Saulo Francisco dos Santos Alves
As Crônicas de Citarion: Meliguts Volume I
São Paulo - 2021
Copyright © 2021 por Saulo Francisco dos Santos Alves As Crônicas de Citarion: Meliguts - Volume I Saulo Francisco dos Santos Alves
1a Edição 1a tiragem – janeiro de 2021 Edição
Editora Lux Revisão:
José Camelo Ponte Diagramação:
Carvalho Capa:
Ingo Bertelli Ilustradora:
Giulia Bokel
ISBN – 978-65-86924-66-4
CIP – (Cataloguing-in-Publication) – Brasil – Catalogação na Publicação Ficha Catalográfica feita na editora A474m, Alves, Saulo Francisco dos Santos. As Crônicas de Citarion: Meliguts - Volume I / Saulo Francisco dos Santos Alves . 1 ed. São Paulo, Editora Lux, 2021. 98 p.; 21cm (broch.); ISBN 978-65-86924-66-4
CDD B869.93 CDU 82-31(81) Índice para catálogo sistemático 1. Ficção. 2. Literatura Brasileira. 3. Fantasia. I. Título. II. Assunto. III. Alves, Saulo Francisco dos Santos.
Editora Lux Endereço: Avenida Conceição, 130 São Paulo – SP - CEP: 02072-000 Tel.: 11 4213-0401 WhatsApp.: 11 95916-6965 E-mail: contato@editoralux.com.br
Cód. 130121-1843
Dedico esta obra à minha mainha, Regina, de quem adquiri o amor pela leitura, que sempre me apoia e incentiva, dá asas aos meus sonhos. Ao meu amado painho, Messias, que me ensinou o valor do trabalho, retidão e me proporcionou leituras incríveis. À minha irmãzinha, Silvia, a quem pude influenciar e apresentar o prazer pela leitura dos grandes clássicos. A minha querida esposa, Micheline, companheira para todas as horas, que me apoia e incentiva e, por fim, porém não menos importante, Arien, minha amada filha, quem me inspira a ser uma pessoa melhor a cada dia. Amo vocês.
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Sumário Prólogo ................................................................................ 8 Capítulo I ................................................................................ 12 O novo aprendiz ............................................................ 12 Capítulo II ................................. Erro! Indicador não definido. O Mulisório ...................... Erro! Indicador não definido. Capítulo III ................................ Erro! Indicador não definido. A demora ............................. Erro! Indicador não definido. Capítulo IV ............................... Erro! Indicador não definido. A revelação......................... Erro! Indicador não definido. Capítulo V ................................. Erro! Indicador não definido. O roubo .............................. Erro! Indicador não definido. Capítulo VI ............................... Erro! Indicador não definido. Zolú & ZolXandramaz .. Erro! Indicador não definido. Capítulo VII .............................. Erro! Indicador não definido. O sumiço ............................ Erro! Indicador não definido. Capítulo VIII ............................. Erro! Indicador não definido. O concílio ......................... Erro! Indicador não definido. Capítulo IX ............................... Erro! Indicador não definido. A partida.............................. Erro! Indicador não definido.
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Capítulo X ................................. Erro! Indicador não definido. Câmara de areia ............... Erro! Indicador não definido. Capítulo XI ............................... Erro! Indicador não definido. Talpidae .............................. Erro! Indicador não definido. Capítulo XII .............................. Erro! Indicador não definido. A superfície ......................... Erro! Indicador não definido. Capítulo XIII ............................. Erro! Indicador não definido. Floresta adentro ........... Erro! Indicador não definido. Capítulo XIV............................. Erro! Indicador não definido. O ataque ............................. Erro! Indicador não definido. Capítulo XV .............................. Erro! Indicador não definido. Do buraco para o sacoErro! Indicador não definido. Capítulo XVI............................. Erro! Indicador não definido. O escape ............................... Erro! Indicador não definido. Capítulo XVII ........................... Erro! Indicador não definido. A Torre do Esquecimento ............. Erro! Indicador não definido. Capítulo XVIII .......................... Erro! Indicador não definido. O mago ............................... Erro! Indicador não definido. Capítulo XIX............................. Erro! Indicador não definido. O feliz reencontro ......... Erro! Indicador não definido. Capítulo XX .............................. Erro! Indicador não definido. Muitas mudanças............. Erro! Indicador não definido.
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Apêndice ................................ Erro! Indicador não definido.
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Prólogo riaturinhas pacíficas que vivem do cultivo da terra, da pesca, da caça de pequenos animais e do comércio de seus medicamentos, os Meliguts chegam à incrível idade dos cento e cinquenta anos. É uma raça bastante resistente. Seus pequeninos corpos são fortes, mais resistentes que os “varas”, como chamam os homens comuns, podem ficar semanas sem comer e até duas sem beber água ou o Mélhidro (o que é muito raro), pois esta é a bebida favorita de todos os Melis, à base de água e uma infusão de ervas que são cultivadas apenas em seu país, com poderes de cura fortíssimos, cujo segredo pertence apenas a seu povo. Podemos comparar ao nosso suco de laranja, com efeitos benéficos e super saudável.
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Chegam à maravilhosa estatura de trinta centímetros, possuem orelhas arredondadas, nariz da mesma forma. Seus rostos são amigáveis, é impossível não se afeiçoar a eles. Sua pele, devido às aventuras, é de uma cor bronze, queimada pelo sol. Eles são bastante ligeiros e leves. Conseguem até mesmo caminhar sobre as águas, como o menor dos mosquitos, habilidade esta que já os livrou de muitas enrascadas e causou muitas outras, pois se aventuraram na proibida Cid’áqua. São aventureiros, adoram longas viagens de exploração. Muitos subestimam esse povo pela sua pequena estatura. Não se enganem com o seu pequeno porte. Na maior parte do tempo, são seres pacíficos, mas, se a necessidade surgir, podem ser terríveis. Conta a lenda que um Meligut sozinho foi
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ao país dos Truoglots e venceu o seu líder numa luta corpo a corpo para resgatar sua amada. É uma raça monogâmica, na sua idade imatura, como são conhecidos os anos após a infância, que abrange de 25 aos 58 anos. Então vão às festas “Mulisório”, pois espera-se que saiam da “idade terrível” com um companheiro, com quem constituirão família. Sua sociedade é muito organizada, não existe um líder. Todos governam, respeitando as decisões tomadas pela maioria da população, mas eles têm a quem consultar. Como conselheiro geral está o milenário. O atual milenário já está no posto há novecentos anos. Como é possível? É passado de mestre para pupilo, ano após ano, quando é ordenado, junto com todo o conhecimento medicinal, uma fórmula que impede que o tempo passe para quem o bebe. Esta fórmula é a mais bem guardada de todas as suas incontáveis poções, e um dos itens mais cobiçados, é feita apenas a dosagem exata, que perdura por cento e cinquenta anos, exatamente o tempo de vida de um Meligut. Como vocês puderam perceber, são feitas nove poções ao longo de cada “mandato”. Eles usam essa quantidade após o primeiro ciclo de vida de um Meli, e o último, para que eles possam viver seu tempo restante como desejar, longe das atribuições de milenário, após ser substituído por um discípulo. O nome do atual Meligut milenário é Zolú Xandramaz. Quando assume o cargo, sua moradia é na alta Torre da Lembrança no centro da sua capital, com as demais construções formando um círculo perfeito ao seu redor. Embora o nome seja alta torre, é na verdade uma árvore, tão alta e cheia de vida que pode ser vista a quilômetros de distância. Seu tronco é tão largo que poderia se passar por uma torre. O local foi escolhido sob a proteção de todos. Houve um tempo 10
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em que o milenário escolhia sua morada; porém, certa vez, um grupo de Truoglots sequestrou um milenário, ele foi torturado, pois eles ansiavam a vida eterna devido ao seu curto tempo de vida, vivem apenas oitenta anos, no máximo. Mas o pequeno Meligut havia feito o juramento de não revelar a ninguém os ingredientes do elixir. Sua função é também a de manter por escrito todos os acontecimentos de seu país e, se possível, de todas as terras de Citarion dia por dia durante mil anos. Também deve zelar pelos incontáveis artigos mágicos e segredos de Citarion. Fatos curiosos aconteceram nesses novecentos anos em seu posto, mas Zolú lembra-se bem da revolta dos cupins. Não cupins comuns, uma espécie que surgiu da noite para o dia. Eles tinham metade do tamanho dos Meliguts, porém seu número era bem superior. Foi uma batalha sangrenta, mas os nativos responderam à altura, o seu mor-capitão e suas hostes expulsaram os invasores com poucas perdas, pois eles eram bem treinados, e com suas zarabatanas e adagas podem ser terríveis se assim o quiserem. Os outros membros da sociedade são os cultivadores, caçadores, comerciantes e formadores, responsáveis pela formação em todas as outras áreas.
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Capítulo I O novo aprendiz
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mercado de trocas é o lugar onde os Meliguts fazem suas transações, não havia uma moeda corrente, eles trocavam produtos de acordo com sua necessidade e habilidade, e assim sempre funcionou para todos. Havia alguns Melis na tenda das frutas, quando alguém passou correndo e derrubou uma cesta de maçãs. — Seu desastrado, tome cuidado!!! — Gritou o comerciante, sem ver quem tropeçara. — Desculpe, senhor Trad — disse a pequena Dren. Esta é a nossa personagem principal, uma Meligut na idade imatura, e a atual aprendiz de Zolú. Tinha os cabelos pretos cacheados, descendo sobre os olhos, o que a fazia sempre tirá-los da frente, para poder ver melhor. Os olhos da mesma cor do cabelo, ela era muito hábil e inteligente. Estava sempre atrasada e correndo em direção à alta torre, para seu treino diário. Seu atraso, quase sempre, era por estar perambulando com seus amigos, o caçador Ters, o cultivador Merch e o aprendiz de poções Zoer. Havia pouco, outro juntarase ao grupo, um jovem misterioso que não revelara com precisão qual era a sua atribuição, nunca levara ninguém a sua morada. — Arf... Arf... De... Arf... De... Arf. Desculpe, senhor, perdi a noção do tempo — disse Dren, para seu mestre, o milenário Zolú. 14
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— Criança, você já está no treino há tempos e ainda se atrasa? O que farei com você — disse o milenário. — Não vai se repetir, prometo! — retrucou a pequena Meli. — Hoje você está responsável por catalogar o setor de geodiversidade — disse Zolú. Aquele era um dos setores que mais capturava a atenção de Dren, pedras de todos os tamanhos, cores e estados. Podiamse fazer inúmeras poções. Eram muito cobiçadas, não só pelo valor financeiro, o que para o povo Meligut não importava, mas por estrangeiros. Havia gemas com propriedades únicas, e o acervo da alta Torre da Lembrança era conhecido nos quatro cantos de Citarion. Tinha uma em especial que chamava atenção de Dren, ela a viu uma única vez. Isso porque ela ficava no centro de uma sala trancada, afastada das demais, protegida por um domo de vidro. Ninguém, além do milenário, podia ter acesso a essa gema. Diz a lenda que é o principal ingrediente da fórmula que dá a longevidade dos milenários. Possuía uma cor laranja-amarelada do tamanho de uma manga-espada. Era uma gema âmbar, formada a partir da resina da árvore que dá lugar à alta Torre da Lem- brança, a árvore mais velha de que se tem registro Após horas de trabalho exausto e monótono, Dren terminou seu turno e correu para a cabana de seu amigo caçador Ters, onde os outros já a aguardavam. — Hoje você demorou, Dren — disse o aprendiz de poções Zoer. — Dia de catalogar aquelas pedras — respondeu Dren. — Conseguiu vê-la outra vez?
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Quem fez a pergunta foi o mais novo integrante do grupo. O… Pensando bem, ele nunca mencionou qual era a sua função. Conheceram-se de maneira inesperada e inusitada. — Outra vez com essa história de pedra mágica, Trait? — berrou Ters, o caçador. Ters era um pouco mais alto que os outros, com olhos castanhos e cabelos pretos descuidados. Tinha um porte mais avantajado. Dando de ombros, Trait respondeu: — Só curiosidade. Dren, achando graça da situação, disse que não havia visto. — Vamos preparar as coisas ou não? O Mulisório está chegando. — Outra vez essa perda de tempo? — disse o aprendiz de poções Zoer, que tinha cabelos lisos curtos e olhos castanhos, era bastante magro e esguio, típico de quem manipulava as poções; afinal, para isso não era preciso atributos físicos. — Em qual atividade ficaremos desta vez? — perguntou Merch, o cultivador. Era o mais baixo do grupo, tinha o cabelo curto preto e olhos castanhos. — Ora em qual você acha? É claro que cuidando dos infantes, como todas as outras vezes! — disse o caçador. — Não é tão ruim assim, até que é divertido — rebateu Dren. — Isso porque você tem a mesma idade mental deles — retrucou o cultivador. Todos riram, porque no fundo tinham razão, Dren tinha uma mente pura e se dava bem com todos à sua volta. Tê-la presente era sinal de calmaria e bons sentimentos, qualidades importantes para um milenário.
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— E as brincadeiras, quais faremos? Adoro a corrida com olhos fechados — bradou Ters, o caçador. — Nem pensar, da última vez que fizemos essa foi um desastre, tivemos que interditar o local, foi o fim da diversão de todos, principalmente dos pais, que tiveram que vir buscar os filhos antes da hora — disse Dren. — Essa foi a melhor parte — retrucou o cultivador. — Está calado, Trait — completou. — O que houve? — Não estava aqui — respondeu. — É mesmo, esse será o primeiro Mulisório conosco. Como era no seu setor? — disse Zoer. — Não era como aqui. — O que vocês faziam lá para se divertir? — perguntou o aprendiz de poções. — Não muito. — Grrrrr... — fez o caçador, rangendo os dentes. — Quase “monofalático”. — “Monossilábico” — emendou Zoer, com um tom brando, enquanto olhava recriminando o sorriso de canto do cultivador. — Foi o que eu quis dizer — completou o caçador. As horas foram passando, efeito de quando estavam juntos; com piadas e brincadeiras, perdiam a noção do tempo. Foram ajustando todas as atividades e dinâmicas. A vencedora para iniciar o evento fora a da história contada, em que alguém sugere um tópico e os demais continuam. Esta já rendeu histórias hilárias, como a da vez em que Zor começou desbravando novos terrenos e acabou sendo devorado por um Truoglot, enquanto corria de um Dalmek caolho e banguela. Aqui o desfecho arran-
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cou diversos sorrisos, mas isso na vida real... Ah, isso arranca arrepios, o encontro de criaturas tão horrendas. Os dias foram passando, a rotina cada dia mais apertada, porém tudo estava andando, sem percalços. Tudo levava a crer que esse Mulisório seria épico. Vocês nem imaginam o quanto.