ABRIL - 2014
II BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LITERATURA
APRESENTAÇÃO O Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Estado de Educação e da Secretaria de Cultura, realiza a II Bienal do Livro e da Leitura no mês de abril, juntamente com as comemorações do 53º aniversário de Brasília, e reafirma o seu compromisso com a população do Distrito Federal, no sentido de constituição da Cidade como Capital do Livro e da Leitura. Reconhecendo que ler é fundamental para a plena realização do ser humano e da sua capacidade de compreender o mundo, é ato primordial para a construção de uma sociedade democrática e cidadã, amplia os diálogos e as possibilidades de apropriação dos indivíduos a diferentes linguagens e expressões, o Governo do Distrito Federal investe na criação de espaços e ações que fomentam a leitura e o desenvolvimento da capacidade de cada sujeito entender o mundo e intervir na realidade ao seu redor, como a Bienal do Livro e da Leitura. O governo brasileiro, nos últimos anos, assumiu o desafio de reduzir drasticamente o déficit histórico que o país possui no âmbito da leitura ampliando oportunidades, universalizando serviços e promovendo políticas estruturantes nas áreas de Educação e Cultura, como o Plano Nacional de Educação (PNE), o Plano Nacional de Cultura (PNC) e o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), entre outras. De forma comprometida e coerente com esses Planos, as Secretarias de Estado de Cultura e de Educação do Distrito Federal coordenaram a elaboração e o desenvolvimento do Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura – PDLL, com a participação ativa de representantes de diversos setores da sociedade civil. O Plano define eixos e diretrizes voltadas ao Livro e à Leitura em todos os seus aspectos, tendo como objetivo central garantir e 5
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democratizar o acesso ao livro e à leitura para toda a sociedade do Distrito Federal. O PDLL baseia-se no pressuposto de que a leitura e a escrita são, em nosso tempo, indispensáveis para que o ser humano possa exercer a cidadania e desenvolver plenamente as suas potencialidades individuais e coletivas. A Bienal Brasil do Livro e da Leitura, compreendida como momento de grande poder simbólico voltado para integrar e promover atividades das cadeias criativa, mediadora e produtiva do Livro no Distrito Federal e região, sintetiza um conjunto de iniciativas contidas no PDLL. A Bienal realiza em 2014 a sua segunda edição, reconhecida como o maior evento cultural e literário da região Centro-Oeste, pretendendo superar o grande sucesso da edição anterior e projeta-se no cenário da Capital, como atividade que objetiva fortalecer e dar visibilidade à área de Livro e Leitura. A Bienal é um momento de grande convergência de atenção sobre o tema da leitura e dos livros que resulta em maior sinergia, articulação e continuidade para as variadas atividades do universo literário. É ação fundamental para transformar Brasília na capital brasileira do livro e da leitura, fortalecendo as políticas de formação leitora, por meio da ampliação do valor simbólico do livro no imaginário brasiliense e da consolidação da importância da leitura como instrumento de e para a cidadania. A Bienal é o espaço-tempo privilegiado para o intercâmbio de experiências e contribuições advindas de outros lugares do País e do mundo, importantes vetores de transformação social. As experiências e produções locais também têm visibilidade na Bienal, como o Projeto Bibliotecas do Cerrado, experiência genuinamente brasiliense, inspirada no reconhecido papel das bibliotecas públicas da Colômbia para a promoção da mudança 6
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social naquele país. As Bibliotecas do Cerrado atendem à diversidade de demandas por informações típicas da comunidade na qual estão inseridas. São bibliotecas coloridas, atrativas, que oferecem diversos serviços a variados públicos. Lugares de encontro entre as pessoas, proporcionando o acesso democrático à informação, aos serviços e aos bens culturais, tornando a biblioteca pública, local estratégico para a promoção da cidadania e o desenvolvimento humano. As Bibliotecas do Cerrado, dessa forma, proporcionam ambientes, momentos e oportunidades de contínuo desenvolvimento e permanente aprendizagem, caminhos para a consolidação de uma educação integral em consonância com o Currículo de Educação Básica da Secretaria de Educação do DF. Para além de esquemas e concepções fragmentárias de educação, a Bienal surge como oportunidade para fomentar o trabalho pedagógico voltado à formação do ser humano de modo multidimensional, nos aspectos psicomotores, cognitivos, afetivos, intuitivos, socioculturais e experienciais de cada estudante. Os espaços e as atrações culturais da Bienal estimulam a criatividade, a curiosidade e a reflexão, propondo temas e conteúdos transversais, interdisciplinares, vinculados aos interesses e aos problemas contextuais atuais dos estudantes e da comunidade do Distrito Federal. Para que a Bienal promova e valorize o universo do conhecimento, o mundo dos livros, e as leituras de mundo, esforços coletivos e simultâneos são imprescindíveis para concretizar as ações planejadas na sua realização. Nesse sentido, a parceria entre as Secretarias de Estado de Educação e Cultura, além de garantir o acesso de estudantes e profissionais 7
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da escola pública aos bens culturais de qualidade, congrega essas Instituições em torno de objetivos comuns voltados à valorização do capital cultural e simbólico como direito humano fundamental. Parceria que viabiliza ainda o Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura, promovendo o desenvolvimento humano e a diminuição das desigualdades sociais.
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Ações I - Visitação escolar A concepção de Educação Integral não pode ser entendida somente como a ampliação de tempo de permanência do estudante na escola; entretanto, sob uma perspectiva mais abrangente, compreende-se que o espaço educativo ultrapassa os muros da escola, alcançando tanto espaços formais como informais de educação, articulando-se com diferentes formas de saberes. Nessa perspectiva, a II Bienal do Livro e da Leitura oportuniza o acesso ao saber, em consonância com as concepções e práticas vivenciadas nas escolas vinculadas à Secretaria de Educação do Distrito Federal. O acesso à II Bienal Brasil do Livro e da Leitura se dará pela visitação escolar de estudantes e profissionais da educação e pela participação na diversificada e rica programação cultural. A primeira edição, no ano de 2012, reuniu cerca de 150 escritores de todos os continentes e editoras locais e nacionais, distribuidoras, livrarias e órgãos governamentais ligados à leitura e ao livro. O evento contou com uma intensa programação gratuita: exposição de 80 mil títulos, incluindo os últimos lançamentos do mercado editorial, exibição de filmes de ficção e documentários baseados em escritores brasileiros, contação de histórias, exposição de Artes Visuais, homenagens a grandes escritores, recitais, palestras, e 17 shows com artistas renomados da MPB. A visitação foi estimada em 250 mil pessoas e o público dos shows em mais 210 mil, totalizando 460 mil, entre público geral, estudantes e professores. A Bienal configura-se como espaço para que estudantes entrem em contato com uma 9
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diversidade de culturas de diferentes partes do país e do mundo, além de oportunizar o contato com autores renomados e com obras literárias recém-lançadas. O acesso ao diferente, ao novo incentiva a construção de identidade, tanto individual como coletiva, e de respeito às diversidades, preocupação educativa constante da Secretaria de Educação do Distrito Federal. A perspectiva é de que a participação das escolas vinculadas à SEEDF na II Bienal do Livro e da Leitura supere os números de 2012. Para isso, são feitos investimentos significativos para garantir a aquisição de acervo para as bibliotecas e salas de leitura das escolas públicas, um investimento que repercutirá na melhoria da qualidade das atividades pedagógicas e culturais desenvolvidas nas escolas. II – Aquisição de Acervo A I Bienal Brasil do Livro e da Leitura, realizada no ano de 2012, figura como um dos eventos grandiosos realizados em comemoração aos 52 anos da Cidade de Brasília. Com programação cultural rica e intensa, transformou a Cidade em Capital do Livro, como noticiou a imprensa local. Foram distribuídos “cartões literários” aos professores e estudantes da rede pública do Distrito Federal para aquisição de livros nos estandes da Bienal. Foram distribuídos 20 mil cartões, totalizando R$ 3.200.000,00 (três milhões e duzentos mil reais). A adoção do Cartão Literário foi ação bem sucedida na I Bienal. Na Bienal de 2014, o repasse para a aquisição de livros será mantido, porém com novo formato. O valor será repassado diretamente para as escolas e as obras serão adquiridas com a consulta a professores e estudantes que indicarão obras para 10
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enriquecer e renovar o acervo. Ações desse cunho incentivam a ampliação do acervo de livros nas escolas, estimulando a leitura em consonância com políticas como a do PDLL que democratizam o acesso à informação, desenvolvem a economia do livro no DF e fomentam a formação de um público leitor, incentivando a valorização institucional da leitura e o incremento do seu valor simbólico. III – Orientações pedagógicas para a seleção das obras • Qual o propósito de se adquirirem livros na Bienal? Sabe-se que a aquisição de livros oferece oportunidades de leituras variadas e interessantes, por isso vale investir em diversos gêneros literários, seja para ampliar, atualizar o acervo bibliográfico da escola, seja para fomentar o Cantinho da Leitura em cada sala de aula, ou ainda, subsidiar e incentivar professores e alunos a participarem do Projeto Leitor e Criador (encontro do autor residente em Brasília com o aluno-leitor, após a leitura prévia e o desenvolvimento de atividades a partir das obras). Isto significa optar por temas relacionados à vivência/ realidade da comunidade escolar e também privilegiar textos de autores locais. Todas essas escolhas direcionadas ajudam os estudantes a vislumbrarem um universo escrito onde possam reconhecer a pluralidade de sentidos das imagens, relacionar texto e ilustração, manifestar sentimentos, experiências, opiniões, consolidando preferências e construindo critérios próprios para selecionar leituras. Entende-se que dois tipos de livros são de grande interesse para o universo escolar: os livros literários e os livros paradidáticos.
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• Como reconhecer um livro literário? O livro literário funciona como veículo criador e socializador da linguagem e dos valores que nos identificam. Sua presença na escola, portanto, propicia a exploração de várias possibilidades no desenvolvimento social, emocional e cognitivo do aluno. Nesse contexto, o texto literário é fundamental para o desenvolvimento de leitores, uma vez que propõe uma multiplicidade de visões, de sentidos; assinala as contradições; restaura o espaço da dúvida, da provocação, da subjetividade; modifica as percepções; rompe com o automatismo. Como tão bem salienta Antonio Candido, consegue ainda atender à nossa imensa necessidade de ficção e fantasia e afetar o consciente e o inconsciente dos leitores de maneira bastante complexa e dialética, como a própria vida, em oposição ao caráter pedagógico e doutrinador de outros textos. É importante, portanto, que o livro provoque uma relação intimista com o leitor, que o desperte para os mistérios da vida, de uma maneira que ele perceba como o mundo pode oferecer novos sentidos ao experimentar os espaços infindáveis oferecidos pelo texto escrito. • O que é um livro paradidático? Como é sabido, o livro didático é um dos materiais mais utilizados no cotidiano escolar do aluno. Esse tipo de livro é uma fonte atualizada de informações, que busca facilitar a articulação do conteúdo desenvolvido pelo professor com o conhecimento do aluno; no entanto, não contempla de forma aprofundada todos os temas que circundam o aluno na sua vida escolar. Já os livros paradidáticos podem complementar as discussões necessárias à construção da cidadania. Recebem 12
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esse nome por apresentarem assuntos pertinentes ao conteúdo escolar, com a vantagem de expor os temas de forma ampliada. Na sua estrutura, podem mostrar aspectos mais expressivos que os didáticos e cumprem, muitas vezes, o papel de aprofundar temas que o livro didático não consegue alcançar; assim, podem ser bastante interessantes do ponto de vista pedagógico. Entretanto, é interessante verificar se o paradidático apresenta relevância no sentido de complementar, contextualizar e ampliar conteúdos e conceitos necessários para a consolidação dos saberes dos alunos. Existem títulos para todas as etapas de escolaridade. Dessa forma, torna-se imprescindível escolher obras que atendam ao Currículo em Movimento da Educação Básica do Distrito Federal e que respondam às demandas do Projeto Político-Pedagógico da Escola. • Critérios para identificar paradidático de qualidade
um
livro
literário
ou
Um livro, para ser considerado de qualidade, deve apresentar um projeto gráfico que vá além do texto, que chame a atenção do leitor; aspectos linguísticos que sejam adequados e, essencialmente, uma linguagem que atenda ao público-leitor. Espera-se, enfim, uma recusa ao senso comum e uma prioridade ao “novo”, ao inusitado. Antes de qualquer coisa, é necessário compreender que o livro pode proporcionar uma diversidade de saberes, se for adequado, e que o caminho para essa escolha requer bastante cuidado e critério. • O que é um projeto gráfico? Trata-se do visual interno e externo do livro. É, normalmente, criado por um escritório de design especializado nesse tipo de trabalho, que procura considerar a fonte a ser 13
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utilizada no material, o papel (cor, textura), as ilustrações ou fotografias, a disposição do texto. Enfim, busca-se uma perfeita sintonia entre texto e imagem. Embora esse conteúdo precise ser simples e acessível, não deve ser empobrecido. Cabe esclarecer que a imagem é uma linguagem tão importante quanto o texto escrito. O livro, nesse contexto, tem por obrigação preservar essa premissa: a de conter um diálogo enriquecedor entre texto verbal e não verbal. • O que verificar em relação aos aspectos gramaticais e à linguagem nos livros? A linguagem no texto literário pressupõe a interação do trabalho com as palavras, a plurissignificação, o instigamento à reflexão, fatores fundamentais à aquisição de bons livros. Nesse sentido, percebe-se que as múltiplas linguagens são o ponto de partida para o trabalho com a formação de leitores. O objetivo de se analisarem aspectos gramaticais em qualquer tipo de texto é identificar elementos indispensáveis que contemplem diferentes níveis, como a semântica, a gramaticalidade, o estilo do autor, além, é claro, da coesão e da coerência textuais. É primordial compreender que o texto deve apresentar clareza, objetividade, emprego de expressões adequadas, riqueza de vocabulário e, além disso, ser compreensível, agradável, coerente. IV - Concurso Estudantil Brasília de Literatura A organização da I Bienal Brasil do Livro e da Leitura também teve a honra de realizar o I Concurso Estudantil Brasília de Literatura. Em consonância com o Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL) e com o Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura (PDLL), o concurso promoveu a produção literária de 14
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estudantes do Distrito Federal, estimulando alunos de escolas públicas e escolas particulares a produzirem sobre o tema “O Poder Transformador do Livro e da Leitura”, em três linguagens: conto, crônica e poesia. Foram escolhidos os melhores trabalhos feitos por estudantes, com premiação dividida em dois níveis: Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano) e Ensino Médio. Participaram alunos de todo o DF, inclusive da EJA - Educação de Jovens e Adultos. Só foram consideradas obras originais. O resultado de inscritos impressiona: foram quase 600 inscrições, sendo 72% de escolas públicas e 28% de escolas particulares. A premiação selecionou as obras a partir de duas categorias: conto / crônica e poesia. No Ensino Fundamental, os três primeiros colocados nas duas categorias receberam um notebook. Para os escolhidos do Ensino Médio, além de um notebook, os primeiros colocados ganharam também R$ 3 mil reais; os segundos levaram um notebook e R$ 2 mil reais, e os terceiros colocados receberam um notebook e R$ 1 mil reais. Entre os vencedores dos prêmios:
Entre os 80 melhores textos:
5 eram alunos de escolas públicas;
58 eram de estudantes de escolas públicas;
7 eram alunos de escolas particulares.
22 eram de estudantes de escolas particulares
O estudante interno do sistema penitenciário, Paulo César Pereira, obteve o 3º lugar na categoria Poesia - Ensino Fundamental, com a obra: “Paixão Literária”. E também outros oito alunos que ficaram entre os 20 melhores em suas categorias eram estudantes em privação de liberdade. No total, 15
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concorreram nove estudantes da FUNAP – Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do DF. Também é importante ressaltar que as melhores obras literárias, incluindo os vencedores, foram agraciadas com a oportunidade de ajudar a compor um livro que foi lançado na Biblioteca Nacional de Brasília, juntamente com a entrega dos respectivos prêmios, no mês de setembro de 2012. Os números obtidos com o I Concurso Estudantil Brasília de Literatura foram animadores. Se em 2012 o concurso obteve êxito, a perspectiva para 2014 é de que o número de inscritos possa ser ainda maior. Assim como no primeiro concurso, os estudantes que escreverem as melhores produções também serão contemplados com a inserção de sua obra em um livro de poemas, contos e crônicas. O Tema para este ano será: “Eu, Minha Cidade e o Mundo”. Premiação Categoria: Conto/Crônica COLOCAÇÃO 1ª LUGAR 2ª LUGAR 3ª LUGAR
FUNDAMENTAL MÉDIO (do 6º ao 9º ano) R$3.000,00 + 1 tablet R$3.000,00 + 1 tablet R$2.000,00 + 1 tablet R$2.000,00 + 1 tablet R$1.000,00 + 1 tablet R$1.000,00 + 1 tablet
Categoria: Conto/Crônica COLOCAÇÃO 1ª LUGAR 2ª LUGAR 3ª LUGAR
FUNDAMENTAL MÉDIO (do 6º ao 9º ano) R$3.000,00 + 1 tablet R$3.000,00 + 1 tablet R$2.000,00 + 1 tablet R$2.000,00 + 1 tablet R$1.000,00 + 1 tablet R$1.000,00 + 1 tablet 16
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Estratégias Pedagógicas A I Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que ocorreu em 2012, foi um evento grandioso, como já salientado anteriormente. Reunindo nomes de diversos autores brasileiros e estrangeiros, o evento homenageou dois importantes escritores, um brasileiro e um nigeriano, reconhecidos internacionalmente: Ziraldo, um dos maiores autores de literatura infantil do Brasil, e Wole Soyinka, Prêmio Nobel de Literatura do ano de 1986. Para 2014, novamente serão homenageados dois autores de grande reconhecimento, um nacional e outro estrangeiro: Ariano Suassuna e Eduardo Galeano. Ariano Suassuna Dramaturgo, romancista e poeta, Ariano Suassuna ocupa a cadeira de número 32 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Reconhecido literário brasileiro, nasceu em Nossa Senhora das Neves, atualmente João Pessoa (PB), em junho de 1927. Seu pai, João Suassuna, governou a Paraíba até o ano seguinte, 1928, quando a família se mudou para o Sertão. Por motivos políticos, João Suassuna acabou sendo assassinado em 1930, durante a “Revolução de trinta”. A família, então, transferiu-se para Taperoá, cidade onde Ariano realizou seus estudos iniciais e entrou em contato com o teatro popular pela primeira vez. Em 1942 passou a morar em Recife, concluindo, em 1945, seus estudos secundários. Em 1946, Suassuna iniciou a Faculdade de Direito, onde conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Uma Mulher Vestida de Sol, sua primeira peça, foi escrita em 1947 e, em 1948, foi montada a sua peça Harpas de Sião pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. No ano seguinte, 1949, foi montada a peça Os Homens de Barro. 17
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Formou-se em 1950 na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz. Adoentou-se nesse período e mudou-se para Taperoá, retornando somente em 1952. Passou a dedicar-se à advocacia, mas sem abandonar a atividade teatral. Nesta época ele produziu O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e o Auto da Compadecida, peça que o projetou nacionalmente, sendo considerada a sua obraprima. A peça já foi adaptada para o cinema e para a televisão e até hoje ocupa um lugar de destaque na produção literária nacional. Em 1956, Suassuna abandonou a carreira de jurista e tornou-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco, onde deu aula até 1994, quando se aposentou como professor. Foi membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1970) e também foi nomeado diretor do Departamento Cultural da UFPe. Iniciou em 1970, um movimento cultural em Recife, o “Movimento Armorial”, que incentivava o desenvolvimento do conhecimento da cultura tradicional popular no campo das artes, da literatura e da música. Nomes importantes da música fizeram parte do movimento, como Antônio Nóbrega, que ajudou a compor o “Quinteto Armorial”, grupo musical que espalhou o movimento pelo Brasil. A partir do final da década de 1950, passou a dedicar-se à prosa de ficção, publicando obras como o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (1976), classificadas pelo próprio autor de “Romance Armorial Popular Brasileiro”. Ariano Suassuna continua produzindo até hoje. Foi nomeado membro da ABL em 1989, recebeu o Título de Doutor Honoris Causa da Faculdade Federal do Rio Grande do Norte (2000) e foi indicado em 2012 a ser o candidato oficial do Brasil ao Prêmio Nobel de Literatura. 18
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Bibliografia de Ariano Suassuna:
Teatro • Uma Mulher Vestida de Sol (1947)
Ficção
• Cantam as Harpas de Sião (ou O Desertor da Princesa) (1958) (1948)
• A história do amor de Fernando e Isaura (1956)
• Os Homens de Barro (1949) • Torturas de um Coração (1951)
• Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971)
• O Arco Desolado (1952)
• As Infâncias de Quaderna (1976-77)
• O Castigo da Soberba (1953)
• História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (1977)
• Auto de João da Cruz (1950)
• O Rico Avarento (1954) • Auto da Compadecida (1955)
• Fernando e Isaura. Romance (1956)
• O Desertor de Princesa (Reescritura de Cantam as Harpas de Sião, 1948) (1958) • O Casamento Suspeitoso (1957)
Outras obras
• O Santo e a Porca, imitação nordestina de Plauto (1957)
• O Pasto Incendiado (1945-70)
• O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna (1958)
• Coletânea da Poesia Popular Nordestina (1964)
• A Pena e a Lei (1959)
• O Movimento Armorial (1974)
• Farsa da Boa Preguiça (1960)
• Iniciação à Estética (1975)
• A Caseira e a Catarina (1962)
• A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira (1976)
• Ode (1955)
• As Conchambranças de Quaderna (1987)
• Sonetos com Mote Alheio (1980)
• A História de Amor de Romeu e Julieta (1997).
• Sonetos de Albano Cervonegro (1985) 19
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Eduardo Galeano Eduardo Hughes Galeano, reconhecido escritor uruguaio, autor de mais de quarenta livros, publicou obras que fogem à ortodoxia dos gêneros, mesclando ficção, jornalismo, história e análise política. Galeano nasceu em Montevidéu, no dia 03 de setembro de 1940, no seio de uma família de classe alta, católica e de ascendência europeia. Quando criança, tinha o sonho de se tornar um jogador de futebol. Tal desejo pode ser reconhecido por marcas deixadas em algumas das suas obras, como o livro “O futebol ao sol e à sombra” (1995). Na década de 1960, como editor do Marcha, influente jornal semanal que tinha como colaboradores Mario Vargas Llosa e Mario Benedetti, Galeano deu início à sua carreira jornalística. Chegou a ser editor do diário “Época” e editor-chefe do “Jornal Universitário” por dois anos. Em 1971, Galeano escreveu “As Veias Abertas da América Latina”, a sua grande e, sem dúvida, mais famosa obra. Nesse livro, o autor faz um percurso histórico da América Latina, traçando um inventário da dependência e da vassalagem de que a América Latina tem sido vítima, desde que aqui aportaram os europeus no final do século XV. Mostra que, tendo a América Latina vivenciado a opressão e espoliação nas mãos de espanhóis, portugueses, ingleses, holandeses, franceses até chegar à contemporaneidade com os americanos do norte, o ancestral cenário permanece: a mesma submissão, a mesma miséria, a mesma exploração. Ao contar a história pela voz dos derrotados, a obra de Galeano tornou-se um autêntico clássico. Com o seu texto lírico e amargo a um só tempo, em “As Veias Abertas da América Latina”, o autor mostra-se suave e duro, e invariavelmente transmite, com a sua consagrada maestria, uma mensagem que transborda humanismo, solidariedade e 20
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amor pela liberdade e pelos desvalidos. Após o golpe militar do Uruguai, em 1973, Eduardo Galeano foi preso e forçado ao exílio na Argentina. Ali lançou uma revista sobre Cultura intitulada “Crisis”. Em 1976, mudou o seu local de exílio para a Espanha, onde iniciou a sua trilogia “Memória do Fogo”. Somente em 1985, com a redemocratização de seu país, Galeano retornou a Montevidéu, onde vive até hoje. “Memória do Fogo” pode ser considerada uma trilogia da História das Américas onde está registrada, para quem quiser ver, a maestria engajada de Galeano com as palavras. Os personagens não deixam de ser figuras históricas: generais, artistas, revolucionários, operários, conquistadores e conquistados, que são retratados em pequenos episódios que refletem o período colonial do continente. Na obra, Galeano destaca não apenas a opressão colonial, mas também atos individuais e coletivos de resistência. A obra foi aclamada pela crítica literária e Galeano foi comparado a Gabriel García Márquez. “O Livro dos Abraços” é uma coleção de histórias curtas e muitas vezes líricas que merece destaque dentro da sua obra. A obra consegue apresentar as visões de Galeano em relação a temas diversos como emoções, arte, política e valores. A obra também oferece uma crítica mordaz à sociedade capitalista moderna, e talvez seja a obra mais ousada do autor. No seu livro mais recente, “Espelhos”, o autor tem o intuito de recontar episódios que a história oficial omitiu ou maquiou. Galeano define-se como um escritor que remexe no lixão da história mundial. Em 2006, Galeano juntou-se a outros artistas renomados como Gabriel García Márquez, Mario Benedetti, Ernesto Sábato, Thiago de Mello e Pablo Milanés na assinatura da Proclamação de Independência de Porto Rico. 21
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Bibliografia de Eduardo Galeano:
Livros • Los días siguientes (1963) • China (1964) • Guatemala (1967) • Reportagens (1967) • Los fantasmas del día del león y otros relatos (1967) • Su majestad el fútbol (1968)
• Entrevistas y artículos (1962-1987) (1988)
• As veias abertas da América Latina (1971) (P)
• O Livro dos Abraços (1989)
• Siete imágenes de Bolivia (1971)
• Nós Dizemos Não (1989)
• Violencia y enajenación (1971) • Crónicas latinoamericanas (1972)
• América Latina para entenderte mejor (1990)
• Vagamundo (1973) (P)
• Palabras: antología personal (1990)
• La canción de nosotros (1975)
• An Uncertain Grace com Fred Ritchin, fotos de Sebastião Salgado (1990)
• Conversaciones con Ramón (1977) • Días y noches de amor y de guerra (1978)
• Ser como ellos y otros artículos (1992)
• La piedra arde (1980)
• Las palabas andantes (1993)
• Voces de nuestro tiempo (1981)
• Úselo y tírelo (1994)
• Memória do fogo - trilogia - (1982-1986)
• O futebol ao sol e à sombra (1995)
• Las aventuras de los jóvenes dioses (1984)
• Mulheres (1997)
• Amares (1993)
• Ventana sobre Sandino (1985)
• Patas arriba: la escuela del mundo al • revés (1998) (P)
• Contraseña (1985)
• Bocas del Tiempo (2004)
• El descubrimiento de América que todavía no fue y otros escritos (1986)
• O Teatro do Bem e do Mal (2002) • Espelhos - uma quase história universal (2008)
• El tigre azul y otros artículos (1988) 22
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• Eixos Temáticos da Bienal de 2014 Em 2012, um dos pontos fortes da Bienal Brasil do Livro e da Leitura foi a sua intensa e qualificada programação de seminários. Em 2014, os seminários girarão em torno de sete eixos temáticos: Krisis; Literatura no Feminino; Brasil, América Latina e África – Novas Realidades, Novos escritores; Narrativas Contemporâneas da História do Brasil; A literatura que Vem do Oriente; A Cultura de Resistência à Ditadura Militar; Internet – Estética, Difusão e Mercado. Krisis - Os diversos aspectos que compõem as crises nos âmbitos político, econômico e cultural serão objeto de reflexão e debate na II Bienal Brasil do Livro e da Leitura. Cinco mesas reunirão escritores de diversas nacionalidades que refletirão sobre a crise de representação política e as grandes manifestações populares ocorridas em países do Oriente Médio, da Europa e da América Latina. Literatura no Feminino - A ampliação do espaço da mulher na sociedade atual, no mundo do trabalho, na cultura e nas diversas áreas da vida pública, indica significativos impactos na fruição, na produção e no consumo de literatura. Para participar desse seminário, serão convidadas escritoras do Brasil e de todos os continentes. Brasil, América Latina e África - novas realidades, novos escritores - As grandes mudanças ocorridas nos dois continentes nas últimas décadas apresentam temas que ainda são pouco explorados na literatura e criam o ambiente para o surgimento de novos narradores. Esse seminário reunirá escritores recentemente apresentados ao público e que abordam com as suas obras temas da atualidade que movem o interesse dos consumidores de literatura nesses países. Escritores dos dois 23
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continentes se encontrarão para refletir e debater. Narrativas contemporâneas da história do Brasil - Esse seminário reunirá especialistas, jornalistas e autores para debater e refletir sobre o crescente interesse do público brasileiro por publicações de caráter histórico, e que se explica em grande medida pelo fato de que os autores têm conseguido desenvolver um estilo e uma linguagem que aproxima e seduz o leitor comum de temas que, durante muito tempo, interessaram, quase que exclusivamente, ao público acadêmico. A literatura que vem do Oriente - O mundo globalizado diminuiu distâncias e possibilitou uma maior aproximação do Brasil em relação à literatura produzida no Oriente. Embora pouco significativo, já é notável o crescimento da presença de produções literárias oriundas do Japão, Coreia, Índia, China e de países do Oriente Médio, no Brasil. A II Bienal Brasil do Livro e da Leitura convidará escritores orientais de diversos países para lançarem as suas obras e participarem de mesas de debates. A cultura de resistência à ditadura militar – Com o golpe militar de 1964 iniciou-se um tenso e longo conflito entre a criação cultural como expressão dos sonhos e esperanças de um povo que mal se preparava para encontrar-se com a modernidade urbana, de um lado, e a força bruta do aparelho repressivo movido por uma elite que não se despedira de suas heranças escravocratas e patrimonialistas, de outro. O Golpe de 1º de abril é o fato político e social que condensa simbólica e materialmente esse conflito. Cinquenta anos depois, a democracia brasileira deve a si mesma o exercício de encarar a sua própria tragédia: “uma realidade incontestável e irrecusável, que deitará sua sombra sobre a face futura do Brasil até que seja resgatada”. A cultura brasileira, por meio de todas as suas 24
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expressões, não pode furtar-se a esse imperativo de encarar o espelho, refletir e interpretar essa experiência histórica, como condição para nos afirmarmos como uma sociedade civilizada. Internet – Estética, Difusão e Mercado - O grande impacto provocado pela internet no mundo da escrita e das comunicações compreende profundas transformações nos meios de difusão da produção literária. A internet, como um suporte e ferramenta que amplia os espaços democráticos de circulação de obras, também determina novas estéticas. A grande revolução nas comunicações ainda está em curso e as alterações no mercado e nos modelos de negócios já são perceptíveis. Para refletir sobre este novo momento, a II Bienal Brasil do Livro e da Leitura convidará estudiosos, especialistas, editores e escritores para debater e refletir.
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Os eixos temáticos da II Bienal articulam-se ao Currículo da Educação Básica da Secretaria de Educação do Distrito Federal, dando ênfase aos Eixos Transversais: educação para a sustentabilidade, educação para a diversidade e cidadania, e educação em e para os direitos humanos. Os professores poderão explorar os temas apresentados na Bienal no desenvolvimento das suas aulas, sob uma perspectiva transversal e interdisciplinar. As temáticas apresentadas pela Bienal podem ser integradas também ao Projeto Político-Pedagógico da escola, preparando os alunos para melhor aproveitarem a rica programação do evento. Os Direitos Humanos, um dos eixos transversais do Currículo da SEEDF, são um tema que está em constante evidência na sociedade, longe de ser assunto ultrapassado e consensual. Dentro da programação dos seminários da Bienal apresentados, o tema pode ser, de maneira mais diluída em uns e mais evidente em outros, abordado dentro dos sete eixos temáticos. No caso do Seminário sobre a cultura de resistência à ditadura militar, a questão da violação dos Direitos Humanos aparecerá de maneira clara e recorrente. É evidente o crescente interesse acadêmico e da sociedade civil sobre temas relacionados ao período da história recente do Brasil que ficou conhecido como regime militar. Nota-se que iniciativas como a Criação da Comissão Nacional da Verdade, que visa esclarecer as graves violações de Direitos Humanos perpetradas pelo regime, bem como a instauração da nova Lei de Acesso à Informação incentivaram o aparecimento de Comissões regionais, o surgimento de pesquisas com temáticas e perspectivas amplas e inovadoras e chamaram a atenção de diversos setores da sociedade, ligados direta ou indiretamente ao referido período. No ano em que se completam 50 anos do golpe militar, assuntos como tortura, supressão de direitos e censura podem ser trabalhados dentro 26
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da escola, podendo, inclusive, inserir-se como eixo temático no seu Projeto Político-Pedagógico. O eixo transversal Educação para a Diversidade subdivide-se em mais outros três eixos: Educação das Relações Étnico-Raciais, Educação do Campo e Educação em Gênero e Sexualidade. Como salienta o Currículo da Educação Básica do Distrito Federal, o processo histórico das políticas de desenvolvimento do Brasil construiu diversas disparidades ao longo do tempo, gerando a exclusão de grupos particulares dentro da nossa sociedade: negros, mulheres, indígenas, quilombolas, campesinos, grupos de orientação LGBT, entre outros. Tais grupos são constantemente vítimas de preconceito e discriminação, que podem afetar as pessoas tanto física como simbolicamente, gerando um processo de exclusão acentuada em diversos ramos da nossa sociedade. Aprender a conviver com as diferenças, a respeitálas e tentar entender fenômenos sociais discriminatórios como a homofobia, o sexismo e o racismo, que são fenômenos que também acarretam a exclusão de indivíduos das escolas. Na II Bienal do Livro e da Leitura, os eixos temáticos “Literatura no Feminino”, “A Literatura que vem do Oriente” e “Brasil, América Latina e África – novas realidades, novos escritores” articulamse às temáticas da Diversidade, tanto no contexto escolar como no contexto da sociedade civil como um todo. A programação da Bienal para 2014 oferece amplos espaços propícios para o desenvolvimento, a reflexão e a aprendizagem, fornecendo grande diversidade de temas importantes de serem trabalhados nas escolas. Propomos, nas próximas páginas, alguns exemplos de atividades que podem ser desenvolvidas no ambiente escolar para uma experiência mais proveitosa da Bienal.
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Atividade 01 - Releituras das obras de Ariano Suassuna - Teatro Ariano Suassuna, um dos homenageados da Bienal deste ano, é dono de uma vasta obra literária, em que se destacam suas poesias, romances e peças teatrais. Por ser um dos homenageados da Bienal, propõe-se que as escolas realizem atividades pedagógicas que possam explorar a obra do autor. Conhecido por ser um grande dramaturgo, uma das formas de se aproximar do trabalho de Suassuna é justamente por meio do teatro. Uma atividade viável seria montar peças teatrais a partir de releituras da obra do autor, fazendo com que os alunos entrem em contato com o universo do teatro e também possam conhecer a sua obra. Vale salientar que esta é uma proposta de atividade que pode ser realizada em todas as etapas da Educação Básica. Atividade 02 - II Concurso Brasília de Literatura A II Bienal Brasil de Livro e Leitura realizará este ano o II Concurso Estudantil Brasília de Literatura. O tema escolhido para 2014 será: “Eu, Minha Cidade e o Mundo”. Por tratar-se 28
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de um tema abrangente, que pode abarcar aspectos variados, propõe-se que as escolas tentem abordar a temática em diferentes disciplinas, incentivando o aluno a produzir textos para o concurso. Uma abordagem possível é conciliar o tema do concurso com os eixos temáticos da Bienal. Atividade 03 – Debates Em 2014 completam-se 50 anos do golpe militar de 1964. No contexto do cinquentenário do golpe, a Bienal está preparando uma programação especial para discutir a cultura de resistência à ditadura militar. Propõe-se que os professores de Ensino Médio organizem atividades de discussão em sala de aula para que os alunos possam trabalhar a argumentação e a retórica, defendendo ou atacando o regime militar, embasandose nos conteúdos, filmes ou qualquer outro material didático oferecido pelo professor. Essa é uma atividade interessante para o aluno desenvolver o seu poder de argumentação, síntese, lógica e retórica. Acrescenta-se também que é um estímulo para que os alunos pesquisem sobre o tema proposto, com a intenção de agregar mais elementos para a sua argumentação. Uma segunda opção para esse tipo de atividade é propor para os alunos a criação de uma Comissão da Verdade dentro da escola, com o objetivo de pesquisar sobre as graves violações de Direitos Humanos perpetradas no regime militar. Atividade 04 - Oficina de ritmos afro-brasileiros Para 2014, a Beinal traz novamente um eixo temático que contempla temas relacionados à América, ao continente africano e ao Brasil: “Brasil, América Latina e África - novas realidades, novos escritores”. Propõe-se que uma maneira de trabalhar temáticas relacionadas à cultura afro-brasileira seja por meio da música. Os professores de Arte e de Música podem trabalhar, 29
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conjuntamente com a ajuda de professores de outras disciplinas, aspectos da música, da religião, da cultura, da história afrobrasileira no Brasil e na África, mostrando diversos aspectos que até hoje fazem parte da nossa cultura. Também se pode realizar oficina de confecção de instrumentos de percussão. Atividade 05 - KRISIS – Discussões acerca do cenário político, econômico e cultural brasileiro No ano de 2013, o Brasil vivenciou um período de intensa manifestação e mobilização popular. As pautas que foram levadas para as ruas eram variadas. Propõe-se que os alunos de Ensino Médio levem recortes do que foi publicado na imprensa e discutido na internet sobre as manifestações de julho de 2013 para discutir o contexto atual brasileiro e refletir sobre questões para 2014, como a Copa do Mundo. Para o Ensino Fundamental, propõe-se uma oficina de confecção de zines (pequenas revistas de baixa circulação e, geralmente, confecção artesanal) e cartazes contendo as reivindicações dos alunos. Atividade 06 - Jogo da Mulher A “Literatura no Feminino”, eixo temático de destaque dentro da programação da Bienal, abre diversas opções para que professores trabalhem temáticas relacionadas à diversidade de gênero dentro da Escola. Propõe-se que as escolas realizem jogos educativos que abordem os direitos das mulheres. O “Jogo da Mulher”, fornecido gratuitamente pela Secretaria de Estado da Mulher do GDF, é um jogo de cartas com regras simples e que ajudam os alunos a conhecerem melhor conceitos relacionados à vida da mulher em sociedade, bem como os direitos das mulheres. Uma ótima opção para se iniciar um debate sobre a questão de gênero com os estudantes da Educação Básica.
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Atividade 07 - Quem sabe quem? Para os primeiros anos do Ensino Fundamental, propõese uma atividade para que os alunos reconheçam quem são os autores homenageados da Bienal (Ariano Suassuna e Eduardo Galeano), a partir da leitura de trechos dos livros, figuras que caracterizam personagens das obras, imagens que remetem a temas dos dois escritores. Atividade 8 - Nona Arte Do texto para os quadrinhos Escolher alguma obra dos homenageados e pedir que os estudantes a transponham para a linguagem dos quadrinhos. Dos quadrinhos para o texto Pedir aos estudantes que escolham algum quadrinho no estilo oriental (mangás) e o transponham em formato de crônica, capítulo de romance, conto ou poesia. Esta é uma ótima atividade para se trabalhar com alunos do Ensino Fundamental, pois é uma abordagem interessante para a introdução da “Literatura que vem do Oriente”, eixo temático previsto para a Bienal de 2014. Da tela para o papel Escolher algum desenho animado de origem oriental (animé), fazer uma sessão para que os estudantes assistam à animação e solicitar que o transponham para os quadrinhos ou textos em forma de poesia, romance, crônica ou conto, de acordo com as categorias II Concurso Estudantil Brasília de Literatura. Atividade 9 - Artes Plásticas “As veias abertas da América Latina” é uma das obras 31
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mais famosas do autor Eduardo Galeano, homenageado na Bienal. Propõe-se que os alunos desenvolvam alguma atividade de expressão plástica inspirados nas obras de Eduardo Galeano, abordando a temática da história da exploração da América Latina. Atividade 10 – Fanfiction (releituras dos personagens e obras dos homenageados) O professor apresenta algumas obras dos homenageados e os estudantes criam novas histórias baseadas em alguns elementos das obras dos autores, tais como: personagens, período histórico tratado pela obra, espaço geográfico e enredo. Os estudantes produzirão paródias ou continuações da obra escolhida. Atividade 11 - Mitos do Oriente Outra atividade voltada para o eixo temático da “Literatura que vem do Oriente”: o professor realiza momentos de contação de histórias e mitos orientais ou africanos e os estudantes devem reescrevê-los com texto e ilustração de autoria própria.
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