Essa é a disvirginação fecundada pelos jovens amantes das letras literárias que perdem suas belíssimas horas das manhãs, tardes, noites e alvoradas rabiscando em papeis A4, linhas de cadernos e techando em celulares e computadores, a exaltação dos seus sentimentos, pesadelos de amores não correspondidos, de feridas abertas de traições. Deste modo na qualidade do Presidente deste Movimento tenho essa responsabilidade de levar a vocês essas ondas fraseadas pelos esses jovens poetas e escritores que procuram um espaço na sociedade Moçambicana e a nível dos Lusófonos para a interacção do desenvolvimento da literatura Moçambicana a nível juvenil. E a nível internacional.
Quem é Sanjo Muchanga? E quando começou a escrever? E agora o que faz
Sanjo Muchanga é o pseudónimo do David Sabino Muchanga, nascido a 4 de Março de 1986, em Mocambique, província de Maputo, filho de Sabino Samuel Muchanga nascido em Chibuto, província de Gaza e de Maria Daniel Muchanga também nascida na mesma província. Seu pai faleceu antes do seu nascimento quando a sua mãe estava de gestação de quatro meses e alguns dias, vítima de febre-amarela a dezanove de Outubro de mil e novecentos e oitenta e cinco. Cresceu na rua, em casa da sua avo materna e ao lado da sua mãe quase foi a rua puxado pelo seu irmão mais velho que lhe dizia que a mãe deles nem estava ai para eles por isso que não cuidava deles como mãe, mas isso era extraído pelas mentes fustigadas dos maus tratos perpetrados pelo seu padrasto, que os desprezava e batia-nos, as vezes mijava nas refeições deles, ora expulsavalhes quase a meia noite sendo eles na altura menores. Cresceu com tanto rancor e ódio do seu padrasto e piorou quando este tomou a sua irmã como esposa quando ele se encontrava na escola. Em dois mil e três pela primeira vez se apaixona por uma mocinha que residia no Bairro das FPLM de nome Nostina e no mesmo ano pela Claudina amores quase não consumados 1
devido a distância e a timidez do poeta. Entra no mundo literário quando ouviu a declamação dos poemas de José Craverinha e Noémia de Sousa ambos falecidos isso e sua homenagem, mas só começa a escrever intensamente e dois mil e quatro quando começa um romance com a Onesia Suzana, um amor cheio de muitas histórias que todo que o conhece testemunhará sempre que se lembrar dos dois. Hoje funcionário Publico e com a sua arte literária coordena um Movimento Literário criado por si e já ganhou publicações em Brasil e em Portugal dos seus textos literários. Espera em breve vos trazer a novela relatando sua história com Onesia se os pais permitirem em sua memória. Agradecimentos: Os meus agradecimentos vão as pessoas que sempre me apoiaram desde que comecei essa paixão pela literatura, a destacar: ao senhor João da Rosa da Associação dos Escritores Moçambicanos que tem me ajudado pelos conselhos para a melhor divulgação e promoção dos trabalhos literários ao nosso movimento. Ao senhor Elias Mabui do Instituto Para Promoção de Exportação, a pessoa que iluminou e deu guia ao meu ser poeta enquanto querer ser. Corrigiu muitos textos meus iniciais e conduziu-me à minha fecundação com outros fazedores da arte no Instituto Cultural Moçambique e Alemanha. Ao senhor Nei Sobrinho de Azevedo do Brasil Estado de Marau, grande amigo que conheci virtual mais que tem me ajudado bastante pelos conselhos brilhantes quanto a nossa amizade. Aliás foi através dele que soube a importância do registo dos direitos do autor quando publicava os meus poemas iniciais na página do facebook. Mas de todos digo meu muito kanimambo a pessoa que desvirginou a minha inspiração poética mas que infelizmente já não está entre nós. “Ela ostentava o nome que rima com a minha poesia… Onesia… Onesia canto meu de amor na outrora”. Sem me esquecer da Kátia Matsinhe, pessoa que torna as minhas noites alegres e cobre-me de amor e carinho sobre o seu manto de mulher. As minhas filhinhas Rosa e Liana que suspiram a minha nova construção poética.
VIAGEM Passos novos, Traços da vida, Seguimentos em terra, Horizontes de busca, Alheios a obstaculos, Viver desenhando, 2
Sonhos cantando, Memorias inacabeveis... Vida do homem, Em estrada, E sonhos sem perda... D'Celina
Dói-me… Dói-me o silêncio duma alma… A raiva dum coração que ama Perdidamente buscando Recantos que façam brilhar Em si, olhos escuros Do corpo negro, Destas terras virgens Que nos fazem querer 3
Tantos anos fazer E da vida renascer. Dói-me acordar… Sentado no tronco ao orvalho Em solos perpétuosos do orgulho. Dói-me viver… Na distância da tua criancice Chorando rios de lágrimas Regando o ultimo canto Do olho que por te Hoje e amanha chamara de amor Como gesto do seu mundo E da vida que fizeste brotar. D'Celina
Meu Passado Presente Mais um dia passou E ainda estou, Preso a aquele passado, Que a muito passou Para o passado. Pensativo, Passo e repasso Pelas ruas do passado, E passo a passo, Resgato as passagens Dos alentados momentos que juntos passamos. Num lampejo fugaz. Apercebo-me que muito tempo passou, E já mais deixara de passar. 4
Tudo passa, As horas, os dias, os meses passam, Ate a vida passa. Em minha vida muita coisa passou Só você não passou, Porque você é o meu passado presente, Que passa Entre as passagens Da tela da minha imaginação. Peter Pedro Pierre Petrosse
Mente perturbada De desgostos e derrotas não se rendeu Das humilhação e decepções se defendeu Quem diria que suas lágrimas cairiam, Ao lembrar que a sua artéria E veia cava superior estava sendo destruída... Ninguém se pronúncia quando o mal necessário nos encoraja E a base da bravura estiver em apuros Torna se sonâmbula o consciente e o sonhador o guia Das fantasias vivida lembradas em vida E dos maus bocados calçados em pedra De Hilario Bila
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Quem pela paz sonha, em paz conquista E na paz vive! Sonhar em viver na paz nada inquieta Porque a esperanca lhe comove, Que a paz esteja presente em cada um dos usuarios do face! Que a paz esteja em todos que faz parte deste universo! Que a paz seja uma partilha... de um sorriso, De um abraco real, de tudo o o quanto for do bem! Beijos e abracos de Chane/R. J. Chele.
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Mulher Inexperiente da Rua do Bagamoyo
A surpresa que tive em Maputo capital de Moçambique: eram por volta das cinco horas e trinta minutos de manhã, quando desci do autocarro expresso a caminho do serviço. Nesse dia passei da rua do Bagamoyo pela primeira vez, onde cruzei com as raparigas da vida, com aquela vergonhice que os meus olhos assistiam. Não sei se foi azar ou sorte mas vi lá uma mulher quase inexperiente, que tentava buscar os trocados ali na rua de Bagamoyo. Ela fazia a promoção do seu belíssimo corpo que os meus olhos não resistiam aos seus encantos. Mas de como ela se promovia, acho que estava embalada pelas drogas misturadas com bebidas alcoólicas. De tão vagabundo que sou, preferi atrasar ao serviço só para assistir a cena que tesava os meus olhos. Mas não ousei em aproximar, por temer a reacção dos zumbis famintos que chupavam os seus seios em plena rua, bem ali perto da instituição tutelada pelo ministério que me dá pão. Mas que ao anoitecer se transforma em bordel, ou melhor em motel. Mas o que me espantou, é que, enquanto uns chupavam os seios daquela mulher inexperiente, outros davam-lhe de mamar o quê não sei (…) acho que eram chouriços que por ali vendiam. Aquilo parecia um filme que qualquer um assistia e quem não aguentava passava. Mas eu fiquei ali para ver o filme promocional de borla. Mas pelo que vi, não estava sozinho a assistir aquela mulher, porque até mesmo a polícia estava a assistir e nada fazia. Já por aí seis horas e alguns minutos para as sete horas da manhã, aquela mulher inexperiente estava morta. E os rumores não ficaram para atrás, porque muitas pessoas que passavam dali faziam as suas acusações, onde alguns diziam que a mulher inexperiente havia sido estuprada e algumas diziam que não ela estava bêbada. Enquanto trocavam acusações, eu estava ali bem admirado, porque era a primeira vez a assistir a tamanha vergonha, que piorara quando a saia dela voou e lhe cobriu o rosto todo meloso e pálido de qualquer coisa (…). Tinha um corpo lindo que despertava o desejo de alguns homens e com seios 7
que revelavam que era uma jovem maltratada pelas drogas e bebidas alcoólicas. Assistiam os homens enquanto outras mulheres sentiam pena dela. Mas decepcionaram-se quando ela ressuscitou e lhes pediu um rolo para recuperar o moral que perdera quando bebera do sono infernal, como quem dorme e acorda sem se lembrar de quase nada, e nem da vergonhice que cometera quando embarcava na viagem das drogas. Lá se passavam quase duas horas e meia e eu ali parado no portão da instituição do Ministério da Industria e Comercio, bem, talvez seja por isso que aquelas mulheres se vendem ali naquela instituição de noite. Tinha tanta vontade de assistir, por isso que atrasei ao serviço na esperança de ver o fim do filme daquela mulher inexperiente, o que me rendera uma falta no livro do ponto. Mas me ficara a lição, de não entregar mais a minha vida a ganância e vaidades das coisas deste mundo, mas sim preservar a minha auto-estima… De Sanjo Muchanga
Este nevoeiro Esta madrugada, esta emboscada.... Este desafio, este atrofio! Meu esforço é vencer esse nevoeiro Vencer essa escuridão que oculta a minha mente Quero acordar para a matinal da liberdade Sair dessa obscuridade... Quero largar esse nevoeiro Para me sentir inteiro e sincero Somente quero minha liberdade Para me sentir vadiar na realidade! Só quero que liberdade de expressão seja plena verdade Quero ser mais eu na matinal Em que a minha mente se torna luz Só quero a minha liberdade Reis J. Chele/ Chane
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Minha chorona Cá estás no meu mundo cruel Cheio de turbulências e desgostos para te retardar Mas em mãos merecidas estás Não tens culpa se papai foi mau e covarde Não tens culpa por chegar nesta data Pois a sua chegada trará mudanças Não é o começo de uma nova era Mas é o começo de uma nova historia Que de tanto ser real, mudei… A rebeldia me domava quando pensava no aborto Não sabia que viria uma estrela guião Hoje canto com orgulho, sou papai mas bem papai por dentro Porque reside em mim o interno carinho E os teu olhos são as fontes da minha inspiração divina E o teu sorriso a força que me faz levantar E o teu choro o segredo da minha bravura diária. De Hilario Luis Bila
A História do Matheus Bila Lá naquelas bermas do bairro Polana Caniço, estão gravados os bons momentos por mim vividos ao lado do Matheus Bila, quando ainda éramos miúdos. Éramos tão inocentes como os nossos 9
sonhos, que recordado só me faz rir hoje que virei adulto. Ao pensamento do Matheus era possível semear a “merda”, isto é, lá naquele bairro não tinhas latrinas melhoradas eram latrinas precárias, feitas de pneus e tambores, o que metia medo ao meu amigo. Já que era medroso a mãe dele abria um buraco para ele fazer necessidades maior que para ele era semear a “merda”. Isto é assim, uma vez que no lugar onde ele fez a necessidade germinou um milheiro para ele foi a “merda” que germinou. Uma certa vez que conversamos, ele me contou que semeou a “merda” e que a mesma germinou e que eu também podia experimentar. Mas não ousei a fazer isso porque já raciocinava e não era tão criança quanto ele. Mas gostava de lhe viajar sobre sua “merda” semeada, onde ele me respondia tão inocentemente, que por falta da chuva a sua “merda” não germinou e pela intensidade do sol acabou secando. Passado esse tempo de semear a “merda”, o meu amigo virou realizador de filmes e novelas imaginárias, onde usava os pauzinhos como personagens das suas imaginações cinematográficas. Aqueles pauzinhos eram actores e actrizes das suas novelas e filmes. Acredito que foi uma pena que nascemos num tempo sem câmaras digitais para filmarmos a Sena do Matheus como se faz nos países desenvolvidos tecnologicamente, serviria de recordação da vida e obra do meu amigo hoje que já goza do seu melhor raciocino. Porque assim contando tudo parece que é uma história de ficção ou imaginaria dos loucos ou dementes como dizem os sábios políticos. Hoje, vejo que os tempos correram e a maturidade ganhou lugar no Matheus que nos tempos de outrora pensavam que contos de fadas eram reais. Mas hoje apois muita leitura, a vivencia e o crescimento em si, lhe ensinou que nem tudo que se narra ou se conta é real. Um a dia me abordou duma existência muito curiosa de iluminantes, que segundo ele lhe despertou uma outra visão que não sabe se tem resposta ou não. Sem querer omitir nem embelezar deixo que ele mesmo desmente ou faça o seu comentário sobre esse meu texto ou relato da sua vida infantil. Pois hoje ao romper do sol deu me a vontade inegável de contar um pouco da sua historia de infância por mim vivido quando juntos brincávamos embora tenha me esquivado de abordar as nossas briguentas, disputas de amores infantis pela Biana, Rilia, Fernanda Fernandes e até mesmo pela Kerry aquela que deixou o meu irmão louco de amor. Mas é bom que saibam que aquilo que era brincadeira de criancice de Matheus, hoje lhe rendeu ser produtor de televisão. Tendo ele passado da TIME onde destacou-se pela primeira vez como produtor de televisão e hoje esta na STV como o produtor na mesma. Tenho certeza que ele se lembra de tudo que aqui citei, porque ao fazer esse texto era para provocar o seu passado guardado. De Sanjo Muchanga
CALANGUINHA 1 10
Ageito os filhos, que dormindo sonham, nos minúsculos braços, da mãe que os cuida. Cruzam-se os olhos, as almas se olham, nasce um pequeno abraço, e a pequena ñ se descuida! Contemplamos nossos filhos, o vento reaviva a brasa, que incandesce nossos olhos. É a calanguinha sorrí. Markhush D’Celina
CALANGUINHA 2 Lá se foi, a grande mbega alumiadora, cedendo lugar a irmã nova, 11
para que desfile e anime, essa alma enamoradora. O sabia já se deitara, aqui neste tronco, aquecendo ao fogo, contemplo mia calanguinha, que mia juventude me dera. Cantam os grilos, uivam hienas, abraço mia calanguinha, olhamos a mãe lua, que nos abençoa e apagamos. E a viagem se faz, pelo mistério da paz, que faz almas enamoradas. Markhush D’Celina
Ainda há poesia Ainda há poesia Embora seja feita de fantasia E de mágoas profundas No meu bairro afunda Ainda há poesia Embora seja feita de mania 12
Que nem o próprio Camões Não fez compreender os corações Acanhados de ilusão sonhadora Que vossa lembrança não devora Nos escombros e na penumbra Que vossas mentes criou no peito Com falso e enganoso sentimento Da melodia suave das cabras. De Sanjo Muchanga
CATTLEYA Deixa-me aproximar-te Assim tão lentamente. Deixa-me tocar-te Assim suavemente. Deixa-me beijar-te Assim loucamente. Deixa-me acariciar-te Assim carinhosamente. Deixa-me olhar-te Assim apaixonadamente; Embalar-me assim perdidamente. 13
Deixa me navegar nas tuas curvas Assim amorosamente. Deixa-me amar-te Assim perfeitamente. Deixa me oh Deusa Sagrada Perder me no seu coração Assim eternamente. Deixa me Ser Só Seu... Somentemente Seu... Agora já tenho meu NEOQUEAVE,de volta. D'Celina.
O homem nasce… e se mata. O homem nasce… e se mata. Isto é, ele nasce, cresce e aprende A viver entre os homens e os animais. E na insatisfação cria o seu assassino A consciência… e nessa perspectiva, Vale mais os loucos que não pensam… Os surdos que não ouvem… Os cegos que não vêem… Porque, por mais que homens sejam, Mas enquanto loucos?
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Sempre farão tamanho a pecado Sem a sua legitimidade… porque são loucos E os loucos nada pensam sobre legitimidade, Vejamos, quem de vos escutaria algo de um louco? Se não um psiquiátrico ou a sua própria família? E o cego, por mais que oiça ruídos e até gemidos Na penumbra ou abismo, mas como nada vê Não será condenado por isso. Pois é a sua natureza de ser Muito menos o surdo que caminha, Para o abismo ou inferno dos homens Sem noção de tamanho a pecado Mas porque não ouvem, nada fará para escapar Puré a sua alma salvará. De Sanjo Muchanga
Origem Eu sou machangana ninguém me engana amigo e um sacana com nacionalidade moçambicana orgulhosamente africano Sou aquele coração do pais a razão da raiz o palpar da serenidade que enxada e a fertilidade fizeram acontecer a saciedade Sou o pulmão das raízes Não cai tenho irmãos espalhados com orgulho Ngoni, sena, maronga, mandau, Macua do zumbo ao Índico do Rovuma ao Maputo
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viva a unidade nacional muxungue é também Moçambique Apenas improviso se não escreves hoje? Amanhã podes ter outro destino cuidado Fernando Bunguele
Lembro Lembro que esta solidão Não era para ser assim cruel Pois que um mal querido Não é apenas um mal Mas um bem estranho À condição do benefício natural Lembro dela Sem nenhum apego Contento-me com sua ausência E rezo a Deus mais e mais Que ela me falte Pois assim aprendo a necessitar de mim A liberdade que eu vivo Os erros que eu cometo Clamam por maior responsabilidade Lembro! Como poderei eu dizer Que sua presença é minha prisão? E que eu sou poeta E dado a essa condição Sou condenado A viver de amores Curtos que nem os momentos de felicidade??? 16
Por landy Kalanga
E ela falou errado... Pedi-lhe em namoro E ela falou errado Disse que queria que fosse sério Nosso namoro! Azar seu Que eu nasci poeta E odeio falado errado Que eu não assumo algemas Vivo da liberdade e tranquilidade Dos velhos pântanos e charcos E não me comprometo Senão com a serenidade das águas... Por landy kalanga
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Quem foi o desgraçado? Quem foi que me calou a boca? Será a RENAMO ou os desmobilizados Ou os sacana que usam a arma Como a fonte de trabalho alheia. Quem foi o desgraçado que me matou? Será a maldita divisão de Moçambique Que dízima os inocentes em Muxungue Para dar o aviso da não eleições? Ninguém sabe quem foi o criminoso Que matara meus irmãos em Sofala Naquela tarde de seis de Abril Enquanto a mulher se preparava Para a passagem de mais um dia De sua gloria da luta de libertação Desta nossa pátria aterrorizada Pelos fantasmas do inconformismo. De Sanjo Muchanga
Moçambicano desgraçado 18
Eu sou um moçambicano desgraçado E coitado por ser pobre na terra do rand Em fuga da minha terra que esfaima Sem apoio do seu governo Fui torturado e arrastado ate alcançar a morte Duma forma brutal como o tempo de apartheid Na terra que Madiba deu sua vida Para ver os direitos humanos triunfar Mas coitado dele que sofreu a toa Porque hoje enquanto era torturado sofria A pensar nos seus 27 anos de chicotadas A serem exibidas no jovem Emídio Macia Filho do vizinho com relações culturais E amizade desde o tempo do apartheid Ate ao tombo do Machel seu apoiante Que lutou pelos direitos iguais em Africa. De Sanjo Muchanga
Mãe moçambicana Lá no meu bairro, ou romper do sol de Abril Assisti a mãe moçambicana de capulana A aprontar o pequeno-almoço para o pai Dos seus adoráveis e docinhos vatsonguana
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Naquele pilão que nem o mulumuzane carregava Ela pilava o seu milho cantando como na outrora E depois de pilar seu milho pegava aquele alguidar Para moer seus mavele já em molho á três dias Fazia aquela uswa que ninguém resistia O acompanhava com matsimbo E os seus filhos famintos lutavam naquele nguelo Sem colheres artificiais mas com as naturais Tão quente como chama em brado pensa No amanha dos seus vatsonguana doutores Esses que hoje lhe chamam de jumenta e feiticeira E não se lembram da sua luta vaquiti!!! De Sanjo Muchanga
Josina Machel Josina Machel mamana moçambicana yooê Pela ousadia que teve para o bem Desta pátria torpe de corrupção Enaltecida pelos perniciosos sem paixão Ao seu sangue que exalaste Em 1971 com seu primor de beleza Que a terra invejava quando sorria E fazia papa Machel abrandar 20
Como o mar depois da tempestade Obrigado mãe pela intrepidez Que deu aos soldados e outras mulheres De lutar para o bem da pátria Lá se foram quarenta e dois anos de sua morte Mas sua madeixa é a arte Que nos lembra quanto guerreira foste E nessa sua luta triunfou a mulher. De Sanjo Muchanga
COMEMOREI COM SONHO DE IR TER A MULHER AMADA E LHO DIZER: Lirhandru: Neneta. Canto noite toda Ao bailado da vida amada Rezando mil sonhos em instante Lua clareador de noite Ah! Que sonho lindo distante. Olh'os que farejam meu ser Tanto como libertam nha escuridão Ia que adoça, Luminieira da vida e do pensar Invasor Alimentador do tempo. Minha solidão que me vive é Amor, vida que me ausenta Somente em vossos buracões me deito Sempre na Imaginação de Nunca Gastar mais tempos sem nos Unirmos a Eternamente felicidade. Ao amor, juntando todas as letras maiúsculas Temos o nome dela...se são bons nisso mandei que dou nota 10,a quem ter essa criatividade. D'Celina
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Meu grande amigo Mbane Um amor aventureiro vivido pelo meu grande amigo Mbane. Que nos tempos da outrora namorava os deveres de casa, a escola e os seus adoráveis irmãozinhos. Não se importava com as sensações de euforia que sua alma adolescente clamava pela Dina “Dinamarquesa” como ele gostava de lhe chamar, com pavor de ser negado. Era possível notar o amor que clamava socorro nos seus olhos castanhos como areias do nosso bairro, mas a timidez a não permitir a euforia de ter um amor tão lindo que poderia nascer. Nas conversas não escondia a exaltação do seu almejo e paixão que lhe fervia no peito quando pensava na musa do amanhecer. Só que quando viu sua rosa a ser merecida por outro, sofreu em silêncio apagando sua chama de paixão pela Dina, remontando para os dias de hoje o remorso do seu tempo miúdo. Enquanto ele sofria por esse amor, eu me esvoaçava na penumbra e nos escombros do abismo das paixões sonhadoras e infantis, das quais me separei quando casei. O grande Mbane cheio de anedotas e piadas, superou a dor do amor pela Dina quando conheceu outra musa que lhe feri mais uma vez, quando descobriu que ela só namorava com ele por interesse e não por amor como ele. Tendo terminado e preferindo ficar sozinho por um bom tempo, que lhe valeu o amor da sua Suéma, musa virgem como a santa Maria que perdeu sua virgindade misteriosamente, mas esta não foi bem assim, isso é, ela traiu o meu amigo dando sua virgindade a outro cara. Dando um amor periódico e cheio de poeira para polir ao meu grande amigo. Era um namoro defeituoso que sempre rompia no dia 30 de Novembro até 02 ou 05 de Janeiro, isso é, um amor que tirava feria. Cansado desse namoro se aventurou no bairro Jardim onde se apaixonou pela bela Sónia, que lhe atraiu com os seus belos lábios e sua preciosa simpatia, mas também não durou, por que aos pouco o Mbane se transformava num galinha como nos chamavam na altura. Namorou muito e se aventurou também, mas tudo se converteu quando descobriu amor pela sua bitonga, mas ainda voa como gaivota e assobia nas bermas como faz a beija-flor a recompensa do tempo é que era dominado pela timidez. Usa uma expressão que nem imaginava que um dia fosse usar. Quando ele se refere as moças que não resistem o seu charme. Ainda me surpreendeu no debate televisivo quando fomos convidados para falarmos da relaçãoextra conjugal ao se demonstrar machista como um verdadeiro rebelde esquecido pelos tempos do cantor moçambicano Dilon Ndjindjin o dito rei da marrabenta. Mas há também algo que me espanta, é que suas musas não o condenam pelo seu jeito de pensar e até de agir, porque ele é sincero com elas, o que eu o admiro. Meus tempos foram avassalante como o tsunami, assumo mas hoje os vejo no meu grande amigo Mbane, pois tal como me avassalava ele também se avassala hoje. De Sanjo Muchanga Sentado numa das mesas do Guebuza's Square, Minhas nádegas acaloravam a cadeira De tanto esperar-te. 22
Esperava... Sem se desesperar Para não perder a esperança. Ávido pela tua chegada Ouvia algumas pessoas dizer "O amor está no ar" Movido pela curiosidade, Olhei para o ar, Mas não ví o amor, Nem o ar. Lembrei-me então que o ar é invisível, O amor também. Parei de fuçar o amor que se dizia estar no ar. Virei... E diante de mim estavas, Com os olhos fulgurando E um sorriso apaziguador. Foi ai que percebi que O amor estava no ar, Mas não podia ser visto, Apenas sentido quando se está ao lado da pessoa amada. 16/02/2013 07:15 Peter Pedro Pierre Petrosse
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