UNIVERSIDADE PAULISTA INTERATIVA CURSO CIÊNCIAS CONTÁBEIS ESTUDOS DISCIPLINARES VIII
CONTABILIDADE DE CUSTOS - CASE Trabalho Grupo – TG
Adelson Nunes de Oliveira – RA: 1540293 Bruno Oliveira Ferreira – RA: 1531013 Gustavo da Rocha Leite – RA: 1545611 Juliana Sathler – RA: 1543533 Sandra Regina Bergmann Schneider – RA: 1529697 Silvio Neves Carreira Júnior – RA: 1534362
Grama/DF - Orlândia/SP, Osasco/SP - Vitória /ES, Pelotas/RS – Orlândia/SP
2016/2
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Sumário CASE ............................................................................................................................................................. 3 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................. 4 1.
CONTABILIDADE DE CUSTOS ........................................................................................................ 5
2.
ANÁLISE DO CASE PROPOSTO ..................................................................................................... 6
2.1.
Controle de Estoques – Método PEPS ........................................................................................ 6
2.2.
Método de Custeio por Absorção.................................................................................................. 7
2.3.
Contabilização das Operações...................................................................................................... 8
2.4.
Demonstrativo do Resultado do Exercício................................................................................... 9
2.5.
Balanço Patrimonial ...................................................................................................................... 10
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................... 11 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................... 12
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CASE (Questão adaptada do Exame de Suficiência do CFC.) Uma pequena empresa fabricante de toalhas de banho modelo infantil apresentou os seguintes dados referentes ao mês de março de 2016.
Estoque inicial igual a 180 unidades no valor de R$ 2.700,00. Produção mensal de 600 unidades com venda de 350 unidades. Custo variável unitário de R$ 17,00. Preço de venda unitário de R$ 35,00. Custo fixo mensal de R$ 2.800,00. Despesas fixas mensais de R$ 550,00. Despesa variável unitária de R$ 1,30 para cada unidade vendida.
Sabendo-se que a empresa utiliza o custeio por absorção e o método PEPS para o estoque de produtos acabados, pede-se: a) Apurar o resultado líquido no mês de março de 2016, elaborando a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício). b) Apurar o valor do estoque final de produtos acabados.
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INTRODUÇÃO “Tem cuidado com os custos pequenos. Pequenas fendas podem afundar grandes barcos”. Benjamin Franklin – diplomata norte-americano (1706-1790) O consumo de bens e serviços são necessidades inerentes à própria condição humana e remonta dos primórdios da civilização. No início, os produtos eram consumidos in natura, no estado em que se encontravam. O desenvolvimento civilizatório conduziu ao aparecimento de demandas por produtos manufaturados. Surgem aí, as organizações societárias imbuídas de transformar bens da natureza em produtos mais elaborados que atendessem aos anseios desta nova sociedade. As empresas que surgem neste mercado têm um objetivo claro: obter resultado positivo financeiro de suas ações. Desta forma, desenvolvem ferramentas, técnicas e formas de controles de suas finanças. No que tange as empresas de transformação, as indústrias, um ponto tem especial atenção dos gestores. Como identificar o custo do produto industrializado? De que forma pode ser otimizado o processo de fabricação para que os produtos tenham cada vez custos menores e possibilitem uma maior contribuição para o lucro total da empresa. No que se refere ao enfoque da gestão do negócio, os produtos não têm o objetivo específico de lucro. O produto dá margem de contribuição. A empresa como um todo é que deve dar lucro (TAVARES, 2016). Entretanto, no que tange aos controles contábeis é imprescindível que se conheça todos os valores investidos na empresa e de que forma contribuem para o desenvolvimento do negócio, e, é fundamental para que se possa conhecer a margem de contribuição com que cada produto ou serviço de uma empresa contribui para a manutenção e o crescimento do negócio. Destaca-se daí a importância da contabilidade de custos, mais do que transcrever todos os dados contábeis em conformidade com as legislações e normas contábeis vigentes, tem o condão de subsidiar o gestor de informações úteis para a tomada de decisões acerca do seu negócio. Nesta linha, o presente trabalho tem o intuito de apurar os resultados da empresa fictícia apresentada no case. O que faz a seguir.
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1. CONTABILIDADE DE CUSTOS O custo está inserido na vida de cada indivíduo, por toda a vida, vez que todos os bens necessários ao seu consumo ou utilização tem um custo. Esta convivência empírica com o custo tende a ocasionar alguns conflitos de conceituação sobre preço, custo, receita, gasto, desembolso e despesa (DUTRA, 1992). Neste contexto, a Contabilidade encontra seu papel. Oriunda de uma necessidade de controle financeiro das operações de indivíduos e empresas é hoje o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Por meio de uma metodologia estruturada “[...] coleta os dados econômicos, mensurando-os monetariamente e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões” (MARION, 2015). Sobretudo, Griffin (2012) destaca que além do papel crítico que desempenha como um sistema de informação financeira, a contabilidade fornece muito do vocabulário usado nas empresas e no mercado financeiro. Além da contribuição para com o vocabulário a contabilidade também atua dando ênfase a segmentos específicos de uma organização na medida da importância no negócio. Neste aspecto, a Contabilidade de Custos faz a gestão econômica do custo e dos preços de venda dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas. A Contabilidade de Custos tem sua origem na Revolução Industrial, momento em que, surge a necessidade de mensurar custos dos produtos sob um enfoque industrializado. Até então a produção era artesanal, todavia, as invenções e os primeiros processos automatizados, a produção em massa, entre outros aspectos, demandam controles diferentes dos da área comercial utilizados na época (PADOVEZE, 2015). Assim sendo, vale destacar, os conceitos utilizados pela contabilidade para definir e classificar os aspectos monetários de cada operação na linha de Custos. Retomando os ensinamentos de Dutra (1992), preço é o valor estabelecido pelo vendedor ao colocar o produto no mercado e nele estão incluídos, além do custo, o eventual lucro ou prejuízo, a margem de contribuição para o seu negócio. A receita é o preço de venda do mesmo multiplicado pela quantidade vendida. O gasto é o valor pago ou assumido para obter a propriedade do bem. Desembolso é o pagamento de parte ou do total adquirido. Custo é a parcela do gasto que é aplicada na produção e soma-se a ele todos os valores agregados desde a sua aquisição até a comercialização. Despesa é a parcela do custo que integra a produção vendida. Para Padoveze (2015) o ponto central da contabilidade de custos é a apuração do custo unitário do produto. Todas os métodos e sistemas desenvolvidos no decorrer dos séculos tem como objetivo básico a determinação do custo unitário. Dutra (1992) corrobora e ensina que para que isto seja possível se faz necessário a separação de cada custo de acordo com as diversas classificações e finalidades de apuração de custos. “A finalidade principal e mais abrangente é determinar o custo final e global
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por unidade de produção para ser comparado com o preço de venda”. O procedimento é capaz de determinar a margem de contribuição de cada produto ou serviço na empresa para o resultado final da organização. Com fundamento na sucinta exposição acima, dar-se-á o registro contábil das operações realizadas pela empresa do case proposto.
2. ANÁLISE DO CASE PROPOSTO O case proposto nos traz informações acerca dos negócios realizados pela empresa no período de março de 2016. Neste ponto é importante distinguir os valores apresentados e a forma em que serão registrados na contabilidade. Inicialmente há a distinção entre Despesa e Custo. A Despesa é um gasto ocorrido em determinado período e lançado contabilmente pelo regime da competência para fins da apuração do resultado periódico da empresa. De outra banda, o Custo está ligado tecnicamente à aquisição de mercadorias para estoque ou insumos para fabricação adicionados os recursos humanos diretos na produção do bem. Vale dizer que ambas são classificadas quanto ao volume entre fixas e variáveis. As fixas são as que permanecem constantes num determinado nível de produção. Quanto ao custo pode-se destacar: aluguel de fábrica, apoio à produção, depreciação de maquinário de fábrica entre outros. Já nas despesas encontra-se valores relativos a administração, manutenção de equipes de gestão, depreciação de móveis e utensílios como exemplo. No que tange as variáveis estas estão ligadas diretamente ao volume fabricado ou vendido. Nas despesas pode-se destacar comissão de vendas e nos custos a mão de obra direta e matéria prima. . 2.1. Controle de Estoques – Método PEPS No case a metodologia utilizada para o Controle de Estoques é o método PEPS cujo critério de consideração do CPV é o custo mais antigo, ou seja, o primeiro que entra é o primeiro que sai. Neste raciocínio vende-se primeiro as mercadorias mais antigas. Diante disso, segue a ficha de controle de estoque do produto toalha de banho infantil no período de março de 2016.
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PRODUTO:
FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE - PEPS Toalha de Banho Infantil
NÍVEL DE ESTOQUE: MÁXIMO:
CÓDIGO:
MÍNIMO:
FORNECEDOR:
DATA
OPERAÇÃO
QTDE
01/03/2016 Estoque inicial xx/03/2016 PRODUÇÃO
600
xx/03/2016 venda xx/03/2016 venda
ENTRADA $ UNIT
$TT
21,67
13.000,00
QTDE
-
31/03/2016 Saldo do Mês PRODUÇÃO
SAÍDA $ UNIT
$TT -
180 170
15,00 21,67
13.000,00 CPV
2.700,00 3.683,33
6.383,33
SALDO QTDE $ UNIT 180 15,00 600 21,67 780 600 21,67 430 21,67
ESTOQUE FINAL 430
$TT 2.700,00 13.000,00 15.700,00 13.000,00 9.316,67
9.316,67
Pelos valores apurados na Ficha de Controle de Estoque verifica-se o volume e valor monetário dos Produtos Acabados ao final do período. Havendo em estoque 430 unidades num valor total de R$ 9.316,67, dados que respondem ao questionamento do item b do case. O Custo do Produto Vendido é obtido pelo resultado do Saldo do estoque inicial de produto acabado + custo de produção do período – o estoque final de produto acabado. CPV = EIPA + CPP - EFPA Desta forma, CPV = 2.700,00 + 13.000,00 – 9.316,67 = 6.383,33.
2.2. Método de Custeio por Absorção Pelo método de custeio se define os gastos que devem fazer parte da apuração do custo unitário do produto. Neste caso, todos os custos diretos ou indiretos, fixos ou variáveis compõem o custo unitário do produto. A distribuição do custo fixo e indireto é feita por rateio. Este método é o critério legal exigido no Brasil. No que tange ao case o Custo do Produto Vendido será definido em consonância com o método PEPS de controle de estoques
Vendas (-) Custo Produto Vendido (=) Lucro Bruto (-) Despesas Variáveis
CUSTEIO POR ABSORÇÃO Preço Unitário Quantidade Total Índices R$ 35,00 350 R$ 12.250,00 100% R$ 15,00 180 R$ 21,67 170 R$ 6.383,33 52,11% R$ 5.866,67 47,89% R$ 1,30 350 R$ 455,00 3,71%
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(-) Despesas Fixas LUCRO LÍQUIDO
R$ 550,00 4,49% R$ 4.861,67 39,69%
Pelos dados observa-se que a margem de contribuição é de 47,89% da venda, já o custo do produto vendido absorve 52,11% do faturamento. Extraindo-se todos os custos e despesas as operações do período renderam um lucro líquido de 39,69% do faturamento. 2.3. Contabilização das Operações Os registros contábeis, ficariam assim: D/C D C C D C D D C D C D D C D C D C D C D C D C C
CONTABILIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES CONTA VALORES Estoque produtos em elaboração R$ 13.000,00 Custo Variável R$ 10.200,00 Custo Fixo R$ 2.800,00 Estoque Produtos Acabados R$ 13.000,00 Estoque produtos em elaboração R$ 13.000,00 Custo Variável R$ 10.200,00 Custo Fixo R$ 2.800,00 Contas a Pagar R$ 13.000,00 Caixa/Bancos/ Clientes R$ 12.250,00 Vendas R$ 12.250,00 Despesas Fixas R$ 550,00 Despesas Variáveis R$ 455,00 Contas a Pagar R$ 1.005,00 Vendas R$ 12.250,00 Resultado com Mercadorias R$ 12.250,00 Resultado com Mercadorias R$ 6.383,33 Custo dos Produtos Vendidos R$ 6.383,33 Custo dos Produtos Vendidos R$ 6.383,33 Estoque de Produtos Acabados R$ 6.383,33 Resultado com Mercadorias R$ 5.866,67 ARE R$ 5.866,67 ARE R$ 1.005,00 Despesas Fixas R$ 550,00 Despesas Variáveis R$ 455,00 Os razonetes: Estoque de Produtos Acabados SI 2.700,00 6.383,33 13.000,00 EF 9.316,67
Estoque Produtos em Elaboração 13.000,00 13.000,00
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Vendas
CPV 12.250,00
6.383,33
12.250,00
6.383,33
Despesas Fixas 550,00 550,00
Despesas Variáveis 455,00 455,00
Contas a Pagar 13.000,00 1.005,00 14.005,00 Custo Variável 10.200,00 10.200,00
Custo Fixo 2.800,00 2.800,00
Caixa / Bcos/ Clientes 12.250,00
RESULTADO COM MERCADORIAS 12.250,00 6.383,33 5.866,67
ARE 5.866,67 1.005,00
4.861,67
2.4. Demonstrativo do Resultado do Exercício As Demonstrações Contábeis contêm os seguintes registros: Demonstração do Resultado do Exercício, em 31 de março de 2016: Receita bruta de vendas .................................................................................................. 12.250,00 (-) Deduções sobre vendas .......................................................................................... 0,00 (=) Receita líquida de vendas............................................................................................12.250,00 (-) Custo dos Produtos vendidos (CPV) ....................................................................... (6.383,33) (=) Lucro bruto................................................................................................................... 5.866,67 (-/+) Despesas / Receitas operacionais Despesas Fixas.............................................................................................................. (550,00) Despesas Variáveis.........................................................................................................(455,00) (=) Lucro líquido do período............................................................................................... 4.861,67
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2.5. Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial em 31 de março de 2016 ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Caixa/bcos/clientes . .........R$ 12.250,00 Contas a Pagar.................R$ 14.005,00 Estoque de Prod Acab.......R$ 9.316,67 Total.................................R$ 14.005,00 Total..................................R$ 21.566,67 Patrimônio Líquido Lucro ..................................R$ 7.561,67 Total...................................R$ 7.561,67 Total do ATIVO R$
21.566,67
Total do PASSIVO R$
21.566,67
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de um mercado altamente competitivo, com concorrência global, as empresas são desafiadas a buscar alternativas para garantir eficiência nos negócios possibilitando resultados positivos que viabilizem a continuidade da organização. A competição da concorrência implica em comparativos tecnológicos, capacidade produtiva, econômica, tributos incidentes sobre as operações, capital humano. Neste sentido, o custo de produção passa a ser fundamental para o sucesso do negócio, vez que, os resultados da empresa são medidos pela receita subtraídos seus custos e despesas. Importa salientar que o preço de venda fator agregador de receita, cada vez menos é determinado pela empresa e sim pelo mercado (LORENTZ, 2015). Maximizar os lucros é de interesse de toda empresa. Assim sendo, conhecer bem o processo produtivo, o consumo dos recursos disponíveis, fazer uso de ferramentas de apuração de custos auxiliará o gestor a tomar as decisões necessárias ao atingimento de resultados positivos. Nesta corrente atua a contabilidade de custo, especializada em identificar, controlar e gerir os custos produtivos munindo de informações os gestores e stakeholders acerca do negócio facilitando a tomada de decisão em todos os passos dos negócios.
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REFERÊNCIAS DUTRA, J. G. Custos: Uma abordagem prática. 3ª. ed. São Paulo: Atlas, 1992. GRIFFIN, M. P. Contabilidade e Finanças. São Paulo: Saraiva, 2012. IUDICIUS, S. D.; MARION, J. C. CONTABILIDADE COMERCIAL. 9ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010. LORENTZ, F. Contabilidade e Análise de Custos: Uma abordagem prática e objetiva. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015. MARION, J. C. CONTABILIDADE EMPRESARIAL. 17ª. ed. São Paulo: Atlas, 2015. MARTINS, E.; MIRANDA, G. J.; DINIZ, J. A. Análise Didática das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Ed Atlas S/A, 2014. PADOVEZE, C. L. Contabilidade de Custos: Teoria, Prática, Integração com Sistemas de Informações (ERP). São Paulo: Cengage Learning, 2015. SILVA, L. L. D. CONTABILIDADE GERAL E TRIBUTÁRIA. 9ª. ed. São Paulo: IOB Folhamatic EBS - SAGE, 2015. TAVARES, R. F. Finance Training, 2016. Disponivel em: <http://www.financetraining.com.br/frases.cfm>. Acesso em: 13 novembro 2016.