SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA- FEIRA, 30 DE JANEIRO A 1 DE FEVEREIRO DE 2016 G DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS
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Opinião EDITORIAL LILIANA LAVORATTI
Pagando a conta da corrupção
EDITORA-FECHAMENTO liliana@dci.com.br
GGG
A Petrobras fez importante anúncio de mudanças na gestão na semana passada que podem significar o início de uma necessária blindagem da companhia dos efeitos nefastos da excessiva ingerência política sobre seus negócios. A estatal vai fundir diretorias, extinguir cargos gerenciais (há cálculos de que esses passam dos 7,5 mil), reduzir gratificações e aumentar a transparência. O presidente da empresa, Aldemir Bendine, acredita que essas medidas possam representar economias de até R$ 1,8 bilhão por ano, mas o ganho na recuperação da imagem da companhia será incalculável. A petroleira foi destacada negativamente pela ONG Transparência Internacional quando do anúncio do ranking global de percepção de corrupção. Com o escândalo da Lava Jato à frente, o Brasil caiu de 69ª posição em 2014 para 77ª em 2015, num universo de 168 nações elencadas. A piora do resultado do Brasil não chegou a surpreender, uma vez que os escândalos de desvios de dinheiro público e as denúncias de pagamentos de propina RECESSÃO E em contratos de empresas e órgãos públicos DESEMPREGO com grandes empreiteiSURGEM DA ras não saem mais dos noticiários. O ranking LENIÊNCIA surgiu em 1995 e o País COM AS MÁS nunca esteve entre os bem avaliados. PRÁTICAS DE mais Ao mesmo tempo fonte GESTÃO e vítima do esquema de desvios, a Petrobras precisava mesmo mostrar serviço. Com os abalos corporativos que se seguiram às denúncias e as atuais condições adversas de mercado, a empresa tem feito cortes bilionários em seu plano de investimentos para os próximos 5 anos, passou a vender ativos e a adiar pagamentos para fornecedores. O efeito em cascata que o encolhimento de uma empresa do porte da Petrobras trouxe ao País foi dramático. A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) estima que quase 100 mil funcionários terceirizados perderam seus empregos no ano passado. Esse legado nefasto da leniência com práticas corruptas deve ser lembrado no futuro pelos responsáveis por ditar os rumos das estatais. Com sorte, um ou outro culpado pode ser punido com prisão e multas, mas o contribuinte e os trabalhadores vão sempre pagar a conta com recessão e desemprego.
EMPRESAS E ENTIDADES lista das citadas na edição GA AR Fast Food
A9
Associação de Empresas do Setor Eletroeletrônico de Base Tecnológica NaA5 cional
GB Banco do Brasil
A4
BID
A4
Bidu
A18
BM&FBovespa
A18
BNDES
A4
Bob's
A9
BTG Pactual
A18
GC Caixa
A4
Capgemini Consulting
A3
Capgemini Centro Univers. Newton Paiva
A3
Cofecon
A4 A7
Confederação Nacional das SeguraA18 doras A4
Conselho Nacional de DesenvolvimenA5 to Científico e Tecnológico Copel
A6
GD Dcide
A6
Domino's
A9
DSOP
A17
GE Eletrobras
A4
Etihad Airways.
A8
GF Fenabrave
A13
GI IDC Brasil
A3
Infraero
A4
GK Khaya Media
A9
GM Marcopolo
A7
GN Neobus
A7
A18
Comil
Conselho Fed.l de Contabilidade
GVT
A18
Fund. Armando Alvares Penteado A5
GG Gartner
A3
Gol
A8
GP Patroni Petrobras
GQ Queensberry GS S&P Dow Jones Indices
A9 A4,A6,A19
Enquanto o Ministério Público, os juízes e o STF tentam ganhar a guerra contra a corrupção, os brasileiros continuam na batalha contra o desemprego e o mosquito da dengue e do zika, entre outras. Apesar das previsões de possível reação positiva da economia no final do segundo semestre – puxada pelo bom desempenho das exportações e substituição das importações por produtos nacionais –, no curtíssimo prazo as estimativas vão na direção de aumento do desemprego e redução da renda. E quanto à proliferação do Aedes aegypti, as perspectivas são as piores possíveis.
Dinheiro no caixa PLANO DE VOO
Congresso volta em meio a denúncias spremida entre o fim do recesso parlamentar e o carnaval, a semana dá a largada ao tumultuado ano legislativo de 2016. As várias frentes da Lava Jato – ações do Ministério Público, da primeira instância da Justiça capitaneada pelo juiz Sérgio Moro e os julgamentos no STF das quase 40 investigações – devem envolver mais políticos e partidos. Quem deve abrir a fila no STF é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também é investigado. Sem contar os desdobramentos das investigações envolvendo o ex-presidente Lula (PT), o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff...
E
O aperto nos caixas dos governos, inclusive dos municípios, estimula prefeitos a buscar eficiência na arrecadação, e não necessariamente com elevação de alíquotas. Nos últimos meses, cidades com PIB menor começaram a oferecer a integração de seu sistema com as empresas para emissão da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica. Dos municípios aptos a oferecer isso, cerca de 90% usam a tecnologia da brasileira NeoGrid. “Nos últimos 12 meses, a NeoGrid subiu de 800 para 950 prefeituras, um aumento de 19% na abrangência”, diz Daniel Girardi Dias, diretor de Operações.
Reposicionando a marca Uma das estratégias adotadas em momentos de desaceleração econômica é reposicionar a marca, seja para investir em um novo segmento ou fidelizar o cliente atual. O Laboratório Richet, no Rio de Janeiro, que neste ano passou a ser o Richet Medicina & Diagnóstico e englobará exames de imagens (ressonância magnética e raio-x), vai concorrer com gigantes como Grupo Fleury e Dasa. Para isso, buscou na concorrência um nome para comandar o novo serviço: o radiologista Antonio Siciliano, com especialização em Harvard e que passou dez anos no Grupo Fleury.
Expansão no Brasil A Lego Education, que nos 17 anos de atuação no Brasil distribuiu soluções e recursos para sala de aula exclusivamente por meio da Zoom Education for Life, abriu o mercado para novos distribuidores em todo o País. “O Brasil tem cerca de 200 mil escolas públicas e privadas de educação básica e apenas 2% delas trabalham com os materiais da Lego. Queremos abranger ao menos 5% do total de escolas em até três anos”, diz Roberta Baldívia, responsável pela Lego no Brasil. A negociação está em andamento e a expectativa é definir os distribuidores ainda neste trimestre.
ARTIGO
Em busca de soluções O bom funcionamento do setor de saúde depende dos atores envolvidos os anos 50, o dramaturgo Nelson Rodri- discutir em torno dessa questão, uma vez que gues cunhou uma expressão que não se são caros e os benefícios, questionáveis. Já a administração do setor é alvo de críticas porque perdeu com o passar do tempo: brasiestá baseada em princípios gerenleiro tem mesmo compleciais obsoletos. O caminho, portanxo de vira-lata! A máxima serve para FÁBIO to, passaria pela adoção de estratévários departamentos: futebol, poDE SOUZA ABREU gias administrativas mais lítica, cultura e saúde. Porém, acremodernas. dito que o importante não é a maCEO DA AXISMED E Esses são alguns dos sintomas neira como nos desempenhamos, ESPECIALISTA EM diagnosticados e aos quais é atrimas o que fazemos para nos apriGESTÃO DE SAÚDE buído o atual quadro da nossa saúmorar. E na saúde não é diferente. de. Só que o problema reside em reApesar de ser a área que envolve lacionar a causa da questão a os maiores gastos públicos, a saúde apenas um lado. Ledo engano, já apresenta resultados longe de seque o setor envolve vários responrem satisfatórios. Para alguns, a sáveis: pacientes, médicos, govercausa está nos governos e em sua nos e planos de saúde. O problema gestão deficitária e na qual mais dié muito maior e sistêmico. nheiro resolveria a questão. No enUma possibilidade é voltar os tanto, basta uma rápida análise em olhos para revisão da atenção prihospitais, ou pesquisando nos jormária mais integral e dar maior foco nais, para constatar o contrário: o na prevenção secundária garantinproblema está no desperdício. do o continuum care junto aos gruOutros acusados são a falta de inpos com maior risco de saúde. Mas é preciso pavestimentos em tecnologia e a ausência de uma rar de procurar culpados. administração moderna. Para a solução do primeiro, máquinas e equipamentos sofisticados são procurados, bem como avançados sistemas fsa.@axismed.com.br @ de tecnologia da informação. Porém, há o que se
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