SBCC ed. 73

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REVISTA DA SBCC N o 73 NOVEMBRO/DEZEMBRO 2014

revista

Nº 73 novembro/dezembro 2014 R$15,00

Manipulação de quimioterápicos Eficiência Energética sbcc.com.br


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SUMÁRIO

revista

Edição N0 73 novembro/dezembro 2014

4 6

Editorial Desafios contínuos

Entrevista Marília Santini - Vice-Diretora de Qualidade do INI/Fiocruz (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas)

10

Eficiência Energética Demanda mais intensa

14

Manipulação de quimioterápicos Cuidado para salvar vidas

20

Case: Camfil Para ampliar a nacionalização de produtos

26

ISCC Panorama global

34

Notícias da SBCC

36

Sócios

38 46

Artigo Técnico Limpeza e embalagem de peças e componentes para uso em condições de salas limpas

Opinião O Cliente reclamou? Ainda bem!


EDITORIAL

revista

Edição N0 73 novembro/dezembro 2014

Desafios contínuos

T

erminamos mais um ciclo e es-

mentas, abordagens e plataformas.

destacaria a organização em novos lo-

tamos prontos para uma nova

Muito poderia se escrever sobre o

cais (Anápolis e Jaguariúna), o que per-

etapa. Essa afirmação poderia resumir

que fizemos para isso, o que geraria

mite atender presencialmente um novo

o sentimento dos profissionais voluntá-

uma prestação de contas que ocuparia

público. E, finalmente, a SLI, que atingiu

rios que atuam para o desenvolvimen-

páginas, mas para ilustrar reforço três

um alto grau de maturidade, e pela pri-

to da SBCC, o que, ao final, significa o

pontos, o ISCC 2016, o Ciclo de Semi-

meira vez foi montada em um seminário

desenvolvimento do setor de controle

nários e a SLI.

técnico da SBCC (o de Anápolis), o que

de contaminação.

Em 2014, demos novos e importantes

permitiu aliar teoria à prática.

o

passos para a estruturação do con-

Agora, é arregaçar as mangas e se

atendimento aos novos desafios é o

gresso mundial do ISCC em 2016 no

preparar para 2015, um novo ciclo com

entendimento de que todas as ações

Brasil, tendo como destaque a par-

novos desafios. Um ano que, do ponto

devem fazer parte de um processo

ticipação da delegação brasileira no

de vista macroeconomia, se apresen-

contínuo de planejamento, execução e

ISCC da Coreia (veja na página 26).

ta cheio de incertezas, porém vamos

avaliação. Portanto, vale a máxima de

Presenciar in loco esse evento permi-

trabalhar muito para que a missão

que a entidade busca evoluir constan-

tiu um compartilhamento de informa-

continue sendo cumprida. Essa é a

temente sem deixar de lado tudo o que

ções importantes, além de ser o fórum

expectativa de toda a diretoria, conse-

conquistou e a experiência adquirida

adequado para divulgar e motivar a

lhos, membros dos grupos técnicos e

nesta caminhada.

presença de pesquisadores e outros

profissionais da SBCC.

Todas as ações da entidade são im-

profissionais no ISCC 2016 que será

Boa leitura

portantes no esforço de concretizar a

realizado em São Paulo.

Marco Adolph

nossa missão. Disseminar o conhe-

Já o ciclo de seminários fechou o ano

Editor-chefe

cimento exige, hoje, diferentes ferra-

atendendo cerca de 300 profissionais, e

do Conselho Editorial

Uma

característica

que

facilita

­SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação - www.sbcc.com.br Revista da SBCC - ISSN 2318-9754 Diretoria: Presidente: Marcelo Carneiro; Vice-Presidente: Eduardo Almeida Lopes; Diretor Técnico: Elisa Liu Man Li; Diretor Financeiro: Gerson Catapano; Diretor de Relações Públicas: José Augusto Senatore; Past Chairman: Rinaldo Lúcio de Almeida; Conselho Consultivo Elegível: Célio S. Martin, Felipe Meca e Almerinda M. M. Wanderley; Conselho Consultivo: Antonio Elias Gamino, Celso Simões Alexandre, David Hengeltraub, Eliane Bennett, Franz Gasser, Heloisa Meirelles, Luciana Kimi, Miguel Ferreirós, Orlando R. A. Azevedo, Raul Sadir, Silvia Yuko Eguchi, Thomas Abeling e Yves L. M. Gayard; Conselho Fiscal: Jean-Pierre Herlin, Dirce Akamine e Murilo Parra. Cargo não-eletivo: Delegada Internacional: Heloisa Meirelles; Gestora CB-46: Elisa Liu; Conselho Editorial Revista SBCC: Marco Adolph (editor-chefe), Camilo Souza (editor assistente), José Augusto Senatore, Andrea Muggiati de Abreu, Martin Lazar, Wili Hoffmann, Fabio Eduardo de Campos e Vagner Alves Secretaria: Márcia Lopes Revista da ­SBCC: Órgão ofi­cial da ­SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação. R. Sebastião Humel, 171 – ­sala 402 ­CEP 12210-200 São José ­dos Campos – SP. Tel. (12) 3922 9976 – Fax (12) 3912 3562 E-­mail: ­sbcc@sbcc.­com.br; A Revista da ­SBCC é ­uma publi­ca­ção bimes­tral edi­ta­da ­pela Vogal Comunicações. Tiragem: 5.000 exem­pla­res Vogal Comunicações: Editor: Alberto Sarmento Paz. Reportagens: Luciana Fleury. Edição de Arte: Koiti Teshima (BBox). Diagramação: Caline Duarte e Wilson Fão. Projeto Gráfico: Carla Vendramini/Formo Arquitetura e Design. Contatos c­ om a reda­ção: Av. Paulista 807, 23º andar São Paulo. E-­mail: reda­cao@vogal­com.­ com.br Depto. Comercial: Marta Vieira (comercial.2@sbcc.com.br) e Aline Souza (comercial.1@sbcc.com.br). A SBCC é membro da ICCCS - International Confederation of Contamination Control Societies As opi­niões e os con­cei­tos emi­ti­dos ­pelos entre­vis­ta­dos ou em arti­ gos assi­ na­ dos n­ão s­ão de res­ pon­ sa­ bi­ li­ da­ de da Revista da S­BCC e n­ão expres­ sam, neces­sa­ria­men­te, a opi­nião da enti­da­de. Foto capa: Divulgação/Hospital Erasto Gaertner

4


ASMONTEC


Foto: Divulgação/INI/Fiocruz

ENTREVISTA

Marília Santini Vice-Diretora de Qualidade do INI/Fiocruz (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas) Luciana Fleury

N

6

o segundo semestre de 2014 o

Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, como

serem seguidos diante de um caso de

mundo acompanhou, com de-

referência para receber casos suspei-

suspeita de contaminação por ebola?

solação e apreensão, a escalada de

tos de infecção por vírus ebola. Para

Marília Santini: Identificar e isolar o

contaminação e mortes de milhares de

falar sobre os controles da contamina-

paciente em hospital de referência,

pessoas em países da África Ocidental

ção estabelecidos e a importância da

acompanhar as pessoas com quem

devido a uma epidemia do vírus ebola.

correta paramentação para o contato

o indivíduo teve contato nos 21 dias

Em dezembro, o número de infectados

com pacientes infectados, a Revista da

anteriores para verificar se têm febre.

ultrapassava 16 mil e o de mortos,

SBCC entrevistou Marília Santini, Vice-

5.600, sem levar em conta possível

-Diretora de Qualidade do INI/Fiocruz

Revista da SBCC: Por que o Institu-

subnotificação. O Brasil, assim como

(Instituto Nacional de Infectologia Evan-

to Nacional de Infectologia Evandro

outros países, adotou procedimentos

dro Chagas). Graduada em Medicina

Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz,

para impedir a entrada do vírus no país,

pela Faculdade de Ciências Médicas

foi escolhido pelo Ministério da Saúde

adotando uma série de procedimentos

da Santa Casa de São Paulo e mes-

como referência nacional para receber

e cuidados, entre elas estratégias para

tre e doutora em Pesquisa Clínica em

os casos suspeitos de infecção pelo

identificar casos suspeitos em portos e

Doenças Infecciosas pela Fundação

ebola? O que a instituição traz de dife-

aeroportos, a ativação de um centro de

Oswaldo Cruz, Marília tem experiência

rencial para cumprir esta função?

operações de emergência para monito-

na área de Medicina, com ênfase em

Marília Santini: A Fundação Oswaldo

rar informações sobre a doença no Bra-

Doenças Infecciosas e Parasitárias.

Cruz é ligada ao Ministério da Saúde.

sil e no mundo e divulgou protocolos a

O INI, uma unidade da Fiocruz, por sua

serem seguidos diante de uma suspeita

vez, é a referência para o tratamento

de contaminação. Outra definição do

de doenças infectocontagiosas, como

Ministério da Saúde foi escolher o Ins-

Revista da SBCC: Qual são, de forma

HIV/AIDS, HLTV-1, Doenças Febris

tituto Nacional de Infectologia Evandro

macro, os procedimentos determinados

Agudas, entre outras, portanto possui

Chagas (INI), da Fundação Oswaldo

pelo Ministério da Saúde brasileiro a

profissionais com amplo conhecimento

SBCC - Nov/Dez - 2014


sobre o assunto e equipe multiprofis-

estratégias para atuação frente à pos-

Saúde e na expertise dos profissionais

sional treinada no manejo de doenças

sibilidade de internação ou atendimen-

nas áreas de infectologia, vigilância

transmissíveis por contato, como é o

to de pacientes suspeitos de infecção

epidemiológica, infecção hospitalar,

caso do ebola. Vale lembrar que os

pelo vírus ebola na unidade. Foi orga-

gerenciamento de risco e tratamento

protocolos de atividades estão sendo desenvolvidos e monitorados continuamente, além de revisados sempre que necessário em face tanto da situação epidemiológica da infecção pelo vírus ebola quanto de oportunidades de melhorias identificadas pelas equipes que realizam os procedimentos.

Os protocolos estão sendo desenvolvidos e monitorados continuamente, além de revisados sempre que necessário

de resíduos, higienização e limpeza hospitalar. Paralelamente, a presidência da Fiocruz formou um grupo de trabalho para apoiar o INI na implementação desse plano, responsável por articular as ações e comunicação com outras instâncias institucionais, com o Ministério da Saúde, com a imprensa, com o laboratório de referência

Revista da SBCC: Quais os controles

para diagnóstico da infecção e outros

de qualidade e planos de contingência

órgãos externos identificados como

seguidos pela instituição para garantir

parceiros, além de prover recursos

o controle da contaminação no caso de

nizada uma equipe multiprofissional

financeiros extras para aquisição de

suspeita de ebola?

que se dedicou a elaborar e revisar

insumos e equipamentos, adequações

Marília Santini: A direção do INI

continuamente um plano de ação, com

de infraestrutura do hospital e das áre-

observou a necessidade de delinear

bases nas diretrizes do Ministério da

as adjacentes.

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ENTREVISTA Com isso, foi estabelecido o Plano

dadosamente e sempre sob observa-

um profissional supervisor é parte da

de Ação para Manejo de Caso Sus-

ção de outro profissional treinado.

equipe mínima do turno, sendo respon-

peito de Ebola no Instituto Nacional

O plano de ação para manejo de caso

sável pelo controle de acesso anotan-

de Infectologia Evandro Chagas /

suspeito de ebola informa, de maneira

do nome, hora de entrada e hora de

Fundação Oswaldo Cruz, que pode

detalhada, como deve ser realizada a

saída de cada profissional, além de

ser acessado no link: http://www.ini.

paramentação exigida para a entrada

observar e monitorar o cumprimento

fiocruz.br/sites/www.ini.fiocruz.br/files/

em cada ambiente, seguindo técnica

do protocolo de biossegurança, tendo

Plano_contingencia_Ebola_INI_Fio-

asséptica. Também orienta de forma

o poder de interromper o processo

cruz_v1_21out14.pdf.

minuciosa, como deve ser realizada a

para ajuste em caso de quebras que

O objetivo do documento é monitorar o

retirada da paramentação e o respec-

coloquem em risco a segurança do

desenvolvimento das atividades neces-

tivo descarte do material em lixeiras

paciente e dos profissionais envolvidos

sárias ao manejo de pacientes suspei-

específicas.

na assistência.

tos de infecção pelo vírus ebola no INI, bem como compartilhar as informações específicas que estão sendo construídas nos diferentes protocolos produzidos com outras instituições de saúde. Revista da SBCC: Quais os EPIs que devem ser utilizados pelos profissionais que mantêm contato com um paciente suspeito de estar contaminado pelo ebola? Marília Santini: O kit destinado ao

Os EPIs deverão ser vestidos na ordem e nos locais previamente estabelecidos, cuidadosamente e sempre sob observação de outro profissional treinado

Revista da SBCC: O Brasil está preparado para conter a disseminação do ebola, caso a doença chegue ao País? Marília Santini: Todas as medidas constantes da versão atual do plano de contingência visam impedir a transmissão da doença no País, a partir de um caso positivo que chegue ao Brasil.

M

Y

Pelo que avaliamos até o momento,

CM

com a experiência do caso suspeito

MY

internado no INI e não confirmado,

CY

profissional é composto por: pijama

as medidas funcionaram e não houve

CMY

cirúrgico descartável, propés, botas

nenhuma ocorrência que identificásse-

de borracha, touca cirúrgica imper-

mos como de risco para transmissão.

meável, luvas, macacão impermeável com capuz, cobre botas impermeável,

Revista da SBCC: Quais os cuidados

Revista da SBCC: Qual a diferença

máscara N95 ou PFF2, protetor facial,

que devem ser seguidos nos ambien-

dos procedimentos de contenção do

capote cirúrgico impermeável, de man-

tes reservados para pacientes com

ebola frente a outras doenças infecto-

gas compridas e avental impermeável

doenças infecciosas para controle da

contagiosas transmitidas por vias res-

tipo “açougueiro”.

contaminação?

piratórias como as gripes epidêmicas?

Marília Santini: Os ambientes devem

O Brasil está preparado para lidar com

Revista da SBCC: Qual a importân-

ser adequados para isolamento de

um surto de uma doença deste tipo?

cia da correta forma de paramentação

contato (sinalização correta e instru-

Marília Santini: O ebola não é trans-

para a segurança do profissional? E

ções visíveis nas portas e no leito,

mitido por via respiratória, apenas por

qual deve ser a postura adotada pelo

portas e janelas fechadas, controle de

contato com secreções de indivíduos

profissional paramentado para ga-

entrada e saída de pessoas).

doentes, portanto as medidas de pro-

rantir sua segurança e o controle da

No plano de ação para manejo de caso

teção contra ebola incluem isolamento

contaminação?

suspeito de ebola, o setor de isolamen-

de contato, como comentei. Para doen-

Marília

8

C

Santini:

paramentação

to especial está dividido em três áreas:

ças de transmissão por via aérea são

adequada é fundamental para garantir

verde, amarela e vermelha, cada uma

indicadas outras medidas, como pres-

a segurança do profissional. Os EPIs

com protocolos específicos para entra-

são negativa e filtros de ar. Os quartos

deverão ser vestidos na ordem e nos

da e saída de profissionais, visando o

de isolamento do INI são equipados

locais previamente estabelecidos, cui-

controle de contaminação. Além disso,

para ambos os tipos de medidas.

A

SBCC - Nov/Dez - 2014

K


FCE PHARMA


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Demanda mais intensa Garantir as condições de classificação dos ambientes com menor consumo possível de energia é um requisito cada vez mais exigida pelos usuários Luciana Fleury


E

m indústrias de todos os portes

nas empresas multinacionais, pois,

Sem dúvida, o melhor momento

e segmentos, é cada vez mais

a cada ano, uma nova demanda de

para se considerar a eficiência ener-

comum a busca por instalações efi-

economia no consumo dos recursos

gética é durante a concepção do pro-

cientes do ponto de vista energético.

é objetivo da engenharia, ou seja, a

jeto, porque isso permite uma visão

Além dos apelos sustentáveis pelo uso

preocupação não é só a execução um

ampla das soluções a serem adotadas

racional do recurso, há a questão do

novo projeto, mas qual o resultado

para este fim, mas é possível pensar

limite da energia contratada da con-

em termos de retorno do investimento

na atualização de instalações visan-

cessionária e, claro, redução de custo.

realizado”, afirma Renato Gimenes,

do uma redução no consumo com o

Afinal, que empresa não deseja produ-

Diretor da CACR Engenharia.

estabelecimento de uma matriz de

zir com qualidade sem desperdício no consumo de energia?

Martin Lazar, Diretor Adjunto da

viabilidade. “Elenca-se as potenciais

MHA Engenharia, aponta uma conduta

intervenções, desde a mais simples

O tema fica ainda mais sensível

que merece ser ponderada. Ele comen-

até a mais complexa, o impacto de

quando se trata de salas limpas. “As

ta que algumas vezes os profissionais

cada uma na redução do consumo,

salas limpas são grandes consumi-

trabalham com valores empíricos com

o investimento necessário e o tempo

doras de energia em relação a outras

relação ao número de trocas de ar que

de

áreas produtivas, e este consumo não

ocorrem por hora em salas limpas,

possíveis paradas de produção, e

é vinculado diretamente ao volume de

como se este fosse um único e rígido

calcula-se o tempo de retorno do in-

produção, por isso é muito interessante

indicador para se obter uma classifi-

vestimento, para avaliar o que vale re-

reduzi-lo sempre que possível”, desta-

cação, porém isso não é normalizado,

almente a pena ser feito”, explica Mar-

ca Eduardo Almeida Lopes, Vice-Pre-

a não ser em situações em que este

cos Antônio Vargas Pereira, Diretor

sidente da SBCC e atuando há mais de

parâmetro é explicitamente apresenta-

Técnico Comercial da Térmica Brasil.

25 anos na indústria farmacêutica.

implementação,

considerando

do em RDCs específicas ou validado

Ele comenta que, às vezes, uma boa

Se por muito tempo o mercado

pela experiência prática das empresas.

análise pode trazer ótimos resultados

voltado para áreas limpas parecia

“Assim, vemos empresas que estabele-

sem a necessidade de grandes inves-

preferir “pecar pelo excesso” no

cem para uma determinada classifica-

timentos. “Recentemente avaliamos

esforço para garantir as condições

ção de sala, por exemplo, que o projeto

uma instalação que estava operando

de classificação demandadas pelos

deve prever a realização de 30 a 35

no limite e, apenas com uma mera

clientes, este cenário começa a mu-

trocas de ar por hora, visando seguir

troca de filtros, conseguimos reduzir

dar, com a adoção de soluções mais

um guideline único para diversos tipos

o consumo energético em 20%”, diz.

otimizadas que, ao mesmo tempo,

de produção e sem avaliar se isso é

atendem aos requisitos dos ambien-

realmente necessário para se garantir

tes. “Esta pressão vem sendo

a qualidade e o controle de contami-

sentida principalmente

nação desejados, algo que contribuiria

Cuidados no projeto

sobremaneira para a economia de

Para que uma instalação se benefi-

energia. Já algumas empresas vão no

cie de todas as possibilidades existen-

sentido de desafiar os guidelines visan-

tes no que diz respeito a um consumo

do otimizá-los, impondo que o projeto

energético equilibrado, o ideal é ter

seja elaborado nas condições máxi-

esta eficiência como meta no momento

mas estabelecidas, porém tentando

do projeto. “Neste sentido, atualmente,

validar com menores vazões, o

a tônica de projetos de novas áreas

que hoje é muito fácil por meio

em indústrias farmacêuticas tem sido

dos variadores de velocidade

o investimento em automação para

e da automação, aliando

melhorar a performance dos sistemas

os requisitos do usuários

que consomem energia, especialmente

e classificação do am-

o HVAC; estudar, do ponto de vista de

biente”, comenta.

processos e de qualidade se é possível


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA manter volume de produção e qualidade

sária de calor, tanto de fora para den-

do ar em cascata também deve ser

em espaços menores; reduzir o tama-

tro quanto de dentro para fora. “Além

bem avaliado e dimensionado, por-

nho das áreas de acesso controlados;

disso, o projeto deve prever fluxos

que, para sua manutenção, poderá

usar isoladores ou sistemas fechados,

eficientes de entrada e saída de mate-

exigir mais transferências de ar e,

que podem ser circundados por uma

rial, pessoal e produto acabado, racio-

consequentemente, mais ar externo.

sala de classificação menos rigorosa;

nalizando os espaços dos ambientes

“Deve prevalecer o bom senso de

analisar se as áreas de operações de

classificados”, comenta Renato Gime-

atendimento aos ‘guidelines’ e itens

estocagem intermediaria de bulks de-

nes, diretor da CACR.

regulatórios, sem exageros pessoais”, sentencia Gimenes. “A umidade relati-

vem ser mantidas na mesma classe de áreas de envase”, lista Lopes. Vale lembrar: a complexidade que é um projeto de condicionamento do ar destinado a manter uma sala limpa em operação faz com que não exista apenas um ponto único a ser considerado quando se fala de eficiência energética. “É preciso motores eficientes, ventiladores num ponto ótimo de trabalho, filtros bem dimensionados, a fim de não gerarem perda excessiva de pressão. Não adianta nada economizar no filtro e penalizar o ventilador. É preciso um meio termo, já que não se pode colocar muitos filtros, porque isso é caro; mas também não se pode prever poucos filtros, porque a perda

É fundamental uma definição racional dos parâmetros a serem controlados, bem como sua margem de tolerância, poupando o sistema de manter condições acima das necessárias para a qualidade do processo

neste ponto, pois quanto maior o rigor e menor sua tolerância (variação para mais ou menos), mais será o consumo de energia para controlá-lo”, destaca. “A taxa de ar externo é também um dos parâmetros que mais impactam no consumo energético, pois o custo de filtragem, resfriamento, aquecimento, reaquecimento do ar no formato ‘bruto externo’ até as condições internas geram custos elevados e devem ser bem administrados”, complementa. Inclusão de automação – Indispensáveis também são soluções de automação, que controlam de forma

de pressão seria maior, resultando em

eficiente

maiores consumos elétricos”, exempli-

“Existe hoje no mercado uma grande

fica Martin.

variedade de tecnologias de automa-

os

parâmetros

exigidos.

ção destinadas à economia de energia.

Seguindo a mesma linha, os espe-

São sistemas inteligentes que monito-

cialistas consultados indicam alguns

12

va é um item particularmente sensível

itens que devem ser considerados

Parâmetros de funcionamento –

ram e analisam de forma permanente

para se atingir o melhor da economia

É fundamental uma definição racional

as condições do ambiente e definem,

energética:

dos parâmetros a serem controlados,

por exemplo, o aumento de operação

bem como sua margem de tolerância,

de um resfriador e parada de outro, ou

Aspectos construtivos – É im-

poupando o sistema de manter con-

a entrada em funcionamento dos dois

portante definir a volumetria dos espa-

dições acima das necessárias para

no melhor ponto de eficiência”, descre-

ços de forma racional, tendo cuidado

a qualidade do processo. É preciso

ve Martin Lazar, da MHA.

especial com o pé direito dos ambien-

entender que a definição da classe de

tes, pelo impacto no volume de ar que

limpeza (controle de partículas viáveis

deverá ser trocado para se manter a

e não viáveis) utilizada em cada fase

classificação do ambiente.

do processo de fabricação, número

Cuidados na execução

Outro aspecto é o de procurar iso-

de recirculações de ar e taxa de ar

Além dos pontos de atenção no

lar, o máximo possível, salas limpas

externo para renovação de ar são di-

momento da concepção do projeto,

do contato com paredes de exterior

retamente proporcionais ao consumo

a busca pela eficiência térmica deve

para evitar a transmissão desneces-

de energia. O nível de pressurização

continuar na hora da execução da obra.

SBCC - Nov/Dez - 2014


Alguns itens que devem ser avaliados:

no exterior. Uma forma de recuperar a

EXCELÊNCIA EM INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO

energia gasta para o resfriamento do ar

Contando com uma equipe de profissionais altamente qualificados, realizamos trabalhos de engenharia, obras, gestão de contratos e serviços corretivos que contemplam os segmentos de:

Escolha dos materiais – Deve-se

que vai entrar na sala nestes casos é

optar por materiais com característi-

a utilização de trocadores de calor que

cas que dificultem a transmissão de

evitem contaminação cruzada, conse-

calor e que proporcionem a melhor

guindo realizar a troca de calor entre

estanqueidade das áreas. “A recomendação é se evitar a todo custo materiais e acabamentos que possam, ao

o ar resfriado que está saindo da sala

C

M

Y

com o ar externo que está para entrar

CM

no ambiente”, diz Martin.

MY

longo do tempo, apresentar fissuras

CY

e dilatações, provocando vazamentos

CMY

que comprometam a pressurização e levando a um consumo exagerado de

Simuladores apoiam decisões

ar externo para manter as áreas sob controle”, explica Renato Gimenes.

Especialidades:

• Ar Condicionado • Refrigeração • • Ventilação Industrial • Filtragem • Salas Limpas • Retrofit •

Áreas de Atuação: • Engenharia • Obras • • Gestão de Contratos • • Serviços Corretivos •

O mercado da construção civil já conta com ferramentas de simulação

Instalação precisa – Condutores

energética que permitem, em um am-

de energia térmica (rede hidráulica,

biente virtual, incluir todas as soluções

rede de dutos) precisam ter alta qua-

previstas e receber como resultado

lidade em sua instalação, preservando

uma estimativa do consumo energéti-

a estanqueidade e redução de perdas

co anual da instalação.

de carga e evitando vazamentos.

K

MASSTIN

Masstin Engenharia e Instalações Ltda. Av. Sete de Setembro, 97 Jardim Recanto 09912-010 – Diadema SP Fone/Fax: (11) 4055-8550 Site: www.masstin.com.br E-mail: comercial@masstin.com.br

“Utilizamos esta solução em diversos projetos de instalações indus-

Caminhamento de utilidades –

triais, mas esta ainda não é uma prá-

O ideal é evitar longos percursos na

tica recorrente no mercado brasileiro

ligação das utilidades aos equipamen-

da indústria farmacêutica”, comenta

tos das salas limpas, pois não existe

Marcos Antônio Vargas Pereira, Di-

sistema 100% isolado termicamente.

retor Técnico Comercial da Térmica

Percursos curtos têm menor perda de

Brasil, creditando a situação ao fato

eficiência térmica.

de ser um mercado mais conservador em relação à inovações tecnológicas

Componentes que ajudam na

associadas a projetos.

eficiência – Dampers, válvulas, contro-

“Mas acredito que, aos poucos,

ladores de vazão e de pressão facilitam

analisar a eficiência energética de

o controle de fluxo, proporcionando

um projeto em um modelo de simu-

melhor resposta ao uso. Outra boa al-

lador virtual será algo mais corrente,

ternativa é a inclusão de recuperadores

quando as empresas perceberam as

(ou trocadores) de calor entre expurgo

vantagens desta prática”, diz Perei-

e tomadas de ar externo, sempre que

ra, ressaltando que existem ferra-

possível.

processos

mentas de análise de carga térmica

algumas

amplamente usados para projetos

salas limpas que exijam uma grande

de áreas limpas, de uso tradicional,

movimentação de ar, com a entrada

mas que não chegam à complexida-

constante de ar externo – que precisa

de de análise proporcionadas pelos

ser resfriado – e totalidade do ar interno

softwares especializados já disponí-

– que já está resfriado, sendo lançada

veis no mercado.

produtivos

“São

comuns

realizados

em

Nov/Dez - 2014 - SBCC

13

ENGEFARMA


MANIPULAÇÃO DE QUIMIOTERÁPICOS

Cuidado para salvar vidas Com normas e resoluções da década passada, especialistas aguardam atualização

P

or trás do avanço das terapias

cia sanitária estaduais e as regras do

para cura dos diferentes tipos

município onde estão instaladas.

de câncer estão, além do diagnóstico e

Desde 2007, com a RDC 67, não

tratamento precoces, novas drogas e,

houve mudança na legislação e nas

especialmente, cuidados na manipu-

exigências feitas pela Agência Nacio-

lação dos quimioterápicos para evitar

nal de Vigilância Sanitária (ANVISA)

contaminação que, invariavelmente,

para a manipulação dos quimioterá-

iria parar direto na corrente sanguínea

picos. “Nos últimos cinco anos temos

dos pacientes.

observado que os hospitais com

Devido à importância desses me-

internação ou atendimento ambula-

dicamentos, o controle de qualidade

torial para oncologia têm aberto suas

precisa ser diário e contínuo em uma

próprias farmácias para manipulação

central de manipulação quimioterápi-

de quimioterápicos, apesar de as

ca, para garantir a não contaminação

resoluções previrem que é possível

das substâncias e ainda a do profis-

receber essas substâncias feitas por

sional farmacêutico que executa a

farmácias terceirizadas”, explica Mau-

manipulação.

rício Salomão Rodrigues, diretor da

As resoluções que são indicativas

Somar Engenharia e coordenador do

para a manipulação de quimioterápi-

GT 53 (salas controladas em ambien-

cos são a RDC 220 de 2004, RDC 67

tes hospitalares). Os motivos para um

de 2007, e parte da Norma 7256 da

hospital preferir ter sua própria pro-

ABNT (Associação Brasileira de Nor-

dução são simples: maior controle de

mas Técnicas), atualmente passando

qualidade e manipulação; controle de

por revisão (conforme reportagem da

uso em, no máximo, 24 horas e otimi-

Revista da SBCC número 72, dispo-

zação no fluxo de fornecimento para

nível para leitura no site www.sbcc.

seus pacientes.

Foto: Divulgação/Hospital Erasto Gaertner

Renata Costa

com.br) e, no caso de obras ou novas construções, a RDC 50, de 2002. Além disso, as farmácias de manipulação de quimioterápicos devem também seguir

14

as exigências das agências de vigilân-

Manipulação de medicamentos no hospital Erasto Gaertner, em Curitiba. Mensalmente são preparados cerca de 5 mil doses de quimioterápicos

SBCC - Nov/Dez - 2014


As instalações hospitalares

– se precisa de gorro ou não, não está

quimioterápicos por mês para atender

especificado”, diz a farmacêutica Mar-

em torno de mil pacientes, entre am-

cela Bechara, Supervisora do Serviço

bulatório e internação. Dentro da ca-

Implementar uma área controlada

de Farmácia do Hospital Erasto Gaert-

bine, o farmacêutico insere os dados

para manipulação de quimioterápicos

ner, em Curitiba. O hospital curitibano,

da dose que está preparando em um

não é tarefa fácil. “As normas e reso-

dedicado a serviços em oncologia, não

computador, garantindo todo o rastre-

luções não são muito claras. Se fala

tem uma área controlada para manipu-

amento do medicamento, lote e para

do uso de máscara, mas nenhum do-

lação desses medicamentos, apenas

qual paciente será destinado.

cumento explica qual é o modelo a ser

uma cabine de segurança biológica

A cabine usada no Erasto Gaertner

usado. A mesma coisa em relação ao

classe II B2, ISO classe 5. Ali são

é a mais comumente utilizada também

avental a ser usado pelo farmacêutico

preparadas cerca de 5 mil doses de

nas farmácias de outros hospitais de

15 Nov/Dez - 2014 - SBCC


MANIPULAÇÃO DE QUIMIOTERÁPICOS atendimento oncológico no Brasil e

O Hospital São José, em São Pau-

bolsas/mês, o procedimento prevê que

que desempenha uma tríplice função:

lo, inaugurou, em 2013, uma área limpa

a solicitação – após análise do pedido

proteger o manipulador para que não

de mais de 50 metros quadrados para

de acordo com os protocolos padrões

inale partículas voláteis do medica-

a manipulação de quimioterápicos

da terapia – segue para uma área de

mento que está fazendo; proteger o quimioterápico de contaminação externa e também livrar o ambiente de possíveis contaminações pelas substâncias manipuladas. Por isso, a classe II B2 desse modelo de cabine possui exaustão 100% do ar interno, eliminando-o em ambiente externo após passagem por filtro HEPA. Embora receba ar da sala onde está (com ambiente não controlado), o ar passa por uma filtragem com HEPA e a zona de trabalho possui fluxo unidirecional – de cima para baixo. Essa área é chamada de Central

Os motivos para um hospital preferir ter sua própria produção são simples: maior controle de qualidade e manipulação; controle de uso em, no máximo, 24 horas e otimização no fluxo de fornecimento para seus pacientes

armazenamento (ISO classe 8), na qual são separadas as matérias-primas e as bolsas assépticas receberão o medicamento. Com as bolsas devidamente rotuladas (nome do paciente, indicação de via de administração, orientação de conservação, etc) elas são direcionadas via caixa de passagem para o setor de higienização (ISO classe 8). Por outra caixa de passagem, os materiais higienizados seguem para a área de manipulação (ISO classe 7), mantida a 22ºC, com pressão negativa em relação aos outros ambientes.

de Misturas Intravenosas e ali traba-

Nela, as formulações são trabalhadas

lham quatro farmacêuticos que se re-

em duas cabines de biosseguran-

vezam em turnos na manipulação dos

ça classe II B2, com vazão de ar de

quimioterápicos e que contam com um

1.500 metros cúbicos por hora cada. (veja matéria na edição 53 da Revista

As bolsas higienizadas e lacradas

sala de armazenamento das substân-

da SBCC, acessando o site www.sbcc.

saem por outra caixa de passagem,

cias a serem manipuladas.

com.br). Com capacidade de 2.000

voltando para área de liberação.

Fotos: Glaucia Mota

vestiário para paramentação e uma

Área de manipulação do Hospital São José, em São Paulo. Ambiente classificado ISO 7, mantido a 22ºC e com pressão negativa em relação aos outros ambientes.

16 SBCC - Nov/Dez - 2014


Novo documento

normas, resoluções e boas práticas

Eliana afirma que, embora a lei não

que já existem para concentrar em um

exija, todas as farmácias de quimiote-

A dificuldade em relação à clare-

único lugar tudo o que deve ser segui-

rápicos do A.C. Camargo seguem as

za do que as resoluções pedem para

do para a manipulação dos quimiote-

orientações do Consenso da SOBRA-

áreas protegidas e manipulação de

rápicos. Esse documento acaba sendo

FO. “A ANVISA até nos elogiou na

quimioterápicos também é percebida

mais exigente que as resoluções brasi-

inspeção”, conta.

por Eliana Morganti, Farmacêutica

leiras”, explica a especialista. Um dos

Supervisora de Farmácia do Hospital

exemplos de maior exigência é quanto

mensalmente cerca de 7 mil doses de

A.C. Camargo, especializado em tra-

aos ensaios da cabine de segurança

quimioterápicos em 8 cabines (3 na

tamento de oncologia em São Paulo.

biológica (veja box na página 18)

matriz e as outras distribuídas pelas

No

hospital

são

manipuladas

Por esse motivo, Eliana foi uma das 27

Em 2003, a SOBRAFO já havia

unidades). Em todas as unidades, as

profissionais da área que participaram

publicado o Guia para o Preparo Segu-

cabines estão em salas controladas,

da elaboração do documento chama-

ro de Agentes Antineoplásicos, que é

com pressão negativa, antecâmara

do I Consenso Brasileiro para Boas

considerado pelos especialistas como

de entrada dupla com banco barreira,

Práticas de Preparo da Terapia Anti-

a primeira recomendação nacional que

sala de higienização e antecâmara de

neoplásica, da Sociedade Brasileira

uniu o que havia sobre o assunto no

saída nas unidades construídas mais

de Farmacêuticos em Oncologia – SO-

Brasil a publicações internacionais. O

recentemente (uma no bairro do Mo-

BRAFO, lançada no primeiro semestre

Guia culminou na publicação da reso-

rumbi e outra no Centro Internacional

de 2014. “Fizemos um compêndio das

lução RDC ANVISA 220 de 2004.

de Pesquisa, no bairro da Liberdade).

C

M

Y

ADALTA

CM

MY

CY

CMY

K

VECO


MANIPULAÇÃO DE QUIMIOTERÁPICOS Nas salas controladas, o fluxo do

jam áreas controladas, mas a cabine

material a ser manipulação deve tam-

de segurança biológica, se bem ajus-

bém merecer atenção especial. Pri-

tada, com as manutenções e preven-

meiro, eles devem ser higienizados

ções feitas já garante a qualidade da

em local próprio, depois seguirem

manipulação”, diz Eliana.

para a área de manipulação, com 100

Maurício Salomão, do GT 53, diz

trocas de ar por hora, com exaustão

que atualmente o que há na legisla-

100%, temperatura de 22ºC, com

ção tem atendido as necessidades,

pressão negativa em relação aos

mas o avanço tecnológico exige atu-

demais ambientes, para evitar conta-

alização constante. Por isso, ele e os

minação cruzada, classificada como

membros do GT 53 da SBCC aguar-

ISO 7. Ainda assim, a manipulação

dam as mudanças na NBR 7256 (al-

dos quimioterápicos é feita dentro

guns membros do grupo estão envol-

das cabines de biossegurança classe

vidos na reformulação dessa norma)

II B2.

para, depois disso, utilizar o material

“É desejável que as farmácias que manipulam quimioterápicos se-

e uni-lo a outros para, eventualmente, sugerir mudanças à ANVISA.

O avanço tecnológico exige atualização constante

Ensaios de cabine de segurança biológica Alguns pontos destacados pelo Consenso realizado pela Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia – SOBRAFO. - Considera também a NR 32, que estabelece diretrizes básicas para implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde - Recomenda os ensaios de certificação de cabine prescritos pela norma internacional NSF-49, da National Sanitation Foundation.

LINTER

- Recomenda que a certificação do equipamento de segurança biológica seja feito de acordo com a criticidade e grau de risco do trabalho realizado – isso pode ser mensal, bimestral ou anual – a ser estabelecido pela empresa certificadora. Já a NSF49 recomenda apenas a certificação anual ou a cada troca do filtro HEPA. - Vale ressaltar que, de acordo com a ISO 146442 item 4.2.1, em áreas ISO classe 5, onde se encaixam as Cabines de Segurança Biológica Classe II B2, a periodicidade dos ensaios deve ser semestral.

SBCC - Nov/Dez - 2014


Para a geração de resultados que atendam nossos mais altos conceitos de qualidade, é necessário efetivar alianças com empresas sólidas e arrojadas. Parabéns a Camfil pela excelência da nova instalação de Jaguariúna.

REINTECH


CASE: CAMFIL

Para ampliar a nacionalização de produtos Camfil investe em nova área industrial, com cerca de 1.500 metros quadrados de ambiente controlado, para ampliar a produção de filtros no Brasil e tornar a operação plataforma de exportação para os países latino-americanos Luciana Fleury

E

20

m uma mudança na estraté-

A empresa não mediu esforços

sência de uma produção local levava

gia adotada em sua atuação

para esta concretização, dotando a

a filial brasileira a correr riscos (qual-

no mercado brasileiro, a Camfil, uma

nova unidade das tecnologias mais

quer intercorrência no processo de

das maiores empresas mundiais na

modernas disponíveis para a produção

importação poderia gerar atrasos) ou a

produção e no desenvolvimento de

de filtros, com investimentos que che-

manter grandes estoques, algo não tão

filtros de ar, inaugurou, em dezembro

gam a US$ 5 milhões. “Esta fábrica é

interessante financeiramente.

de 2014, suas novas instalações no

muito moderna e podemos dizer que

Há também ganhos na incorpora-

Brasil, passando a ocupar uma área

nem plantas da Camfil nos Estados

ção de novidades na linha de produtos.

de 5 mil metros quadrados de um

Unidos reúnem soluções como as que

“Antes, levámos quase dois anos para

condomínio industrial em Jaguariúna,

temos aqui”, comenta Edmilson Alves,

incluir um produto lançado pela Camfil

interior do estado de São Paulo. Com

Gerente Técnico da Camfil. “Erámos

mundial na linha ofertada para o mer-

a nova planta, que inclui 1500 metros

uma multinacional com uma pequena

cado brasileiro. Este prazo deve cair

quadrados de área controlada, a em-

operação no Brasil e agora somos

para algo como três meses. Um exem-

presa pretende inverter a relação de

uma multinacional com uma grande

plo é um novo produto lançado em de-

80% de produtos importados e apenas

operação no Brasil. Vamos, inclusive,

zembro na Alemanha e que já a partir

20% fabricados localmente que vinha

começar a exportar daqui para toda a

de fevereiro, quando concluíremos as

mantendo desde 2006, quando iniciou

América Latina”, complementa.

adaptações da linha de montagem

seus negócios no Brasil. “Este novo lo-

Entre as razões para o novo posi-

cal foi concebido de forma a estar apto

cionamento está o grande potencial do

para tal, poderemos passar a produzir

a fabricar a quase totalidade da linha

mercado nacional, a vontade da em-

de produtos que disponibilizamos para

presa de manter uma forte presença

o Brasil e para a América Latina. Com

local para estreitar o relacionamento

exceção dos filtros absolutos de alta

com seus clientes e, claro, vantagens

temperatura, que a Camfil só produz

econômicas trazidas pela produção e

Todo o projeto da nova área seguiu

em sua planta na Alemanha, conta-

não importação, que gera maior com-

o guide line da Camfil mundial, con-

mos com os equipamentos e estrutura

petitividade. Outro ponto importante

tando com a experiência acumulada

necessária para fabricar localmente

é um quesito que Alves comenta ser

na instalação de plantas na Malásia,

todos os demais produtos comercia-

“uma verdadeira obsessão” da empre-

Alemanha e Suécia, incorporando es-

lizados pela empresa mundialmente”,

sa, que busca ser reconhecida pelo

pecificações e necessidades locais. A

afirma Samir Costa, Gerente Industrial

melhor prazo de entrega do mercado.

vantagem de contar com o espaço do

da Camfil Latinoamérica.

Para seguir este posicionamento, a au-

condomínio industrial foi a possibilida-

no Brasil”, destaca Alves.

Guide line global

SBCC - Nov/Dez - 2014


Fotos: Gláucia Motta

Sistema de esteiras leva material até cada etapa de produção. Abaixo: Estação operada de forma remota, na qual a produção é feita com uso de robôs

21 Nov/Dez - 2014 - SBCC


CASE: CAMFIL de de construção praticamente do zero,

ar, permitindo a nossos clientes ver a

para reduzir o nível de poeira do local,

sem demandar muitas adaptações.

forma de instalação de cada uma delas,

contribuindo para as condições de

auxiliando em sua decisão”, diz Costa.

limpeza dos dois ambientes.

O coração de toda a instalação é um ambiente controlado com 1500

Assim, a sala recebeu soluções

Um aspecto interessante da insta-

metros quadrados que abriga a linha

como Softdistri; Silent Hood (co-

lação é que área técnica foi construída

de produção e é mantido com tem-

nhecido no mercado como sistema

ao nível do piso, ao invés de ocupar um

peratura entre 18ºC e 23ºC, umidade

monobloco), que está em uma caixa

forro. Localizada ao lado da área con-

relativa de 40% a 60% e sistema de

terminal com luminária do tipo gota e

trolada, permite mostrar aos usuários

ar-condicionado que realiza 6 trocas de ar por hora, uma área que, se fosse classificada poderia atingir classe ISO 8. “Não há nenhuma norma que recomende nem legislação que obrigue o uso de um ambiente dotado de soluções de área limpa para a produção de filtros. No entanto, esta é uma definição seguida pela Camfil em todas suas plantas para a produção de filtros finos e HEPA, mostrando para os clientes o cuidado que temos no processo produ-

Área controlada é mantida a temperatura entre 18ºC e 23ºC, umidade relativa de 40% a 60%. Sistema de ar-condicionado realiza seis trocas de ar por hora.

os equipamentos e sistemas utilizados na manutenção das condições do ambiente, como a conexão dos dutos e da rede hidráulica da Unidade de Tratamento de Ar. Por estar localizado dentro da área fabril, o sistema foi estruturado com descarga de ar dutada, ou seja, dutos levam o ar de circulação para o exterior. O start up da linha contou com a vinda de 11 técnicos e engenheiros especializados, tanto da Camfil Ale-

tivo”, comenta Alves. Aproveitando a necessidade de se

manha e Camfil Suécia quanto de em-

manter um ambiente com qualidade

presas parceiras. A princípio, a nova

de ar controlada, o projeto também foi

tomada de pressão pelo lado de dentro

linha de produção irá operar em turno

desenhado para a linha de produção

da sala; e a Pharmaseal, que permite a

único, trabalhando principalmente no

servir como um verdadeiro showroom

troca do filtro por um sistema de dum-

sistema just-in-time, atendendo pe-

das principais soluções Camfil. “O am-

per que o isola totalmente do ambiente

didos específicos, mas também pro-

biente conta com diversas soluções de

controlado, além de permitir que todos

gramada para a formação de estoque

filtragem desde o G4 chegando a H14,

os ensaios sejam feitos na parte de

dos principais produtos.

e abriga três tipos diferentes de tecno-

dentro da sala limpa, tanto a geração

logias aplicadas em forros filtrantes,

de aerossol para medição da perda de

exemplificando soluções mais simples,

carga quanto toda a varredura do filtro.

média e complexa para a filtragem do

Samir Costa e Edmilson Alves: nova estrutura está alinhada à mudança da estratégia da empresa

22

finais de ambientes classificados todos

Processo produtivo

Além destas soluções, o ambiente conta também com o Camcleaner

A entrada de pessoal na área limpa

6000, equipamento móvel que coleta

é feita por uma pequena antecâmara,

partículas geradas no processo de

localizada na parte central da área

fabricação, evitando a concentração

limpa, dotada de portas intertravadas

delas no ambiente limpo. Na versão

e um banco separador, onde os opera-

utilizada, o produto apresenta dois

dores devem calçar o propé, não sendo

estágios de filtragem, com filtros fi-

necessária vestimenta especial além

nos e filtros HEPA, sendo possível

do uniforme comum de trabalho. Duas

adquirir uma versão que utiliza carvão

grandes portas, localizadas à esquer-

ativado, conforme a necessidade de

da e à direita da antecâmara servem,

aplicação. O Camcleaner também é

respectivamente, para a entrada de

utilizado na parte externa à sala limpa

matéria-prima e a saída de produto aca-

na área de estoque que fica ao lado,

bado. Há, ainda, outra porta, localizada

SBCC - Nov/Dez - 2014


Excelência em filtros Uma das líderes globais na produção e no desenvolvimento de filtros de ar e soluções em ar limpo, a Camfil atua no setor desde 1963. Com sede em Estocolmo, na Suécia, possui 24 unidades de produção espalhadas ao redor do mundo, além de centros de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) nas Américas, Europa e Ásia-Pacífico. A empresa conta com aproximadamente 3.700 colaboradores e é especializada em soluções em filtragem de ar através de pesquisas, design e fabricação. O conceito de negócio da empresa é fornecer aos clientes os melhores produtos e serviços em filtragem de ar no mercado, em seus principais Unidade de produção em Jaguariúna-SP junta-se às outras 24 plantas espalhadas pelo mundo mantidas pela Camfil, além de centros de Pesquisa & Desenvolvimento

segmentos: processos limpos, ar de conforto, sistemas de geração de energia e segurança e proteção do meio ambiente.

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CASE: CAMFIL

Área técnica foi construída ao nível do piso e permite mostrar os equipamentos e sistemas utilizados na manutenção das condições de ambientes controlados (à esq.). Amplas portas são utilizadas para a entrada de matéria-prima e a de saída de produto acabado (à dir.) no início do ambiente, utilizada para

Desta forma, o filtro pode parar em

de forma remota, na qual o operador

entrada das partes metálicas, prepara-

determinada estação, caso sua espe-

apenas faz o set up das especificações

das nas chamadas metal shops, uma

cificação assim estabeleça, ou ir para

e acompanha o trabalho realizado. A

antessala mantida em separado para

a etapa seguinte. No total, a linha de

empresa prevê, inclusive, que esta

evitar a geração de partículas na sala

montagem possui nove equipamentos,

linha de produtos para aplicação em

limpa, onde são realizadas as soldas e

sendo que uma das estrelas é o maqui-

turbas represente a maior demanda de

cortes necessários para a preparação

nário que faz a plissagem, tecnologia

sua produção.

das molduras metálicas.

desenvolvida pela Camfil para atender

Após seguir pelo caminho determi-

Basicamente, a matéria-prima uti-

as suas necessidades de produção e

nado, o filtro chega à estação de ve-

lizada na fabricação de filtros é com-

que cria as plissas do papel filtrante,

dação, onde é aplicada a camada de

posta apenas por moldura (que podem

conforme a especificação de cada mo-

poliuretano ou de gel que irá acomodar

ser de plástico, alumínio, galvanizado

delo de filtro.

o filtro na instalação, garantindo sua

e inox) e material filtrante, além de

Enquanto parte da produção tem

estanqueidade. Dois braços robóticos

adesivos para unir os dois elementos.

operação parte manual parte automa-

realizam o preenchimento das canale-

Todos estes materiais são recebidos

tizada, há toda uma linha de filtros para

tas que irão receber o material de ve-

de fornecedores pré-qualificados, que

aplicação em turbinas modelos Ca-

dação, conferindo extrema precisão ao

fornecem mundialmente para todas

mGT, que tem sua produção realizada

processo. O filtro, então, segue pelas

as plantas da Camfil e atendem aos

por robôs, em uma estação operada

esteiras, levando o tempo necessário

requisitos de qualidade. “No caso do papel filtrante, por exemplo, o fornece-

Ficha Técnica*

dor realiza um ensaio no rolo que está nos mandando e envia a respectiva

Projeto da área controlada

Camfil Latinoamerica / Camfil Suécia

documentação atestando a qualidade”,

Projeto e instalação do sistema de HVAC

Siarcon

explica Alves. “E nós realizamos testes

Resfriadores com kit hidrônico incorporado

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adicionais para confirmar se o material

Unidades de tratamento de ar

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está realmente conforme”.

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Filtros

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Portas intertravadas

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Parede e teto

Monthac

Piso

Auge Pisos

Um

conjunto

automatizado

de

esteiras leva as matérias-primas às diferentes estações, cada uma com determinado equipamento, que compõem as etapas de produção pelas quais o filtro em elaboração passará,

24

de acordo com sua especificação.

*Informações cedidas pela Camfil

SBCC - Nov/Dez - 2014


para a cura até chegar à etapa de

ao equipamento está um sistema que

embalagem, já saído da sala limpa em

emite um relatório com os resultados

sua respectiva embalagem.

obtidos, que é incluído na embalagem

Como penúltima operação, antes da

para informação do comprador. O equi-

vedação e da embalagem, 100% dos

pamento está configurado para emitir

filtros da classe H e superiores são tes-

laudos baseado em três normas: brasi-

tados. Um equipamento de tecnologia

leira, europeia e americana.

Camfil com quatro sensores faz um es-

Se um vazamento ocorrer, este

caneamento no filtro para detectar qual-

equipamento tem precisão para in-

quer nível de vazamento, garantindo a

formar em qual faixa está ocorrendo

estanqueidade. A eficiência e a perda

algum defeito, como um vazamento.

de carga inicial também são testadas.

“O operador pode, então, avaliar a

Os filtros recebem uma descarga de

extensão do problema e encaminhar

aerossol DEHS (partícula líquida), em

o produto para uma cabine contígua,

quantidades aceitas pela normatização,

onde será analisada a forma dele ser

e dois contadores de partículas, posi-

reparado, dependendo, claro, do dano

cionados antes e depois do filtro, rea-

e até mesmo do tipo de filtro, pois algu-

lizam a medição do particulado emitido

mas categorias não podem ser repara-

e do total que não foi retido. Acoplado

das”, diz Costa.

BIOTEC

Operador aplica adesivo, como parte do processo de produção. Abaixo: braço robótico realiza o preenchimento das canaletas com material de vedação

TERMICA


ISCC

Panorama global ISCC abre espaço para os debates em torno de todos os tipos de controle de contaminação. Próximo evento será no Brasil, em 2016 Alberto Paz

E

ntre os dias 13 e 16 de outubro, a cidade de Seul,

capital da Coreia do Sul, recebeu a 22ª edição do ISCC – International Symposium on Contamination Control (Simpósio Internacional de Controle de Contaminação). Foi um momento muito especial para debater o estágio atual e as expectativas futuras em torno da tecnologia de controle de contaminação em suas mais diversas aplicações. “Todos os tipos de tecnologia de controle de contaminação, incluindo magnético, físico, químico e biológico, em gases, líquidos e sobre superfícies sólidas foram discutidos, bem como a tecnologia de salas limpas. Mas, como a indústria de semicondutores, FPD (Flat Panel Display) e LED ser muito forte na Coreia e no Extremo Oriente, estes tópicos ganharam maior relevância”, comentou Myung-Do Oh, presidente do ICCCS – International Confederation of Contamination Control Societies, chairman do ISCC 2014 e HoD (Head of Delegation) da KACA – Korea Air Cleaning Association. Realizado a cada dois anos com De cima para baixo, reunião do ICCCS, reunião plenária do ISO/TC 209 e grupo de especialistas no coquetel de abertura do ISCC

26

apoio do ICCCS, o ISCC 2014 foi organizado pela KACA, e em 2016 será

SBCC - Nov/Dez - 2014


realizado na cidade de São Paulo. “Estamos finalizando alguns detalhes de planejamento e, em breve, vamos divulgar a programação científica e outros detalhes importantes sobre o ISCCBRAZIL2016”, informa Heloísa Meirelles, Delegada Internacional da SBCC e empossada como presidente da ICCCS para o biênio 2015-2016, que, juntamente com os outros representantes da delegação brasileira, tinha como missão apresentar e mobilizar os presentes para participarem do evento no Brasil (veja box).

No ISCC Coreia foram ministradas cerca de 15 palestras técnicas, três sessões de keynotes – com apresentações orais de 20 minutos de mais de 50 trabalhos técnicos e a apresentação de cerca de 25 pôsteres

O evento na Coreia foi marcado pelo compartilhamento em alto nível

nation in Climatized Dental Care Faci-

feira de exposições foi uma das maio-

do conhecimento da aplicação da tec-

lities, in an Odontology School Dental

res e mais concorridas da história do

nologia de controle de contaminação.

Clinic in Brazil”.

ISCC e apresentou novidades para os

Organizado no COEX - Convention

O ISCC recebeu cerca de 300

interessados em tecnologias de áreas

& Exhibition Center, um gigantesco

profissionais e os premiou com o com-

limpas e de produtos para áreas limpas

espaço para permite a realização si-

partilhamento de novas ideias e tecno-

e ambientes controlados, qualidade do

multânea de diversos eventos técnicos

logias. Como evidenciou o presidente

ar interior, edifícios verdes, refrigera-

e comerciais, foram apresentados no

do evento, “foi relevante reforçar a im-

ção e ar condicionado, tecnologia para

ISCC Coreia cerca de 15 palestras téc-

portância do controle de contaminação

o controle de poluição, entre outros

nicas, três sessões de keynotes – com

em todos os segmentos industriais”,

temas alinhados.

apresentações orais de 20 minutos

destacou Myung-Do Oh.

de mais de 50 trabalhos técnicos e a apresentação de cerca de 25 pôsteres, entre eles um do Brasil, desenvolvido pela microbiologista e Coordenadora do GT 2 da SBCC, Silvia Eguchi, com o título: “Evalution of Airborn Contami-

O ISCC recebeu cerca de 300 profissionais e os premiou com o compartilhamento de novas ideias e tecnologias

Programação diversificada Ainda dentro da programação oficial, os profissionais puderam, no último dia do evento, escolher entre duas opções de visita técnica e cultural: conhecer as instalações da fábrica da LG Display e o Unification Observatory ou fazer um tour técnico pela indústria farmacêutica Handok e visitar a Fortaleza

Nov/Dez - 2014 - SBCC

Paralelamente ao evento técnico,

de Hwaseong, construída entre 1794-

foi realizada a International Clean Air

1796 e classificada como Patrimônio

Tech & Green Environment Exhibition

Cultural pela UNESCO. “Foi muito

2014, organizada pela KACA e pela

interessante essa diversidade, mistu-

Air Indoor Environment Laboratories.

rando tecnologia e cultura. É um dos

Com mais de 40 mil visitantes técni-

exemplos práticos que, se possível,

cos e 250 expositores representando

vamos introduzir no próximo evento”,

empresas de 15 diferentes países, a

avalia Heloísa.

27


ISCC

Apresentação musical típica no banquete de abertura do evento

No dia 17 de outubro, foram or-

grande emoção para toda a dele-

ganizados as reuniões do Conselho

gação brasileira – e para todos os

de Delegados Internacionais (CoD)

profissionais brasileiros que atuam

do ICCCS e do ICEB (International

direta ou indiretamente com o tema

Cleanroom Educacional Board). Na

controle de contaminação. Seguindo

reunião do ICCCS um momento de

o protocolo da entidade, Heloísa Meirelles tomou posse como nova presi-

No evento, a Delegada Internacional da SBCC, Heloísa Meirelles tomou posse como presidente do ICCCS

dente da entidade internacional. “O importante mesmo foi a aceitação do

28

Parte da delegação brasileira e outros profissionais na visita a Fortaleza de Hwaseong

Brasil como sede do evento interna-

Na reunião do ICEB, a SBCC as-

cional e a presidência foi decorrência

sumiu o compromisso de implementar

dessa ação. Neste momento, lembrei

em 2015 ao menos dois cursos com

e quero reforçar a importância de

certificação

todos os profissionais que passaram

ISCC foram organizadas reuniões dos

pela entidade, desde sua fundação

WGs e do ISO/TC-209. Nos dias 18 e

há 25 anos. Com suas ideias, postura

19 foram os eventos do ISO/TC-209.

proativa e sempre convictos de que o

Na plenária, além da aprovação da ata

Brasil tem um enorme potencial para

anterior referente a reunião de Reno,

ser um dos principais atores nos de-

em 2013, e levantamento de expecta-

bates, pesquisas e soluções relacio-

tivas de novas ações, destaque para

nadas ao controle de contaminação”,

a apresentação do novo programa de

argumentou.

gerenciamento da ISO e o planeja-

internacional.

Após

o

SBCC - Nov/Dez - 2014


mento do novo website com ferramentas mais amigáveis. Dois Working Groups – WG se reuniram para dar continuidade a seus trabalhos: o WG-2 (microbiologia) e o WG-10 (nanotecnologia). Neste último, o Brasil não participa por falta de especialista no tema; já no WG-2, o país foi representado por Silvia Eguchi (veja box com resumo da reunião na pág. 32). “Como se pode perceber, foi um grande evento, muito bem organizado e de altíssimo nível técnico. Acredito que foi um ótimo exemplo de como devemos atuar para ter, no Brasil, um evento de excelente qualidade”, observa Heloísa Meirelles. Para mais informações, acesse: www.icccs2014korea.kr

Myung-Do Oh, presidente do ICCCS e chairman do ISCC 2014, Gaetano Nino Lattanzi, da ASCCA - Sociedade de Controle de Contaminação Italiana, e David Ensor, chairperson da ISO/TC 209 em visita a Heloísa Meirelles, no espaço de divulgação do ISCC Brazil 2016

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ISCC ISCCBRAZIL2016 No ISCC 2014, a delegação

te de abertura do evento, nas

a criação da SBCC, há 25 anos, levantou um

brasileira foi capitaneada por

reuniões plenárias do ICCCS e

brinde à escolha do Brasil e relatou suas expe-

Heloísa Meirelles e contou ain-

do ICEB, no jantar dos delega-

riências sobre São Paulo. Em seguida, David

da com a participação de Elisa

dos internacionais do ICCCS e

Ensor, convenor da ISO/TC209 e especialista

Liu, Diretora Técnica da SBCC

também na plenária do ISO/TC

do WG de nanotecnologia, contou sobre sua

e especialista do WG-1; Silvia

209. Além disso, a organização

Eguchi, especialista do WG-2;

disponibilizou um espaço de

Dirce Akamine, ex-presidente

apoio para que pudessem ser

da SBCC e Coordenadora da

colocados os materiais promo-

Comissão

ISCC

cionais do evento e da cidade

Brazil 2016; e Antonio Gamino,

de São Paulo. Foram folders,

Coordenador

banner e um pen drive com dicas

Técnica

do

América

Latina

especialista do WG-1.

sobre a cidade, materiais elabo-

Já no coquetel de boas-

rados pela Embratur / São Paulo

-vindas, quando os líderes das

Convention & Visitors Bureau

delegações

(SPCVB).

foram

chamados

para se apresentarem, Heloísa

Além das exposições, He-

Meirelles fez um primeiro co-

loísa ressalta o apoio de dois

mentário sobre o ISCC 2016.

renomados

“Nosso objetivo maior na Coreia

deram depoimentos durante o

era promover o simpósio no Bra-

banquete de abertura do evento

sil, incentivando e mobilizando

sobre São Paulo e o estágio da

pesquisadores, profissionais e

tecnologia de controle de conta-

empresas a prestigiarem o nos-

minação no Brasil. O suíço Hans

so evento”, argumenta.

Schicht, especialista em salas

especialistas

que

Heloísa fez apresentações

limpas e controladas, e um dos

sobre o evento 2016 no banque-

principais incentivadores para

Acima, Heloísa e Cha Sung e Taesung Kim, ambos da KACA. Abaixo, Antonio Gamino na feira de exposições

Programa preliminar 2016

Set. 17

Set. 18

Set. 19

Set. 20

Set. 21

Set. 22

ISO TC 209 / ICCCS / ICEB

Set. 23

Set. 24

Set. 25

ISCCBRAZIL2016

Manhã

Meetings

Meetings

Meetings

Meetings

Abertura

Sessão técnica

Sessão técnica

Tarde

Meetings

Meetings

Meetings

Meetings

Sessão técnica

Sessão técnica

Encerramento

Inscrição

Noite

Exibição

Jantar dos Delegados

Tour Técnico

Jantar da ISO

Encerramento

Abertura

Exibição

Jantar

Exibição

Exibição

Exibição

30 SBCC - Nov/Dez - 2014


Profissionais renomados deram depoimentos sobre São Paulo e o estágio da tecnologia no Brasil: David Ensor (à esq.) e Hans Schicht (terceiro à esq.) confraternizando com a delegação brasileira passagem, há cerca de um ano,

quisadores de renome no Brasil”,

pela cidade de São Paulo.

argumenta.

Dirce

Akamine

esteve

pela

Quanto à abordagem técnica,

segunda vez em um ISCC (o pri-

Dirce considera de suma importân-

meiro foi na China), agora, porém,

cia trazer para o programa temas

seu foco estava ampliado. “Eu me

como nanopartículas e controles.

propus a fazer contatos com os

Ela também já pensa em temas es-

principais pesquisadores e inú-

pecíficos, como uma mesa redonda

meros participantes para saber o

sobre normas técnicas. “Para esse

que de mais relevante está acon-

caso, fiz alguns contatos e acredito

tecendo em termos de pesquisa de

que será possível termos um debate

inovação e também atualizações

muito interessante envolvendo as

tecnológicas, tendo em vista a ela-

normas brasileiras, americanas e

boração da programação técnica

europeias. Também penso que vale

do ISCC no Brasil”, relata.

a pena investir em formatos que

Ela ressaltou ainda uma gran-

permitam maior participação do

de acolhida dos pesquisadores

público, com discussões e debates.

em relação à delegação brasileira.

Enfim, foi um grande aprendizado,

“Os contatos foram excelentes e

com contatos muito bons. Agora é

creio que eles ficaram muito moti-

focar na realidade nacional e avaliar

vados a vir para o ISCC em 2016.

como tudo isso pode ser viabilizado

Essa percepção é um indicador

e melhor aproveitado e apresentado

de que podemos contar com pes-

no ISCC Brasil”, conclui Dirce.

31 Nov/Dez - 2014 - SBCC

TOSI


ISCC WG-2 Microbiologia O WG-2 se reuniu para uma impor-

mento das normas da ISO, se o CD

so, o TC 209 decidiu que a norma,

tante reunião, pois seria decisória para

fosse aprovado na reunião de outubro,

na forma proposta, seria suspensa

os trabalhos do grupo de microbiolo-

a norma passaria ao estado DIS (Draft

e o atual WG-2 seria dissolvido. A

gia. A versão CD (Committee Draft) da

International Standard), e seguiria para

qualquer momento, porém, o gru-

norma ISO 14698 foi submetida para

discussão.

po poderá ser convocado para dar

análise pelos países membros em 8 de

“Estiveram representados nesta

continuidade à elaboração da nor-

março de 2014, cujos votos gerados

reunião, 12 países, dentre os quais 4

ma, desde que haja um NWIP (New

foram publicados em 23 de julho de

enviaram os seus especialistas em

Work Item Proposal) e um convenor

2014. De acordo com o encaminha-

microbiologia. Pela falta de consen-

definidos”, explica Silvia Eguchi.

Parceria com o SPCVB Desde abril deste ano, o São

cidade. Também foram disponibili-

aos potenciais visitantes, motivando-

Paulo Convention & Visitors Bureau

zados vídeos institucionais e outros

-os a virem não só para o congresso,

(SPCVB) tem apoiado a realização

materiais promocionais. Além disso,

mas para desfrutar do que o destino

do ISCC Brazil 2016. O suporte

o SPCVB tem orientado a organiza-

pode oferecer de melhor. Paralelo a

tem foco na promoção da cidade

ção do ISCC sobre como receber o

isso, estamos também envolvidos no

de São Paulo para potenciais parti-

apoio de órgãos oficiais de turismo,

planejamento do evento (edição de

cipantes, como os que estavam no

como a Embratur (Instituto Brasileiro

2016), oferecendo sugestões e alter-

ISCC Coreia. Foi preparado uma

de Turismo) e a São Paulo Turismo.

nativas de fornecedores locais”, co-

apresentação mostrando a infraes-

“Esta é uma importante fase de

trutura para eventos e atributos da

trabalho, quando divulgamos a cidade

POWERMATIC

menta Elisabete Sorrentino, Diretora de Eventos Internacional do SPCVB.


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NOTÍCIAS DA SBCC

Seminário em Jaguariúna Entre os dias 10 e 11 de dezem-

de segurança operacional, além de

visualização e velocidade de fluxo de

bro, foi realizado o seminário “Equi-

supervisores de áreas responsáveis

donwflow e inflow; procedimentos de

pamentos de Ar Limpo e Operações

pelo dia a dia da operação de salas

contagem de partículas discretas e

em Salas Limpas”, no auditório da

limpas de uso industrial.

amostragem do ar em CSBs; proce-

Faculdade de Jaguariúna, interior de São Paulo.

As palestras procuraram apresen-

dimentos de limpeza técnica de áreas

tar procedimentos de qualificação do

limpas: especificação e utilização

O evento marcou o encerramento

ar em Cabines de Segurança Bioló-

de dispositivos de filtragem de alta

do ciclo de seminários da SBCC em

gica (CSB), incluindo demonstrações

eficiência com troca segura (bag in

2014 e foi destinado a projetistas,

práticas em um equipamento cedido

& bag out); ergonomia e segurança

arquitetos, engenheiros, gestores de

pela Esco, tais como: ensaios de

ocupacional em salas limpas; proce-

qualidade, técnicos de qualificação

vazamento em dispositivos de filtra-

dimentos operacionais e eficiência

de sistemas de ar, técnicos e gestores

gem de alta eficiência, ensaios de

energética em sistemas de filtragem.

Alexandre Leal (PMS) e Reinaldo

de filtragem de média e alta

Martins (PMS)

eficiência

Procedimentos de limpeza

Eduardo Alvadjan (Camfil)

Equipamentos de Ar Limpo e Operações em Salas Limpas

Eduardo Simões (Ala) Dispositivos de filtragem com troca

Ao término do evento foi realizada

Coordenador: Fernando Britto

segura

uma visita guiada à nova sala limpa

(Adriferco)

Marco Adolph (Trox)

da Camfil, onde são produzidos seus

Benchmarking: Trox – Cabines de

filtros plissados finos e HEPA.

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Participação: 24 profissionais

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Ergonomia e segurança

Segurança Biológica (CSB)

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34 SBCC - Nov/Dez - 2014


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36 SBCC - Nov/Dez - 2014


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MICROBLAU AUTOMAÇÃO LTDA. .............................................................. 11 2884-2528

TECHNILAB - CONTR. DE CONTAMINAÇÃO LTDA. .................................. 19 3243-1265

MILARÉ SISTEMAS DE EXAUSTÃO LTDA. ME ......................................... 19 3452-1636

TECNOLAB SERVIÇOS E COM. DE EQUIP. DE LABORAT. ...................... 71 3646-8555

MOTA CONSULTORIA LTDA. – ME ............................................................. 38 3221-5998

TECNOVIDA - CLÍNICA DIETÉTICA.............................................................. 65

MR QUALITY CLEANROOM SERVICES...................................................... 11 2443-2205

TECSENG TECNOLOGIAS ESPECIALIZADAS........................................... 81 -9182-7759

623-6500

MULTIPLA MONTAGEM ............................................................................... 12 3903-4838

TERMACON PROJETOS E CONSULTORIA LTDA...................................... 61 3042-1448

MULTIVAC - MULTISTAR IND. COM. LTDA. ................................................ 11 3835-6600

TÉRMICA BRASIL COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. .................................. 11 3666-2076

NEU LUFT COM. E SERV. DE AR COND. LTDA. ........................................ 11 5182-6375

TESTO DO BRASIL INSTRUM. DE MEDIÇÃO LTDA. ................................. 19 3731-5800

NICCIOLI ENGENHARIA............................................................................... 16 3624-7512

TOSI INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. ...................................................... 11 4529-8900

NOVARON SISTEMAS DE AR LTDA............................................................ 31 3225-5345

TRAYDUS CLIMATIZAÇÃO IND E COM LTDA. ........................................... 11 4591-1605

NOVARTIS BIOCIÊNCIAS............................................................................. 11 3732-4152

UNIÃO QUÍMICA FARM. NAC. S/A............................................................... 11 4662-7200

NUTRICIONAL FARMÁCIA - PALMEIRA MANIPULAÇÃO............................ 16 3632-9246

VECOFLOW LTDA. ....................................................................................... 19 3787-3700

NUTRIMED SERV. MÉD. EM NUT. PARENTERAL E ENTERAL LTDA. ..... 22 2733-1122

VECTUS IMPORTATUM INSTR. DE PRECISÃO LTDA. ............................. 11 5096-4654

NUTRIR PRESTADORA DE SERVIÇOS MÉDICOS LTDA. ......................... 91 3266-2800

VISTA VALIDAÇÃO LTDA. ............................................................................ 31 3398-6756

NUTRO SOLUÇÕES NUTRITIVAS LTDA. EPP............................................ 41 3013-5322

VITAR SOLUÇÕES EM SAÚDE LTDA. ........................................................ 51 3085-2291

NYCOMED PHARMA LTDA. ......................................................................... 19 3847-5577

VL INDUSTRIA ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO LTDA....................................... 11 2832-4000

OUROFINO SAÚDE ANIMAL LTDA .............................................................. 16 3518-2000

ZIEHL-ABEGG DO BRASIL IMP. EXP. E COM. DE EQ. DE VENT. LTDA. . 11 2872-2042

PARTICLE MEASURING SYSTEMS BRASIL............................................... 11 5188-8227

YANNTEC INSTRUMENTAÇÃO ANALÍTICA LTDA. ..................................... 21 2489-7435

PALMETAL METALÚRGICA LTDA................................................................. 21 2481-6453

Para associar-se ligue: (12) 3922-9976 ou acesse sbcc@sbcc.com.br

PLANENRAC ENG. TÉRMICA S/C LTDA. ................................................... 11 5011-0011

Listagem atualizada em 4 de dezembro de 2014

PLANEVALE PLANEJ. CONSULTORIA........................................................ 12 3202-9888 PLASMETAL PLÁSTICOS E METAIS LTDA. ................................................ 21 2580-2035 POWERMATIC DUTOS E ACESSÓRIOS LTDA. ......................................... 11 3017-3800 PRECISO METROLOGIA E QUALIDADE LTDA. ......................................... 62 3280-3013 PRO ADVICE ................................................................................................ 11 4554-3458 PROATIVA QUALIFICAÇÃO E SERVIÇOS TÉCNICOS .............................. 21 2443-6917 PRÓBIO PRODUTOS E SERVIÇOS NUTRICIONAIS LTDA........................ 67 3342-0203

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ARTIGO TÉCNICO

LIMPEZA E EMBALAGEM DE PEÇAS E COMPONENTES PARA USO EM CONDIÇÕES DE SALAS LIMPAS Por Joachim Ludwig

Autor: Joachim Ludwig Tradução: Heloísa Meirelles Costa Revisão: J. Fernando Britto Contato: ludwig@colandis.com

Resumo

conceito de limpeza e menor será o custo para obtenção do tratamento adequado para o controle da contaminação do produto final. Fica muito mais caro adaptar uma

Cada vez mais processos, dos mais diferentes ramos

máquina completamente instalada a uma determinada

de atividade, são realizados em salas limpas. Para tanto,

classe de limpeza, do que se utilizarem componentes

diferentes condições ou classes de limpeza nas salas

adequados desde o início.

ou zonas limpas são utilizadas durante o processamento

Muitos fornecedores estão sendo solicitados a prover

(total ou parcial) dos produtos acabados. Atualmente,

componentes adequados para operação em ambientes

entende-se que a utilização de salas limpas não seja

com determinadas classes de limpeza, os quais também

mais o critério determinante para fabricação sob baixos

devem ser embalados de acordo com estas novas ne-

níveis de contaminação. Outras considerações, como

cessidades. Contudo, a maioria dos fornecedores não

a adequação dos equipamentos de processo à classi-

está apta a limpar seus produtos ou embalá-los ade-

ficação de limpeza do ambiente, têm se tornado muito

quadamente e, nem mesmo tem como fazê-lo sob con-

mais importantes. A sala limpa propriamente dita ou a

dições de contaminação reduzida (não possuem salas

adequação à classe de limpeza do ambiente, podem ser

limpas), de forma que os produtos possam ser montados

obtidas de diferentes maneiras e requerem a verificação

sem qualquer limpeza adicional. Mesmo assim, é perfei-

das diferentes atividades conectadas à ela. Não apenas

tamente possível limpar estes produtos sem que estes

a classe de limpeza da sala na qual o equipamento está

sejam processados sob conceitos gerais de limpeza.

instalado, mas também a utilização de materiais de

Em um futuro próximo, prestadoras de serviços com

construção adequados, os operadores, suas vestimen-

amplos conhecimentos na área de controle de conta-

tas e movimentações ao longo do processo, o uso de pe-

minação, capacitarão estes fornecedores a suprir as

ças e componentes “limpos”, além de outros parâmetros,

necessidades de áreas mais sensíveis à contaminação.

têm, conjuntamente, um papel decisivo no desempenho

A análise dos processos poderá conduzir às seguintes

das salas limpas e na adequação dos equipamentos aos

escolhas: os produtos passarão a ser confeccionados

processos assépticos.

em salas limpas ou se investirá em sistemas de limpeza

Quanto mais cedo estes parâmetros são identifica-

38

dos ao longo do processo, tanto mais cedo é formado o

final dos produtos, adequados às condições requeridas por seus consumidores.

SBCC - Nov/Dez - 2014


O objetivo deste artigo é demonstrar que o proces-

técnicas pré-determinadas de limpeza. Embrulha-se um

samento dos produtos em salas limpas, não é mais um

presente de aniversário em papel de embrulho, equipa-

critério de aceitação que, necessariamente, possa des-

mentos ópticos são embalados em caixas apropriadas,

qualificar um fornecedor.

geralmente fechadas com chaves. Estas caixas são, então, duplamente seladas com películas antieletrostáti-

Palavras-chave: limpeza, embalagens, limpeza de

cas (filme ESD) e, se necessário, seladas em nitrogênio

equipamentos, limpeza de superfícies, processos limpos.

(atmosfera protegida) ou embaladas a vácuo, antes de serem enviadas ao usuário.

Visão geral

Esta breve descrição demonstra o contraste com relação às tecnologias convencionais de limpeza e embalagem e as empregadas para uso em salas limpas.

Cada vez mais, os processos de fabricação são realizados em condições ambientais pré-definidas, con-

Mas o que torna necessária sua utilização em salas limpas?

dições de salas limpas. Dentro dos processos de manu-

Etapas de produção e tecnologias que requerem am-

fatura de determinados produtos, certas etapas de seu

bientes limpos (salas limpas), utilizam disso para obter

processamento são decisivas na definição das classes

elevados padrões de qualidade em seus produtos, os

de limpeza necessárias. Para ser capaz de produzir em

quais não seriam possíveis em ambientes convencionais.

uma sala limpa de forma eficiente é necessário cumprir

Isto significa que, deliberadamente, são aceitos maio-

requisitos importantes. A análise de todo o ciclo de pro-

res custos para o processamento em salas limpas. Por este

cessamento é tão essencial em qualquer área de produ-

motivo, sempre se tentará prevenir circunstâncias externas

ção quanto é no caso da produção em salas limpas. É

que influenciem negativamente este custo adicional.

muito importante definir quais condições ambientais são

Esta é a principal razão para se tratar a respeito

necessárias para se realizar o processamento. Frequen-

de tópicos como: salas limpas, adequação à classe de

temente, as especificações de limpeza dos suprimentos

limpeza, limpeza de superfície, contaminação química,

e equipamentos de processo não são suficientes para

materiais adequados para salas limpas, dentre outros.

atender aos requisitos. Por exemplo, questões relativas

Sabe-se também que ainda existem grandes lacunas

ao transporte, bem como a embalagem (interna, interme-

com relação a estas interfaces e a normalização não tra-

diária e externa) e a limpeza do próprio produto devem

ta de todos os tópicos necessários.

ser verificadas. Só o fato de a produção ser realizada em salas limpas pode não ser suficiente para obtenção da qualidade necessária do produto. Este artigo irá abordar principalmente duas etapas

Demandas de normas e diretrizes

do ciclo completo de processamento: limpeza e embalagem de peças, componentes e equipamentos.

Pesquisar sobre normas ou orientações sobre “processos produtivos em salas limpas” gera resultados

Limpeza e embalagem Uma nova qualidade

muito pobres. A própria norma ISO 14644-9 indica em seu escopo inicial: “... Os seguintes aspectos não são considerados na norma disponível: procedimentos para a limpeza de superfícies; ... “(1)

Por que estamos falando de uma nova qualidade

Resulta que há uma série de padrões que não são

nos processos de limpeza e embalagem? Os produtos

compatíveis ou aplicáveis a uma grande gama de pro-

não foram sempre limpos e embalados? Mas o que há

cessos e se destinam apenas a alguns produtos espe-

de novo sobre isso agora? Novo é que você não pode

cíficos. Estes padrões atendem apenas a um número

mais tratar isto simplesmente como “limpar” e “embalar”.

limitado de usuários.

Se limpa uma bicicleta com um simples pano, já em um

Além disso, há parâmetros comerciais específicos

conjunto de equipamentos ópticos se utilizam fluidos e

que descrevem tecnologias que nem sempre correspon-

Nov/Dez - 2014 - SBCC

39


ARTIGO TÉCNICO dem às mais recentes descobertas. Estes são princi-

Por outro lado, a força de atração de partículas de

palmente os padrões do ramo de semicondutores e da

pequeno tamanho à superfície se torna tão poderosa,

indústria automobolística.

que se pode ter certeza que não há eficiência alguma na

Discutiremos a seguir demandas específicas:

aspiração para partículas abaixo de 10 µm. Como o ar comprimido deve ser processado para

Exemplo para indústria de semicondutores

permitir sua utilização para jato de limpeza? É desnecessário dizer que o ar comprimido deverá ser isento de partículas de água e óleo. Isento de partículas significa que um tamanho de

A padronização na indústria de semicondutores está

partiículas deve ser definido. Frequentemente se utiliza

muito avançada em relação a outros setores industriais.

nitrogênio para limpeza. As mesmas exigências se apli-

No entanto, compreensivelmente, esta só se refere à in-

cam para o nitrogênio e para o ar comprimido. A limpeza

dústria de semicondutores, tecnologia solar e micro sis-

geralmente exigida para o nitrogênio refere-se exclusiva-

temas, onde a organização SEMI pode ser considerada

mente a pureza química e não à concentração de partí-

sua representante internacional.

culas em suspensão. Tanto para o ar comprimido como

Verificando os requisitos de limpeza de peças, com-

para o nitrogênio, um filtro terminal deve ser utilizado.

ponentes e equipamentos, encontraremos uma grande

Isto garante uma filtragem final do meio utilizado e assim

diferença entre os padrões e o atendimento dos requisi-

evita que a contaminação, oriunda do sistema de distri-

tos no dia-a-dia das empresas.

buição de gás, atinja o produto (Nota do revisor: devem

Os exemplos a seguir, descrevem exigências para a

ser tomados cuidados adicionais ao se utilizar nitrogênio

limpeza de partes, conjuntos e máquinas destinadas ao

para limpeza, pois, embora não seja considerado um gás

uso em salas limpas:

tóxico, seu uso pode reduzir a concentração de oxigênio

“Limpeza – Todas as ferramentas e componentes

do ambiente, impondo riscos aos colaboradores.).

dos sistemas (peças e componentes – nota do autor),

Qual deve ser o grau de limpeza de um meio líquido?

devem ser limpos a vácuo, soprados com ar filtrado e

A água utilizada deve ser deionizada? Os líquidos rema-

limpos com uma solução de 10% de álcool isopropílico

nescentes evaporarão sem deixar quaisquer resíduos?

e água, imediatamente antes de serem enviadas à sala

Misturas alcoólicas, independentemente do percentual

de montagem.”

da mistura, devem corresponder a uma limpeza química

“Devem ser utilizadas roupas adequadas e certifica-

e de partículas definida pelos produtos a serem limpos.

das para uso em salas limpas ISO classe 5 (de acordo

Estes álcoois deixam resíduos orgânicos remanes-

com a ISO 14644).”

centes? Devido à sua maior tensão superficial, a água

“Óleos de corte, lubrificantes e fluxos (de solda, nota do revisor) devem ser removidos antes de levar as peças para montagem na área de limpa.”

favorece que a sujidade seja absorvida pela roupa (vestimenta de sala limpa). O que é uma vestimenta de sala limpa? Etc.

Independentemente de como essas exigências são ou podem ser colocadas em prática, surge uma série de questões práticas a serem respondidas, uma vez que

Exemplo na indústria automotiva

não existem diretrizes concretas: Como é possível se obter uma limpeza eficiente por aspiração? É de conhecimento geral que a aspiração não é uma tecnologia de limpeza eficiente.

40

A indústria automotiva mostra diretrizes de pouca validade universal. Por exemplo: na VDA19 (2) a diretriz: “Verificação da limpeza técnica – partícula de contaminação de peças automotivas relevantes para a ope-

Por um lado, a aspiração não é capaz de limpar em

ração” descreve as diretrizes para o uso e a documenta-

profundidade, isto é, para ser eficaz, o bocal do aspi-

ção de métodos para determinação da contaminação de

rador de pó tem que ser posicionado muito próximo da

partículas em componentes relevantes para a operação

partícula a ser removida.

(verificação de limpeza) (2).

SBCC - Nov/Dez - 2014


Isso significa que uma base foi definida para atender

tos anos de experiência e, claro, nos erros cometidos.

as demandas de limpeza de peças entre o cliente e for-

Apenas um pequeno número é precedido de uma exten-

necedor, ou seja, os fundamentos da metodologia para a

sa pesquisa científica, portanto, estes guidelines são vá-

determinação da contaminação por partículas.

lidos apenas até que ocorram fatores limitantes, quando

Porém, não foram considerados:

os procedimentos atuais não serão mais suficientes e, a

• Bases e métodos para determinar / coletar os níveis de limpeza que são absolutamente necessários

partir de então, os processos passarão a ser desenvolvidos de forma interativa.

ou aplicáveis a um componente, do ponto de vista técnico-funcional.

Condições ambientais necessárias para os processos de limpeza e embalagem

• Evidência de sujidade orgânica (graxas, óleos, etc.). • Método não quantificável para evidenciar contaminação por partículas nas unidades sob teste (por exemplo, exame visual, teste de limpeza com um pano limpo).

Há diferentes opiniões sobre como a limpeza e a em-

• Análise de líquidos das unidades operacionais em teste (refrigerantes, óleos, fluidos hidráulicos, fluidos

balagem têm que ser feitas. Por exemplo:

para freios, combustíveis, gases, etc.) (2)

1. Uma norma estabelece a exata classificação de

Também aqui, não é dado um importante suporte ao

limpeza do ar na qual os processos devem ser re-

usuário para descrição de seus processos de limpeza,

alizados (por exemplo, norma SEMI). A experiência

portanto a diretriz é pouco relevante para a prática de

mostra que quase não existem fornecedores que atendam os requisitos para as classes 5 e 6 da ISO.

estabelecer estes processos.

2. Apenas alguns poucos fornecedores no Japão, fabricam, limpam e embalam seus produtos sob as mes-

Guidelines Internos da empresa

mas condições de limpeza em que o equipamento será utilizado no cliente final. Isto confere previamente ao

Há um grande número de guidelines que descrevem

produto, um alto grau de limpeza. Embora também lhe

processos de embalagem e limpeza. Mas não é possível

imponha altos custos adicionais.

levá-los em consideração porque todos os guidelines de

3. Na prática, a maioria dos fornecedores oferecem

empresas estão sujeitos a um acordo de não-divulgação.

produtos processados no máximo duas classes aci-

Quase todos estes guidelines são baseados em mui-

ma das condições do cliente final.

Tabela 1 - Classificação das Salas Limpas conforme NBR/ISO 14644-1 CLASSE

Tamanho das Partículas 0,1 µm

0,2 µm

0,3 µm

0,5 µm

1,0 µm

5,0 µm

CL. 1

10

2

CL. 2

100

24

10

4

CL. 3

1.000

237

102

35

8

CL. 4

10.000

2.370

1.020

352

83

CL. 5

100.000

23.700

10.200

3.520

832

29

CL. 6

1.000.000

237.000

102.000

35.200

8.320

293

CL. 7

352.000

83.200

2.930

CL. 8

3.520.000

832.000

29.300

CL. 9

35.200.000

8.320.000

293.000

41 Nov/Dez - 2014 - SBCC


ARTIGO TÉCNICO Limpeza de peças, componentes e máquinas em condições de sala limpa

Limpeza de componentes Qualquer processo de limpeza sempre dependerá do tipo de contaminação, bem como do material de cons-

O ciclo de processamento: dos componentes até o

trução dos componentes a serem limpos, de seu acaba-

equipamento completo

mento superficial, de sua susceptibilidade a influências

Para se especificar corretamente o grau de limpeza

físicas externas e ao impacto de líquidos.

necessário de um equipamento, inicialmente, é necessá-

A limpeza por ultrassom provou ser eficiente para

rio analisar todo seu ciclo produtivo, desde a fabricação

uma série de aplicações. Ela trata os componentes em

de seus componentes, até a montagem final do equipa-

grande profundidade e é tecnicamente avançada. Peças

mento. A partir dessa análise é que se definem os requi-

muito sensíveis podem ser trabalhadas com frequências

sitos ambientais de manufatura, limpeza e embalagem.

mais elevadas (Megasound). Deve ser dada especial

O custo é sempre importante: cada etapa do processo

atenção aos seguintes pontos:

deve ser realizada sob condições tão boas quanto as

• Utilizar água deionizada quando se trabalha com so-

necessárias e não tão boas quanto possível. O tem-

luções aquosas.

po de processamento também deve ser considerado na

• Ao trabalhar com químicos para limpeza, deve se

avaliação da produção, pois a contaminação é favorecida

garantir lavagem suficiente para se evitar que ocorra

pelo tempo de exposição. Isso significa que quanto mais

apenas a transferência da sujidade de uma parte

longo o processo, tanto melhor deve ser a classificação do

para outra do componente.

ambiente. Isso pode ser resolvido de diversas maneiras: • Produção em uma sala limpa com classificação adequada. • Limpeza frequente para remoção de contaminantes.

• Meios de limpeza esgotados e enxaguantes devem ser substituídos a curtos intervalos de tempo, para evitar se tornarem eles próprios uma fonte de contaminação.

• Limpeza e embalagem dos produtos intermediários

• Grande importância deve ser dada aos processos de

imediatamente após a conclusão de cada etapa ou

secagem para componentes com poços e orifícios.

a cada pausa do processamento, desembalando-os

A secagem tem que ocorrer em ambientes com boa

antes de continuar seu processamento.

classificação de limpeza.

A embalagem pode ser feita com vedação ou co-

A variedade de componentes que não podem ser lim-

bertura com plástico adequado ou usar recipientes de

pos utilizando ultrassom é muito grande, por exemplo,

armazenamento efetivos.

componentes ópticos e de cerâmica, materiais com su-

Atmosferas protegidas (nitrogênio, argônio, etc) são

perfícies porosas e materiais macios. Para estes casos

recomendadas nos processamentos intermediários,

deve se optar por processos de limpeza mecânica, que

apenas se o produto precisa ser protegido contra umi-

podem ser auxiliados por aspiração e sopro. Lembran-

dade ou oxidação.

do-se que a aspiração e o sopro estão longe de serem

Frequentemente, é questionado se uma limpeza final de todo o equipamento não seria suficiente. O fato é que

eficientes, conforme discutido anteriormente. Obviamente, há uma infinidade de outros métodos de

dificilmente uma máquina é construída de modo a per-

limpeza, tais como: por CO2, aquecimento, desalojamen-

mitir fácil acesso a todos seus espaços internos. Além

to, escovação, película adesiva, dentre outros, os quais

disso, a sujidade costuma estar embutida e, portanto, a

não serão discutidos neste artigo.

longo prazo, esta poderá se tornar um risco de contaminação, pois esta sujidade poderá não estar aderida à superfície de forma definitiva (inclusão).

A limpeza dos subconjuntos

O desgaste devido ao envelhecimento, alterações da

42

carga eletrostática de superfície, mudanças de umidade

A elevada complexidade dos subconjuntos requer

e temperatura, dentre outros fatores, resultam em uma

uma grande quantidade de métodos de limpeza mecâni-

mudança na capacidade de adesão da superfície e con-

ca. A razão para isso é que estes podem ser contituidos

duzem a contaminações dinâmicas imprevisíveis.

por uma grande variedade de materiais, os quais têm

SBCC - Nov/Dez - 2014


diferentes requisitos, como, por exemplo, juntas que não podem ser limpas com ultrassom. Além disso, pode haver o risco de que os químicos de limpeza permaneçam no interior dos subconjuntos, onde pode não ser possível a obtenção de uma secagem completa, 100% eficiente. A limpeza dos subconjuntos só pode ser considerada eficiente, se seus componentes individuais foram previamente limpos.

Limpeza de equipamentos Quando se trata da limpeza de equipamentos, faz-se uma distinção entre uma limpeza intensiva após a montagem, antes da entrada em operação e para preservação (comparável à limpeza de salas limpas).

Limpeza intensiva após a montagem

C

M

Y

Antes de embalar um equipamento para embarque, CM

este deve ser completamente limpo nas instalações do fabricante, independentemente de quaisquer limpezas MY

prévias de seus componentes. Esta limpeza exige um

ISCC

CY

bom conhecimento do equipamento por parte do pesCMY

soal de limpeza. Seus diferentes componentes têm que K

ser limpos utilizando métodos de limpeza adequados. Componentes sensíveis deverão ser excluídos da limpeza final, devendo ser prévia e adequadamente limpos, protegidos e embalados à parte, se necessário. Após essa limpeza final, o equipamento deve ser embalado com o primeiro revestimento de protecção (por exemplo, filme antiestático) imediatamente. Antes da conclusão do processo de embalagem, recomenda-se que seja realizado um ensaio de préaceitação. Este procedimento poderá detectar problemas de contaminação já nas próprias instalações do fabricante. Se a contaminação for detectada nesta etapa, poderá ser eliminada nas próprias instalações do fabricante, com menores custos que na sala limpa do cliente final. Estes ensaios de pré-aceitação também documentam a qualidade alcançada pelo fornecedor ante aos requisitos do usuário. O procedimento e os detalhes deste ensaio devem ser previamente acordados entre o cliente e o fornecedor.

43

Neste ano, mais uma solução chega até você. Conheça a nova porta da Swell.


ARTIGO TÉCNICO Limpeza intensiva antes da entrada em serviço

e permitem a avaliação das partículas, mesmo na faixa micrométrica: • Inspeção visual: Superfícies previamente limpas são

Depois de desembalar o equipamento de acordo

inspecionadas por meio de recursos ópticos, sendo

com os procedimentos do cliente final este deverá ser

contadas partículas em uma área definida. O resulta-

submetido à nova limpeza intensiva, para remoção de

do é comparado com o valor limite definido nos proce-

contaminações ocorridas durante o transporte. Nenhum

dimentos de limpeza. A limpeza é concluída quando

equipamento deve ser instalado na sala limpa sem que

esses valores obedecerem aos requisitos da norma.

ocorra essa limpeza. A limpeza pode ser realizada pelo

• Escaneamento de superfície: uma sonda de superfície

fornecedor, pelo cliente final ou por pessoal contratado e

é utilizada juntamente com um contador óptico modifi-

devidamente treinado, devendo seguir os procedimentos

cado. As partículas são expulsas da superfície por um

de desembalagem e limpeza previamente estabelecidos.

jato de ar limpo, capturadas e mensuradas pelo conta-

A limpeza da superfície deve ser amplamente verifi-

dor de partículas. Este é um processo qualitativo e não

cada, de forma aleatória, imediatamente após sua con-

quantitativo, pois não há como garantir que todas as

clusão. Se os níveis de limpeza desejados foram alcan-

partículas serão efetivamente removidas da superfície

çados o equipamento poderá ser instalado na sala limpa.

pelo jato de ar. Porém, é possível determinar muito bem a efetividade da limpeza, efetuando-se esta medição

Preservação da Limpeza

antes e após o procedimento de limpeza. • Técnica de enxague: Áreas simples são enxaguadas com água ultrapura, submetendo esta água à medição

A preservação da limpeza deve estar incluída na

de partículas em suspensão. A superfície é classificada

programação do cliente. Ela garante a classe de limpeza

como limpa quando esses valores atenderem aos re-

do ambiente, necessária ao longo do tempo. Ou seja,

quisitos pré-estabelecidos. Este processo é muito reco-

os equipamentos no interior das salas limpas, sempre

mendado para se determinar empiricamente os limites

devem retornar à suas condições originais de limpeza,

de concentração de partículas sobre as superfícies.

independentemente do processo ocorrido na sala limpa, porque só se pode manter a classificação de limpeza

Cabe observar que as condições iniciais (e finais) da

dos ambientes até que a superfície do equipamento se

água utilizada, como quantidade, concentração de par-

contamine novamente. Além disso, a deposição de con-

tículas, condutância e temperatura podem influenciar o

taminantes sobre as superfícies ocorre continuamente

resultado da medição.

ao longo da vida útil do equipamento, devido às manipulações e processamentos ocorridos durante a produção. Deste modo, a preservação da limpeza deve ser realizada segundo um cronograma pré-estabelecido e seu

Embalagem em condições de sala limpa

resultado deve ser bem acompanhado e documentado. Materiais de embalagem

Verificação de Limpeza (exemplos)

Como regra geral, os materiais de embalagem devem proteger o produto a ser embalado de forma eficiente. Estes materiais devem liberar quantidades extremamen-

Os responsáveis pela limpeza se deparam com o

44

te baixas de partículas, bem como de gases.

problema de comprovar continuamente a eficiência dos

Frequentemente, são exigidos “filmes para salas

procedimentos de limpeza. A razão disso é que as téc-

limpas” como material de embalagem. Parte-se da idéia

nicas para a medição da concentração de partículas em

de que um certo filme de polietileno ligeiramente “rosa”

superfícies envolvem altos custos. A metodologia apre-

atende essas exigencias. Este material é um filme es-

sentada a seguir, tem se estabelecido e sido largamente

pecial de polietileno com caracterísiticas eletrostáticas.

utilizada, independentemente das técnicas de medição,

Também há filmes que são fabricados em ambientes

SBCC - Nov/Dez - 2014


classificados, no entanto, por razões financeiras, estes

• Pratica de execução.

vêm caindo em desuso.

• Conscientização dos funcionários à respeito dos

A limpeza do filme utilizado para embalagem é outra possibilidade, porém isso deve ser realizado em con-

processos de limpeza que cada um está designado a executar.

dições de limpeza extremente elevadas, uma vez que os filmes plásticos costumam atrair partículas ao serem manuseados.

Conclusão

Quanto se utiliza embalagem por filme, é recomendado que os produtos recebam dupla embalagem. Se os produ-

É difícil definir procedimentos gerais de limpeza de

tos forem encaixotados ou inseridos em outras embalagens

peças, componentes e equipamentos. A variedade de

secundárias, estas também devem receber dupla selagem.

peças é muito grande e suas exigências são muito di-

Embalagens reutilizáveis devem ser limpas antes de

ferentes. Basicamente, as etapas de limpeza devem ser

cada reutilização, pois a maioria não é reembalada na

realizadas por equipes bem treinadas, segundo procedi-

sala limpa, retornando logo em seguida à retirada de seu

mentos claramente definidos e documentados. O Con-

conteúdo, sem quaisquer tratamentos adicionais. Todos

trole de Qualidade deve auxiliar no detalhamento dos

os procedimentos anteriores também se aplicam às em-

procedimentos a serem adotados para cada processo.

balagens reutilizáveis.

A chamada regra das dezenas reflete bem os custos relativos à limpeza. Simplificadamente, a despesa ne-

Treinamento do pessoal

cessária, mas não prevista no início da cadeia produtiva, retorna ao final do processo com custos dez vezes maiores que os necessários no início do processo. Em outras

Pouca atenção é dada ao treinamento de pessoal,

palavras, tentar economizar R$ 1,00 nas fases iniciais do

embora este tema seja a base para a execução de pro-

processo, costuma resultar em um custo de R$ 10,00 na

cedimentos adequados para salas limpas. Processos

etapa seguinte do processo.

limpos, em sua totalidade, não seriam viáveis sem uma equipe devidamente treinada. Isto é aplicável tanto com relação ao treinamento inicial dos colaboradores, quanto

Bibliografia

às reciclagens que devem ser realizadas periodicamente. Os seguintes tópicos devem ser abordados: • conceitos básicos da tecnologia de salas limpas • vestimentas de sala limpa - paramentação • comportamento em sala limpa • procedimentos de limpeza (ver também ”VDI 2083

• ISO 14644-9:2012 - Cleanrooms and associated controlled environments - Part 9: Classification of surface cleanliness by particle concentration • VDA 19 - Inspection of Technical Cleanliness - Particulate Contamination of Functionally - Relevant Automotive Components

folha 15”): • Manipulação e limpeza de utensílios e materiais. • Manipulação de meios de limpeza.

BCQ

• VDI 2083-15 Cleanroom technology - Personnel at the clean work place

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Engenharia em Comissionamento, TAB, Qualificação e Avaliação de Desempenho de Instalações de HVAC e Certificação de Áreas Limpas. SOMAR ENGENHARIA LTDA. Rua São Fidelis, 366 – sala 02 – Jaguaré – São Paulo SP 05335-100 Fone: 11-3763-6964 • Fax: 11-3719-0932 E-mail: somar@somar-eng.com.br • Site: www.somar-eng.com.br


OPINIÃO

Quase ninguém gosta de ouvir reclamação. Mesmo quando a crítica é construtiva, é difícil encará-la como

Erik Penna * desejada num profissional, independentemente do setor em que atua.

algo proveitoso e positivo. No mundo corporativo, quan-

Um exemplo disso aconteceu comigo outro dia quan-

do se fala em atendimento ao cliente e prestação de ser-

do fui a uma loja comprar um novo celular e, junto com o

viços, ouvir reclamações é algo relativamente comum,

aparelho, adquiri um plano mensal de dados com valor

mas a forma de receber e dar tratamento às queixas é

fixo para acesso ilimitado à internet. Um mês depois re-

que pode fazer toda a diferença para a organização.

cebi a conta e, para minha surpresa, o valor referente ao

Pense bem: o que você tem a ganhar enfrentando um

acesso à internet estava absurdamente alto.

cliente insatisfeito ou sendo indiferente à sua queixa? Há

Fiquei aborrecido, e como eu havia feito um plano

pelo menos três aspectos benéficos em uma reclamação:

com valor fixo, voltei na loja para reclamar e procurei a

1) Quando um cliente diz para a empresa com a qual

mesma atendente “A” que havia me vendido o aparelho e

mantém uma relação comercial que está insatisfeito com

o plano. Ao relatar o problema, ela disse que não pode-

um determinado produto ou serviço prestado, significa

ria fazer nada e que eu deveria ligar para o Call Center

simplesmente que ele deseja fazer alguns ajustes nes-

da operadora.

se relacionamento. É como um casamento: quando um

Isso é o que a maioria dos atendentes responde

reclama do outro é porque existe sentimento suficiente

diante de uma reclamação semelhante. Foi então que

para se resgatar e manter a relação.

naquele dia conheci a atendente “X”, uma profissional

Muito pior seria se o cliente tratasse a empresa com

que veio até mim e disse: “Sim, eu posso fazer algo pelo

indiferença. Quando um cliente está incomodado, mas não

senhor”. Pediu para que eu sentasse, e me serviu um

fala nada, no momento em que menos se espera ele migra,

café. Enquanto isso, ela pediu para ver a conta que eu

espontaneamente para a concorrência. Ainda fazendo ana-

havia recebido. Em seguida ela mesma fez a ligação

logia ao casamento, uma reclamação é um sinal de alerta

para o Call Center e ao final da conversa dela com a

importante para ambos repensarem o relacionamento.

atendente da empresa de telefonia, só me colocou na li-

2) Outro aspecto positivo é que a reclamação de

nha para confirmar alguns dados pessoais e o problema

um cliente pode servir como consultoria, ainda que in-

foi solucionado. Alguns dias depois recebi a nova conta

voluntária, para a empresa. Na maioria das vezes, ele

com o valor correto. Retornei à loja para agradecer pela

mostra, de maneira inequívoca, sincera e gratuita, uma

excelência no atendimento e aproveitei para comprar

série de erros que ela vem cometendo, sem ao menos se

alguns acessórios. Adivinha com qual vendedora?

dar conta. Uma consultoria, aliás, cobra caro para dar os mesmos conselhos que o cliente pode dar.

Portanto, muito longe de ser um inimigo, um cliente insatisfeito pode ser fonte de informações valiosas e

3) Caso a empresa não possa atender ao pedido do

que com flexibilidade a empresa pode transformar um

cliente, que pelo menos lhe dê atenção, garantindo que

problema em fidelização, melhorando o atendimento e a

ele seja ouvido. Tanto quanto obter soluções, as pessoas

gestão da empresa.

desejam ser ouvidas e seus pontos de vista respeitados. Saber ouvir é algo que não implica custo financeiro para

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Foto: Divulgação

O Cliente reclamou? Ainda bem!

a organização, mas ainda assim é uma qualidade muito

Erik Penna é especialista em vendas, consultor, palestrante e autor dos livros “A Divertida Arte de Vender” e “Motivação Nota 10”. Site: www.erikpenna.com.br

SBCC - Nov/Dez - 2014


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