, o que representará a geração de 7,1 mil novos postos de trabalho e 27 mil empregos indiretos. No país desde 1995, a rede possui 325 lojas em 18 estados brasileiros, mais o Distrito Federal. São mais de 70 mil funcionários em hipermercados (Wal-Mart Supercenter, BIG e Hiper Bompreço), supermercados (Bompreço,
O Grupo Pão de Açúcar também tem planos de investimentos ousados para 2009, com a previsão de R$ 1 bilhão em investimentos e 100 novas lojas. Hoje o Pão de Açúcar possui 575 lojas em 14 estados e no Distrito Federal, entre supermercados, hipermercados, lojas de produtos eletrônicos/eletrodomésticos, lojas de conveniência, “atacarejo”, operações de comércio eletrônico e ampla rede de distribuição. 56 | supermix 118
Nacional, Mercadorama, Todo Dia), atacado (Maxxi) e clube de compras (Sam’s Club). No Paraná, ainda este ano, o grupo abrirá um Maxxi Atacado em Londrina, no bairro Jardim Planalto. Estão sendo aplicados cerca de R$ 40 milhões na construção da nova loja, que terá 5.000m² de área de vendas e empregará cerca de 200 funcionários, além de gerar mais 600 empregos indiretos. A cidade também ganhará um hipermercado BIG em 2010, dentro do novo shopping da Sonae Sierra Brasil, empreendimento que será construído na região leste. Para a operação do BIG, serão contratadas outras 300 pessoas diretamente e 900 indiretamente. O investimento será de aproximadamente R$ 50 milhões no hipermercado, que terá 7.000m² de área de vendas. O Grupo Pão de Açúcar também tem planos de investimentos ousados para 2009, com a previsão de R$ 1 bilhão em investimentos e 100 novas lojas (ainda não foram definidas as cidades que receberão os novos empreendimentos). Segundo a assessoria de imprensa do grupo, o ano de 2008 está sendo bastante satisfatório para a empresa, que prevê um faturamento de R$ 20 bilhões para este ano. Hoje o Pão de Açúcar possui 575 lojas em 14 estados e no Distrito Federal, entre supermercados (Pão de Açúcar, Extra Perto, CompreBem e Sendas), hipermercados (Extra), lojas de produtos eletrônicos/eletrodomésticos (Extra-Eletro), lojas de conveniência (Extra Fácil), “atacarejo” (Assai), operações de comércio eletrônico (Extra.com.br e Pão de Açúcar Delivery) e ampla rede de distribuição. Para o Condor Super Center, que está completando 34 anos em outubro, 2008 é um ano decisivo. A rede está investindo mais de R$ 80 milhões em inaugurações e reformulações de lojas no Paraná. Ainda este ano, serão inaugurados mais dois hipermercados, um em Ponta Grossa, que vai ser a loja mais moderna do Grupo, e um em Curitiba, na Avenida das Torres. Em 2008, o faturamento da empresa deve superar a marca de R$ 1 bilhão. O desafio é dobrar este valor até 2014. Segundo Jefferson
Fidelis de Oliveira, diretor comercial do Condor Super Center, para atingir a meta de R$ 2 bilhões de faturamento em 2014, será preciso realizar a inauguração de pelo menos duas novas lojas a cada ano. Atualmente, o Condor conta com 25 lojas localizadas em Curitiba, Maringá, Londrina, Ponta Grossa, Lapa, Araucária, Paranaguá, Campo Largo, Apucarana e São José dos Pinhais, emprega 5.000 colaboradores e é a 13ª maior rede supermercadista do Brasil, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). “Chegarmos aos 34 anos sendo uma rede genuinamente paranaense é uma vitória conquistada com muito trabalho e obstinação, sempre com foco na satisfação dos clientes”, diz. Outra rede paranaense que está crescendo é a Supermercados São Francisco, com sede em Maringá. Segundo Agnaldo Viscovini, diretor comercial e de logística, ainda este ano a empresa irá inaugurar duas lojas, uma em Maringá e outra em Londrina. “Somando as contratações das duas lojas e mais as contratações do final de ano, devemos aumentar 25% o quadro de colaboradores”, diz. Isso significa um aumento de mais 250 colaboradores, além dos atuais 2,25 mil. Fundada em 1982, a rede atualmente possui treze lojas no Paraná, sete em Maringá, uma em Londrina, uma em Jandaia do Sul, duas em Cianorte, duas em Paranavaí, e uma no Mato Grosso do Sul, na cidade de Dourados. Além de duas centrais de distribuição. Ainda que não tenha previsões para inauguração de novas lojas no Paraná, Mateus de Andrade, diretor regional Sul do Carrefour Brasil, não descarta a hipótese do Carrefour expandir no Estado. Segundo ele, o mercado paranaense é promissor e segue a tendência dos estados brasileiros mais importantes. Ele destaca o desenvolvimento do mercado imobiliário paranaense, que gera grande consumo de produtos para casa, como a linha branca e os eletroeletrônicos. setembro - outubro 2008
Crescimento Das 770 lojas do grupo no Brasil, distribuídas em 17 estados, quatro estão no Paraná: Pinhais, Parolin, Champagnat e Londrina. Em 2007, o faturamento da empresa no Brasil foi de R$ 19,3 bilhões, nos diversos formatos de lojas e de serviços, que incluem postos de combustíveis, drogarias, serviços financeiros, entre outros. O Carrefour é um dos maiores empregadores do País, com 58 mil funcionários. Líder de mercado no setor supermercadista brasileiro e líder no segmento de Marca Própria no Brasil, com mais de 14 mil itens, o grupo é o segundo maior varejista do mundo e está presente em 30 países. A expectativa de faturamento da rede no Brasil em 2008 é de R$ 21,5 bilhões. Só com a aquisição do Atacadão, em abril de 2007, a empresa investiu R$ 2,2 bilhões. Para 2008, a previsão é de investir mais R$ 1 bilhão, com a perspectiva de abertura de 18 lojas Carrefour e Atacadão e 50 lojas Dia%. Até 2010, deve investir R$ 3 bilhões em expansão de lojas, compra de terrenos e treinamento de pessoal.
Em meio à crise Segundo Claudio Felisoni, coordenador do Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), o crescimento nestes últimos dois anos foi muito significativo, as vendas ao consumidor subiram 9,5% de 2006 para 2007, graças às baixas taxas de juros e ao aumento da renda real do brasileiro em quase 10%. Mas nem tudo são rosas para a economia brasileira. Esse eufórico crescimento do consumo deve diminuir com a crise internacional, que começou nos Estados Unidos e está se expandindo em grande velocidade por todo o globo. Felisoni acredita que, neste ano, o crescimento do comércio brasileiro ainda não deve ser afetado, mas, com o aumento da taxa básica de juros, com a alta do dólar e a redução do volume de créditos (as empresas estão voltando 58 | supermix 118
Felisoni acredita que, neste ano, o crescimento do comércio brasileiro ainda não deve ser afetado, mas, com o aumento da taxa básica de juros, com a alta do dólar e a redução do volume de créditos, os efeitos serão sentidos, exigindo alguns ajustes na economia.
a ser mais cautelosas na concessão de créditos), os efeitos serão sentidos, exigindo alguns ajustes na economia. No entanto, essa conjuntura não significa, necessariamente, uma retração dos investimentos do setor supermercadista. “Os investimentos são adiantados ou retardados por questões conjunturais, mas não deixam de ser feitos”, explica Felisoni. Mesmo porque, segundo ele, o Brasil abre amplas possibilidades, em médio prazo, para a expansão das grandes redes. Ele afirma que, por se tratar de um setor que vende commodities, como alimentos, produtos de higiene e limpeza, eletros, entre outros produtos que têm o preço de “ponta” praticamente determinado, a forma das redes crescerem é expandindo sua participação de mercado. “E isso exige tamanho”, avalia, acrescentando que a tendência do setor é de concentração nas empresas médias e grandes. “Em 1996, 48% do mercado de alimentos estava nas mãos das cinco maiores redes, recentemente, esse volume passou para 60%”, diz. Isso não impede que os pequenos tenham sucesso. A maneira de sobreviverem, segundo Felisoni, é minimizar a competição direta com as grandes redes. Ele explica que há diversas
maneiras de fazer isso, uma delas, é a própria localização da loja. Os pequenos mercados e até as mercearias podem ter sua localização como vantagem, chegando a consumidores que as grandes redes talvez não atinjam por causa da distância. Outra maneira de sobreviver neste mundo de gigantes é se concentrar em públicos específicos e produtos diferenciados.
Crescendo com responsabilidade Mas não basta crescer ou mesmo sobreviver. É preciso crescer com responsabilidade. Segundo Felisoni, está se desenhando uma nova configuração entre o capitalismo e as sociedades de economia centralizada (o comunismo, por exemplo) que propõe uma visão mais social do lucro. Assim, o lucro passou a ser visto como algo que deve ser buscado numa relação de comprometimento com a sociedade, não apenas no que se refere à geração de empregos. “A responsabilidade social está se tornando um valor em si mesmo”, analisa. Ele acredita, no entanto, que no Brasil ainda há um caminho longo para ser percorrido neste
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Crescimento sentido. O que já é uma preocupação efetiva para populações com alta renda per capita, ainda está apenas começando a se tornar realidade no nosso País. Isso acontece porque, por conta de sua baixa renda, a população coloca, antes do consumo responsável, outras prioridades, como preço baixo, por exemplo. Mesmo assim, afirma ele, as ações de responsabilidade social são uma tendência na sociedade mundial e estão ganhando um peso cada vez maior no Brasil. As empresas estão agindo de maneira mais efetiva nesse sentido e a população brasileira está dando cada vez mais importância a isso. Ciente disso e de que não há como imaginar o crescimento das empresas descolado das questões sociais e ambientais. (mais informações sobre questões ambientais na matéria da página 22)
Comprometimento Na área social, o Instituto Wal-Mart, inaugurado em 2005, apóia hoje cerca de 40 projetos em todo o País, atendendo mais de um milhão de pessoas em diversas iniciativas, com foco em geração de renda, formação de jovens e valorização da cultura. O Instituto vai encerrar 2008 com um investimento de R$ 7 milhões em projetos sociais. No Paraná, atualmente, apóia três projetos. Um deles é a Aliança Wal-Mart que beneficia 140 mulheres cooperadas em diferentes comunidades de Curitiba e região metropolitana. Nesse projeto, o Instituto dá apoio e treinamento para que as mulheres (com renda mensal inferior a meio salário mínimo) produzam e comercializem peças em tricô, itens de perfumaria e artesanato. Além de financiar a compra de novos equipamentos para a produção. Curitiba também é uma das capitais beneficiadas pelo Família Brasileira Fortalecida, que auxilia 900 famílias em áreas de risco social. O projeto é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em parceria com o Governo Federal e 28 organizações não-governamentais do País. Seu objetivo é orientar as famílias sobre 60 | supermix 118
os cuidados de saúde, educação, segurança e desenvolvimento de crianças e adolescentes. Tendo a família como foco imediato, a ação visa impulsionar mudanças sociais em médio e longo prazos, reforçando a conscientização sobre os direitos das crianças e dos adolescentes, os vínculos familiares e a mobilização comunitária. Cerca de 9.000 agentes sociais estão sendo capacitados para atuar nas famílias, utilizando livros e cartilhas desenvolvidos especialmente para orientar o trabalho. O Instituto Wal-Mart financia a confecção de todo o material utilizado e a capacitação da rede de proteção à criança. Outro projeto do grupo no Paraná é o Coopzumbi, que envolve 50 trabalhadores de Colombo. O projeto garante investimentos na infra-estrutura e gestão da cooperativa, capacita os cooperados e acompanha a realização da coleta seletiva e destinação dos resíduos. Além de dar a destinação correta para os resíduos que antes se acumulavam nas ruas da cidade, a ação contribui para preservar limpas as margens do Rio Palmital. A meta do projeto é ampliar em 50% o número de cooperados. Além disso, a empresa também mantém um programa chamado Boas Ações, com campanhas de vacinação, coleta de doações e atividades de conscientização e integração, entre outras ações. Valendo-se da grande capilaridade da rede e das próprias condições físicas das lojas, com grandes áreas localizadas em regiões de intensa circulação, a companhia realiza anualmente quatro campanhas de arrecadação com clientes – livros, agasalhos, brinquedos e alimentos. As doações beneficiam instituições sociais vizinhas às unidades. Além de estimular a participação de clientes e funcionários, a empresa também contribui diretamente com entidades sociais. Outra rede que investe em ações sociais é o Carrefour. Segundo Andrade, a responsabilidade social faz parte das políticas do Carrefour em todo o mundo, e no Brasil não é diferente. Em Curitiba, mais especificamente falando, entre as principais ações da rede estão a maratona
de 10Km, realizada com o apoio do Ministério dos Esportes e da Prefeitura da cidade, da qual participam cerca de 1,2 mil pessoas. Ainda na capital paranaense, a loja do Parolin, que foi recentemente remodelada, está mais ecológica. A iluminação interna da loja foi trocada por lâmpadas mais econômicas, reduzindo o consumo de energia em 67%. Em Londrina, uma área ociosa da loja se transformou em quadra esportiva, onde colaboradores, fornecedores, entre outros, disputam a Copa da Amizade, com partidas de vôlei e futebol de salão. O Condor também investe constantemente em ações de responsabilidade social, como a Campanha Solidária, realizada este ano pela rede e que beneficiará 15 instituições carentes.
Não há como imaginar o crescimento das empresas descolado das questões sociais e ambientais.
Os números do crescimento Segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e da ACNielsen, o número de lojas de auto-serviço no Brasil cresceu de 71,9 mil em 2004 para 73,7 mil em 2006, chegando a 74,6 mil, em 2007. Em empregos diretos, este número foi de 788 mil (2004) para 868 mil, em 2007. Já o faturamento passou de R$ 98,7 bilhões para R$ 136,3 bilhões neste período. No setor supermercadista, o número de lojas também cresceu, indo de 33 mil em 2006 para 33,4 mil em 2007. Em 2004, o número de supermercados era de 31,3 mil. O número de empregos diretos também teve grande aumento, de 651 mil, em 2004, para 730.863, em 2007. No Paraná, o crescimento do varejo acompanhou a média nacional. No autoserviço, entre 2004 e 2007, as lojas passaram de 6,7 mil, para mais de 7 mil, os empregos diretos de 60,7 mil para 67 mil e o faturamento foi de R$ 7,7 bilhões para R$ 9,6 bilhões. E em 2008, deve chegar a R$ 10,5 bilhões. No que se refere aos supermercados com dois ou mais check-outs, o número de lojas passou de 2,58 mil para 2,67 mil, entre 2004 e 2007. Já o número de empregos diretos aumentou de 50 mil em 2004, para 54,4 mil em 2006, chegando a 56,4 mil em 2007, gerando um crescimento de 3,6% entre 2006 e 2007. setembro - outrubro 20089
Crescimento A crise chegou. E agora? Do momento em que esta matéria foi escrita até o fechamento desta edição, a crise econômica internacional tomou proporções astronômicas. Em uma semana, a do dia 6 de outubro, o planeta viu desaparecerem US$ 4 trilhões em ações. Na sexta-feira, dia 10, as bolsas do mundo todo caíram entre 7% e 10%. A Bovespa também não ficou fora desta queda recorde e teve suas atividades interrompidas pela terceira vez na mesma semana. Essas interrupções são chamadas de circuit breaker e permitem, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado, o amortecimento e o rebalanceamento das ordens de compra e de venda. Mas não são apenas as bolsas que sofrem queda. O consumo no mundo todo está sentindo uma retração. Os economistas já dizem que a crise é irreversível e que a única coisa a se fazer agora é evitar uma depressão. No Brasil, os especialistas ainda não se arriscam a determinar o tamanho do impacto, mas já prevêem que, em 2009, 62 | supermix 118
as atividades econômicas devem diminuir e que o País deve crescer bem menos do que nos dois últimos anos. O que já pode ser sentido por aqui é que o Risco Brasil subiu quase 15%, chegando a 513 pontos. Além disso, o real está se desvalorizando, gerando prejuízos para as empresas nacionais. Essa valorização do dólar, acreditam os economistas, deve continuar. Para José Alfredo Lamy, da Cenário Investimentos, em entrevista a Miriam Leitão no programa Espaço Aberto da Globo News, isso acontece não apenas porque o dólar está se valorizando em relação a todas as moedas do mundo, mas também porque os fluxos financeiros vão se reduzir (portanto, menos dólares vão entrar no Brasil). Sem contar que, segundo ele, deve haver queda do saldo comercial e dos preços das commodities.
No mesmo programa, Paulo Tenani, da Fundação Getúlio Vargas, também afirmou que, em médio prazo, o cenário para a moeda brasileira não é bom. “Compare, por exemplo, com a bolsa, ela está em queda, mas a gente já começa a achar que algumas ações estão baratas. Não se pode achar o mesmo com o real. Nas novas condições econômicas, o real vai se depreciar mais porque o país pode até ter déficit comercial no ano que vem”, avalia. Para Lamy, a tendência da bolsa é continuar caindo. Segundo ele, o ano que vem é de recessão mundial. “Portanto, eu acho que o fundo do poço da bolsa brasileira é mais embaixo”, diz ele, acrescentando que a inflação deve subir ainda no próximo ano. “Em 2009, teremos inflação mais alta, crescimento menor, menor arrecadação e mais desvalorização do real”, analisa. Isso tudo deve significar aumento do desemprego, diminuição do consumo e alta nos preços, não apenas dos importados, mas também dos produtos nacionais. Nas palavras do economista e professor da Universidade de São Paulo, Celso Grisi, em entrevista a Globo News, “a crise financeira está chegando ao mundo real”, avalia, acrescentando que o encurtamento do crédito pode gerar imobilização da atividade produtiva e desemprego. Mas ele acredita que, “ainda que a crise assuste, os Bancos Centrais estão agindo”, conclui. No varejo, a crise e a redução no crédito começam a ser sentidos. O impacto deste tsunami econômico deve abalar os planos de investimentos das redes supermercadistas, pelo menos as de pequeno e médio porte. Isso acontece porque essas empresas geralmente dependem da verba dos bancos para financiar suas estratégias de crescimento e porque, com a crise, a tendência de arrocho na liberação de
crédito é eminente. Aqueles que, para 2009, planejavam fazer ofertas iniciais públicas de ações, conhecidas no mercado de ações como IPO, devem esperar este turbilhão passar para entrar nas bolsas de valores. Já as grandes redes, como Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e Wal-Mart, não se assustaram com a crise. Segundo reportagem do dia 8 de outubro no jornal DCI, elas afirmaram que manterão seus planos de expansão para o próximo ano. Enquanto isso, grandes empresas de outros setores já declararam na mídia que estão segurando os investimentos no Brasil, mas não irão suspendê-los, estão esperando para ver o que vai acontecer. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua otimista. Ele acredita que, mesmo com a crise, o Natal será extraordinário, sem redução nas vendas do comércio. Ele defendeu, em entrevista coletiva no dia 10 de outubro, que o Brasil está preparado para enfrentar a crise. Segundo ele, o sistema bancário nacional e as finanças estão sólidos, e a política fiscal é sóbria e serena. “É como se tivéssemos tomado uma vacina contra uma doença”, disse. Lula explicou que a crise está demorando a chegar ao Brasil. “E, se chegar, será numa proporção muito menor do que está chegando nos Estados Unidos e na Europa, no epicentro da crise, onde estavam todos metidos na especulação financeira, com o subprime”, disse, referindo-se ao tipo de hipoteca que deu origem à crise. Na coletiva, o presidente afirmou ainda que descarta cortes no dinheiro de obras sociais e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Os investimentos nessa área é que garantem que o nosso mercado interno continue crescendo”, conclui. setembro - outrubro 20089
Jurídico
O momento do sistema tributário nacional e os supermercados. O setor supermercadista continua sendo um dos setores mais penalizados pelo Estado, onerando de forma indireta o consumidor. Alta carga tributária, vasta gama de legislação para cumprir, conseqüência da grande variedade de produtos nas prateleiras de supermercados e grande quantidade de horas trabalhadas, inclusive nos finais de semana, entre outras. Para auxiliar os supermercadistas nesta missão a Apras disponibiliza periodicamente os “INFORMES”, que têm a função de orientar o setor a respeito das principais alterações legais que atingem mais diretamente o setor. São instruções que procuram, de forma simples, orientar o associado a como interpretar a legislação em vigor. Além disso, os associados contam com assessoria jurídica e vários cursos e workshops com foco na legislação aplicada ao setor supermercadista. A Apras busca, através do escritório de advocacia, acompanhar as demandas comuns e em juízo garantir o interesse coletivo de seus associados, sempre assessorada pelo Comitê Jurídico Apras. No legislativo, atua de forma proativa nas esferas municipal, estadual e federal na busca de uma legislação, que melhor atenda ao setor e aos consumidores. No Brasil, a carga tributária responde por aproximadamente 37% do PIB (Produto Interno Bruto), uma das mais altas do mundo, significando que 37% de tudo o que a sociedade produz é transferida para o Estado, na forma de impostos. Esse número é quase o dobro da carga tributária da Argentina e Chile, que está na faixa de 20% sobre o
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PIB. Como se isso não bastasse, a legislação tributária é uma das mais complexas do mundo, exigindo muito esforço e recursos para gerir o pagamento de um grande número de tributos. Alguns especialistas estimam em 2,5%, o custo só para administrar e pagar os tributos. Uma proposta que vem de encontro à simplificação é a redução do ICMS para o setor supermercadista, que foi proposta pelo governo do Paraná através do governador Roberto Requião que, após ouvir o setor, apresentou aos empresários uma proposta que reduz o ICMS, de 18% para 12%, sobre bens de consumo popular com alimentos, medicamentos, calçados, vestuário, tecidos, artigos de higiene pessoal e doméstico, e eletrodomésticos. A proposta, que deve ser encaminhada à Assembléia Legislativa no inicio de outubro, significa uma redução de aproximadamente 6% no custo para o consumidor final, em especial as classes C, D e E. Como o projeto não prevê perda da arrecadação, a Secretaria da Fazenda realizou estudos e propôs a elevação de alíquota em 2% na energia elétrica (exceto a destinada para a eletrificação rural), nos serviços de comunicação, na gasolina (inclusive o álcool anidro a ela misturado), no fumo e cigarros, nas cervejas e em outras bebidas alcoólicas. Para a Apras, o projeto vai ao encontro ao interesse do consumidor e beneficia também o setor supermercadista, pois a queda dos
preços dos produtos vai estimular a capacidade de compra e estamos apostando que, com a diminuição de preços, vai aumentar o consumo de produtos. Da mesma forma, no Congresso Nacional tramita a reforma tributária, que tem como relator o deputado Sandro Mabel (Grupo Mabel), amigo do setor, que incluiu no texto várias propostas apresentadas através da Abras, com destaque para a redução progressiva dos impostos que incidem sobre alimentos. Os principais pontos da reforma tributária são: extinção do PIS, Cofins, CID e salárioeducação e a criação do Imposto Sobre Valor Agregado (IVA); simplificação e unificação da legislação do ICMS nos 27 Estados; fim da guerra fiscal; desoneração de 6% na folha de pagamento; apropriação de crédito de bens de uso e consumo pelas empresas e redução do prazo de apropriação dos créditos de investimento para zero.
Pelo que se vê, a proposta, se bem conduzida, terá um impacto positivo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de pelo menos 0,5 ponto porcentual ao ano, tendo como principal reflexo a simplificação da tributação. Pelo que percebe-se, o Brasil passa a viver uma nova fase tributária, de impostos mais simples, menor carga tributária e menor sonegação, estimulada pelo melhor funcionamento da máquina arrecadadora, principalmente através do SINTEGRA e da nota fiscal eletrônica. Decisivo para que estas mudanças se tornem realidade é você, supermercadista, participar nelas trabalhando o seu deputado e o seu senador para que votem a favor permitindo um país melhor para todos.
Comitê Jurídico
Super Oeste
Durante três dias, Cascavel foi sede da 13ª Super Oeste. O evento, que tem como objetivo a realização de negócios entre supermercadistas e fornecedores da região oeste do Paraná, é realizado pela Apras (Associação Paranaense de Supermercados) em parceria coma Regional Cascavel. Para essa edição do evento, foram montados 112 estandes de exposição, 30% a mais que no ano anterior. “Nossa planta teve que ser ampliada devido à grande procura de nossos fornecedores para esse evento”, afirma Walde Prochmann diretor comercial da Apras. Entre locação de espaço, montagem, infra-estrutura, hotéis, passagens, mão-de-obra e produtos cerca de R$ 450 mil foram investidos. Durante os três dias do evento, 6.000 visitantes passaram pela feira, realizando R$ 50 milhões em negócios. “Essa é a maior feira regional, considerando-se o número de expositores e o volume de negócios fechados”, confirma Rubens Beal, presidente da Regional Cascavel. Segundo Beal, as feiras regionais são importantes, pois visam aproximar o fornecedor e o supermercadista, principalmente os pequenos e médios supermercados. Geralmente, por falta de tempo, esses empresários não conseguem participar de uma feira estadual. O evento contou também com uma programação de palestras voltadas aos empresários do setor. Cláudio Diogo contou o “Segredo do Sucesso” e, no último dia do evento, Eduardo Shinyashiki mostrou como vencer as divergências com o tema “Vencendo Desafios e Construindo o Futuro”. Para o presidente da Apras, Everton Muffato, a força do varejo no interior do estado é sempre certeza de excelentes convenções. “O interior é uma referência no setor supermercadista”, afirma. 66 | supermix 118
Responsabilidade Social Como no ano anterior, o Apras Mulher, braço de responsabilidade social da Apras, doou, em parceria com os expositores, os excedentes da feira para a APAE de Cascavel e para a UOPECCAN. Em 2007, na Super Oeste foram arrecadadas cerca de duas toneladas entre alimentos e material de higiene e limpeza que foram destinados a essas mesmas entidades.
Artigos
R I V U O
umanas... h s e õ ç a l e r ude das é maior virt
Em um curso de liderança, o professor pediu que os alunos fizessem uma breve apresentação e dissessem às razões que os levaram a participarem do treinamento. Quando chegou à quinta pessoa do grupo, o professor pediu para que ele dissesse o que sua colega, que acabara de se apresentar, havia dito.
por Prof. Menegatti
- ÃH? Foi o único som que saiu da sua boca. Ele estava tão ocupado pensando do que iria dizer a seu respeito na hora da sua apresentação que teve que pedir desculpas à sua colega, pois não havia escutado uma só palavra. Então, fui pesquisar quais as razões pelas quais não ouvimos eficazmente os outros. São elas:
•Não aprendemos como ouvir: O Dr. Ralph Nichols apresenta uma pesquisa do processo de comunicação. Aqui está à forma como se divide a nossa comunicação: 9% escrevendo, 18% lendo, 33% falando e 40% ouvindo. Mesmo antes de entrarmos na escola, nossos pais trabalham conosco para desenvolver nossas habilidades de escrever, ler e falar. E continuamos, durante toda nossa educação, fazendo cursos para melhorar estas habilidades básicas. Além disso, poucas pessoas crescem em um ambiente familiar tendo um bom ouvinte como exemplo. Durante toda nossa vida recebemos feedback positivo quando falamos corretamente ou mostramos nossa sabedoria por algo que dissemos. Contudo, raramente somos elogiados por nossa capacidade de ouvir.
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Ouvir requer muita atenção A maioria das pessoas tem dificuldade em se concentrar. De fato temos orgulho em fazer muitas coisas ao mesmo tempo, o que realmente impede a concentração. Você provavelmente sabe que uma pessoa normal pensa de quatro a cinco vezes mais rápido do que pode falar. Isso significa que temos a capacidade mental de pensar a respeito de mais de uma coisa de uma só vez e muitas pessoas fazem exatamente isso enquanto a outra está falando. Fazemos todos os tipos de coisas, planejamos as respostas, pensamos a respeito de nossa reunião amanhã com o nosso chefe, avaliamos o que a outra pessoa está dizendo, decidimos se concordamos ou não com suas opiniões.
Nossas crenças distorcem o que ouvimos: Nosso passado forma crenças que agem como filtros. Trazemos experiências anteriores para cada nova conversa. Mesmo quando encontramos uma pessoa pela primeira vez, trazemos nosso histórico de situações semelhantes. Isto cria um conjunto de filtros pré-determinados para nossa audição que, na maioria das vezes, distorcem a mensagem da outra pessoa. Já aconteceu comigo – e deve ter acontecido com você – de estar conversando com uma pessoa e ela lembrar de alguém que não lhe era muito simpático e você transferir a antipatia simplesmente por ela lembrar essa outra pessoa. Isso acontece porque muitas vezes nosso passado abafa o que está sendo visto e dito por nós.
Conflitos com a falta de comunicação: Os conflitos são mais facilmente resolvidos quando as necessidades são identificadas. A maioria das pessoas defende a posição do “eu estou certo e você errado”, passando a limitar outras opções que possam satisfazer tanto as
suas necessidades quanto as da outra pessoa. O problema é: investiram tanto esforço para defender uma posição que não querem parecer tolos ou que estão errados quando recuam. Diante dessas razões, por que nos tornamos tão maus ouvintes? Creio que uma grande falha tenha ocorrido no sistema escolar, dando muita ênfase a ensinar, a ler e a escrever. O treinamento para ouvir vinha na forma de advertência: “preste atenção”, “ouçam”, “abram os ouvidos”. Ingressamos no mercado de trabalho lendo e escrevendo relativamente bem, sendo que a necessidade do mercado é três vezes maior de bons ouvintes. Então, quero dar algumas dicas para que você se torne um bom ouvinte: • Esteja atento e demonstre isso com um bom contato visual, acenando com a cabeça. • Preste atenção não só ao que é dito, mas também como é dito. • Interprete o que as mensagens não verbais querem dizer. • Não adianta só ouvir, mas entenda o que está sendo dito. • Faça um resumo do que você ouviu, para checar se você entendeu a mensagem corretamente. Concluindo, podemos assegurar que na prática, aprender a ouvir requer paciência, disciplina e autocontrole, o que não é fácil. Mas, sabemos que a única maneira de mantermos pessoas ao nosso lado é ouvindo o que elas têm a dizer. Prof. Menegatti: Conferencista em Vendas, Motivação e Liderança. Seu novo livro Talento é fazer coisas comuns de forma extraordinária – Prefácio de Prof. Gretz e Contracapa de Max Gehringer. Contatos: www.menegatti.srv.br -- (41) 3342.9562 // 9942.5550
setembro - outubro 2008
Artigos Líder: Como trabalhar com a nova equipe neste final de ano?
O final de ano chegou e a pergunta de muitos líderes de loja é: Quem estará trabalhando comigo? Que mudanças estão por vir? A rotatividade de pessoas tem trazido estas perguntas e também um certo temor, pois não está definido quem fará parte de sua equipe de trabalho. O empresário conta neste momento com os colaboradores internos e entre eles estão os mais antigos, os que trabalham com ele há algum tempo, os que estão há pouco tempo e aqueles que trabalharão temporariamente. Uma equipe nova se constitui e ela poderá obter grande sucesso ou então fracassar. O resultado dependerá das atitudes de seu líder. A primeira pergunta que se faz: O líder está preparado para trabalhar com esta equipe diversa e que ainda está se formando? Vamos explicar as características desta nova equipe e dar algumas dicas para o líder. 70 | supermix 118
Colaboradores antigos: Conhecem muito da empresa, têm competência e são prestativos em vários setores, o que lhes dá em várias empresas o cargo de líder de setor. Mas, nem todos têm o prazer de ensinar e compartilhar seu conhecimento. Muitos gostam de se apresentar como grandes chefes e não aceitam sugestões e mudanças. Ao líder cabe enfatizar que são muito importantes neste momento, mas que não são os donos da razão por estarem a muitos anos na empresa.
Colaboradores de algum tempo: Conhecem bem seu trabalho e seu líder, executam uma grande quantidade de tarefas, têm muito a contribuir neste momento. Mas, também têm dificuldades com mudanças. Para ter a sua amizade é necessário que os mais novos se ajustem ao seu comando. Ao líder cabe averiguar esta forma de trabalho e deixar claro que a presença e o trabalho de todos tem a mesma importância para a empresa.
Colaboradores há pouco tempo: Estão ainda conhecendo sua empresa, não têm uma opinião formada sobre seu trabalho. Mas grande parte já tem uma opinião formada sobre seu líder e está pronta para comunicar a qualquer colega que chegar. Ao líder cabe ter uma boa e constante comunicação com esta equipe para que o que precisa ser dito e ouvido seja realizado pela e para a pessoa certa. Colaboradores temporários: Estão chegando à empresa, ainda receosa em um lugar desconhecido, com pessoas desconhecidas. Entre eles, novos profissionais poderão ser encontrados, pois estão com vontade de trabalhar e isto provoca até medo nos demais colaboradores da empresa. O líder deverá acompanhá-los constantemente e deve pedir a ajuda dos colaboradores mais antigos e deverá integrá-los a toda a equipe para que todos se sintam satisfeitos. O grande desafio do líder é ter pessoas sob seu comando, a sua equipe. A ele é dada a tarefa de conhecer a todos particularmente. Ele poderá contar com a ajuda de todos aqueles que acreditam no seu trabalho. O colaborador mais antigo será seu braço direito neste final de ano, pois a ele já foram dadas muitas tarefas de responsabilidade e uma delas é acompanhar e ensinar os mais novos. Aos colaboradores de Algum tempo e de Pouco tempo, o líder deverá expor metas, pedir resultados que possam ser atingidos, abrindo um contato direto e constante, sendo sensível às idéias, críticas e cobranças destes que compõe a maioria dos colaboradores. Os colaboradores temporários devem ser recebidos por todos, pois é importante que se sintam parte da equipe. São muito importantes neste momento para a empresa e devem receber uma atenção especial dos líderes. Muitos querem dar continuidade ao trabalho e sonham com uma contratação. A equipe é diversa no final de ano. Cabe ao líder perder sua equipe ou conquistar uma nova equipe. Para tanto, sua comunicação verbal não é suficiente. É preciso causar um impacto sobre seus colaboradores através de seu caráter, compromisso e suas atitudes. O líder que vive o que fala, atrairá seguidores dispostos para este final de ano. Sucesso para todos vocês!!!!
Andréa Luy
Espaço Apras GUARAPUAVA REALIZA MAIS UM EVENTO No dia 19 de setembro, no Salão Vitri, em Guarapuava, a Regional reuniu 350 pessoas para apreciarem o prato típico da região, o Carneiro no Rolete, e o show de Ivan Trelha.
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JANTAR ALEMÃO EM ROLÂNDIA A Apras Regional Londrina, em parceria com o supermercadista Odair Locatelli, realizou no dia 30 de setembro, em Rolândia, um delicioso jantar regado a comida alemã e muita animação. Cerca de 500 pessoas estiveram no evento, batendo mais um recorde de público da Regional.
Espaço Iespar PALESTRA João Carlos Lazzarini
Workshop de Recursos Humanos
No dia 10 de setembro, no auditório da Apras, João Carlos Lazzarini diretor da Nielsen e responsável na empresa pelo Atendimento e Coordenação de todos os trabalhos e análises de pesquisas e informações de Marketing e de Conhecimento do Consumidor dos setores de Atacado, Farmácias e Supermercados brasileiro, ministrou a palestra com o tema “A Nova Classe C”.A palestras contou com a participação de 60 pessoas.
No dia 20 de agosto de 2008, o Instituto Escola Paranaense de Supermercados – IESPAR – braço educacional da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), realizou na Regional Cascavel o I Workshop de Recursos Humanos no Varejo com o Tema “Motivos da Rotatividade no Varejo”. Estavam presentes diversos profissionais de agências de RH, Coordenadora da Agência do Trabalhador, professores, profissionais de RH e diretores de grandes empresas supermercadistas do estado.
Conclusão de mais uma turma do Curso de Formação Gerencial no Varejo
Formação de Padeiros – Regional Guarapuava No mês de setembro, foram requalificados 12 padeiros, colaboradores dos supermercados associados à Apras Guarapuava. Agradecemos a Cooperativa Agrária Mista Entre Rios Ltda e aos professores e assistentes técnicos pelo auxilio que nos foi prestado. Este trabalho terá continuidade no mês de outubro, requalificando 12 novos padeiros dos supermercados de Laranjeiras. Informações e inscrições com Edna no tel. (42)3627-6141.
No dia 2 de outubro passado, na sede da Regional Sul, em Ponta Grossa, a 18º turma concluiu o Curso de Formação Gerencial no Varejo do Paraná. Participaram do curso 27 colaborados de vários supermercados da região.
Curso para Formação de Confeiteiras Projeto de Responsabilidade Social – Apras Mulher No dia 16 de setembro, o Apras Mulher, braço de responsabilidade social da Apras, juntamente com o Iespar e com o apoio das empresas Perfecta e Nestlé, formaram 11 novas auxiliares de confeitaria. Essas mulheres foram preparadas
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para integrar o quadro de colaboradores de nossos associados supermercadistas. Esta ação social terá continuidade no próximo ano. Agradecemos a Mauro Augusto, gerente Regional Sul da Perfecta, que ofereceu novamente seu apoio à Apras/Iespar para a continuidade do projeto.
PROGRAMAÇÃO DE CURSOS E PALESTRAS CURSO FORMAÇÂO GERENCIAL NO VAREJO - 2009 Turma 20 – Ponta Grossa Início do curso: 09/02/2009 Contato: Anita Fone: (42) 3236-3077
Workshop: Bons Negócios com Fornecedor – 3h de duração
Dia: 27/10/2008. Horário: 15h às 18h Cidade: Matinhos – PR Público Alvo: Supermercadistas Informações: (41)3362-1212 -Patrícia
Turma 21 – Londrina Início do curso: 12/02/2009 Contato: Mirian Fone: (43) 3323-7935
Palestra: Marketing Pessoal – 2h de duração Dia: 29/10/2008. Horário: 19h às 21h Cidade: Cascavel – PR Público Alvo: Supermercadistas e Fornecedores
Turma 22 – Cascavel Início do curso: 12/02/2009 Contato: Marcela Fone: (45) 3223-9995
Curso: Atendimento ao Cliente – 8h de duração Dia: 18/11/2008. Cidade: União da Vitória – PR Informações: (41)3362-1212 – Patrícia
Turma 23 – Maringá Início do curso: 03/03/2009 Contato: Ieda Fone: (45) 3223-9995
Palestra: Atendimento como Diferencial Competitivo – 2h de duração Dia: 10/11/2008. Cidade: Pitanga – PR Informações: (42)3627-6141 – Edna
Palestra: Influência do Layout sobre as Vendas 2h de duração Dia: 20/10/2008. Cidade: Pitanga – PR Informações: (42)3627-6141 - Edna
Curso: Técnicas de Vendas – 8h de duração Dia: 13/11/2008. Cidade: Jacarezinho – PR Informações: (41)3362-1212 – Patrícia A PROGRAMAÇÃO DE CURSOS GERAIS (Curitiba e Estado) pode ser vista no site www.apras.org.br/iespar setembro - outubro 2008
Plataforma APTI SEM GORDURA TRANS
EMPALUX
A APTI amplia seu mix de produtos e aposta no mercado de salgados lançando uma linha de Caldos em Tabletes em 6 sabores. O Produto é Livre de Gordura Trans, e não contém Corantes Artificiais e Conservantes. APTI ALIMENTOS (49) 3361.5755 www.apti.com.br
Para tornar a noite das crianças mais alegres e divertidas, a Empalux, empresa especializada em iluminação, apresenta a Luz Noturna Kids, ideal para decoração e iluminação noturna de quartos, corredores de residências e ambientes para crianças e bebes. São 14 modelos e são disponibilizados nas voltagens 127V e 220V.
CLUB SOCIAL
Club Social Recheado é a combinação de duas lâminas do biscoito Club Social com um recheio salgado. Além das inovações de sabores e da nova proposta de produto que a marca traz com a versão recheada, o produto chega às gôndolas já nas novas embalagens que caracterizarão toda a linha do biscoito.
KRAFT GELATINA A Kraft Foods Brasil lança no mercado a gelatina Royal Zero nos sabores uva, maracujá, morango, amora e tangerina.
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KRAFT GELATINA
PÓ ROYAL
A Gomes da Costa trás mais uma novidade ao mercado brasileiro, a Cavalinha, um tipo de peixe sem escamas, mais saboroso e mais nobre do que a sardinha. O produto conservado em óleo traz um sabor mais marcante às receitas e oferece a tampa abre-fácil.
O fermento em pó Royal é um ícone no mercado e sinônimo de fermento, líder absoluto da categoria há muitos anos, porque responde às necessidades de suas consumidoras. E a mulher de hoje tem uma vida mais agitada, mudou. E Pó Royal acompanha essa mudança e traz uma embalagem com mais praticidade ao mercado.
LA VALLE Leite Condensado e Creme de Leite La Valle lideram as vendas! Em perfeita sintonia com o mercado, embalagens chamativas, apresentando um custo bastante competitivo, com o sabor, a textura e a densidade bem ao gosto do consumidor doméstico e do profissional confeiteiro, estes produtos têm liderado o ranking de vendas da linha que hoje conta com mais de 250 itens.
VANISH MAX PODER O2 Vanish Max Poder O2 é o primeiro tira manchas em pó multi-uso que remove manchas difíceis como gorduras, vinho tinto, suco de frutas, café, chá, manchas causadas por animais domésticos, tinta de caneta e base de água, grama, lama e refrigerantes entre outras. - Pode ser usado na máquina, na pré-lavagem e no molho. - Agora com detector de manchas inteligente.
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