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38 VIDA

A GAZETA SÁBADO, 6 DE JULHO DE 2013

iballalai@terra.com.br

DOUTOR RESPONDE

Em adolescentes e adultos, o principal sintoma da coqueluxe é a tosse seca por mais de 4 semanas.

Isabella Ballalai, pediatra e presidente SBIm-RJ

Coqueluche: adulto deve se vacinar A coqueluche, uma doença que atinge o sistema respiratório conhecida como “tosse comprida” estava controlada, mas, nos últimos anos, o número de casos tem crescido e assustado os médicos. A pediatra e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm-RJ), Isabella Ballalai, lembra que, em casos extremos, a doença que pode atingir adultos e crianças pode ser fatal. A médica, que também presidente da comissão científica da 15ª Jornada Nacional de Imunizações, lembra que a vacinação é a melhor forma de evitar a doença, e é preciso ser feita a cada 10 anos. O que exatamente a coqueluche? A coqueluche é uma doença causada pela bactéria Bordetella pertussis, que atinge o sistema respiratório. É popularmente conhecida como “tosse comprida”. Para bebês pequenos, a coqueluche é a quinta causa de morte por doença imunoprevenível no mundo. É uma doença só de crianças, ou adultos e adolescentes podem tê-la? A doença pode afetar todas as idades,

DIVULGAÇÃO

mas é mais grave em bebês. É por esse motivo que agora recomenda-se a vacinação das grávidas antes mesmo de o parto acontecer, para aumentar a imunidade do feto. Os estudos apontam que os principais transmissores da bactéria para bebês são a mãe (de 30 a 50%), os irmãos (em torno de 20%), o pai (cerca de 15%) e os avós (aproximadamente 8%). Quais os sintomas? A que os pais devem ficar alerta? Os sintomas surgem entre 7 e 10 dias após a infecção. Em bebês e crianças pequenas, costumam ocorrer de 5 a 10 tossidas numa única respiração, o que pode produzir vômitos e levar à falta de ar que, se for intensa, pode fazer com que lábios e unhas fiquem arroxeados (sianose). Em adolescentes e adultos, o principal sintoma é a tosse seca por mais de 4 semanas. Não era uma doença erradicada? A coqueluche jamais foi erradicada. A doença estava controlada até meados dessa década, mas a frequência dos casos alerta para a necessidade de melhor controle da vacinação principalmente de adolescentes e adultos. O Ministério da

Saúde registrou 1.020 só este ano, com 12 óbitos e 327 internações. Esse número representa um aumento de quase 80% em relação a 2010. Essa realidade se reproduz por praticamente toda a América Latina, onde a incidência cresceu 5 vezes nos últimos anos, e também nos Estados Unidos e Europa. Importante salientar que durante a 15ª Jornada Nacional de Imunizações especialistas defenderam a vacinação de todos os que tem contato com o bebê, que só será imunizado após os seis meses. Que problemas a doença causa? Entre as complicações estão: pneumonia, convulsão, internação e o óbito nos casos extremos.

Como se pega? Como o principal sintoma é a tosse, a bactéria é transmitida em gotículas de pessoa para pessoa. A transmissão acontece por contato direto com alguém que possua a doença.

A única prevenção é a vacina? Sim. A vacina Tríplice Bacteriana (que também protege contra difteria e tétano) é indicada ao bebê, com reforço aos 15 meses, entre os 4 e 6 anos de idade e na adolescência. Adultos não vacinados ou com mais de 10 anos da última dose devem receber uma nova aplicação. O reforço é indicado a cada 10 anos. O Ministério da Saúde estuda a inclusão da vacina para as gestantes na rede pública ainda este ano. A melhor época para vacinar a gestante é no segundo trimestre da gravidez, para ampliar a possibilidade de imunização do feto através da placenta. A que os pais devem ficar alerta? Entre as causas para o aumento da incidência da coqueluche está a diminuição ao longo da vida da imunidade dada pelas vacinas (cerca de 10 anos). Portanto, é preciso ficar alerta ao cartão de vacinação, não só da criança, mas também do adulto.

TROCA INTELIGENTE

4 salgadinhos de queijo assados (de festa)

150 cal Aquele lanchinho pequeno, só para “segurar a fome” entre uma refeição e outra, também exige cuidado com as escolhas. A nutricionista da Unimed

Vitória Mariana Andrade alerta que salgadinhos de festa - empadinha, miniesfirras ou pastéis contém elevado teor de gorduras trans (ou ácidos

graxos trans), também encontrado nos alimentos fritos e nos lanches industrializados. Esta gordura tem a capacidade de diminuir o

1 copo (150ml) de suco de uva concentrado 2 frutas secas grandes (20g)

150 cal colesterol bom (HDL) e aumentar o colesterol ruim LDL, o que traz doenças coronarianas. Já o segundo lanche contém polifenóis que auxiliam na dilatação dos

vasos sanguíneos, melhorando o aporte de sangue e oxigênio aos tecidos, além de terem ação anti-inflamatória. As frutas secas têm ainda alto teor de

vitamina E e selênio, o que reduz o envelhecimento precoce, favorece o alívio dos sintomas menstruais e auxilia no tratamento e na prevenção de doenças cardíacas.


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