Blood
Escrito por: Sarah Menezes lobo
Olá caros leitores mais uma vez eu lhes trago uma emocionante obra agora marcada por romance, um pouco de mistério e claro... Aventuras lendárias. O titulo desta obra significa sangue, pois remete a vida e a morte. É o fluido que corre em nossas veias e se o temos estamos vivos e sem ele estamos mortos. E desta vez o cenário escolhido para esta historia é uma linda cidade do Canadá por nome Vancouver. Cercada por uma bela vegetação este lugar também possui um clima bastante agradável e uma visão deslumbrante. Porem apesar da historia ser em um cenário norte americano não deixei de trazer a vocês um enredo oriental com um toque incrementado de magia. E então, vamos lá?
Capitulo 1
Em um novo cenário
Nunca me imaginei morrendo ou amando alguém, mas sei que perder esse alguém ao qual nós amamos para começar... É muito doloroso. Quando percebemos isso, provavelmente já chegamos ao final da linha e pensamos que não podemos continuar. E como um milagre nossas vidas tomam outra direção o que certamente nos prova o contrario... Colocando as escolhas em nossas mãos e nos obrigando a continuarmos com a nossa caminhada ou não. Digo isso, pois somos estranhamente e incrivelmente egoístas até o ponto em que conhecemos o ´´alguém`` que mudará completamente nossas vidas. E sabe por quê? Porque no fundo... A verdade se torna clara, pois nós aprendemos a amar e a partilhar sentimentos profundos que logo nos levarão a nos entregar a essa pessoa. Tudo isso acontece no mais profundo âmbito misturado ao desejo que cada dia se torna mais quente que o fogo e mais denso que o sangue. ... E foi assim que a minha historia começou. Meu nome é Jessica Sullivan e desde que me entendo por gente sempre vivi com a minha avó Margareth. Nunca conheci meus pais e minha avó nunca me contou nada sobre eles, pois sempre que eu a perguntava, ela dava um jeito de mudar o assunto. Eu logo cresci e já não me interessava mais por isso, melhor dizendo... Eu desisti. De igual modo eu também nunca tive muitos amigos, sempre vivíamos nos mudando e meus interesses eram sempre diferentes dos demais.
Enquanto as meninas brincavam com bonecas eu preferia tentar achar no jardim da minha avó, alguma coisa que fosse fora do comum como, por exemplo, duendes ou fadas. Mais tarde me interessei por mangás, livros sobre lendas, mitologia e musica nas horas vagas, principalmente as célticas e um bom rock. Nesta mesma época também aprendi a jogar vídeo games então já podem imaginar que eu me relacionava melhor com os garotos e mais tarde depois de mais velha, comigo mesma. Isso porque eles começaram a pegar no meu pé e com raiva ou envergonhada eu sempre dava um jeito de cair fora. Eu já havia visto muitas garotas chorarem por eles e o fato de já não possuir pais e ter uma avó divorciada bem... Já dá pra imaginar que eu era meio traumatizada com essas coisas de relacionamento. ... Neste momento vocês devem estar imaginando: ´´ Ela deve ser gay ou uma tremenda sem sal `` Mas não se enganem caros leitores. Jessica era uma linda garota de cabelos ruivos avermelhados, levemente cacheados e desfiados tamanho médio abaixo dos ombros possuía a franja toda desfiada e os olhos cor de mel. Sua idade é de dezessete anos e o seu estilo de se vestir é jovem e meio rocker com algumas variações deste. A sua avó Margareth sempre foi uma senhora descolada e vaidosa e apesar da sua idade de sessenta e três anos ela aparentava mais ser uma mulher de cinquenta e alguns quebrados. Ela criou Jessica que apesar de não ser muito vaidosa costumava se arrumar muito bem, tudo isso graças a sua avó que a ensinou a se cuidar e a se vestir. O lema da sua avó é: - Melhor cuidar do que é seu antes que o perca com o tempo. E acredite quando ela dizia isso se referia literalmente à juventude e o quão belo ela poderia ser. ... Segundo a minha avó eu nasci em Nova York, mas nós nos mudamos de lá quando eu ainda era bem pequena. Nós nos mudávamos constantemente e eu nunca havia ficado em uma cidade por mais de dois anos. Isso até irmos para Seattle no estado de Washington onde cresci dos meus treze anos até hoje aos meus dezessete anos, porem agora... Mais uma vez estamos nos mudando para começar uma nova vida, só que em Vancouver no Canadá. O fato de a minha vida ser um tanto quanto tediosa e desinteressante me faz odiar o intuito de continuar vivendo de um lugar para o outro atrás da minha avó e seus mistérios.
... Margareth animada diz: - Jessica quer parar pra comer alguma coisa? Jessica com uma voz tediosa diz: - Não estou com fome agora! Margareth diz: - Ok! Vou parar pra pegar alguma coisa pra viagem, afinal acho que não farei jantar hoje, dependerá da bagunça que teremos de arrumar em nossa nova casa. - Já to acostumada! Diz Jessica meio irritada. Margareth sorri, mas insiste dizendo: - Falando assim até parece que nos mudamos a toda hora! Jessica diz: - E não é assim?! - Acho isso estranho! - Dá impressão que estamos sempre fugindo! - Isso porque você só me conta essas coisas um dia antes de sairmos de algum lugar. - E eu odeio isso! Margareth diz: - Não é fugir, isso se chama viver a vida! Jessica diz: - Varias pessoas normais possuem um conceito bem diferente de viver a vida. Margareth diz: - Está chateada de termos nos mudado... Porque vai ter de me ajudar a arrumar a bagunça ou porque deixou algum amor escondido pra trás? Jessica diz: - Francamente... Nem uma coisa e nem outra! Margareth diz: - Eu nunca te entendo senhora tempo ruim. - Uma hora está calma outra hora está com raiva! Jessica diz: - Deixa pra lá! ... Eu sempre tive colegas de escola, mas nunca amigos. Na rua onde eu morava não havia crianças com quem eu pudesse me relacionar somente, adultos. Por isso eu passava mais tempo na internet pesquisando sobre lendas, jogando vídeo games ou assistindo desenhos japoneses do que conversando ou vendo televisão. Margareth diz: - Olha ai! Estamos chegando! Jessica retira seu fone de ouvido e abre os olhos quando começa a olhar as ruas da vizinhança onde iria morar agora.
E que belo era aquele lugar. Localizava-se na Haro Street de numero mil novecentos e quarenta e três no lado direito da rua para quem vem. Era um edifício que ficava a duas quadras próximo ao colégio onde ela iria estudar ao qual se chamava colégio publico King George ambos eram na parte baixa da cidade. ... Naquele momento faziam exatamente treze graus e o céu estava azul e repleto de nuvens que pouco a pouco estavam se tornando douradas, pois o fim do dia estava se aproximando. Aquele cenário me animou ali no meio daquela odiosa mudança, pois perto dali havia o chamado parque Stanley onde se localizava um lago por nome Lost Lagoon que havia no final daquela rua, onde a vista era de tirar o fôlego. Jessica diz: - Puxa! Dona Margareth vamos morar aqui mesmo? A sua avó sorri e diz: - Porque está perguntando isto de maneira tão surpresa? Jessica diz: - Parece até outro mundo estar aqui... Neste lugar! Margareth diz: - E você odiando a ideia de nos mudarmos... Depois vamos ao lago dar uma olhada por lá! - Por enquanto me ajude a descer as coisas do carro, o nosso apartamento é o trezentos e três, ok? Jessica diz: - Tudo bem! Jessica e sua avó Margareth começaram a carregar as caixas e empilhá-las todas na porta do apartamento que ainda estava trancado. O caminhão já estava chegando com alguns moveis e mais pertences. Margareth diz: - Jessica diga aos rapazes da mudança para subirem eu já vou abrir a porta do nosso apartamento. Jessica colocando as mãos no bolso da sua calça jeans skinny azul escuro diz: - Antes de chamá-los eu posso ver o apartamento? Margareth diz: - Claro! Deixa então que eu vou chamá-los! Margareth abre a porta e desce. E Jessica começou a entrar e olhar cada cômodo, quando decidiu que iria ficar com um dos quartos de sacada virada para o nascente aonde havia uma arvore e vista para o jardim próximo a sua janela. Logo os rapazes chegaram e começaram a ajeitar as coisas e Jessica já pediu logo a sua avó o quarto que tanto gostou e sem opor ao gosto da neta ela assim o fez e disse: - Eu sabia que iria gostar deste!
- Porque antes de alugar aqui eu imaginei que iria ser um bom cenário inspirador para as suas leituras. Jessica sorriu sem graça a sua avó e disse: - Obrigada! Margareth diz: - Mas agora coloque o nosso jantar na cozinha que depois de arrumar essa bagunça vamos comer. Jessica diz: -Ok! Sua avó Margareth diz: - Ah! Se quiser ir dar uma volta no bairro para conhecer melhor pode ir. - Eu vou ajudar os rapazes da mudança, mas, por favor, não vá muito longe, ok?! Jessica diz: - Tudo bem! Vou descer agora e em breve eu estarei aqui. Margareth diz: - Tudo bem! Jessica desceu as escadas e passou pela portaria e pelos rapazes que estavam entrando e levando as coisas para o apartamento dela e da sua avó, mas olhou para os dois lados da rua, suspirou e pensou que mesmo odiando aquilo tudo ela deveria voltar. Afinal sua avó apesar de ser bem disposta já tinha idade e não era certo deixá-la sozinha com aqueles homens desconhecidos. Jessica voltando correndo apareceu meio ofegante na porta do seu apartamento e assustou a sua avó que disse: - Jessica o que houve? - Aconteceu alguma coisa? Jessica disse: - Não! Eu só decidi terminar de te ajudar afinal tem muita coisa pra arrumar aqui e daqui a pouco já vai escurecer! Margareth diz: - Tudo bem! Os rapazes já estão terminando de trazer o resto mesmo, então porque não começa a ajeitar suas coisas no seu quarto? Jessica diz: - É melhor senão vou ficar sem dormir na minha cama hoje! Margareth diz: - Então é melhor correr! Jessica viu sua cama já posta no lugar e começou a desencaixotar seus objetos. E pouco a pouco foi arrumando seu quarto, colocando as roupas no armário, depois as suas luminárias japonesas, alguns pôsteres e também enfeites. Ela aproveitando, ajeitou a cortina que já estava no lugar e também a estante de livros e mangás que possuía.
As almofadas ela ajeitou sobre a sua cama e o seu gigante urso de pelúcia caramelo de laço xadrez vermelho na cabeça, ela o colocou próximo à janela encostado a sua escrivaninha onde estava o seu computador e alguns enfeites mais. Era um quarto oriental moderno, porém rico em acessórios e estilo. Assim que ajeitou tudo Jessica saiu do quarto e foi ver a sua avó que com certeza precisaria de ajuda e para a sua surpresa tudo estava no seu devido lugar. Os rapazes da mudança haviam ajudado na organização e logo foram embora agradecidos pelo gentil tratamento e o delicioso bolo de cereja que a sua avó Margareth os havia oferecido após o pesado serviço. Jessica diz: - Uau! A senhora me surpreendeu. Margareth diz: - Tantas vezes se mudando geraria alguma coisa, por exemplo, velocidade na arrumação de toda aquela bagunça. Jessica apenas olhou para o lado como se procurasse algo e disse: - Vou comer alguma coisa! Margareth diz: - Eu estava indo esquentar o lanche que trouxe na viagem, você ainda o quer? Jessica diz: - Claro! As duas esquentaram o lanche, ligaram a televisão e jantaram assistindo ao tele jornal que logo noticiou algo realmente peculiar. Repórter ancora diz: - Os três assassinatos ocorridos durante esta semana na cidade de Vancouver provavelmente estão ligados ao mesmo animal. - Segundo as informações da policia os ataques tem ocorrido de maneira sigilosa aonde nenhuma testemunha foi encontrada para notificar os possíveis suspeitos. - Tudo que se sabe é que as vitimas são encontradas com marcas pelo corpo com todo o sangue drenado. - Os desaparecimentos são de jovens entre quatorze a vinte anos de idade. - A policia pede para que a população principalmente os jovens fiquem longe das ruas nos horários noturnos avançados em lugares isolados. Margareth diz: - Que coisa mais macabra! Jessica diz: - Isso me lembra algumas lendas que já li. Margareth diz: - Seja lenda ou não você não vai ficar por ai andando a noite ainda mais sozinha, ouviu bem? Jessica diz: - Já sabia que iria dizer isso, então não se preocupe.
Jessica vai até a cozinha para lavar a louça e a sua avó Margareth indo atrás diz: - Pois bem deixando esse assunto de lado... Amanha você vai ao colégio pela manha e suas aulas começam às oito, então fique esperta para não atrasar no primeiro dia. Jessica diz: - Você se preocupa demais! - A senhora sabe que estamos quase no fim do semestre então fica tranquila não vou poder me atrasar mais do que já estou atrasada mudando de colégio assim de repente. Margareth diz: - Desculpe por ter de fazer isso, mas não podia mais esperar... Jessica interrompe a sua avó dizendo: - Esperar? Margareth diz: - Sim, eu... Jessica estava parada esperando a resposta e Margareth diz: - Bem são assuntos meio urgentes você sabe, então não há com que se preocupar! Jessica diz: - É sempre assim... Assuntos... Vem cá quando é que a senhora vai me contar o que realmente se passa conosco? Margareth diz: - Mas contar o que? Jessica diz: - Olha deixa pra lá! - Vou pro meu quarto preparar minhas coisas. Margareth não diz nada e Jessica entrou em seu quarto, chateada e batendo a porta ela não saiu dali mais. Com uma das mãos na cabeça ela se senta na cadeira da sua escrivaninha e suspirando pensa: “O que realmente anda acontecendo por aqui?” ´´ Porque ela sempre me esconde tudo?`` Tem-se um minuto de silencio e Jessica estava olhando fixamente para uma de suas luminárias então se lembrou do noticiário e pegou um dos seus livros em sua estante e começou a pesquisar a tal característica descrita nos corpos encontrados. E o que mais lhe chamou a atenção foram duas criaturas chamadas Stalkers e vampiros, porem ela não sabia mais em que procurar e resolveu esperar até o dia amanhecer para coletar mais noticias e pesquisar a fundo. Aquele fato havia lhe chamado a atenção ainda mais por provavelmente estar ligado a algo que era sobrenatural então se sentindo melhor ela até havia esquecido o tal desentendimento que havia tido com a sua avó Margareth na cozinha e foi dormir.
Capitulo 2
Um novo dia...
O despertador toca e já eram sete da manhã ali começava mais um dia para Jessica que hoje iria para uma nova escola. Sua avó Margareth antes de caminhar deixou panquecas e suco sobre a mesa e também algum dinheiro para o almoço. Jessica comeu e logo pegou sua mochila e saiu do apartamento, bastante desanimada não queria ir de maneira alguma, por isso foi andando pela rua lentamente. Quando chegou à esquina ela não sabia se devia continuar em frente ou se deveria virar. Jessica então suspira e resolve olhar o GPS do seu celular e pensa: `` Eu deveria ter ido dar uma volta ontem assim eu saberia para aonde deveria ir!`` ´´Minha falta de senso de direção costuma ser incrível.`` Logo um rapaz de cabelos lisos, loiros partidos ao meio e olhos esverdeados se aproxima de Jessica que olhava seu GPS e ao mesmo tempo para frente então sem timidez o rapaz percebe a dificuldade dela e pergunta: - Olá?! Parece-me estar perdida... Precisa de ajuda? Jessica olha para ele e se espanta com a beleza do rapaz que também por sinal se mostrou surpreso com ela. ... Realmente fiquei sem chão com ele, pois me parecia ser aqueles adolescentes capas de revista. Porém as suas roupas eram simples composto apenas por uma camisa xadrez cinza manga longa sobrepondo outra camiseta lisa na cor verde musgo, uma calça jeans clara e All Star básico e preto nos pés. Jessica logo disse: - Para que lado fica a escola secundaria King George, por favor?! O rapaz diz: - Eu sou aluno de lá! - Se quiser eu te acompanho! Jessica dando passagem para ele diz: - Por favor! Os dois caminham mais alguns metros e então virando a esquina juntos logo caminham lado a lado e o rapaz pergunta: - Você é novata pelo visto.
- Por que... Nunca te vi por aqui antes! Jessica diz: - É sou sim! O rapaz diz: - Hum... Interessante! - Geralmente quase no fim do semestre é raro entrar alunos por aqui! - Ah! Olha aqui estamos! Jessica meio sem graça pensa: “Nossa! Meu deus, eu não sabia que era só virar a esquina!” Jessica diz: - Acho que me superei em falta de senso de direção! O rapaz ri e diz: - Parece que alem de novata você também é forasteira na cidade! Jessica diz: - É mais ou menos isso! Ambos quase estavam chegando à porta do colégio quando Jessica balançando a cabeça diz: - Me desculpe pela minha falta de educação, quer dizer... Eu nem sei o seu nome e você me trouxe até aqui... O rapaz a interrompe dizendo: - Meu nome é Elliot Turner, sou atacante do time de futebol no verão! Então ele se afastando continua dizendo: - Ainda vai ouvir falar sobre mim! Algumas garotas logo o cercaram na porta do colégio e ele apenas acenou para a Jessica e entrou acompanhado por elas. Jessica diz em meio tom de voz: - É parece que vou mesmo. O sinal toca e pouco a pouco os alunos começam a entrar e Jessica estava envergonhada afinal quase todos a olhavam da cabeça aos pés. Não pelo cabelo ou pelas roupas, mas sim porque havia sido acompanhada pelo belo atacante do time de futebol do colégio e isso sim era noticia. E por falar nisso... Havia uma garota de cabelo curto na altura do pescoço de cor loiro claríssimo, lisos avolumados provavelmente com secador, pois seu cabelo era bastante desfiado e havia uma franja longa para o lado e seus olhos eram verdes. A garota se aproximou de Jessica e foi logo dizendo: - Uau novata com certeza você será uma boa capa e manchete para o jornal! A garota parecia ser curiosa, extrovertida e pelo jeito de falar não me transpareceu ser alguém muito discreta. Suas roupas realmente aparentavam ser de marca, porém com certo colorido discreto e com bastante bom gosto. Na maneira dela se vestir o que mais me chamou a atenção eram seus brincos de estrela na cor rosa choque que de certa forma harmonizava com o look jovem da moça. Jessica diz:
- Olha, por favor... A garota a interrompe apertando a mão da Jessica e dizendo: - Me desculpe eu ainda nem me apresentei não é? - Meu nome é Anne Bridgston! - Sou redatora e repórter amadora do clube não oficial de jornalismo e, por favor, eu que digo! - Aceita fazer a matéria para o nosso jornal eletrônico?! Jessica estranhou a apresentação da moça, mas foi simpática dizendo: - Desculpe, mas acho que não posso ajudá-la! - Afinal se é sobre o rapaz de agora pouco eu já vou dizer que não o conheço! Anne meio decepcionada suspira e diz: - Ok! Acho que vamos ter mais uma matéria sobre eventos do colégio ou a comida da cantina! Jessica diz: - Que tal falar sobre desinformação para novatos? - Eu só quero pegar meu horário e ir pra aula, só isso! Anne diz: - Ok! Vire a direita no final do corredor e então siga em frente na terceira sala à esquerda, você encontra a coordenação, lá eles irão te dar mais informações! Jessica diz: - Obrigada! E... Boa sorte com a sua matéria! Anne suspira e some no meio daquele corredor cheio de alunos, Jessica segue as instruções da garota estranha e encontra a coordenação. ... Havia um longo balcão e atrás dele uma mesa com um computador e uma pilha de papeis sobre ela. No lado esquerdo a parede estava tomada por estantes baixas com muitas pastas organizadas e do lado daquelas estantes estava um vaso com algum tipo de planta, como se já não bastasse á cidade e o jardim ser cheio de plantas. A janela daquela pequena sala estava entre aberta por onde entrava aquela brisa da manhã e balançava a cortina branca de forma gentil me fazendo desejar estar ainda mais do lado de fora. Alguns panfletos coloridos sobre aquele balcão me chamaram a atenção, mas não peguei nenhum. A senhora que trabalhava ali logo nota a minha presença e com um ar de certa felicidade chega até mim e diz: - Pois não? - Posso ajudá-la? Jessica diz: - Eu vim pegar o horário! Enquanto a moça procurava pelo horário subitamente começou a conversar com a Jessica enquanto ela assinava alguns papeis. - Primeiro dia é sempre atordoante não? Jessica tentando um sorriso mais simpático diz:
- É sim! Logo com o horário em mãos ela recebeu a ordem de coletar as assinaturas dos professores e devolver uma ficha no final do dia. Jessica então sai dali e vai para a sua sala de aula que por sinal não foi muito difícil de achar. ... Eu odiaria o fato de ter de me apresentar, mas logo de cara o professor sorridente me faz parar ali mesmo na porta dizendo: - Novata, por favor, se apresente, estamos curiosos sobre a sua pessoa, mas, por favor, seja breve ok? Novata... Aquela palavra era pateticamente constrangedora, não queria parecer à garota que estava sendo o centro das atenções, mas acho que perdi essa batalha no momento em que eu me pus na frente da sala e abri a boca para dizer as seguintes palavras: - Meu nome é Jessica e vim de Seattle, prazer em conhecê-los! O professor diz: - Apresentação curta, mas obrigado Jessica! Pode se sentar ali! Devo declarar que não foi tão ruim, o lugar aonde me colocaram. Estranhamente fiquei em um dos melhores lugares em minha opinião. Eu estava no segundo lugar do lado esquerdo da sala bem na janela com a vista para a rua, um pouco de sorte para alguém como eu. O professor diz: - Meu nome é John e leciono a matéria de literatura, senhorita Jessica então, por favor, qualquer duvida não hesite em perguntar. - Hoje estamos no meio do livro sonhos de uma noite de verão de Shakespeare, conhece a obra? Jessica estava constrangida, mas acenou com a cabeça positivamente e o professor lhe entregou uma copia do livro para que ela acompanhasse a leitura que seguiu até o final da aula. Quando o sinal tocou Jessica esperou até que todos saíssem e se pôs a arrumar as suas coisas. Colocando sua mochila nas costas para próxima aula ela amarra o seu tênis e logo sai da sala de aula que já estava completamente vazia. ... De acordo com o horário minha próxima aula era matemática, particularmente detestava aquela matéria. Para ser mais franca era racional de mais pra mim, por isso fui andando arrastada pelo corredor ate chegar àquela sala. Graças a Deus não precisei me apresentar e sinceramente acho que o professor não havia me notado, mas calada fui logo me sentando e me preparando para fazer as anotações em meu caderno sobre o que ele daria naquele dia. E na hora do almoço... Caminhar até o refeitório me fez perceber que havia bastante alunos, mas não tanto quanto imaginei que teria na hora do almoço, afinal pelo que eu havia lido
na escola inteira teria mais ou menos quinhentos alunos, por isso tranquilamente caminhei até a fila para me servir. Quando já estava com a bandeja na mão percebi que a cozinheira não foi com a cara de um dos alunos que insistiu em dizer que não precisava fazer uma gororoba verde para os alunos comerem ao invés de purê de batatas, que seria o mais ideal. A cozinheira diz: - Você não é obrigado a comer essa gororoba como você diz, mas ao menos deveria ter mais respeito com a comida que preparamos! - E isso aqui tem nome se chama purê de espinafre! O rapaz diz: - Que seja! Não vou comer isso mesmo! Jessica o fitou com os olhos e não aprovou a atitude do rapaz que acabou esbarrando nela e derramou um pouco de suco em sua roupa. Ele diz: - Me desculpe eu não fiz por querer! Jessica suspira e irritada diz: - Deixa pra lá! O garoto pede desculpa mais uma vez e sai. Jessica não diz absolutamente mais nada e naturalmente continuou a se servir até procurar um lugar para se sentar, naquele mesmo momento o rapaz chamado Elliot a chama. E caminhando até ele, quase todos ali se põe a olhá-la. Elliot diz: - Uau! Isso sim é um prato colorido! Jessica sorri de lado e ele diz: - Sente-se aqui! Ela estava constrangida com os olhares e os possíveis comentários, porém não aguentando disse: - Tem certeza que não há ninguém mais importante para se sentar aqui? Elliot ri e diz: - Importante? Como assim? - Não sei, talvez para alguém que seja uma celebridade também! - Você é engraçada! - Pode ficar aqui e comer sossegada novata, ninguém vai te morder ou algo assim. - Afinal como pode ver só há eu e você nesta mesa, hoje meus colegas não vão almoçar comigo, ficaram para o treino. Jessica balançou a cabeça e Elliot continuando com a conversa diz: - Sua blusa está manchada com suco e pelo que vi houve uma confusão na fila né? Jessica diz: - Se houvesse menos revoltados no mundo obviamente as vitimas seriam menos prejudicadas. Elliot ri e diz: - Que jeito particular de se falar de um aluno irritado com a comida da cantina.
Jessica diz: - Era só purê de espinafre e não um bolo de insetos. - Nunca vi tanto escândalo! Elliot percebe que a garota possuía um gênio forte apesar de parecer ser tímida e um pouco fechada o que era diferente das demais garotas do colégio, por isso ele diz: - Você não falou nada sobre você, sabe... Como de onde veio ou algo assim! Jessica estranhou o interesse do rapaz e ao mesmo tempo se sentiu lisonjeada por alguém querer conhecê-la, afinal ela nunca havia tido amigos antes, e isso agora significava um passo a frente. ... Senti-me obrigada em respondê-lo, afinal naquela manhã toda e agora na hora do almoço ele tinha sido incrivelmente receptivo e educado em ajudar a me situar melhor naquele novo ambiente que até então eu estava tentando me habituar. - Agradeço a sua atenção, mas não sou nada diferente das demais. Elliot em tom de brincadeira: - Resposta de uma possível anti social! Jessica sorri de lado: - É... Possivelmente! Elliot diz: - Tudo bem se não quiser falar agora! Jessica balança a cabeça respondendo: - Não, tá tudo bem! - Na verdade eu nasci em Nova York, mas morei em vários lugares diferentes até chegar a Seattle e estar aqui em Vancouver! Elliot: - Então você deve conhecer muitos lugares não?! - Isso é legal! Jessica pensa em dizer: ´´ Na verdade é assustadoramente odioso, porque mudar constantemente não te permite ter muito amigos ou quem sabe uma boa base escolar!`` Mas, responde: - É um pouco chato sabe, mas... Na verdade o pior de tudo é estar com a minha vó nessas horas, pois é sempre estressante. Ela toda vez me conta que vamos nos mudar um dia antes de sairmos de algum lugar. - E sempre me sinto deslocada e irritada por ter de passar pelas mesmas coisas sempre, como por exemplo, ser a novata! Elliot: - Bem olhando pelo seu ângulo realmente me parece chato e estranho ter que mudar assim sempre. Jessica diz: - Ah! Se estivesse na minha pele ouviria pessoalmente da dona Margareth que isso é viver a vida!
- Dona Margareth? - É como eu chamo a minha avó desajuizada, despreocupada e coruja demais! - Uau! Que bela definição pra sua avó! Jessica diz: - Você se acostuma com o tempo. - Eu garanto! O intervalo logo acabou e Jessica teria de ir para a sua próxima aula que no caso era educação física. - Bem, boa sorte na próxima aula! Jessica estranhou o ´´ boa sorte`` e disse: - Obrigada! E valeu por almoçar comigo! Elliot diz: - Foi divertido! - A gente se vê por ai! ... Eu estava de certa forma me sentindo até um pouco mais à vontade principalmente pelo fato de ter conversado com um garoto após tanto tempo. Eu não costumava me relacionar com eles. Pelo menos não depois de algumas confusões vividas na pré- adolescência e fora o fato de morar em lugares aonde nunca havia crianças por perto. Porém a palavra anti social... Talvez eu me encaixasse perfeitamente nesse quadro, pois durante quase toda a minha infância e agora na adolescência não tive muito contato social a não ser com os livros, os vídeos games e minhas musicas. ... Jessica vai para o vestiário e começa a se trocar e varias garotas por ali passavam por ela e nem sequer a cumprimentaram inclusive uma delas até esbarrou nela e pedindo desculpas saiu. Anne Bridgston entrou no vestuário e disse: - Novata! Que surpresa você e eu na educação física, juntas? - Odeio essa aula sinceramente! Jessica diz: -Não sou muito diferente de você nesse ponto de vista! - Desculpe, mas eu nem perguntei o seu nome... - É Jessica Sullivan! - Acho que você não vai lembrar qual era o meu não é Jessica?! Jessica olha para o lado sem graça e tem de concordar com a colega que continua dizendo: - Eu sabia! - É Anne! Então... Vamos lá? Jessica suspira e segue a garota jornalista que vai tagarelando até chegar na quadra, de certa forma ela se sente até mais confortável afinal não tinha nem assunto para conversar com a Anne e antes que pudesse dizer qualquer besteira ela preferiu ficar calada.
Jessica dá a ficha para o professor assinar descobrindo então que o seu nome é Charles e logo de cara já é posta para jogar vôlei com as demais alunas. Anne fica de reserva e observa a colega de longe que por sinal se mostrou estar mais perdida que tudo, até levar uma bolada no rosto. O professor Charles parecia até um guarda roupa, pois era bastante malhado e alto, porém meio irritado gritou: - Novata! Você comeu no almoço?! - Que moleza é essa? Pega essa bola! Vamos! Vamos! Anne se põe a rir de Jessica que olha para o lado e fica surpresa com a reação da colega. - Ei garota pare de rir e levante-se! - Você vai substituir à novata vamos! Disse Charles com a mão na cintura e franzindo a testa. Anne se levanta do banco e entra em campo enquanto Jessica se senta e toma um gole de água. - Você não é tão baixinha assim pra ter tomado uma bolada no rosto apesar de quase acertar a sua amiga do lado direito e pisar no pé da outra atrás de você! Disse o professor Charles. - A educação física é inimiga dos descoordenados! Respondeu Jessica sem graça. - Prepare-se então para ter coordenação porque a senhorita não escapará das minhas aulas se é o que está pensando! Disse o professor ainda com uma das mãos na cintura. ´´Ótimo, meu inferninho particular agora está completo, valeu dona Margareth! `` Pensa Jessica. - Quanto você mede novata?! - Eu?! Acho que um metro e sessenta e oito, por quê? - Como eu disse você não é muito baixinha para ter tomado uma bolada no rosto! - Você me parece ser mais alta do que muita gente por aqui! - O senhor quer me tornar uma jogadora ou algo assim? O professor com um ar de deboche diz: - Fiquei impressionado com o seu desenvolvimento em quadra! Jessica meio que sorriu e disse: - Um fã das minhas trapalhadas. - Na próxima aula novata vamos jogar futebol e quero ver como se sai! Falou o professor Charles rindo e deixando Jessica sentada no canto. Anne foi substituída por outro colega de sala, ela secando o seu rosto com uma toalha, logo voltou a conversar com a Jessica dizendo: - Já deu pra respirar? - Não só respirar, mas também ganhar um fã das minhas trapalhadas. Disse Jessica vendo Anne sorrir e perguntar: - Jessica eu não sei de onde você é ou algo assim, você se importa d´eu perguntar?
- Eu vim de Seattle e agora estou aqui pra variar! - Pra variar? Não entendi! - É uma longa historia de idas e vindas e decisões malucas da minha avó! - Você mora com a sua avó? - Sim! - Que legal, mas e os seus pais? Eles moram fora ou algo assim? Jessica balança a cabeça e diz: - Eu não conheci meus pais! - Me desculpe! Eu não sabia! Diz Anne. - Tudo bem! Já to acostumada com essas perguntas. - E você nunca quis conhecê-los? Jessica parou por um instante e não quis prosseguir com o assunto, por isso ela disse: - Anne me desculpe, mas... Eu não quero falar sobre isso! - Tudo bem! Vamos mudar de assunto então, porque eu tenho uma proposta para te fazer! - Na verdade... Por acaso você não gostaria de entrar para o clube não oficial de jornalismo da escola? Jessica se espanta e diz: - Não sei se seria um bom clube pra mim sabe... Eu não sou assim... Anne a interrompe dizendo: - Ora! Não precisa sair pra entrevistar ou algo do tipo, na verdade eu preciso de uma redatora porque lá no clube estou fazendo o papel de duas pessoas ao mesmo tempo desde que uma amiga minha se mudou daqui! - Bem... Vou pensar e te dizer depois, ok?! - Ok, Pense com carinho! Jessica sorri de lado e diz: - Tudo bem! Em quadra o professor grita: - Vamos! Vamos seus fracotes! O sinal bateu! - Tá na hora! - Quero sair mais cedo hoje! Os alunos voltaram para o vestiário e Jessica diz: - Anne por acaso esse professor sempre foi assim? - Bem... Pelo que sei, ele serviu o exercito há alguns anos e depois de sofrer uma lesão na perna ele foi dispensado. E como já era formado em educação física virou nosso professor. Jessica balançou a cabeça e lembrou-se da boa sorte que Elliot havia lhe desejado na hora do almoço e percebeu então o sentido daquilo. Ambas Jessica e Anne foram para o vestiário trocar de roupa e mais tarde na saída do colégio... - Ate amanha Jessica! - Até!
Anne logo sumiu no meio de todos aqueles alunos e eu fui andando para casa sozinha e pude ver o por do sol laranja refletido nos vidros dos prédios fazendo harmonia com o brando fluxo de pessoas nas ruas. Eu consegui caminhar alguns metros livremente, mas um grupo de mais ou menos cinco garotas me cercou próximo à esquina do colégio me obrigando a virar a rua com elas. Nós entramos no estacionamento entre o West End Ice Rink e o colégio que por sinal naquela hora estava vazio. Uma delas era loira de cabelos compridos de permanente mal feito, unhas cumpridas e pintadas de roxo. E pelo jeito ela era a líder das outras quatro, pois começou dizendo agressivamente: - Você é a novata não é? Jessica sem medo em seu tom de voz diz: - Quem quer saber? A loira sorri e diz: - Meu nome é Jane e não gostei de saber que você andou dando de cima do Elliot! Jessica olhou para o lado, suspirou e disse: - Eu sabia... - Se sabia então porque continuou ciscando em terreiro que não era seu? Disse Jane com os braços cruzados. - Olha! Eu não to a fim de discutir, ta legal? Eu tenho horário e se me der licença... Jessica tenta passar por elas, mas uma garota de cabelos pretos encaracolados, roupas mais esportiva e estatura mais alta a empurra contra a parede e diz: - Ô ruiva, parece que você não entendeu a gravidade da situação para o seu lado ainda, não é? - Quer que eu te explique?! E estralando os seus dedos as outras três se põe em posição de ataque e Jane levantando o seu braço para conter que elas avancem contra a Jessica diz: - É o seguinte... Nós vamos te dar uma chance! Ta entendendo? - Você sai da cola do Elliot e nós te deixamos em paz ok? A garota de cabelos encaracolados diz: - Senão... As coisas não vão ficar muito boas para o seu lado! Jessica diz: - Olha! Isso é um mal entendido! - Eu não sei bem do que se trata, mas eu já entendi perfeitamente o seu recado! Jane derruba a mochila de Jessica no chão e diz: - Bom saber.
Elas saem dali friamente e Jessica fica imóvel até o momento em que as garotas somem de vista e se abaixando para pegar a sua mochila ela sai dali extremamente irritada e supostamente surpresa. Ela caminhou até o seu prédio e chegando em casa a sua avó estava preparando o jantar e disse: - E então como foi o primeiro dia? Jessica jogou a mochila no sofá e foi até a cozinha pegar um pouco de suco na geladeira e disse: - Ótimo! - Ótimo?! Ok, esse seu jeito de falar não é nada bom! - Eu te conheço! Aconteceu alguma coisa hoje que eu não sei? Perguntou Margareth preocupada. - Nada demais só estou estressada porque tenho muito dever de casa. - Vou tomar banho e comer no meu quarto! - Tem certeza que está tudo bem? Insistiu Margareth. - Tudo bem, eu já disse! - Vou tomar banho! Margareth resolve deixar o assunto de lado e foi terminar o jantar afinal ela sabia que quando Jessica dizia não de fato era não e pouco adiantava insistir. ... Uma das melhores coisas apesar de todos os mistérios por trás da minha avó é que ela não invadia meu espaço e muito menos fuçava nas minhas coisas, algo que muitos pais não faziam pelos seus filhos. A dona Margareth sabia a hora de parar e a hora de intrometer nas coisas quando precisava fazê-las. Como muitas vezes foi preciso na minha infância quando eu sofria com criticas e brincadeiras sem graça por parte de outras crianças. ... Jessica saiu do banheiro já com o seu pijama e pegando seu prato de comida na cozinha ela rapidamente voltou para o quarto e foi fazer seu dever de casa. Mais tarde ela não conseguia parar de pensar nos misteriosos assassinatos na cidade e muito menos da ameaça que recebeu de algumas supostas garotas logo no primeiro dia de aula, porém estava cansada e decidiu que iria pesquisar algo na biblioteca no outro dia e tentar esquecer o que havia acontecido entre ela e as garotas, por isso lentamente foi fechando os olhos e logo dormiu.
Capitulo 3
Primeiro encontro
Badalar de sinos, as gotas de suor escorrendo pelo rosto e descendo pelo pescoço, a garganta seca e as pupilas dilatadas. O desejo é grande quase como a sensação insuportável de resistir à vontade de cravar as presas em uma pele macia e ao mesmo tempo sentir o gosto daquele fluido vermelho rubro extremamente delicioso e denso ao paladar do predador. Esses são os desejos mais intensos sentidos por um vampiro e Jessica estava frente a um deles em seu sonho agora, correndo ofegante pela floresta ao qual desejava escapar, mas ele era muito mais rápido e forte, seus instintos assassinos poderiam ser percebidos até pela criatura mais idiota do planeta. Não é a realidade que se quer aceitar ou viver é apenas estar frente a ela de maneira extremamente cruel e assustadora, misturada à admiração e ao poder de sedução daquele corpo esguio e sarado. Do caçador faminto. Aquela agonia perdurou até Jessica parar e virar-se para trás e ser surpreendida por ele antes de acordar. O despertador toca e Jessica o desliga, colocando as mãos na testa ela puxa o ar e diz: - Foi só um sonho! Ela respira fundo e se prepara para mais um dia na nova escola. Sua avó Margareth havia saído cedo como de costume e mais uma vez deixou o café da manha pronto e o dinheiro para o almoço. ... Não tinha jeito eu estava presa naquela rotina infeliz de todos os dias que haviam se passado durante todos esses anos da minha monótona vida. Só queria dar um basta naquilo e até por um instante pensei na possibilidade de querer ser mordida pela criatura que estava andando pelas ruas e aterrorizando Vancouver. Eu queria ir mais fundo naquela historia e quem sabe até topar com algum deles e ter certa aventura, como no sonho que tive noite passada. Jessica sorriu para si mesma e disse: - Impossível, mas verdadeiramente intrigante e tentadora oferta! Segui o caminho da escola me lembrando do predador que havia me perseguido em sonhos e até antes de entrar na escola sentia que queria ir para biblioteca pesquisar ao invés de assistir as aulas do dia, mas o instinto de
responsabilidade não me deixava ir, por isso covardemente fui conivente comigo mesma e entrei na sala de aula para assistir as aulas de historia daquele primeiro horário da manhã. Neste mesmo momento algum elemento que se intitulava por gente entrou na sala de aula chamando a minha atenção. Digo isso não porque eu o odiei já de vista ou algo assim, mas na verdade porque não disse uma palavra, ele entrou direto na sala de aula sem cumprimentar alguém ou se quer olhar para o lado. Era como se não houvesse pessoas ali. O seu estilo de vestir negro conversava com o seu jeito frio de caminhar e dava destaque ao seu olhar rude e cruel, que ele logo dirigiu em minha direção quando passou pela minha carteira. Ele fechou a cara e com as costas de uma das suas mãos entre o nariz e a boca ele passou olhando para mim e apressando o passo o rapaz caminhou mais alguns metros e sentou-se na ultima mesa ao fundo, na fileira ao lado da minha. Pensei comigo mesma se ele estava passando mal ou se eu estava cheirando mal, mas na verdade não havia nada que me fizesse perceber isso. Não ouvi nem sequer algum comentário maldoso nos corredores que me fizesse pensar sobre aquilo. Por isso fiquei quieta comigo mesma e quando o professor entrou na sala de aula eu decidi tentar parar de pensar naquilo. Durante a aula mantive meus olhos no quadro, no professor e no meu caderno, mas aquilo era insuficiente para impedir meu impulso e a minha vontade de querer olhar para trás. Então perto do final daquelas aulas de historia eu acabei cedendo a minha vontade e olhei para trás disfarçadamente e vi o rosto daquele que mais me incomodava. Cabelos pretos lisos brilhantes de aparência sedosa com presença de duas mechas fartas de cabelo cortadas pouco abaixo da orelha. Ele possuía também uma rala franja penteada para o lado direito e mais alguns fios deste que caiam sobre o seu olho esquerdo e atrás o seu cabelo eram mais curtos e desfiados na altura da nuca. Seus olhos eram castanhos claros e possuía a pele branca como a neve. Sua fisionomia e corpo eram de um modelo invejável quase que desejado por qualquer mulher. A sua pose ao prestar toda a sua atenção, atento ao que o professor dizia, me fez perceber que ele mordia a tampa da caneta e balançava a perna direita como se estivesse ansioso com alguma coisa. Quem era ele? Ninguém prestava atenção nele ou sequer olhavam em sua direção. Mas como? Ele era belo e ao mesmo tempo possuía um estilo atrativo e sedutor.
Seria eu a única a ser atrevida o suficientemente a olhar para ele e pensar aquilo? Alguma coisa ele escondia por trás daquele olhar e da sua envolvente aura frívola que eu podia sentir emanar. O sinal mal terminou de bater e ele foi o primeiro a sair com passos longos e apressados. Impressionei-me com aquilo afinal ele estava no fim da sala de aula como chegou ali tão rápido? Jessica brigou consigo mesma pensando: ´´ Chega! Dessa maneira vou acabar pirando! `` ´´Esse garoto é como qualquer outro desses que andam por ai, apenas possuindo um estilo diferente daqueles que estavam a minha volta.`` ´´Nem sei por que ele está mexendo comigo desse jeito.`` ´´ Só pelo fato dele haver me olhado ou agido daquela forma não quer dizer que era direcionado a mim, afinal havia mais pessoas na sala de aula. `` ``É isso mesmo!`` ... Jessica decidiu relevar aquilo e resolveu terminar de juntar suas coisas e partir para a aula de geografia. Andou pelos corredores ate chegar à outra sala de aula e mais uma vez sentou-se a beira da janela como de costume. Ali poderia ouvir e ver a aula de maneira perfeita mesmo se alguém desejasse conversar ou brincar. ... Coloquei o caderno sobre a mesa até que o professor chegasse, comecei a pintar minha agenda com uma caneta azul. Como se fosse uma artista ou algo assim, desenhei um ogro para tentar canalizar toda a minha tensão e raiva, porem nada me tirava à imagem daquele gesto e olhar provocante, suficientemente frio capaz de me fazer pensar nele de varias maneiras, inclusive compará-lo com o predador dos meus sonhos. ... Seguiu-se assim até que o professor Marley entrasse na sala de aula e começasse a matéria sobre os diferentes biomas, viajando por eles e explicando até demais sobre os componentes presentes nestes lugares e suas resultantes transformações com o tempo. Nesta mesma hora Jessica foi chamada a atenção pelo professor que repetidas vezes olhou para ela enquanto desenhava em sua agenda, porém incomodado dela não perceber, ele dirigiu-se a ela dizendo: - Há algo mais interessante em sua agenda que não possa prestar atenção em minha aula? Jessica olhou para ele e sem graça disse: - Me desculpe não fiz por querer! Ela então guardou a sua agenda e tentou prestar atenção na aula. ...
Naquele dia estava sendo difícil prestar a atenção não só pelo garoto de preto mais cedo, mas também pelo motivo de eu não querer ter ido à aula naquele dia. O fato de odiar aquela mudança e tentar estar acostumando com mais uma cidade e seu novo ritmo de vida estava me tirando do sério. As saídas da minha avó que só a fazia voltar para casa no turno da noite também me deixavam preocupada. Isso porque durante a minha vida inteira, minha avó com o seu instinto protetor e patético de me torturar com a sua imaginação trágica, havia me feito estressar enquanto ainda era criança. Me ensinado a ser cabeça de vento tanto quanto ela. Tanta proteção me mata! Mas no fundo eu sei que não poderia abandoná-la ou viver sem ela afinal dona Margareth e eu somos uma família. E reconheço que de diversas maneiras ela tentou me enturmar com outras crianças, mesmo que eu fosse incrivelmente anti-social ao ponto de me isolar em meu mundo e nas tardes no jardim da nossa antiga casa em Seattle no estado de Washington, onde morei por cinco anos seguidos. Era algo incrivelmente milagroso, porque todo ano desde que me entendo por gente eu já havia mudado diversas vezes não só de bairro, mas de cidade. Acho que pelo fato de não querer me apegar a outras pessoas o que obviamente me machucaria devido às diversas mudanças, acabou me fazendo preferir manter distancia daqueles que provavelmente poderiam se tornar pessoas importantes para mim. Sei que fui covarde e por diversas vezes concordei comigo mesma neste ponto de tentar fugir, mas pude entender que já estava cansada de lutar contra o silencio que me fez sentir só em vários momentos. E eu não quero mais ser assim e esta é a realidade. Por isso detesto mudanças, sempre me sacrifiquei fazendo isso pela felicidade ou pela falsa sensação de liberdade da minha avó desajuizada. Tudo isso porque no final quem sempre foi magoada e presa todo este tempo fui eu. ... Quando finalmente a aula de geografia chegou ao fim Jessica se dirigiu até o refeitório e mais uma vez entrou na fila para se servir, mas lembrando-se do ocorrido do dia anterior ela olhou para ver se o tal garoto estava na fila, mas não o vendo ela se manteve ali até finalmente se servir. Elliot mais uma vez a chamou para se sentar com ele, porém ela olhou para o lado esquerdo do refeitório e viu as garotas que a ameaçaram e assim fingindo que não havia escutado o rapaz, Jessica caminhou até uma mesa mais afastada de ambos e foi logo surpreendida por Anne que chegou dizendo: - Jessica! Que bom que você está aqui, hoje não vou almoçar sozinha! - Posso me sentar com você? - Claro! Disse Jessica que começou a comer suas uvas.
Anne diz: -Bem... E ai já pensou na oferta que eu lhe fiz? Jessica parou de comer e se lembrou que não havia nem sequer pensado na tal proposta, então já de cara pensou em recusar, mas relevou e disse: - Desculpe Anne! Ontem foi um pouco agitado pra mim, com tanta coisa pra fazer então... Acabei nem pensando ainda sobre isso sabe... Anne tranquilamente disse: - Não tá tudo bem! - O primeiro dia é sempre o mais difícil, então você responde pra mim quando puder! Jessica disse: - Obrigada! - Ah! Posso te perguntar uma coisa?! Anne a interrompe dizendo: - Uau! Desde que você se sentou aqui sozinha o bonitão do time de futebol mesmo estando com a mesa lotada não parou de olhar para cá. Jessica queria olhar, mas sabia que a mesa mais próxima estava de olho nela por isso apenas friamente respondeu: - É melhor você comer... Vai acabar esfriando o seu prato! Anne disse: - Aconteceu alguma coisa entre vocês? Jessica diz: - Não! - Na verdade só fiquei um pouco constrangida com o dia de ontem então preferi não participar das fofocas diárias hoje Anne com um tom meio provocante diz: - Hum... Entendi! - Mas ainda acho um desperdício você não investir nele afinal... Você sabe... Ele é bonito e bastante cobiçado! - Olha os pontos de popularidade subindo! Jessica continuou a comer ignorando o comentário de Anne que logo disse: - Ah! Desculpe-me o que você queria ter me perguntado mesmo? Jessica olha para a fila atrás dela e diz: - Hoje eu tive aula com um garoto particularmente estranho! Anne diz: -Estranho?! - É estranho! Diz Jessica. Anne diz: - Em que sentido?! - Não sei sabe... Ele entrou na sala de aula de uma vez! - Vestido totalmente de preto e... Pra falar a verdade ele era bonito até demais para ser ignorado pela turma praticamente inteira! Diz Jessica constrangida. -Ah! Acho que sei de quem você está falando! -Se for aquele ali na fila, pra falar a verdade é bem estranho.
- Nunca falou com ninguém, nem mesmo com as garotas que constantemente chegavam nele. - E pra piorar ele só se veste de preto e não olha na cara de ninguém. - Basicamente é como se nenhum de nós estivesse à altura dele. ... Este mesmo rapaz estranho ao qual, todos falavam ia passando por ali naquela mesma hora, apenas com uma maçã na mão. Ele sorriu de lado e foi caminhando para fora do refeitório. ... Jessica apenas balança a cabeça positivamente e Anne diz: - O nome dele é Simon isso é tudo que eu sei. Anne sorriu e diz: - Não me diga que você gostou dele?! Jessica engasga com a comida e rapidamente quando toma um ar diz: - Não! Eu só perguntei por quê... Ah! Sei lá ele é estranho por isso. Anne diz: - Saquei! Bem... Tenho de voltar ao jornal antes das próximas aulas começarem então eu já vou indo. E se levantando da mesa ela continua dizendo: - Quero aproveitar o tempo que me resta. - Depois se quiser dá uma passadinha por lá antes de sairmos... Jessica ainda terminando a sua refeição diz: - Pode deixar, obrigada! Anne se foi de forma apressada e Jessica constrangida de ficar ali sozinha termina logo a refeição e pensa: ´´ Vou aproveitar e passar na biblioteca! `` Ela então se levanta da mesa e sai dali sem nem ao menos olhar para trás ou para os lados. Ela não queria ver Elliot e muito menos as garotas que a ameaçaram, por isso, a cada passo largo que dava mais rápido se afastava dali. Elliot a fitou com os olhos e percebeu algo errado. Jessica logo chegou à biblioteca e como já era esperado estava vazia. Só havia a bibliotecária digitando algo no computador que nem mesmo percebeu que Jessica havia entrado ali. Por isso mais confortável Jessica foi até ela e disse: - Oi, por favor! A bibliotecária a olhando por debaixo dos seus óculos diz: - Em que posso ajudá-la? - Eu queria... Saber se possui algum livro sobre lendas ou mitologia. Disse Jessica com a voz baixa. - Bem, tenho alguns aqui. - Se quiser olhar terá de procurar nas fileiras lá do fundo entrando pelo terceiro corredor no final a sua frente.
- Obrigada! - Ah espere! Diz a bibliotecária parando de digitar. - Se quiser mais livros para aprofundar em alguma coisa terá de ir até a biblioteca da cidade. Jessica diz: - Ah ta! Tudo bem valeu. Jessica deixa a sua mochila sobre uma das mesas de estudo e caminha até o terceiro corredor e chega até os fundos. Ela começa a procurar pelos tais livros, mas a maioria ela já conhecia e outros davam apenas explicações superficiais que não lhe diziam muita coisa, por isso decidiu sair dali e ir pesquisar algum artigo e pegar quem sabe alguma informação no jornal da sua colega Anne. Por isso rapidamente chegando até o clube de jornalismo Jessica bate duas vezes na porta antes de entrar e Anne surpresa diz: - Jessica? Você aqui?! - Eu lhe fiz o convite, mas não achei que fosse vir de fato! Jessica diz: - Estou atrapalhando em alguma coisa?! - Claro que não, pode entrar! Diz Anne animada. Ela apresentou Jessica para mais quatro pessoas que trabalhavam ali, mas Jessica logo esqueceu o nome delas e foi direto ao ponto com a Anne dizendo: - Anne por acaso você tem algum artigo ou quem sabe mais informações, sobre os supostos ataques noturnos que andam tendo em Vancouver? - Ataques... Diz Anne com um tom de duvida em sua voz. - É, são aqueles de corpos de jovens encontrados totalmente drenados, sabe?! - Ah! Sim me lembro! - E que rebuliço essa historia anda causando por aqui... - Então... Você possui alguma coisa que fale sobre isso? Diz Jessica. - Tenho alguns artigos ali em cima daquela mesa, não... Na verdade estão dentro daquela caixa ali no canto! - Se você quiser pega-los pra ler... Porem eu sugiro que não saia com ele na mão sabe... Não quero que o fiscal do corredor os pegue. - E também essas matérias são muito interessantes e estou juntando informações para escrever alguma coisa pro jornal eletrônico. - Ah! Não ta tudo bem! Eu vou pega-los e sentar ali para lê-los. - Ok! Fica à vontade. Jessica juntou os artigos e começou a folheá-los para ler e enquanto fazia isto encontrou algo particularmente interessante que dizia mais ou menos assim: Há possibilidades de que não haja apenas três ou quatro vitimas como a policia de Vancouver havia dito aos noticiários de ontem. Segundo o suposto vazamento de informações que se espalhou pela internet, a policia e as autoridades locais não querem alarmar os cidadãos para que fiquem mais atemorizados com os demais casos já encontrados, supostamente
envolvendo um grande histórico de desaparecimentos dos corpos dessas vitimas. Segundo um relato publicado no jornal local uma senhora que atende pelo sobrenome Harrison, mãe de um dos desaparecidos, diz que o seu filho de apenas dezesseis anos costumava sair todas as tardes para jogar basquete com alguns amigos, mas desde o primeiro anuncio de ataques na cidade o seu filho nunca mais foi visto. Há relatos também não confirmados, de vitimas esquartejadas e de outros corpos também sem vísceras, sendo feito por este mesmo assassino que anda assolando a cidade. A policia que trabalham em parceria juntamente com... Jessica parou de ler e pensou: ´´ Nunca ouvi descrições tão brutais! `` ´´ As características são iguais às de algumas criaturas onde já havia lido historias sobre elas, mas três tipos de morte de diferentes formas e ainda desaparecimentos de corpos... É muito bizarro!`` `` Vou ter de esperar mais um pouco antes de definir um perfil `` ´´ Afinal, isso nunca foi obra humana! `` Anne diz: - Tudo bem Jessica? Você está meio pálida! - Achou alguma coisa estranha? Jessica diz: - Não! Eu só fiquei impressionada com algumas descrições. Anne balançando a cabeça diz: - Alguns são realmente chocantes! - Nesta hora eu não queria fazer parte da pericia. Jessica se levanta e colocando a mão no bolso ela vai se preparando pra sair e diz: - Bem... Eu vou indo nessa, tenho mais duas aulas de física agora! - Valeu mesmo Anne! - Não tem de que! Volte quando quiser! - Ah! Só que provavelmente estaremos em outras salas. Jessica diz: - Por quê? Anne diz: - Como havia dito antes, não somos um clube oficial e não há muito espaço no colégio, por isso estamos improvisando ficando nas salas durante os intervalos e nos finais das aulas à tarde. - Entendi! - Até mais então e mais uma vez obrigada! Diz Jessica sorrindo sem graça e saindo da sala do clube. Ela se dirigiu até o outro andar e entrou no laboratório para assistir as ultimas aulas do dia.
Todas as empresas e instituições naqueles dias estavam liberando seus funcionários mais cedo, pois os ataques estavam acontecendo de maneiras cada vez mais brutais e em períodos que variavam entre as nove da noite até o fim da madrugada. Nestes horários quase ninguém saia de casa até que o sol realmente aparecesse. ... Abri o meu caderno rapidamente e olhei para todos os cantos da sala, mas não vi aquele garoto misterioso então resolvi seguir prestando atenção nas ultimas aulas daquela tarde que por sinal passaram rapidamente. Depois que terminei todas as anotações que havia no quadro fui a ultima novamente a me retirar da sala de aula. Desci as escadas rapidamente e olhei as horas no meu celular que marcavam exatamente três e meia da tarde. Como ainda era cedo, resolvi passar na livraria próximo ao colégio para procurar algum livro interessante. ... Jessica entrou na loja meio acanhada e chegando até o balconista ela o indagou sobre os livros que estaria procurando. O balconista a orientou e Jessica sem mais demora foi à procura destes pelas prateleiras semi empoeiradas e lotadas de livros. ... Na minha procura por esses livros eu estava agachada e acabei sendo derrubada por um garoto sem atenção que ia passando por ali e que disse: - Me desculpa! Jessica olhou para cima e reconheceu o garoto que era o mesmo que havia discutido com uma das cozinheiras da cantina. - Depois de esbarrar em mim ontem, você ainda me derruba... O garoto olhou sem graça e disse: - Por acaso você é a garota que eu derrubei suco na roupa e que ficou furiosa comigo?! - Ao menos tem memória! Diz Jessica em tom sarcástico. O rapaz lhe estendeu a mão e a ajudando a se levantar disse: - Mas o que você fazia no chão? - Eu não estava no chão eu estava agachada procurando por um livro quando você me derrubou! O rapaz começou a rir e Jessica disse: - O que é engraçado? Ele diz: - Você é muito estressada! Relaxa ai, vai! Jessica olha pra ele com cara de deboche e diz: - Por se tratar de um asiático achei que você fosse mais tímido! Ele para de rir e sorrindo diz: - Por quê? Isso é algum estereotipo?
Jessica sorri e diz: - Bem... É o que dizem sobre vocês! Ele diz: - Dá pra ver que você não sabe nada sobre os asiáticos! Jessica se sente insultada, pois é bastante fã da cultura oriental por causa dos mangás que leu a vida toda, por isso resolveu dar o troco dizendo: - É brincadeira! Só para você ver que eu conheço sobre a cultura oriental eu te desafio dizendo que você é descendente ou é um japonês legitimo! O rapaz cruza os braços a olha de cima em baixo e diz: - Como você sabe disso?! Geralmente todo mundo diz que somos iguais! - Você é a primeira que soube me diferenciar entre um chinês ou um coreano. Jessica sorri sarcasticamente e diz: - Bem... São muitos anos de estudo! Ele ri e diz: - Sei... Aposto que é fã de mangás! Jessica o cutuca e diz: - Sou sim! Mas isso não tem nada a ver! O rapaz diz: - Não precisava ter mentido dizendo que estava procurando um livro sendo que estava atrás de mangás! Jessica diz: - Ora eu não menti realmente estou atrás de um livro de lendas e não de mangás! O rapaz diz: - Ok, ok, mas... Brincadeiras aparte, você por acaso não gostaria de ir comer alguma coisa?! Jessica diz: - Você é meio abusado! - Nós nem nos conhecemos e já está me chamando pra sair? Ele ri e diz: - É o desespero de um tímido asiático! Os dois riem junto e ele diz: - Na verdade não é isso, é porque gostaria de me desculpar por ontem e por agora a pouco e também... Já que estudamos na mesma escola... Então não vejo o porquê de um não. E ai topa? Jessica olha o celular e diz: - Bem! Só se eu pagar o meu... Senão não tem acordo! O rapaz diz: - Tudo bem! Vamos então! Jessica comprou mais um livro e saiu da livraria sendo acompanhada pelo rapaz que a conduziu. Descendo mais um pouco a rua logo se sentaram no STARBUCKS café. Jessica diz:
- Nossa nesta rua há bastantes restaurantes asiáticos, mas principalmente coreanos! O rapaz diz: - Bem, não poderia te levar a outro lugar já que é fã de cultura oriental. Jessica sorrindo de lado diz: - Bela tentativa! Mas só viemos aqui porque está perto do colégio. O rapaz colocou a mão no peito e disse: - Desse jeito feristes os meus mais puros e sinceros sentimentos! Jessica sorri, balança a cabeça e diz: - Bem vamos pedir antes que fique tarde. - Ator dramático! Ele ri e diz: - Vamos sim! Jessica pede um Brownie de chocolate e um cappuccino, então o rapaz resolve acompanhá-la pedindo o mesmo e após a atendente sair Jessica inicia a conversa dizendo: - Então? Estamos lanchando juntos, mas ainda não sei o seu nome. O rapaz diz: - Me chamo Ren Otagawa e você? Antes de prosseguirmos com a leitura tenho de dar as descrições deste interessante rapaz que acompanha a nossa personagem... Como já sabemos Ren é um garoto oriental de estilo e personalidade divertidos. Ele possui cabelos pretos, lisos, curto, mas prefere bagunçá-los com laquê e manter certo estilo descolado que combina muito bem com seu jeito de vestir jovem. Jessica continua dizendo - Me chamo Jessica Sullivan! Ren sorri timidamente e diz: - Confesso que fiquei feliz quando você me chamou de ator dramático. Jessica franziu o rosto e diz: - Por quê? Ele diz: - Sou fã de teatro e cinema então nas horas vagas eu pratico encenação em uma escola de arte. Jessica sorri e diz: - Ótima escolha! Curto teatro, mas não sei muito a respeito. Ren diz: - Quem sabe um dia eu te leve para ver uma peça. Jessica fica meio tímida e Ren diz: - Bem estou falando sobre mim, mas agora sua vez! - Horas, você sabe! Curto mangás e leituras místicas. Ren diz: - Você curte musica também?
- Sim! Principalmente rock, célticas, mas também gosto um pouco de pop e clássico. - Nossa que mistura! Diz Ren. A atendente logo chega com os pedidos e os servindo ela logo se retira. - Quantos anos você tem Ren? Diz Jessica. - Tenho dezoito! - Então você reprovou alguma vez? - Na verdade sim! - Quando eu era mais novo eu sempre matava aulas e ficava dormindo até mais tarde, quando tinha provas eu não fazia, até o dia que chamaram meus pais na escola para dar à triste noticia. - Sínico! Diz Jessica sorrindo. - Mas eu aprendi a lição e agora sou bonzinho! Diz Ren sorrindo. - E você o que a fez aparecer por aqui quase no fim do semestre? - Bem são assuntos e também... Essa não é a primeira vez que mudo de colégio assim de repente então... Meio que me acostumei. - Desse jeito até parece que você se muda com frequência. - Pra falar a verdade sim! Estou sempre em cidades ou bairros diferentes, nunca me fixei em lugar nenhum a não ser em Seattle onde morei desde os trezes anos ate agora aos dezessete. - Nossa seus pais devem ser muito ocupados, eles não se importam com isso? Jessica parou de sorrir e diz: - Não tenho pais, eu sempre morei com a minha avó. - Me desculpe! - Não tem problema, já estou acostumada. Para quebrar o clima que ficou meio ruim Ren diz sorrindo: - Você se acostuma demais! Jessica olha para ele fixamente e Ren estava apoiando o cotovelo na mesa e com uma das suas mãos no seu queixo ele olhou esboçando um sorriso de lado para ela. Jessica tentando fugir daquele clima pega o celular na mochila para olhar as horas e diz: - Acho que temos de andar rápido, já são quase cinco horas. Ren diz: - Não quero virar comida de ninguém hoje! Afinal você sabe do que esta rolando aqui na cidade não é? - Cheguei há três dias aqui em Vancouver, mas sei o que está se passando nas ruas inclusive, eu estive lendo alguns artigos e são realmente tenebrosos! - Hora então és uma forasteira? -Temos que sair mais vezes pra conhecer a cidade você iria adorar, Vancouver é linda! Jessica fica envergonhada com o convite, mas diz: - Pode ser, mas não agora ainda mais enquanto estivermos nesta onda de assassinatos.
- Você está certa, afinal a cidade só fica mais interessante à noite, essa é a minha opinião! Jessica sorri e abaixando a cabeça rapidamente por alguns instantes logo termina o seu ultimo pedaço de brownie e pede a conta. Ren termina o seu cappuccino e ambos acertando tudo logo voltam andando para a livraria conversando. Eles se despedem e Jessica toma o seu caminho de volta para casa. ... ´´ Minha avó ainda não chegou!`` Pensou Jessica ao entrar no apartamento trancando a porta. Ela colocou a mochila no quarto, tirou o tênis e o colocou no armário e assim seguiu até o banheiro para tomar banho e depois que saiu de lá começou a fazer as lições do dia. Terminando isto ela ligou a TV e foi fazer alguma coisa para a sua avó comer, pois provavelmente ela iria chegar bastante cansada. Por isso ela preparou frango assado, salada de batatas acompanhadas de folhas verdes. Ela somente parou quando a serie de TV que ela estava ouvindo da cozinha havia sido interrompida pela repórter que disse: - Voltamos com noticias de ultima hora! - Neste momento direto da Discovery Square na parte baixa da cidade, um ataque acabou de ocorrer agora a pouco a menos de dez minutos! - Um rapaz de vinte e três anos que ia passando pelo local foi surpreendido e atacado tendo todo o seu sangue sugado pela ´´coisa`` como os cidadãos o estão chamando. - Seu nome é Tyler Monterrey! - Nenhuma testemunha foi encontrada para dar mais informações. - A policia se encontra agora na local aguardando a chegada do IML... E vamos falar com o sargento Natã. Jessica neste momento olhou o relógio que marcava oito e quarenta e sete da noite e preocupou-se, resolveu então ligar para a sua avó que logo atendeu o telefone dizendo: - Jessica o que foi? - Estou presa no engarrafamento, não vou chegar cedo em casa. - Ouve um ataque na Discovery Square, por isso estou ligando! - Agradeço pela preocupação, mas quando for possível eu estarei em casa! - E você que disse pra eu não sair nessas horas... - Depois discutimos isso, tenho que desligar ok?! Jessica estranhou o tom de voz da sua avó, mas mesmo assim depois que o noticiário de ultima hora terminou a serie de TV dela voltou a passar e Jessica arrumando a cozinha guardou a comida da sua avó na geladeira e foi para o seu quarto ler o novo livro que havia comprado nesta tarde e ali adormeceu em sua cama o lendo.
Capitulo 4
Estranha Aparição
Quando acordei já era manhã, olhei o relógio e vi que já estava atrasada para o colégio. Levantei-me rapidamente, me vesti e comi alguma coisa para sair. Não queria incomodar a minha avó, porém não resisti em dar uma olhadinha nela antes de ir. Quando abri a porta do quarto, ela estava deitada e dormindo, não quis acordála, por isso sai para o colégio e a deixei descansando em sua cama. ... Jessica desceu a rua como de costume e chegando a porta do colégio parou ali por alguns segundos, suspirou e entrou para assistir as aulas daquela manha. ... Andando pelo corredor fui abordada pelo Ren que me deu bom dia e seguiu para a sua aula de química. Anne como de costume também me cumprimentou e passando por mim rapidamente no corredor, foi logo espreitar alguma noticia para postar no jornal eletrônico que ela mesma havia criado. Entrei para a sala de aula e sentei-me em minha carteira. Comecei a arrumar as coisas para a aula de francês, sinceramente não sabia muito a respeito, pois todas as escolas por onde passei eu sempre escolhia outro tipo de atividade para a grade, mas por estar em outro lugar onde o aprendizado desta língua se torna obrigatório então não pude mudar a grade e encaixar outra atividade pela manhã. No final daquelas aulas não achei tão ruim e acabei gostando e aprendendo um pouco mais a respeito, por isso peguei o dicionário daquele idioma e decidi que iria lê-lo enquanto estivesse no intervalo. Que logo chegou depois das aulas de química que ocorreram e que rapidamente acabaram dando lugar finalmente a pausa para o almoço. ... Jessica como de costume veio se servir e procurou por uma mesa para se sentar, porém não encontrou nenhum dos seus colegas e nenhuma mesa disponível. Ela imaginou que poderia haver mais alunos almoçando naquele dia do que em todos os outros dias que já havia se passado, por isso pegou a sua comida e resolveu ir comer em uma parte mais reservada do colégio como, por exemplo, alguma sala de aula vazia.
Pensando nisto ela se serviu e logo depois foi à procura. Achando uma sala de aula com a janela virada para o campo de futebol ela começou a comer ali mesmo e se pôs a observar a paisagem. Após alguns minutos ali sozinha, ela logo se sentiu incomodada com a suposta presença de alguém parado olhando para ela. Jessica parou de comer, olhou para o reflexo na janela e teve a impressão de ter visto o garoto de negro encostado ao portal da porta a observando, mas quando olhou naquele mesmo instante para o rumo da porta ela percebeu que não havia ninguém ali. Jessica parou de comer, olhou para a carteira e se encostou a cadeira que estava sentada e assoprando pensou consigo mesma: ´´ Eu jurei que havia visto alguém ali!`` ... Não quis mais ficar na sala sozinha, por isso terminei logo a minha refeição, deixei a bandeja no carrinho da cantina e sai dali rapidamente. Naquela tarde não haveria aula, por isso pude voltar para casa mais cedo. Confesso que no fundo eu estava mais aliviada, porem antes de ir embora resolvi procurar por Anne para saber se ela poderia ter alguma novidade sobre os assassinatos em Vancouver mais especificamente o assassinato na noite passada. Mas eu não a encontrei, somente seus companheiros que ficaram de transmitir o recado para ela quando voltasse. Então saindo porta a fora caminhei alguns metros e antes de atravessar a rua, Elliot me abordou próximo à esquina dizendo: - E ai Jessica? Como vão as coisas? ... Jessica não queria responder, mas por boa educação continuou andando e friamente disse: - Estão bem! Elliot ainda amigável continuou caminhando junto a ela e perguntou: - Tem certeza? Durante esses dias eu te chamei para almoçar, mas você pareceu não ter me ouvido. - Quer dizer, agora a pouco nem sequer olhou para mim para responder que estava bem. Jessica para de caminhar quando Elliot se põe a sua frente e olhando para ela diz: - Eu fiz alguma coisa que te chateou? Jessica respirou fundo e olhou para ele dizendo: - Se tivesse feito obviamente não teria respondido! - Não se preocupe! É serio eu to bem! - Se não quiser almoçar comigo ou conversar tudo isso pelo fato de estar constrangida ou ameaçada por alguém, não se preocupe com isso. Jessica olhou para ele e disse:
- Não sei por que você me dá tanta atenção nós nem nos conhecemos direito, quer dizer, você se preocupa demais. Os dois continuaram a andar e Elliot diz: - Eu sou assim quando algo me interessa. Jessica ficou envergonhada e Elliot começou a rir e disse: - Devia ver sua cara de constrangida! Jessica irritada disse: - Isso não teve graça! Elliot diz: - Teve sim! Jessica balançou a cabeça e disse: - Eu desço aqui! Até mais! Elliot diz: - Amanha vou almoçar com você e nem adianta fugir! Tenho algo legal para te mostrar! Jessica olha, acena para ele e se vai ao mesmo tempo em que Elliot foi seguindo o seu caminho descendo a Avenida Denman. ... Cheguei mais uma vez em casa e minha avó estava fazendo exercícios frente a TV. - Dona Margareth, você fazendo exercícios nesse horário? - Eu é que devia ficar surpresa em vê-la neste horário em casa. - Hoje nós saímos mais cedo. Jessica então vai até a geladeira pegar algo e vê que a sua avó havia comido o jantar que ela havia feito no dia anterior então curiosa ela volta dizendo: - Porque chegou tão tarde ontem em casa? - Quando liguei no seu celular você me pareceu estar nervosa. Sua avó ainda fazendo exercícios diz: - Eu estava em um congestionamento infernal há vários minutos por conta do ataque no Discovery Square, por isso. Aconteceu alguma coisa? - Não, mas ao menos comeu o jantar que fiz pra você; - Comi e estava ótimo, já pode casar! Disse a avó de Jessica em tom de brincadeira. - Com a grande vida social ativa que tenho você logo será convidada pelo balconista da biblioteca e pelo meu ipod! A avó da Jessica ri e diz: - Bem, já que quer ter uma vida social ativa, hoje à noite vamos a um jantar. - Jantar? Pensei que não tivéssemos parentes por aqui. - Não se trata de família, mas sim de um jantar importante ao qual fui convidada. - Por quem? - Um amigo meu muito antigo que reencontrei na caminhada que fiz há dois dias.
- Entendi! Diz Jessica em tom de tédio. - Bem dona Margareth vou deixá-la malhar e irei descansar um pouco. Dona Margareth tão concentrada nos exercícios da TV nem responde a Jessica que vai para o seu quarto e fecha a porta. Jessica coloca uma roupa para ficar mais a vontade e assim deita-se em sua cama e continua a leitura da noite passada e aos poucos com o sono chegando ela logo coloca o livro ao lado da sua cama e dorme. A tarde lentamente vai se aproximando do fim e o tom dourado e laranja vem chegando para anunciar que o sol vai se pôr. Para muitos o trabalho começa e para outros o pânico apenas aumenta, pois o horário dos ataques se aproxima, mas nem com tais noticias dona Margareth desistiu de chamar sua neta para se aprontar para o evento. O jantar seria oferecido pelo senhor Philip muito amigo de dona Margareth e que lhe ofereceu um ombro amigo quando se divorciou do seu marido e que por sinal também trabalhou alguns anos com ela. Dona Margareth bate a porta do quarto da Jessica dizendo: - Jessica! Jessica! Dona Margareth abre a porta e vê sua neta espreguiçando na cama e diz: - Jessica! Temos que nos arrumar! - Se continuar a dormir desse jeito você vai acabar passando a noite em claro! - Hã?! Que horas são? - Cinco horas! - Eu preciso ir mesmo?! - Precisa! Quero lhe apresentar a algumas pessoas e também você precisa se divertir um pouco, sabe... Sair da rotina só pra variar de vez em quando. Jessica suspirou e disse: - Acho que não tenho nada para vestir. - Ah! Tem sim! Fizemos compras em Seattle há umas duas semanas antes de vir para cá. - Ok! Vou me virar com o que tenho. Dona Margareth agarra sua neta pelo ombro e a abraçando diz: - Hoje vamos nos divertir! Sua avó sai do quarto, bastante animada bate a porta sem querer e para pedir desculpas ela grita euforicamente do corredor: - Desculpa! Jessica se olha no espelho que possui atrás da sua porta e diz: - Vamos lá Jessica! Ela bate com as suas mãos de leve nas bochechas duas vezes e diz: - Nós iremos sobreviver! Sua avó sai do banho e Jessica entra logo em seguida e após dez minutos ela se retira do banheiro e escuta o barulho do secador ligado que vem do quarto da sua avó. Jessica abre o guarda roupa para analisar o que quer vestir e logo escolhe o seu look, que será composto por um vestido tomara que caia no tecido xadrez
Tartan vermelho, o corpo do vestido vem justo até a cintura com uma fita de cetim preta fazendo um laço do lado e a saia deste é rodada e possui tamanho meia coxa completado por uma renda preta na barra. O visual foi complementando com uma meia ¾ quartos preta e uma botinha curta com amarrações também na cor preta. Seu cabelo foi deixado com a franja solta e a parte da frente estava presa para trás, deixando os cabelos na parte de trás soltos com os cachos levemente definidos e sendo complementado com uma presilha discreta de strass em forma de caveira posta no lado direito da cabeça. E para maquiagem Jessica preferiu que fosse leve dando destaque aos olhos. Quando saiu do quarto Dona Margareth a elogiou e Jessica se impressionou com o look da sua avó que nesta noite estava constituído por uma sandália aberta de salto fino prata, porém baixo. O vestido verde água moderno na altura do joelho composto por um casaquinho na mesma cor transparente e brilhoso e de acessórios brincos de strass transparente, maquiagem leve e o cabelo escovado para o lado. Saíram do prédio vestidas em seus casacos e entraram em um taxi que partiu rumo ao Century Plaza hotel, naquela noite dona Margareth não queria dirigir. O tal jantar seria em um salão de festas dali e quando chegaram ao hotel foram muito bem recebidas. A fama de ser um dos mais procurados em Vancouver não era à toa. Ambos foram levadas até o local do evento, a avó de Jessica estava bastante sorridente e cumprimentava a quase todos ali, Jessica porem só a seguia e sorria simpaticamente. Quando dona Margareth se encontrou com o seu antigo amigo Philip logo a conversa iniciou. ... Eu estava desconsertada e sem graça, não conhecia ninguém ali e os olhares eram constantes. Talvez devesse ser a minha roupa ou talvez o meu jeito de se portar diante as pessoas. Porque para falar a verdade o meu sorriso estava bastante sem graça, mas sem sombra de duvida era um recinto cheio de pessoas que pareciam ter posses. Eu olhava em volta até o momento que Philip apertou uma das minhas mãos para me cumprimentar dizendo: - Que linda neta dona Margareth! Com toda certeza puxou a beleza da avó! - Obrigada! Disse Jessica timidamente. - Por favor, meninas sentem-se comigo! Disse o senhor Philip sorridente e estendendo o braço para que passássemos. Andamos mais alguns metros logo ali estava à família do senhor Philip todos sentados na mesa principal composta pela sua esposa e suas duas filhas loiras. A mais nova com a idade de vinte anos sendo acompanhada pelo
namorado de vinte e um e a outra mais velha com a idade de vinte e oito anos que já estava casada e possuía um filho de cinco anos. O namorado da filha mais nova possuía uma aparência física simpática e corpo aparentemente malhado. - Olá me chamo Christie e este é o meu namorado Robert! - Olá! Disse o namorado de Christie olhando para mim de maneira estranha e segurando a sua bebida. - Eu me chamo Alessa e estes são o meu marido Derek e o meu filho Noah. - Prazer em conhecê-los! Dissemos eu e minha avó esboçando sorrisos agradáveis e nos sentando de maneira polida a mesa. O garçom nos serviu e enquanto todos conversavam o jantar corria normalmente. Varias pessoas vinha à mesa nos cumprimentar, havia tanta formalidade naquele recinto e comemorações, mas até aquele momento eu não sabia do que se tratava o tal evento. Não quis perguntar, pois desde o começo não me interessavam aqueles eventos que a minha avó sempre fazia questão de me arrastar junto dela. Mas mesmo assim nunca disse não ou a chateei falando alguma coisa que pudesse lhe magoar. E de qualquer forma eu nunca fazia nada em casa, por isso eu não estava perdendo nada em acompanhá-la. - Jessica não está com fome? Perguntou a Dona Margareth. - Não eu comi antes de virmos pra cá. - Isso me parece ser uma dieta! Disse Robert sorrindo e olhando para a namorada que lhe deu um tapa no braço e disse: - Não tem nada haver! - E de qualquer maneira não deixe a moça constrangida! - Jessica você já é magra não precisa de dietas! - Não é dieta! Só não quero comer agora. - Vou dar uma volta por ai! Disse Jessica um pouco irritada e sem graça com as risadas na mesa e com preocupação a toa da sua avó. Ela se levantando da mesa andou alguns passos e estava fora do salão de festas ali ela passou pelo saguão do hotel andou mais alguns metros e acabou indo parar em um corredor, aonde se localiza alguns dos serviços oferecidos pelo hotel aos hospedes. Jessica deduziu que haveria banheiros por ali e enquanto procurava foi andando pelo corredor ao mesmo tempo em que checava as placas de indicações, porem em instantes ela começou a ouvir gritos e na mesma hora ficou estática. Ela engoliu a seco, pois se lembrou instantaneamente dos brutais ataques em Vancouver, mas mesmo assim sua curiosidade a fez caminhar lentamente em direção aos gritos abafados que pareciam ser de alguém bastante desesperado. ...
Minha vontade de ir ao banheiro na mesma hora passou, não havia ninguém no corredor e algumas das luzes daquele lugar piscavam constantemente. Caminhei até quase o final daquele longo corredor onde havia uma grande porta branca que levava a área da piscina, os gritos que eram constantes e que provavelmente vinha dali haviam cessado no momento em que pus os meus pés ali. Obviamente espreitei com cuidado o local antes de entrar, não conseguir dizer nada ou sequer respirar direito no momento em que abri a porta com cuidado. Olhei toda a área da piscina no que me foi possível ver e abrindo mais a porta lentamente, não avistei ninguém. ´´ Será que estou ouvindo coisas? ´` ``Certamente, ouvi gritos vindos daqui... Não entendo!`` Jessica respirou fundo e resolveu colocar o resto do corpo para dentro daquele lugar, mas antes olhou para trás e notou que as luzes do corredor haviam parado de piscar e estranhou aquele fato e caminhando mais alguns passos a dentro por ali parou. ... A área da piscina era coberta e fechada, parecia ser um local perfeitamente seguro até o momento que me virei para ir embora. Vi respingos de sangue na porta do lado direito e marcas de mãos ensangüentadas nas paredes provavelmente de um infeliz que desejou agarrar em algo para se defender. O rastro de sangue fez uma trilha que seguia até a outra borda um pouco afastada dali. Eu não conseguia me mover e estava aterrorizada, comecei a sentir uma forte sensação de medo e vontade de fugir, mas era em vão, meu corpo não obedecia. Jessica fechou os olhos e por alguns instantes e pensou: ``Tenho de seguir, se eu conseguir ver o rosto deste predador e escapar viva com toda certeza saberei do que se trata!`` ``Não! O que eu estou pensando? `` ´´ Não sou diferente de ninguém... Vou acabar morrendo aqui!`` ´´ Espere! Do eu estou com medo? De ver algo que me tire à paz pelo resto da minha vida ou do predador em si?`` ´´ Poderia ser a morte querendo me acovardar? ´´Não mesmo! Eu... não sou assim!`` De repente já não era mais eu e sim minha outra parte me levando até o local do que provavelmente haveria restado do corpo de alguém. Nunca havia visto tanto sangue assim, nem em acidentes. Eu estava ofegante, meu coração batia tão forte que parecia que iria sair do lugar, meu estomago doía e as minhas mãos pareciam não ter mais forças para agarrar nada se eu precisasse me defender. Como se adiantasse se caso isso se tratasse de alguma criatura não humana.
O suor começou a descer e agora só era eu, minhas pernas e a minha curiosidade de seguir aquela trilha.
Capitulo 5
Medo
O cheiro forte de sangue era inevitável e provavelmente tentador a outras criaturas sedentas por ele. Em todas as lendas que eu havia lido nada se parecia com o que eu estava vendo em plena vida real. A luz da piscina estava refletindo as ondas cristalinas nas paredes manchadas daquele sangue vermelho rubro provavelmente ainda quente. O silencio era enlouquecedor e a tensão das descargas elétricas que corriam pelo meu corpo freneticamente dilataram as minhas pupilas me fazendo estar atenta a qualquer movimento. ´´Eu seria a próxima vitima? `` Não sei o que eu realmente fazia ali e porque insistia em caminhar para a boca da morte, composto por sangue, gritos abafados misturados a um grande silêncio. Realmente um cenário perfeito para um filme de terror moderno. Senti o meu hálito ficar quente em um ambiente que lentamente estava se tornando frio, como se houvesse um ar condicionado ali ligado. ... Jessica esfregou as mãos umas nas outras e depois em seus braços procurando se esquentar, mas estava ficando cada vez mais inútil. ... Eu sentia que algo estava ali, o frio absurdo e a sua presença ameaçadora me fez seguir em frente ao mesmo tempo em que eu desejava correr. No fundo eu sabia que se eu parasse com toda certeza não conseguiria mais andar. Mesmo assim eu ainda estava curiosa querendo ver a obra sangrenta ou o que havia restado dela. Eu já estava batendo queixo não só com medo, mas também com frio. Olhei para baixo bem no fim da borda da piscina que estava a certa altura do chão e não consegui gritar, a não ser olhar para aquilo em estado de choque.
Era a imagem de uma mulher com um olhar de horror fixado em seu rosto ainda com o seu uniforme recém rasgado, os braços e as pernas cobertos de sangue. Naqueles breves minutos vi mordidas em todo o corpo, mas a do pescoço era um verdadeiro buraco. ... Jessica caiu de joelhos no chão com as mãos sobre a cabeça e começou a sentir dor, lagrimas começaram a descer e ela gritou tão alto que se ouviu em todo o saguão do hotel. Ela ficou ofegante e as lagrimas se intensificando rolaram pelo seu rosto. Dando vazão ao algo que dentro dela se rompeu. ... O que era aquele sentimento de ódio queimando em mim? Era enlouquecedor e me fazia chorar, o medo subitamente passou e logo me virei para trás com os olhos cheios de fúria. O frio começou a diminuir e vi alguém ou algo de longe se aproximando de mim, eu ainda estava ajoelhada e com as vistas embaçadas pelas lagrimas foi tudo tão rápido que quando me dei conta eu já havia sido empurrada contra a parede me fazendo cair do outro lado diretamente no chão. Só consegui enxergar o negro que vestia aquele ser antes de fechar os olhos. ... Os funcionários do hotel chegaram ali em poucos segundos e viram a cena de horror marcada nas paredes e em todo lugar, inclusive atrás da borda da piscina quando viram o cadáver de uma das suas colegas de trabalho. Um dos rapazes da recepção ligou para a policia e para a ambulância que rapidamente chegou, a pericia também veio ao local e logo interditou toda a área. Os convidados da festa do senhor Philip estavam alvoroçados querendo respostas sobre o que havia acontecido e logo o tumulto formou-se sendo completado por hospedes, curiosos e repórteres. Quando colocaram Jessica na ambulância, os fotógrafos tentavam tirar fotos e os repórteres dirigiam perguntas incessantemente à avó de Jessica que chorava com medo de que houvesse acontecido algo com a sua neta, pois nem ela sabia realmente o se passava com ela. O senhor Philip ressentido e comovido com a confusão e o choro da dona Margareth logo resolveu acompanhá-la na ambulância e assim seguiram até o hospital mais próximo dali. ... Quando abri os olhos já era manhã e acordei atônita querendo me levantar, mas senti uma pontada na cabeça e respirei fundo. Olhando em volta percebi que estava deitada em uma cama no quarto de algum hospital então olhei para o lado esquerdo e vi a janela e do lado de fora dela o céu azul e algumas nuvens acinzentadas. - Estou viva!
Meu momento de paz foi interrompido quando dona Margareth entrou no quarto e me abraçou, eu gemi de dor, mas não fiz nada. - Jessica! Graças a deus, pensei que houvesse acontecido o pior! - O que foi aquilo tudo ontem no hotel? - A policia está ai do lado de fora querendo lhe fazer perguntas sobre o que houve, mas não deixei que entrassem. - Você nem havia acordado ainda! - Minha cabeça ainda dói um pouco e estou com sede! - E talvez com fome não? Disse dona Margareth puxando a bandeja com a refeição do dia. Jessica diz: - Um pouco. Ela começa a comer e dona Margareth diz: - Vou ali fora telefonar para o senhor Philip e dizer que você esta bem, ele veio conosco ontem na ambulância e foi muito gentil ficando aqui até tarde, só foi embora quando a esposa dele ligou. Jessica balançou a cabeça olhando para a sua avó que se retirou fechando a porta. A garota parou por um momento e se lembrou de ontem, sentiu outra pontada na cabeça e nesta mesma hora a enfermeira entrou para fazer um check-up e com ela mais dois agentes da policia. Jessica se queixou das pontadas e a enfermeira havia dito que era normal devido à pancada e a pressão que havia passado na noite anterior, por isso ela deixou alguns comprimidos para dor e fez com que Jessica os bebesse. Com a enfermeira se retirando dali os agentes se apresentaram dizendo: - Muito bom dia Jessica! Meu nome é Michael e este é o meu parceiro, o agente Danny. - Você já deve saber por que estamos aqui hoje! Disse Danny ajeitando o casaco. - Sei sim! O que querem saber?! - Pelo visto não gosta de rodeios! Disse Michael se aproximando da cama da Jessica que não diz nada apenas olha para baixo e depois para eles. - Seremos breves! Porque na verdade queremos saber exatamente tudo o que conseguir se lembrar sobre o que aconteceu ontem na área da piscina as oito e trinta e nove da noite. Disse Danny. - Procure nos dar detalhes, eles são importantes! Disse Michael. - Bem, vou fazer o que for possível. Disse Jessica se ajeitando na cama. - Tudo começou quando na verdade eu havia saído da festa por alguns instantes para tomar um ar... A moça contou-lhes tudo que sabia e enquanto um dos agentes anotava o outro a enchia com perguntas. E após o período de meia hora Danny diz: - Há algo que tenha visto antes de ter desmaiado?! - Como, por exemplo? Perguntou Jessica.
- Como, por exemplo, algum rosto, objeto ou roupas... Qualquer coisa. Disse Michael. Jessica se lembrou da sua visão embaçada enxergando algo como roupas negras, mas como não tinha certeza sobre o que havia visto exatamente preferiu dizer: - Não, não me lembro de nada que possa detalhar! – Na verdade nem vi quando fui arremessada contra a parede, foi tudo muito rápido. Danny diz: - Tudo bem! Tem mais alguma coisa que gostaria de nos falar e acabou se esquecendo?! Jessica balança a cabeça negativamente ao mesmo tempo em que diz: - Não que eu me lembre! Danny fechando seu bloco de anotações guardou a caneta e o seu companheiro Michael se levantando da cadeira ao lado da cama da Jessica diz: - Já temos o que queríamos qualquer coisa entraremos em contato. Passar bem Jessica! - Melhoras! Disse Danny. Ambos saem do quarto e a avó da Jessica os cumprimenta e fechando a porta pergunta: - E então como foi? - Só respondi o que sabia! - Bem, ao menos fez o correto e para te animar... Tenho boas noticias! - Você provavelmente irá receber alta antes ou depois do almoço, ainda não definiram. Jessica comemorou consigo mesma, pois iria voltar para casa, mas imediatamente se lembrou de Elliot que queria almoçar com ela no intervalo do almoço no colégio e disse: - Você avisou o colégio? - Avisei sim, fique tranquila! Dona Margareth ligou a TV para Jessica e disse: - Vou ver como estão às coisas lá fora, qualquer coisa me chame! Dona Margareth sai e Jessica suspira aliviada e olha para a janela desejando sair logo dali. ... Sempre detestei hospitais, sobretudo o cheiro daquele lugar, estar ali naquele quarto me fazia mal e me dava vontade de correr, mas a boa noticia no meio daquela confusão era o fato de estar ao ponto de ganhar alta. E amanha... Já que é o ultimo dia de aula da semana com certeza eu vou aproveitar para investigar sobre o que publicaram no jornal e quem sabe... ... Jessica se lembrou do garoto misterioso de negro da sua escola e a imagem negra embaçada que viu a beira da piscina do hotel antes de desmaiar então pensou: ´´ Terei de observá-lo! ``
Vamos agora ao colégio King George ver o que os colegas da Jessica andam aprontando por lá, por isso começaremos com o clube de jornalismo. Jasmim diz: - Gente olhe isso! Não é aquela garota ruiva que veio aqui outro dia no clube? Emily diz: - Nossa é mesmo! Henry diz: - Mas o que ela faz deitada nessa maca entrando na ambulância? Olha só o alvoroço envolta dela! - Vamos ver o que diz! Diz jasmim apoiando o jornal sobre a carteira. Nesta mesma hora Anne entra na sala e vê seus amigos amontoados tentando ler o jornal e diz: - O que foi gente? Saiu alguma coisa interessante no jornal? - Venha ver isso com os seus próprios olhos Anne! Diz Emily. Anne se aproxima do jornal e vê a foto da Jessica deitada na maca entrando na ambulância no meio da confusão que havia se formado em volta dela e da senhora de idade que a acompanhava, por isso ela lê o titulo da matéria que diz: - Possível testemunha! - Garota sobrevive ao ataque do predador ontem à noite no Century Plaza Hotel! Anne se assusta com o titulo e pegando o jornal da carteira começa a ler em voz alta para ela e seus colegas. - Uma jovem funcionaria do hotel por nome Erika Parkson de aproximadamente vinte e seis anos de idade foi atacada e morta ontem à noite pelo predador na área da piscina no Century Plaza Hotel, por volta das oito e quarenta da noite. - Porém a segunda vitima que se encontrava neste mesmo local por nome Jessica Sullivan de apenas dezessete anos de idade somente apresentou ferimentos leves e passa bem no hospital St. Paul na Downtown. - Segundo relatos de alguns funcionários que trabalham na recepção do hotel, todos disseram terem sido avisados pelo faxineiro Will que estava próximo ao corredor onde relatou aos recepcionistas com desespero ter ouvido o grito de Jessica no momento do ataque. - Em pânico todos correram até o local e encontraram a garota inconsciente e a funcionaria Erika morta. - Este mesmo faxineiro afirma ter visto bastante sangue por todos os lados não só na área da piscina, mas também nas paredes e nas portas manchadas com marcas de mãos e respingos. - Will diz que o cenário era um verdadeiro horror e achou que ambos as garotas estariam mortas, mas diz que dá graças deus por uma ainda estar viva e reza e pede por justiça todas as noites pela sua colega de trabalho morta. Will terminou dizendo: - Espero que ela esteja em paz onde quer que se encontre ela era uma excelente pessoa! - A policia em conjunto com o centro de inteligência de Vancouver estão trabalhando neste caso afirmando que contam com a ajuda dos relatos das
testemunhas e completaram dizendo que a ultima a ser interrogada ainda hoje seria Jessica que se encontrava já consciente no hospital. Anne parou de ler e diz: - Tenho que ir ver a Jessica! Henry diz: - Não sei se o diretor liberaria! Jasmim diz: - Ele lê o jornal todos os dias! - Aposto que a esta altura ele já sabe o que ocorreu com Jessica afinal ela é aluna daqui, não é? - Pode ser que ele deixe! Emily diz: - Duvido muito! Anne diz: - De qualquer maneira sairei agora depois de almoçar, ninguém nem notará! Os outros meninos do clube olharam desconfiados uns para os outros e preferiram começar a escrever e levantar mais noticias para publicar no jornal eletrônico, enquanto Anne se retirou para almoçar e em seguida sair do colégio. Anne chegou ao refeitório e serviu rapidamente, porem Elliot a chama e pede para que ela se sente com ele. Ela se assusta, mas logo o clima de tensão é quebrado quando Elliot inicia a conversa dizendo: - E ai Anne, como vão às coisas? - No jornal vai tudo bem! E com você? - Bem... Estou esperando a Jessica para almoçar, você não a viu hoje?! Anne fica seria, olha para o lado por alguns milésimos de segundos e depois diz: - Ela não vem! Elliot sorri e diz: - Como assim?! - Você não viu o noticiário ontem à noite ou quem sabe nos jornais de hoje de manha? - Eu ouvi alguns rapazes comentando a respeito de um ataque ontem, mas o que a Jessica tem haver com eles? Anne olha para ele que logo diz: - Não me diga que... Anne coloca as mãos sobre a mesa e diz: - Ela foi atacada! Elliot se assusta e alterando a voz diz: - O que? Ela está bem?! Algumas pessoas que estavam ali em volta o olham, mas logo voltam a comer e constrangido Elliot abaixa o tom de voz e se aproxima do rosto de Anne dizendo: - O que aconteceu exatamente? - Eu não sei os detalhes, mas o que li é que ela está bem e que...
Anne abaixou mais o tom de voz e quase sussurrando disse: - Ela ia ser interrogada! Elliot se afasta e encostando-se à cadeira ele assopra e passa uma das mãos no seu cabelo e diz: - Mas ouve algo a mais? - Bem... Na verdade ela presenciou a morte de uma das funcionarias do hotel e pelo o que o faxineiro colega dessa moça que morreu disse para o jornal... Parece-me que o cenário estava um verdadeiro horror, alem de sangue havia também o desespero. - Eu vou vê-la agora no meu intervalo, não sei se volto para o colégio hoje! - Eu também vou! Disse Elliot segurando firmemente o seu copo de suco. - Nem pensar! Você sabe que é a estrela do colégio se você sair obviamente iria dar falta na mesma hora, por isso eu vou e te conto os detalhes mais tarde! Elliot suspira e diz: - Você falando assim me faz parecer o intocável. - E não é assim?! As meninas te endeusam e os seus amigos te acham super descolado! - Até o professor Charles te trata como alguém importante. Anne dá uma pausa por alguns segundos e diz: - Elliot, você... É você! Elliot diz: - Nem parece que estudamos três anos juntos. Ele olha pra Anne que sorri e diz antes de se levantar da mesa: - Mundos diferentes. - Foi bom almoçar com você bonitão, mas agora tenho de ir! Anne sai do refeitório e Elliot a olha apoiando sobre a mesa o cotovelo e segurando com uma das mãos o seu queixo e acima dele um sorriso de lado em seus lábios. Anne saiu do colégio e se escondeu na livraria que Jessica havia comprado um livro recentemente e assim esperou por lá até que o taxi chegasse e a levasse para o hospital St. Paul, onde a colega estava internada.
Capitulo 6
Pesadelo
Anne chegou ao local e só ali na porta teve a real noção do tumulto de repórteres e curiosos que queriam entrevistar e ver Jessica. Desanimada Anne sai do carro e atravessa a rua em direção ao tumulto, passa por todos se esbarrando e empurrando só assim conseguiu com muita dificuldade entrar na recepção do hospital. Ela chega ao balcão da recepção e pede a uma das recepcionistas para subir usando o argumento de que era uma colega de escola da Jessica, mesmo assim com uma cara de deboche e um tom de voz desinteressado a funcionaria disse: - Tem algo que comprove o que diz? - Porque com tantos repórteres por aqui, obviamente você poderia ser mais uma deles tentando entrar! Anne olha para o lado e se lembra do horário de aulas da escola que estava em sua bolsa, por isso ela pega o papel juntamente com a sua identidade e mostra para a recepcionista que logo percebeu que o papel fazia juízo ao que Anne estava dizendo. Neste mesmo instante ela lhe informou o numero do quarto e o andar onde Jessica estava. Anne pensa: ´´ Nunca pensei que meu horário escolar fosse ser útil algum dia! `` Anne entrou no elevador meio lotado e chegando ao andar indicado logo procurou pelo quarto, e o encontrando bateu a porta três vezes e Jessica disse: - Pode entrar! Quando viu Anne na porta Jessica se surpreendeu e disse: - Anne?! Como... O que faz aqui? - Você não ia se livrar de mim assim tal fácil! Disse Anne sorrindo em tom de brincadeira. Anne fechou a porta e disse: - Estou incomodando? - Não! Sente-se! Anne se sentou e Jessica insistindo disse: - Você ainda não respondeu a minha pergunta Anne! - Você está em todas as capas de jornais e noticiários! - Parabéns você é a primeira testemunha de toda essa confusão. Jessica arregala os olhos e diz: - Não me diga que... Tem uma multidão ai fora.
Anne olha pra ela com certo sarcasmo e diz: - Como você acha que entrei aqui?! - Somente mostrando o meu horário e a minha identidade. - Bem... Ao menos entrou! - E por falar nisso... De novo vou perguntar o que faz aqui? Pelo que sei hoje tem aula após o almoço. - Que fissura em saber por que ou como cheguei aqui. - Horas, eu vim ver como você está, o colégio é o de menos agora. - Você matou aula só por isso? - Acho que tem interesses aparte. - Já que tocou no assunto, eu te digo que há um pouco sim. - Na verdade eu gostaria de saber o que aconteceu com você ontem, claro só se quiser falar. - Sabia! Disse Jessica em meio tom de voz. - Bem para falar a verdade foi horrível, considero a pior das piores experiências da minha vida. Anne diz: - Tudo bem se não quiser falar nada hoje, afinal ainda está muito recente. - Não tá tudo bem! - Eu realmente preciso compartilhar isso, não quero ficar guardando essas cenas somente para mim pelo resto da minha vida. - Então você topa em me deixar publicar isto no jornal eletrônico da escola? - Mesmo seu eu dissesse que não, mais cedo ou mais tarde todo mundo vai saber, e também... Acho que isso vai te render alguns pontos de popularidade. Anne sorri e diz: - Acho que um pouco. As duas sorriem juntas e Jessica diz: - Bem, o que quer saber?! Anne começou neste mesmo momento a sua entrevista para o jornal e Jessica lhe deu o máximo de informações que pôde, inclusive confirmou o fato de ter sido interrogada pela policia. Mais alguns minutos, e dona Margareth amigavelmente entrou no quarto e surpresa chegou dizendo: - Oh! Jessica quem é? - Essa é a minha colega Anne! - Nós estudamos juntas! Dona Margareth vê o caderninho de anotações e diz: - Prazer em conhecê-la e... O caderninho... Anne diz: - Ah! Estou pegando algumas informações sobre o que aconteceu ontem a Jessica! - Ta tudo bem dona Margareth, eu autorizei! Disse Jessica. Margareth sorri sem graça e diz: - Bem, já que é assim... Ah! Jessica você já recebeu alta! Já podemos fazer o check out se quiser. Jessica suspira aliviada e diz: - O quanto antes melhor. Anne diz:
Bem já peguei tudo que queria mesmo, então eu já vou indo... Prazer em conhecê-la dona Margareth! Diz Anne cumprimentando com uma das mãos a avó de Jessica. - Ora, mas não precisa ir saindo assim e também... Prazer em conhecê-la! - O prazer é meu e realmente tenho que ir, só passei mesmo para ver como estava a Jessica. - Ah Jessica! - Elliot perguntou por você e eu expliquei a ele sobre o que aconteceu. - Ele ficou realmente preocupado com você então... Aqui está o numero dele pra você falar com ele depois. Jessica meio desconcertada diz: - Ah! Tá tudo bem! Eu vejo isso depois, obrigada! Anne diz: - Boa sorte ali fora e até amanha. - Vou sobreviver! - Até amanhã! Diz Jessica sorrindo simpaticamente até a sua colega sair do quarto. Jessica coloca os pés no chão e sendo segurada pela sua avó ela se equilibra, veste suas roupas e tira as faixas enroladas em volta da cabeça. Ela olhou no espelho no pequeno banheiro do seu quarto que havia um pequeno corte na testa que logo foi feito um curativo. Tanto dona Margareth e Jessica fizeram os últimos procedimentos no hospital e dali logo saíram. O senhor Philip como não pôde ir ver Jessica e ainda ressentindo pelo que havia acontecido na noite anterior logo mandou que as buscasse e se livrando do tumulto dos repórteres as duas saem com a ajuda de alguns funcionários pelos fundos do grande prédio e somente se sentiram livres após o momento em que puseram os pés em casa. Jessica senta-se no sofá e assopra de tédio, dona Margareth colocando a bolsa com as roupas que havia levado para o hospital sobre a mesa pergunta: - O que foi Jessica? Está sentindo dor?! - Não muita! Mas estou incomodada com a situação que se formou depois do que houve ontem à noite. Sinceramente tudo isso me deixa estressada. Dona Margareth caminha até a área de serviço com a bolsa para colocar a roupa para lavar então diz: - Hora você sempre reclama que não tem vida social ou nunca tem emoções, agora que as possui fica reclamando?! Jessica vai até a área de serviço e diz: - Há engraçadinha! - Isso não é vida social é tumulto social. – Toda aquelas pessoas na frente do hospital, policiais me interrogando... Isso tudo é demais para quem não tem vida ativa como diz a senhora. - Que seja, mas tenho que confessar que me assustei em ver uma colega sua no quarto hoje. Há muitos anos não a vejo conversar com ninguém e muito menos receber visitas ainda mais de colegas. - Nada haver, Anne é curiosa e extremamente empolgada ela só foi ao hospital porque queria relatos para o jornal eletrônico da escola.
- Seja relatos ou não, só o fato dela fugir da escola e vir te visitar já significa que ela a considera de alguma forma. - O que a ambição não faz as pessoas?! Diz Jessica utilizando certa ironia em seu tom de voz. Dona Margareth suspira e diz: - Em breve você aprenderá a conviver com outras pessoas e perceberá o que estou dizendo, as coisas não bem assim, mas mudando de assunto agora... O que você vai querer para o jantar? - Não sei! Tá tão cedo ainda! - Eu não estou com fome! - Ok! Vou pensar em alguma coisa para mais tarde! Mas por hora, porque você não vai se deitar um pouco? - É acho que vou tomar um banho e descansar. Dona Margareth liga a TV para ver se havia algo de bom e Jessica entra no banheiro para tomar banho e enquanto ligava o chuveiro ela retirou as roupas e entrou no banho. ... ´´ Me arrependo de ter desejado encontrar com aquela criatura assassina um dia!`` ´´ Realmente sou uma cabeça de vento!`` ´´ Nunca senti tanto medo e impotência daquela maneira e... Ao mesmo tempo fui capaz de caminhar naquele cenário com a minha própria força de vontade e... A parte mais ridícula foi ter agido daquela forma após ter visto aquele cadáver, o que aconteceu comigo naquela hora?! `` ´´ Medo? Isso é ridículo, tudo isso porque eu já tinha ido longe demais... Para sentir aquilo e gritar daquela maneira. `` ´´ Havia algo a mais naquele ambiente, eu sei disso porque eu senti. Era insuportável e ao mesmo tempo estranho estar ali naquele frio súbito frente a uma criatura ao qual nem cheguei a ver. `` ´´ Alguém me salvou e seja quem for nada me tira ele da cabeça. `` Quando Jessica se refere a´´ele``: Significa o rapaz de negro que ela viu à alguns dias na sala de aula chamado Simon. ... Caminhei até o quarto e tranquei a porta. Vesti as partes baixas e coloquei o sutiã, porem antes de vestir a blusa eu acabei percebendo alguns hematomas roxos na área da costela no lado esquerdo, eu me espantei, pois não havia percebido aquilo na hora do banho e quando encostei doíam um bocado. Peguei a pomada analgésica que minha avó havia deixado exclusivamente para o meu uso e apliquei sobre o local, enfaixei de novo e vesti a blusa. Peguei o novo livro que eu havia comprado na loja e abri a sacada do meu quarto para lê-lo Mas me lembrei do numero de telefone do Elliot que Anne havia me dado mais cedo, por isso criei coragem e peguei o telefone para falar com ele.
Que atitude mais imbecil. Não sei por que estava envergonhada, não que eu gostasse dele ou algo assim, mas eu odiava aquela parte minha que insistia em me manter longe de garotos, pois para mim soava como sinônimo de confusão. Mas enfim não ia deixá-lo esperando, por isso engoli a seco a minha fobia e liguei para ele. Enquanto o telefone tocava eu desejei que ele não atendesse só para ter a desculpa de que havia ligado, mas ele não havia atendido, porém minhas expectativas foram frustradas quando ele disse: - Alô?! - Elliot?! - Sim sou eu, quem fala?! - Sou eu a Jessica! - Jessica! Que bom ouvir sua voz! Parece que você está bem, afinal. - Sim estou, obrigada! Depois desta resposta houve alguns irritantes segundos de silencio pelo telefone, pois eu não sabia o que dizer até que me lembrei de algo para falar. - Eh! Anne me deu o seu numero e... Você havia planejado almoçar comigo hoje, mas acabei estragando tudo. Elliot ri e diz: - Não diga isso! Você não pediu para ser atacada e também... Elliot diz: - Deixa! Mas enfim você vem ao colégio amanha?! - Vou fazer o possível! Disse Jessica com desanimo. - Parece que você não quer mesmo ir. - Não se trata disso, mas sim de falta de expectativas para continuar com isso. Jessica balançou a cabeça e sem graça disse: - Mas não precisa me ouvir se queixar de nada e... Você disse que tinha algo para me mostrar hoje no almoço não é?! - Hum... Venha amanha e eu te mostrarei. - Você está aprontando alguma coisa estranha?! Elliot ri e diz: - Agradeço a confiança! Jessica sorri e diz: - Me desculpe, geralmente eu sou assim. Elliot diz: - Parece que em especifico com homens! - Dá pra perceber isso assim tão na cara? Nossa, sou ridícula mesmo! Elliot sorri e diz: - Você e suas auto-condenações! - Com toda certeza você tem seus motivos para ser assim e eu te respeito mas, não se preocupe eu não faria nada que fosse te magoar. Jessica se sente envergonhada e quis logo cortar a conversa dizendo:
- Bem agente se vê amanha então... Tenho de desligar, estão precisando de mim. Elliot diz: - Ok! Agente se fala depois! - Até! - Não há de quê. Quando desligou o telefone Jessica rolou na cama com o seu travesseiro e depois olhou para o teto do seu quarto e pensou: ´´ Ele foi gentil comigo e eu apenas disse um seco ´´até`` para ele!`` Realmente eu sou a pior no quesito relacionamentos! ... Jessica suspirou e foi para a sacada ler o seu livro e se sentando ali admirou a paisagem e sentiu a brisa bagunçar os seus cabelos. Ela sentiu outra pontada na região da costela, mas mesmo assim resolveu prosseguir pegando leve quando se ajeitou na cadeira e começou a ler. ... - Lenda Cherokee, dois lobos. Olhei a ilustração da folha que se tratavam dois lobos cada um de um lado com o plano de fundo em lugares e cores diferentes e prossegui lendo. - Um sábio velho homem da tribo Cherokee em uma noite de céu estrelado reuniu as crianças em volta de uma fogueira para contar uma historia sobre a existência de dois lobos dentro de cada de um de nós, então ele iniciou contando: - Dentro de nós há dois lobos que brigam constantemente! - Um é bom, gentil, possui longaminidade, paz, perseverança, amor, paciência, justiça e honra. - O outro lobo é mal, rude, cruel, astuto, mentiroso, injusto e não possui honra. - Todos os dias incansavelmente eles travam a sua batalha um contra o outro bem aqui! Disse o velho colocando a mão sobre o seu peito esquerdo, esperando por nós. Então uma criança da tribo perguntou ao ancião: - E qual deles ganhará a luta? O velho colocou a mão sobre a cabeça da criança e respondeu: - Minha cara criança qual deles você tem alimentado mais? ... Jessica parou a leitura e pensou na tal lição de moral que havia lido e parou para meditar por alguns segundos logo depois ela se levantou fechou a porta da sacada e foi se deitar um pouco para descansar. ... ´´ Me sinto estranha e estou com sono! `` Eu fechei os olhos por algum tempo e logo me virei e me cobri com a coberta, parecia mais que já era noite agindo daquele jeito, foi logo que cai no sono e tive um sonho particularmente estranho.
Eu estava caminhando pelo corredor do colégio onde não havia ninguém, somente cadeiras e carteiras enfileiradas até o final deste. Achei aquilo muito estranho, mas mesmo assim continuei a caminhar. O chão estava sujo e haviam folhas espalhadas por todos os lados era como se não houvesse ninguém ali há muitos anos. Olhei então para dentro das salas de aula com as portas arreganhadas enquanto caminhava, porem não via ninguém a não ser um ambiente desolado. Logo escutei um barulho de porta bater e eu disse: - Olá?! - Olá?! - Tem alguém ai?! Continuei a caminhar e logo outra porta bateu e só ai percebi que uma a uma as portas das salas estavam se fechando. Eu parei no meio do corredor e olhei para os dois lados tanto esquerdo quanto direito e não havia sinal de ninguém somente as portas se fecharam novamente. O frio começou a invadir aquele ambiente e o terror mais uma vez me dominou. Lentamente eu me senti ofegante, pois o meu coração estava acelerado e com toda certeza já estava em pânico. Minhas mãos suavam e eu desejei fugir, mas para ter a plena certeza que agora eu veria aquela criatura, antes olhei para trás, porém nada vi. Comecei a correr o mais rápido que pude e me virei na primeira curva que encontrei, mas fiquei encurralada em um dos corredores, pois a porta se fechou a minha frente. Uma voz então surgiu e começou a chamar pelo meu nome dizendo: - Jessica! Jessica! - O que quer de mim?! Disse eu assustada. A voz pôs se a rir de mim e disse: - Está com medo Jessica?! - Quem é você?! Retruquei. A voz novamente riu enquanto Jessica corria pelos corredores ouvindo: - Fuja! Fuja! Enquanto ainda pode Jessica. Acabei chegando à porta do ginásio e a abri com cautela, entrei naquele gigante salão de vagarosamente e não havia nada lá, me virei para ir embora e a porta se fechou. ... Jessica tentou forçar a porta e viu que estava trancada então batendo nela com força disse: - Não! - Eu quero sair! - Deixe-me sair daqui! Jessica bateu incessantemente até começar a se encolher e logo ajoelhar no chão. Ela estava com o rosto virado para a porta e quando olhou para trás viu os alunos em pé e imóveis, seus olhos estavam estáticos e não havia sequer alguma percepção de movimento por parte deles. ...
Os vultos começaram e eu não podia enxergar quem estava por trás daqueles ataques brutais aferidos contra os alunos que um a um possuíam seus pescoços perfurados. Jessica começou a gritar: - Se mexam! Vocês vão morrer! - Se mexam logo, andem! Ela andou alguns metros para frente e irritada disse: - Porque não se movem?! - Porque não saem correndo?! Os alunos não moviam um músculo se quer a não ser a criatura invisível que as atacava fazendo assim manchar de sangue aquelas roupas, o chão e as paredes enquanto seus corpos sem forças desciam ao chão. Jessica estava imóvel olhando fixamente, vendo tudo acontecer enquanto as lagrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, pois ela se sentia impotente por não poder fazer nada. ... Senti a súbita presença de alguém estar ao meu lado e olhando com desespero para ele percebi que era Simon observando os ataques junto a mim. - Você não vai fazer nada? Perguntei inutilmente a ele que somente olhou para mim e me mostrou as suas mãos sujas de sangue, então novamente olhei para os seus olhos. Aterrorizada com a sinceridade do seu gesto apenas continuei a olhar para ele calmamente quando me atacou no mesmo momento em que fechei os meus olhos. ... Ofegante e suada Jessica colocou uma das mãos em sua testa e deslizou pelo seu rosto, sua avó Margareth veio ao quarto da neta dizendo: - Esta tudo bem?! Ouvi você gritar! Jessica olhou para a sua avó Margareth que a viu aterrorizada e a abraçando disse enquanto a neta chorava: - Calma! Calma! Só foi um pesadelo Jessica, não precisa ficar assim. - Eu... Eu tenho medo! - Tenho medo de que aconteça algo ainda pior! - Não quero ver aquilo nunca mais, nunca mais! - Foi horrível! Havia muito... Muito sangue... estava frio e... - Calma! Não precisa ficar desesperada desse jeito, você vai ficar bem, eu estou aqui! - Vou sempre te proteger não se esqueça disso! Jessica continuou chorando enquanto Margareth a embalou em seus braços e depois de alguns minutos com ela, Jessica a soltou e enxugando as suas lagrimas disse: - Eu pareço ridícula desse jeito! - Não! Parece-me humana e viva. Disse Margareth sorrindo para ela. Jessica sorriu de lado e sua avó continuou dizendo: - Era para termos ido ao parque Stanley há uns dias atrás, mas acabou que não deu tempo, então... Porque não vamos agora para você espairecer um pouco?! - Ficar trancada aqui não é a melhor solução para tentar esquecer o que ouve ontem.
Jessica olhou para a sua avó e disse: - Eu quero, mas não conheço nada por lá e sei que o parque é bastante grande. - Eu caminhei ali por dois dias, conheço um pouco e se quiser ir eu posso te mostrar algumas coisas! - Vamos, vamos sim! Disse Jessica se levantando. - Vou trocar de roupa enquanto você se apronta para descermos. Coloquei umas roupas mais quentes e confortáveis, arrumei os meus cabelos e passei um lápis preto nos olhos, quando minha avó saiu do quarto descemos até a portaria e já estávamos quase chegando à calçada da rua.
Capitulo 7
Acerto de contas
Já era por volta das quatro e meia da tarde e faziam quatorze graus estava meio frio assim, pois estávamos no mês de abril e nesta época é frio no Canadá. Exceto nos meses de julho e agosto que é verão e todos os canadenses aproveitam muito a ponto de saírem das suas próprias casas para tomar banho de sol nos parques, pois somente existem esses dois meses quentes para aproveitar antes do frio novamente vir. ... Eu e minha avó caminhamos até o final da rua e atravessamos uma pequena área verde até chegarmos ao lago e ali compramos alguma coisa e caminhamos por uma das varias calçadas que havia por lá. Hoje não estava muito movimentado e assim tivemos a oportunidade de ver alguns animais naturais dali. - Nossa este lugar é lindo! Disse Jessica encantada com a vista. - Os antigos índios que moravam por aqui com toda certeza deviam achar que a magia habitava neste lugar. - Provavelmente. Disse Jessica comendo. ... A neta e a avó admiraram a paisagem por longos minutos enquanto comiam. Mas logo se levantaram e começaram a caminhar novamente e dona Margareth levou Jessica a uma ponte de madeira muito famosa por ali. As duas a atravessaram e olharam a vegetação local. Conversaram também sobre muitas aventuras inclusive riram juntas enquanto caminhavam em uma das trilhas que havia por ali. Para dona Margareth aqueles momentos com a sua neta Jessica era um passo a frente no quesito relacionamento, pois pouco ela lhe dava atenção. Da mesma forma foi para Jessica que ainda não conseguia nem chamar dona Margareth de vó desde pequena. Para Margareth aquilo era uma das poucas
formas da neta dizer que escondia algum tipo de raiva ou remorso por ela, provavelmente por nunca ter contado a Jessica que tantas vezes insistiu em saber sobre os seus pais, mas que de um tempo para cá não havia mais questionado sobre o assunto. Dona Margareth preferiu não tocar no assunto para não estragar o passeio, mas há muito tempo desejava conversar abertamente com Jessica sobre isso, mas tinha medo da reação da neta que agora passava por conflitos após a noite passada ao qual ela se sentia culpada de ter arrastado Jessica para ir com ela. ... A noite estava chegando então ambas preferiram logo voltar para casa. No caminho de volta Margareth e Jessica guardava dentro de cada uma delas aquela pequena sensação bem no fundo de terem falado sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Mas a falta de coragem as impediu de chegarem a certa conversa de um determinado assunto que era melhor abandoná-lo no fundo do baú, pelo menos o que era certeza para Jessica neste ponto de vista. ... Ao chegarem ao apartamento Margareth disse: - Jessica você está sentindo dor?! - Um pouco, minhas costas e minha costela ainda doem. - E a sua cabeça?! - Não senti mais nada depois da tarde de hoje. - Vou pegar o analgésico! Margareth entrou na cozinha para pegar os remédios que estavam dentro de uma vasilha sobre a geladeira então ela perguntou a Jessica que estava sentada no sofá: - Tem certeza que quer ir a aula amanha?! - A meu ver você não me parece muito bem! - Melhor sentir dor lá fazendo alguma coisa do que ficar ociosa em casa. Margareth viu pelo tom de voz firme da sua neta que ela não iria faltar então disse: - Tudo bem! Mas ao menos se estiver passando mal me avise que eu vou te buscar! - Tá! Vou tomar outro banho, eu... Suei um pouco! - Eu também vou, e é bom você tomar outro banho mesmo afinal tem que trocar as bandagens! Jessica acenou positivamente com a cabeça e foi tomar banho enquanto Margareth aprontava alguma coisa para o jantar. ... Novamente sai enrolada de toalha do banheiro e tranquei a porta do quarto para trocar as bandagens e vestir roupa, depois de fazer o mesmo processo que antes inevitavelmente olhei para as marcas arroxeadas na região da costela e parte das minhas costas e assim passei a pomada e me enfaixei novamente.
Sai do quarto e o jantar estava cheirando. Era macarrão com queijo e minha avó o havia deixado fazendo no microondas enquanto ela entrou no banho. Liguei a TV e fui trocando os canais e como não havia nada interessante cheguei logo nos noticiários, aumentei o volume da televisão e comecei a assisti-lo para ver se passava alguma coisa relacionada à ´´coisa`` o nome super criativo que haviam dado para a criatura sanguinária que rondava Vancouver. Para mim aquilo já tinha um nome e com toda certeza não era ´´coisa``. O microondas logo tocou quando minha avó saiu do quarto, por isso ela passou direto por mim e gritou da cozinha: - Jessica vai querer comer agora?! - Sim! Jessica se levantou do sofá e foi ajudar a sua avó a colocar o macarrão nos pratos e depois o suco nos copos, quando o jornalista âncora do jornal diz: - Voltando ao caso sanguinário que ocorre nas ruas de Vancouver hoje registramos cenas da vitima e testemunha Jessica Sullivan saindo pelos fundos do hospital enquanto tentava fugir da multidão que queria entrevista-la. Nesta hora Jessica sentou-se no sofá com a sua avó para ver as tais cenas e se surpreendeu com o fato, porém começou a comer enquanto a repórter que estava no local dizia: - Jessica Sullivan, uma garota de apenas dezessete anos testemunhou e foi vitima do horror ocorrido na noite passada no hotel Century Plaza ao qual acompanhava a sua avó em uma festa comemorativa do influente empresário Philip. - Segundo o testemunho da vitima ao qual obtivemos informações através do centro de investigação da policia de Vancouver, a garota relatou que foi atraída por gritos na área da piscina e quando entrou no cenário, ela relatou haver muito sangue e chegou a ver o corpo da funcionaria morta no local, porem ela foi atacada também e afirma que devido ao impacto da pancada que recebeu ela não conseguiu ver o rosto do autor dos crimes na cidade e assim encerrou o seu relato. Jessica diz: - Ao menos não inventaram nada a mais sobre que eu disse. Logo quando o noticiário entrou em propaganda Jessica levou os pratos e os copos para lavar e sua avó Margareth chegando até a cozinha disse: - Jessica você não acha que a mídia poderá ficar atrás de você depois disso?! - Afinal você conseguiu fugir deles hoje, mas provavelmente vão ficar no seu pé amanha e sempre. - Eu não vou fugir deles apenas darei o querem e vendo que não conseguirão nada amais do que falei pra policia, eles logo me deixarão em paz. - Creio que não será tão simples assim. - Dona Margareth não se preocupe comigo. O pior eu já passei, eles só fazem parte da cereja do bolo.
Jessica terminou de lavar os pratos e disse: - Vou pro meu quarto arrumar minhas coisas, amanhã tenho aula! - Vai lá! Disse Margareth meio contrariada com o excesso de confiança da neta. ... Entrei em meu quarto e comecei a arrumar minhas coisas para o dia seguinte, dei uma revisada em algumas matérias e depois fui para o computador assistir algum anime que havia lançado naquela semana. Mais tarde cansada fui deitar e dormir e olhando no relógio vi que marcavam dez e vinte e um da noite, já era tarde para alguém que deveria acordar cedo e ainda mais tarde para quem havia passado uma noite no hospital e metade de um dia sem descansar. ... A noite caiu com uma luva nas mãos delicadas de uma moça, era o horário perfeito para mais um ataque na cidade que acabara de acontecer silenciosamente do lado de fora de uma lanchonete. - Pois não senhor, posso ajudar? Disse a garçonete para o senhor de idade aparentemente de cinqüenta e seis anos, que entrou se arrastando pelo salão se aproximando do balcão de maneira peculiar. Era para ser apenas mais um pedido ou quem sabe outro simples cliente qualquer naquele dia atarefado, porém... A garçonete deu um grito de pavor, se afastou um pouco para trás enquanto ainda havia pessoas sentadas à mesa dentro daquela lanchonete no avançado horário que já estava a correr. O senhor de idade deitou sobre o balcão com o pescoço esguichando sangue e agarrando o colarinho do uniforme da moça ele disse dando seus últimos suspiros: - Por favor, me ajude! Ali ele morreu com os olhos arregalados de horror enquanto o seu rasgo no pescoço e em algum outro lugar deixava vazar o resto de sangue ainda quente da vitima recém atacada. Todos correram para fora da lanchonete e com o celular na mão, um dos clientes ligou para policia relatando o ataque. Mais alguns poucos minutos e a pericia, os policiais, os investigadores e a ambulância inutilmente haviam chegado ao local. As testemunhas foram interrogadas ali mesmo e o furo para o jornal do dia seguinte já estava pronto, pois as equipes de reportagem e também de jornalistas locais estavam todos ali para publicar e noticiar o assassinato ocorrido naquela noite. O que já estava acontecendo era o fato do prefeito reclamar e estar convocando reuniões constantemente, devido os turistas e estudantes de intercambio estar cada vez mais evitando estudar e visitar o que outrora era uma das cidades mais seguras para se viver, atrapalhando assim a economia da região.
O caso estava tomando uma proporção ainda maior e nada porem estava surtindo efeito, pois o rosto do culpado ainda não tinha sido visto nem sequer pela a única sobrevivente do ataque, a nossa personagem Jessica. ... O dia amanheceu rapidamente e eu soltei um pequeno gemido de dor ao levantar devido a minha costela estar machucada. Tomei banho para me animar e troquei de roupa, tomei café e peguei a mochila e o dinheiro do almoço como de costume. Hoje havia sido um pouco difícil de acordar meu corpo e eu desejava cama constantemente, mas eu não podia me dar ao luxo de matar aula, por isso fui sem reclamar ou sequer deixar a minha vó ouvir o meu gemido pela manhã. Naquele dia estava meio frio e a neblina havia invadido a rua, não que eu não gostasse de frio, mas naquela hora, não era muito convidativo para se levantar e ir assistir as aulas. Logo cheguei à esquina e suspirei enquanto andava pois o que me animava em entrar no colégio era o fato de ser o ultimo dia de aula da semana. - Bom dia! - Bom dia! Respondi surpresa com a súbita presença do homem que foi logo me cercando e dizendo: -Sou o repórter de um jornal local, por isso se você puder, eu gostaria de lhe fazer algumas perguntas. - Ah... - Ela não vai responder nada agora, pois está atrasada! Respondeu frigidamente o aparente diretor do colégio que acabara de me interromper. - Pode entrar Jessica o professor já está na sala! Disse o diretor encarando o repórter com a cara fechada. ... Eu olhei para os dois e entrei no colégio rapidamente, mas logo em seguida depois de balbuciar algumas palavras ao repórter o diretor logo entrou e pediu que eu o acompanhasse até a sua sala. Andamos pelo corredor e quando chegamos eu me sentei e o olhei constrangidamente. Ele logo disse: - Jessica não se preocupe, já estou a par de sua situação e também estou ciente dos motivos da sua falta. - Sinceramente fiquei chocado ao ver a sua foto nos jornais de ontem, inclusive nos noticiários, mas... Indo direto ao assunto... Eu só lhe chamei aqui porque você já deve imaginar que os repórteres, com toda certeza quando o resto deles descobrirem aonde você estuda ou mora sem sombra de duvida irão lhe perseguir. - Diretor... Eu... - Eu sugiro que você peça para alguém lhe buscar, claro para não gerar demais constrangimentos ou quem sabe mesmo problemas de invasão de privacidade.
- Eu estou ciente sim, mas acho que os evitando ou fugindo deles com certeza atiçariam mais ainda a curiosidade deles e poderiam pensar que escondo algo precioso me causando problemas e prolongando a minha agonia... E... Isso é de fato o que penso! - Não deixo de concordar com você olhando por esse ângulo, mas só estou te avisando! - Pode ir para a sala de aula, qualquer problema me avise! - Sim senhor! Sai dali e fui para sala de aula pensando. Francamente eu não era o tipo de pessoa que iria procurar o diretor para os demais problemas, obviamente eu não queria ser o centro das atenções e nem bancar a protegida dele. Com toda certeza isso não combina comigo.
Parte 2 Entrei na sala de aula para as aulas de química e para a minha surpresa o tal rapaz vestido de negro estava ali e me encarava de maneira mortal como se já não bastassem os demais alunos e o próprio professor de química. - Olha quem ressurgiu dos mortos, não é a Jessica Sullivan?! Disse Jane com tom de sarcasmo levantando a sua gangue para rir e colocar os demais alunos da mesma maneira contra mim. - Fico lisonjeada por acreditar em milagres! Eu a retruquei usando um pequeno sorriso de lado. O professor de química diz: - O fato ocorrido com a senhorita Sullivan não é algo engraçado ao qual podemos fazer piadas de mau gosto, senhorita Jane. - Por favor, senhorita Sullivan sente-se em seu lugar, iremos começar com a aula agora. ... Jessica sentou-se em seu lugar e abrindo a sua mochila pegou o seu caderno e o seu material para anotações. A aula seguiu sem nenhum problema ou comentário contra Jessica ou a matéria, estranhamente tudo corria no mais tenro silêncio até mesmo as duvidas dos alunos não geraram comentários. ... Todo aquele silencio me matava e a cada minuto eu estava ainda mais constrangida do que o normal, com toda certeza era pelo fato do que houve comigo. Mesmo assim, mesmo com toda aquela atmosfera, não foi o suficiente para me fazer parar de pensar na figura dele sentado ali, eu queria vê-lo e com toda certeza eu não deveria, mas não resistindo olhei de lado para Simon e nossos olhares se encontraram. ...
Jessica ficou corada e olhou imediatamente para frente, o rapaz não esboçou nenhuma reação sequer e foi assim até o final da aula. ... Logo aquele tormento químico acabou e todos saíram da sala. Os olhares dos alunos dirigidos a mim mostravam o desejo de se achegarem para perguntar diretamente o que houve naquela noite no hotel, mas nunca dei brechas nem mesmo cumprimentos amigáveis para que pudessem perguntar algo. De certa forma Elliot teve razão naquele ligeiro comentário na cantina no primeiro dia de aula quando se referiu a mim como uma possível anti-social. ´´ Concordo com você Elliot! `` Jessica pensou resmungando consigo mesma. Simon ainda não havia saído da sala de aula, na verdade estava sentado na carteira folgadamente com os pés sobre a carteira e os seus braços cruzados me encarando como se quisesse ouvir alguma coisa da minha parte. Porém fui covarde e somente juntei os materiais os colocando de qualquer jeito na mochila, somente para sair o mais rápido possível daquele lugar que a cada segundo parecia ficar mais apertado mesmo estando somente eu e ele ali enterrados no mutuo silencio da sala de aula vazia. ... Jessica colocou uma das mechas do seu cabelo avermelhado atrás da orelha para pegar o estojo que havia caído no chão, derrubando boa parte dos seus lápis, Simon então se aproxima dela e se ajoelha a ajudando catar tudo. Ele não diz uma palavra a não ser Jessica que enquanto catava as canetas disse: - Obrigada, mas você não precisa fazer isso! Simon esticou um dos seus braços para pegar o lápis que estava caído do lado esquerdo atrás de Jessica que quando foi se afastar do braço que vinha em sua direção caiu para trás e ambos estavam face a face na sala de aula. ... Meus olhos foram de encontro aos dele, eu podia sentir a sua respiração quente e o seu corpo próximo ao meu. Meu coração disparado estava conversando com aquele braço que pouco a pouco voltou ao seu lugar colocando a minha frente o lápis que estava atrás de mim. Simon apenas disse: - Acho que isto é seu! - Ah... Ele se levantou e foi embora friamente sem dizer nada mais. - Droga! Disse Jessica colocando a mão no rosto e irritada consigo mesma por não ter conseguido dizer nada além do ´´ah``. ... Cheguei à cantina com passos apressados, me servi rapidamente com medo de olhar para os lados e ser surpreendida por ele.
Elliot sorridente levantou a braço e acenou para mim que rapidamente fui me sentar naquela mesa que hoje estava ocupada com algumas pessoas inclusive para minha surpresa Anne. Naquela hora nem me lembrei das ameaças da Jane. - E ai?! Como você está?! Disse Elliot animado. - Ele me ligou preocupado ontem e não parou de perguntar os detalhes do acidente e como você estava. Disse Anne querendo constranger o colega. - Ah! Ta tudo bem eu conversei com ele ontem! Disse Jessica sem graça. - Ora o colégio inteiro te nomeia como a garota que voltou dos mortos! Disse um rapaz negro de aparência simpática ao qual pareceu ser jogador. - Jessica este é o meu amigo Mick, ele joga comigo, somos amigos há um tempo igual a aquele ali comendo a serra de comida e magro desse jeito ao qual se chama Leon. - Prazer em conhecê-los! Disse Jessica. Interrompendo o assunto Mick disse: - E então?! Conte-nos a historia do ataque, será mesmo que você merece o apelido da menina que voltou dos mortos?! ´´Achei que isso era coisa da Jane!`` Pensou Jessica rapidamente antes de responder: - Na verdade não sei o porquê desse apelido. Anne diz: - Deixa eu explicar melhor essa historia! - Bem... A chamada da primeira pagina do jornal de ontem de manha estava escrito Jessica Sullivan a garota que voltou dos mortos. Jessica esboçou estranhamento em seu rosto e Mick completou dizendo: - Isso tudo porque você foi à única vitima viva dos ataques! - Exagerado, mas entendi. Disse Jessica comendo. Leon diz: - Deviam escrever algo parecido assim no jornal se sobrevivermos hoje à tarde ao treinamento do professor Charles! Mick e Elliot riram do comentário de Leon que continuou comendo , Jessica olha para o lado e vê Ren que estava com a bandeja na mão procurando por um lugar para se sentar, então ela pergunta: - Elliot, posso chamar um colega meu para se sentar conosco?! - Claro que sim! A mesa está livre! Jessica então acena para o amigo que logo a vê e caminhando até a mesa se senta no meio ficando ao lado de Anne e Jessica e diz: - Olá! Jessica diz: -Ren, esses são os meus colegas Anne, Elliot, Leon... e Mick! - Prazer em conhecê-los! - E então Ren está em que serie? Disse Elliot. - Estou no terceiro ano! - Você não me é estranho sabia?! Diz Anne.
- Bem faço teatro nas horas vagas! - Ah! Sim me lembrei! Você apresentou final do ano passado... ... Enquanto a conversa rolava na mesa a todo tempo me lembrava da cena na sala de aula entre eu e Simon. Eu estava intrigada e para mim ele me parecia esconder alguma coisa. Nesta mesma hora quando me veio o flash embaçado de algo negro se afastando de mim naquele acidente no hotel, minha cabeça deu uma pontada. - Ai! Exclamei colocando a mão no lado esquerdo da cabeça. - Está tudo bem?! Perguntou Ren preocupado. - Sim, eu... Eu vou à biblioteca um pouco! - Mas você ainda nem terminou de comer! Disse Anne. Então se levantando da mesa Jessica disse: -Eu vou ficar bem e... Prazer em revê-lo Ren! - Prazer! Cuide-se! Jessica saiu dali deixando a todos intrigados, Elliot nem mesmo mostrou a surpresa a ela, mas não quis incomodá-la, por isso deixou passar até que o final da aula chegasse. ... Fui ao banheiro molhar o rosto e ver a minha imagem refletida no espelho então satisfeita, sai dali e fui finalmente à biblioteca. A bibliotecária com o mesmo jeito de sempre me olhou e disse: - E então o que deseja?! - Quero dar uma olhada novamente naqueles livros que tem por aqui! - Ah! Sim! Estão no mesmo lugar de antes, pode ir! Jessica foi até o fundo do corredor e procurou pelo livro que havia lido antes, folheou e folheou, mas nada de interessante encontrou então saiu dali e foi para a sala aonde seriam suas próximas aulas. Sentei-me no mesmo lugar e comecei a arrumar as minhas coisas enquanto os outros alunos entravam. Olhei para o fundo e não o vi foi quando Ren entrou na minha frente e disse: - E ai? - E ai! - Porque fugiu na hora do almoço? - Não fugi! Só estava a fim de pegar algum livro, mas não o encontrei! - Está bem! Mas me diz... Já que agora é aula de biologia, eu posso me sentar com você?! - Mas você não é do terceiro ano?! - Sou, mas hoje quero ver se o professor me nota por aqui! - Você não tem aula agora?! - Tinha, mas foi cancelada. O professor estava passando mal! - Entendi! - Depois que a aula terminar você não gostaria de ir tomar um café?! Jessica o fitou com um sorriso de lado e disse:
- De novo com isso?! - O que foi? Não tem nada demais é apenas um encontro entre amigos! - Desculpa, mesmo que eu quisesse ir, hoje tenho de chegar em casa mais cedo. - Jessica e os seus mistérios! - Não tem mistério, é só o fato de não poder chegar mais tarde hoje. - Ok! Ok! Não fica nervosa! Jessica sorri e sabe que não havia nenhum compromisso urgente, na verdade ela queria ler e apenas passar algum tempo consigo mesma. O professor entrou na sala de aula e disse: - Pode se levantar Ren, eu já te vi! - Como?! Você nem olhou pro lado! - Tenho uma boa percepção! Ren se levantou e antes de sair disse a Jessica: - A gente se vê por ai, boa aula! - Até logo! O professor seguiu com a aula e assim explicando toda a matéria, passou alguns exercícios para ser entregues. Jessica os finalizou rapidamente e logo foi liberada. ... Peguei as minhas coisas e sai calmamente da sala de aula. Passei pelo corredor e finalmente saindo do colégio, coloquei meus fones de ouvidos que agora estavam tocando a musica Fiction da banda Avenged Sevenfold. Por ironia do destino fui surpreendida na esquina por Jane de braços cruzados e suas amigas que pareciam estar possessas de raiva tanto quanto ela. A morena de cabelos cacheados me segurou pelo braço esquerdo com toda a sua força e todas as outras garotas me cercaram conduzindo a algum lugar próximo dali. Chegando a uma sala notei que estava cheia de infiltrações, as paredes eram encardidas e o chão estava imundo, o cheiro de mofo era inevitável e o meu coração estava apertado. Jane então se pondo a frente das outras garotas disse: - Nós te avisamos Jessica Sullivan, tentamos te dar uma chance para se afastar do Elliot, mas foi em vão. - Por que tem que se meter em assuntos que não são seus?! Nesta hora Jane olhou para a morena de cabelos cacheados e ela me empurrando contra a parede deu-me um tapa no rosto. ... Jessica caiu no chão e sentiu o tapa arder, olhou para cima e mais duas garotas a levantaram e a seguraram com toda força. Jessica diz: - Você é doente Jane! Como pode querer alguém desta maneira?!
A garota de cabelos cacheados olhou novamente para Jane que autorizou o soco no estomago de Jessica que começou a tossir. Jane diz: - Você não está em posição de me afrontar com as suas palavras Jessica! Jane segurando o queixo de Jessica gritou com ela dizendo: - Olhe para mim quando eu estiver falando com você! Jessica olhou para Jane que continuou dizendo: - Eu amo o Elliot e me esforcei muito para chegar até ele. Afinal todas as minhas tentativas estavam dando certo até o momento em que você colocou esses seus pés imundos no colégio conseguindo assim atraí-lo para você de maneira espantosa. - Desde aquele momento quando a vi chegando acompanhada por ele notei que teria uma rival, ou melhor... Uma pedra no meu sapato! Jessica então foi jogada ao chão e a garota morena de cabelos cacheados a chutou e Jane disse: - É realmente de dar dó esta situação, uma garota tão bonita apanhar desse jeito... Jane ri e suas amigas a acompanham. ... Eu estava agonizando, minha costela e minhas costas doíam ainda mais do que antes. Com toda certeza o tapa já havia me causado outro hematoma, só que no rosto. Confesso agora o quanto eu sou ridiculamente fraca. Não conseguia me levantar ou aferir um golpe contra aquela criatura pobre em todos os sentidos. Mas, eu devia fazer alguma coisa ou quem sabe ser salva por alguém, porque na verdade, eu não gostaria de ser morta por um bando de garotas no colegial. Jessica diz: - O que vai ganhar com o Elliot... Espancando-me desta maneira? Acaso eu tenho culpa? - Quando ele souber que algo aconteceu comigo com toda certeza acabará se aproximando ainda mais de mim! E você sabe disso! - Será que não pensou antes nesta possibilidade?! Jane ignorando o comentário que a Jessica faz, seguidamente diz: - Será que o titulo ´´A garota que voltou dos mortos é real? `` - Me pergunto... Se realmente você honra o que te chamam?! Jessica estava ofegante e a garota de cabelos cacheados completou dizendo: - Até agora nem sequer revidou os meus golpes! Como pode ter escapado da criatura assassina?! ... Ela tinha razão. Como era possível eu estar viva após o ataque da criatura assassina?! Como?! Eu nem sequer possuo forças para revidar os golpes de uma garota?! ... Jane quebrando o celular da Jessica que já estava fraca diz:
- Vamos parar por aqui meninas! - A nossa amiga precisa pensar no que fez! Uma das garotas do grupo diz: - Mas Jane! Não podemos deixá-la trancada aqui! - Está me desafiando Amber?! Por acaso quer fazer companhia a ela?! Amber acenou negativo com a cabeça e disse: - Não! - Ótimo! Agora vamos! Todas saíram da sala e deixaram Jessica trancada ali sem comunicação. Ela não conseguia gritar e nem se mover, pois estava fraca e sentindo dores. ... Sou a pior criatura do mundo! Não mereço viver, nem sequer pude me defender e não consigo me levantar para tentar me salvar de ficar trancada aqui, sabe lá por quanto tempo. ... Jessica encostou-se há algumas caixas no canto da parede e colocou a mão sobre a costela enquanto algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto. ... Indo ao apartamento... Dona Margareth estava malhando frente à TV como de costume. Ela não havia percebido o tempo passar, somente quando olhou no relógio pendurado a parede do lado esquerdo da sala, percebeu que já eram quatro e quarenta e oito da tarde. Ela estranhou, pois Jessica sempre chegava no horário em casa, pois a escola era próximo dali, porém ela parou e pensou consigo mesma cogitando a possibilidade da sua neta ter saído com algum amigo após as aulas então resolveu relevar o atraso enquanto ela dava um pulo no supermercado para fazer compras. ... Eu estava tentando não fechar os olhos, mas estava cada vez mais difícil, juntou-se a fome, as dores e o frio que a cada minuto aumentava. Eu não tinha mais o meu celular para ligar e muito menos alguém iria me escutar daquela sala meio escura e provavelmente isolada da rua, pois não escutava nem sequer o movimento de carros e pessoas conversando na calçada. Pausadamente e agonizando Jessica diz: - Alguém... Por favor, me ajude!
Capitulo 8
Ele
Jessica olhando para a parede a sua frente lentamente fechou os olhos e caiu deitada no chão com uma ultima gota de lagrima escorrendo sobre a pele do seu rosto. A sua expressão era suave esboçando cansaço que foi visto por alguém que quebrou a porta no chute e a pegando em seus braços a levou consigo. ... Elliot sai do treinamento e o relógio já marcava cinco e dez da tarde. Ele tomou banho e trocando de roupa, saiu do colégio acompanhado por seus colegas atrasados. O diretor o vendo passar pelo corredor pediu para que ele cedesse um minuto do seu tempo o acompanhando. Os colegas de Elliot vendo que o assunto era particular logo se despediram dele e seguiram para casa. Chegando a sala do diretor, Elliot se surpreende ao ver Anne e Ren sentados na sala, percebendo que não se tratava de um assunto qualquer, ele sentou-se junto aos outros dois enquanto o diretor fechou a porta dizendo: - Meninos! Peço desculpas por chamá-los aqui, mas o assunto que tenho para tratar com vocês é bastante delicado! Eles se entreolham enquanto o diretor continua dizendo: - Colhi informações com alguns colegas de classe de vocês e eu os estive observando durante todo o dia de hoje, podendo assim perceber de fato que são colegas da senhorita Sullivan. - Diante disto lhes chamei aqui, pois Jessica está sendo perseguida por repórteres e colunistas de jornais, podemos então cogitar a possibilidade de que logo irão atrás de quem for preciso para recolherem informações. - Peço a vocês para que me ajudem a protegê-la! - Dona Margareth que é a avó e a única responsável por Jessica, me pediu encarecidamente para que os mantivessem afastados dela, para evitar constrangimentos e aborrecimentos a sua neta. - Por este motivo confiando em vocês eu peço que evitem dar qualquer palavra sobre o assunto que já está sendo tão debatido nesse dias. Estamos entendidos?! Anne diz:
- Mas, senhor diretor entendemos a situação, porém mesmo que não pronunciássemos nada a eles com toda certeza ainda viriam atrás dela. Ren diz: - O que podemos fazer é vigiar a rua ou distraí-los se fosse o caso. Elliot diz: - Não sei o motivo por tanto tumulto, pois não estou acompanhando os jornais estes dias, mas se déssemos o que eles querem provavelmente Jessica se livraria deles de uma vez, não?! Diretor diz: - Este é o problema! A policia de Vancouver ainda não sabe do que se trata esses assassinatos e nem o que ou quem está acusando isso, por este motivo dona Margareth teme que esta pessoa, ou seja, lá o que for, possa vir fazer retaliação contra a Jessica caso a sua imagem fosse exposta demais, afinal ela é a única testemunha viva até agora! - Todos nós sabemos que geralmente estas pessoas que trabalham em jornais costumam ser extremamente sensacionalistas e sem escrúpulos! - Sem ofensas Anne! Anne apenas cruza os braços enquanto o diretor diz: - Entendem agora a gravidade do assunto e a situação delicada em que a colega de vocês está envolvida?! Nenhum deles se manifesta então o diretor termina dizendo: - Mediante isto se não tiverem nenhuma duvida considero que já estamos conversados. O ambiente ficou no absoluto silencio que foi quebrado pelo diretor dizendo: - Bem peço sigilo a vocês para que não comentem sobre esta conversa com a senhorita Sullivan, afinal não queremos constrange-la não é verdade?! Por isso voltem em segurança para casa e que Deus os acompanhe. - Passar bem! Os meninos cumprimentam o diretor que saindo dali logo some no corredor enquanto eles saem do escritório conversando sobre o assunto ao mesmo tempo em que deixam o colégio. ... Jane estava em uma lanchonete comemorando a vingança com suas amigas, porém Amber não estava nada satisfeita com aquilo, mas como era muito próxima de Jane preferiu ficar calada e aceitar a situação incomodada com Jessica machucada e trancada naquela sala escura, vazia e suja. Afastada dali passaram-se mais algumas horas e dona Margareth havia terminado suas compras e já estava em casa, ela abriu a porta do apartamento e disse: - Jessica! - Jessica, por favor, me ajude a terminar de pegar as compras no carro, ok?! Margareth não escutou nenhuma palavra e chamou mais uma vez: - Jessica?!
Ela foi ao quarto da neta e também olhou em outros cômodos do apartamento, mas nada encontrou, preocupou-se, pois já eram oito da noite e com toda certeza o assassino logo estaria às ruas. Ligando para o celular da Jessica que só caia na caixa postal, sentiu que não havia solução. Então em um ato de desespero ela lembrou-se de um papel com o numero de um suposto colega de Jessica que Anne a havia dado no hospital. Sem perder tempo dona Margareth foi até o quarto procurar pelo numero com esperança de ligar e encontrar a sua neta. Procurou e procurou até perceber o pedaço de papel embaixo de uma porta lápis sob a escrivaninha no qual estava escrito Elliot e o numero em seguida. ... O telefone chamou por três vezes até que uma voz masculina e jovem atendeu dizendo: - Alô?! - Por favor, com quem eu falo?! - Com Elliot! - Graças a deus! - Quem é que está falando?! - Ah! Desculpe-me, meu nome é Margareth e sou avó da Jessica, por acaso você a conhece?! - Claro que sim! Muito prazer... E desculpe a minha falta de educação, eu não sabia de quem se tratava então... - Por favor, não é necessário cerimônias! Eliot sorri sem graça no telefone e diz: - Mas então... Aconteceu algo dona Margareth?! - Bem estou ligando porque estou preocupada! - A Jessica até agora não voltou para casa então pensei que ela estivesse com algum colega dela, mas pelo que vejo, ela não está ai está?! - Até agora não voltou?! - Ainda não! Por acaso você chegou a vê-la sair do colégio?! - Eu falei com ela na hora do almoço antes que ela fosse para as ultimas aulas do dia que no caso terminam às três e meia da tarde, a senhora já ligou no celular dela?! - Já sim, mas só cai na caixa postal, por isso estou te ligando! - Desculpe, mas não posso ajudá-la porque eu sempre saio cinco horas do meu treino então... Não sei para onde ela deve ter ido depois das aulas. - Mas posso te dar o numero da Anne, você deve conhecê-la afinal ela esteve no hospital visitando a Jessica! - Talvez ela saiba sobre ela. - Sim eu a conheço, por favor, me passe o numero que eu vou ligar! Elliot informou o numero da Anne e querendo ajudar dona Margareth ele informou que tentaria contato com outros alunos que a conhecia.
Dona Margareth o agradeceu e desligou o telefone, ligando assim imediatamente para Anne que também respondeu não e disse que iria entrar em contato com outros alunos, inclusive o Ren. Sem sucesso com os colegas da Jessica dona Margareth entrou em contato com a policia que após alguns minutos foi até o apartamento registrar a ocorrência e capturar mais informações, levando um dos mesmos investigadores que interrogou Jessica no hospital. Dona Margareth contou tudo a ele e logo lhe entregou uma foto da neta com mais algumas informações. A policia entrou em contato com a central e saiu dali para iniciar a procura, pois se tratava da única suposta vitima viva do ataque. Com medo de que pudesse ser uma retaliação contra a garota, eles pediram para que Margareth ligasse a TV e caso vesse alguma coisa entrasse em contato lhes informando alguma coisa. Sentindo certo aperto no coração dona Margareth já estava começando a chorar com medo de que algo mais sério pudesse ter ocorrido com a neta. E como um nó preso na garganta ela resolveu beber água para tentar se acalmar. Do outro lado da cidade, Elliot e Anne já estavam entrando em contato com quem mais pudesse ter visto a Jessica, para assim ajudar dona Margareth com a procura pela neta. ... Jane e suas amigas voltavam para casa juntas e Amber desde o momento em que deixaram Jessica no quarto vazio não pronunciou nenhuma palavra sequer. Jane estranhou a atitude da amiga que costumava ser tagarela, por isso incomodada perguntou: - Amber está tudo bem?! Desde que saímos do quarto abandonado você não pronunciou uma palavra sequer. Amber olhou para Jane que irritada disse: - Não me diga que... Você está incomodada com aquela garota?! - Jane eu entendo o motivo da sua raiva, mas o que fez hoje foi muito cruel. A família da garota deve estar procurando por ela. - Você quer voltar e ajudar a minha inimiga?! A garota de cabelos cacheados disse: - Ela está roubando alguém importante da nossa melhor amiga, Amber. Ela feriu os sentimentos da Jane que tem lutado para conquistar o Elliot, porque você a defende? - Não é questão de defendê-la, eu só acho que vocês passaram dos limites hoje! Isso não se faz! Pronto falei, é isso o que eu acho! Jane se aproxima de Amber e diz: - Espero que se lembre bem dos dias que você precisou de mim e eu te ajudei, agora hoje eu preciso uma única vez da sua ajuda e você está me decepcionando?! Que tipo de amizade nós temos?!
- Um ano ou dois?! Claro que não Amber, é de infância! Amber suspira e olha para o lado e diz: - O que você acha disso Samantha, Alice e até você que bateu na garota Layla? Elas preferem não se pronunciarem quanto ao assunto para não contrariar Jane, que não entende exatamente a atitude silenciosa das amigas e diz: - Viu Amber! Todas elas me entendem! - Está certo Jane eu não vou mais me meter nesta historia tá legal?! Vou para casa sozinha hoje! Amber vai para casa com passos apressados e deixa as suas amigas na calçada, olhado ela se afastar cada vez mais. ... Anne após os cansativos minutos no telefone ligando para Deus e o mundo logo tentou o ultimo numero da sua agenda que Ren a havia passado. E já sem esperanças de ajudar dona Margareth que lhe transpareceu estar bastante desesperada no telefone ela discou o numero com certo desanimo e assim que escutou a voz de alguém do outro lado do telefone animou-se mais uma vez e a voz disse: - Anne?! - Ah! Olá Kassandra como tem passado? - Tudo jóia, e com você? - Tudo bem... Quer dizer mais ou menos! - É... Achei estranho você me ligar, porque geralmente só nos falamos no colégio. Aconteceu alguma coisa? - Bem, estou com um pequeno problema e quero ver se você me ajuda! - Sim?! - Você conhece a novata que entrou esta semana no colégio? - Ah, a ruiva que foi atacada no hotel?! - É, essa mesma ela se chama Jessica! - Sei. O que tem ela?! - Hoje quando você saiu, por acaso não a viu sair do colégio também ou algo assim? - Hum... Na verdade eu a vi sim! - Se não me engano ela estava acompanhada por umas garotas, aquela... Jane sabe?! - A Jane? - É e pela cara da Jessica não me pareceu muito feliz! - Você chegou a ver para onde elas foram? - Se não me engano ela desceu rumo a Avenida Barclay, mas para onde foram depois disso eu não sei te informar! Porque aconteceu alguma coisa? - Nossa valeu mesmo Kassandra! - Ah! Acesse o jornal eletrônico do colégio que você ficará sabendo, beijos! Anne desligou o telefone e rapidamente ligou para dona Margareth a informando do que havia ficado sabendo.
Dona Margareth agradecida logo ligou para os investigadores que se prontificaram em procurar na área próxima ao colégio de maneira mais detalhada. E assim dando um suspiro de alivio a avó de Jessica continuou ligada na TV até as três da manhã e imediatamente com o telefone tocando ela o atendeu. - Dona Margareth? - Sim quem fala? - Sou eu Danny o investigador! - Ah sim Danny me desculpe! - Eu que peço desculpas por ligar neste horário, mas lhe trago noticias sobre a Jessica! - Sim, aconteceu algo a ela? Ela está bem?! - Calma senhora Margareth tenho noticias sobre o suposto local onde ela esteve ontem, porém ainda não sabemos nada sobre o seu paradeiro. - Segundo algumas testemunhas, ela foi vista na rua onde encontramos o quarto vazio, com a mochila e os pertences dela, inclusive o celular que está quebrado. - Meu Deus! Diz dona Margareth desesperada. - Calma senhora Margareth ao que tudo indica é que ela foi levada para outro local, provavelmente salva, pois a porta do lugar está estourada, afinal se tratasse do próprio sequestrador com toda certeza o lugar teria sido aberto com a própria chave, mas ainda não tenho como confirmar isto! - Prefiro acreditar nesta versão que ela esta salva e foi levada por alguém, obrigada por me avisar, desta maneira estou mais tranquila. - Continuaremos com a procura dona Margareth e não se preocupe, logo iremos achá-la, afinal tudo se desenvolveu muito bem até agora. - Veremos! Por favor, se houver mais noticias não hesite em ligar! - Fique tranquila e passar bem senhora Margareth! - Passar bem senhor Danny! Dona Margareth desligou a TV e suspirou olhando a vista da sacada com a esperança de que logo encontraria a sua neta sã e salva. Nesta convicção ela deitou-se imaginando como seria o dia que já se aproximava e cansada logo acabou caindo no sono. ... O dia amanheceu e gentilmente os raios de sol chegavam para aquecer mais uma noite fria que havia chegado ao fim. Jessica ainda estava dormindo quando estes mesmos raios iluminando o seu rosto a acordou. ... Abri os meus olhos de vagarosamente, quando senti a minha respiração notei que estava em outro lugar, olhei em volta ainda deitada e tentei me levantar, porém minhas costelas e costas doíam, mas com menos intensidade que o dia anterior.
Sentei-me na cama e vi que estava em outro lugar bastante moderno e com certo toque de luxo para falar a verdade. O quarto tinha largas janelas de vidro transparentes ao meu lado direito e eu podia escutar o canto dos pássaros vindos do lado de fora. Havia um grande armário moderno e embutido na cor champagne do meu lado esquerdo e de cada lado daquela enorme cama havia um abajur. O jogo de cama era bastante macio e com estampas florais discretas iguais a sua cor clara e o fundo da parede em papel parede floral. A minha frente estava uma parede lisa na cor branca com uma TV presa a ela e abaixo havia uma mesa um pouco comprida apoiando dois vasos com flores naturais amarelas e uma escultura no meio. Ah! É claro o quarto era bastante espaçoso e havia uma porta que percebi ao olhar de relance para o fundo do meu lado direito onde provavelmente devia ser o banheiro. Estranhei estar ali então decidi me levantar da cama com cautela, olhei para minha imagem refletida naquela enorme janela e vi que estava com uma camisa social cor azul marinho provavelmente tamanho G. Na mesma hora me curvei e disse em tom de voz baixa: - Minhas roupas, onde estão as minhas roupas? Procurei por todo o quarto e não as encontrei. Fiquei desesperada, pois alem de estar em uma casa que não me era conhecida e o fato de estar sem as minhas roupas do dia anterior me fez pensar logo no pior. ´´ Meu Deus será que aconteceu alguma coisa que eu não sei? `` ... Jessica então entrou no banheiro que também era moderno e que havia acabamentos em mármore cor areia tanto na pia onde havia um grande espelho, quanto na área da banheira. Olhou bem e percebeu que suas roupas também não estavam lá. Ela andando para fora do banheiro se aproximou de uma das janelas do quarto e viu um pequeno jardim na frente da casa, se lembrou que poderia ser uma casa de família então abriu a porta daquele quarto com cuidado e olhou para o corredor onde viu duas portas de cada lado e a escada no final dele. ... Andei até o final daquele pequeno corredor e desci as escadas como se pisasse em ovos apoiando a minha mão sobre o corrimão de madeira também na cor champagne. Olhei para os dois lados onde o direito parecia ser a sala de TV e o esquerdo a sala de jantar. Pensei comigo mesma por um instante e resolvi ir para o lado esquerdo onde provavelmente estaria a cozinha e quem sabe a área de serviço com as minhas roupas. Passei pela requintada e moderna sala de jantar e entrei na cozinha que era enorme e toda inoxidável. ´´ Realmente estou em uma casa de luxo!`` Pensou Jessica consigo mesma.
... Olhando para frente parecia haver um corredor onde nele entrei. Havia uma porta do lado esquerdo e finalmente a área de serviço que era bastante espaçosa e parecia mais ser uma lavanderia com a aquela decoração inox, onde só havia iluminação através de lâmpadas ou se abrisse as janelas que estavam fechadas. ... Ela olhou para o varal e viu suas roupas penduradas ali e imediatamente foi pega-las para vestir, sentindo o perfume de amaciante logo notou que alguém as havia lavado. Jessica percebeu então o cuidado e o respeito que alguém teve por ela enquanto esteve ali. ... Voltei para a cozinha e escutei meu estomago roncar. Olhei para os lados e sem graça abri a geladeira e não havia nada, estranhei aquilo, por isso abri os armários e também não havia nada. Encostei-me ao balcão da pia todo em granito negro e pensei: `` Que tipo de casa ainda mais desse nível não há comida?`` - Ora, Vejo que acordou! Disse uma voz provocante dirigida a mim. Olhei assustada e não podia acreditar. Realmente eu estava frente a frente com o garoto que só vestia negro. - O que foi? Perguntou o rapaz. - Me desculpe eu... Quer dizer... - Você me parece atordoada e não é pra menos! Disse ele se aproximando do balcão completando a frase: - Estamos em minha casa a oeste de Vancouver. - O quão longe isto fica da minha casa? Perguntei a ele desconfiada. - Alguns bons quilômetros! - Então como me explica o fato d´eu ter vindo parar aqui? - É uma longa historia, mas já que acordou vejo que já pode ir! - Espera ai não acha que vou caminhando não é? - E quem disse isso? - Você... - Eu não disse isso, eu disse que já pode ir, mas primeiro vamos arranjar algo para você comer. - Falando assim até parece que sou um bebe! - Você é muito gentil sabia? Disse o rapaz em tom irônico. Jessica colocou a mão na testa e disse balançando a cabeça: - Me desculpe, estou nervosa e... - Desculpa de cego é muleta! Disse o rapaz friamente. Jessica respirou fundo e disse: - Ok! Começamos errado! - Bem... Meu nome é Jessica Sullivan e moro na Haro Street na Downtown próximo ao colégio.
- Ok! Meu nome é Simon e como já disse estamos a oeste de Vancouver bastante distante da sua casa. Enquanto o seguia Jessica ficou vermelha, mas queria perguntar a Simon algo que lhe estava incomodando. - Escuta... - É Simon! - Desculpe Simon! Bem... Como eu fui ficar assim? Disse Jessica tentando se cobrir com as suas roupas nos braços. - Por acaso você... - Opa! Pode parar por ai, lógico que não fui eu. - Então quem foi? - Você é muito curiosa! Vamos, vá se vestir que vou te levar para comer alguma coisa e te deixar em casa. - Não tente mudar de assunto, aposto que foi você sim! Só não quer admitir! Ele se aproximou de Jessica e com um sorriso sarcástico disse: - Já que quer tanto que seja eu, então... Que seja! Jessica ficou morta de vergonha e subiu para trocar de roupa irritada dizendo consigo mesma: - Tarado! Simon guardou um sorriso nos lábios e ficou encostado ao corrimão sem dizer nada enquanto a garota subia para se trocar. Chegando ao quarto... - Tarado! Eu sabia não se pode confiar em homens! Jessica começou a se vestir enquanto dizia: - Ao menos lavou as minhas roupas e... Olhei-me no espelho e vi um bandaid no rosto que não havia percebido mais cedo e depois as minhas ataduras que haviam sido trocadas e amarradas de maneira mais firme. Não quis tira-las por isso continuei a me vestir. Passei no banheiro e lavei o meu rosto, arrumei os meus cabelos e ao menos fiz um bochecho com o flúor de menta ali em cima da pia. ... Jessica desceu as escadas viu três pessoas paradas ao lado de Simon se tratavam de mais três rapazes. ... ´´ Meu deus quem são eles?!`` ´´São belos!`` Pensou Jessica. Um deles havia o cabelo brilhoso e loiríssimo, lisos, desfiados e cortados na altura da orelha penteados para o lado, seu rosto era delicado. O outro tinha o cabelo em tom chocolate dourado e curto com algumas madeixas bagunçadas, o seu rosto era bem desenhado, principalmente a boca. O terceiro possuía o cabelo vermelho curto e arrepiado para cima, levemente raspado atrás e dos lados. Provavelmente era um penteado adaptado ao próprio gosto dele e seu rosto também não deixava a desejar.
Porem todos tinha algo em comum, peles extremamente brancas, corpos malhados e roupas negras, mas cada um vestido a sua maneira. Logo Simon interrompe o pensamento da Jessica dizendo: - Estes são meus amigos! - O loiro se chama Aberlard, o ruivo é Ryan e o de cabelos bagunçados se chama Sebastian. Jessica envergonhada diz: - Prazer em conhecê-los! Meu nome é... - Nós já sabemos o seu nome Jessica Sullivan! Disse Aberlard interrompendo Jessica. - Não seja rude com a nossa hospede Aberlard! Disse Sebastian se aproximando da garota e beijando a sua mão. Jessica olha para baixo sem graça e Ryan diz: - Ela é bastante tímida não, Simon?! - Deixem-na em paz, vou levá-la para casa! Disse Simon pegando Jessica pela mão e a puxando para a garagem. Os rapazes deram um gentil adeus enquanto Jessica caminhou até a garagem. ... Quando ele abriu a porta que levava até lá havia alguns modelos esportivos de carros e motos e a maioria era importada. Ele então colocou o capacete e me deu um e disse: - Vamos na minha moto! Ele sentou-se em uma Kawasaki ninja zx 14 preta e eu disse: - Eu não quero bancar a ridícula, mas acho que não vou nisto ai com você não! - Por quê?! Perguntou Simon me olhando. - Porque é um veiculo muito veloz e perigoso... Simon me puxou para próximo a moto encostando a minha mão sobre o motor da moto que já estava ligada. ... Jessica encarou aquele belo rosto branco e perguntou: - O quer dizer com isso?! - Que ela não vai te morder! - Agora sente-se e vamos logo de uma vez! Jessica apertou os seus lábios e colocando o capacete se sentou na moto e abraçou Simon fortemente que disse: - Não precisa me esmagar! Parece mais um gato assustado! Ele então arrancou com a moto e os dois logo saindo dali pegaram a rodovia sustentada por nome Lions gate que passava por dentro do parque Stanley o caminho para casa da Jessica. Porem aproveitando aquele caminho Simon levou Jessica ao Dining Pavilion, um restaurante dentro do parque Stanley com a aparência de um antigo sobrado inglês montado com a base em pedras cinza e do meio ao topo com madeira escura, era um restaurante, bistrô e bar bastante frequentado e conhecido por ocorrer cerimônias e festas de casamentos.
... - Uau! Que lugar incrível! - Você nunca veio aqui? - Não, sou nova na cidade! Logo vai completar uma semana que estou aqui! - Mas, porque paramos aqui? Quer dizer já está perto da minha casa eu posso comer lá! - Não se preocupe com isso, não precisa ter vergonha eu estou te convidando então seria falta de respeito da sua parte se não aceitasse. Jessica se viu sem saída, pois estava morta de fome, não tinha dinheiro, pois os seus pertences haviam ficado para trás e ela não queria chatear o rapaz que estava sendo gentil com ela. - Ok! Mas é só dessa vez! Ele sorriu de lado e ambos entraram no bistrô que por sinal era bastante espaçoso e possuía um ar rústico e requintado ao mesmo tempo, todo em madeira escura. A garçonete veio até nós e eu fiz o pedido, porém Simon não quis nada e aquilo me deixou ainda mais constrangida. Eu também já não tinha assunto, mas me lembrei da noite passada e juntando coragem disse: - Simon, eu preciso muito lhe perguntar uma coisa. Simon respirou fundo e Jessica insistindo disse: - Por favor, eu preciso saber. - Então fale! Disse Simon meio nervoso. - Como você sabia que eu estava naquele quarto imundo? Simon se afastou para trás e olhou para o lado e disse: - Bem... Jane... Eu sei um pouco sobre a fama dela no colégio e quando a vi te cercar daquela maneira na esquina eu resolvi segui-la. - Eu sabia que alguma coisa não ia prestar então... Esperei que ela saísse e fui te buscar! - Por quê? - Ora! Não há um por que! Jessica o fitou com os olhos e vendo que o rapaz estava serio respondeu: - ok, eu sei que você não vai me responder mais nada, então vou parar por aqui. O pedido logo chegou e Jessica começou a comer, Simon encolheu-se na cadeira e disse: - Vou ver uma coisa! Simon saiu da mesa antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa e acertou a conta saindo do restaurante rapidamente. Ele era misterioso demais, não havia comida em sua casa, ele parecia não suportar aromas e não falava muito. O jeito como me responde as perguntas me da à impressão dele sempre estar nervoso. Eu não sabia quem ele era e muito menos porque me salvou daquele quarto ao qual eu deveria estar até agora e... Sinceramente ele não me convenceu
com aquela explicação, mas eu deveria ser grata a ele e com toda certeza havia contraído uma divida que nem sabia quando iria pagá-la, pois Simon se tornou o herói em toda esta confusão e isso era um inegável fato. Terminei a minha refeição em treze minutos para não deixá-lo esperando demais então sai rapidamente do restaurante e o vi encostado na moto. O vento estava bagunçando os seus cabelos e Simon estava com sua face voltada para cima esboçando prazer em sentir os raios de sol em seu rosto. Ele era belo e ficava ainda mais quando agia daquele jeito. Meu coração disparou e pensei não ter esboçado nenhuma reação só para continuar o admirando daquela maneira, porém ele olhou para mim como se estivesse surpreso ou preocupado. Mas me vendo parada ali ele se mostrou irritado e disse: - Não me assuste desse jeito! - O que? Assustar-te? Ah! Desculpe, mas você parecia se sentir tão bem ai que... - É melhor nós partirmos alguém esta procurando por você! Ele sem dizer mais nada colocou o capacete na cabeça e entregou o outro para mim que rapidamente o colocando sentei-me na garupa da moto e velozmente percorremos o resto da estrada até chegarmos a Haro Street que era a rua da minha casa. Desci da moto e entregando o capacete disse: - Muito Obrigada! Serio mesmo, nem sei como vou retribuir isso. Ele olhou de maneira estranha e eu disse: - Você não quer que te abrace ou algo assim não é? - Sinceramente... Porque você age desta forma?! Perguntou Simon. - Que forma? Só estou agindo como você faz! – Provavelmente pelo mesmo fato de não saber por que você parece estar incomodado, irritado comigo ou com a minha presença, sei lá! - Você é muito encrenqueira! Não dá pra simplesmente me agradecer e parar de me encher de perguntas? - Ah! Então é isso? Vou te explicar que é pelo simples fato de não dar para ignorar que você foi o ser estranho que salvou a minha vida. - Qualquer ser humano encrenqueiro como você mesmo diz... Faz perguntas sobre coisas que desconhecem! Ele suspirou e olhou para o lado como da ultima vez no restaurante e colocando o capacete ligou a moto e arrancou com ela enquanto parada na calçada o vi sumir no horizonte. ... Jessica entrou irritada e subiu rapidamente as escadas rumo ao seu apartamento, tocou a campainha e dona Margareth a abriu. Jessica: - Oi... Dona Margareth! Quando ela viu claramente que era a sua neta em pé na porta dona Margareth a abraçou fortemente dizendo:
- Jessica por onde andou?! Você quase me matou de preocupação! Jessica gemeu com o abraço devido ao machucado e dona Margareth se lembrando disto disse: - Me desculpa, mas entre! Dona Margareth fechou a porta e disse: - Tenho de ligar para o investigador Danny! Ele passou a noite com os policiais procurando por você, pois só encontraram o suposto quarto em que você estava trancada. - Como? - Você tem de agradecer muito a Deus, porque graças ao Elliot, Anne e os contatos do seu amigo Ren eles puderam encontrar alguém que te viu sair com algumas colegas de escola rumo a Barclay Street! - E... Também quero saber o que aconteceu com você e esse seu rosto, e claro o porquê de encontrarem suas coisas, mas não você! - Onde esteve todo este tempo? Aconteceu alguma coisa mais grave? - Dona Margareth, isso são muitas perguntas! - Primeiro quero tomar um banho e descansar, não foi fácil pra mim o que eu passei ontem, por favor, eu quero um tempo sozinha ok?! - Tudo bem, você tem razão, mas lembre-se você vai ter que depor na policia o que aconteceu com você. Jessica suspirou nervosa olhando para sua avó e balançando a cabeça positivamente saiu da sala para o banho. Dona Margareth olhou para Jessica de modo serio e desconfiado e sabia que alguma coisa ela escondia desde o primeiro dia de aula.
Capitulo 8
Diante o problema
Dona Margareth esperou que Jessica se trancasse no banheiro e ligou para o investigador Danny avisando que a sua neta já estava em casa. O investigador sentiu-se aliviado e perguntou se Jessica poderia explicar o motivo do sumiço e depor o que aconteceu com ela se possível naquele mesmo dia, porém dona Margareth viu o estado em que a neta estava e preferiu marcar para o período da manhã no dia seguinte. O investigador concordou e assim encerrou-se a ligação. ... Jessica estava no banheiro retirando as suas roupas, logo que desatou suas faixas notou que já quase não sentia dor e um pouco animada entrou no chuveiro para tomar banho. Após dez minutos ela saiu do banheiro e resolveu seguir o ritual de passar a pomada analgésica e depois enfaixar-se por precaução. ... Vesti meu pijama roxo uva que parecia mais um moletom em veludo e deiteime em minha cama, dona Margareth bateu a porta do meu quarto e a abrindo disse: - Jessica preciso lhe dizer que amanha de manha nós vamos a delegacia depor o que ouve ontem com você. Jessica assoprou parecendo estressada com aquilo e disse: - Ainda com isso? - Porque está tão nervosa? Você sabe que tem de fazer isso, é para o seu próprio bem Jessica. Só você e Deus sabem o que você passou... - Já sei que é a minha obrigação, mas não achei que fosse ser tão recente assim. - Você foi avisada antes de entrar no banho... Eu estou preocupada com você! Nós nunca conversamos sobre o que tem acontecido com você nestes últimos dias. Nós mal chegamos nesta cidade e já se envolveu em vários problemas - E o que vai fazer? Vai se mudar hoje à noite? - Não tente mudar de assunto Jessica, estou falando de uma coisa e você me vem com outra.
- Tudo bem eu já entendi, mas agora eu quero descansar! - Jessica eu sei que você não gosta que eu insista com você, mas ao menos me diga. Porque está com este hematoma no rosto? - Posso adiantar que tem haver com o que aconteceu ontem. Não precisa se estressar tanto porque amanha você vai ficar sabendo. Dona Margareth coçou a testa e respirando fundo disse: - Se você quiser me contar alguma coisa... Ela parou por alguns milésimos de segundos e continuou: - Você pode vir falar comigo! - Obrigada! Disse Jessica olhando para o chão com as pernas cruzadas. ... Dona Margareth finalmente saiu do meu quarto e fechou a porta, acabei deitando em minha cama novamente e olhando para arvore balançando do lado de fora acabei adormecendo. E naquela manha não me lembro se havia sonhado, mas sei que acordei às duas da tarde e assim que me levantei abri a porta do meu quarto e dona Margareth estava dormindo. Ela havia deixado o meu almoço dentro do microondas para esquentar. Comi com a maior fome do mundo e depois fui ver televisão e o noticiário da tarde interrompeu o filme que havia começado para informar algo que ocorrida do outro lado da cidade. - Ontem foi uma noite de paz em Vancouver sem nenhum ataque. - A policia desconfia que possa ser alguma tentativa de fazer a população se sentir aparentemente segura e voltarem às ruas outra vez, dando assim vazão a novos assassinatos. - As autoridades afirmam que estão trabalhando com afinco, mas o grupo de grevistas em frente à prefeitura de Vancouver reclama incessantemente pedindo por mais segurança, direto do local vamos com a repórter Lilian Stewart. - Boa tarde Lilian! - Boa tarde Vanessa, hoje o dia por aqui está sendo marcado por greves. - Este pequeno grupo de pessoas exige do prefeito o dobro de segurança na cidade e pedem para que a policia seja mais ágil com as investigações realizando assim a tão esperada prisão do assassino a solta nas ruas de Vancouver. - O prefeito já se manifestou mais cedo dizendo que está fazendo o possível com a segurança, mas que no momento não poderia falar mais sobre o assunto. - A policia está presente no local cobrindo a segurança, caso haja alguma revolta que atrapalhe o fluxo da avenida ou até depredação do patrimônio por parte dos grevistas. - É com você Vanessa! - Obrigada, vamos agora... ...
Jessica muda de canal para assistir a outra programação e também se surpreende com aquela noticia sobre o fato de não ter havido ataques ontem na cidade. Dona Margareth logo acorda da sua sesta e diz: - Já almoçou? - Já sim! Arrumei a bagunça também! - Vou dar um pulo no banco e depois vou novamente ao mercado porque me esqueci de comprar algumas coisas ontem, dentro de duas horas eu devo chegar. - Se neste intervalo de tempo você decidir sair, por favor, leve a chave com você. - ok! - Até já! Quando desceu do prédio dona Margareth pegou a sua BMW x3 drive 28i, um carro estilo jipe esportivo na cor prata partindo em direção ao banco e em seguida para o mercado. Jessica vendo que de fato a sua avó havia saído, ela pegou o telefone e discou o numero da Anne. ... O telefone chamou poucas vezes até que Anne atendeu dizendo: - Pois não? Quem é? - Anne? Sou eu a Jessica! - Jessica pelo amor de deus, onde você estava? - É uma longa historia que preciso lhe contar e antes que eu faça alguma besteira, preciso da sua ajuda. - Sei que quase não nos conhecemos para lhe pedir este favor e lhe falar desta maneira, mas... Realmente você é a única em quem confio neste momento! - Tudo bem Jessica, pode contar comigo no que precisar! - Obrigada, mas não quero lhe dizer essas coisas pelo telefone então... Será que poderíamos nos encontrar na cafeteria Starbucks próximo ao colégio? - Claro, daqui trinta minutos pode ser? - Trinta minutos? Pra mim tá ótimo! - Ok então até já Jessica! - Até! ... Passei lápis e gloss. Coloquei uma roupa mais quente composta por uma calça preta, blusa mais solta branca estampada com alguma frase em preto, uma camisa flanela xadrez verde sobrepondo à blusa branca e para calçar um all star preto. Desci rapidamente do prédio e fui andando algumas quadras até chegar ao café. Sentei-me na mesa de dentro em um lugar mais reservado e Anne em seguida chegou.
Ela me abraçou e logo depois nos sentamos e fizemos o pedido de um delicioso bolo de banana coberto por caramelo e nozes e para acompanhar um bom cappuccino. - E então Jessica no que precisa da minha ajuda? - Anne devido ao que ocorreu ontem minha avó quer que deponha amanha de manha na delegacia, mas diante do que eu te contar agora só pode ficar entre nós duas, pois é um assunto delicado e que envolve pessoas do nosso colégio. Anne esboçou uma reação de assustada e Jessica continuou: - É segredo! Você conseguirá guardá-lo? - Sou jornalista, mas não fofoqueira se me pedes segredo é porque não devo publicar no jornal ou sair contando por ai. - Jornal? - Bem... Ontem quando sua avó me ligou pedindo por informações suas... Para agilizar o processo eu acabei postando no jornal sobre você, como um pedido de ajuda para te encontrar ou ao menos obter alguma informação sobre o ultimo local em que você esteve... Coisa do tipo sabe. - Ai meu deus! Disse Jessica desorientada. - Agora o colégio inteiro já sabe é isso? Anne sem graça diz: - É mais ou menos isso! Jessica respirou fundo e disse: - Tudo bem eu te perdoo! - Afinal se não fosse por você, o Elliot e o Ren com toda certeza, minha avó e o investigador Danny estariam loucos procurando por mim. Anne sorriu levemente e disse: - Que bom que você entendeu, fico feliz que tudo deu certo, eu realmente fiquei preocupada com a sua avó ontem. - Mas, muito obrigada por se preocupar com ela e tentar me ajudar Anne não é qualquer pessoa que faz isto! - Está tudo bem acho que companheiros são para essas coisas. Jessica olhou para Anne, pois nunca tinha ouvido isto antes e envergonhada olhou meio baixo e Anne cortando aquele momento aéreo dela disse: - Mas voltando ao assunto do que se trata a historia Jessica? Jessica olhou para Anne seriamente e após um pequeno momento de pausa ela começou a contar-lhe a historia do dia anterior. ... A cada minuto que aprofundei na historia Anne se mostrou surpresa e sem reação. Principalmente quando soube que o motivo veio por parte de algumas supostas garotas do colégio que havia me dado uma surra e me trancado em um quarto abandonado. Não quis entrar em detalhes quando cheguei à parte do Simon meu suposto salvador, pois aquilo era intimo demais e com a empolgação de Anne eu temia que pudesse virar uma fofoca, por isso me contive e apenas lhe contei que ele havia me tirado de lá.
- Jessica, diante disto não sei nem o que dizer! - Agora entendo porque você não quer depor! - Se disser que se trata delas com toda certeza as expulsarão imediatamente do colégio e depois dependendo da sentença que recebessem isso daria cadeia, geraria processos e isso renderia mais margem ainda a fofocas... E o Elliot não gostaria nada de saber que ele é o pivô da confusão. - É por isso que não quero depor e Elliot jamais deve saber sobre o verdadeiro motivo, não quero machucá-lo e também... O motivo por ter tentado me afastar dele antes... O ignorando, foi porque eu já havia recebido ameaças por parte delas logo no primeiro dia de aula. - Elas merecem pagar pelo que fizeram a você, mas realmente agora isto se transformou em uma sinuca de bico porque nesta situação Jessica você está entre a policia e a sua avó. A garçonete chegou com o pedido e saiu, Anne seguiu com a conversa dizendo: - O que posso lhe sugerir em fazer é que você se negue a depor. - Sei que isso lhe traria consequências, mas não é que você estaria também as protegendo, mas sim garantindo que você as tenha na palma das mãos para que elas nunca mais te perturbassem. E de certo modo Elliot sairia beneficiado também se livrando da Jane que vive no pé dele lá no colégio. Jessica preocupou-se e disse: - Não sei se esta seria a melhor saída, afinal se eu não depuser os investigadores estariam no meu pé dia e noite até descobrirem o realmente que aconteceu e com toda certeza alguma coisa séria viria sobre mim. - Você escolhe, ou as condena ou as mantém em suas mãos. - Não são escolhas simples de se optar Anne! - Mas só depende de você Jessica! - E bem... torço pelo melhor, mas sinceramente desejo lhe muita sorte porque não vai ser fácil tomar esta decisão. É melhor que pense bastante. ... Ambas comeram o lanche e mudaram o assunto porem alguns longos minutos depois... - Obrigada Anne! - Não há de que, mas agora tenho de ir, vou terminar a matéria de ontem avisando que você está bem e já está em casa. - Olha lá o que você vai dizer! - Pode deixar! Até segunda e bom domingo. - Até... E obrigada por ter vindo, realmente isto me ajudou! - Não há de quê! Sempre que precisar me chama! Ambas se despediram e pagaram a conta. Anne foi embora e Jessica seguiu o seu caminho de volta até chegar em casa. ... Já eram quase quatro horas da tarde e chegando ao apartamento vi que a minha avó estava guardando as compras nos armários.
- E então onde esteve? - Fui a uma cafeteria aqui perto conversar com uma colega minha e você finalmente comprou tudo? - Sim, aproveitei a promoção e comprei também mais algumas verduras e... Que cara é essa? Foi ruim assim o passeio que fez? Jessica olhou para a sua avó e em um tom pausado e de ressentimento disse: - Dona Margareth precisamos conversar. Margareth olhou imediatamente para Jessica e preocupada disse: - Aconteceu alguma coisa? - É sobre ontem! Margareth meio desconcertada disse: - É... Bem... Vou terminar aqui e assim conversamos ok? Jessica acenou com a cabeça e foi ao banheiro. ... Olhei- me no espelho e realmente era de dar dó, eu estava pálida e minhas mãos estavam frias, não sabia qual decisão tomar. Só sabia que deveria conversar com a minha avó e tentar resolver as coisas antes que as piorassem. O meu medo era justamente de cometer algum erro antes de saber o verdadeiro sentido de toda aquela historia, por trás da Jane e suas amigas. Eu não queria ser o motivo da desgraça de ninguém, mesmo que elas houvessem me causado danos, nada se compara a um histórico sujo ainda mais sabendo que poderia dar cadeia e comprometimento com a justiça. ... Da sala Margareth gritou: - Jessica! Estou pronta para te ouvir, terminei de guardar as compras. Jessica estava com uma cara de velório, mas sentou-se firmemente diante a sua avó que disse: - E então Jessica o que tem para me contar? Jessica respirou fundo dizendo: - Não estou segura sobre o que dizer a policia amanhã! - Por que diz isso? Fez-se um breve momento de silencio na sala e Jessica apertando os lábios logo disse: - Eu não sei quem me sequestrou e... Bem sinceramente não sei se poderei ajudar, pois eles usavam mascaras e me largaram lá e foram simplesmente embora. - Como sabe que apenas te largaram por lá e foram embora? - Eu escutei um deles dizer, não é a namorada dele, não é ela. - Outro integrante depois perguntou. O que fazemos com ela? - Deixe-a e vamos embora logo, antes que nos peguem! - E assim quebraram o meu celular para que eu não ligasse para policia e eles fugissem sem mais problemas. - Eles te fizeram alguma coisa?
- Não, eles só me jogaram no chão e um deles olhado para mim viu que não era quem eles procuravam. Margareth respirando aliviada disse: - Graças a deus não vieram atrás de você! - Bem, mas ao menos diga. Por onde ficou todo este tempo? E porque não ligou? Danny esteve ontem no local e só achou suas coisas e não você! - Um garoto que estuda no meu colégio me viu ser cercada por eles quando eu ia voltando para casa, então ele estranhou aquilo e os seguiu. - E assim quando se foram... Ele entrou no local e me levou para a casa dele e fiquei por lá até hoje de manha. - E porque não ligou? - Como quebraram o meu celular, o numero que eu havia gravado se foi e eu ainda não aprendi o novo numero daqui então... - Entendi mas e a a família deste garoto te tratou bem? - Ah! Sim, claro! Tomamos até café da manhã juntos! - Que bom, então já que se esclareceu tudo, amanhã vamos contar ao Danny sobre essas pessoas e ele logo repassará as informações para frente, para ajudar quem sabe outra vitima, né?! Jessica sem graça balançou a cabeça porem ainda incomodada Margareth disse: - Pelo que pensei achei que fosse algo mais serio, você parecia tão aflita! - Não é não! Você sabe que odeio contar essas coisas a você e... Foi um pouco de exagero da minha parte, mas agora vou voltar para o meu quarto e me distrair um pouco, tô precisando. - Mas espera ai, eu quero agradecer ao rapaz que te ajudou. - Eu e você os devemos muito pela gentileza que tiveram em cuidar de você! - Ah! Eu não o conheço muito bem, por isso não tenho nem o telefone dele, mas prometo que quando eu o ver eu digo para dar uma passadinha por aqui! - Você é mesmo muito desnaturada! Eles te ajudam e você nem mesmo sequer pegou o telefone para eu falar com eles? - Me desculpe eu estava tão atordoada pelo dia anterior e também com tanta vergonha por estar lá, que nem mesmo pensei nisto! - Tudo bem, oportunidades não faltarão, mas então agora vá descansar! Jessica foi para o seu quarto deixando assim Margareth mais segura na sala. ... Eu sabia que havia mentido e feio para dona Margareth, mas eu não queria que aquilo chegasse a um ponto critico, por isso resolvi seguir o conselho de Anne e manter aquelas garotas em minhas mãos. Provavelmente se tivesse falado a verdade com toda certeza eu enfrentaria problemas piores não só com a policia, mas no colégio e até indo a um tribunal se isso gerasse processos e até cadeia pelo que elas fizeram a mim. E sinceramente... Nem eu sabia por que estava agindo daquela maneira naquele exato momento.
Capitulo 9
Depoimento
Já é noite e o celular da Anne toca em cima da escrivaninha. Ela saindo do banho vê que a ligação é do Elliot e atendendo imediatamente o celular diz: - Oi?! Elliot?! Tudo bem? - Mais ou menos. Estou te ligando porque vi a noticia no jornal eletrônico, que a Jessica já está em casa e prestará depoimento a policia amanhã. Como soube dela? - Ela me ligou hoje à tarde e saímos para conversar. Disse Anne enxugando o cabelo com a toalha. - Mas ela está bem mesmo? - Claro, e você? Me surpreende saber que você lê o jornal, parece que passa mais o tempo jogando do que fazendo qualquer outra coisa. - Não sou exatamente assim, mas e ai me diz. Você está bem? - Na medida do possível sim! - Nada me surpreende nesta resposta. Ah! O meu pai disse que gostaria de combinar com a sua mãe uma visita na sua casa, parece que o seu pai está operado né? - Era só uma apendicite. Ele já está bem, mas pode deixar que eu aviso minha mãe sim. - Vou falar com ele. Ah! E... Anne por acaso... Você não teria o telefone da Jessica na sua agenda? No dia em que ela me ligou não gravei o numero dela. - Tudo bem, anota ai! Elliot anotou o numero e disse: - Valeu mesmo Anne até segunda no colégio! - Até! Anne desligou o celular e deitando em sua cama esparramou-se por lá, pois se sentia cansada e estava em duvida se escreveria amanha ou segunda o depoimento que Jessica daria a policia. Decidiu então navegar pela internet atrás de algo interessante sobre a criatura de Vancouver para complementar a noticia que postaria a respeito. Indo para a Downtown...
Jessica estava mergulhada em seus pensamentos a respeito da casa, do jeito misterioso e sarcástico do Simon e dos seus ´´supostos`` amigos. Ela estava intrigada mais ainda pelo fato de nos armários e na geladeira não haver comida. ´´ Quem são aqueles garotos?`` ´´ Simon estava me vigiando, não tinha como ele saber que eu estava ali naquele quarto sujo e isolado.`` ´´Porque eu chamei atenção dele?`` Eram duvidas que perturbavam a mente de Jessica até o momento em que dona Margareth bateu na porta do quarto da neta e animada disse: - Telefone para você! - Quem é? - Atenda e verás! Jessica esboçou uma expressão de estranhamento e vontade de rir por ver a avó animada daquele jeito, mas relevou e pegou o telefone da mão dela que saiu do quarto fechando a porta. - Alô?! - Oi Jessica, como você está? - Elliot?! - Sim sou eu! - Ah! Me de... desculpe eu... Deixa pra lá... Eu estou bem, e você?! - Bem, agora que você nos despreocupou mostrando que está viva... Realmente eu, Anne e até o seu amigo asiático ficamos preocupados junto da sua avó. - Ah! Quanto a isso eu lhes peço desculpas. – Dona Margareth costuma ser dramática quando o assunto se refere a mim. - Ela não foi dramática só reagiu como qualquer pessoa faria. - Tudo bem eu até entendo... Se eu estivesse no lugar dela eu com certeza também surtaria. Elliot riu e disse: - Vi no jornal eletrônico do colégio que você prestará depoimento amanhã na policia né?! - Anne postou isso? - Sim! - Bem... É verdade e sinceramente confesso que estou um pouco perturbada. - Por quê? - Bem... Dona Margareth fez questão de constatar a policia quando não me viu em casa. Ela nem mesmo esperou vinte quatro horas antes, então acho que este meu desaparecimento tomou uma proporção maior. - Com toda certeza, sem querer te preocupar, mas acho que o colégio todo está sabendo disto depois de lerem o jornal da Anne. - Me desculpe por dizer isto e que fique só entre nós Elliot, mas não achei que o jornal da Anne tivesse tantos leitores. Ele riu e disse:
- Acredito que ficou assim depois de ontem para hoje, realmente ela ganhou muitos leitores. Jessica sorriu sem graça e disse: - É ao menos alguém por aqui está tendo sorte com isso. - Acho que sim! Algum segundo de silencio se formou entre os dois até que Elliot o interrompe perguntando: - Mas me diz, que historia foi essa do sequestro?! – Eles te machucaram ou coisa do tipo? - Não, não. Graças a deus não me fizeram nada, na verdade tudo não passou de um engano! - Engano? - Sim, eles me sequestraram pensando que eu era a namorada de algum rival deles ou algo assim, mas o líder chegando logo viu que não se tratava da mesma pessoa então... Eles apenas quebraram o meu celular e me abandonaram trancada por lá. - Mas, fui resgatada por um rapaz que achou estranho aquela movimentação toda por lá e... Agora estou aqui. - Que bom então, graças a Deus alguém te achou, mas que foram sem caráter por te deixarem lá isso sim foi. - Já passou então fique tranquilo. - Eles não passam de uma pagina virada. - Realmente você é muito azarada mal chegou esta semana na cidade e está enfrentando uma barra pesada. - Acontece! - Realmente você é muito conformada! - Já me disseram isso! - E acho que não erraram, mas... Perguntando ainda sobre eles... Por acaso você saberia reconhecer algum desses rapazes? - Ah... Na verdade não, pois estavam mascarados. - Entendo! Então... Agora vou te deixar em paz! Já nos falamos bastante e pelo que vejo você realmente me parece estar bem. Jessica ficou constrangida e continuou ouvindo Elliot dizer: - Agente se fala na segunda e... Boa sorte amanha! - Até e... Obrigada por vocês se preocuparem comigo, realmente não sei se mereço tanta atenção! - Não seja boba, companheiros são para essas coisas! Jessica se lembrou de Anne que disse a mesma coisa a tarde no café e sem querer cometer o mesmo erro de não dizer nada novamente ela então disse: - Valeu mesmo e boa noite Elliot! - Boa noite Jessica e manda um abraço para a sua avó! - Pode deixar já está dado! Jessica desligou o telefone e foi até a cozinha pegar um copo de suco, dona Margareth estava vendo TV e gritou pela neta dizendo que o celular estava
tocando Jessica correu para o quarto e pegando o seu celular e o atendendo disse: - Alô?! - E aê como é que vão as coisas Jessica? - Ren?! - Bingo! - Que animação é essa no telefone? - Estou feliz em saber que você está bem e que a manhã vai prestar depoimento a policia. - Engraçadinho! Ren riu e disse: - Brincadeiras a parte agora é serio. - Me diga você escapou porque matou os bandidos ou algo assim? Jessica riu e ele disse: - Sabia que você iria quebrar o gelo pra mim. - Você está bêbado?! - Não mesmo, estou apenas comemorando com um bom refrigerante a companhia das estrelas no céu. - Sei... Obrigada por tentar me animar! - Que isso! Mas... Nada de desligar o telefone agora, pois eu quero saber o que aconteceu com você. Jessica pensou: Lá vamos nós de novo! Com tantas vezes contando esta mesma mentira acho que ela de fato vai se tornar uma verdade assim como um velho dito popular. - O que foi eu te irritei? Você ficou em silencio de repente Jessica! - Não, não! Eu vou te contar, mas antes... Quem te deu o numero do meu celular? - Ora, a Anne! Como o telefone da sua casa estava sempre ocupado então eu resolvi ligar no seu celular. - Ah, eu estava no telefone com outra pessoa! - Hum... E agora está pronta para falar ou estou te interrompendo? - Não, tá tudo bem! Jessica contou a mentira toda novamente e depois de mais algumas brincadeiras por parte do colega eles logo se despediram. Jessica saiu do quarto esboçando um sorriso disfarçado entre os lábios e Margareth disse: - Puxa! Quantas ligações! - Fico feliz que arranjou amigos! - Não senti firmeza no seu tom de voz na ultima frase! - Sem estresse Jessica, por favor! - Tudo bem, vou comer alguma coisa! - E... Está passando algum programa legal na TV? - Vai começar um show de comedia agora a pouco, se quiser ver... O controle está aqui!
- Bem, vou ver. - Então... Vou dormir, até amanha! - Mas já? Agora que são nove horas! - Estou com dor de cabeça e amanha vamos levantar cedo para irmos a delegacia, quero me livrar disso logo! - Eu é que digo isso! Mas está tudo bem com a senhora mesmo?! - Sim, essa dor de cabeça deve ter sido o estresse de ontem e também o fato de não ter dormido nada... Já dá para imaginar. - Obrigada por se preocupar comigo dona Margareth! - Ora, Jessica não precisa agradecer! Eu sou a sua avó e também sou sua responsável, eu fiz o que qualquer um faria. Jessica sorriu olhando meio que de lado e lembrou que Elliot havia lhe dito a mesma coisa no telefone. Dona Margareth abraçou a neta que se mostrou surpresa e sem reação. - Eu sempre vou estar aqui Jessica quando precisar de mim! Então não me trate como se eu e você não fossemos próximas. As vezes isso machuca. Jessica encheu os olhos de água e se segurando disse: - Realmente sempre estará comigo? - Sempre e sempre! - Então me desculpa outra vez?! - Ora você não teve culpa! Jessica pensou consigo mesma: ´´Mas, fui conivente lhe contando uma mentira!`` - Bem, agora vou dormir! Boa noite. Disse a avó de Jessica a beijando na testa. - Boa noite! Jessica suspirou e olhou para a TV totalmente desconcertada com a cena que acabara de acontecer entre ela e a avó em pé no meio da sala e limpando a lagrima do canto do olho ela terminou a sua noite vendo o show de comedia. ... O dia amanhece e dois cadáveres são encontrados em um pequeno parque na rua Barclay. A movimentação estava intensa por lá e a perícia estava recolhendo os corpos que um cidadão que passava por ali bem cedinho havia visto. O investigador Mick amigo de Danny levou o cidadão para prestar depoimento na delegacia, pois o homem que encontrou os corpos conhecia o casal assassinado. ... Jessica acabara de tomar café da manha junto a sua avó e arrumando a cozinha as duas escovaram os dentes e trancando o apartamento saíram de carro rumo a delegacia. Chegando lá... O investigador Danny e Michael estavam acabando de liberar o conhecido do casal assassinado na noite passada e Danny recebendo Jessica e a sua avó no escritório disse:
- Só um minuto, por favor! - Michael passe o relatório adiante e pode sair para a sua pausa, eu te cubro, tenho de ouvir mais este depoimento antes de ir. - Ok! Olá Jessica... Dona Margareth! As duas disseram um simpático olá ao senhor Michael que saiu da sala apressadamente. - E então Jessica o que tem para nos contar hoje? Jessica respirou fundo e olhou para a sua avó que disse: Ela está um pouco nervosa! - Percebi! - Aqui tome, beba esta água! Disse Danny entregando o copo a Jessica. Jessica bebeu um pouco da água e Margareth passou uma das mãos nas costas de Jessica que começou a contar sua historia a Danny de maneira detalhada. ... Sinceramente estava sendo difícil para mim, contar mentiras e afirmá-las como uma verdade, mas era melhor do que rolar esta pedra ainda mais adiante, sabendo que eu poderia parar ali mesmo. Afinal naquele exato momento tudo dependia unicamente e exclusivamente de mim. ... Vamos agora à residência de Amber saber como andam as coisas por lá. ... Todo o dia Amber levantava cedo para ajudar a mãe em sua horta e também auxiliar o seu pai na pequena loja de acessórios para pesca. Hoje ela navegava pela internet já que o seu pai havia saído e a loja estava parada naquele horário. Ela vendo a postagem em um site de relacionamento de uma colega de sala se tratando da Jessica, resolveu então clicar e ler. Pela primeira vez ela lia o jornal da escola e aos poucos foi ficando nervosa e mais tarde surpresa ao saber que Jessica prestaria depoimento a policia naquela manhã sobre o seu desaparecimento no dia anterior. - Eu sabia que Jane estava levando as coisas a sério demais. - Eu ainda avisei para ela, mas agora ferrou de vez. Amber pegou o telefone e digitou os números de forma rápida e desesperada na esperança que sua amiga Jane atendesse ao telefone. O aparelho chamou por quatro vezes até que Jane vendo que a ligação era de Amber resolveu atender. - O que foi? Você sabe que eu acordo tarde... Então interrompendo a amiga, Amber diz: - Jane! Estamos com sérios problemas. Jane se espantou e o silencio se formou durante alguns segundos. ... Voltando a delegacia...
- Então você está me dizendo que tudo não passou de um engano?! - Sim senhor! Danny estranhou aquilo e perguntou: - Porque então ficou tão nervosa para me dizer tudo isto? - Eu... Não estou acostumada com isso, achei que fossem me pressionar ou coisa parecida e também este... Este lugar me assusta. Danny suspirou e disse: -Você está sendo verdadeira sobre o que me disse? - Sim senhor, por quê?! Dona Margareth olhou para a Jessica e Danny com o olhar fixado na garota olhou para o pequeno hematoma no rosto dela sem bandaid e disse: - Nada! Bem... Já temos o depoimento colhido. Qualquer denuncia por parte de alguém que se encaixe nesta historia com certeza vamos constatá-la. - Tudo bem! - Muito obrigado e passar bem! Jessica olhou desconfiada para Danny e saindo dali acompanhada pela avó fechou a porta. Dona Margareth e Jessica entraram no carro e suspirando de alivio disse: - Estamos livres! - Notei que você ficou mais nervosa do que já estava. - É! Um pouco... eu meio que imaginei aquelas cenas de filme quando o policial pressiona o interrogado. Disse Jessica olhando para frente. Margareth sorri e diz: - Isso é típico seu, mas e como estão suas costas e as costelas?! - Já não estou usando mais as faixas. Já não sinto tanta dor! - Que bom! Bem... O que acha de conhecermos um dos pontos turísticos mais famosos de Vancouver? - Qual? - Butchart gardens! - Um jardim?! - Não é qualquer jardim Jessica, senão não seria um ponto turístico! - Ok! Então vamos não tenho nada a perder mesmo! Disse Jessica desanimada. ... Enquanto isso na casa da Jane... - Não pode ser! Se esta garota se depuser contra nós, qualquer hora receberemos uma intimação. - Jane eu não quero bancar a chata, mas eu te avisei que estava levando esta historia muito a serio. - Não é hora de me dar um sermão Amber, de qualquer maneira o que está feito de fato está feito! - Só nos resta esperar até amanha para ver o que faremos! - De qualquer maneira Jane você está avisada e é melhor avisar as meninas, eu vou desligar porque o meu pai chegou depois à gente se fala.
Amber desligou o telefone e Jane preocupada jogou o telefone sobre a cama sentando-se nela colocou as mãos sobre a cabeça, respirou fundo e disse: - Meus pais não podem com isso! ... - Dona Margareth este lugar é mágico! Não sabia que pudesse haver um jardim tão lindo! - Que bom que gostou Jessica, mas agora vamos ao jardim japonês, pois eu sei que você gosta da cultura oriental. - Serio mesmo?! Tem um desses aqui? - Claro! Isto aqui que você esta vendo é só a entrada, aqui dentro existem vários jardins com temáticas diferentes, por exemplo, jardim italiano, mediterrâneo e muitos outros. - E o melhor de tudo é que vamos almoçar aqui, eles tem uma comida excelente. - Puxa! Deste jeito eu até me animei mais! ... O lugar era composto não só pelo cenário de fundo verde, mas as cores e os diferentes tipos de flores e plantas se misturavam a cada temática, era belo e perfeito demais para ser real. Era como estar em um conto de fadas, ou melhor, no jardim em quem elas moravam. Havia fontes de águas e passarelas para se locomover para todos os lugares de forma tranquila e sem tumultos. Se eu pudesse escolher uma musica para este momento com toda certeza seria a primavera de Vivaldi, pois ela transmite a alegria, a magia e a expectativa que somente esta estação trás e que eu podia sentir ao estar aqui neste belo e enorme jardim. ... Jessica e Dona Margareth já haviam andado todos os lugares possíveis até dar meio dia, estavam famintas e ali pararam para almoçar no restaurante Dining Room. Fazendo o pedido, rapidamente foram servidas e almoçando encerraram a bela manha ali mesmo até voltarem para casa.
Capitulo 10
Acordo de paz
O domingo havia sido um dia calmo e agradável tanto para mim quanto para dona Margareth, porém soubemos pelos tele jornais a noticia do casal assassinado no pequeno parque da rua Barclay próximo ao meu colégio. Motivos que preocupavam a todos que possuíam filhos e moravam por ali, mesmo assim éramos obrigados a continuar a trabalhar e estudar sem deixar que o medo nos trancafiasse dentro de nossas próprias casas, por isso não deixei em hipótese nenhuma que minha avó me levasse de carro ou buscasse no colégio. Afinal, eu não era mais criança e isso se tornaria vergonhoso na frente de todos. Sinceramente eu já não sabia mais o que as pessoas achavam de mim, só sabia que elas me olhavam com olhar de pena e outras com medo. Havia mães que acreditavam que eu pudesse ter sido amaldiçoada por que não havia justificativas para tanta desgraça em cima de uma pessoa só no decorrer de uma semana. Sendo uma maldição ou não a segunda feira chegou rapidamente e às sete e meia em ponto o despertador tocou para me acordar. A janela do meu quarto estava meio aberta deixando entrar a brisa da manhã que brincava com a cortina. Tomei banho e me vesti. Como a minha avó havia saído cedo eu novamente comi panquecas com mel e suco de laranja. Tranquei a porta do apartamento e desci a rua rumo ao colégio. Quando entrei no prédio naquela manhã esbarrei em Jane e suas amigas no corredor, que me olharam de forma fatal. - Nós nos falamos mais tarde ruiva! Disse Jane andando de maneira metida acompanhada por suas amigas. Ren chegou do nada e disse: - E ai o que tá rolando entre você e a Jane? - Nada! - Nada? Aquele olhar quer dizer, vou te fritar no azeite quente mais tarde. Jessica sorriu e disse: - Vá estudar antes que fique mais neurótico! - Falou e disse! Fui!
Ren andou rapidamente para o outro andar enquanto entrei para assistir as aulas daquela manhã. Sentei-me na janela como de costume para assistir a aula de biologia que logo começaria, mas Simon entrou na sala de aula. Novamente o ser vestido de negro estava ali e ninguém olhou para ele, que vinha em minha direção de maneira provocante. O vento bateu em seus cabelos e olhando para mim esbocei um sorriso sem graça como se o cumprimentasse, mas ele nem retribuiu o meu ato nitidamente vergonhoso, então me ignorando ele apenas se sentou nos fundos e por lá ficou. Lembrei-me da minha falta no sábado por ter falado de maneira irritada com ele por ser tão fechado e demonstrar agressividade cada vez que eu olhasse ou perguntasse algo a ele. Ele ficou chateado e olhando para mim de maneira irritada arrancou com a sua moto potente e veloz. - Droga! Disse Jessica para si mesma abaixando a cabeça na carteira. O professor entrou na sala de aula e alguns alunos que ainda papeavam no corredor vieram logo em seguida. ... Todos prestaram atenção na aula e logo tiveram exercícios para fazer e entregar antes do fim da aula, Jessica começou a resolvê-los e achando fáceis os entregou após vinte minutos. ... O professor recolheu a folha olhando para mim como se quisesse dizer algo, me fez sentir constrangida e saindo da sala rapidamente aproveitei o intervalo para fugir dali. Todos no corredor me olhavam da mesma maneira ou se afastavam quando eu chegava perto, alguns até pararam para me perguntar se eu estava bem e desejaram-me sorte. Era uma situação patética e realmente chata, por isso resolvi procurar por Anne no intervalo do almoço e ver o que ela havia escrito em seu jornal eletrônico. ... Jessica foi ao banheiro, tomou água e caminhando pelo corredor logo chegou à sala de aula e encontrou com Jane e suas amigas. Ela respirou fundo e foi em direção a sua carteira tentando ignorá-las, porem Layla a garota morena de estatura mais alta e cabelos cacheados fechou a porta e como ainda não havia ninguém dentro da sala de aula Jane e suas amigas cercaram Jessica em sua carteira e ela iniciando a conversa disse: - Soube que ontem você prestou depoimentos a policia, é verdade? Jessica mantendo-se firme disse: - É o que o colégio inteiro diz não é? Layla colocou a mão sobre a carteira da Jessica e disse: - Se responder desta maneira as coisas não vão ficar boas! Jessica levantou-se da sua cadeira e sorrindo disse:
- Realmente se referirmos a vocês... Acho que não vai ficar bom mesmo! - O que quer dizer? Perguntou Jane enquanto Amber calada a encarou. - Foi realmente cruel o que aconteceu a mim e acho que todas vocês mereciam uma boa punição como a cadeia, mas fui um tanto quanto... Misericordiosa com vocês. - Dá para ser mais clara? Disse a Layla. - Claro, mas antes acho melhor se sentarem, pois o que tenho a lhes dizer é um tanto quanto ruim não para mim é claro, mas sim para vocês. - Não seja abusada garota! Com que direito pode nos tratar assim?! - É melhor se acalmar Jane e deixar que ela explique as coisas. Disse Alice. - É melhor seguir o conselho dela para o seu bem e o das suas amigas. Jessica encostou-se a mesa do professor e olhando para elas de maneira sínica disse: - Eu não disse nada sobre o que houve entre nós naquela sexta feira afinal eu também não queria continuar sendo o alvo de fofocas e também de processos judiciais. Só de pensar fico de saco cheio e essas coisas não fazem parte do meu gênio. Jane espantou-se e se conteve em dizer qualquer desaforo e Amber perguntou: - Porque fez isso? Poderia ter nos ferrado sem pensar duas vezes, fomos cruéis com você, não há motivos para isso. - Sabe não sou boazinha, mas também não sou do tipo vingativa! - Realmente como a Amber disse não há motivos a não ser que... O que quer de nós garota? Disse Samantha. - Provavelmente nos infernizar! Disse sarcasticamente Jane com os braços cruzados. - Bem já que chegamos ao ponto chave da nossa conversa, acho que aqui começa o seu inferno Jane! As garotas se entre olharam e Jessica disse: - Em troca da liberdade e do pescoço livre de vocês... Eu exijo que você Jane e suas amigas me deixe em paz e... - E? perguntou Jane. - E que deixe o Elliot sossegado também! Jane mudou sua expressão e disse: - O que quer dizer com o deixá-lo sossegado? - Que não o importune tanto e... Que pare de ameaçar as outras garotas do colégio com esse seu ciúme doentio e esse direito de posse que você acha que tem sobre ele. - Só para você saber, eu e o Elliot não temos nada um com o outro a não ser coleguismo. - O fato de ele ter me ajudado no primeiro dia e às vezes almoçar comigo não quer dizer que ele seja o meu namorado ou algo assim. Jane: - Você pode até não perceber, mas a maneira como ele te olha e como lhe trata... Me deixa irritada!
- Ele é apenas gentil comigo e nada mais. Não há motivos para ver coisas onde não existem. Somente os loucos e os esquizofrênicos fazem isso! E acho que você não é nenhuma das duas coisas. - Não sou mesmo! - Então... O que me diz? - Ela aceita! - Amber?! Você não pode tomar as decisões por mim. - E você não pode deixar de aceitar a oferta dela. - Como você mesma disse antes, nossa amizade é de infância e como a sua amiga eu acredito que deva comedir as suas ações daqui para frente. Não é qualquer pessoa que faz isso. - A Jessica foi nobre em ter tomado essa atitude de não nos delatar afinal neste exato momento éramos para estar atrás das grades e você sabe disso. Alice: - Eu nunca disse nada antes, mas Jane o Elliot não merece tudo isso, não a ponto de colocar a nossa liberdade em risco. Layla: - É... Não dá para viver um romance atrás das grades. Samantha: - E então o que vai responder Jane? Amber: - Pense nos seus pais, eles dão duro todo dia e se preocupam muito com você Jane... Não é justo eles te verem na cadeia provavelmente isso acabaria com eles. Jane olhou para o chão de maneira pensativa e se viu sem saída e Jessica aproximando-se dela estendeu o braço e disse: - Não precisamos ser amigas, mas que tal um acordo de paz? Jane olhou a para a mão da Jessica estendida em sua direção e depois para o rosto dela que sorria gentilmente e apertando a mão dela disse: - Está feito! As meninas todas sorriram e Amber abraçou sua amiga Jane que estava sem graça e o professor abrindo a porta da sala disse: - Estou interrompendo alguma coisa meninas? - Não! Disse a Layla. - Ok! Então vamos começar com a aula. Os alunos pouco a pouco foram entrando e se ajeitando em suas carteiras e Jessica estava feliz por tudo ter acabado de certa forma bem. E assim abrindo o seu caderno e o seu livro de matemática começou a anotar a data. Jane encarou Jessica da sua mesa e pensou: ´´Acho que a subestimei no final das contas! `` No intervalo...
Jane e suas amigas sumiram da sala antes mesmo do sinal parar de tocar, provavelmente envergonhadas com o comportamento e a atitude que tiveram com a Jessica durante há primeira semana. Jessica nem as notou sair, pois estava arrumando as suas coisas na mochila até logo terminar e caminhar rumo ao refeitório onde entrou na fila e se serviu. Anne encontrou Jessica e ambas se sentaram novamente com o Elliot e os seus dois amigos Mick e Leon. Ren também se sentou com eles e havia trago o seu próprio lanche naquele dia, pois estava sentindo mal do estômago, por isso preferiu algo que fosse de casa e mais leve. Jessica vê Simon entrar na cantina e o encarou até antes do Elliot notar e dizer: - O que foi Jessica? - Não é nada! Disse ela se virando novamente para comer. - Ela sempre o encara! Disse Anne bebendo o suco. - Você gosta de tipos como ele Jessica? Falou Ren esboçando um sorrisinho irônico. Jessica somente continua comendo ignorando o comentário do colega asiático, mas os amigos de Elliot se entre olham vendo a figura negra passar. Elliot diz: - Esse cara é estranho! Anne diz: - Estranho?! Pior foi à vez em que ele foi surpreendido por algumas garotas que mandavam cartas anônimas para ele constantemente e então... Ele apenas parou frente a elas e disse: - Peço a vocês que parem de me importunar com essas cartas, não estou interessado e isso é ridículo. Elliot diz: - Agora que falou nisso realmente ele não é estranho, talvez só se ache melhor do que os outros. - Uma vez ele entrou na minha sala de uma só vez sem nem ao menos olhar para os lados ou cumprimentar alguém. Disse Anne. Mick diz: - Ele é um babaca! Leon riu em concordância com Mick e Jessica meio irritada disse: - Não acho que deveriam dizer coisas assim dele com toda certeza deve ter os seus motivos, ninguém é assim porque quer. Todos da mesa ficaram em silencio por alguns segundos e Jessica diz: - Ah! Anne aproveitando que você está aqui eu queria saber o que você publicou no jornal eletrônico. - Claro, mas por quê? - Nada só fiquei meio curiosa. Ren brincando diz: - E também nervosa né?!
- Deixe a Jessica em paz! Ela deve ter os seus motivos! Disse Leon cutucando Mick. Jessica olha para eles sorrindo meio de lado e Elliot diz: - Ah! Isso me fez lembrar a surpresa que eu estou te devendo! - Hum... O que será? Disse Anne colocando a mão no queixo. - E, deixa de ser curiosa! Disse Elliot. - Se eu não fosse curiosa não teria essência para ser repórter. - Xeque mate! Disse Ren ainda comendo a sua comida. - Que seja! Olhe Jessica, eu imagino que você goste de rock até por causa do seu estilo de se vestir e também de onde você veio, estou certo? - Sim gosto muito! - Então... Eu sei que em Seattle nasceram alguns famosos no rock inclusive Nirvana E... Minha tia mora lá há alguns anos e veio me visitar na semana passada, mas como ela não sabia meu tamanho então... Ela me trouxe uma camiseta que não serviu em mim, pois é meio... Pequena. Disse Elliot constrangido tirando a camiseta tamanho M que estava embalada em um saquinho de presente. - Eu não posso aceitar, quer dizer é um presente e... - Não é serio, eu nunca vou usar isso porque não me serve e também... Eu ficaria chateado se não aceitasse. Jessica pega a camisa preta estampada com o símbolo do nirvana e diz: - Bem... Já que não tem outra solução então eu vou aceitar sim. - Nossa... muito obrigada! - Espero que não se sinta ofendida! - Não claro que não! Valeu mesmo! Parece até que o colégio todo olhou para a mesa quando Elliot entregou a camiseta para Jessica, porém mais comedidos logo foram voltando disfarçadamente ao que estavam fazendo. Jessica pensou consigo mesma: ´´ Espero que Jane e nenhuma de suas amigas estejam por perto, mesmo com um tratado de paz... Eu não quero correr o risco! `` ´´Afinal independentemente do acordo Jane ainda gosta muito do Elliot e isso a machucaria... Com toda certeza! `` Anne diz: - Bem vou voltar ao jornal! Você vem Jessica?! - Vou sim quero ver o artigo que você publicou. - Eu vou nessa também galera tenho umas falas para estudar. Disse Ren saindo da mesa e dizendo: - Agente se fala depois! Mick diz: - E nós temos de ir para o treinamento rapazes! - Temos de sobreviver hoje! Disse Leon. - Que exagero! Disse Elliot sorrindo e pegando suas coisas. - Então até mais gente e... Obrigada mais uma vez pela camiseta Elliot!
- Tá tranquilo faça bom proveito! Cada um seguiu o seu caminho e Anne acompanhada pela Jessica, foram até a próxima sala provisória que desta vez estava no térreo. - Olá pessoal! Disse Anne jogando alguns doces para os seus amigos Henry, Jasmim e Emily. - Jessica você voltou! Disse Henry. - Que empolgação. Resmungou Emily. - Ele só esta sendo receptível. Disse Jasmim cutucado Emily com uma pilha de jornais nas mãos. - Olá pessoal! Anne diz: - Meu notebook está sobre aquela mesa ali! Mas confesso que ainda estou intrigada com o seu interesse! Aquele papo sobre estar curiosa não me convenceu muito. - Desculpa, mas não queria dizer em publico que... Que... Nada deixa. ... Relatar que eu estava sendo encarada pelos corredores seria ridículo com toda certeza achariam que eu estava ficando neurótica. - O que foi Jessica?! Perguntou Anne se apoiando na mesa. - Nada é serio! Jasmim interrompendo o silêncio entre as duas diz: - E então Jessica vai nos ajudar aqui no clube? Anne comentou que provavelmente você aceitaria. Jessica olhou para o lado e meio aflita lembrou-se que havia esquecido sobre aquilo completamente e Anne disse: - Não se preocupe! Com tanta coisa acontecendo não me admiraria ter esquecido. - Nossa realmente me desculpa! - Não tem problema, mas me diga... Você vai querer?! - Há muita urgência?! Jasmim diz: - Bem tem uma garota da minha sala que está louca para entrar caso você não aceite. - Realmente... Desculpe-me eu não sabia, então sendo o caso eu prefiro que ela fique. Eu sinceramente não tenho muito interesse sabe... Agradeço ao convite Anne. - Tá tudo bem, desde que tenha alguém para ajudar eu não me importo! - Então vou avisá-la no próximo horário que ela pode vir afinal temos aula juntas... Com certeza ela ficará bastante empolgada. Jessica sorri e começa a sua leitura enquanto Anne começa a coordenar os assuntos que publicaria no jornal mais tarde. Nada Jessica vê de demais no artigo a não ser o que ela mesma disse. ...
Naquela mesma hora acreditei no boato das superstições e mitos que estariam rodeando os colegas e as conversas nos corredores sobre aquele assunto relacionados a mim, por isso a culpa desta vez não era da Anne com uma dose de exagero nos relatos que com toda certeza ela me parecia ser do tipo que escrevia. ... Jessica olhou para o lado enquanto pensava nisto e viu Simon passar pelo corredor. Com o coração disparado ela ficou e disse: - Anne! Vou sair agora, mas te agradeço pela sua atenção... Ficou muito bom o artigo parabéns! - Parabéns a todos vocês também! - Valeu! Respondeu Emily enquanto Anne disse: - Aonde vai com esta pressa?! - Lembrei-me de algo pra fazer. Disse Jessica saindo da sala e dizendo: - Até mais! Henry diz: - O que deu nela? Todos se entre olharam e Anne disse: - Vai saber né?! Todos eles voltaram a trabalhar enquanto Jessica com passos apressados pelo corredor seguiu Simon que rapidamente acabara de virar à esquerda.
Capitulo 11
Noite
Jessica virou à esquerda e não viu mais Simon, que subitamente havia sumido no meio do corredor quase vazio. Ela olhou para trás e para frente pensando consigo mesma: ´´ Eu juro que o vi virar aqui!`` Ela então continuou andando até ver a ultima porta a sua direita e avistando Simon de frente para a janela pensou mais uma vez. ´´ Ele me parece alterado!`` Jessica sabia que ele veria o reflexo dela na janela, porém quando ele se afastou para o fundo da sala e virou-se de costas para a janela, ela entrou e se escondendo escutou o seguinte diálogo: - Esta noite? - Onde e quando? - Tudo bem estarei na biblioteca publica por volta das oito da noite. E desligando o telefone ele saiu da sala e Jessica pensou: ´´ Um encontro?`` ´´Ele tem namorada? `` Jessica disse para si mesma: - Porque estou preocupada com isso? Não é da minha conta! Ela saiu da sala de aula e o viu seguir adiante no corredor e assim batendo o sinal para as ultimas aulas do dia apressou o passo seguindo para assisti-las. ... As aulas da tarde rapidamente passaram e graças a Deus eu poderia chegar mais cedo em casa. Quando sai da sala, guardei alguns materiais no meu armário e cruzei com os meus colegas. Despedi-me de cada um deles e fui indo embora, quando sai porta a fora para a minha desagradável surpresa minha avó estava lá parada com o carro e encostada nele, disse: - Carona? Fiquei envergonhada com aquilo e aproximando-se dela, disse em voz baixa: - O que faz aqui?
- Não quero ver você se arriscando... Como ser sequestrada novamente ou algo assim! - Desse jeito você me mata de vergonha então, por favor, vamos logo. - Espere Jessica antes de irmos... Na verdade eu gostaria que você me apresentasse o tal colega que te salvou semana passada. - Sabia que tinha coisa nessa historia para somente ter vindo me buscar. - Na verdade ele não... Inevitavelmente olhei para ele o vendo descer os poucos degraus da porta de saída e pensei: ´´ Ele não falou comigo mais cedo provavelmente agora muito menos! `` ´´ Mas, quero me livrar da minha avó vir me buscar e me encher o saco todo santo dia, por isso terei de arriscar o chamando agora mesmo! `` ´´ Deus me ajude!`` Jessica juntou coragem antes que ele se afastasse mais e gritando disse: - Simon! Ele olhou para trás, parou por alguns segundos e logo veio em minha direção. Alguns alunos se atreveram a olhá-lo principalmente as meninas e parando a dois metros de distancia de mim ele disse: - Pois não?! - Si... Simon esta é a minha avó, ela queria conhecer a pessoa que me salvou do sequestro na semana passada. - Dona Margareth este é Simon! - Prazer em conhecê-la! Disse Simon se aproximando dela para apertar a sua mão. Dona Margareth estava com uma expressão séria como se não aprovasse o rapaz que estava ali parado de mão estendida a esperando cumprimentá-lo. Provavelmente para se livrar rapidamente daquele momento constrangedor. Dona Margareth não conseguiu esboçar um sorriso mais amigável e estendendo a mão com certo repudio não chegou apertar a mão dele calorosamente a não ser somente envolvendo de leve aquela mão branca e fria. Simon a fitou bem com os olhos e antes que os dois travassem uma batalha silenciosa por troca de olhares entre eles, Jessica percebeu o ambiente hostil que se formou e disse: - Pronto! Agora já sabendo quem ele é podemos ir?! Dona Margareth me ignorou por completo quando disse: - Fico feliz e muito grata de saber que minha neta pôde contar com você para ajudá-la, meus parabéns! - Foi apenas sorte eu estar por perto naquela hora. - Não seja modesto você mereceu os créditos acho que isso lhe torna o herói. Simon sorriu de lado e disse: - Fico lisonjeado com tal elogio senhora Margareth! E... Bem não quero mais incomodá-las por isso se me der licença tenho de ir agora mesmo. Passar bem! Antes de ir dona Margareth diz:
- Fique a vontade! ... Simon olhou de lado para Jessica e saiu dali. Ambos neta e avó entraram no carro para irem embora e a curta viagem até o prédio foi tristemente silenciosa. Quando chegaram ao apartamento Jessica jogou a mochila no sofá e foi até a cozinha pegar um copo de água. ... Respirei fundo para não gritar. A minha vontade era de chorar, pois a vergonha que sentia pela minha avó ter tratado o garoto que salvou a minha vida foi estranhamente hostil e ridícula. Não sei se teria coragem de encará-lo novamente e não sei por que dona Margareth o odiou logo de cara. Seriam suas roupas negras? O estilo do cabelo? O modo como se porta? Mesmo assim ela não tinha o direito e eu no fundo sabia que não havia como confrontá-la, porque mesmo que houvesse algo por trás disso tudo ela nunca me diria como fez a vida inteira em relação a minha vida ou aos meus pais. - Jessica o que vai querer para o jantar? Disse dona Margareth entrando na cozinha e abrindo a geladeira. - Não sei... Talvez veneno! - Mas o que é isso? - O que é o que? Eu é que te pergunto dona Margareth! - O que isso... Porque tratou o garoto que me salvou daquela maneira? - Você não vê?! Ele é ruim... Não é boa gente Jessica! Percebe-se isso só de olhar para ele. A maneira como se veste ou como nos olha... Jessica disse: - Você se superou nessa por que... Se alguém que me salva é ruim eu já não sei mais o que é ser bom. - Jessica existe coisas que são obvias e que não é necessário dizê-las! - O que quer dizer com isso? - Olha... Não quero que ande com aquele garoto, nem sequer ouse chegar perto dele novamente está me entendendo? - Por quê? Vai me trancar no quarto ou se mudar de novo? - De novo com isso... Você não tem o direito de dizer essas coisas a mim Jessica! - Você me deve mais respeito! - Será que não percebe? Olhe só estamos discutindo agora e tudo isso por conta dele! - Pelo amor de Deus! Agora vai dizer que a culpa é dele? Simon nem sequer está aqui! - Você me ouviu Jessica e espero que me obedeça! Não se aproxime dele novamente porque com toda certeza já deve ter percebido que provavelmente ele não tem amigos e sempre está sozinho! Justamente por não ser confiável! Jessica olhou para baixo e Margareth disse: - Estou errada?
Jessica soprou e colocou o copo sobre a pia encarando dona Margareth. Ela pegou a mochila e a jogando no chão do quarto foi ao banheiro para tomar banho. ... Lavei meus cabelos e após o banho sai do banheiro. Não queria ficar trancada no quarto me sentindo só sem ter ao menos com quem compartilhar a minha raiva... Já estava cansada dos mistérios da minha avó e aquela confusão entre nós na cozinha foi ridícula. Todos aquelas respostas dela escondiam algo por trás afinal ela nunca foi de reparar como meus colegas se vestiam ou como se portavam. ... Jessica se trocou, pegou seu dinheiro e saiu do quarto. Dona Margareth viu Jessica pegando a chave em cima da mesa e disse: - Aonde vai agora à tarde? - Não vou jantar em casa, quero sair um pouco. - Não volte muito tarde! - Já sei disso! - Jessica, por favor... Espera! Jessica parou e olhando para trás disse: - O que foi? - Não tive a chance de te entregar antes mais aqui está o seu novo celular, acho que vai precisar caso eu deseje te ligar. Jessica com educação pegou a caixa das mãos de sua avó e a abriu. ... O celular era um modelo Samsung Galaxy S3 branco, ele é touch e sua tela é bastante generosa, realmente um lindo aparelho. - Isto é para mim? – É... maravilhoso. - Perguntei ao vendedor sobre esses celulares da moda e ele me apresentou vários, mas achei que você iria gostar mais deste. - Obrigada! - Que bom que gostou! Porém ainda me parece chateada não é que eu esteja te comprando com presentes pela confusão de agora pouco, mas é que realmente não me lembrei de entregá-lo a você mais cedo. - Tá tudo bem eu sei que você não é esse tipo de pessoa dona Margareth. Disse Jessica saindo do apartamento com Margareth fechando a porta. ... Dona Margareth viu que Jessica ficou sem palavras e estava encantada com o presente, mas notavelmente ainda estava chateada. ... Fui em direção a escola e ali por perto comi alguma coisa, pois estava próximo das seis da tarde.
Depois passei na livraria Joe Fortes para ler alguma coisa, mas quando sai de lá não havia comprado nada, mas o tempo havia passado e já estava próximo das sete. Não sabia o que fazer e sentei-me em um dos bancos de madeira em baixo de uma arvore em frente ao meu colégio e por lá comecei a mexer no meu novo celular. Fiquei alguns minutos entretida com o meu novo aparelho até ficar entediada. Resolvi descer a rua Denman e visitei um pequeno shopping que havia por ali com o mesmo nome da rua e com muitas lojas inclusive cinema. Olhando o que estava em cartaz me lembrei da conversa de Simon na sala de aula mais cedo e não resistindo peguei um taxi e fui até a biblioteca publica de Vancouver. Eu sabia que não era da minha conta e sinceramente nem sabia por que estava fazendo aquilo, mas o mistério que o rondava me fazia querer investigálo. Pois toda vez que eu o via me lembrava da cena embaçada na piscina do hotel e algo me atraia em relação a ele apesar de todas as historias e o fato da minha avó Margareth não gostar dele, eu sentia que deveria continuar. ... O taxi logo parou na esquina da rua Homer em frente à aquele enorme lugar de arquitetura moderna e bela mais ou menos de cor leite com chocolate. Pagando o motorista, Jessica desceu do carro olhou em volta para ver se encontrava Simon ou quem sabe a sua moto, porém não os vendo resolveu atravessar a rua e entrar ali. A frente havia um grande pátio e cada vez que se aproximava da porta havia do lado esquerdo vasos com plantas estilo buxinho para separar as mesas com cadeiras e sobrinhas da passarela movimentada de pessoas, o nome daquele lugar era VPL. ... Entrei no enorme prédio e ainda estava bastante movimentado, porém corrido com as horas avançadas da noite se aproximando lembrava os cidadãos que o assassino logo estaria à solta nas ruas. Mesmo assim aquilo não me intimidava pelo menos não tanto quanto antes de ser atacada. Não sabia por onde ir, haviam sete andares para subir através de escadas rolantes e em todos eles mesas de estudos ou munidas com computadores, lugares reservados para Xerox e também para fazer ligações. O lugar era muito bem iluminado, equipado, organizado e principalmente limpo. Resolvi então sentar e esperar em uma das cadeiras almofadadas de lá com toda certeza alguma hora Simon haveria de passar por ali. ... Jessica estava certa após cinco minutos de espera Simon apareceu subindo diretamente para o primeiro andar e ela olhando para o celular disse: - Nossa só um minuto de atraso!
Jessica mantinha distancia enquanto seguia o rapaz que pareceu não percebêla ali. ... Subimos mais dois andares e agora estávamos no terceiro. Simon foi até uma daquelas estantes, pegou um livro e sentou para ler, sua feição era de alguém bastante concentrado no que lia. Por um instante pensei: ´´ Queria saber o que ele está lendo!`` Não adiantava por mais que eu quisesse odiá-lo ou manter distancia a sua feição e graça eram belos demais, apesar de parecer ser jovem ele se portava como alguém maduro e mais velho lendo aquele livro. Naquele mesmo momento percebi a chegada de mais alguém. Não se tratava de uma mulher como eu havia pensado, mas sim de um homem aparentemente de uns vinte cinco ou vinte seis, a sua pele era branca como a de Simon e as suas roupas também eram negras porem carregadas em luxo e requinte ao contrario de Simon que era mais do tipo descolado. Ambos seguiram para o sétimo andar através do elevador e vendo isto corri pelas escadas de emergência até chegar ali. ... Jessica abriu e fechou a porta com cuidado porem não havia uma alma viva ali e o lugar era um pouco diferente dos outros andares parecia ser mais reservado e aparentemente menor, pois toda a sua entrada era isolada com vidros e portas transparentes e acima dizia coleções especiais. ... Assim que ambos viraram rumo à direita esperei alguns minutos e me agachando os vi sentados frente ao outro bem ao fundo na ultima mesa de estudos e falavam sobre alguma coisa. Tentei me aproximar de vagarosamente para escutar a conversa ao qual Simon diz: - Quero tentar um acordo senhor Sallas. - Você pode tentar... Diga-me como tem passado na escola? - Não vim aqui para falar sobre a minha vida e sim resolvermos a tal situação de vez então, por favor, não desvie o assunto. - Hora que hostilidade meu caro amigo! Saiba que a educação faz parte dos bons negócios e cabe em todo lugar afinal... Você está lidando com um dos membros do conselho. - Aprecio a dica, mas ambos eu e você sabemos que não há tido muita educação por parte de vocês. A cidade toda esta em pavorosa e não é pra menos. E sabemos que isso coloca a nossa identidade em risco. Jessica ficou surpresa e colocou a mão na boca, pois não acreditou no que estava ouvindo. - Sei que está temeroso, mas cabe a nós nos preocuparmos com a identidade, Simon. - E também preservar a nossa! Retrucou Simon com certa rispidez.
Sallas sorriu de lado e disse: - Sabe... Senhor Simon não queremos iniciar uma guerra desnecessária arriscando a vida dos inocentes... - E não é o nosso intuito! – disse Simon o interrompendo enquanto continuou a conversa dizendo: - O senhor como um membro do conselho sabe que algo deste nível é extremamente perigoso e desnecessário, por isso o que quero propor é algo que lhe interessa muito. - Hum... Isso muito me agrada! Diga garoto! - Lhes entregarei a coroa de Exousía caso sumam da cidade e não arrisquem mais a vida dos inocentes e as nossas identidades. (εξουσία: Exousía palavra grega ao qual significa poder) ´´ Conselho?`` ´´ Identidade secreta?`` ´´ Quem ele é e porque tem algo assim?`` Pensou Jessica. ... O celular dela começou a tocar e ambos Simon e Sallas levantaram-se da mesa e vendo apenas a figura de um pé que sumia por detrás da maquina de Xerox puseram-se a correr. Sallas viu a porta da saída de emergência se fechando enquanto Jessica desesperada descia as escadas rumo ao próximo andar para se esconder. Ela esbarrou em algumas poucas pessoas que circulavam pelo sexto andar e entrou no banheiro feminino. ... Eu estava ofegante e com muita raiva. A culpa era da minha avó que além de atrapalhar a investigação ainda quase me matou caso aqueles dois me pegassem. Eu não sabia quem eram, mas só tinha a plena certeza de que deste mundo humano e tedioso não pertenciam. - O que eu faço? Como vou sair daqui? - Já sei! Jessica colocou os fones de ouvido e enfiou o celular no bolso e assim como se não devesse nada, saiu tranquilamente do banheiro. Viu Simon e Sallas no andar de baixo deu meia volta e pegou o elevador para descer até o térreo. ... Quando chegou ao térreo, Jessica ainda olhou para trás e não os viu e continuou caminhando de forma apressada até ver um táxi e chamar por ele. O táxi parou e ela entrando desesperada disse ao motorista: - Rua Haro numero mil novecentos e quarenta e três por favor, rápido. Jessica ligou para a sua avó que atendeu e disse: - Jessica onde você está? - Eu estava na biblioteca publica de Vancouver estou a caminho de casa! - Você demorou demais para atender ao telefone! - Me desculpe, mas você sabe como funciona uma biblioteca!
- Tudo bem, mas eu acho que você não vai conseguir chegar cedo em casa! - Porque? - O noticiário está dizendo que houve um novo ataque aí próximo do centro! - Não se preocupe, logo estarei ai! - Eu vou te buscar! - Não! Não precisa, eu estou dentro do taxi agora e como eu já disse, logo estarei em casa, se você vier também vai ficar presa no engarrafamento e não vai adiantar nada. - Então até mais tarde! - Jessica... Jessica desligou o telefone antes que a sua avó dissesse mais alguma coisa e o carro andando livremente por alguns metros acabou entrando no engarrafamento assim como dona Margareth havia dito. - Por favor, o senhor acha que isso aqui vai demorar? - Pelo meu ver sim e também acho que... Logo um grande barulho seguido de um grande amassado no teto do carro apavorou Jessica e o motorista que tirou a cabeça para fora e começou a gritar dizendo: - Tá maluco cara? Qual é a sua? O homem aos berros foi puxado para fora do carro pela criatura que estava em cima do teto e Jessica saindo dali correu o mais rápido que podia sem olhar para trás. ... Pessoas buzinavam e gritavam no meio daquele enorme engarrafamento, e outras na calçada eram empurradas por mim que correndo em meio ao desespero não queria nem saber, ou melhor, nem sequer tinha noção realmente do que eu estava fazendo ou como estava a minha expressão àquela hora. Quando já estava cansada de correr pela calçada da avenida, entrei em uma rua ao lado da catedral igreja de cristo na rua West Geórgia cujo a placa indicava acesso proibido, eu pensei que ali provavelmente eu estaria segura por isso segui adiante. ... Jessica estava ofegante e enquanto descia o beco sentiu algo atrás dela e quando olhou para trás não viu nada e apertando o passo chegou à esquina do beco e iria virar ali saindo em uma pequena praça de frente para rua Burrard. Porém alguém a interceptou antes que o fizesse.
Capitulo 12
O Predador
- Aonde vai com tanta pressa, gracinha? Disse a voz provocante. Jessica se afastando para trás acabou tropeçando e caindo e o rapaz frente a ela puxou o ar profundamente e disse: - Você cheira deliciosamente bem! ... Ele era extremamente branco e possuía os cabelos laranja fogo em corte moicano moderno, suas roupas negras e carregadas brilhavam a luz da lua. -Para trás. Disse Jessica assustada. Ele riu e disse: - Vai fazer o que? Me acertar com o seu sapato? Jessica olhou para o lado e quando a criatura lhe mostrou as presas ela o acertou com um pedaço de barra de ferro caída por ali perto e continuou a correr. - Ok, quer brincar de esconde, esconde? Então... Vamos brincar! - O que eu faço? Disse Jessica em pânico enquanto corria em direção ao outro lado da avenida descendo a rua Melville. Suas pernas já estavam duras, pois ela não era acostumada a correr tanto e achando um lugar aberto entrou no estacionamento publico para se esconder. ... Talvez ali fosse a minha morte e o pior de tudo era saber que o predador possuía aparência humana e duas presas, o que sem duvida o transformava em um vampiro. Porém a forma como aquelas pessoas eram mortas não poderiam ser obra deles, mas sim de outra criatura. E também eu sabia que não era hora para distinguir um ser de outro, mas sim como eu iria sobreviver aquilo. Escondi-me atrás de um grande carro e vi os passos do predador se aproximar. Fechei os meus olhos e desejei o mais fundo que pude para que ele não me encontrasse. As lagrimas encheram os meus olhos e respirei fundo. - Ah! Como é inútil se esconder garota!
- Estou faminto e hoje eu sou a criança atrás do carrinho de algodão doce disse ele rindo enquanto continuava a sua frase: - Pois é isso o que você me parece ser com todo esse aroma maravilhoso! Jessica balançou a cabeça e ele continuou a dizer: - Escuto os seus batimentos daqui! Ele logo apareceu atrás do carro e Jessica já não estava mais ali. - Onde você está? Pare de se esconder e se renda de uma vez... Algodão doce! - Lembre-se vou te libertar de um sofrimento maior caso o Senhor Sallas te encontre, afinal se você for boazinha prometo que não sentirá muito dor. ´´ Sallas? Então esse cara é... Um subordinado dele?`` - Te encontrei! Disse o predador parado atrás da Jessica sussurrando em seu ouvido esquerdo. Ela tentou correr, mas o predador segurou o seu braço e a jogando no chão ficou sobre ela segurando o seu pescoço. - Eu era como você sabia? Mas então eu me tornei forte. - Pena que não precisamos mais de pessoas no bando, você se sairia muito bem. Afinal para uma humana você é muito astuta e rápida. - O que quer de mim? Mate-me logo de uma vez como havia dito antes. - Hora! Tentando ser dura a beira da morte? - Merece ter as ultimas palavras antes de partir desta para melhor! - Eu acho que não! Disse uma sombra que estrangulou a criatura que ainda a pouco sufocava Jessica e depois teve seu peito perfurado por alguma lâmina. Jessica colocou a mão sobre o pescoço e se levantou enquanto tossiu um pouco. ... Simon estendeu o seu braço e sem jeito disse: - Você dá muito trabalho! Vamos logo embora daqui! Fiquei sem palavras e muito feliz por ele estar lá. Me levantando com a ajuda dele montamos em sua moto e saímos dali ainda no momento em que eu via o corpo se transformar em cinzas por si só. Corremos a cidade antes de chegarmos à rua da minha casa para ter a plena certeza de que estaríamos sendo seguidos ou não, mas não vendo nada Simon ficou mais seguro e parando na porta do meu prédio disse: - Simon eu... - Não precisa dizer nada eu já sei do que você é capaz! - Não! Realmente eu lhe devo desculpas porque eu não tinha o direito de me intrometer na sua vida e te atrapalhar tendo que salvar a minha. Por favor, me perdoe! Ele me olhou novamente como se me condenasse e me fez sentir a pior pessoa do mundo até que disse: - Agora que já viu demais e sabe demais não sei se posso assegurar que tenha uma vida ! - Porque tá dizendo isso?
- Não é seguro ficar aqui fora, entre de uma vez! - Eu quero saber! - Depois conversaremos, agora vá! Jessica ainda permaneceu parada e ele meio irritado disse: - Anda Jessica vá! Jessica olhou para ele sem entender e entrou para dentro do apartamento Simon arrancando com a sua moto foi na direção contraria a sua casa. ´´ Com aquele tom de voz provavelmente deve ter sentido algo! `` Pensou Jessica ainda atordoada com tudo o que viu. ... Peguei a chave e abri a porta do meu apartamento, minha avó estava sentada no sofá de costas para mim assistindo a TV. Olhei no relógio e marcavam nove e quarenta e oito da noite, eu queria muito contar a ela o que havia acontecido, mas não queria arriscar a vida dela apesar da minha já estar pelo fio com tudo que havia visto e feito. Eu sou uma idiota com toda certeza e ainda mais por bisbilhotar o que não era do meu interesse. - Dona Margareth?! Jessica se aproximou do sofá e sua avó nem havia se mexido, porém antes de olhar novamente disse: - Dona... Nem terminei de dizer Margareth quando encostei a minha mão no ombro da minha avó e ela terminou de cair desmaiada e coberta de sangue no braço do sofá. ... Jessica gritou com desespero e pegou seu celular ligando para a ambulância que pegando o endereço se dirigiu para o local. ... Foram apenas um minuto e meio no celular antes de desligá-lo, olhei em minha volta parecia estar anestesiada, presa a um pesadelo que não podia acordar. Eu chorava comedidamente enquanto tentava parar, mas o susto se encarregou disto por mim, pois olhei para o meu quarto e vi uma sombra projetada ali. Covardemente deixei a minha avó deitada no sofá e destranquei a porta do meu apartamento e desci correndo as escadas rumo à calçada, porém a ambulância estava estacionando. ... Os paramédicos subiram juntamente com Jessica e chegando ao apartamento prestaram os primeiros socorros, enquanto isso as pessoas se aglomeravam na calçada ao mesmo tempo em que a equipe de reportagem tentava capturar imagens e pegar informações. A policia veio ao local novamente e o investigador Michael e Danny estavam ali e ao ver expressão deles Jessica notou que não era nada boa.
Mas em meio à correria trancou a porta do apartamento e desceu para acompanhar a avó na ambulância. ... Os paramédicos corriam para socorrê-la enquanto eu olhava tudo passar em câmera lenta. Fechei os olhos e as lagrimas desceram enquanto pensei: ´´ A culpa é minha! Se eu estivesse lá... Se eu não tivesse discutido com ela provavelmente tudo estaria bem... E eu poderia continuar mergulhada em meu falso conto de fadas em relação ao Simon e os seus mistérios.`` Segurei em uma das mãos já fria da minha avó e pensei: ´´ Me perdoe!`` ... A ambulância logo chegou ao hospital e novamente Jessica se identificou com o familiar ambiente e o detestável cheiro. Sua avó foi encaminhada para os procedimentos médicos enquanto ela aguardou sentada no corredor esperando por noticias. Elliot, Anne e Ren chegaram ao local e se dirigiram onde a Jessica estava. ... - Meninos o que fazem aqui há esta hora? Anne: - Você e sua avó estão em todos os canais de noticia! Elliot: - Então combinamos de nos encontrarmos aqui! Ren: - Disseram que você e sua avó estariam no hospital St. Paul. Elliot: - O que realmente aconteceu Jessica nos conte, por favor! Neste momento os investigadores Danny e Michael chegaram juntos e Michael disse: - Desculpe meninos, mas isso vai ter de esperar! - Jessica, peço desculpas, mas por favor poderia nos acompanhar ? Olhei meio atordoada e envergonhada por estar naquela situação e Ren disse: - Vá com eles! Nós ficaremos aqui para receber as noticias sobre a sua avó! Jessica balançou a cabeça e se foi acompanhada pelos policiais como se fosse ao matadouro. ... Entraram os três em uma sala mais reservada cedida pelo hospital e sentandose Danny soprou e disse: - Já é a terceira vez neste mês que a interrogamos não é? Michael diz: - E nós lhe chamamos aqui para confirmar o que ouvimos de alguns moradores do seu prédio com relação a esta situação. Danny diz: - Poderia começar, por favor?
- Sim senhor! Disse Jessica olhando para eles. ... Enquanto isso do lado de fora da sala... Ren diz: - Isto está demorando demais! Anne diz: - Espero que não seja nada grave! Elliot diz: - Sejamos positivos, vai dar tudo certo! Pensem na Jessica ainda depois de tudo ter de ser interrogada pelos policiais. Ren diz: - Realmente ela foi amaldiçoada? Anne deu um tapa no braço do Ren e disse: - Não seja ridículo! É lógico que essas coisas não existem. Jessica só está passando por uma onda de azar. Elliot diz: - Muito azar em uma semana e dois dias para quem chegou recentemente a Vancouver! - O que quer dizer com isso? Perguntou Anne encarando Elliot. - Você suspeita dela? Disse Ren. - Não é que seja isso, mas os policiais devem achar a mesma coisa que eu. Disse Elliot olhando fixamente para a direção que Jessica foi com os policiais. ... - Eu juro Danny! Não sei o porquê dessas coisas, provavelmente deve ser... - Retaliação! Disse Michael olhando para Jessica seriamente. - Mas o que? Danny diz: - Jessica para alguém que chegou há nove dias em Vancouver está acontecendo muitas coisas conturbadas na sua vida não acha? Michael: - Primeiro sendo a vitima na semana que se passou. Depois o sequestro e agora a sua avó dentro do apartamento! - O que querem dizer com isso? Danny: - Jessica, ofereceremos proteção a você e a sua avó Margareth durante sete dias, para monitorarmos a situação. Michael: - Não é certo continuarmos deixar a vida de vocês ir do jeito que anda, sendo assim se nada for constatado iremos deixá-los no fim deste prazo de sete dias. Danny diz: - Não se preocupe Jessica, tudo ficará bem! ... Eu não estava angustiada por estar frente a eles, mas sim por acabar ficando sete dias vigiada.
... - Se não tem nada a dizer Jessica estamos de saída! Disse Mick. - Desejo melhoras a sua avó! E amanha estaremos aqui para começarmos o monitoramento. - É... Obrigada por estar nos ajudando, eu não tenho palavras para descrever isso! Michael diz: - Tudo bem, agora descanse! - A pericia estará amanha de manhã no apartamento para colher o material e pistas que nos ajude na investigação, por favor, pedimos a sua cooperação. - Claro eu... Posso lhes entregar a chave, não pretendo voltar para casa hoje e também... Quero ficar com a minha avó até que ela melhore. Danny diz: - Tudo bem nós agradecemos a ajuda! - Boa noite e passar bem! - Boa noite! Disse Jessica. Os policiais saíram da sala e Jessica caminhou até onde os seus colegas estavam. Anne já digitava no jornal eletrônico o que já sabia, Ren conversava com Elliot e quando viram a garota chegar foram até ela. - Jessica! E ai o que aconteceu? Disse Anne. Jessica respirou fundo e disse: - Antes de tudo... Como está a minha avó? - Não sabemos ainda não disseram nada! Disse Elliot. - Mas já se passaram... Jessica pegando o seu celular e olhando as horas continuou dizendo. – Quase uma hora e ainda não disseram nada? Anne diz: - É realmente já está bastante tarde, amanhã temos aula meninos. - Depois queremos saber o que se passa. Disse Ren! - Ren! Seja mais discreto! Disse Anne. - Não tá tudo bem, eu conto a vocês depois, obrigada pelo apoio gente! Sério mesmo. Não sei nem o que dizer a vocês! Elliot diz: - Não diga nada! Anne diz: Descanse Jessica você vai precisar! - Vou tentar! Ren diz: - Amanha voltaremos para ver como vocês duas estão! - Valeu mesmo! Os meninos se foram e Jessica impaciente sentou e esperou por noticias da avó. ...
Depois que os meninos saíram não demorou muito para que me chamassem no quarto da minha avó, para falar a verdade não mais que quinze minutos. Entrei ali com o coração na boca, ao mesmo tempo em que desejava saber como ela estava havia medo em mim para encará-la daquela maneira em cima de uma cama, ligada a alguns aparelhos e a bolsa de sangue. A doutora que cuidava dela me chamou no canto e disse: - Você teve sorte! A sua avó escapou do predador por pouco! Jessica lembrou-se da sombra que havia visto projetada na parede do seu quarto e disse: - Mas quanto tempo ela vai ficar aqui? - Ainda não sabemos dependerá da recuperação dela, mas acho que em três dias ela poderá voltar para casa. - Muito obrigada doutora... - Meu nome é Elize e não há de quê! - Ah! Desculpe-me o seu nome está no crachá e nem havia visto! - Tudo bem! A doutora olhando no relógio falou. – Vou atender outro paciente qualquer coisa nos chame, por favor! - Ok! ... Elize possuía os cabelos pretos e curtos, a pele clara e aparência de uma artista ao invés de uma doutora, com toda certeza o seu sorriso branco melhorava qualquer paciente. ... Sentei-me ao lado da cama enquanto via minha avó dormir e ali bastante cansada acabei pegando no sono enquanto mexia no celular. Francamente... eu agora apenas esperava pelo melhor do outro dia que ainda iria chegar.
Capitulo 13
Verdade oculta
Os raios de sol me despertaram e a primeira coisa que fiz foi olhar o rosto abatido e pálido da minha avó que ainda dormia. Logo me levantei e caminhei rumo à janela. Do lado de fora eu via a vida que seguia normalmente tentando ignorar a realidade fria e cruel que se passava a minha frente a qual eu não conseguia acreditar e muito menos encará-la de maneira mais precisa. A perícia devia estar no apartamento naquele horário e sinceramente não havia como me lavar ou fazer alguma coisa. Neste momento tive meus pensamentos interrompidos quando ouvi meu estômago roncar e naquela mesma hora a enfermeira entrou para conferir algumas coisas e ajeitar outras. As deixei no quarto enquanto desci para comer alguma coisa. Lanchei por ali mesmo no refeitório no mesmo momento em que o noticiário da TV mostrava o dia de ontem. ... Anne, Elliot e Ren chegaram mais cedo no colégio e se encontraram ainda na entrada, o diretor os vendo logo os levou até a sua sala e iniciou uma conversa entre eles de porta fechada. - Acompanhei as noticias de ontem, porém não pude acreditar no que vi, ao acaso possuem alguma noticia sobre a Jessica? Anne: - Quando vimos a noticia fomos ao hospital na mesma hora para saber como a Jessica e a sua avó estava, mas até o momento que saímos de lá ainda não haviam falado nada sobre o caso. Elliot diz: - Mas podemos adiantar que a Jessica foi interrogada pela policia e parece que segundo o jornal de hoje pela manha eles irão oferecer proteção a elas. Ren diz:
- Isto me parece mais uma investigação do que uma proteção. Todos nós sabemos que Jessica e a sua avó são agora as únicas testemunhas vivas do ataque. Diretor: - Provavelmente seja esta a intenção deles. - Pobre mulher! Exclamou o diretor com as mãos nos bolsos olhando para o chão. - O senhor ainda quer que vigiemos os repórteres que poderiam perturbar a Jessica novamente? Perguntou Anne. -Não será necessário! Com os policiais por perto eles não irão chegar tão próximo e dona Margareth não me pediu mais nada... Então agradeço a cooperação de vocês. - Já não tenho nada mais a dizer a não ser que ajudem Jessica no que for preciso, pois provavelmente vai ser difícil para ela vir no colégio por esses dias. Elliot: - Conte conosco por isso se me der licença vou me retirar tenho treinamento agora. - Por favor! Disse o diretor abrindo a porta deixando Elliot e Ren fossem à frente até interceptar Anne dizendo: - Anne, por favor, se Jessica não vier às aulas quero que a ajude com os deveres de hoje! - Sim senhor pode deixar comigo! - Obrigado! Anne sai dali direto para o jornal digitar as noticias que possuía em suas mãos e nos noticiários locais a respeito da Jessica, esclarecendo os maus entendidos e as duvidas. Ren e Elliot também começaram a ajudar a colega fazendo com que as fofocas e os comentários do corredor parassem em qualquer oportunidade que surgia. ... Entrei no quarto levando algumas flores para a minha avó e já eram por volta das nove e meia. Ela ainda estava deitada em sua cama e enquanto as colocava no vaso notei que Dona Margareth olhava fixamente rumo à janela. Fiquei animada por vê-la acordada e disse: - Dona Margareth trouxe flores! Mas ela nem se mexeu então a chamei novamente. - Dona Margareth?! Aproximei-me dela lentamente até que a toquei no ombro e ela subitamente começou a gritar e se debater na cama. Eu não sabia o que fazer então sai dali correndo pelo corredor desesperada atrás de ajuda esbarrando em algumas pessoas que faziam visitas por ali. Encontrei a enfermeira chefe que acompanhada de mais duas enfermeiras entraram no quarto e seguraram a minha avó enquanto a chefe aplicava o tranquilizante pela fina mangueira do soro. Minha avó lentamente foi parando de se debater e gritar até fechar os olhos. A enfermeira chefe se chamava Caroline e veio até mim dizendo:
- Ela vai ficar bem! Enquanto segurou uma das minhas mãos frias. – Ela ainda está em choque com o que aconteceu, por isso deixe-a descansar. - Tudo... Bem! - Vou me retirar qualquer coisa nos chame, por favor! Então apenas acenei com a minha cabeça enquanto ela saia do quarto. ... Após fecharem a porta Jessica encostou-se a parede, desceu até o chão e começou a chorar comedidamente enquanto se encolhia e apoiava a sua cabeça nos joelhos. ... Uma brisa me fez engolir o choro enquanto disse: - Você está horrível! Jessica limpou o rosto e viu que era Simon e se levantando do chão disse: - Você que é horrível em dizer essas coisas as pessoas! - Como sempre gentil! Disse Simon de forma indiferente. - O que faz aqui? Eu... Não o vi chegar! - Vim ver como a sua avó está! Jessica olhou para o lado e disse - Podemos conversar lá fora? - Claro! Não quero acordá-la! Fomos para o lado de fora do quarto e disse a ele: - Como sabia que estávamos aqui? - A mídia não fala em outra coisa! Coloquei a mão na testa não querendo acreditar no tumulto que enfrentaria e Simon disse: - Venha comigo! - Para onde?! - Vou te levar até em casa, você precisa tomar banho e juntar algumas coisas não é? Afinal acho que não teve tempo para isso ontem! ... Jessica ficou constrangida enquanto ele se virou e caminhou a sua frente, disfarçadamente ela cheirou a sua roupa e pensou: ´´ Não estou fedendo, estou?`` Jessica pegou a chave na portaria que o investigador Danny havia deixado de volta e se foi. ... Eu o encarava descaradamente enquanto estava de costas, por todos os ângulos ele era realmente belo, mas tive meu momento paraíso interrompido quando ele se virou e me puxando pela jaqueta de frio disse: - Vamos mais rápido ou vai ficar para trás! Entramos na saída de emergência e descemos algumas escadas até estarmos nos fundos do prédio. Ele montou em sua moto e estendeu o braço tentando entregar-me o capacete.
- Você sente prazer em me ver aflita me sentando nisto ai não é não?! Simon sorri e diz: - Não se faça de difícil! Você adora me abraçar quando está montada nela! - Eu não... - Não termine esta frase ou eu te deixo aqui mesmo! Eu vim para te ajudar e não para discutir! Jessica respirou fundo e pegando o capacete da mão dele disse: - Que seja! ... Jessica e Simon foram até a Haro Street cortando as ruas da cidade e os carros que atravessavam o caminho. Quando chegaram ao destino, o garoto estacionou a moto e ao subirem as escadas do prédio alguns vizinhos os encaravam, mas não tinham coragem de perguntar nada, provavelmente por medo ou receio de incomodarem. ... Abri a porta do apartamento e disse: - Entre, por favor! Simon: - Uau! Você parece ser a nova noticia do condomínio! - É pra variar... Jessica caminhou até o sofá e disse: - Não tem nenhuma sujeira ou gota de sangue aqui! Eles limparam... Tudo! - Parece que sim! - Nossa... Nem sei o que dizer. - Pense que terá menos trabalho! - Concordo com você! Mas... Agora vou tomar banho e juntar algumas coisas então... Fique a vontade... Eu prometo que não vou demorar! - Obrigado! Fui até o quarto pegar uma muda de roupa para me vestir e separei mais algumas coisas, quando fui ao quarto da minha avó fiz a mesma coisa até finalmente entrar no banho. ... Enquanto Jessica se banhava Simon caminhou até o quarto dela e olhou tudo, foi até a sacada e depois ao voltar para dentro viu a estante de livros organizados por prateleiras compostas somente por mangás, hora somente por livros de mitologia e assim sucessivamente. E pegando um livro começou a folheá-lo. ... Sai do banho já vestida e vendo Simon de costas folheando um dos meus livros resolvi então espiá-lo. Mas meu momento não durou nem sequer dois segundos, pois ele disse: - Não sabia que se interessava por essas coisas! Pensei comigo mesma antes de respondê-lo: ´´ Como ele sabia que eu estava aqui?´``
- Na verdade sempre gostei, desde pequena! Alguns longos segundos de silencio se formaram entre nós. E enquanto ele folheava o livro fiquei parada o observando e juntando coragem para perguntar algo que me incomodava há dias. Apertei meus lábios e disse: - Simon! Preciso lhe dizer uma coisa. Ele olhou para mim e continuou a folhear o livro como se não desse importância então insisti dizendo: - Por favor, isso... Isso é muito importante para mim então... Não me negue! Ele suspirou e disse: - Você já me implorou assim antes no restaurante lembra? Mas enfim... O que quer me dizer?! - Aquele dia... Na biblioteca eu... Não... Quer dizer não fiz por mal, eu juro! - Não me importa já passou! - Mas eu preciso realmente preciso lhe dizer que... Aquelas imagens ainda me perturbam. Digo... principalmente em relação à maneira como matou aquele cara. - Você apareceu do nada e logo o estrangulou e o enfiou uma adaga no coração tão facilmente e bem... Eu nunca havia visto o corpo de alguém se transformar em cinzas do nada. Você fez aquilo sem expressar nenhuma emoção era como... Se já estivesse acostumado. - Aonde quer chegar Jessica? - Quero que me diga a verdade! - Que verdade?! O que quer ouvir de mim? Jessica balançou a cabeça como se não entendesse o tom de voz ameaçador do Simon e disse: - Eu não sei quem você é e nem porque me ajudou e ainda me ajuda, mas, nunca esqueci a maneira como me olhou desde a primeira vez que nos vimos. - Eu sempre soube... Que você não era comum mesmo que tentasse me enganar. - E no que quer acreditar Jessica? Em realidade ou em contos? Disse Simon com o livro nas mãos. - Qual é o seu problema Simon?! - O meu problema é você! Sempre se metendo aonde não é chamada, sempre se arriscando para ir atrás de coisas que você acredita ser a chave para a libertação da sua monótona vida, estou errado?! - Eu nunca te pedi nada Simon, você fez tudo isso por sua própria conta e risco, a minha monótona vida ao qual você salvou não tem nada haver com o fato de agora saber quem você e o Sallas são! - Se isso não te assusta... Diga! - O que eu e Sallas somos? Jessica ficou em silencio durante alguns segundos e disse: - Diante o que ouvi na biblioteca, o que vi na sua casa, como se vestem, como se portam... Eu não tive mais duvidas depois de ler e pesquisar muito sobre isso. - Então diga! Eu quero ouvir. Disse ele como se a desafiasse.
Mais alguns segundos de silencio antes de dizer as seguintes palavras: - Sallas e seus subordinados são... Stalkers! Criaturas selvagens e assassinas, sem escrúpulos e para falar a verdade são muito cruéis. - E eu? O que eu e meus amigos somos? Disse Simon rodeando a Jessica e no momento em que ela ia responder ele parou frente a ela que disse: - Shinigami! Simon tirou o sorriso irônico do rosto e disse: - Você sabe o que significa esta palavra Jessica? Jessica ficou calada enquanto Simon continuou a dizer: - Ela possui origem oriental, mas só serve para mascarar o que a dura e fria palavra morte significa no vocabulário humano. Bastante irritado ele terminou dizendo: - Não se aproxime de mim novamente! – Já que já sabe da verdade então não confie, aliás, nunca confie! E sumindo em um piscar de olhos, aquele vento derrubou algumas folhas sobre a escrivaninha e balançou as luminárias. Jessica ficou parada em seu quarto aflita e nervosa apenas se olhando no espelho de maneira assustada. ... Ele não me negou, na verdade nem sei como não fez nada contra mim, pois a maneira como reagiu foi perigosa para uma simples humana como eu. Eu não podia continuar mais sozinha ali o ambiente estava se tornando demais para mim então juntei todas as coisas que havia separado em uma mala e tranquei o apartamento. O taxi já me esperava na porta quando parti de lá para o hospital. O pior de tudo foi ter ouvido a verdade dele de maneira que não mantivesse esperanças ou hipocrisia na hora de me negar o que ele realmente era... Um guardião da morte. ... Quando Jessica chegou ao hospital logo passou pela recepção e subiu para o quarto da avó que estava acordada e desfrutando da companhia do seu amigo Philip que ali estava. - Hora Jessica, que bom ver você novamente. - Cada dia está mais bonita, hein?! Jessica sem graça disse: - Obrigada, prazer em vê-lo novamente! - A onde estava Jessica? - Fui ao nosso apartamento juntar umas coisas, a pericia esteve por lá e não se preocupe eu não os atrapalhei, pois foram mais cedo. - Ah! Sim! - Bem eu... Vou dar uma volta por ai! - Ok! Só não suma! Philip sorriu e Jessica respondeu: - Pode deixar!
... Sai do quarto da minha avó que agora parecia estar bem e já era meio dia, andando pelo corredor recebi uma mensagem da Anne que dizia: - Quero dar uma passadinha por ai, posso? Respondi a ela: - Claro! Estou te esperando! ... Após algum tempo Anne chegou ao hospital e ela se encontrou com a Jessica no refeitório e ambas comiam um lanche por ali mesmo enquanto iniciou-se a conversa. - Como vão as coisas no colégio?! - Bem, na medida do possível! Eu e os meninos estamos tentando acalmar as coisas por lá como, por exemplo, acabar com as fofocas e os maus entendidos com relação a você e a sua avó. - E pra falar a verdade nenhum de nós aguenta ouvir tanta besteira. - Valeu mesmo, nem sei como agradecer, pra falar a verdade... Eu não saberia como lidar com mais isso. - Não se preocupe! - Mas, na verdade também quero lhe avisar que o diretor pediu para que eu te ajudasse com as lições de casa, porém não acho que seja uma boa ideia você ficar matando aula. - As provas logo estarão ai e a sua avó vai ficar bem aqui no hospital! Não vejo que tenha tanta necessidade você ficar o dia todo por aqui também. - Tem razão! Ficar neste ambiente o dia todo não é pra mim, está acabando comigo. - Ainda bem que concorda com o que eu disse, pois quero lhe fazer um convite! - O que exatamente?! - Bem quando a sua avó estiver melhor que tal uma noite com os amigos?! Você está precisando, pois me parece abatida, sempre anda triste e só. E a vida não é assim! - Agradeço a preocupação, mas não quero sair à noite ainda mais depois de ontem e... Com essa onda de assassinatos por ai, não acho que seja uma boa ideia! - Não é uma boa ideia você ficar do jeito que está! Caramba não seja tão pessimista, por favor, vamos, prometo que vai ser divertido! Jessica a olhou e disse: - Eu não sei, mas posso te prometer que vou ver isso com a minha avó e combinamos depois! - Combinado! Mas por falar nela... Como está a sua avó?! - Depois da crise hoje de manha acredito que bem! - Você fez uma cara ao dizer isto agora... Aconteceu alguma coisa? - Hoje de manha sai do quarto para tomar café e a deixei dormindo e... Para alegra-la comprei umas flores e depois subi, quando cheguei ao quarto ela estava lá... Deitada e olhando fixamente para a janela.
- Pensei que ela estava bem e por isso a chamei por duas vezes, mas como ela não me respondia... Quando eu a toquei... Ela simplesmente começou a gritar e a se debater na cama, como se eu fosse o predador! -Depois as enfermeiras chegaram e aplicaram o calmante. - Confesso que fiquei desesperada! - Meu deus Jessica que barra! Nossa quero muito vê-la se me permitir é claro! - Claro que sim! Porque não vamos agora? - Claro, vamos sim! Ambas pagaram a conta e depois subiram no elevador quase vazio e chegando ao quarto, dona Margareth se despedia do senhor Philip que cumprimentou Anne e depois se despediu de todas ali presente. - Olá dona Margareth prazer em vê-la novamente, como está se sentindo?! - É um prazer em vê-la novamente Anne, graças a Deus estou melhor hoje! - Fico surpresa que ainda se lembra do meu nome, no primeiro dia de aula da Jessica em poucas horas ela nem se lembrava mais. Dona Margareth riu e disse: - Ela nunca foi boa em guardar nomes! As duas sorriram e dona Margareth continuou: - E então como anda o jornal?! Fiquei sabendo que... ... Por mais que eu quisesse ficar e participar da conversa entre a minha avó e a Anne, eu não conseguia me concentrar. Simon não saía da minha cabeça, aquela revelação foi chocante demais para mim assim como o dia que logo passou. Eu e minha avó não conversamos muito, tentei não tocar no assunto do predador por mais que eu soubesse que esta hora chegaria, por isso quando ela jantou logo tomou os remédios e dormiu. Ela havia tido um dia bastante agitado com as visitas e se esforçou para parecer estar ótima, mas notava-se que dona Margareth ainda estava fraca. Fiquei assistindo a televisão em um volume baixo com a luz do quarto apagada, logo o sono bateu e como não havia nada interessante naquele horário acabei dormindo mais cedo.
Capitulo 14
Companheiros
Era atordoante estar no hospital, mas eu não tinha coragem para voltar ao apartamento e dormir lá sozinha, pelo menos não depois do que houve. E naquela manhã ao acordar resolvi escutar o conselho da Anne e me arrumei para ir ao colégio, minha avó novamente ainda dormia quando sai do quarto. Não a incomodei então passei para comer alguma coisa próxima ao colégio antes de seguir para a aula. Após meia hora no restaurante... Cheguei próximo á entrada e escutei: - Bom dia Jessica! Disse um rapaz de óculos e cabelos loiros cacheados. - Bom... Dia! - Bom dia Jessica! Disse uma garota de cabelo preto e mechas azuis. - Bom dia! O diretor parado na entrada disse: - Bom dia senhorita Sullivan! - Bom dia! - Será que poderia me acompanhar um instante?! - Claro! ... Os dois seguiram até a secretaria e no trajeto Jessica estava sendo cumprimentada e só cessaram ali quando o diretor fechou a porta e disse: - Eu já estou ciente do que ouve a sua avó e a você e por isso se precisar de qualquer coisa estou disposto a ajuda-la! - Agradeço o apoio! Mas creio que o senhor não me chamou aqui somente para isso não é? - Não, mas acho que já percebeu algo diferente hoje não é mesmo? - Pra falar a verdade sim, está todo mundo muito receptivo hoje! - Isto é resultado da reunião de ontem com todos os alunos e com a ajuda dos seus amigos receio que as fofocas e os maus entendidos foram resolvidos! - Agradeço ao senhor e aos meninos! Ontem Anne esteve no hospital visitando a minha avó e comentou sobre o assunto, confesso que fiquei bastante aliviada com isso. - É verdade que é bastante difícil conviver com esses problemas no dia a dia por isso não se esqueça de agradecê-los e mais uma coisa... Vou me retirar
agora, pois tenho uma reunião, mas agradeço por ter vindo à aula mesmo estando abalada. Vejo que se importa com os seus estudos! Jessica sorriu sem graça e disse: - Mas Anne me deu apoio e me fez pensar um pouquinho! - Que bom, seja grata a ela e os meninos afinal me mostraram se importar com você. - Com certeza não tenho duvidas sobre isso! - Bem... Mas receio que é melhor correr agora, pois as suas aulas já vão começar! - Pode deixar já estou indo e mais uma vez obrigada pelo apoio! - Não há de quê! Passar bem! - Desejo-lhe o mesmo! ... Sai dali e fui para as minhas aulas que correram normalmente durante todo o dia e também durante toda aquela semana. Logo já era sexta feira e Simon não havia aparecido nenhum dia no colégio desde a discussão entre nós. Sinceramente eu sentia falta dele e aonde quer que fosse eu me lembrava de tudo que ocorreu comigo. Ele criou dependência em mim e estranhamente quando ele não estava por perto eu me sentia só e nada havia graça, era como se eu precisasse de uma droga ou um copo de veneno para continuar a viver a cada dia, porém tendo a terrível consequência de querer vê-lo nem que fosse de costas por um pequeno instante. - Jessica! Disse Anne. - Jessiquinha! Disse o Ren a cutucando. - Hã?! O que foi? - Estávamos combinando de onde irmos hoje! Disse Anne. - Desculpe, eu não ouvi! - O que aconteceu Jessica? Você me parece aérea a maior parte do tempo. Disse Elliot bebendo o seu refrigerante. - Não, não estou aérea somente me lembrando da aula. - Terra chamando marte. Disse Ren. - Bem estava dizendo que o intervalo do almoço já está quase acabando mesmo... Então antes de acabar as aulas da tarde eu aviso o local e o horário que decidi, ok? Disse Anne. - Por mim tudo bem! Disse Ren. - Pra mim também! Disse Elliot! - Estou com vocês no que decidirem! Disse Jessica. - Ok! Agente se vê depois, vou dar uma passadinha lá no jornal antes de ir pra aula! Disse Anne saindo da mesa. - Eu também vou nessa! Disse Ren. - Agente se vê depois então Jessica! Disse Elliot. - Agente se vê! Disse Jessica se levantando da mesa.
... Cada um seguiu para o seu compromisso do dia e eu havia aula de francês, pois na quarta ou quinta feira ouve substituição no horário ao qual trocaram esta aula por hoje. E foi bastante divertida com o novo professor substituto, pois nem vi o tempo passar e quando o sinal bateu ai sim percebi que havia acabado. Cruzei com a Anne no corredor que disse: - Hoje às sete e meia em frente à entrada do parque Playland! - Pode deixar agente se vê por lá! Enquanto andava pela calçada no meio de todos aquele alunos percebi um rapaz ao longe do outro lado da rua a me observar e em um piscar de olhos desapareceu. Meio assustada apertei o passo e segui rapidamente para o apartamento. Aliviada por minha avó já estar em casa eu sabia que ela ainda se sentia fraca e tomava alguns remédios para ajudar na recuperação dela por isso eu sempre a ajudava quando podia. - Dona Margareth o que está fazendo em cima da cadeira? - Jessica, que bom que chegou! Você poderia subir na cadeira para pegar a lata de conserva de frutas naquela prateleira para mim? - Claro! Enquanto pegava a lata na ultima prateleira do armário da cozinha eu disse: - Hoje vou sair com os meninos à senhora vai ficar bem sem mim?! - Claro, só estou um pouco tonta de vez em quando, mas nada que atrapalhe! - Certo, então vou tomar um banho e ver o que vou vestir hoje à noite! - Ok, vai querer fazer alguma coisa no cabelo?! - Vou ver o que decido! - Está bem! ... Jessica entrou para o banho e lavou seus cabelos quando saiu trocou de roupa e foi escolher o que vestir e a composição para esta noite era uma camisa flanela xadrez vermelho, uma blusa preta manga longa mais agarrada ao corpo como um suplex, uma calça jeans skinny de lavagem escura com discretos rasgados em ambos os joelhos, um laço também xadrez para por no cabelo e por fim um All Star preto. Nos cabelos ela decidiu prender cachos usando grampos e sua avó a ajudou e mais tarde quando soltou o cabelo já seco os definiu com um pouco de mousse e vestiu sua roupa. ... Decidi marcar os olhos com lápis preto os delineando de forma discreta, um pouco de pó, blush rosado, gloss nos lábios e para finalizar um perfume levemente adocicado. Peguei a minha bolsa, o celular e as chaves e antes de descer me despedi da minha avó e lhe coloquei os dois comprimidos da noite em suas mãos para que ela não se esquecesse de toma-los.
Logo quando entrei no taxi olhei as horas no celular e faltavam apenas vinte minutos para o horário que Anne havia combinado. Quando cheguei por lá o lugar estava bastante movimentado porém os meninos estavam conversando e rindo todos de costas para mim. Quando me aproximei para cumprimenta-los Ren diz: - Nossa você está linda! - Obrigada! - Você também está... Super fashion! - Valeu! - Bem, estou com os ingressos aqui, vamos entrar?! Disse Anne. - Só se for agora! Disse Ren animado. Caminhamos até a entrada com os passaportes nas mãos e logo veio o dilema sobre onde iríamos ir. - Eu voto na montanha russa! Disse Ren. - Eu também. Concordamos eu e Anne, juntas. - Bem, eu não sou muito fã de montanhas russas. Disse Eliot. - Vamos logo! Disse Anne o puxando pela blusa de frio. Esperamos a nossa vez na fila e logo embarcamos, Ren sentou ao meu lado e Elliot ao lado da Anne. No momento em que o carrinho subia havia bastante pânico de alguns passageiros enquanto outros riam, porém Elliot gritou mais do que qualquer outra garota que estivesse ali e Ren ria até se acabar do pobre garoto. ... Quando desceram Elliot se curvou com as mãos no joelho e respirando fundo disse: - Nunca mais subo nisso! - Larga de ser mole cara, foi divertido! Disse Ren. - Claro você não parou de rir um minuto sequer! - Bem chega de discussão, aonde vamos agora? Perguntou Anne. - Que tal irmos comer, eu estou com fome! Disse Ren. - Beleza! Disse Elliot! - Eu concordo! Disse Jessica. - Ok, então vamos! Todos decidiram ir comer pizza juntos e logo que acharam um lugar para se sentar fizeram os pedidos. Jessica diz: - Vou ao banheiro enquanto o pedido não chega! - Ok! Disse Anne. ... Fui ao banheiro e depois de lavar as mãos me olhei no espelho e me abaixei para amarrar o cadarço quando me levantei tive a impressão de ter visto Simon atrás de mim, mas quando me virei notei que era apenas uma ilusão. ...
Jessica colocou uma das mãos na testa e depois molhando a nuca logo a enxugou. Quando saiu do banheiro notou que os meninos já estavam comendo e conversavam rindo o tempo todo. ... Sentei-me com eles tentando entrar no clima, me enturmar, mas estava difícil e continuei o tempo todo assim sempre forçando a barra ficando ali entre eles notando a evidente separação entre o mundo deles e o meu. Quando saímos dali Anne diz: - Estou te achando muito calada Jessica, por isso para te animar um pouco vou te deixar escolher o próximo brinquedo! Eu meio que sorri e disse: - Casa fantasma! Elliot respirou fundo e Anne puxando ele novamente logo teve Ren como guarda costas para evitar que ele fugisse. Entramos na fila bastante disputada e quando chegou a nossa vez de entrar Elliot quase morreu. ... Na casa obviamente havia muito susto com cenários compostos por fantasmas, zumbis, esqueletos, jogos de luz, espelhos e o que mais tiver direito, porém haviam artistas fantasiados para interagir com o publico e um deles quando se aproximou do Elliot para lhe pregar um susto acabou sendo socado no rosto acidentalmente. Ren e Jessica caíram na gargalhada e Anne com vergonha arrastou ele para fora de lá o mais rápido possível. Apesar dele se desculpar com o cara milhões de vezes Anne ainda assim disse: - Nossa Elliot se você não fosse o capitão do time do nosso colégio sinceramente eu não acreditaria! Disse Anne. - Você é muito medroso cara! Disse Ren rindo. - Sério Elliot eu não sabia que você tinha tais fraquezas, esta foi impagável! Disse Jessica rindo. - Enquanto vocês riem vou tomar alguma coisa! ... Acompanhamos Elliot e também bebemos algo antes de irmos ao grande carrossel com acentos que giravam a certa altura. Também tivemos a chance de ir ao carrinho bate-bate, no carro de corrida e na barraca de tiro ao alvo ao qual eu ganhei um coelho de pelúcia. Tiramos varias fotos juntos apesar de que eu não gosto de tira-las, mas fiz um esforço por eles e depois para terminar a noite decidimos fazer uma tatuagem de henna. Anne fez uma discreta borboleta azul e lilás no pescoço, Elliot uma tribal no braço, Ren um dragão na lombar e eu fiz um par de cerejas próximo ao ombro. Do lado de fora pegamos um taxi para voltar para casa e rachamos a corrida.
Quando cheguei ao apartamento j谩 era quase meia noite e minha av贸 estava dormindo. Tomei um banho para tirar o suor e a maquiagem e ap贸s vestir o meu pijama acabei me deitando e dormi.
Capitulo 15
Sábado
Sábado estava lá e não havia nada para fazer. A primeira coisa que pensei ainda deitada na cama foi sobre a noite de ontem. Pela primeira vez sai com meus colegas que agora estou tentando a me habituar em chama-las de amigos, não havia motivos aparentes para tanta dificuldade em aceitá-los desta maneira afinal eles haviam feito coisas por mim e pela minha avó que eu acredito plenamente que jamais outras pessoas o fariam no lugar deles. - Realmente tenho... Amigos? ... Disse Jessica ainda duvidando da sua nova realidade. ... Levantei-me seguindo o ritual de todos os dias, pentear os cabelos, escovar os dentes, lavar o rosto e ainda de pijama me sentei para tomar café com a minha avó. - Bom dia, como foi à noite de ontem? - Estranhamente ótima! Nunca me divertir tanto! Elliot foi impagável em algumas horas. - Depois me conte os detalhes! - Com certeza! Mas, e você dormiu bem? Tomou os remédios? - Claro mãe! ... Jessica riu e sabia que tinha algo a fazer antes de tudo, por isso disse: - Dona Margareth, precisamos conversar! - Ai, lá vem! Se meteu em alguma confusão? - Não! Eu só queria... Te pedir desculpas por ter sido grossa e estúpida com a senhora aquele dia. - Hora Jessica você já está perdoada há muito tempo. Eu te conheço e também talvez eu tenha exagerado um pouco com relação ao seu amigo mas ainda manterei a minha palavra. - Olha, por favor, não faça isso, quer dizer... Enquanto a senhora esteve no hospital ele me ajudou e... No dia do sequestro também, não vejo motivos para odia-lo tanto. - Ele tem se mostrado bom, mas a mim não engana!
- Eu não vou discutir sobre isso e vejo que está irredutível sobre ele, mas pense bem antes de cometer alguma injustiça! - Não se preocupe! Em julgar caráter eu nunca errei antes, Jessica. Eu estou viva há anos e não nasci ontem, sei bem quando digo alguma coisa, por isso volto a reforçar que não te quero ver perto dele. - Eu já entendi, não quero estragar o final de semana e te trazer problemas por isso, vou tomar café e arranjar alguma coisa pra fazer. - Eu vou para academia agora, você gostaria de vir junto? - Não, obrigada, mas tem certeza que já pode ir? - Bem, se eu me sentir mal eu volto para casa! - Ok, pega leve, por favor! - Tudo bem tenha um bom dia! Disse dona Margareth beijando a testa da Jessica. ... A minha avó se arrumou e foi de carro para academia, eu não iria pegar no pé dela sobre aquilo, por isso deixei que se virasse, ela não era mais uma criança e sim uma velha teimosa. Então me despreocupando vesti uma roupa confortável e me sentei em frente ao computador para investigar mais sobre algumas coisas ao qual me permitiram descobrir a verdadeira identidade de Sallas e Simon através da conversa que escutei na biblioteca. E nesta pesquisa além de descobrir que eram eles encontrei algo particularmente interessante justamente por causa da tentativa de negociação entre eles. ... Há mais ou menos mil anos atrás houve uma grande batalha sobre a terra somente vista no mundo invisível travada entre as criaturas mágicas e as criaturas do submundo. Tudo isto pela posse dos quatro objetos sagrados pertencentes ao grande conselho, responsáveis pelas ordens e execuções de tudo que existe no sobrenatural. Estes objetos se tratam de um anel, um broche, uma coroa e um elemento surpresa ao qual não foi revelado. Ele funcionaria como uma chave e seria o responsável pela ativação de todos os outros três objetos que juntos dão o poder supremo e direito a dominação sobre todas as outras criaturas pertencentes a este mundo, mas como todos queriam a mesma coisa o conselho durante a grande guerra resolveu desunir e espalhar dois destes objetos pelo mundo sob a ordem dos sete Deuses. Sendo tomada esta atitude como uma medida de segurança o segredo do quarto elemento também foi ocultado por eles. Reza a crença que o terceiro objeto, a coroa está na posse dos Shinigamis que sobre o trato de manter o equilíbrio entre a vida e a morte das criaturas mortais, teve o tal artefato foi entregue a eles por uma das deusas pertencentes aos sete. ...
- Simon não é o vilão ele só quer ajudar! ´´Provavelmente agora estão tentando troca-la através de uma negociação de paz com os stalkers. Eles querem salvar a terra dos assassinatos que vem sido cometidos contra nós`` ´´ Certamente os stalkers pretendem iniciar uma guerra outra vez ou chamar a atenção do conselho para intimida-los e obriga-los entregar as informações que indicam a localidade dos outros objetos espalhados por ai..`` - Isso não é nada bom! ´´Apesar de que não houve noticias de ataques durante toda esta semana sinceramente isto me preocupa e Simon com toda certeza deve estar tramando algo.`` ... Jessica saiu do seu quarto e foi até a sacada da sala e olhando para baixo viu que por lá havia um carro estacionado do outro lado da rua. Ela sabia que ainda estaria sendo vigiada pela policia até o dia seguinte, mas queria sair sem ser seguida, não pensou em outra coisa a não ser tentar sair escondida pela garagem do prédio e trocando de roupa foi isso mesmo que ela fez. Olhou para os lados e não viu ninguém, correu a pé até a outra rua e de lá seguiu até o colégio. Pegando um taxi se dirigiu até a casa do Simon do outro lado da cidade no lado oeste de Vancouver. O taxi a deixou e se foi, Jessica parada em frente a casa a encarou. ... Respirei fundo e tentava reunir forças ao menos para atravessar a rua, porém de certa forma eu estava torcendo para que ninguém estivesse lá só para ter o pretexto de ir embora fingindo que havia feito minha parte, mas a culpa era deles por não estar lá e me receberem. Realmente eu estava cogitando tomar uma atitude ridícula, afinal eu já estava ali e não havia motivos para ser uma covarde e agir daquele modo. - Força não seja ridícula Jessica. Eu disse para mim mesma enquanto atravessei a rua e lentamente caminhei até a passarela que seguia rumo a porta daquela enorme e moderna casa. Olhei para campainha e estendi o meu braço para toca-la, porém encolhi a minha mão cedendo o rápido flash que dizia `` Melhor não!``, mas depois segui em frente e a pressionei por alguns milésimos de segundos para não ter que toca-la pela segunda vez. Meu coração estava acelerado e minhas mãos soavam, já não sabia se era porque eu temia ver o Simon ou se era porque talvez acontecesse algo comigo ao entrar naquela casa e teimar com ele e com a minha avó que havia me avisado para me afastar. ´´ Minha avó tem razão, ela realmente sabe julgar o caráter das pessoas! Se ela soubesse que o Simon e seus amigos são Shinigamis certamente ela preferiria me ver morta ao invés de estar próxima a eles. ``
Após este breve pensamento, olhei para baixo enquanto resmungava comigo mesma e a porta logo se abriu e com ela a figura de Aberlard apareceu dizendo: - Que surpresa Jessica entre, por favor! Enquanto entrei disse: - Obrigada! - Hora senão é a garota do Simon! Disse Ryan. - Eu... Não sou a garota do Simon! - Não seja rude com a nossa visita Ryan, por favor, Jessica me acompanhe até a sala. Disse Sebastian. - Eu não pretendo ficar muito tempo, na verdade estou procurando pelo Simon, ele está?! - Receio que ele não esteja aqui agora! - Ah... Bem então eu não vou tomar mais o tempo de vocês... Já vou indo! - Porque a pressa? Não gostaria de nos acompanhar em um chá?! Disse Aberlard. - Não, obrigada! Tenho que ir... De verdade. Ryan se colocou na frente da porta e Sebastian subitamente se colocou atrás de mim dizendo: - Faça-nos outra visita quem sabe... Em breve. Eu me virei e disse: - Sinceramente se vocês não me intimidassem tanto, talvez eu voltasse, agora, por favor... Ryan me deixe passar. Eles se entre olharam e ela terminou dizendo: - Por favor, não digam ao Simon que estive aqui, eu falo com ele na segunda feira. - Será o nosso segredo! Disse Sebastian. Quando Jessica saiu Ryan disse: - Uhu! Que garota da alma forte! Aberlard disse olhando para Sebastian que sorriu: - Em todos os sentidos. ... Sai daquela casa com o coração acelerado, se eu não me impusesse por lá as coisas já estariam caminhando para um rumo diferente, eu não sabia o que poderia ter acontecido. Principalmente quando Ryan se colocou frente à porta me assustando de verdade. Rapidamente resolvi caminhar até outro quarteirão e esperei em frente à outra casa pelo taxi que logo me levou para casa. Meu estômago estava roncando, pois já estávamos na hora do almoço, logo comprei alguma coisa para eu e minha avó comermos e assim entrando pelos fundos do prédio cheguei ao apartamento. Dona Margareth ainda não havia chegado, somente troquei de roupa, lavei as mãos e fui comer o meu almoço guardando o da minha avó no micro-ondas.
Eu dei graças a deus porque ela ainda não havia chegado senão eu teria de me explicar e eu detestava ter de mentir, fora o fato de possivelmente ter esta historia comentada com os policiais que estão de vigias ali fora. Eu já havia visto minha avó lhes oferecer lanche durante uns dois dias dessa semana, ou seja, no dia que ela chegou do hospital e ontem. ... A porta foi destrancada enquanto Jessica ainda comia, dona Margareth entrou toda animada falando no celular e carregando algumas sacolas de alguma loja de roupa. Provavelmente depois que saiu da academia foi fazer umas compras por isso a demora. ... Ela deu um beijo na testa da Jessica que comia, logo em seguida foi para o quarto guardar as sacolas entrando no banheiro por ultimo para tomar banho. ... O telefone começou a tocar lá na cozinha e eu me levantei para atendê-lo minha avó do banheiro gritou: - Jessica atenda ao telefone! - Já estou indo! - Alô?! - Oi, quem está falando? A voz me era familiar, porém não arrisquei em dizer quem era por isso então somente disse: - É a Jessica! - Jessica não está reconhecendo a minha voz? - Vovô é o senhor? ... O Vovô Billy era um senhor de sessenta e cinco anos de muita energia e disposição, adorava futebol, pescar e de beber alguma coisa com os amigos. Sempre que podia, nas horas vagas é claro... Ele fazia trilhas para manter a forma e a saúde coisa que ele e minha avó tinham em comum. Mas, no quesito cidade grande... Ele realmente não gostava muito de morar nelas como fez no tempo em que foi casado com dona Margareth. Seu estilo e gosto eram de alguém típico de cidade pequena ao qual não gostava de dar trabalho a ninguém sendo assim independente e livre o máximo que pudesse. ... - Sim sou eu, minha nossa faz um bom tempo que... Sua voz agora está de uma moça. Jessica sorriu no telefone e disse: - E você de alguém que me parece estar muito feliz! - Sim, por estar falando com você! - Nossa... Eu estou com tantas saudades vô! Já faz uns seis anos que nos vimos pela ultima vez desde o divorcio seu e da Dona Margareth!
Ele riu e disse: - Ainda a chama desse jeito? Quando começou com isso você tinha onze anos na mesma época que nos separamos! E agora quantos anos já têm mesmo?! - Dezessete e logo faço dezoito! - É verdade, mas está um pouco longe estamos em abril e seu aniversario é em setembro. - É, mas se a dona Margareth fizer alguma coisa eu espero que você venha! - Vocês agora moram em Vancouver não é? - Sim, e o senhor ainda mora Luisville, Colorado?! - Não, agora já faz uns três meses que moro aqui em Chanhassem, Minesota! É um lindo lugar sabe... Cercado por lagos e o clima bastante agradável, a cidade não é muito grande como sua avó geralmente gosta, mas não deixa a desejar em questão de lazer. - Parece que você e a minha avó combinam em se mudar! Ele riu e disse: - Bem, eu aviso se eu puder ir, mas espero que você venha me visitar um dia. - Claro, assim que eu puder... Eu vou sim com certeza. - E a escola? Como está indo nos estudos? - Me esforçando para acompanhar, mudar assim quase no final do semestre é bastante difícil! - Mas você consegue afinal puxou ao seu avô! Jessica riu e dona Margareth chegou dizendo: - Quem é?! - Meu avô! A avó de Jessica franziu a testa e disse: - Ele quer falar comigo? - Vô?! Foi ótimo ter conversado com o senhor, vou passar o telefone para a dona Margareth! - Ok! Fica com deus Jessica e se esforce bastante te espero aqui algum dia desses. - Pode deixar um grande abraço! ... Passei o telefone para dona Margareth e sai da cozinha, ela fechou a porta de lá e sobre alguma coisa séria eles iriam conversar, mas não querendo me meter somente sentei no sofá da sala e fui terminar de comer o meu almoço. ... Quando desligou o telefone dona Margareth permaneceu calada enquanto comia. Jessica não quis perguntar sobre o que era até para não ser indiscreta, mas ela terminado a sua refeição logo iniciou uma conversa: - Os policiais ainda estão por aqui? - Sim, eu vi o carro deles estacionado do outro lado da rua mais cedo, por quê? - Não por nada, é que esses dias a cidade está quieta e não vi nenhum ataque. - Menos mal não?!
- Sim, mas... Dona Margareth não terminou de dizer o que queria colocando assim umas das mãos no pescoço. Jessica não resistindo resolveu perguntar: - O vovô falou alguma coisa? - Ele comentou que estava sabendo dos ataques, mas não quis comentar sobre o que aconteceu com você porque não queria estragar o clima, afinal era a primeira vez em seis anos que ele falava com a neta dele... Então... - Entendo... Mas e você o que disse a ele sobre isso? - Que já estava bem e que a cidade estava tranquila, não havia motivos para se preocupar, mas ele... Jessica viu que a avó interrompeu a fala e disse: - O que foi? - Ele sugeriu que nos mudássemos daqui, para a nossa segurança. Naquela hora eu tive uma vertigem, para falar a verdade uma espécie de impulso que me fez alterar a voz por um instante dizendo: - Não! Quer dizer... abaixei meu tom de voz para continuar a conversa: - Não tem nem três semanas que estamos aqui, não quero me mudar outra vez. - Eu sei que você conseguiu amigos, mas eu não sei Jessica... Estou indecisa tanta coisa aconteceu... É melhor que não se preocupe com isso ok? Eu não sei se de fato tomarei esta decisão, por isso fique calma. - Eu não toleraria, não de novo, chega pra mim já deu de mudanças. Não vou abandonar ninguém e abrir mão das coisas que estão me fazendo sentir bem... Que estão me fazendo me sentir menos só agora... Durante todo este tempo. - Jessica você... Nunca me disse nada antes! - Não era preciso! Eu achava que o meu silencio era o mais alto que eu podia gritar diante aquelas decisões, mudanças e os mistérios que você cria, mas como sempre você nunca percebeu ou nunca quis perceber isso. - Porque de alguma forma sempre havia um jeito de ignorar como eu agia... Que sempre esperou por você vir e me dizer às coisas que me ocultou a vida toda. - Isso não é verdade! Jessica desde que você se entende por gente eu te crio, praticamente me tornei sua mãe, você devia dizer essas coisas para mim sempre que as sentia porque sempre estive te apoiando e sempre procurei estar ao seu lado para que criássemos um vinculo... e você sofresse menos. - Eu confesso que é difícil ter que seguir com a vida quando ela nos prega uma peça ou quando lidamos com situações difíceis, mas... Eu estava lá. Eu sempre... Estive lá pra você. - Eu não construí um muro para me separar de você para que a deixasse de ouvir ou de te ver quando quisesse. - Nós sempre vivemos na mesma casa, porém ao mesmo tempo afastadas como se você guardasse alguma mágoa ou ressentimento para comigo. - Sinceramente eu nunca te entendi Jessica... Não até agora... Até você me dizer o que realmente sente.
Dona Margareth vendo a neta quase chorando sem dizer nada se aproximou e disse: - Eu não sou sua inimiga! ... Ela não entendia, não se tratava de falar, mas sim conversar e me dizer a verdade. A minha maior magoa não era ela sempre se mudar repentinamente, mas sim me esconder o passado sem eu nem ao menos saber como era o rosto dos meus pais. Ela sempre me negou tudo. Apesar de me dar às coisas e me criar em um ambiente aparentemente feliz, nada estava bom porque sempre me senti sozinha, sempre faltou alguma coisa. Eu não tinha amigos, não tinha pais, sempre tive que lidar com as pessoas que me machucavam e sim Margareth me ajudou, mas ela não é a minha mãe e sim a minha avó. Não importa quantas vezes ela diga que me criou nada mudaria o fato de eu ainda ser a neta dela e que quando eu crescesse obviamente gostaria de saber de onde eu vim. Por isso passei a maior parte da minha vida tentando olhar para um mundo aparentemente imaginário ao invés de real porque nele eu era forte, eu podia tudo e sempre me afastava do que eu não queria mais lembrar. As lendas, os animes, a mitologia e a musica foram minhas companheiras até antes de começar a descobrir que eu podia ter amigos e quem sabe algo mais, o que de fato percebi somente quando cheguei aqui em Vancouver aonde passei por essas enrascadas envolvendo a minha avó junto. ... - Tá tudo bem dona Margareth, eu já estou bem e... Um dia quem sabe você realmente me diga a verdade já que não existe mais nenhum muro entre nós. Disse Jessica saindo da sala e caminhando para o quarto. Margareth ficou parada na sala sem dizer nada apenas pensando consigo mesma o que a neta havia falado. ... Não que o clima tivesse ficado ruim, mas mais uma vez eu havia me desentendido com a minha avó e pra variar se referia aos mistérios que ela criava em volta das coisas que deviam seguir normalmente como em qualquer outra casa. - Porque é tão difícil?! Exclamei antes de afundar a minha cara no travesseiro. ... O sábado morreu ali e o domingo chegou acompanhando os investigadores Danny e Michael ás nove horas da manhã que foram recebidos no apartamento para tomar café da manhã e esclarecer os fatos com a dona Margareth que ainda não havia deposto.
Jessica acordou com as conversas vindas da sala e querendo ouvi-las entrou no banheiro para seguir o ritual de todas as manhãs e depois quando saiu ficou ali meio escondida entre o corredor e a porta do seu quarto. Danny: - Dona Margareth, eu lhe agradeço pela refeição! Michael: - Realmente estava muito bom, afinal em todos esses anos de serviço nunca fomos tratados assim por outros cidadãos. Margareth riu dizendo: - Hora! Não façam cerimônias eu sinceramente digo que criamos um vinculo, já foram tantas confusões e depoimentos, que a convivência não me permite continuar indiferente a vocês. Michael: - Nós agradecemos e... Se um dia pudermos pagar não hesitaremos em fazer. - Obrigada! Danny: - Agora indo aos depoimentos gostaria de saber o que viu... O que sentiu algum objeto lhe marcou? Algum detalhe... Coisas do tipo. Dona Margareth se ajeitou no sofá cruzando as pernas e Jessica também se aprontando começou a ouvir: - Eu estava vendo TV como em qualquer noite e a campainha tocou. - Pensei que fosse a Jessica porque naquela noite ela havia saído para ir a algum lugar e provavelmente poderia ter esquecido a chave antes de ter saído. - Me levantei e peguei a chave em cima daquela mesa para abrir a porta e quando a abri não havia nada. - Pensei comigo mesma que poderia ter sido algum vizinho ou quem sabe alguma criança de alguém que estava brincando tocando a campainha. - Mas no momento que fechei a porta, notei uma brisa fria e só então vi a porta da sacada aberta, estranhei aquilo porque não me lembrava de tê-la aberto, pois, estava frio e eu sempre a mantenho fechada para não entrar poeira dentro de casa. Danny: - A senhora não percebeu nenhum barulho ou passos... Qualquer coisa do tipo? Margareth: - Ai é que está! No momento em que me aproximei para fechar a porta da sacada logo senti que havia alguém atrás de mim, pois vi alguma coisa se mover no momento em que olhei para o reflexo do vidro, mas fiquei desesperada e ai... Naquela hora quando tentei correr para a sacada e gritar alguém... Sem mais demora fui puxada para trás e mordida. Michel: - Neste momento do reflexo a senhora não viu alguma coisa como... Forma, cor, objeto não sei... Qualquer coisa. Margareth:
- Só vi um vulto negro aparecendo atrás de mim mais nada. Danny diz: - A senhora diz que foi puxada para trás correto? Margareth: - Sim! Danny diz: - Nesta hora, quando a seguraram... Você não percebeu se foi, mão, pata ou qualquer coisa? Margareth ficou pensativa alguns segundos enquanto os investigadores ansiosos esperavam saber forma do que a havia segurado. Jessica pensou: ´´ Espero que ela não diga se tiver visto, se for humano como o que vi naquela noite no estacionamento... Isso não vai ficar nada bom. `` Margareth balbuciou algumas palavras: - Eu... Eu... Era como se aquela cena passasse em câmera lenta e os policiais como crianças em festa de aniversario esperavam pela palavra no momento que Margareth terminou a frase: - Desculpe, mas naquela hora devido ao desespero não vi nada, não percebi o que me agarrou, foi tudo muito rápido. Os dois policiais não esconderam a cara de decepção e Danny diz: - Tudo bem, deseja nos dizer mais alguma coisa? - Não que eu me lembre! - Ok, então dou por encerrado o depoimento e o esquema de vigilância, vocês duas parecem já estar seguras e... A cidade está em uma possível tranquilidade também, por isso não iremos perturbá-las mais já estamos de saída. Michael diz: - Obrigado mais uma vez dona Margareth e se nos der licença... Margareth diz indo a frente e abrindo a porta para os investigadores passarem: - Obrigada vocês! Por aqui, por favor! Jessica encostou-se a parede e respirou aliviada porque de certa forma dona Margareth ainda não sabia do que se tratava pelo menos era o que ela achava.
Capitulo 16
Testemunha viva
Graças a Deus o dia anterior passou rapidamente. Eu e minha avó voltamos a conversar de maneira normal como se cada uma de nós sem querer continuar a expor o problema, tomasse partido de deixar a conversa de sábado para trás, de modo que continuássemos a viver ignorando o passado e as conversas daquele determinado assunto como sempre fizemos. Quando sai do prédio pela manhã de segunda feira logo caminhei pela rua, observando todos os lados para ver se realmente não havia ninguém me seguindo. E no momento que cheguei ao colégio respirei fundo e entrei, mas aquele ato não era porque eu ainda odiava a minha nova vida, mas sim porque me lembrei do Simon e aquilo apertava o meu coração de maneira que me sufocava e me fazia querer sair daquela submersão de pensamentos e sentimentos quando ele me vinha à cabeça. Naquela manhã não encontrei nenhum dos meus amigos no corredor somente Jane que me olhou e sorriu sem graça como se me cumprimentasse. ´´ Porque não? `` Pensei comigo mesma. E assim sorrindo de volta notei que ela não esperava que eu retribuísse o tal ato amigável e ela apressando o passo me fez perceber que ficou sem graça. ... Jessica franziu a testa estranhando o comportamento da colega que ainda não parecia acreditar no tal acordo de paz, mas relevou aquilo e entrou na sala de aula para assistir as aulas daquela manhã. ...
Professor diz: - Hoje em nossa aula de física iremos reparar como funciona a atração de dois corpos de polos diferentes e a repulsão deles quando os polos são iguais. - Bem para isso vocês e eu iremos utilizar os imãs que possuímos em mãos para observar o experimento. E durante este tempo perceberemos a mágica das formulas presentes atrás destes feitos. - Vamos lá coleguinhas, peguem para mim... Era inevitável a aula me parecia ser essencial, mas eu não conseguia parar de pensar na idiotice que eu cometi na semana passada. Eu queria confronta-lo porque agora Simon me odiava de vez ao ponto de não me querer por perto tudo isso por eu saber a verdade que havia por trás daquela mascara que ele fazia questão de usar na frente de todos. ´´ Ele realmente seria o mocinho ou de fato o vilão como a minha avó faz questão de afirmar que ele é?! `` - Jessica! Chamou o professor de física. - Ah! Me desculpe! - Se voar mais uma vez não sei se serei capaz de te trazer de volta para a aula! Naquela hora alguns alunos riram e ele mantendo os olhos em mim me fez perceber que eu deveria esquecer tudo e voltar para o meu mundo real que era a aula de física. ... Mais tarde o intervalo do almoço chegou e me encontrei com o Ren a minha frente se servindo e disse: - E ai Sullivan como vai?! - Tudo bem e você?! - Meio preocupado! - Percebi! Você não me parece muito alegre como de costume! - Eu sou alegre? Disse ele querendo encostar a colher da salada em mim que sorrindo disse: - É até demais! Mas... Qual o motivo da sua preocupação?! - A peça de amanhã... Eu estou... Meio nervoso! - Primeira estreia?! Ele riu e disse: - É sim! - Hora, não se preocupe você vai se dar bem, afinal é algo que você ama fazer não é? Ren olhou para a Jessica e a cozinheira despejando o purê de batatas na bandeja da estufa ao qual estavam se servindo olhou para o Ren que disse: - Graças a deus purê de batatas! Jessica riu e a cozinheira séria olhando para ele disse: - Espero que aproveite bastante, pois não sei se o farei novamente! Jessica olhou para baixo e preferiu continuar se servindo enquanto Ren olhou para a cozinheira que logo saiu e depois ainda na fila comentou com a sua amiga:
- Ela me ama eu sei! - Nossa... profundamente! Os dois estavam indo se sentar a mesa de costume com o Elliot, mas notaram que estava rodeado por alguns garotos do clube de futebol e mais algumas meninas, então Ren olhando para a Jessica disse: - Acho que não tem lugar então... Vamos nos sentar em outra mesa? - Estou bem atrás de você! ... Quando nos sentamos à mesa Anne logo chegou empolgada e disse: - Já souberam da ultima?! - Oi Anne! Disse eu. - Diga oi antes de contar as novidades. Disse Ren rindo para ela. - Ai! Tudo bem. - Olá como vão vocês? - Bem obrigado! - Ok preparem-se! Sabe por que o Elliot está rodeado deste jeito? Eu olhei para a mesa dele enquanto Ren disse: - Não! - Bem, os jogos das finais estão se aproximando... Naquele momento meu coração disparou Simon entrou no refeitório eu já nem ouvia mais Anne dizer nada. Porém ninguém se atreveu a olha-lo como sempre e se sentando em uma mesa de frente para nós ele ficou por lá sozinho observando os outros alunos. Eu o encarei por alguns segundos e quando nossos olhares se encontraram eu simplesmente me virei bastante envergonhada. Anne ainda conversava com Ren que parecia estar bastante interessado, eu apenas terminei de comer com dificuldades e disse: - Tenho de resolver algumas coisas então... Vou sair ok?! Anne olhando para mim disse: - Ok! Mas não quer terminar de ouvir as novidades? - É realmente urgente. - Tudo bem, vai lá! - Agente se vê! Disse o Ren voltando à conversa. ... Jessica saiu em passos apressados da cantina para a sala de aula e durante toda a semana que correu Simon se sentava na mesma mesa e a seguia por todos os corredores enquanto ela tentava despista-lo. Até que no almoço de sexta-feira Anne diz: - A semana toda, o Simon se sentou naquela mesa e nada comeu ou bebeu, só fica por lá observando os alunos. Ren: - E o engraçado é que toda vez que a Jessica se levanta ele também sai! Jessica apenas franziu a testa e continuou a comer enquanto Anne disse: - Tá certo que ele salvou a sua vida Jessica, mas ele agir dessa maneira nos assusta.
- Você não acha isso estranho? Jessica balançou a cabeça negativamente enquanto ainda comia e Ren diz: - Se o Elliot tivesse aqui com toda certeza iria ficar grilado e iria confronta-lo. Jessica: - É impressão de vocês ele é desse jeito mesmo não vejo motivo para drama, vamos mudar de assunto. Ren desconfiado olha para a Jessica e Anne segue dizendo: - Bem, já que não quer continuar com o assunto dona Jessica... Me lembrei de algo mais interessante para dizer depois que você Ren falou no Elliot. Ren interessado diz: - Então diga! - Eu irei cobrir a matéria sobre o jogo entre o nosso colégio e outro que está vindo de outro estado para competir com os meninos ao qual se chama Raposas. Ren diz: - Uau! Isso é que é noticia boa, eu estava comentando com... Enquanto a conversa rolava Jessica olhou para o Simon que estava a encarala já estressada com o que estava havendo durante toda a semana ela terminou de ouvir mais alguns detalhes daquela conversa e depois resolveu se despedir dos meninos e atrair Simon para algum lugar. ... Entrei em uma sala de aula bem reservada no segundo andar onde não havia mais nenhuma alma viva que pudesse nos perturbar ou escutar a conversa que estava entalada em mim e que eu gostaria de ter com o Simon, por isso zangada fui jogando a minha mochila no chão dizendo: - O que quer de mim?! Porque está me seguindo a semana inteira?! Ele permaneceu calado enquanto continuei: - Você disse que era pra eu me afastar, mas vejo que você está... Está cada vez mais próximo. Eu... Eu sinceramente não entendo! - Me parece um maníaco... Ou... Sei lá! Meus amigos já perceberam isso sabia? Ele se aproximou de mim e disse: - Eu esperei durante toda esta semana por que... nós precisamos conversar. - Espera ai, você disse conversar? Eu ri meio que debochando e continuei: - Você não é de conversar! - Quem é você e o que fez com o Simon?! - Ok! Chega de deboches Jessica, é serio! Jessica respirou fundo e disse: - Tá, tá legal! Pode começar então... Por que eu não sei o que você quer! - Você! Disse ele de maneira seca e direta me olhando com aqueles olhos fatais como se fosse me devorar ou algo assim. Fiquei sem palavras e inevitavelmente desconcertada enquanto ele continuou: - Desculpe, por isso, mas eu precisava dizer!
- O que você está armando?! - Eu não estou armando nada! - Você não é assim! Porque tá agindo desse jeito?! Ele suspirou e disse: - Estão vindo atrás de você! Jessica mudou a sua expressão como se estivesse preocupada dizendo: - Quem?! Os stalkers? - Sim! Houve uma reunião ontem no conselho... Entre os mestres... E Sallas como representante dos Stalkers decidiu que a testemunha viva era imprescindível. Eu não consegui disfarçar o estranhamento e disse: - Por quê? O que eu a... Testemunha viva tem a ver com isso? - Você escutou a conversa e o fez perder um dos melhores subordinados. Jessica teve um pequeno flash da cena do estacionamento publico no momento que o tal rapaz de moicano moderno e laranja tentou lhe matar e Simon a salvou. - Mas eu não matei ninguém, você o matou! - Eu sei, mas... Não podia dizer que o fiz por que... Isso pioraria as coisas mais do que já estão! ... Jessica se virou e colocando as mãos nos bolsos deu alguns passos em direção à janela e disse: - Você veio me levar? - Não! - Então, porque tá me contando isso? Você disse que... - Eu sei o que eu disse e... Desculpe-me por tê-la tratado tão grosseiramente. Quer dizer... Você sempre teve razão, eu é que fui o covarde! - Eu estou arrependido! Essa é a verdade! Jessica se virou e ele se aproximando mais disse: - Eu... Sinceramente não queria que as coisas tivessem caminhado daquela maneira, mas... De alguma forma quando você estava por perto me fazia sentir acuado com as suas perguntas e eu ficava irritado com isso. - Isso... Isso é ridículo, por que... Você é tão forte, rápido e... - Mortal?! Disse ele com um ar provocante. Jessica sorriu de lado e disse: - Em todos os sentidos! Não há criatura tão... Incrível como você! - Dizendo isto me pareceu empolgada! - Não, não estou empolgada, mas é que por tantas vezes eu... Sonhei, li e pesquisei... Que agora tudo é tão cruelmente e assustadoramente real. Você existe... Está aqui... Na minha frente e eu posso te ver e... - E você... Está com medo? Disse ele rasgando a minha vergonha com seu olhar provocante então o encarando por alguns instantes disse: - Não, eu não consigo! - Você não me deixa assustada, mas... Fascinada!
Simon sorriu e disse: - Fascinada?! Você está de frente com um guardião da morte e se diz fascinada? Eu... Posso te ferir, te magoar... Ou quem sabe roubar a sua alma. - Mas você não vai! - O que te dá tanta certeza?! Disse ele segurando a parede com os dois braços de maneira que deixou Jessica sem saída. Ela sem medo o encarou dizendo: - Por que... Não vejo isso em você, pois já teve muitas chances e não a aproveitou, como agora... Por exemplo! Ele se afastou sorrindo sarcasticamente e disse: - Você é muito desajuizada para não dizer louca! - Culpe a minha avó, ela me deixou assim! Disse Jessica sorrindo também. - Mas você ainda não disse por que está me contando tudo isto, já que eu ouvi e supostamente fui responsável pela morte de um dos subordinados do senhor Sallas. - Eu... Irei te proteger... Quer dizer eu e os meus companheiros, nós cuidaremos da sua avó também para que não se machuque. - Mas... - Não diga nada só aceite! - Não é isso! É que a minha avó... Não... - Eu sei que ela não gosta de mim! Deu para perceber aquele dia quando ela veio te buscar e me agradecer por ter te salvado naquele dia. - Me desculpe, por isso! Disse a Jessica sem graça. - Não se preocupe, nunca fui aceito! Não é agora que eu seria, mas ficaremos de olho de maneira discreta ou... Melhor dizendo vigiando de longe. - Mas isso não vai impedir dos stalkers virem atrás de mim! - Não, mas retardará quem quer que chegue para te pegar ou também a sua avó. - Mas espere um minuto eles sabem que a pessoa que eles procuram é a mesma que sobreviveu ao ataque no hotel? - Porque a pergunta? - Eu não só vi, mas fui quase atacada por um deles, mas alguma coisa me empurrou de ser golpeada e eu... Ainda não sei quem foi que me ajudou! Simon ficou meio incomodado com aquilo e disse: - Não fui eu! Se não me engano você queria ter perguntado isto há mim o tempo todo não foi? Então... Agora já sabe. - Se não foi você, foi algum dos seus amigos? - Durante o tempo dos ataques a Vancouver nós não podíamos intervir, pois como estamos do lado do conselho eles nós enviaram para cá somente para vigia-los secretamente desde que os stalkers ameaçaram trazer a desordem no mundo humano caso eles não obtivessem o que queriam. - Os objetos sagrados. - Como sabe disso?! - Eu sou fã de lendas se lembra?
- Andou pesquisando por causa do que ouviu não é? Então já sabe a historia. - Sim! E provavelmente querem a guerra para se tornarem os controladores supremos do conselho... Sinceramente isso... Seria um verdadeiro caos. - Sim, você tem razão! Alguns segundos de silencio se formaram entre nós antes que o sinal para as ultimas aulas do dia soasse então Simon disse: - Bem, acho que tudo já está esclarecido entre nós. - É está sim! Ele pegando a mochila da Jessica do chão a entregou enquanto ela disse: - Me desculpe por isso! Ele apenas sorriu e ambos saíram da sala de aula juntos até o momento em que Simon antes de sair porta a fora do colégio disse: - Você vai fazer alguma coisa hoje à noite? - Não! Ele foi saindo de forma provocante deixando a Jessica no vago que logo tentou relevar aquilo caminhando para a sala de aula sem entender a atitude do rapaz.
Capitulo 17
Nerverland
Entrei na sala de aula e o professor ainda não havia chegado e pra falar a verdade eu é que estava atrasada dez minutos. Enquanto isso lógico os alunos estavam todos conversando e brincando em suas carteiras e neste momento eu tentei arrumar o meu estojo que novamente havia caído e espalhado tudo do chão. - E ai Jessica como está? - Elliot? - É! - Já faz alguns dias que não nós falamos! - Eu ando meio ocupado com as finais se aproximando então... - Não tem problema, mas... O que o traz aqui? - Eu perdi esta aula ontem então vou repor hoje! - Mas você vai matar o seu treino?! - Não hoje não, graças a deus o Charles nos deu uma folga, mas para compensar teremos de estar aqui amanha de manha bem cedinho! - Que azar! - É sim, mas e ai, tem alguém sentado com você? - Não! Pode ficar! - Valeu! Disse ele enquanto me ajudava a terminar de catar os lápis. Jane naquele momento entrou na sala de aula com duas de suas amigas provavelmente Alice e a Amber olhando para o Elliot e eu que estávamos já terminando de catar os lápis para nos sentarmos na mesma mesa. Aquilo sinceramente me incomodou provavelmente porque eu ainda não levei muito a serio o tratado de paz ou porque eu sabia que ela o amava e devia magoa-la me ver sentada com ele. Mas, naquela situação eu não podia fazer nada a não ser não me aproximar muito dele mostrando para ela de alguma maneira que nada de fato havia entre nós. Passou-se meia hora e nada do professor chegar, Elliot ainda conversava comigo sobre os treinos apesar daquele assunto não me interessar muito, por
isso meio desligada eu podia sentir os olhares de Jane por de trás das minhas costas. Aquela atmosfera tensa totalmente disfarçada por mim com as falas: - Nossa que legal! É verdade? Enquanto eu tentava convencer o Elliot com o meu falso interesse e ignorar a Jane foi logo interrompida quando o diretor chegou e disse: - Meninos me desculpem, eu tentei arranjar um substituto para a aula de hoje mais não consegui encontrar. - O professor de vocês não poderá vir hoje por motivos maiores, por isso estão todos dispensados. - Obrigado! Antes do diretor sair da sala a turma toda estava quieta e depois quando ele se afastou a festa tomou conta. ... - É Jessica parece que vamos embora mais cedo! Realmente é meu destino não pegar essa aula. Jessica sorriu e disse: - Parece que sim! Vamos?! - Vamos! Disse Elliot pegando a sua mochila e saindo junto com a Jessica que nem quis olhar para trás para não se sentir incomodada com a Jane. Enquanto caminhavam juntos logo passaram pela sala do diretor e ele estava passando a mão em seu cabelo enquanto a expressão preocupada o dominava. Jessica ficou pensativa e Elliot sem perceber ainda falava com ela. ... - Jessica você está me ouvindo? - Ah! É... Desculpe-me! Ele esboçou um sorriso e disse: - Desculpa... Eu, falar desses assuntos desinteressantes com você, pois sinceramente isso me torna um chato! - Não, eu só não me ligo muito em esportes! - Então... Além de musica o que você gosta? - Bem... Animes, mitologia e jogos! - Uau, você é demais! Jessica ficou envergonhada e ele disse: - Animes? Jogos? Nossa que bom, vou te levar um dia para conhecer alguns jogos que eu tenho. O que você acha? Jessica ficou meio desconcertada ele agiu como uma verdadeira criança inocente e empolgada, mas não querendo cortar a alegria dele ela apenas respondeu: - Claro, ficaria feliz! - Então tá combinado! Enquanto isso do outro lado da rua o mesmo rapaz de sempre a observava, irritada com aquilo Jessica percebeu e disse ao Elliot:
- Eu... Vou ver umas coisas aqui perto então... Agente se vê depois? - Claro! Então até... Segunda! - Até! ... Elliot se afastou e eu ainda olhava para o outro lado da rua esperando atravessar, e o rapaz ainda estava parado ali. Geralmente das vezes que o vi, notei que não costumava ficar mais que alguns milésimos de segundos me olhando antes de sumir, mas naquele dia em especial ele estava parado como se me esperasse vir até ele. Quando o sinal abriu e a multidão de alunos atravessou, eu provavelmente me misturei a eles e enquanto caminhava me lembrei do que Simon havia me dito nesta tarde: - Estão vindo atrás de você! - Quem?! Os stalkers? - Sim! Houve uma reunião ontem no conselho... Entre os mestres... E Sallas como representante dos Stalkers decidiu que a testemunha viva era imprescindível. Naquele momento eu parei enquanto os outros ainda atravessavam a faixa e decidi ir para casa, mas para isso deveria chegar à calçada do outro lado e no momento que o fiz olhei temerosa para o lado esquerdo e o rapaz já não estava mais lá. Respirei fundo e em passos apressados segui para o apartamento antes que eu o vesse novamente. - Dona Margareth? Já estou em casa! - Há, Jessica já chegou? - Sim, hoje não tivemos as aulas da tarde, parece que o professor teve alguns problemas. - Onde você vai? - Eu já estava saindo, vou a uma reunião. - Reunião? - Sim, algum problema? - Não, não é nada! - Ok! Vou voltar tarde então, qualquer coisa pode ir dormir não é necessário me esperar! - Tudo bem! ... A avó da Jessica saiu e a sua neta foi tomar banho e quando saiu dali após se vestir terminou a tarefa que já havia começado na sala de aula e depois olhando para o guarda roupa decidiu que iria organiza-lo. ... Tirei todas as roupas do armário e mais algumas bagunças e comecei a arrumação, mas no meio daquela bagunça que já estava quase acabando decidi pegar alguma coisa para comer e beber, então fiz um sanduiche e tomei suco de laranja
Voltei assim para a bagunça e após acabar com ela olhei para o relógio e já eram quase seis horas então me lembrei de hoje à tarde no corredor do colégio. - Você vai fazer alguma coisa hoje à noite? Perguntou Simon. - Não! ... ``Ele saiu de repente sem dar explicação o que ele deve estar aprontado?`` Pensou Jessica se sentando na beirada da cama quase se deitando nela até o telefone tocar e ela correr para a cozinha. ... - Alô?! Nada alem do silencio respondeu do outro lado da linha então mais uma vez eu disse: - Alô?! E mais uma vez nada então desliguei o telefone e voltei para o meu quarto arrastando a ultima caixa para dentro do armário quando senti a ventania. Era ele parado próximo à janela vestido de maneira mais descolada só que totalmente de preto como sempre. - Simon?! - Te assustei? - Um pouco. Disse eu colocando a mão no rumo do coração. - O que está fazendo? - Eu estava terminando de organizar umas coisas no armário, mas... O que faz aqui? - Eu te perguntei se você iria fazer alguma coisa hoje à noite e você disse não. - Ah! Veio observar a minha monótona vida?! Ele riu enquanto eu estava fechando a porta do armário dizendo: - Espero que se divirta! Ele apenas parado ali disse: - Seu senso de humor é notório! - Obrigada! - Sabe... Eu não vim aqui para não fazermos nada. Disse ele se aproximando de mim novamente com aquele olhar provocante. - Então... O que você quer aqui? - Gostaria de te fazer um convite. - Convite? - Sim, venha comigo! - Mas, para onde? - É uma surpresa! Não vou estraga-la contando a você. ... Jessica respirou fundo e olhou para o lado, ele então insistiu dizendo: - Você não vai se arrepender! - Olha... Eu não sei! - Não há nada para eu fazer aqui Jessica então... Porque não?
Ela olhou para ele que sem mais demora disse: - Te espero do lado de fora! E assim com ele sumindo de repente eu me arrumei o mais rápido possível para não deixa-lo esperando demais. Para aquele momento escolhi uma calça preta em tecido que imitava couro, coloquei uma bata branca que deixava o meu ombro direito a mostra com trabalho de uma cruz em paête preto na frente, logo coloquei o meu sneaker também preto e fiz uma leve maquiagem. Deixei meu cabelo solto prendendo apenas uma pequena parte da frente para o lado com uma presilha em strass, bati um leve perfume e dali sai do quarto descendo do prédio para me encontrar com o Simon que estava parado com as mãos nos bolsos de costas para mim provavelmente olhando as estrelas do céu que já estava escuro. Respirei fundo e pensei: ´´ Força Jessica!`` Enquanto caminhei da portaria para fora, coloquei a minha jaqueta preta e naquele mesmo momento ele olhou para trás e não escondeu o ar de meio surpreso e disse: - Até parece que sabe aonde vamos! - Eu juro que não sei, mas me guiei pela forma como está vestido! - Garota esperta! Sorri para ele e olhei procurando pela moto e naquele momento ele disse: - Não vamos de moto hoje! Fiquei sem graça enquanto ele disse; - Eu sei que você adora andar nela! - Que bom que notou o meu desespero cada vez que subo naquela coisa. Ele riu e disse: - Vamos de carro! - Uau! Disse para mim mesma meia sem fôlego. ... Tratava-se de um Nissan GT-R de motor V8 com potencia equivalente a quatrocentos e oitenta cavalos, na cor prata de rodas cromadas realmente um belo e potente carro. ... Simon abriu a porta para que eu entrasse naquele belo e cobiçado veiculo brilhante. Confesso que estava bastante constrangida e um pouco tímida também. - Jessica coloque o cinto! - Ah! É mesmo! Ele sorriu de lado enquanto se ajeitava e após colocarmos o cinto senti o motor do carro roncar e dali partimos de maneira veloz. ...
Enquanto a viagem seguia rumo ao destino ainda desconhecido por Jessica, ela freneticamente pensava em milhões de coisas ao mesmo tempo e não sabia o que dizer naquele silencio absurdo entre os dois. Simon então quebrou o gelo dizendo: - O que foi? Parece-me... Nervosa e tímida. - Não, eu só estou um pouco atordoada só isso. - Por quê? - Não sei explicar o que sinto agora, então não me pergunte... assim tão diretamente. - Ok! Não vou perguntar. Mais alguns segundos de silencio passaram até a Jessica dizer: - O que viu em mim? Quer dizer... Eu não entendo! - Já falamos sobre isso hoje, se lembra?! - Eu sei, mas por mais que eu tente me lembrar disso, é como se eu estivesse sonhando acordada, me sinto estranha e... Ao mesmo tempo confusa com tudo que anda acontecendo. - Agora entendi o motivo de estar atordoada! Você ainda não acredita no que vê a sua frente? - Francamente, ainda estou tentando me habituar, mas... É demais pra minha cabeça mesmo se eu... Quisesse assimilar tudo agora, acho que piraria de vez. - Não quero que se sinta desconfortável ou com medo, você precisa ser forte. A sua curiosidade agora te trouxe a isto. - Está me dizendo que a culpa é minha?! - Não, mas que graças a isto as suas lendas não passam de uma realidade não conhecida pelos humanos, você está dentro dela agora e não tem como fugir. - Obrigada! Suas palavras são animadoras. - Não quero que encare isso de maneira tão trágica apenas... Pense que logo conhecerás as vantagens. - Vantagens?! Em ser procurada por um bando de assassinos que me querem morta? - Não exatamente isso, mas sim no que vai conhecer e viver daqui pra frente. Pense nisso como a realização dos seus sonhos. - Vou me lembrar disso quando estiver na frente a um daqueles assassinos. Simon riu e disse: - Eu não permitiria que eles te machucassem. Jessica ficou encarando Simon que se manteve com o seu olhar atento para frente enquanto dirigia. ... Eu estava sendo patética, tudo isto por conta do medo. E o fato de ter alguém do meu lado que agora me via como a donzela em perigo... Bem era realmente animador e ao mesmo tempo vital, pois se eu quisesse continuar a ver o Simon... Isso era realmente necessário. Digo sem medo nenhum que eu estava disposta a engolir tudo nem que fosse nestas circunstancias.
Porque algo me atraia para perto dele, mas não como um imã, mas sim como o mar que vai e vem deixando sua marca na areia, assim era eu e ele. Pelo menos essa é a maneira como eu me via agora quando estava ao lado daquela criatura de aparência humana, mas inevitavelmente mortal e bela. - Chegamos! Disse ele. Olhei pelo vidro fechado e notei que ele acabara de estacionar próximo ao um parque. - Onde estamos Simon?! - Estamos no parque Vanier e aquele prédio ali é o planetário e o museu, mas não vamos lá! Pelos menos não hoje. - Então... Aonde vamos? - Surpresa eu já disse! ... Enquanto eu andava ao lado dele pude perceber o quão belo era aquele enorme prédio e também que o parque era bem próximo ao mar quando caminhamos mais um pouco em uma passarela e eu disse: - Se eu soubesse que viríamos ao parque teria colocado uma roupa menos chamativa! - Você está perfeita para a ocasião! A vista era maravilhosa e o parque era belo, sobretudo à noite através da luz da lua, enquanto admirava uma parte da vista da cidade com as suas luzes refletidas na água notei que paramos frente a um monumento quadrado e moderno e Simon disse: - Chegamos! Olhei para o tal monumento e disse: - Ah...! Simon riu e diz: - Você não consegue imaginar nada não é? - O que exatamente? Ele suspirou e disse: - Me dê a sua mão! Quando nos tocamos notei que ele era frio e ele disse: - Desculpe por isso, faz parte da minha natureza! - Não tem problema, eu já imaginava isso. - Então aproveitando a sua imaginação quero lhe pedir, por favor, que feche os olhos! E saiba que esta é a forma como cheguei aqui em seu mundo. ... Jessica fechou os olhos e Simon a segurando pela mão a guiou rumo ao quadrado de aspecto moderno e metálico enferrujado, obviamente por causa da brisa marítima. E assim atravessando o tal quadrado os dois chegaram à outra dimensão e Jessica abrindo os olhos se espantou e olhou para o Simon e depois para frente enquanto ele foi dizendo: - Jessica! Bem vinda a Neverland um nightclub pertencente ao meu mundo!
Capitulo 18
Procurada
O lugar era realmente de tirar o fôlego, paredes trabalhadas em luzes high-tech coloridas destacando o ambiente que era escuro mais não tanto, havia também garotas dançando em suportes de metal próximo ao que conhecemos como polly dance, mas não eram stripers ou algo assim. E muito menos vestiam como uma. Vi duas taças lotadas de espumas e soltavam bolhas, em cada uma delas haviam uma garota vestida de sereia. A musica era uma batida forte e agitada, alguns dançavam... Outros conversavam. E o bar?! Era maravilhoso super moderno e lotadas de bebidas e garrafas diferentes e coloridas. Devo ressaltar que aquele lugar possuía dois andares e em todos eles haviam mesas e cadeiras, pufes e sofás. E claro a famosa dark room uma sala especial e reservada caso você desejasse fazer algo mais. A pista estava cheia, mas não tanto, o chão era interativo e próximo à mesa do DJ que comandava o som. Após observar tudo de longe Simon me puxou e começamos a nos movimentar, chegamos ao segundo andar e seus companheiros estavam ali sentados e bebendo enquanto conversavam e riam. Aberlard: - Hora! Trouxe a amiguinha humana! Ryan: - Melhor chama-la assim, ela não gostou quando eu disse que era a garota do Simon. Jessica fechou a cara e ele disse: - Entendi! Simon diz: - Chega de brincadeiras, vocês sabem por que viemos aqui. Sebastian diz: - Para nos divertirmos é claro. Simon diz: - Vou te levar para conhecer o bar, vamos?
- Claro! Os meninos acenaram enquanto nos afastamos e chegando ao bar notei que havia uma bar girl e um bar man fazendo seus movimentos apimentando o clima do outro lado da mesa. O garçom anotava os pedidos até que os dois artistas ali desocupassem, por isso ele disse: - Ora, quanto tempo Simon! - Olá Victor! - E quem é essa que cheira tão bem?! - Meu nome é Jessica! - Hora uma humana? Disse Victor olhando para o Simon de maneira desconfiada. - O que foi? Eu... Não devia estar aqui? O jovem Victor era de beleza simpática, mas possuía uma risada insana o qual destacava diante toda aquela multidão de belos rostos na pista. Rindo ele disse: - Claro que pode! Há varias de você aqui! - Então... Victor interrompendo a Jessica disse: - Não é muito recomendado ser amigo de um Shinigami ou andar com eles, mas, vocês adoram um. Disse ele de maneira provocante me fazendo olhar para uma garota que entrou acompanhada por um shinigami na dark room. Jessica desconcertada ficou sem falar nada e o Victor rindo fez com que Simon se mostrasse meio nervoso e dissesse: - Bem, você tem alguma coisa menos forte por ai, hoje?! - Vou ver o que mando... E você gracinha o que vai querer? - Eu... Não... Bebo! - Uma certinha?! Está bem então se decidir... Já sabe. - Desculpe tê-la trazido para cá, eu achei que você fosse gostar! - Não, eu gostei... Quer dizer só não sou acostumada sabe... Essa é a minha primeira vez em um lugar desses. Ele sorriu de lado e disse: - Bem, há sempre uma primeira vez. - Hora, Simon?! Disse uma voz provocante e feminina. - Sharlene?! - Já faz um tempo que não te vejo... E... Quem é essa? Disse ela me olhando de cima em baixo. - Essa é a Jessica! - Você é bastante atraente Jessica! - O... Obrigada! Sharlene riu com a minha timidez e disse: - Que gracinha, divirta-se! Sharlene se afastou e Simon disse:
- Ela é uma das donas desta boate então... Não repare o jeito meio... Você sabe! - Não tem problema! Victor voltou com a bebida e entregando ao Simon foi logo dizendo: - Francamente, essa foi a mais fraca que preparei hoje, o que aconteceu está destreinado? Ou... É pela garota? Simon olhou sem graça e Jessica disse: - Não precisa... Se conter se você estiver acostumado. - Hum... Que garota legal! Disse o Victor. - Não, está tudo bem! Senão não haverá quem a leve para casa, eu não... Confio nos meus companheiros perto de você. - Uau! Que quente isso! Disse o Victor enquanto preparava outra bebida próxima a eles. ... Simon resolveu ignorar o Victor não respondendo nada a ele depois daquele comentário, então logo que ele se afastou para atender outros clientes, Simon foi chamado por outro rapaz: - Simon, que bom vê-lo por aqui! - Olá, Tray! - Olha só uma visitante?! - Ela é alguém que resolvi trazer hoje. - Hum, encantado! Senhorita... - Jessica! - Senhorita Jessica. Disse ele enquanto beijava a mão dela. Simon pareceu não gostar muito daquela atitude do rapaz que se mostrou interessado, por isso disse: - Vou leva-la para conhecer o resto! - Ah, sim claro! Fique a vontade e aproveite senhorita Jessica, Simon nunca foi de trazer ninguém aqui, você é a primeira então... Sinta-se honrada! - Ah... Obrigada! Disse ela timidamente. Simon a tirou dali a puxando pela mão esquerda e disse: - Acho que não foi uma boa ideia trazer você, já que notavelmente é novidade o que resolvi fazer hoje. - Mas, por quê?! - Porque todos parecem urubus em cima da carniça! ´´ Ele está com ciúmes de mim?`` Pensou Jessica esboçando um sorriso disfarçado nos lábios. ... Fomos à pista de dança e Simon começou a dançar enquanto tímida eu não conseguia me mexer estranhando aquilo ele disse: - Dance! - Não, sei fazer isso! - Lógico que sabe, todos sabem se mexer conforme o ritmo mesmo que às vezes as pessoas hajam de forma ridícula.
- Obrigada pelo incentivo! Ele riu e disse: - Você só esta tímida! Vou te ajudar! Ele segurou as minhas mãos e então comecei a me mexer, alguns poucos segundos Ryan se aproximou para me salvar daquele momento constrangedor dizendo: - Trouxe algo para você Jessica! - O que é isso?! - Uma bebida! - Obrigada! - Confie em mim, você vai se soltar rapidinho. Disse ele depois que a garota deu o primeiro gole. Simon diz: - E como é o gosto Jessica?! - Doce, amargo, frio... Não sei definir! Ryan diz: - É o néctar do deus Lono pertencente às crenças havaianas por ser o responsável pela agricultura e a fertilidade da terra. - Nossa... Que legal! E não é muito forte. Ryan sorriu e disse alguma coisa nos ouvidos do Simon e dali saindo fez com que Simon dissesse: - Jessica o Sebastian ficará com você aqui, enquanto aproveita a noite... Eu vou subir para uma reunião, ok?! - Tudo bem. Sebastian já estava atrás de mim e acabou me assustando quando me virei, e nada surpreso Simon disse a ele: - Cuide dela, enquanto eu estiver na reunião. - Ela ficará segura! Sebastian e eu enquanto conversávamos, começamos a dançar. Aos poucos eu senti que estava realmente me soltando e logo já não sentia mais minha timidez de antes. ... Quando se cansaram e resolveram ir ao bar para Sebastian pegar alguma coisa para beber, ambos foram logo se sentando e naquele mesmo momento as portas da boate abriu com toda violência por uma forte ventania e lá na frente afastados do bar havia cinco rapazes todos de preto parados lado a lado de cortes de cabelos diferenciados possuidores de silhuetas magras, braços trabalhados e rostos bonitos. - Estava ficando tarde! Disse Sebastian agarrando a mão da Jessica e saindo dali aproveitando a escuridão da boate enquanto a pequena multidão ainda estava de pé frente a eles os olhando de maneira odiosa como se fossem matar os cinco rapazes a qualquer momento. ...
Sebastian me conduziu até uma porta aos fundos da boate e nela descemos alguns degraus e seguimos uma passarela de pedras que levava a vários lugares, porém a nossa frente indo rumo à direção em que eu e o Sebastian corríamos chegamos a uma enorme floresta composta por altas arvores que se assemelhavam a sequoias onde havia um pouco de nevoa e um grande céu negro e estrelado. - O que está acontecendo? Porque estamos indo por aqui Sebastian? - Nesta floresta podemos nos esconder e também chegar a um esconderijo antigo que há por aqui. ... Jessica já estava ofegante e Sebastian a pegou no colo e disse: - Correndo na sua velocidade... Se houver alguém atrás de nós logo nos pegará. Enquanto isso dentro da boate... Ligaram as luzes e todos do local encaravam incessantemente os cinco rapazes que mantinham um olhar atento ao local, como se procurassem por alguém. Logo os três donos da boate surgiram no meio daquela multidão que davam passagem a eles e assim estando frente aos cinco stalkers e da multidão, Sharlene, Tray e posteriormente Domingos o organizador da reunião onde estava o Simon, dois dos seus companheiros e mais alguns integrantes logo disse: - Em que consiste a visita dos rapazes?! Sallas surgiu à frente dos rapazes que deram passagem a ele dizendo: - Domingos! Quanto tempo, não?! - Sallas! É uma surpresa tê-lo aqui! Sallas querendo provocar disse: - Vejo que ainda mantém os antigos costumes em trazer... Humanos para este lugar. Sharlene diz: - Qualquer um que tenha direito de pisar aqui é bem vindo! Sallas disse a ela: - Indiretas?! Então dando dois passos a frente ele disse: - Espero que não estejam sendo dirigidas a mim! Tray diz: - Eles trabalham aqui, não tem qualquer ligação com a terra, o conselho sabe disso. - Mas o que deseja aqui? Sallas diz: - Estamos atrás de certo humano em particular. Disse ele olhando para os tais funcionários humanos que estavam ali e que logo se encolheram assustados ou desviavam o olhar se afastando para trás, posso dizer que se tratava de cinco no máximo, afinal poucos têm esse
privilegio de estar do outro lado de um portal sabendo da existência de criaturas místicas e ainda sim guardar segredo sobre isso trabalhando para eles. - Para ser mais preciso... Estou atrás de certa garota ruiva. Alguns se entre olharam e Simon do segundo andar juntamente com o Ryan e o Aberlard desceram, aparecendo subitamente e de forma discreta no bar. Victor já sabia por que estavam ali e disse: - Sebastian a tirou daqui, devem estar na floresta! - Obrigado! Disse Simon saindo de forma rápida sendo acompanhando pelos meninos. Sallas não notou que os rapazes haviam saído, mas surpreendeu a todos abrindo um papel branco com um selo vermelho na ponta autorizando a busca dele pela Jessica. - A garota foi vista entrando acompanhada por um desses Shinigamis e este papel em minhas mãos com este selo dado pelo conselho me permite fazer uma busca, por isso... Sharlene diz: - Quero olha-lo eu mesma! - Como queira! Sharlene e Tray olhando o documento confirmaram com um aceno a Domingos que o mandado era verdadeiro, por isso devolvendo a folha ao senhor Sallas, logo foi ordenando da seguinte maneira aos cinco que vieram com ele: -Você! Vá olhar por toda boate! - Você e você irão ao jardim. - E vocês dois irão à floresta, afinal nunca é demais ser precavido, eles não devem estar muito longe daqui se tiverem ido para lá, agora vão! Os garotos se espalharam e Sallas disse: - Podemos ir a sua sala por um instante senhor Domingos? - Sim, senhor! Respondeu ele aparentemente contrariado. Eles subiram até o escritório e a boate ficou parada até a busca pela Jessica terminar. Vendo que era perigoso, muitos resolveram se retirar dali e ir para casa. ... - Quanto tempo mais Sebastian até chegarmos? - Acabamos de chegar! Disse ele a colocando no chão. - Mas não vejo nada! Sebastian sorriu e tocando uma daquelas arvores abriu-se uma passagem Jessica se espantou com aquilo e aparentemente assustada fez com que o sebastian dissesse: - Entre não há o que temer! Quando entrou a arvore tornou a ser o quer era antes de abrir a passagem e assim, desceram em um elevador moderno até o subterrâneo. Logo que as portas do elevador se abriu Jessica notou que havia um longo corredor a sua frente.
- Venha Jessica! Quando começaram a caminhar as luzes foram se acendendo automaticamente. - Que lugar é esse? - Se trata de uma base militar abandonada no tempo da grande guerra então o conselho resolveu transforma-la e desde então utilizamos como esconderijo. - Todas essas portas... São o que? - Cada uma delas te leva a um lugar em especial. - Uma dimensão?! - É mais ou menos isso. - Mas você disse que o conselho mandou arrumar este lugar, não é isso? - Sim! - Então se estamos fugindo deles, logo viriam nos procurar aqui! - Bem pensado, mas quando disse conselho me referi ao representante da nossa espécie, sabe... Todos têm seus segredos. - Quer dizer que nem tudo que se passa por lá os lideres conhecem?! - Isto mesmo! É necessário que seja assim, todas as nações possuem esse tipo de relação ou senão em caso de uma guerra como surpreenderiam o inimigo? - Não faz sentido então existir um conselho se há segredos entre eles mesmos. - Já ouviu a frase nunca confie?! Jessica teve um flash com a discussão entre ela e o Simon quando ela lhe revelou que sabia da verdadeira identidade dele então respondeu: - Sim! - Então já deve imaginar. ... Não era pra menos, depois de uma grande guerra entre eles mesmos, realmente qualquer confiança seria abalada. ... Ambos chegaram a um grande salão e nele havia mesas transparentes, computadores moderníssimos, painéis digitais e o que mais fosse possível para monitoramento no mundo todo. Jessica esboçou surpresa e encanto com aquele lugar e Sebastian disse: - Aqui podemos exercer nossas funções e saber o que anda ocorrendo no mundo,inclusive os ataques dos stalkers a Vancouver, que é todas estas áreas machadas de vermelho, como pode ver. - Essas zonas em azul são as que sofrem risco de ataques a qualquer momento e as de verde significa que ainda estão em paz. - Mas porque está me mostrando isso?! - Para você saber que o problema não está só em Vancouver, mas logo estará no mundo todo. Os stalkers não são só os únicos culpados nesta história, sabia? - Há outras criaturas?
- Sim! E sinceramente tememos que eles formem uma aliança e tomem o conselho caso consigam o que desejam. - Mas diante um problema tão grande porque querem a mim? - O fato de eu ter escutado uma tentativa de acordo entre vocês representando uma parte do conselho e eles a outra metade me faz pensar que isso é ridículo. - Afinal... Quem em sã consciência acreditaria em mim caso eu dissesse essas coisas por ai? - Simon não te contou Jessica? - Contou o que? - Como morremos? Jessica parou por alguns segundos e disse: - Não! - O conselho só te quer por dois motivos, um porque sabe do nosso segredo e a outra... - E a outra? - Que a única maneira de se matar uma criatura lendária do submundo é revelando a sua existência. E para eles você se torna uma ameaça caso isso caia em mãos erradas. - Mas, o que? Eu... Nunca faria isso! - Nós que estamos próximos de você sabemos que você não é assim, mas para eles que não a conhece é diferente. - Mas eles atacam o meu mundo constantemente por interesses e põe a própria identidade deles em risco fazendo o que fazem, isso é injusto. - É claro que é, porém eles querem achar alguém para por a culpa e esse alguém é você que apareceu no ápice do problema. Jessica colocou a mão sobre a cabeça e se sentou em uma das cadeiras que havia ali e Sebastian se aproximando dela disse: - Não queremos que se sinta culpada, por isso Simon se afastou subitamente de você para que não a colocasse em risco e descobrissem a amizade que vocês têm. Caso contrario, haveriam invadido a escola e te tirariam de lá com toda certeza nem que seja a custa de sangue, pois a outra metade do conselho é a favor e não se opõe a isso. - Isso é coisa demais para mim! Vocês possuem um mundo muito cruel e bagunçado! Não são nada parecidos com tudo o que eu já li. - Sinto muito que não seja tão belo quanto gostaria que fosse, mas subsistimos assim a mais tempo do que tem a humanidade sobre a terra. - Sebastian o que devo fazer?! Não quero que ninguém mais morra por minha causa ou... Até mesmo vocês, me defendendo do conselho que com toda certeza se mostra poderoso. Sebastian a levantou da cadeira e Simon chegando ao local disse: - Não há porque temer, parte do conselho está ao nosso favor graças à ajuda que estamos dando, então... Jessica viu o Simon e seus olhos se encheram de lagrimas e tentando se conter ela disse:
- Quero ir para casa, a qualquer hora minha avó pode voltar, não posso mais ficar aqui! - Tem certeza de que quer isso?! - Sim, mais do que qualquer outra coisa, lá eles não vão me achar. Sebastian olhou para o Simon que resolveu não dizer nada a aquela afirmação de Jessica para não assusta-la mais e disse: - Então vamos sair daqui! Disse ele pegando a mão da Jessica e Sebastian ao lado direito dela.
Capitulo 19
Confronto
Enquanto subíamos o elevador perguntei: - A onde estão Ryan e o Aberlard?! - Fazendo a guarda de maneira escondida na floresta caso os stalkers cheguem, Sallas mandou que a procurassem por aqui, provavelmente já suspeita da nossa ligação. Jessica engoliu seco e quando a arvore os devolveu de volta a floresta ambos caminharam alguns metros se afastando do local do esconderijo e assim Ryan e Aberlard se juntaram a eles sumindo todos os cinco no meio da nevoa que cobria a floresta. ... Não foram nem um quilometro caminhando quando Jessica sentiu que estavam sendo observados e tendo aquela sensação de medo voltar disse: - Eles estão aqui! Aberlard disse: - Pensei que não perceberia! - Impossível! - Jessica fique entre nós! Disse Simon enquanto formava um circulo juntamente com os meninos em volta dela. ... Eu estava ofegante, o frio novamente voltou, e eu sabia que não era só os stalkers que estavam ao nosso redor, mas havia algo mais ali naquela floresta, e aquele dia no hotel e em meus sonhos cada vez que os inimigos apareciam aquilo me dominava. ... Não demorou muito até a figura dos cinco rapazes a mando de Sallas aparecerem de uma vez na frente deles, os meninos em posição de batalha encaravam os stalkers de maneira selvagem enquanto eles mostravam as suas presas tentando intimidar a Jessica. Um deles deu um passo à frente e disse: - Entregue a garota e assim não precisaremos lutar!
Aberlard disse: - E se não quisermos?! - Ela sofrerá as consequências! Disse outro rapaz dando um passo à frente. Simon nervoso disse: - Vocês a querem?! Então venham buscar! Os stalkers com muita raiva partiram para cima dos garotos que tomando suas armas em mãos começaram a lutar, enquanto isso Jessica se afastava para trás mantendo os olhos na luta, que praticamente se mantinha em aparecimentos e desaparecimentos a sua frente, demonstrando força e velocidade impossíveis para qualquer ser humano acompanhar ou intervir. ... Eu estava assustada e mais ainda fiquei quando Ryan arremessou um deles contra uma daquelas arvores e passando bem próximo de mim, apenas cai para o lado quando me desequilibrei por conta de um galho. Era perigoso permanecer ali, por isso resolvi sair do campo de batalha entre eles e corri para me esconder atrás de uma daquelas arvores. Meu coração estava disparado e ainda sentia aquela presença ameaçadora nos observando na floresta enquanto a luta ainda acontecia. ... Os rapazes estavam entretidos demais com a intrigante luta para perceberem um inimigo em comum de olho na garota. Por isso Jessica se assustou com a presença de um vulto seguido de uma pequena ventania que se formou bem atrás dela. ... Olhei para trás e nada vi, eu estava ofegante quase sem ar com a tensão que percorria o meu corpo, andei alguns passos e disse: - Tem alguém ai?! De novo o vulto agora do lado esquerdo me assombrou. E andei mais alguns passos, novamente senti algo atrás de mim e nada, agora realmente irritada alterei a voz e disse: - Chega de brincadeiras e apareça de uma vez! - Quem está ai?! Logo o vulto preto apareceu novamente pulando de uma arvore para outra e eu tentava acompanha-lo enquanto ele insistia em pular a minha volta. E quando finalmente a figura tornou-se perfeitamente visível aos meus olhos alguns metros a minha frente notei que se tratava de alguém encapuzado super alto e forte. O seu rosto eu não podia ver a não ser a sua boca com duas argolas pratas e pequenas no lábio inferior. - Quem é você? A figura de capuz sobre o rosto e veste comprida, preta e rasgada na barra até os pés abriu um sorriso monstruoso e logo tirando algo de detrás das suas costas, vi que era um enorme martelo trabalhado e mortalmente brilhante a luz do luar. - Essa não! Disse eu engolindo seco.
Ele então pulou e a alguns passos de distancia logo aferiu um golpe contra mim, que caindo no chão notei o buraco formado com a força e o peso daquela arma. Sai correndo o mais rápido que pude enquanto a criatura com os seus três metros de altura somente andava, fazendo assim o sentimento de inutilidade tomar conta de mim. ... Enquanto isso a luta ainda continuava entre os stalkers e os shinigamis, até Aberlard acabar com o seu oponente e olhando para trás não viu a Jessica e chamando por ela se afastou rapidamente, somente alguns metros do campo e olhando atrás de uma das arvores viu um buraco com terra afundada no chão e gritando disse: - Jessica está em perigo! Os meninos pararam na mesma hora enquanto os stalkers ainda os observava ofegantes. Sebastian: - Era uma distração! Os quatros stalkers restantes olharam uns para os outros e novamente começaram a atacar e enquanto lutava Simon disse: - Vá atrás dela! Rápido! Quando um deles parou de investir contra Ryan para ir atrás do Aberlard nesta mesma hora se colocou na frente dele e disse: - Aonde vai?! E voltaram à luta enquanto Aberlard começou a procurar por Jessica. ... Vamos a Vancouver ver o que acontece por lá. ... A avó da Jessica estava entretida com a reunião do condomínio e viu que ainda marcavam nove horas da noite no relógio, por isso decidiu continuar na confraternização e jogar papo fora. ... Voltando a floresta... ´´ Está escuro e a nevoa está se tornando densa... Embora eu ainda ache que fugir desse cara é inútil! `` Comecei a escutar a respiração dele e o martelo que arrastava no chão se aproximar, entrei em pânico, por isso vendo uma arvore caída resolvi me esconder atrás do seu grosso tronco, afinal era praticamente uma sequoia e aquilo era muito resistente talvez me protegesse daquele assassino. ... A criatura parou e tentou farejar a Jessica com o olfato, ela possuía um cheiro realmente delicioso para aquelas criaturas do submundo, por isso seria fácil acha lá. Enquanto caminhou rumo ao tronco ele levantou o martelo e depois o bateu com toda força nele rachando a arvore ao meio.
Jessica já havia saído dali e ainda corria mata adentro enquanto a criatura ia atrás dela arrastando o martelo. ... - O que eu faço? Já estou cansada! Olhei para os lados e só via arvores e mais arvores, não dava para subir. Eu era inútil e nada mudaria o fato de talvez morrer ali, não porque eu era fraca, mas porque eu já estava cansada de correr e não possuía habilidade nenhuma. Ofegante e escondida atrás ainda do tronco de outra arvore percebi que alguém chegou, pois disse: - Hora! Você?! Quanto tempo... Mortis! - Ainda assustando as crianças? - Essa voz é do Aberlard. Disse Jessica para ela mesma, porém foi suficiente para a criatura escutar e martelar outra vez o chão próximo a ela que com o impacto caiu rolando para o lado. Aberlard montou nele antes que ele a pegasse e usando as suas mãos deu um tapa nos ouvidos da criatura chamada Mortis que logo soltou o martelo e caiu de joelho no chão berrando em uma altura enorme. Aberlard viu que a criatura não representava ameaça e se manteve em posição de ataque até poucos segundos antes de outro stalker aparecer se colocando ao lado da criatura e dizendo: - Ele te machucou, Mortis?! A criatura ronronou a maneira dele e o Stalker disse: - Não se preocupe você vai para casa! E tele transportando a criatura o tal stalker disse a Jessica: - Você dá muito trabalho! - Mas... Tenho que admitir que é bastante habilidosa, pois conseguiu fugir do Mortis resistindo bem em não ser acertada por ele. Então Aberlard que estava do outro lado se colocou na frente da Jessica rapidamente e disse: - Você terá que lutar comigo antes de leva-la, Adrian! Ele riu e disse: - Não será preciso, Aberlard! - Não sou eu que irei leva-la, afinal não é a minha função hoje! Ele rapidamente passou por Aberlard o jogando para longe e assim mordeu Jessica no pescoço. O grito dela ecoou até onde os meninos haviam acabado a batalha e diante disto correram em direção a ele. Adrian diz: - Não leve a mal isso é um presente para quando nos encontrarmos de novo... Você se lembre de mim. Ele viu que a garota estava se contorcendo em dor e nem gritava, mas gemia. ...
Enquanto aquela dor infernal percorria o meu corpo notei que Adrian era o mesmo rapaz que estava a me vigiar durante todos aqueles dias e sim com toda certeza me lembraria dele, mas da pior maneira possível. Aberlard correndo em direção a ele com o punho armado gritou: - Desgraçado! E Adrian sumindo de uma só vez fez com que Aberlard acertasse a arvore e afundasse um pequeno buraco nela e assim vendo que ele já não estava mais lá foi correndo até a Jessica que se desencostando da arvore a manchando de sangue com a sua mão caiu no chão agonizando. Aberlard: - Jessica! - Jessica, aguente firme, por favor! Aberlard estava aflito e não sabia o que fazer, pois viu que não dava para tira-la dali. Ela precisava ser salva naquele exato momento antes que morresse ou se transformasse e isso variava de acordo com a resistência de cada mortal. Simon, Ryan e Sebastian chegaram e se aproximando dela disseram: - O que houve?! Simon diz: - Temos de salvá-la depois nós saberemos o que aconteceu! Jessica ofegante e suada ainda estava com dor e lutava para falar: - Simon... Simon! Aberlard diz: - Você já sabe o que tem de fazer! Simon olhou para os meninos rapidamente e disse: - Jessica... Jessica me perdoe! - Por favor, não feche os olhos! E assim pegando o seu punhal sorrateiramente para que ela não vesse, Sebastian se colocou ao lado do companheiro e disse a ela: - Olhe para mim Jessica! Somente para mim! Simon então balbuciando algumas palavras fez com que a adaga escondida atrás dele se acendesse como uma lâmpada. ... Os olhos do Simon era a única coisa que eu queria ver pela ultima vez depois da lua, branca e encoberta pela nevoa naquela bela e enorme floresta. Eu sabia que estava quase morrendo, eu sentia que estava ficando escuro e sem ar. Por isso a cor laranja que os olhos dele naquele momento se tornaram me acendeu tanto quanto a apunhalada que ele me deu rumo à costela direita. Percebi que para não me debater e me machucar ainda mais com aquela lâmina e a dor que ainda corria pelo meu corpo ele se colocou sobre mim segurando a minha mão esquerda para que eu a apertasse. E a dor estava indo embora, mas enquanto havia ar nos meus pulmões eu quis dizer:
´´ Simon... Obrigada... Você me deu a melhor das melhores experiências na vida de qualquer humano, mas não consegui.`` Eu sentia as lágrimas escorrerem pelos meus olhos ainda em agonia enquanto as dele pingavam sobre o meu rosto. Então ainda antes de fechar os olhos tentei sorrir e consegui dizer: - Isso ainda... Não é... O meu... Fim! ... Quando Jessica fechou os olhos, e pôde ter alguns dos melhores flashes da vida dela passando a sua frente todas iluminadas e claras como água cristalina refletindo a luz do sol. ... Entender o que são os sentimentos é basicamente impossível, mas quando se está entre a vida e a morte você deseja fazer algo simples e não pode como... Apenas pronunciar simples palavras. E percebi isso quando tentei dizer obrigada ao Simon pela primeira vez antes dele me apunhalar. E sim sem sombra de duvidas ele é o começo e com toda certeza o fim da minha medíocre vida humana que só percebi o quanto é rápida e frágil demais no momento em que estava caída e agonizando no chão. Devemos dar valor antes que acabe... Isso é tudo o que eu sei e que percebi naquele momento de realidade e sonho antes de acordar. ... Jessica abriu os olhos no hospital e o primeiro rosto que viu foi o da sua avó Margareth a chamando: - Jessica?! - Jessica! - Dona Margareth?! - Graças a deus o que aconteceu?! - Eu estou viva?! - Está! - Quero água! - Claro, aqui está! Jessica bebeu aquela água como se estivesse há quarenta dias no deserto e sua avó disse: - Fiquei preocupada quando me telefonaram do hospital, me disseram que você havia sido arremessada por um carro, graças a deus ele não corria tanto, porém ninguém viu a placa para denunciar o responsável. - Arremessada por um carro?! - Sim, não se lembra? Jessica se tocou e disse: - Foi muito rápido! Eu nem vi! - O que você foi fazer na rua? - Acho que vi alguma coisa interessante e me distrai quando a atravessei para comprar...
- Esta tudo bem, vou telefonar para o seu avó e avisa-lo que está tudo bem. - Você contou ao vovô?! - Não tive opção! Jessica respirou fundo enquanto a sua avó saiu do quarto dizendo: - Eu não demoro! ... - Atropelada hein?! - O que queria que eu tivesse dito a responsável pelo plantão da noite?! Disse Simon sentado na janela. - Simon?! - Vim ver como você está! - Eu pensei que você havia me matado, pois Aberlard falou de uma maneira como se não houvesse mais solução para mim. - Desculpe por aquilo, era a única coisa que poderia te ajudar! - O que aconteceu exatamente?! - Você sempre curiosa... - Eu quero saber! - Eu te apunhalei com algo que carrego comigo além da adaga... Se trata de um punhal. - Ela fura a principio, porém encantada faz a alma da pessoa voltar ao corpo, cicatriza o ferimento e devolve o tempo roubado... É claro. - E... Sinceramente achei que fosse te perder, mas ai você disse que não era o seu fim e só então percebi que se tratava apenas de um sentimento ruim e passageiro que... Eu não quero sentir nunca mais. - Simon... Eu... - Não se preocupe Jessica eu estarei ao seu lado e não permitirei que te machuquem novamente. - Simon! Não me importa, por que agora... Mesmo que tenha me dito uma vez para nunca fazer isso... Eu acho que confio em você... Lembra-se disso. – não precisa me dizer essas coisas, pois eu sei que você sempre estará lá. Ele sorriu e Jessica querendo mudar de assunto para quebrar o clima constrangedor disse: - E... Aquele punhal por acaso é a mão de Cronos, um dos deuses gregos? - Você conhece a lenda sobre ele? - Um pouco! - Quer ver? - Claro! Ele foi o motivo do meu alivio. ... Quando ele levantou a camisa e puxou o punhal da sua proteção presa ao corpo dele, notei que era prata, o seu cabo era incrustado de pedras brilhantes e havia no meio do cabo feito em pedras vermelhas um símbolo referente ao tempo e assim a guardando novamente Jessica disse: - Porque você tem algo assim? - É uma longa historia!
- Quando quiser me contar, estarei disposta a ouvir. Você sabe que eu gosto dessas coisas. Ele riu e disse: - Tudo bem! Acho que eu sei do que você é capaz de fazer por essas historias... Ah... A sua avó vem ai. A avó de Jessica abriu a porta do quarto e Simon sumiu misteriosamente naquele mesmo instante, porém a senhorinha nem percebeu quando foi e sorridente se dirigiu até a sua neta que se manteve calada e disse: - Seu avô lhe deseja melhoras e diz que em breve vem vê-la! - Que bom, fico feliz, mas tenho uma pergunta! - Diga! - Você não contou isso para os meus amigos... E nem pra policia né?! - Não, dessa vez ficará entre nós! - Graças a deus. Disse Jessica sendo ajudada pela avó a se sentar na cadeira de rodas, pois havia recebido alta e chegando ao apartamento estava tudo apagado e fechado. Naquele mesmo momento quando a Jessica acendeu a luz, estavam todos ali com um bolo, refrigerantes, balões e cartaz dizendo bem vinda. - Segredo hein dona Margareth?! Disse ela olhando para a avó que sorria. ... Diante de tudo... O que eu mais queria havia acontecido. Um dia de alegria para apagar a noite de terror vivida por mim, porém salva novamente por Simon e os seus amigos. Mas, não querendo ser pessimista e talvez já sendo... Eu sabia que as coisas só estavam começando, pois o conselho ainda estava atrás de mim e eu não sabia quem havia me salvado na noite do hotel e muito menos quem eram os meus pais. Mas eu sei que preciso tomar mais cuidado não só por tudo isso que aconteceu, mas também pela minha avó Margareth. ... Ainda pensativa sobre tudo, Jessica terminou a noite em seu quarto na sacada olhando para a lua e pensando como seria daqui para frente. ... - Obrigada... Simon! Eu disse fechando os olhos me lembrando da nova realidade que eu havia conhecido e que me fez perceber que a fantasia era mais real que o próprio ar que eu respirava e que ainda... Me renderia novas descobertas.
Até a próxima edição!!!