BDO - DCI - 06.01.2016

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QUARTA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2016 G DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS

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Gestão e Carreira INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

PERFIL

FINANÇAS PESSOAIS

SUSTENTABILIDADE

QUINTA -FEIRA

SEXTA -FEIRA

SEGUNDA-FEIRA

TERÇA -FEIRA

Após ano instável e cortes de funcionários do alto escalão, consultorias contam o que fazer e evitar na hora de realizar uma reestruturação DREAMSTIME

Mesmo com as dificuldades, setor de treinamento cresce O Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) registrou alta de 83% no faturamento de 2015. Segundo o IBC, no ano passado, 61% do orçamento de treinamento e desenvolvimento foram destinados a ações formais de treinamento e, desse percentual, 46% contemplaram atividades terceirizadas, como contratação de coaching. De acordo com o presidente do IBC, Roberto Marques, atualmente investir em capital humano é uma forma de motivar, já que agregar, reconhece o trabalho e valoriza. / Da Redação

42% G Das

empresas ouvidas pelo Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) investiram em seus profissionais em cargos de liderança. O número é visto como altamente positivo.

G Das

Xeque-mate: decidir tirar o líder de uma empresa requer cuidados especiais

Sem planejar, mudança de 30% líder pode agravar a crise

companhias ouvidas pelo IBC se mostraram interessadas em investir em treinamentos ligados ao core-bussiness para seus colaboradores não líderes.

RECURSOS HUMANOS Vivian Ito

GA

empresa de recursos humanos Gi Group está com 1,5 mil vagas temporárias abertas no Rio de Janeiro. As contratações são para o período de julho a setembro, época em que a cidade terá grande fluxo de pessoas em função da Olimpíada. Há vagas para profissionais sem experiência para diversas áreas. / Da Redação

G Investir

em melhores práticas de gestão pode reduzir os custos das empresas de TI. Segundo pesquisa da Capgemini, a queda nos custos com gestão de demanda chega a 15%, enquanto em portfólio é de 4%. Através de gestão dos modelos operacionais, a queda nos custos fixos pode chegar a 18%. / Da Redação

GA

empresa de recursos humanos Contratta está com 12 vagas abertas com salários até R$ 5 mil para a região de Ribeirão Preto. Há vagas para pessoas que estejam no ensino médio e também para estudantes de administração de empresas. Para se inscrever, basta acessar www.contratta.com. br/vagas. / Da Redação

São Paulo vivianit@dci.com.br G Em tempos de crise, quando reduzir custos é palavra de ordem, cortar salários mais altos é a saída mais utilizada. No entanto, para especialistas, sem planejamento o corte pode trazer mais problemas que soluções. De acordo com a gerente da área de advisory da consultoria BDO, Romina Lima, o mais comum no Brasil é que as empresas utilizem o cortador de grama” e demitam de forma igual em todas as áreas do negócio. “Com isso ela sobrevive à crise, mas quando a economia voltar a empresa perdeu o diferencial do negócio”, comenta. Para ela, sem planejamento a empresa acaba tirando um gerente ou diretor essencial para o negócio. “Às vezes escolhe a pessoa que trazia ideias inovadoras para a empresa e até redução de custo”, diz. Para ela, a recomendação é manter o profissional essencial a todo custo, mesmo que seja necessário promover ou dar um aumento de salário. Segundo Romina, o planejamento na hora de reestruturar o alto escalão tem três passos básicos. O primeiro é analisar a rentabilidade de cada área ou projeto da empresa, e o segundo é calcular o quão bom ou ruim está o negócio para deci-

dir o quanto a empresa deve cortar. “Além de fazer uma projeção para os próximos dois anos para ver se será o suficiente”, ressalta. Por último, ela cita a comunicação com os funcionários. “Ligar para as equipes de cada área e ver que pessoa iria reter de qualquer jeito e quem pode ser dispensado”, diz. Com todos os passos básicos realizados, ela diz que podem ser feitas as reduções de custo pontuais como analisar e renegociar com fornecedores, mudar o local para diminuir preço do aluguel e até mudar o sistema da empresa. Ilustrando este cenário, Romina conta que a procura pelo serviço de reestruturação financeira aumentou consideravelmente na BDO em 2015 e exigiu até um aumento da equipe, maior especialização e até novas parcerias com advogados da área. “Geralmente as empresas procuram mais consultoria para expandir, mas agora estão procurando estancar a ferida”, diz. Só nas duas primeiras semanas de dezembro de 2015, a empresa vendeu seis reestruturações. E a procura é de empresas de todos os portes. “Só a micro busca menos, mas por uma questão de orçamento”, comenta. Outro serviço com muita demanda este ano foi a recuperação judicial. “Os bancos secaram e o consumo caiu”, explica Romina. Contudo, cerca de 30% poderiam ter solucionado

“Quem traz inovação, traz redução de custo” ROMINA LIMA, GERENTE DA ÁREA DE ADVISORY DA BDO

seus problemas se tivessem feito uma reestruturação financeira dois ou três meses antes. “Muitas delas postergam a busca por ajuda e quando vão ver estão muito doentes”, aponta. Para ela, na crise as mudanças devem ser mais rápidas, já que o impacto do custo é acelerado. Segundo Romina, a reestruturação nos cargos de liderança são mais comuns na gerência e na diretoria (quando não se é acionista). “No Brasil, muitas empresas [de pequenas a grandes] são familiares, então a mudança na presidência é menos comum”, aponta.

M o t i va ç ã o Outro cuidado que ela cita na hora de mudar cargos de chefia é a motivação dos funcionários. “Tem gente que busca outro emprego porque o chefe direto foi demitido”, aponta. O vice-presidente da Anima Educação, Maurício Escobar, concorda. Para ele, fazer uma reestruturação na crise é um risco. Mas caso seja inevitável é importante manter a trans-

parência, fazer o movimento de forma rápida e que seja uma ação alinhada com a cultura local. “As pessoas gostam de saber o que está acontecendo. A comunicação engaja”, contou o executivo ao DCI durante a HSM ExpoManagement de 2015.

Prática Uma das fundadoras da consultoria RED, Daniela Lopes, aponta a agilidade como peça-chave. “Quanto antes, melhor. As que demoram podem fazer já no meio de uma crise.” Em média, as grandes possuem uma “gordura” de 10% a 20% de recursos humanos que podem cortar, com ou sem crise. “Às vezes é um corte necessário. Isso pode ser feito com um mapeamento de processos de responsabilidade.” O cuidado é manter as pessoas com histórico. “Ver quem tem o know-how, sobretudo em empresas novas onde o CEO está desde a fundação e passou por todas as áreas.” Ainda de acordo com ela, o mercado de trabalho começou o ano em um cenário mais positivo. “Muitas empresas enxugaram, sobretudo, no quarto trimestre para começar 2016 mais enxutas e agora estão abrindo processos de seleção.” Uma dica, citada pela especialista, é na hora da contratação. “Às vezes o salário é a metade do que o anterior, mas ele deve ser compatível com a empresa”, explica.


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