2021/1
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
PROJETO
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL SARA S. DUARTE VANESSA S. T. CARVALHO
ORIENTADOR: EMANUEL BELISÁRIO
PONTÍFICA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS – PUCGO FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO – ARQ4424
PROJETO IV PROJETO DE UNIDADE URBANA DE INTERESSE SOCIAL
ORIENTANDAS: SARA S. DUARTE - 20211001600688 VANESSA S. T. CARVALHO – 20211001600696 ORIENTADOR: EMANUEL BELISÁRIO
A finalidade da casa é a de proporcionar uma vida conveniente e confortável, e seria um erro valorizar demais um resultado exclusivamente decorativo. Lina Bo Bardi
SUMÁRIO 1.
INTRODUÇÃO ............................................................................... 09
5. PARTIDO GERAL DA IMPLANTAÇÃO NA QUADRA ....................... 49
2.
ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO E ENTORNO ................ 11
6. CONCLUSÃO ..................................................................................... 53
2.1. Estudo do Local .................................................................. 11
7. REFERÊNCIAS .................................................................................. 55
2.1.1. Histórico do Bairro - Vila Viana ............................... 11 2.1.2. Mapa de situação .................................................... 13 2.1.3. Mapa de topografia, insolação e ventos dominantes 13 2.1.4. Mapa de gabarito .................................................... 14 2.1.5. Mapa de uso e ocupação .........................................14 2.1.6. Mapa de equipamentos urbanos e culturais ............ 15 2.1.7. Mapa do sistema viário ............................................15 2.1.8. Mapa do transporte coletivo .................................... 17 2.1.9. Mapa de infraestrutura ............................................ 18 2.1.10. Mapa de legislação urbanística e edilícias ............ 19 2.1.11. Mapa de topografia e geografia ............................. 20 2.1.12. Mapa de vegetação ............................................... 20 2.1.13. Mapa de mobiliário urbano .................................... 21 2.1.14. Mapa de figura fundo ............................................ 21 2.1.15. Mapa de potencialidades ...................................... 22 2.2. Estudos de caso ................................................................. 22 2.2.1. Estudo de caso 01 ................................................. 22 2.2.2. Estudo de caso 02 .................................................. 36 3. PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................... 44 3.1. Área comum............................................................... 44 3.2. Área privativa – Unifamiliares .................................... 44 3.3. Área privativa – Habitação coletiva ............................ 45
01 INTRODUÇÃO
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1. INTRODUÇÃO Trabalho da disciplina Projeto IV, de elaboração de projeto de unidade urbana de interesse social, no Setor Vila Viana, Goiânia -
O trabalho será apresentado em tópicos de 1ª ordem, cada um seguindo uma sequência que irá detalhar os pontos estudados.
Goiás. O método de pesquisa adotado foi o estudo de caso. A partir da A moradia, em geral, é compreendida como espaço de refúgio, abrigo, isolamento e convivência. Porém, além disso, ela é uma
revisão da literatura desenvolveu-se uma estrutura conceitual base, que foi utilizada para analisar e propor soluções.
expressão da sociedade. Reflete as características culturais e econômicas desta, através da configuração funcional, da adoção de sistemas construtivos e da linguagem formal na busca por identidade e adaptação (MONOGRAFIAS UFRN, 2014).
Na proposta conceitual serão apresentados, o partido do projeto, bem como as tecnologias utilizadas. Tratando, da acessibilidade, visando a melhoria da qualidade da habitação de interesse social atendendo as necessidades de seus novos usuários.
A Habitação de Interesse Social, em termos gerais, é aquela voltada à população de baixa renda que não possui acesso à moradia formal. Segundo o ONU-HABITAT, habitação acessível é aquela adequada em qualidade e localização, que não custa tanto a ponto de impedir seus moradores de arcar com outros custos básicos de vida ou ameaçar seu gozo de direitos humanos básicos (ARCHDAILY, 2020).
No tópico estudos do local, serão exibidas pesquisas realizadas para a compreensão do entorno, analisando: os históricos dos bairros que circundam a área, suas relações com as cidades, com os bairros vizinhos; topografia, insolação; diversos mapas que foram utilizados para fazer um levantamento de como funciona a região, para assim ter condições de realizar um projeto adequado. Nos estudos preliminares serão expostas as diretrizes (comportam questões discutidas,
O presente trabalho irá abordar residências que venham permitir
elaboradas
junto
com
o
cliente),
a
setorização,
o
pré-
nova forma de morar, focando além do ponto principal que é
dimensionamento, o organograma, o fluxograma, e o plano de
oportunizar pessoas de baixa renda em ter seu direito constitucional
manchas (implantação primária/estudo de ocupação), que irão mostrar
de moradia garantido, levar uma moradia confortável, sustentável,
o que o projeto irá contemplar. E, é no plano de massas que será
com uma forma e volumetria que mostre que essa habitação não é
apresentada a volumetria do projeto.
apenas a garantia da acessibilidade, mas, a junção do acessível com uma arquitetura coerente e adequada às necessidades de seus moradores.
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02 ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO E ENTORNO
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2. ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO E ENTORNO Bairro 2.1. Estudo do Local 2.1.1. Histórico do Bairro - Vila Viana O Setor Vila Viana é aprovado pelo Decreto Lei nº 38, de 25 de outubro de 1954, e fica localizado na região central de Goiânia, às
misto,
formado
por
residências
e
estabelecimentos
comerciais variados como comércio, serviço, indústrias, como a Emegê, dentre outros segmentos. Um bairro composto por apenas 9 vias, logo, com uma população pequena (conforme tabela - IBGE -abaixo), de classe baixa e média.
margens da antiga estrada de ferro(desativada) que cortava o município, ao lado do Negrão de Lima, bem como, próximo a bairros como Vila Nova, um dos bairros mais antigos e tradicionais da capital, Nova Vila e Vila Jaraguá. Esse setor já foi ocupação de uma das favelas da cidade pela pouca estrutura urbana existente à época. A Favela do Trilho. Por esse motivo era predominante ocupações irregulares e autos índices de violência.
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Através da Av. Independência se chega ao centro, bem como a outros pontos como o setor Norte Ferroviário, outro bairro próximo, que surgiu para colaborar com a logística da capital, se destacando, principalmente, em relação ao setor de serviços, especificamente o comércio de confecções varejistas/atacadista, e em que fica localizado o Terminal Rodoviário, que conta com um shopping (Shopping Araguaia), além de infraestrutura com hotéis, restaurantes, galerias, etc. E, a 5ª Avenida que tem acesso facilitado, por exemplo, ao Aeroporto Internacional de Goiânia – Santa Genoveva.
Apesar dos males sociais do início desse bairro, o setor foi se transformando, e sendo alvo de grandes melhorias por parte do poder público e do setor privado, como o asfaltamento de ruas e saneamento básico, assim como o início da retirada das ocupações irregulares e a construção de residenciais populares em áreas regularizadas. (BARRICH, 2010). Setor próximo a avenidas, como a Av. Independência e a 5ª Avenida, que fazem conexão a trajetos que facilitam o dia a dia, proporcionando acesso direto ao centro de Goiânia e a pontos importantes da capital.
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2.1.2. Mapa de Situação
2.1.3. Mapa de topografia, insolação e ventos dominantes
Mapas que indicam a indicação da área na cidade, e o terreno em estudo.
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2.1.4. Mapa de Gabarito 2.1.5. Mapa de uso e ocupação e sua tipologia Observa-se que o local da gleba em estudo, localiza-se em
arquitetônica
uma região caracterizada predominantemente por construções com apenas um pavimento (90%), divididas entre várias habitações unifamiliares, sendo poucas as edificações com dois ou mais pavimentos.
Um dos principais mapas, com objetivo de identificar de maneira ideal as atividades humanas como: áreas urbanas, atividades agropecuárias, mineradoras, industriais e extrativistas etc. Através do mapa abaixo, constatamos que a região é de uso misto. A avenidas principal (Av. Independência) à frente do lote de estudo é bem movimentada por causa dos comércios e por ser ponto de acesso à diferentes bairros. Sendo um setor com predominância em habitações unifamiliares, contendo alguns comércios, a indústria da Emegê, localizada na divisa com a gleba, dentre outros segmentos.
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2.1.6. Mapa de Equipamentos Urbanos e Culturais
2.1.7. Mapas do Sistema Viário: hierarquia das vias, intensidade do tráfego, vias de acessos, nós e pontos de
Através do mapa abaixo, onde se encontram demarcados os equipamentos
públicos
e
culturais,
podemos
constatar
conflitos de fluxos
a
“centralização” da área em questão, uma vez que em seu entorno se
Através dos mapas abaixo percebe-se a acessibilidade ao lote em
vê a existência de uma quantidade razoável de serviços públicos de
questão.
saúde, de educação, como CMEI, creche, centro de saúde de referência,
como
o
CRER,
CAIS,
instituto
à
pessoas
com
- Mapa Macro do Sistema Viário
necessidades especiais (Pestalozi), praças como a da Boaventura. Há ainda no entorno grandes equipamentos que facilita e qualifica a vida local,
como
o Terminal
Rodoviário,
o
Parque
do
Botafogo,
equipamentos (junto a Estação Ferroviária) que estão na lista dos patrimônios tombados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o Parque de Diversão Mutirama, dentre outros.
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- Mapa de Hierarquia Viária
- Mapa de Intensidade do Tráfego
O plano diretor define as vias expressas (fluxo intenso), arteriais
O mapa mostra que a intensidade do tráfego, em termos gerais,
(limite de 60 km/h), coletoras (limite de 40 km/h), locais (limite de 30
considerando às vias do setor, em dias úteis é mais rápido na Av.
km/h) de cada bairro. Sendo vias, próximas ao lote em estudo,
Independência, caminhando para um pouco mais lento nas outras oito
expressa Leste Oeste (corredor ainda em processo de implantação – p
ruas, e com leve reduzida nos finais de semana.
assando
na
parte
posterior
do
lote),
arterial
a
Av.
Independência, coletoras as Ruas 206-A e 402 e as demais vias locais (ruas 207, 258, 401, B, D e D2).
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- Mapa de Fluxos e Predominâncias
2.1.8. Mapa de Transporte Público
Identifica direção dos fluxos das vias, a seta verde indica o sentido
A linha de transporte público que passam pelo bairro Vila Viana é a
do fluxo, sendo alguns de mão única. Contendo fluxos dos veículos e
260. Porém há outras linhas bastante acessíveis como 400, 403 e
pedestres.
406, dentre outras nas proximidades que dão acesso ao centro, bem como a outros pontos de Goiânia.
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2.1.9. Mapas de Infraestrutura - Rede Elétrica
- Esgoto e Abastecimento de Água
A rede de energia elétrica está presente em quase todas as ruas
Analisado o mapa verifica-se que a rede de abastecimento de
em forma de fiação aérea com postes, os mesmos já apresentarem o
água acontece nas ruas e cada bairro tem a sua rede de esgoto,
suporte para a iluminação da rua, e essa prioriza mais via de tráfego
estando a rede de água está interligada em todas as áreas.
dos automóveis que os pedestres. Ao redor do lote de estudo predomina-se a rede elétrica secundária (ou rede de baixa tensão) que é energizada a partir do secundário dos transformadores de distribuição. E nessa rede estão ligados os consumidores em baixa tensão e as luminárias instaladas nos postes.
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- Rede Telefônica
Essas são leis que estudam os impactos de trânsito, vizinhança, reserva técnica para estacionamento, admissão de implantação de lazer, cultura, esportes, transporte, comunicação, natureza, constituem áreas de segurança e proteção, estabelecido o índice de paisagismo mínimo, quadro de categorias de vias que são estabelecidas em via expressa, via arterial, via coletora, as compatibilidades e incompatibilidades do local. Bem como, estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto ao projeto, construção (afastamentos, tendências de desenvolvimento, tipologia, potencial construtivo, instalação) e adaptação do meio urbano e rural, e de edificações às condições de acessibilidade.
2.1.10. Legislação Urbanística e Edilícias Na análise do local, foram observadas algumas legislações para dar início ao projeto, como a Lei dos Parâmetros Urbanísticos (Lei nº 8.617/2008), o Plano Diretor e Processo de Planejamento Urbano do Município de Goiânia (LC LEI nº 246/2013), com o respectivo Uso do Solo, a Lei Complementar 181 / 2008 que tratase da concessão Transferência do Direito de Construir (TDC) e a Norma Brasileira de Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos (NBR 9050/2015).
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2.1.11. Mapa da Topografia e Geografia
2.1.12. Mapa de Vegetação
No Mapa de Topografia podemos observar as curvas de níveis (5m) por todo o terreno apresentado, e em quantidade razoável
No entorno há presença de elementos naturais como vegetação
no
do cerrado, mata, unidade de conservação permanente, identificada,
setor específico a ser trabalhado (Vila Viana). Nas proximidades, no
como no Parque Botafogo. A arborização urbana no geral, contribui
Setor Negrão de Lima observamos um local de erosão, o Rio Meia
para a qualidade do ar e saúde pública da cidade.
Ponte e também um córrego (Córrego da Onça).
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2.1.13. Mapa de Mobiliário Urbano
2.1.14. Mapa de Figura Fundo
Mapa para identificarmos mobiliários públicos, como lixeiras, ponto
No mapa de figura fundo, é possível verificar que a região de
de ônibus, postes de iluminação pública entre outros. Representa
estudo é bem adensada, o que contribui com problemas urbanísticos
todos aqueles elementos que são úteis ou servem de suporte a rede
de fluxos (veículos e pedestres). Além disso, de acordo com análise
urbana, ajuda a organizar o espaço, orientam e simplifica movimentos
realizada pela plataforma Google Maps, verificamos que a maioria das
no geral. Com o levantamento da área estudada, observa-se que a
edificações estão construídas nos limites dos lotes, contendo assim,
quantidade de mobiliários na região é, razoável podendo ser mais bem
pouca área permeável.
servida, por exemplo, de iluminação pública.
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2.1.15. Mapa das Potencialidades
2.2. Estudos de Caso 2.2.1. Estudo de Caso 01
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Ficha Técnica
Equipe: Habitar Arquitetas Associadas – Fabricia Zulin, Renata Coradin e Claudia Karina de Resende Jaramillo Van Sluys - Taller de Arquitetura y Urbanismo Alfredo Figueiredo Localização: Brasília – DF
Conceito Projeto para uma habitação unifamiliar econômica e uma casa
sobreposta de um dormitório com possibilidade de expansão de mais um cômodo. Oferecendo uma alta qualidade urbano arquitetônica com baixo impacto econômico. (COMVIVA, 2019). O projeto levou em consideração as transformações que podem ocorrer com as famílias ao longo do tempo e, por isso, é importante
Área: 13806.74 M² (total) - Lotes individuais de 118,80 m² Ano do Projeto: 2017 Tempo de Execução: 1 mês Cliente: CODHAB (Concurso Público Nacional de Projetos de
que o desenvolvimento do projeto ofereça a possibilidade de ampliação dos espaços. Assim, foi permitido a flexibilidade do projeto às possíveis alterações, ampliações e adequações dos futuros usuários. Assegurando que decisões individuais não impactem negativamente sobre o coletivo.
Tipologias Habitacionais para HIS da Companhia Habitacional do Distrito Federal)
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Implantação O projeto possui 4 (quatro) blocos compostos de unidades unifamiliares e casas sobrepostas, dispostos de forma que caiba a
Partido Permite uma flexibilidade espacial urbano arquitetônica com
relação aos possíveis arranjos, variedade tipológica e ao crescimento progressivo das unidades. (COMVIVA, 2019). Racionalidade construtiva baseada em processos construtivos industrializados que permitam a unidade do conjunto sem detrimento da diversidade arquitetônica. (COMVIVA, 2019). Adaptabilidade Funcional a partir de distribuições internas de tamanhos homogêneos que permitam a realização de diferentes atividades em qualquer espaço. (COMVIVA, 2019). Identidade a partir de arranjos urbano arquitetônicos que consideram a escala humana e favorecem a vida em comunidade. (COMVIVA, 2019).
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quantidade necessária de habitações, e que não atrapalhe a permeabilidade dos ventos. É composto também de um pátio central arborizado com playground, áreas verdes, calçadas permeáveis e ruas que privilegiam os pedestres.
Volumetria e Estrutura Formal O formato das habitações familiares, e da composição dos blocos foram projetados na forma retangular.
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Acessibilidade
A unidade proposta terá dimensões mínimas de 6.75x12.60
A implantação possibilitou uma boa acessibilidade dentro do
metros, e poderá ser implantada em diferentes tipos de lotes. A este
terreno, privilegiando os pedestres.
lote mínimo de 85.05m² pode-se considerar ainda o recuo frontal de 5m alcançando-se uma área total de 118.80m² (6.75x17.60m²). (COMVIVA, 2019).
Tipologia
As variações tipológicas, previstas no projeto, buscam romper a homogeneidade
e
monotonia,
resultando
em
agrupamentos
tipológicos com melhores diálogos volumétricos com o entorno e mais harmônicos com a escala humana. Ao contrário do que geralmente vem se operando em unidades habitacionais para população de baixa renda, a proposta não busca soluções instantâneas e padronizadas. (COMVIVA, 2019). A habitação unifamiliar econômica de uma casa pátio unifamiliar foi desenvolvido a partir dos conceitos de uma casa-pátio buscando um melhor aproveitamento do terreno, uma vez que é possível suprimir os recuos laterais garantindo iluminação e ventilação de qualidade aos ambientes voltando-os para o pátio interno. A unidade residencial se desenvolve, portanto, ao redor de dois pátios: um central integrado ao dormitório e aos ambientes de estar e jantar; e um nos fundos do lote que se relaciona com a cozinha e a área de serviço. (COMVIVA, 2019).
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27
A partir de um mesmo projeto, com apenas algumas pequenas adaptações, temos a tipologia da casa sobreposta. A residência do pavimento superior segue a mesma distribuição do programa, agregando à construção uma galeria frontal onde está a escada, deixando a fachada frontal preservada, referenciada na arquitetura moderna brasileira. (COMVIVA, 2019).
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29
30
Dentro dessas variações há áreas que possibilitam a expansão,
As fundações das tipologias, unidade unifamiliar e casa
que justamente, os ambientes que contribuirão para a composição
sobreposta (compartilha fundação e cobertura), são as mesmas,
do pátio. A unidade se desenvolve a partir de dois eixos principais: de
para possibilitar a ampliação vertical da tipologia unifamiliar. Sendo
um lado estão alinhados e interligados os ambientes de estar, jantar,
ainda que, os espaços para ampliações já contemplam toda estrutura
cozinha, banheiro e área de serviço e, de outro, os dormitórios
e instalações necessárias, faltando apenas a execução dos
intercalados por um pátio central. Esta flexibilidade do projeto,
fechamentos verticais, que poderão substituir os guarda-corpos
resultado de uma estrutura modular, permitirá adaptações do
previstos na entrega das unidades. (COMVIVA, 2019).
projeto uma vez que os terrenos de implantação sejam definidos, conforme pode ser visto nas imagens acima. (COMVIVA, 2019). Conforme os desenhos apresentados, é sugerido que, na tipologia de casas sobrepostas, a área de ampliação seja a parte de trás na casa térrea e a parte da frente no pavimento superior otimizando o uso dos espaços pois, enquanto não construídas, as áreas de ampliação funcionarão como espaço exterior de estar e lazer para os moradores. (COMVIVA, 2019). O projeto garante que as adaptações não prejudiquem o usuário, suas condições de habitabilidade da moradia, com a inclusão de um cômodo, por exemplo, à medida que o arranjo volumétrico, ao redor de pátios, garante iluminação e ventilação dos cômodos sem contar com o perímetro da construção, resultando em maior liberdade para possíveis adaptações dos usuários ou, até mesmo, para variações nos arranjos dos loteamentos. (COMVIVA, 2019).
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Tecnologia
Para uma melhor eficiência dos espaços não especializados (salas, dormitórios, home office, etc.) e liberar fechamentos, o projeto teve
O sistema construtivo é de alvenaria estrutural de bloco cerâmico, apostando na economia da construção, sendo que esse processo não utiliza formas, evitando assim, o desperdício de materiais. Foram utilizadas lajes de painel treliçado maciço para venceram vãos máximos de 3.45 metros.
como premissa a concentração dos espaços especializados (que precisam de infraestrutura e instalações específicas, como cozinha, lavanderia e banheiro), permitindo assim maior capacidade de adequação por unidade habitacional pelos usuários. Assim, as prumadas hidráulicas e de esgoto acontecem independentemente da estrutura, concentrando as paredes hidráulicas, o que otimiza a distribuição das tubulações contribuindo para a racionalização e economicidade do projeto. Os shafts das instalações está em local de fácil acesso e manutenção, não interferindo na estrutura e nos fechamentos. (COMVIVA, 2019).
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33
Materiais - Bloco cerâmico (bons resultados com relação ao conforto térmico, menor peso que o concreto armado, permite melhor acabamento na aplicação do revestimento); - Blocos de elementos vazados (nos fechamentos das galerias e áreas de serviço); - Revestimento cerâmico de parede (nas faces do tanque, cuba da cozinha e nos banheiros serão utilizados revestimentos nos pisos e paredes); - Piso cimentado liso desempenado; - Telhado de fibrocimento (otimização do conforto térmico e proteção da umidade).
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Arquitetura Sustentável
Paisagismo
A partir de uma proposta urbana compacta e uma ocupação de solo consciente, mais otimizado e, portanto, menos agressivo com o meio ambiente, maior diversidade e consequentemente maior coesão social. Esse modelo compacto também otimiza a distribuição de infraestrutura
pública,
serviços,
equipamentos
e
comércio,
favorecendo uma vida cotidiana de maior qualidade. (COMVIVA, 2019).
O paisagismo feio feito de forma que contribua em uma boa permeabilidade, na formação da paisagem, não só daqueles que vivem nessas habitações, como do entorno (contribuição da paisagem urbana).
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2.2. Estudo de Caso 02
Ficha Técnica
Equipe: Ingrid Okraska Zinermann, Marcio Dambroski Buzzo, Augusto Pimentel
Pereira, Rodrigo de Pádua Ribeiro, Frederico
Huckembeck Neto e Edson José Localização: Curitiba - PR Área: Habitações familiares de aproximadamente 63m² (10.5x6m) Ano do Projeto: Tempo de Execução: Cliente: CODHAB (Concurso Público Nacional de Projetos de Tipologias Habitacionais para HIS da Companhia Habitacional do Distrito Federal)
Conceito O projeto tem como premissa básica levar habitação digna, de
qualidade funcional e estética aos habitantes do Distrito Federal que são atendidos pela CODHAB. A arquitetura proposta busca estimular o usuário através da associação de planos e tectônica de matérias (arte de construir edifícios), com a finalidade de evocar sentimentos e experiências enriquecedoras ao indivíduo e bem estar da comunidade. (EQUIPE DO PROJETO - GRUPO 3).
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Implantação O projeto possui 11 (onze) blocos compostos de unidades
Partido A flexibilidade proporcionada pelo programa permite a criação de espaços intermitentes (conforme figura 54, imagem 4), cujos usos são livres, podendo se tornar área de lazer, contemplação
unifamiliares e casas sobrepostas, dispostos de forma que acompanham a topografia do terreno. Além de contemplar áreas verdes e acesso facilitado aos pedestres.
ou trabalho. A transição entre os âmbitos público e privado se faz assim, através de uma área coberta, que propõe a transição entre esses domínios, garantindo maior privacidade de forma leve. (EQUIPE DO PROJETO - GRUPO 3). A
criação
complexidade solucionam-se (conforme
às em
figura
de
tais
plantas simples 54,
espaços e
proporcionam
fachadas, arranjos
imagem
8),
que
maior
ainda
assim
geométricos
puros
tornando
os
volumes
interessantes àqueles que o vivenciarão. (EQUIPE DO PROJETO - GRUPO 3). A estrutura inicialmente nasce na forma pura a partir do módulo de três metros (conforme figura 54, imagem 9), levando em consideração a dimensão de dormitórios e salas, e meio módulo para sanitários e áreas de serviço. Compatibilizando malha e programa, chega-se ao dimensionamento final, que é o retângulo de aproximadamente 10.5x6 metros.
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Volumetria e Estrutura Formal
Como diretriz para solução da volumetria, trabalhou-se a partir
A implantação possibilitou uma boa acessibilidade dentro do
da forma pura, no caso o paralelepípedo – forma retangular. Seu conceito consiste na subtração de módulos de acordo com a flexibilidade de cada programa. (EQUIPE DO PROJETO - GRUPO
terreno.
Tipologia - Habitação unifamiliar econômica – tipologia “embrião” do projeto,
3). .
38
Acessibilidade
com possibilidade de expansão.
- Casa sobreposta – formada por duas casas com acessos independentes, também com possibilidade de expansão.
39
Tecnologia O sistema estrutural é composto por concreto armado, que
busca atender uma modulação eficiente quanto ao dimensionamento dos elementos e os vãos propostos, a fim de permitir maior compatibilidade
com o programa habitacional e economia de
insumo. (EQUIPE DO PROJETO - GRUPO 3). Essa solução estrutural permite a maleabilidade do programa buscado. Assim, se torna possível apresentar soluções com diversas possibilidades de planta, expansão de salas, varandas e adaptação de ambientes para unidades acessíveis, já que os elementos estruturais faceam o projeto. (EQUIPE DO PROJETO GRUPO 3).
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Materiais
Escada Metálica soldada;
- Bloco cerâmico aparentes – área externa/vedações (bons
- Blocos cerâmicos espaçados (nas platibandas para a ventilação
resultados com relação ao conforto térmico, sem grandes panos de
natural por baixo das telhas apoiadas em estrutura de madeira, para
vidro, plasticidade das fachadas);
resfriar a laje);
- Blocos de elementos vazados (nos fechamentos das galerias e
- Telhado de fibrocimento (otimização do conforto térmico e proteção
áreas de serviço);
da umidade).
- Bloco cerâmico com pintura de tinta látex branca – área interna - Revestimento de cerâmica branca (cerâmica em placa 20x20cm) (pisos e paredes das áreas úmidas); - Piso cerâmico esmaltado 40x40cm; - Soleira de granilite pré-moldado; - Guarda-corpo (áreas de varandas criadas da subtração de módulos – casa sobreposta); - Blocos cerâmicos de vedação – alusão mais econômica ao elemento de ventilação – cobogó (áreas de varandas criadas da subtração de módulos – habitação unifamiliar); - Brises com lâminas de aço galvanizado– (área de varanda – casa sobreposta); -
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Arquitetura Sustentável A partir de uma proposta urbana compacta e uma ocupação
de solo consciente, menos agressivo com o meio ambiente. Utilizando materiais e técnicas que proporcionam uma boa ventilação natural aos ambientes, proporcionando conforto térmico.
Paisagismo O paisagismo feio feito de forma que contribua em uma boa
permeabilidade, na formação da paisagem, não só daqueles que vivem nessas habitações, como do entorno (contribuição da paisagem urbana).
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03 PROGRAMA DE NECESSIDADES
43
3.2. Área Privativa – Unifamiliares
3. PROGRAMA DE NECESSIDADES 3.1. Área Comum
Casa sobreposta - 80m² - terreno 200m² (10x20) Sala Varanda
Área de Lazer:
Garagem
Quadra poliesportiva
Cozinha
Playground
Área de serviço
Pomar/horta comunitária
3 quartos
Ciclovia
W.C.
Mobiliário urbano - academia
Área Comum: Portaria Acesso
Casas extensíveis – 40m² Sala Varanda/pátio (área de expansão)
Bolsões de estacionamento Ruas compartilhadas Área verde Bicicletário Comércio Centro de Convivência
Garagem Cozinha Área de serviço 1 quarto W.C.
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3.3.
Casas extensíveis – 60m²
18mx18m) e fitas (10mx80/60m)
Sala Varanda/pátio (área de expansão)
Cozinha
Área de serviço
Área de serviço
2 quartos
3 quartos W.C.
W.C. Casas extensíveis – 80m² Sala Varanda/pátio (área de expansão) Cozinha Área de serviço
Torres e fitas - 80m² Sala
Cozinha
Área Privativa – Habitação Coletiva (torres +-
Fitas - 60m² Sala Cozinha Área de serviço 2 quartos W.C.
3 quartos W.C.
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04 PROPOSTA TEÓRICOCONCEITUAL DA INTERVENÇÃO NA QUADRA
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Com a ideia de realizar a realocação das famílias que vivem na invasão, bem como proporcionar condição à outras famílias de 4. PROPOSTA TEÓRICO-CONCEITUAL DA INTERVENÇÃO NA QUADRA
viveram de forma mais adequada, organizada e confortável, o conceito do projeto de habitação de interesse social se desenvolve em cima da flexibilidade, liberdade, adaptação (possibilidade de
Foram realizadas análises de como funciona seu entorno e sua população, para começar o desenvolvimento da proposta de habitações
de
interesse
social,
unifamiliares
extensível, bem como coletivas.
sobreposta
e
Depois, foram observadas
expansão) e personalização em morar, da necessidade de transformação do ser humano, e isso se aplica também ao espaço construído. Visa quebrar a padronização existente das habitações de interesse social.
algumas legislações para dar início ao projeto, como a Norma
Além das residências mais adequadas às famílias, o complexo
Brasileira de Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e
receberá rua compartilhada, para propiciar também ao pedestre o
Equipamentos Urbanos (NBR 9050/2015), o Código de Obras e
direito de usufruir o espaço público, deixando o deslocamento mais
Edificações de Goiânia (LC nº 177/2008), e a Norma de
pacificado; espaços de uso misto, uma vez que será contemplado
Desempenho 15575.
com bloco comercial; áreas verdes com espaços que irão contribuir
Partindo da análise dessas leis, o projeto seguiu com
para a permeabilidade, conforto térmico e para socialização.
a
Será utilizado o piso drenante com a função de escoar a água
acessibilidade, o desempenho térmico, e através do estudo feito da
para o solo, nutrindo a vegetação. Esse piso tem como vantagens,
insolação identificar o norte com a intenção de verificar o melhor
a permeabilidade, a sustentabilidade, a resistência, a segurança
posicionamento para as habitações projetadas.
(poroso, antiderrapante), o paisagismo, a economia, e a alta
orientações
como,
criar
condições
para
contribuir
com
durabilidade. Acontecerá também, a remoção de algumas árvores, e plantadas outras de espécies nativas de forma que propicie sombreamento para local e contribua para o conforto térmico. Serão realizadas também a substituição das calçadas, respeitando no projeto os recuos legais.
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05 PARTIDO GERAL DA IMPLANTAÇÃO NA QUADRA
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A área de lazer contemplará quadra poliesportiva, playground, pomar/horta coletiva, academia ao ar livre. Houve ainda, a
5. PARTIDO GERAL DA IMPLANTAÇÃO NA QUADRA O
projeto
propõe
através
da
implantação
promover
preocupação de proporcionar um salão multiuso, que poderá ser a
socialização em espaços de moradia, lazer, convívio, trabalho e compras.
usado para diversos fins (de festas a reuniões), além de uma área comercial, para atender a população do complexo e entorno. O projeto irá considerar a importância da sustentabilidade,
Para a proposta foi observada a melhor forma projetual para
como área comum com piso drenante para escoar a água para o
execução, partindo do conceito que é uma habitação de interesse
solo, central de lixeira seletiva, espaços verdes, espaços projetados
social, para atender um número elevado de famílias, bem como
com bastante permeabilidade do ar e visual.
promovendo ruas compartilhadas, para privilegiar o pedestre. Tomando como partido o terreno e módulos retangulares, criou-se também um módulo com espaço comercial para servir a comunidade e o entorno. Criou-se ainda praças para possibilitar a socialização e integração com a natureza. As edificações serão projetadas para aproveitar da melhor ventilação e iluminação natural. O térreo será em grande parte em pilotis para maior permeabilidade do vento e da luz. A área comum foi pensada na funcionalidade e acessibilidade para privilegiar pedestres, bem como cadeirantes (PCD), contando com ruas compartilhadas, espaços amplos o suficiente para circulação, e mobiliários necessários a boa usabilidade do ambiente.
Edificação aberta ao entorno, fechada apenas com gradil, para proporcionar a integração do externo com interno, sem renunciar à segurança. Grande parte dos materiais utilizados foram pensados em relação à sua durabilidade, e baixa necessidade de manutenção, como bloco cerâmico, piso cimentado. Uma das soluções adotas para o sistema construtivo foi a alvenaria estrutural de bloco cerâmico, que evita o desperdício dos materiais, tem menor peso que o concreto armado (melhor conforto térmico), bom acabamento o que permite maior economia na aplicação dos revestimentos. As fundações das tipologias, unidade unifamiliar extensíveis e casa sobreposta (compartilha fundação e cobertura), são as mesmas, para possibilitar a ampliação vertical da tipologia.
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06 CONCLUSÃO
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6. CONCLUSÃO Podemos concluir que o presente trabalho, irá elaborar um projeto de Habitação de Interesse Social, em um setor com infraestrutura e boa acessibilidade, logo, com condições de receber essa habitação. A Habitação de Interesse Social, será acessível, adequada, organizada, confortável aos moradores. Permitindo assim, nova forma de morar, contendo por exemplo, ruas compartilhadas, olhando para a socialização dos moradores, abarcando a sustentabilidade, levando economia, conforto térmico, isto é, um projeto que irá priorizar o bem estar dos moradores, e do entorno. O projeto irá contar com tipologias diferentes, terá como premissa a flexibilidade, adaptação e personalização em morar, quebrando a padronização das habitantes existentes de interesse social.
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07 REFERÊNCIAS
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7. REFERÊNCIAS
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