Abrafarma - Jornal DCI - Fevereiro/2016

Page 1

SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA- FEIRA, 20, 21 E 22 DE FEVEREIRO DE 2016 G DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS

10

Negócios Comércio

Varejistas acreditam que consumidor esteja migrando compras de produtos de perfumaria para farmácias. Setor registrou alta média de 13,7% na saída dessas mercadorias em 2015, frente a 2014

Venda de itens de higiene e beleza melhora os resultados de drogarias TENDÊNCIA Sammy Eduardo São Paulo sammye@dci.com.br

Os varejistas do setor farmacêutico têm apostado justamente em produtos que não são medicamentos para ampliar seus resultados. A estratégia visa aproveitar o aumento das vendas de itens de higiene e beleza, em média, 13,7% nesses estabelecimentos no ano passado, em comparação com 2014. Para os empresários que atuam no setor, a alta é consequência de uma mudança de hábito do consumidor, que está migrando as compras de itens de perfumaria para as farmácias. “O brasileiro de um modo geral mudou seus hábitos de compra no que se refere à higiene e beleza. Passou a realizar as suas compras em drogarias, que oferecem uma maior variedade de itens e um acompanhamento dos funcionários”, diz o diretor de marketing do Grupo DPSP, Roberto Tamaso. A companhia é responsável por duas das maiores redes de farmácias do País: a Drogaria São Paulo e a Drogarias Pacheco. A venda de não medicamentos nas lojas farmacêuticas brasileiras somou R$ 12 milhões em 2015, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). No ano anterior, a receita total destes itens foi de R$ 10,6 milhões. De acordo com a entidade, o crescimento também ficou acima do verificado no setor como um todo – somando as vendas de todos os produtos, incluindo medicamentos e não medicamentos –, que registrou alta de 12% em 2015, em relação a 2014. A RaiaDrogasil, por exemplo, viu as vendas do segmento de perfumaria aumentarem 21,5% no ano passado, também na compa-

NAS GÔNDOLAS

EXPANSÃO

RAIADROGASIL ABRE 165 LOJAS NESTE ANO

Divisão das vendas de produtos dentro das drogarias, por ano Em bilhões de R$

2014

2015

35,9

32

G

GO

23,8

21,4

12

10,6

4,1

3,7 MEDICAMENTOS

NÃO MEDICAMENTOS

GENÉRICOS

TOTAL

Variação anual do faturamento Em %

7,41

MEDICAMENTOS

13,72

NÃO MEDICAMENTOS

11,52

GENÉRICOS

11,9

TOTAL

Vendas

Clientes atendidos

Em bilhões de unidades

Em milhões de pessoas

1,27%

Total de lojas Em milhares de farmácias

2,92%

7,07% 5,9

2,10

2,12

2014

2015

5,5 809

833

2014

2015

2014

2015

FONTE: ABRAFARMA

ração com o ano anterior. Para a empresa, além da migração do consumidor, o resultado foi alavancado pela forte alta na saída de repelentes, que não são contabilizados como medicamentos comuns. No fim do ano passado, o grupo iniciou uma parceria com a fabricante de cosméti-

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE GESTÃO

cos Natura para aproveitar a alta demanda. “Estamos vendendo itens da linha SOU [da Natura] em lojas Droga Raia e Drogasil em Campinas, no interior de São Paulo”, comentou, em nota, a companhia. No último trimestre de 2015, as vendas dos itens de higiene e beleza representavam 28,7%

Cuiabá-MT, 19 de fevereiro de 2016. Agezandro Costa de Abreu Superintendente de Aquisições Governamentais – SEGES/MT

do total geral da drogaria. No terceiro trimestre do mesmo ano, o índice era de 26,5%.

Variedade como estratégia De olho nesse movimento, a Drogarias Campeã aumentou o mix de itens nas seções de perfumaria para garantir sua fatia do bolo. Desde 2013, a va-

Intenção de consumo das famílias sobe 1,6%

AVISO DE REABERTURA DO TOMADA DE PREÇO N.º 003/2015/SEGES A Superintendência de Aquisições Governamentais vem a público informar que a Tomada de Preços nº. 003/2015/SEGES, que se encontra SUSPENSA, cujo objeto é a Contratação, sem ônus ao Governo do Estado de Mato Grosso, empresa especializada na prestação de serviços de administração de margem consignável e controle de consignações facultativas, com lançamento em folha de pagamento, disponibilização de sistema informatizado, treinamento e atendimento aos usuários do sistema, conforme especificações do Termo de Referência, será REABERTA no dia 28/03/2016 às 10h00min (HORÁRIO DE BRASÍLIA). LOCAL DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DE DISPUTA: Sala 04 da Central de Licitações (Superintendência de Aquisições Governamentais) na Secretaria de Estado de Administração, Rua C, Bloco III, Centro Político Administrativo, CEP 78.050-970, Cuiabá - Mato Grosso. EDITAL DISPONIBILIZADO: a partir de 24/02/2016, no site www.gestao.mt.gov.br - (Link: Portal de Aquisições); dúvidas pelo email: pregao@gestao.mt.gov.br. – tel. 0XX-65-3613-3674.

Grupo RaiaDrogasil pretende inaugurar 165 novas lojas ainda este ano no Brasil. Atualmente, a rede é formada por 1.215 unidades, a maior parte delas (722) no Estado de São Paulo. A companhia informou também que pretende abrir outros 195 espaços até o fim do próximo ano. “Aceleramos a nossa expansão de forma significativa e constituímos um banco de contratos para aberturas futuras”, informou, em nota, o grupo. Em balanço divulgado na última sexta-feira, a empresa revelou ter lucrado R$ 78,3 milhões no 4º trimestre de 2015. O resultado representa uma alta de 25,5% sobre igual período no ano anterior. Para o vice-presidente de Planejamento e Relações com Investidores da marca, Eugênio De Zagottis, a crise tem enfraquecido parte de seus concorrentes regionais. “Alguns deles estão perto de ‘não conseguir atravessar’ esse período de crise”, afirma. Ao DCI, a companhia garantiu atingir uma geração positiva de caixa livre pelo terceiro ano consecutivo. Ainda de acordo com o balanço, o Grupo RaiaDrogasil ocupa hoje 10,6% de todo o mercado de varejo farmacêutico do País. Em São Paulo, o índice de participação é maior: 22,6%.

rejista diz que tem investido em melhorias e na ampliação desses espaços na área interna das suas lojas. “Fizemos um comparativo em agosto do ano passado, por exemplo, e quem segurou as vendas durante o período de inverno foi a perfumaria. As vendas naquela fase tiveram 90% de crescimento se comparado com o ano anterior”, afirma o diretor da Drogarias Campeã, Robson Ferreira. “Todas as nossas lojas, hoje, são formatadas para ter uma boa apresentação de produtos desse setor”, continua. O plano fez com que a representatividade das vendas desses itens pular de 9%, em meados de 2013, para 30% no ano passado. Em 2014, segundo Ferreira, o índice era de 28%. No geral, o faturamento da companhia em 2015 foi de cerca de R$ 200 milhões, o que representa um crescimento de 11% em comparação com o ano anterior. Para seguir em crescimento, principalmente na área de higiene e beleza, a empresa diz negociar frequentemente com fornecedores como Johnson & Johnson, Hypermarcas e Procter & Gamble, a fim de manter preços equilibrados na concorrência com os supermercados. “Há alguns anos, o nosso mix desses produtos era muito pequeno. Quando aumentamos o portfólio, as vendas cresceram consideravelmente”, explica Ferreira. Os itens de perfumaria também ajudam a rede a elevar o tíquete médio do consumidor. Para o diretor da Drogarias Campeã, esse foi o segredo para driblar a queda no fluxo de clientes. “O número de clientes caiu, mas como conseguimos ampliar o tíquete médio, pudemos sair de 2015 crescendo.” Até o final deste ano, a companhia espera abrir, pelo menos, outras 11 lojas pelo País. Atualmente são 59 unidades. A previsão é de faturar até 8,5% mais que em 2015. “Sem contabilizar os novos empreendimentos”, diz Ferreira.

INDICADOR G A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) avançou 1,6% em fevereiro ante janeiro, já descontados os efeitos sazonais, disse a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado foi influenciado pela melhora nas expectativas para os próximos meses, “um movimento típico de início de ano”, segundo a instituição. Na comparação com fevereiro de 2014, porém, a ICF registrou queda de

33,2%. “Somando 78,7 pontos, numa escala de 0 a 200, o índice está em nível bastante baixo em termos históricos e reflete a percepção de insatisfação dos 18 mil entrevistados com as condições correntes”, destacou a CNC. Em janeiro, o ICF havia crescido 1,3%, mas recuado 35,3% na comparação com janeiro de 2015. “A confiança do consumidor parou de cair em janeiro e ensaia alguma melhora. Com avaliações ainda muito desfavoráveis sobre a situação presente da economia e expectativas pessimistas em relação aos

próximos meses, ainda é precipitado falar em reversão consistente de tendência, haja vista os fracos resultados recentes do varejo”, diz Juliana Serapio, assessora Econômica da CNC.

Bens duráveis No confronto mensal, a maior parte dos indicadores registrou avanço, com destaque para a intenção de compra de bens duráveis, com aumento de 4,5% ante janeiro. A previsão da CNC é que o volume de vendas caia 3,9% em 2016, após recuo de 4,3% no ano passado. /Estadão Conteúdo


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.