VILA ITORORÓ PALACETE
FIG.1 EQUIPE 7 CAIO VINICIUS BUENO RIBEIRO - RA: 819224204 CAROLINE MARTINS DE OLIVEIRA - RA: 81819946 MARCELA DE MOURA DA SILVA ALHO - RA: 818136906 NICOLE BOLZONI - RA: 819226239 SARAH JI HAE OLIVEIRA KAE - RA: 818123908 VICTOR DE MOURA JOSÉ RODRIGUES - RA: 81922154
INTRODUÇÃO ÍNDICE INTRODUÇÃO ...................................................................................3 CAPÍTULO 1 - Dados da edificação: data de projeto e/ou construção; características (linguagem arquitetônica, materiais e técnicas, etc); autoria; programa original; e outras informações pertinentes ao bem.......4 CAPÍTULO 2 - Histórico da edificação: percurso e/ou evolução ao longo dos anos (se teve acréscimos,mudança de programa, demolições, intervenções, etc).................................................................................9 CAPÍTULO 3 - Levantamento de material iconográfico: levantamento de desenhos técnicos (e/ou redesenho de plantas, cortes, fachadas, etc); fotos de diversas épocas; realização de croquis, desenhos de observação, etc......................................................................................16 CAPÍTULO 4 - Fundamentação teórica: grupo devem sintetizar as propostas e informações sobre as correntes teóricas do patrimônio, definindo uma linha para a intervenção a partir daquelas apresentadas (em sala de aula e pelo próprio grupo), mas contando com justificativa e, principalmente, com uma atitude crítica/reflexiva sobre as mesmas....................................................................................................26
FIG.2
CAPÍTULO 5 - Uso/programa proposto: lembrando que a justificativa para escolha de um programa para o bem deve estar intrinsecamente ligado às linhas de intervenção elegidas bem como também é a parte mais fundamental das estratégias para conservação/manutenção da edificação no longo prazo.......................................................................................................28 FIGURAS .........................................................................................31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................32
A escolha da Vila Itororó se dá a partir do levantamento de bens que possuem características marcantes, muito emblemáticas e significativas, não só no âmbito do contexto regional, mas sim, até mesmo, na escala macro da cidade. A Vila é conjunto arquitetônico idealizado e concebido por um empreendedor chamado Francisco de Castro, com várias edificações construídas a partir da primeira década do século XX para fins residenciais e de lazer. Localiza-se na encosta do Vale do Rio Itororó, na região central da cidade de São Paulo. Ocupa uma área de cerca de 6 mil m² e tem aproximadamente 4 mil m² de área construída, no interior de uma quadra, característica muito peculiar, uma vez em que a maioria dos lotes possui frentes para as ruas, assim o complexo assume essa nuance de “Vila” e transmite um ar de complementariedade entre os blocos muito interessante e de grande valor a ser discutido e trabalhado. Passou por diversas situações, onde até mesmo foi ameaçado pelo fomento da especulação imobiliária, porém mais tarde o conjunto foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) em 2002 e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) em 2005. Já em 2006 foi decretada área de utilidade pública, tendo sido desapropriada pelo governo do Estado e pela prefeitura de São Paulo para fins culturais. Portanto torna-se um ícone de extrema relevância, não se tratando apenas de sua arquitetura, o que por si só já seria de muita importância, mas também de toda a história que este conjunto carrega consigo e serve como um tesouro localizado no coração de São Paulo que necessita de um destino e de cuidados para sua manutenção.
FIG.3
Vila Itororó FIG.4
FIG.5
1 1 DADOS DA EDIFICAÇÃO
PLANTA SITUAÇÃO
PROGRAMA ADOTADO PARTIDO
TABELA DE ÁREAS E COEFICIENTE URBANÍSTICO
A autoria da Vila se dá inicialmente pelo empreiteiro português Francisco de Castro entre 1922 e 1929, entretanto considera-se que a Vila Itororó com passar dos anos nunca parou de ser construída e foi se adaptando ao decorrer do tempo com as mudanças que a cidade sofreu e estas refletiam diretamente em suas características.
FIG.6
Fazendo uma análise da vila, muitos pontos importantes foram levantados, dentre eles podemos apontar a linguagem arquitetônica, os materiais usados na construção e as técnicas construtivas. Um dos fatores chaves da construção do complexo foi sem dúvidas o Rio Itororó, ele foi quem ditou a distribuição das casas no terreno e quem deu a viabilidade à piscina. Foi também o Rio, quem ajudou a acelerar o processo de deterioração das residências, devido a grande humidade do solo, e com esse processo, revelaram-se os diversos materiais usados para estruturar a vila, e também suas mais diversificadas técnicas construtivas.
FIG.7
Como o Fundador da Vila não possuía grandes reservas orçamentarias destinadas à sua execução, lotes remanescentes da demolição do antigo teatro São José foram arrematados, e também sobras das demais obras que aconteciam simultaneamente em São Paulo foram aproveitadas. Isso pode ser notado pela riqueza na variedade de materiais e acabamentos encontrados lá, tornando a Vila Itororó a primeira construção no Brasil, inteira, feita com materiais reutilizados. Sua estrutura é composta de modo geral de estrutura de concreto e alvenaria de tijolos, mesclando uma série de outros materiais de reuso que podem ser facilmente visualizados por lá hoje, como a varanda do palacete que é estruturada com trilhos de trem que servem como vigas de borda e apoio as lajes de concreto. A casa das carrancas, que possui esse nome devido aos rostos em suas fachadas que antes pertenciam ao teatro, e a laje da casa 8, que curiosamente possui como estrutura de armação, ao invés de possuir vergalhões como de costume, apresenta antigos portões que inclusive continham desenhos neoclássicos como elemento de sua estruturação.
PLANTA DE SITUAÇÃO ESC.: 1/500
FL.5/32
Também devido a acelerada expansão de São Paulo e sua grande demanda de mão de obra construtiva, a vila teve que usar mão de obra dos imigrantes que mais tarde passaram a morar lá. Isso é notado devido à diversidade construtiva e estética do complexo, o que contribuiu para que a Vila não tivesse uma única linguagem arquitetônica, sendo assim considerada extremamente eclética. Em suma possuía elementos clássicos, alguns pré- modernos e elementos característicos de construções industriais.
FIG.8
A vila mescla uma série de características construtivas e estilos arquitetônicos. Assim, como um “Palimpsesto” existem várias fases por trás da construção da Vila e principalmente no Palacete, uma vez em que em seu início em 1920, continha somente o primeiro andar, com o passar dos anos, Castro foi incluindo novos andares e adicionando elementos como as colunas laterais ornamentadas, estátuas, guarda corpos e detalhes de figuras na fachada, tornando o aspecto grandioso da edificação assim como ele é atualmente. O Palacete retratado em questão, objetivo principal como alvo de intervenção desse estudo, possui 4 pavimentos além de sua cobertura. Destes, dispõe-se o andar térreo levemente elevado ao nível da Rua Martiniano de Carvalho, onde se localiza o pavimento que havia a casa do primeiro proprietário, o português Francisco de Castro. Logo abaixo seguem os demais níveis contendo 2 pavimentos tipos e o terceiro e último pavimento que se conecta à cota da vila, sendo este um pouco menor que os demais por estar encaixado no talude do terreno.
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FIG.11
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FIG.15
FIG.12
FIG.9
FIG.13 FL.7/32
FIG.16
FIG.17
2
HISTÓRICO DA EDIFICAÇÃO Francisco de Castro era um Luso Brasileiro que veio ao Brasil com intuito de prosperar e tentar a vida na cidade de São Paulo. A partir de seu trabalho na indústria de tecelagem e como figura marcante no âmbito de investimentos na exportação do principal produto que fomentava a economia brasileira na transição do séc. XIX e XX , o café, Castro provido de recursos monetários, adquire um grande lote às margens do córrego Itororó e dá inicio à construção de uma edificação, em especial em 1922, ao marco da vila que remete ao simbolismo histórico do centenário da independência do Brasil e homenageando o à nascente do riacho do Itororó , nasce o grandioso Palacete da Vila Itororó. A vila Itororó é um marco no cenário urbano da cidade de São Paulo, ela reflete um período de construção da cidade onde os imigrantes eram valorizados e os sistemas construtivos decorrentes desses trabalhadores foram evidenciados e muito utilizados de diversas formas. A transformação constate do perfil da cidade oriunda do acelerado impulso econômico trazido pelo crescimento das indústrias traz um perfil cada vez mais de metrópole a São Paulo e junto a isso sua demanda por moradia e trabalho acompanha fielmente o crescimento nesse curto período de tempo. Segundo Benjamin Seroussi, curador do projeto canteiro aberto da vila Itororó, “o caráter deste conjunto é extremamente rico e nos ajuda a entender o passado de São Paulo. Porque foram três cidades construídas em um século. A cidade colonial, depois uma cidade mais europeia e a cidade moderna. Sendo que hoje estamos construindo uma quarta cidade, e esta não pode ser construída se não houver uma compreensão destas outras três, já que todas estão interligadas de uma maneira muito singular”; Essa compreensão do curador reflete à extrema importância deste local para cidade como um todo, uma vez que estamos tratando de um conjunto edificado que evidencia determinantemente à história não só da cidade de São Paulo, mas do estado e do Brasil.
LINHA DO TEMPO
1911 1913 1915 1916 1917 1922 1924 1928 1929 - Atividade Imobiliária de Francisco de Castro se intensifica; - 1ª solicitação de aprovação de plantas e licenças referente a uma edificação de 115m² com sala de visita, sala, varanda, dois quartos, cozinha, banheiro e dispensa, além do porão, respectivo ao embrião do futuro palacete, é encaminhada à DOV (Diretoria de Obras e Viação da Prefeitura do Município de São Paulo);
1913-1915 – Sucessão de pedidos de Francisco de Castro em sociedade com Francisco Pompêo simultânea a divisão em lotes da grande área da vila e de sobrados e prédios para venda na mesma quadra;
1913-1915 – Sucessão de pedidos de Francisco de Castro em sociedade com Francisco Pompêo simultânea a divisão em lotes da grande área da vila e de sobrados e prédios para venda na mesma quadra;
- Instalação de Castro no embrião do futuro palacete.
- Instalação de Castro no embrião do futuro palacete.
- Solicitação da licença de construção de 5 casas voltadas para a parte central da vila.
- Licença para construção da garagem de vidro na Rua Martiniano de Carvalho.
- Inauguração da Vila Itororó.
- Incorporação de elementos pertencentes ao Teatro São José e outros lugares.
- Aprovação da garagem na entrada da rua Maestro Cardim junto à DOV, constando quatro casas a serem demolidas para a construção de um “salão de diversões”.
5/1929 – Tentativa de Castro de implementar a face do terreno voltada para o vale com a primeira prova da piscina de natação de São Paulo na piscina construída na vila. 8/1929 – Pedido de licença para modificar o salão de diversão e piscina à DOV e autorização para a retificação do alinhamento da entrada da rua Maestro Cardim, sem ônus para a prefeitura.
– Início da construção do conjunto da Vila Itororó.
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1932 1933 1938 1945 1966 1967 1970 1972 1974 1978 - Falecimento de Francisco de Castro em 5 de dezembro de 1932.
- Sem herdeiros de Francisco de Castro, todo o conjunto da vila vai a leilão, avaliada como um lote único por 420 mil réis e, salvo duas casas na entrada da vila na rua Monsenhor Passalacqua – doadas por Castro à sua companheira Máxima Trincheiro e à sobrinha Maria Luiza de Castro -, passa às mãos de Augusto Oliveira Camargo. - Camargo mantém o negócio de habitação de aluguel para moradores dos sobrados e casas, estende o palacete subdividindo-o por andar em quatro residências, alugadas independentemente.
– Aluguel do espaço de lazer – piscina e o salão de jogos e ginástica - ao Éden Liberdade Futebol Clube, situado na parte baixa do terreno e com entrada independente pela Rua Maestro Cardim. - Utilização da área de lazer restringida aos sócios, porém, sessões de cinema e bailes franqueados a todos.
- Transferência do conjunto da vila à instituição beneficente ligada à Santa Casa de Indaiatuba pela viúva Leonor de Oliveira Camargo, oito anos após o falecimento de Oliveira Camargo.
- Entrega da obra da Avenida Vinte e Três de Maio e finalização dos viadutos Pedroso, Conde de São Joaquim e Humaitá, completando a urbanização do entorno da vila e consequentemente, início de um conturbado processo de ameaça da Vila Itororó.
- Entrega da obra da Avenida Vinte e Três de Maio e finalização dos viadutos Pedroso, Conde de São Joaquim e Humaitá, completando a urbanização do entorno da vila e consequentemente, início de um conturbado processo de ameaça da Vila Itororó.
Década de 1970 – Novo sentido atribuído a Vila, dado sua localização a meio caminho entre o centro e a avenida Paulista, onde se concentra comércio varejista, atacadista e comércios ou serviços especializados; renovação dos inquilinos da vila, migrantes intraurbanos que buscam morar perto do emprego, transporte, serviços de educação, saúde e cultura; Subdivisão do segundo pavimento do palacete em quatro unidades, extensões são criadas nas casas e sobrados para renda extra.
- Aprovação da lei de zoneamento que impunha restrições à ocupação da área da vila e despertar de interesse na Vila Itororó na esfera patrimonial da capital.
- Levantamento de construções urbanas com potencial artístico, cultural ou paisagístico para incorporar a lei de zoneamento e destinação a preservação.
- Vila Itororó passa a fazer parte da listagem realizada; - Estudo de proposta de recuperação urbana da vila Itororó é desenvolvido pelos arquitetos Claudio Tozzi, Décio Tozzi e Benedito Lima, assinado por Aracy Amaral e Roberto Burle Marx, responsáveis respectivamente pela destinação cultural e paisagismo, entretanto, no mesmo ano há o postergamento da proposta pela administração municipal, devido o início das obras para o Centro Cultural de São Paulo; - Tentativa do SESC de tornar a vila em um centro de convivência cultural.
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1980 1989 2002 2005 2006 2015 2020 Década de 1980 – Grande polêmica acerca do estudo de tombamento da Vila e sua destinação.
- Envolvimento dos moradores e trabalhadores e usuários da Bela Vista.
- Tombamento pelo Conpresp do “conjunto de elementos constituidores do ambiente urbano” incluindo a quadra da Vila Itororó.
- Tombamento da Vila Itororó pelo Condephaat.
- Decreto estadual de interesse público para fins de desapropriação, ação necessária à Secretaria da Cultura para recuperação, preservação e conservação, assinado por Claudio Lembo, governador do estado de São Paulo e consequente saída dos moradores da Vila Itororó.
- Início do processo de um centro cultural com o objetivo de discussão sobre a moradia e cultura futura para a Vila Itororó em parceria com o Instituto Pedra.
- Processo de restauro em prosseguimento e a realização de programa de atividades culturais e de lazer valorizando a memória e a herança da vila para a cidade de São Paulo.
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FIG.19
FIG.20
FIG.21
FIG.18
LEVANTAMENTO DE MATERIAL ICONOGRÁFICO
FIG.22
FIG.23
FIG. 24
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GSEducationalVersion
IMPLANTAÇÃO
COBERTURA
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PLANTA 1
PLANTA 2
PLANTA 3
PLANTA 4
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CORTE Aa CORTE Bb-Cc FACHADA 1 FACHADA 2
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2.93
.16
3.21
2.89
2.13
.31
.22
2.16
.14
4.17
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1.97
2.02
.20
.29
.15
2.38
2.90
2.87
.19
.13
3.22
3.17
.14
.45 .50 .10
3.22
MUSEU SOBRE A VILA
ANDARES COMERCIAIS (LOJAS E RESTAURANTE)
ALMOCHEFIFADO E HALL DE ACESSO A VILA
FACHADA 3 E 4
DIAGRAMA A
GSEducationalVersion
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4
BB
1
AA
Fundamentação Teórica Partindo do princípio de restauro de Camillo Boito, às edificações consideradas peças passíveis de intervenção devem ser analisadas como elementos unitários e singulares, não atribuindo simplesmente uma única, correta e ideal técnica de restauro baseada em uma premissa dogmática, mas sim, alicerçando a ideia de que cada trabalho exige um tipo de análise minuciosa, para que seja possível atribuir detalhadamente o grau mais adequado de intervenção e assim após essa etapa cabe ao interventor optar pela maneira de restauro mais adequada. Baseando-se nessa teoria, do chamado “restauro filológico” ou também conhecido como “científico” de Camillo Boito, o Palacete que tratamos como alvo deste estudo exige um alto grau de análise de detalhes e estudos, uma vez em queAA esta edificação é um bem tombado pelo Conpresp e pelo Condephat, sendo assim suas características originais não podem ser alteradas.
2
PLANTA DO 2º SUBSOLO ESC.: 1/250
1 reservatório de água com casa de bomba - hab. 2 reservatório de água com casa de bomba - cow.
BB
1
5
2 AA
3
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4
A intenção principal da proposta a ser aplicada no Palacete, está intrinsicamente aliada a uma análise minuciosa das estruturas que devem ser mantidas da maneira em que se encontram apenas com praticas paliativas de conservação, outras estruturas que acabam por estar muito danificadas precisam ser recompostas, entretanto de uma maneira que fique muito claro e evidente a diferenciação da materialidade entre os componentes, já que partindo do princípio de restauro elegido, deve ser mantido as características originais e as novas intervenções devem ser diferenciadas claramente.
Outro ponto importante é de readequar alguns materiais aos novos usos propostos para o local, como a edificação possui várias limitações físicas, propõe-se a utilização de novos materiais que sirvam como estruturas anexas,inserindo áreas servidas que com um uso de materialidades, apesar de novas, sejam similares às que lá estão, proporcionando assim uma relação de complementariedade ao antigo e BB ao mesmo tempo diferenciando-se através da cor e da maneira em que esses elementos forem inseridos no contexto das estruturas existentes. 11 8 5 5 5 10 O principio de Boito5 faz se 5determinante nessa análise. Em suma o restaurador defendia o respeito à matéria original da pré-existência, 5das intervenções, o interesse 5 5 5 a reversibilidade e 3distinção por aspectos conservativos e de mínima intervenção, a manutenção dos acréscimos de épocas passadas entendendo-as como parte da história da 9 edificação, assim como, buscou harmonizar as arquiteturas do 5 passado e do presente a partir da distinção de sua materialidade. Entretanto o Palacete compreendido como objeto que revela dire10 tamente as dinâmicas das transformações da cidade de São Paulo, sofreu algumas alterações recentes que acabaram prejudicando a estética do edifício, assim entende-se que essas alterações anexadas não devam ser mantidas já que não possuem uma relação de5 complementariedade harmoniosa ao contexto do edifício. 2
1
3
5
5
5
5
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PLANTAS
SUBSOLO | IMPLANTAÇÃO
PLANTA DO 1º SUBSOLO ESC.: 1/250
1 administração 2 vestiários 3 centro de comunicação e medição 4 geradores 5 depósito de lixo
PLANTA DA IMPLANTAÇÃO ESC.: 1/250
1 hall coworking 2 depósito 3 refeitório 4 vestiários 5 loja
6 bicicletário 7 cafeteria 8 hall residencial 9 mercado 10 portão automático 11 depósito de lixo
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5
4
Tratando-se deste antigo e multifacetado Palacete que passou e resistiu a grandes tempestividades com o decorrer dos anos, propõe-se para este tal bem uma intervenção de restauro nas partes que se encontram muito deterioradas a fim de recompor a segurança estrutural para o edifício que apresenta alguns graves danos em alguns de seus elementos, sendo um dos principais, os pilares de borda que compõe todas as fachadas do edifício em estilo jônico.
PROGRAMA PROPOSTO AA
1
A intenção da proposta é reativar o acesso à RuaMartiniano de Carvalho tornando esta a principal forma de acesso ao nível térreo, este que por sinal é o nível mais alto de toda a vila tendo em vista seu terreno de perfil topográfico fortemente acidentado. Neste local à ideia é propor um uso cultural ligado a um conceito de memorial, onde possa ser retratada a história daquele espaço e de toda à cultura das pessoas que ali viveram, aproveitando que neste nível existem janelas redondas com vitrais que simbolizam as bandeiras do Brasil, de São Paulo e das nações amigas, fortes elementos representativos que Francisco de Castro tinha intenção de valorizar em sua residência, ressaltando seu caráter de preservação da história, a utilização como um memorial desse espaço dialoga muito bem com as preexistências. Abaixo desse nível, existem os demais pisos da edificação que ao analisar o conjunto da vila como um todo e suas dinâmicas espaciais em relação aos seus usos em cada bloco edificado, propomos a existência de um espaço de incentivo comercial, onde as pessoas possam realizar através de feirinhas ou até mesmo lojas fixas do memorial, a venda de artesanato e os mais variados objetos, trazendo assim um atrativo comercial à adentrar a vila e manter o espaço aproveitado e ativo. Nos pavimento inferior vemos potencial para instalação de um equipamento gastronômico, como um restaurante e um café, já temos a presença de varandas onde ficariam dispostas as mesas como locais de permanecia e no interior áreas livres também para acomodar os usuários. No pavimento que dá acesso ao nível inferior prevemos a utilização de áreas mais técnicas, como almoxarifado, cozinha e depósitos, já que este esta no nível de acesso da Rua Maestro Cardim, facilitando os fluxos necessários que vierem a acontecer.
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3
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2
Para que esse tipo de intervenção seja viável, é necessário um profundo cuidado com a edificação, no sentido em que suas características originais sejam restauradas e conservadas com o intuito de preservar toda memória afetiva que aquelas estruturas da maneira exata em que foram concebidas representam. Elemento anexos que virão a ser necessários para o funcionamento das novas atividades propostas devem ser executados de maneira sobreposta e claramente distinta do preexistente, assegurando fielmente a originalidade do espaço e criando uma nova narrativa em memória do que ali existia. Tratando-se deste antigo e multifacetado Palacete que passou e resistiu a grandes tempestividades com o decorrer dos anos, propõe-se para este tal bem uma intervenção de restauro nas partes que se encontram muito deterioradas a fim de recompor a segurança estrutural para o edifício que apresenta alguns graves danos em alguns de seus
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FIGURAS
A intenção da proposta é reativar o acesso à RuaMartiniano de Carvalho tornando esta a principal forma de acesso ao nível térreo, este que por sinal é o nível mais alto de toda a vila tendo em vista seu terreno de perfil topográfico fortemente acidentado. Neste local à ideia é propor um uso cultural ligado a um conceito de memorial, onde possa ser retratada a história daquele espaço e de toda à cultura das pessoas que ali viveram, aproveitando que neste nível existem janelas redondas com vitrais que simbolizam as bandeiras do Brasil, de São Paulo e das nações amigas, fortes elementos representativos que Francisco de Castro tinha intenção de valorizar em sua residência, ressaltando seu caráter de preservação da história, a utilização como um memorial desse espaço dialoga muito bem com as preexistências. Abaixo desse nível, existem os demais pisos da edificação que ao analisar o conjunto da vila como um todo e suas dinâmicas espaciais em relação aos seus usos em cada bloco edificado, propomos a existência de um espaço de incentivo comercial, onde as pessoas possam realizar através de feirinhas ou até mesmo lojas fixas do memorial, a venda de artesanato e os mais variados objetos, trazendo assim um atrativo comercial à adentrar a vila e manter o espaço aproveitado e ativo. Nos pavimento inferior vemos potencial para instalação de um equipamento gastronômico, como um restaurante e um café, já temos a presença de varandas onde ficariam dispostas as mesas como locais de permanecia e no interior áreas livres também para acomodar os usuários. No pavimento que dá acesso ao nível inferior prevemos a utilização de áreas mais técnicas, como almoxarifado, cozinha e depósitos, já que este esta no nível de acesso da Rua Maestro Cardim, facilitando os fluxos necessários que vierem a acontecer. Para que esse tipo de intervenção seja viável, é necessário um profundo cuidado com a edificação, no sentido em que suas características originais sejam restauradas e conservadas com o intuito de preservar toda memória afetiva que aquelas estruturas da maneira exata em que foram concebidas representam. Elemento anexos que virão a ser necessários para o funcionamento das novas atividades propostas devem ser executados de maneira sobreposta e claramente distinta do preexistente, assegurando fielmente a originalidade do espaço e criando uma nova narrativa em memória do que ali existia.
Fig.1- Fotografia do Palacete da Vila Itororó. Fonte: https://viagemempauta.com.br/2015/04/15/vila-itororocd1hlpt-brctclnkglbr/. Fig.2 - Vista lateral do Palacete da Vila Itororó. Fonte: http://vilaitororo.org.br/quem-somos/. Fig.3 - Vale do Itororó no final da década de 1960, com a avenida 23 de Maio recéminaugurada. Fonte: Cartão-postal São Paulo 450 anos – série anos 1960. Fig.4 - Mapa Topographico do Município de São Paulo – Vila Itororó e entorno (Sara Brasil), 1930. Fig.5 - Planta da Cidade de São Paulo, 1929. Levantada e organizada pela 7a Secção da Directoria de Obras e Viação. Escala 1: 5000. Fonte: Repositório Digital do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Fig.6 - Francisco de Castro.Fonte: https://vilaitororo.github.io/stops/9/ Fig.7 - Vale do Itororó, ainda não urbanizado. Fonte: Acervo IMS (Instituto Moreira Salles). Foto: Claude Lévi-Strauss, 1937. Fig.8 - Francisco de Castro em sua propriedade, com operários da obra, sua família e amigos, c. 1927. Fonte das fotos 14 e 15: Acervo Milu Leite. Fonte da foto 16: Acervo da Família. Fig.9 - Teatro São José - Este foi um imponente teatro de nossa cidade (o segundo com este nome), que ficava onde hoje está o edifício do Shopping Light , e que em outubro de 1920 foi vendido por seu proprietário para The São Paulo Tramway Light & Power.) Fig.10 - Embrião do palacete em obras, c. 1914/1915. Fonte: Acervo Milu Leite.Fig.11 - Etapas da construção do palacete. Fonte: Acervo Milu Leite. Fig.11 a 13 - Etapas da construção do palacete. Fonte: Acervo Milu Leite. Fig.14 e 15 - Pedido de autorização para construir o embrião do palacete e Termo de Compromisso (1911). Fonte: Acervo do Fundo de Obras Particulares do AHM/SMC/PMSP. Fig.16 - Planta do embrião do palacete. Fonte: Acervo do Fundo de Obras Particulares do AHM/SMC/PMSP. Fig.17 - Planta geral da implantação do conjunto (1916). Fonte: Acervo do Fundo de Obras Particulares do AHM/SMC/PMSP. Fig.18 - Pátio interno da Vila Itororó na década de 1970. Fonte: Acervo do jornal O Estado de S. Paulo. http://acervo.estadao.com.br/noticias/lugares,vila-itororo,12119,0.htm.Foto: Antônio Lucio, s.d. Fig.19 - Fachadas de edificações da Vila Itororó voltadas para o Vale do Itororó, ainda não urbanizado. Fonte: Acervo Milu Leite. Fig.20 - Etapas da construção do palacete. Fonte: Acervo Milu Leite. Fig.21 - Cartão-postal da fonte da Vila Itororó (Monumento Comemorativo do Centenário da Independência). Fonte: Acervo do site São Paulo Antigo. Fig.22 - Fachadas de edificações da Vila Itororó voltadas para o Vale do Itororó, ainda não urbanizado. Fonte: Acervo Milu Leite. Fig.23 - Vale do Itororó, ainda nãourbanizado, com a Vila Itororó e, ao fundo, a torre da Igreja do Carmo. Fonte: Acervo Museu da Cidade, Casa da Imagem/ Tombo: DC/0002535/A. Foto: Benedito J. Duarte e Antônio R. Muller, 1942. Fig.24 - O busto do comendador Franz Muller, no jardim do palacete. Fonte: Acervo Milu Leite
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -Artigo : “Feldman, Sarah Vila Itororó : uma história em três atos = Vila Itororó : a three-act story / Sarah Feldman e Ana Castro ; [tradução/English version Paula Zimbres]. - São Paulo : Instituto Pedra, 2017. -- (Cadernos Vila Itororó: canteiro aberto ; 2)” -Documentário: “Vila Itororó Canteiro Aberto (4 de agosto de 2016) – Instituto Pedra” -Documentário: “Arquiteturas: Vila Itororó” (7 de Março de 2016) – Sesc TV - Artigo do site Vitruvius: “O equilíbrio em Camillo Boito” por Rogério Pinto Dias de Oliveira, acesso em 22 de abril de 2021 - (https://vitruvius.com.br/revistas/ read/resenhasonline/08.086/3049) -Site: http://vilaitororo.org.br/quem-somos/ (Acesso em 22 de Abril de 2021) -Site: http://institutopedra.org.br/projetos/vila-itororo/ (Acesso em 24 de Abril de 2021)