Abrafarma - Folha de S.Paulo - 06.03.2016

Page 1

A22 mercado

HHH

ab

Domingo, 6 DE mArço DE 2016

MERCADO ABERTO mARiA CRisTiNA FRiAs

Operadora de saúde investe R$ 170 mi em rede própria A cearense Hapvida vai investir ao menos R$ 170 milhões neste ano em sua rede de hospitais e unidades ambulatoriais, além de melhoria em tecnologia. O aporte inclui a construção de um hospital de 13 andares e um centro de pronto atendimento em Recife. Outro centro foi inaugurado em Manaus, e reformas estão previstas em prédios no Maranhão e no Sergipe. A operadora concentra sua estrutura nas regiões Norte e Nordeste, onde tem participação de 23,7% no mercado, segundo dados da ANS. Expandir a rede própria é um dos pilares da companhia, afirma o presidente, Jorge Pinheiro. “Conseguimos realizar 96% das internações nos nossos hospitais e 76% dos exames de laboratório e imagem dentro da rede. Isso poupa custos e nos ajuda a manter

preços mais competitivos.” Os planos da operadora custam em média R$ 130. No ano passado, a companhia teve aumento de 10,85% na quantidade de planos. O serviço odontológico teve um crescimento ainda maior, de 18,8%. “É um setor que ainda atinge uma parcela pequena da população brasileira, por isso há mais espaço para crescer”, explica Pinheiro. O investimento deste ano inclui ainda um novo software de gestão vendido para operadoras de saúde e empresas de outras regiões. O programa faz serviços como o cadastro de beneficiados e a autorização de procedimentos médicos. 91 hospitais e clínicas próprias 3 milhões de clientes no país

Karime Xavier/Folhapress

quATRO OlhOs 100 lojas da Fototica no Brasil 6.000 unidades da GrandVision pelo mundo € 2,8 bilhões faturamento do grupo em 2015

Alvaro Vieira, presidente da rede Jarbas Oliveira -23.mai.2011/Valor

imUnE À QUEDA A crise não atinge as redes farmacêuticas, que começaram este ano com um crescimento de receitas de 9,85% em relação ao início de 2015. Em janeiro, as vendas foram de R$ 3,03 bilhões, de acordo com a Abrafarma, a associação do setor. O faturamento dos últimos 12 meses é 11,83% maior do que o do período anterior. O crescimento em janeiro, no entanto, é uma desaceleração na comparação com o mesmo mês do ano passado. A relação das vendas de 2015 com as de 2014 foi de um aumento de 11,94%. “O crescimento foi menor porque ocorreu uma maior substituição por genéricos, que são mais baratos”, afirma Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma. Apesar da taxa de crescimento nas vendas de genéricos ser maior que a dos demais medicamentos, eles representam apenas 17,8% da receita total com remédios.

cristina.frias1@grupofolha.com.br

tradas em São Paulo, Sergipe, Pernambuco e Bahia. “Consideramos que a companhia está mais madura e, com o conhecimento da GrandVision, estamos prontos para o sistema de franquias”, diz Vieira. Uma unidade custa em torno de R$ 285 mil. As lojas já existentes passarão por um processo gradativo de adaptação ao nome, que deve durar até 18 meses. Para garantir o fluxo nas lojas, a rede apostou em promoções e segurou a alta dos preços em 2015. Nem o câmbio desfavorável fez os óculos ficarem mais caros —85% da produção envolve itens importados.

Fototica ganha nome de rede internacional e lança franquias

Jorge Pinheiro, presidente da operadora

A rede de lojas Fototica, que atua há 96 anos no Brasil, mudou seu nome para GrandVision by Fototica. A estratégia é incorporar a identidade internacional do grupo que a comprou em 2006, diz o presidente da marca, Alvaro Vieira. A empresa lança já com o novo nome um modelo de franquia, de olho na expansão no território nacional. Hoje, suas lojas estão concen-

lEmbrA DE mim?

HORA DO CAFÉ

Adotar o nome do grupo internacional pode não trazer o resultado esperado, segundo especialistas em marca. O caso da Fototica “foi um gesto para mostrar a presença da GrandVision no Brasil, mas o fato de não ser um nome amplamente conhecido no país faz com que não haja grande valor agregado”, afirma o consultor de marcas Amauri Catropa. A escolha foi justificada pela companhia para trazer a “herança mundial” do grupo para a rede de óticas.

R$ 3,03 bilhões foi quanto as redes de farmácias faturaram em janeiro de 2016 11,17% subiram as vendas de genéricos no período; é o que mais cresce

Antes da decisão, a empresa fez uma pesquisa com clientes para avaliar a aceitação do nome. Investiu também no treinamento da equipe e em um plano de divulgação da mudança. São cuidados cruciais, diz Daniela Khauaja, professora de marketing da ESPM. Uma mudança mais gradual, contudo, seria mais recomendável, diz Khauaja. “Poderiam ter adotado por um tempo o nome Fototica by GrandVision, por exemplo, para não perder tanto peso.”

d com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS, TAÍS HIRATA e MáRcIA SOMAn

c FOCO

Cola em forma de massinha de modelar quer virar artigo de primeira necessidade dO “New YOrK Times”

Com ela, é possível consertar uma estátua quebrada, reparar um cabo de iPhone frouxo, tapar um buraco no casco de um barco ou criar uma perna artificial para uma galinha. A cola Sugru vem sendo alardeada como o produto de que você não sabia precisar —até que precisou. A Sugru é uma cola moldável. Parece massinha de modelar, pode ser moldada em torno de qualquer objeto, adere a quase qualquer material, é impermeável, resistente ao calor e seca em 24 horas, com um acabamento que se assemelha a um silicone

emborrachado. “Eu queria projetar alguma coisa tão fácil e tão divertida de usar que mais gente se dispusesse a tentar consertar suas coisas, como no passado”, diz Jane Ni Dhulchaointigh, a criadora irlandesa. Foi na faculdade de belasartes, em Dublin, em 2001, que ela começou a experimentar com argila, silicone, vedantes, usando-os em esculturas. Ela levava esse material para casa e logo passou a usá-los para fins domésticos —consertar um sifão de pia, por exemplo. Em 2004, ela exibiu a invenção em um feira de invenções e, após conseguir inves-

tidores no ano seguinte, mergulhou na empreitada. Após cinco anos aperfeiçoando a fórmula, a recessão estava no auge e praticamente não havia capital no mercado para que ela comercializasse o produto no varejo. Por isso, em 2009, ela decidiu apelar às mídias sociais, enviando amostras da Sugru a diversos blogs de tecnologia, na crença de que, se seus autores vissem o potencial do produto para consertar equipamentos de computação, poderiam divulgá-lo. A estratégia funcionou. “Virou viral”, ela disse. Quando a empresa lançou seu site, em dezembro de

Andrew Testa - 28.fev.2016/“The New York Times”

2009, os mil pacotes que tinha em estoque, cuja produção foi realizada à mão e levou seis meses, foram vendidos em seis horas. A revista “Time” listou a Sugru, na companhia do iPad, como uma das 50 maiores invenções de 2010. As vendas ultrapassaram os US$ 5,5 milhões em 2015 e Ni Dhulchaointigh prevê mais de US$ 10 milhões neste ano. A cola agora é vendida online em mais de 160 países. Nos Estados Unidos, quatro grupos de varejo oferecem o produto em 4.500 lojas. Mas a Sugru tem suas limitações: sua vida útil é de 13 meses, e, quando o pacote é aberto, precisa ser usado em 24 horas. E, diferentemente de rivais que prometem manter um sujeito pendurado de um capacete colado a uma viga de aço, a Sugru aguenta até dois quilos de peso.

Jane Ni Dhulchaointigh e sua criação, a cola sugru


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.