HOSPITALAR 2016 Evento essencial para atualização, negócios e relacionamento Cuidar de quem cuida faz bem à saúde dos colaboradores e da instituição Suporte específico para via área difícil As vantagens do LED em equipamentos médicos
Os dois lados da polêmica sobre o ressarcimento ao SUS pelas operadoras Seu hospital está preparado contra ataques de hackers?
Tecnologia em aparelhos para anestesia Já pensou em investir nas portas de inox?
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Editorial
Agente de mudanças Chegamos à edição que marca a metade de nossos trabalhos no ano e que é também a mais importante, pois circula no principal evento do setor da Saúde das Américas: a Hospitalar Feira + Fórum, o termômetro do mercado, que acontece em São Paulo entre os dias 17 e 20 de maio. Será a oportunidade de sabermos como vem se desenvolvendo o segmento e quais as perspectivas de crescimento, pois este tem sido um ano bastante turbulento. Os ânimos andam acirrados e todo mundo quer fazer valer sua opinião, gerando uma animosidade que chega a dar medo. Em vista a essa realidade, comecei a fazer um curso sobre Comunicação Não-Violenta (CNV), para aprimorar os relacionamentos com as pessoas ao meu redor. Interessante falar nesse assunto, pois é natural o desejo de se dar bem com familiares, amigos, funcionários, pacientes e clientes, mas há uma certa resistência: “não quero que ninguém me faça de bobo!”, só que não tem nada a ver com isso. Marshall Rosenberg, psicólogo americano criador do método, escreveu o livro Comunicação NãoViolenta – Técnicas para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais, explicando que a CNV nos guia no processo de reformular a maneira pela qual nos expressamos e escutamos os outros, mediante a concentração em quatro áreas: o que observamos, o
que sentimos, do que necessitamos e o que pedimos para enriquecer nossa vida. “A CNV promove maior profundidade no escutar, fomenta o respeito e a empatia e provoca o desejo mútuo de nos entregarmos de coração. Algumas pessoas a usam para responder compassivamente a si mesmas; outras, para estabelecer maior profundidade em suas relações pessoais; e outras, ainda, para gerar relacionamentos eficazes no trabalho ou na política. No mundo inteiro, utilizase a CNV para mediar disputas e conflitos em todos os níveis”. Entusiasmante, não? Para aqueles que já torceram o nariz, o método também não tem nada a ver com autoajuda (e se tivesse?). É conexão, comunicação, empatia, é o que nascemos para fazer. Imagine o quanto isso pode transformar sua vida e ajudar nesse momento de dificuldades em que todos estão olhando para si mesmos sem querer ceder. Se pudermos conversar, por exemplo, com nossos pacientes e clientes, sem julgar, entendendo o que eles de fato sentem e necessitam e, nisso, também pudermos expressar nossos sentimentos e necessidades, que conexão maravilhosa teremos. Eu acredito que esta é uma forma realmente eficaz de nos melhorarmos, em todos os aspectos. Convido você a buscar mais informações sobre o assunto e a colocar em prática as técnicas ensinadas. Já aviso que é um grande desafio! Que sejamos a mudança que queremos ver no mundo, como disse, sabiamente, Gandhi.
EM ALTA
Este quadro, pintado por Roberto Hinckley, retrata a primeira intervenção cirúrgica com anestesia geral, que aconteceu em 16 de outubro de 1846, nos Estados Unidos. Veja mais sobre o assunto na página 24.
EXPEDIENTE Diretor Geral Adilson Luiz Furlan de Mendonça adilson@publimededitora.com.br
Assistente Comercial Rafaela dos Santos rafaela@publimededitora.com.br
Ano XIII - Nº 79 - MAI | JUN 2016 Circulação: Junho 2016
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Sumário
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RECURSOS HUMANOS Cuidar de quem cuida faz bem à saúde dos colaboradores e da instituição
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REDUÇÃO DE CUSTOS Santa Casa de Franca dribla cortes no orçamento e equilibra as contas usando a metodologia lean
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PROCEDIMENTO A história da anestesia, suas vantagens e equipamentos de alta tecnologia
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QUALIDADE Pela primeira vez, ANS divulga relação de instituições com padrão de assistência
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EMERGÊNCIA Linha de produtos fundamentais para o manuseio da via aérea difícil
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eHEALTH Hackers estão de olho nos hospitais, que investem pouco na segurança de suas informações
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REGULAMENTAÇÃO Mudanças encarecem certificação de produtos médicos e afetam desenvolvimento do setor RECONHECIMENTO Lifemed e Aditek recebem Prêmio Inova Saúde, concedido pela ABIMO LEGISLAÇÃO Os dois lados da polêmica sobre o ressarcimento ao SUS pelas operadoras
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Resumo do que acontece no principal evento de Saúde das Américas
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Otimizador de processos, eHealth tem congresso especializado
SAÚDE SUPLEMENTAR Adoção de Avaliação das Tecnologias em Saúde é primordial para a sustentabilidade do setor
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ADMINISTRAÇÃO Em artigo, Rogério Caiuby fala sobre inovação e gestão estratégica
TECNOLOGIA Unidade da Unimed adota sistema de classificação de risco para auxiliar no atendimento a casos de H1N1
NOVIDADES Vitrine com as mais diversas soluções voltadas ao segmento médico-hospitalar DIAGNÓSTICO Aparelhos com LED oferecem iluminação mais intensa e focalizada
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GENTE QUE FAZ A mastologista Maira Caleffi e seu papel fundamental no controle do câncer de mama
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OPINIÃO Qual o real problema: falta ou desperdício de recursos?
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Instituições de referência marcam presença no espaço Hospitais Lounge
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Inovações e destaques apresentados pelos expositores
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SEGURANÇA Além de sofisticação, portas de inox oferecem confiabilidade e economia
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ATUALIDADE Até os 75 anos, um em cada cinco brasileiros terá câncer
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Recursos humanos
Como cuidar da saúde dos colaboradores e da instituição Por Carol Gonçalves Desenvolver programas em prol da melhor qualidade de vida e do bem-estar dos colaboradores demonstra cuidado e atenção com aqueles que fazem parte da equipe. Além de ser uma atitude humanizada, possibilita reduzir custos nas instituições, pois auxilia na diminuição do absenteísmo e de gastos com planos de saúde, sem falar que reflete no maior engajamento dos profissionais. Fabrizio Rosso, administrador hospitalar, mestre em recursos humanos e sócio-diretor executivo da Fator RH, explica que atualmente na área da saúde existe um paradoxo: cuida-se dos pacientes, mas descuida-se dos colaboradores. Ele defende que não há necessidade de criar um departamento de “qualidade de vida”, basta ter um modelo de liderança mais inteligente e efetivo, baseado em gestão de pessoas por competências e resultados. O problema é que faltam modelos. “Costumo dizer que um gestor que não tem modelo nem método não possui quase nada! Essa é a mais pura realidade. Na área hospitalar, muitas instituições não contam com modelo de gestão de pessoas aplicado diretamente aos líderes. Até existe o RH, mas falta um gestor de pessoas dentro do conceito estratégico de que todo líder é um líder de pessoas, não apenas de boletos bancários, peças de enxoval, dietas parenterais ou exames de diagnósticos”, analisa. Rosso quer mostrar que o modelo de liderança ainda é o mesmo há muitas décadas e que privilegia atitudes focadas em tarefas, processos, auditorias e quase desprovidas de humanização. “Isto em termos globais vem se traduzindo em um aumento significativo das síndromes de burnout, em casos de afastamento por depressão e até em líderes de baixo escalão, entre outros efeitos colaterais”, expõe.
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De acordo com o administrador, se há um modelo de liderança inteligente, conforme escreveu no livro: “Liderança em 05 Atos – Ferramentas Práticas para Gestores na área da Saúde”, então o processo começa com alguns critérios saudáveis de ambiente de trabalho. Porque, conforme explica, não adianta nada falar em ginástica laboral, projeto de nutrição e redução de peso ou antitabagismo se o ambiente dentro do departamento é ou “emana gases tóxicos” a partir do próprio líder. Nesse sentido, recomenda que antes de criar planos mirabolantes de melhoria da qualidade de vida, os hospitais invistam seriamente no diagnóstico de clima organizacional. “Hoje em dia, um projeto como esse, conduzido por uma empresa externa – e tem que ser externa para haver isenção e confiabilidade nos números – pode descortinar toda a problemática que ficou por anos debaixo do tapete. Um bom diagnóstico é fundamental para estabelecer uma terapêutica consistente, e a pesquisa de clima organizacional, se bem conduzida, por experts no assunto, pode traduzir com propriedade
os ‘nós’ da instituição, identificando líderes tóxicos ou processos radioativos”, conta. A partir desse diagnóstico, é possível criar um conjunto de ações específicas para melhorar não apenas o ambiente de trabalho, mas também a sensação de qualidade de vida. Um bom exemplo é o Hospital Adventista de Manaus, que criou um projeto consistente com a empresa Fator RH e, com os dados estratégicos, investiu em criar essa sensação em seus colaboradores. Segundo o diretor financeiro da instituição, faz mais de seis meses que pararam de pagar rescisões desnecessárias. “Isso quer dizer que utilizar modelos de liderança educadora aliados a diagnósticos precisos e qualificados pode ser um grande caminho para montar o primeiro esboço de programas de bem-estar para os profissionais que cuidam, mas muitas vezes são descuidados por seus hospitais”, acrescenta Rosso. O administrador ressalta que não basta ter certificação de qualidade nacional ou internacional, prestígio de mercado, tampouco medalha de honra ao mérito exposta no quadro na recepção do hospital se as pessoas não são ouvidas, não tem canais de comunicação à sua disposição e não conseguem ficar no emprego mais de seis meses porque o ambiente é altamente corrosivo. NA PRÁTICA 1 Para melhorar a gestão da saúde de seus cerca de 2.300 colaboradores, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo (SP), criou o Programa Bem-Estar, baseado em um modelo de gestão integrada de saúde, segurança e qualidade de vida. A iniciativa, ofertada há seis anos, tem como um de seus pilares o modelo de promoção à saúde criado pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. O conceito do programa tem como premissa o mapeamento de estilo de vida para determinação dos riscos à saúde da população-alvo, assim como a promoção da saúde e a prevenção de doenças, a partir do empoderamento de indivíduos para o autocuidado e hábitos saudáveis. Por meio de sua metodologia, é oferecida uma vasta gama de atividades, que vão da prática de exercícios físicos e alimentação saudável ao gerenciamento de estresse e equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Desde 2011, a adoção de um modelo de gestão de saúde, qualidade de vida e segurança tem permitido equacionar custos, possibilitando que o hospital passasse três anos (2012 a 2014) sem
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Recursos humanos
reajustar o plano de saúde de seus colaboradores, gerando uma economia de quase R$ 6 milhões. Devido ao programa Bem-estar, a população interna do hospital passou a adotar hábitos saudáveis, fazendo com que o sedentarismo reduzisse 12%. Além disso, 15% passou a ingerir mais frutas, e o consumo de grãos integrais dobrou. Para 2016, a instituição fechou parceria com a Mantris, especialista em saúde e segurança ocupacional, que faz a gestão de ambulatórios médicos empresariais. O Oswaldo Cruz irá prestar consultoria para as organizações atendidas pela companhia. A estrutura do serviço permitirá a elas realizar o acompanhamento contínuo da saúde do funcionário. O ambulatório funcionará como um centro médico, no qual o colaborador poderá esclarecer dúvidas e obter orientações para a prevenção de doenças. Entre os maiores desafios para implantação do programa, Dr. Rodrigo Demarch, gerente de Qualidade de Vida e Saúde do hospital, cita a falta de metodologia do ponto de vista de implementação e avaliação. Para resolver isso, fechou parceria com a Universidade de Stanford e com outras instituições. “Um dos pilares essenciais para o sucesso é buscar bons parceiros, pois não é possível fazer um trabalho do tipo sozinho”, conta. Para que a metodologia tenha o impacto que se espera, é preciso que haja consistência na forma com que se coleta os diversos dados referentes ao indivíduo, oriundos dos prontuários e dos bancos dos planos de saúde, levando em conta as vacinas tomadas, os exercícios físicos praticados, a participação em programas de coaching e em palestras de gerenciamento de stress, entre outros. “É importante reunir esses dados e transformá-los em informações para a tomada de decisões estratégicas”, explica. Outro desafio, que Dr. Demarch considera contínuo, é a comunicação com o público-alvo: médicos, administradores, equipe assistencial e operacional. A mensagem de prevenção a doenças é a mesma, mas a transmissão precisa ser diferente, direcionada. O convencimento da alta direção e a sensibilização dos líderes de outras áreas são outros problemas, que, segundo o entrevistado, foram resolvidos com o envolvimento deles na construção e no desenvolvimento do programa. “Fizemos o projeto-piloto em 2010 dentro de dois setores, para vermos as dificuldades, pegar o feedback dos gestores e aprimorar o modelo”, conta.
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Além desse projeto, o Oswaldo Cruz conta com um CASSC – Centro de Atenção à Saúde e Segurança do Colaborador com ambulatório, local para acupuntura e amamentação. Há também uma área de lazer exclusiva para o colaborador, com sala multiuso para dança de salão, zumba, yoga, dança do ventre, caratê, salão de beleza, academia, espaço para descanso e cyberspace. Dr. Demarch conta que os profissionais são estimulados a utilizar esses espaços através de um incentivo financeiro (bônus) de acordo com a participação. Segundo ele, preocupar-se com programas voltados aos colaboradores faz bem à própria instituição, pois uma equipe saudável vai entregar os melhores resultados, sem falar que considera ser a coisa certa a se fazer. “O hospital
“
Não basta ter certificação de qualidade nacional ou internacional se o hospital não possui canais de comunicação à disposição dos colaboradores”
existe para cuidar das pessoas, nada mais lógico cuidar de quem cuida”, encerra. NA PRÁTICA 2 Outro hospital que investe no bem-estar de seus colaboradores é o Santa Paula, também da capital paulista. “Possuímos um programa de qualidade de vida intitulado ‘Cuide-se. Viva a Vida Melhor’, que foi idealizado por mim e pela médica do trabalho Lilian Lugrinho”, explica Paula Gallo, gerente de marketing. Os profissionais as procuram voluntariamente, a exemplo dos fumantes, que aproveitam a oportunidade de vencer o vício do tabagismo e outros problemas de saúde. Todos os mil colaboradores do hospital são pesados, a começar pelo presidente. Dessa forma, é possível identificar quem está acima do peso, em seguida, cada um recebe atendimento personalizado. O programa está estruturado de acordo com os seguintes grupos: Eu vou parar de fumar (antitabagismo); Feliz com a vida (encaminhamento para psicólogo e/ou psiquiatra); Coração é vida (problemas cardíacos), Diabético sim, doente não; Harmonia com o corpo (orientação para realização de exames e encaminhamento para nutricionista e/ou endocrinologista); Espaço Fitness; Coluna – Sustentação e Força (acompanhamento cínico); e Fisio Life (programa de fisioterapia indicado para aqueles que possuem problemas osteomusculares e que já fazem parte do grupo Coluna – Sustentação e força). Além disso, o hospital conta com o Espaço Santa Pausa, destinado a descanso e entretenimento. Paula conta que, com essas ações, houve diminuição dos afastamentos por depressão e problemas osteomusculares; nenhum afastamento por problemas psicológicos decorrentes do trabalho; maior engajamento dos colaboradores em suas atividades laborais; prevenção de complicações decorrentes da hipertensão e diabetes; baixo índice de internações por infarto e AVC, o que resultou na diminuição dos custos com convênio médico; melhora da qualidade de vida dentro e fora local de trabalho; mudança dos hábitos alimentares e combate ao sedentarismo. O maior desafio para implantação do programa foi a fidelização dos colaboradores aos diferentes grupos. “Vencemos esse problema investindo no engajamento dos profissionais. Contamos também com o incentivo e a divulgação da área de medicina ocupacional através de materiais informativos, como folders, comunicados no Tasy (sistema de gerenciamento hospitalar) e em consultas periódicas”, conta. Para Paula, a participação dos gestores nos programas é fundamental para o incentivo e a fidelização dos colaboradores aos grupos do programa. “Devido a esse engajamento, conseguimos reduzir custos e melhorar a qualidade de vida do funcionário. Percebemos o quanto esse projeto influencia diretamente no potencial da instituição”, finaliza.
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Redução de Custos
Santa Casa de Franca dribla cortes no orçamento com metodologia lean Por Carol Gonçalves Como é possível ser sustentável, não depender de ajuda extra, quando a conta não fecha? Esse é o grande desafio de muitas instituições, principalmente as Santas Casas e Hospitais Beneficentes, que vêm enfrentando, em todo o país, uma crise financeira. Em evento na Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, realizado em abril, o presidente da CMB – Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas e da Fehosp – Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo, Edson Rogatti, citou algumas dificuldades do setor: ausência de recursos, pagamento lançado após a realização de procedimentos e falta de redefinição do teto de repasses de algumas instituições. No encontro, foi unânime o pensamento de que o modelo de gestão está sucateado e precisa ser modificado o mais urgentemente possível. De acordo com Thiago da Silva, administrador hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Franca (SP), o que desequilibra as entidades filantrópicas financeiramente é o atual modelo de remuneração de serviços prestados, ou seja, as receitas são praticamente iguais ano após ano, e as despesas são crescentes por natureza, como por exemplo, reajustes de materiais, medicamento e da folha de pagamento, sem falar na variação do dólar na compra de órteses, próteses e materiais especiais. Ano após ano este problema ressurge, impedindo as instituições de executarem um planejamento em médio prazo. “Ou elas buscam freneticamente a redução de custos sem perda da qualidade, ou entram numa situação de colapso financeiro e operacional. Há um histórico muito negativo e traumático de situações que prejudicaram muito a Santa Casa de Franca, sua imagem, a relação com outras instituições, parceiros e clientes”, conta. Em março de 2015, a SCF sofreu uma grande redução dos repasses de recursos federais na ordem de R$ 10.000.000,00. Foram quatro meses consecutivos sem receber o valor mensal equivalente a R$ 2.500.000,00 do programa “SUStentáveis” do Governo Federal. Como consequência, foi necessária a reestruturação imediata do negócio como um todo, para que o hospital continuasse funcionando com uma receita 10% menor do que o mínimo necessário para cobrir custos e despesas.
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Sabendo desse cenário, a diretoria passou a buscar um modelo de gestão que colocasse o hospital novamente como referência em gestão entre as Santas Casas do estado e que fosse eficiente a ponto de retomar o equilíbrio financeiro, a manutenção dos equipamentos com defeitos, o atendimento integral à população e as cirurgias de média e alta complexidades. É, justamente, a experiência da Santa Casa de Franca que contamos nesta terceira matéria da série especial sobre
Farmácia antes e depois de evento kaizen
redução de custos. Instituição filantrópica com 118 anos de existência, possui, além do Hospital geral, o Hospital do Câncer e o Hospital do Coração. Qualificada como Hospital de Ensino, atende cerca de 800.000 pessoas, cobrindo uma área de 22 municípios e oferecendo serviços de alta e média complexidades, em sua quase totalidade através do SUS. Conta com 273 leitos, de unidades abertas e fechadas. LEAN E KAIZEN Na busca por um modelo de excelência, o presidente da instituição, José Candido Chiomionato, conheceu um engenheiro que iria aplicar o modelo lean em um hospital e começou a estudar o assunto. Nisso, ele se deparou com uma filosofia inovadora que poderia gerar excelentes resultados na área hospitalar e resolveu apostar nela. Para implantá-la, decidiu contar com um agente externo, que já tivesse experiência, e contratou a Lure, uma consultoria com a filosofia “hands on”, ou seja, que planeja, acompanha e também executa em conjunto, diferentemente dos modelos tradicionais. A parceria iniciou-se em outubro de 2014. O hospital também adotou a filosofia kaizen para melhoria contínua das práticas de trabalho e de eficiência pessoal, como forma de implantação do lean. Vale lembrar que kaizen não é metodologia, mas uma filosofia de ações sutis e constantes. Por sua vez, lean é um conjunto de técnicas desenhadas para reduzir desperdícios. “Muitas mudanças até então reconhecidas como difíceis e impossíveis têm se tornado realidade através do uso do lean e das ferramentas que possibilitam melhores resultados”, acrescenta Silva, o administrador hospitalar.
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PLANO DE AÇÃO Depois do alinhamento estratégico entre a controladoria, a diretoria e os gerentes do hospital, formou-se uma equipe de projeto especial para elaborar um plano que adequasse os custos da instituição à nova receita, composta pelo corpo de gerentes da Santa Casa, pelo diretor técnico do hospital e por consultores da Lure. De acordo com as análises dos números financeiros, constatou-se a necessidade de diminuir todos os gastos em 10%, o equivalente a R$ 1.100.000,00, para que a instituição voltasse ao seu equilíbrio financeiro, ou seja, para que os custos se igualassem às receitas. Consequentemente, cada gerência recebeu a meta. Depois de analisados os relatórios da controladoria que destacaram os gastos mais elevados, o plano foi elaborado prevendo redução nos seguintes pontos: folha de pagamento, honorários médicos e no valor gasto com materiais e medicamentos. No processo de análise da folha de pagamento, estabeleceu-se uma metodologia de trabalho para que cada gerência pudesse analisar todos os setores pelos quais era responsável. Os gerentes foram treinados para dimensionar a quantidade de recursos necessária para o bom funcionamento de cada área. Desta forma, tornou-se possível identificar oportunidades de redução do quadro de colaboradores, sem prejudicar a qualidade da assistência. As ações de redução da folha produziram economias da ordem de R$ 350.000,00 por mês. A condução do projeto de redução de honorários médicos foi de responsabilidade do diretor técnico. O restante da equipe, gerentes e consultores, responsabilizaram-se por fornecer e compilar todos os dados necessários à análise de cada especialidade médica. O objetivo deste estudo foi o dimensionamento da quantidade de médicos necessária em cada equipe. Além disso, foram revistas todas as metas de produção (consultas, cirurgias eletivas e exames) para que este número não ultrapassasse o teto acordado com a Secretaria Municipal de Saúde, pois os procedimentos realizados acima do teto contratado não são DICAS
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Para os hospitais que desejam reduzir custos e se tornar mais sustentáveis e competitivos, as dicas do administrador da SCF são: "Quebrem paradigmas, mudem o foco, a visão, sejam audaciosos, mas audácia calculada, planejada e bem elaborada, vamos pensar diferente, pensar grande, pensar igual aos países referências e às maiores economias do mundo. Não conseguiremos grandes mudanças e resultados com os mesmos hábitos, filosofia, paradigma e conceitos de 30, 40 ou 50 anos atrás, temos de mudar, buscar alternativas e adotar filosofias e metodologias de gestão de segmentos que deram certo e hoje são sinônimo de sucesso para o mundo todo”. Silva acrescenta que para que a mudança seja mais simples e aconteça de forma rápida e estruturada, com resultados consistentes, é importante contratar uma consultoria que ajude a alcançar o objetivo traçado.
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Um dos projetos do hospital possibilitou a redução dos estoques totais de R$ 1.755.000,00, em março de 2015, para R$ 880.000,00 em novembro do mesmo ano”
remunerados pelo governo, o que gera prejuízo para a instituição. O fluxo de suprimentos de materiais e medicamentos foi totalmente otimizado com a implementação de ferramentas e técnicas que garantiram uma compra mais precisa, ágil e econômica. Processos desnecessários de cotação e de aprovação de compras acabaram sendo eliminados do fluxo. Já os estoques foram redimensionados de acordo com a demanda real de cada item. O hospital redefiniu a política de compra para funcionar como um sistema puxado (Kanban), no qual a obtenção de um item só é disparada quando o ponto de reposição do estoque é atingido, otimizando o fluxo de informação e reduzindo a chance de aquisições desnecessárias de itens de alto valor. Além disso, o trabalho de fidelização dos principais fornecedores do hospital possibilitou compras mais frequentes, em lotes menores, preços congelados em contratos e boa relação com o fornecedor. Este projeto teve como principal resultado a redução dos estoques totais de R$ 1.755.000,00, em março de 2015, para R$ 880.000,00 em novembro do mesmo ano. “Consequentemente, conseguimos uma significativa diminuição no espaço necessário para armazenamento de materiais, melhoramos nossa acuracidade e o nível de atendimento”, revela Silva. A meta para 2016 é iniciar e terminar 20 kaizens em todo o complexo hospitalar, sendo que 11 dos 20 previstos serão liderados pela própria equipe do hospital. CONSCIENTIZAÇÃO O administrador conta que no início foi difícil o processo de conscientização dos colaboradores, por envolver mudanças de cultura, de processos e no ritmo de trabalho. “Algumas pessoas não conseguiam acompanhar e acreditavam não ser possível o uso da metodologia lean no ambiente hospitalar, mas aos poucos foram entendendo e assimilando como uma filosofia criada e mais utilizada no ambiente industrial poderia ser aplicada em hospitais. Hoje, todos estão muito bem engajados, algumas áreas têm tomado iniciativas e tornando um hábito sua adoção, realizando MFV – Mapa do Fluxo de Valor e kaizens na busca pela melhoria dos processos, dos resultados e maior envolvimento e comprometimento de todos os colaboradores”, complementa. A Santa Casa venceu esse desafio através de reuniões, treinamentos, estudos de case, forte método de mudança de cultura por parte da Lure Consultoria, total apoio da alta direção e, principalmente, através dos resultados obtidos com os primeiros trabalhos. “Hoje, quando nos deparamos com um problema um pouco mais complexo, já elaboramos um mapa de fluxo de valor da situação e buscamos envolver o máximo de pessoas na busca pela solução”, conta Silva.
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Procedimento
Anestésico inalatório: fácil administração e passível de monitorização
Aparelho de anestesia 1000 Gold, Silver e Bronze
A popularidade dos anestésicos inalatórios está relacionada à fácil administração e à possibilidade de seus efeitos serem monitorados não apenas pelos sinais clínicos, mas também por meio da concentração expirada, que reflete a concentração do anestésico nos tecidos. Dentre os agentes utilizados, a via de administração pulmonar é característica dos anestésicos inalatórios, exceção aos broncodilatadores e à administração endotraqueal de fármacos na ressuscitação cardiopulmonar. Essas exceções, no entanto, são vias de mão-única, pois o meio de administração é diferente do de eliminação. Os anestésicos inalatórios têm nos pulmões uma via de mão-dupla, ou seja, são administrados e, quase na totalidade, eliminados por eles. Essa é a principal característica do benefício do procedimento: a habilidade de diminuir a concentração plasmática tão fácil e rapidamente quanto é aumentada. Outras qualidades são: • Precisão do controle do nível de profundidade anestésica; • Possibilidade de utilização como agentes anestésicos únicos em determinadas situações clínicas de indução e manutenção; • Pequeno custo operacional quando usados com baixos fluxos de admissão; • Rápida recuperação pós-anestésica. Historicamente, 16 de outubro de 1846 é considerada a data em que se realizou a primeira intervenção cirúrgica com anestesia geral. No Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, William Thomas Green Morton usou com reconhecido êxito o éter pela primeira vez, para que o cirurgião John Collins Warren realizasse a extirpação de um tumor no pescoço de um jovem de 17 anos, chamado Gilbert Abbot. A cena foi posteriormente imortalizada em um quadro de Roberto Hinckley, pintado em 1882. Ao término da histórica operação que mudou o destino da cirurgia, Warren disse: “Daqui a muitos séculos, os estudantes virão a este hospital para conhecer o local onde se demonstrou pela primeira vez a mais gloriosa descoberta da ciência.” A anestesia geral chegou ao Brasil em 1847. De acordo com Lycurgo Santos Filho, na obra “História geral da medicina brasileira”, a primeira realizada com éter foi praticada no Hospital Militar do Rio de Janeiro pelo médico Roberto Jorge Haddock Lobo, em 25 de maio daquele ano.
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O éter foi logo substituído pelo clorofórmio, que havia sido introduzido como anestésico na Inglaterra por James Simpson, em 1847. A partir daí, novos agentes foram descobertos e passaram e ser utilizados na prática médica.
em todo o território nacional e em países vizinhos, tem como principais clientes hospitais, prefeituras, secretarias de saúde e clínicas. Entre as tecnologias oferecidas estão quatro modelos de aparelhos para anestesia: 1722, 1000 Gold, 1000 Silver e 1000 Bronze. Formados por ventilador pneumático, seção de fluxo contínuo e sistema respiratório, são compactos e de ótimo custo x benefício. Foram projetados e certificados em conformidade com as exigências das normas internacionais de segurança e desempenho, inclusive Anvisa, oferecendo todos os recursos para a realização de um processo confiável. “Alimentados por ar ou oxigênio, possuem acessórios para montagem do sistema respiratório adequados a cada necessidade”, acrescenta Luis Antonio Silva, gerente de desenvolvimento de produto. Todos os modelos são montados em chapas de aço e alumínio e pintados com tinta a pó eletrostática híbrida, com excelente resistência a produtos químicos. Contam com saída auxiliar de oxigênio para ligação de fluxômetro ou aspirador, válvula unidirecional, extensões de O2, N2O e ar, válvula pop-off, além de intermediários, cotovelos e conexões padrão. “A simplicidade de manuseio faz com que sejam indicados para pequenas, médias e grandes cirurgias, em ambientes hospitalares, clínicas oftamológicas e plásticas, entre outras. E, ainda, não requerem manutenções frequentes”, acrescenta o gerente. Para a área veterinária, a empresa oferece cinco modelos de aparelhos para anestesia: Smart, Maleta Portátil, Revolution com ventilador, Revolution sem ventilador e Prime; além de dois ventiladores: 1500 portátil e 9012 pressométrico com pedestal. Durante a feira Hospitalar, a Oxigel apresentará, no estande localizado no Pavilhão Branco – Rua H-71, os modelos de aparelhos de anestesia e todo o seu portfólio. www.oxigel.com.br l (11) 5567-1766
MERCADO Há 40 anos, a Oxigel desenvolve, fabrica e comercializa produtos para anestesia, inaloterapia, oxigenoterapia e UTI, além de uma ampla gama de acessórios. Presente
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Qualidade
ANS divulga relação de hospitais com padrão de assistência A ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar divulgou a lista de hospitais que atendem critérios de qualidade importantes para aferir o padrão de assistência prestada à população. Os dados mostram o desempenho dos estabelecimentos segundo três indicadores: acreditação, índice de readmissão hospitalar e segurança do paciente. É a primeira vez que a entidade disponibiliza informações sobre atributos dos prestadores, oferecendo subsídios para que os consumidores possam acompanhar e avaliar os serviços. A lista, disponível no link goo.gl/iBHyZI, mostra todos os estabelecimentos que possuem certificação máxima de qualidade emitida por instituições acreditadoras de serviços de saúde. Seu caráter voluntário pressupõe que apenas aquelas realmente interessadas na melhoria da qualidade dos seus serviços se habilitem para a avaliação. Já a relação que avalia a taxa de readmissão hospitalar mostra os estabelecimentos que atenderam às exigências da ANS com relação ao índice de reinternação em até 30 dias da última alta. Este indicador mede a capacidade progressiva do prestador em ajudar as pessoas a se recuperarem de forma tão eficaz quanto possível e é frequentemente utilizado como parâmetro para a qualidade assistencial. “Para que o índice seja atingido, espera-se que o hospital promova melhorias no gerenciamento do quadro clínico dos pacientes, adequado planejamento de alta, capacitação constante da equipe e identificação de falhas em fluxos e protocolos de atendimento, para prover o cuidado efetivo ao paciente, a fim de que haja a desejada redução de readmissões hospitalares”, explica a diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS, Martha Oliveira. A lista completa pode ser visualizada no link goo.gl/amQaZP. Também está disponível a relação de hospitais que possuem Núcleo de Segurança do Paciente cadastrado na Anvisa (goo.gl/Jv628s). O indicador objetiva estimular a melhoria contínua dos processos de cuidado e do uso seguro de tecnologias da saúde, a disseminação sistemática da cultura de segurança, a articulação e a integração dos processos de gestão de risco e a garantia das boas práticas de funcionamento do serviço de saúde.
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FATOR DE QUALIDADE Além disso, a ANS divulgou a lista de hospitais que estão sujeitos ao Fator de Qualidade – índice de reajuste aplicável nos contratos entre os estabelecimentos e as operadoras de planos de saúde, dividido em três níveis: • 105% do IPCA: Têm direito a este reajuste os estabelecimentos que possuem certificação máxima
de qualidade emitida por instituições acreditadoras de serviços de saúde. Relação completa em goo.gl/klQfnA. • 100% do IPCA: Este índice intermediário é aplicado a hospitais não acreditados, mas que participam e cumprem critérios estabelecidos nos projetos de melhoria da qualidade em saúde desenvolvidos pela ANS, como o Projeto Parto Adequado, e atendam a outros indicadores de qualidade. Relação completa em goo.gl/6hqrfY. • 85% do IPCA: É aplicado aos hospitais que não atendem a nenhum desses critérios. O Fator de Qualidade também deve servir como parâmetro de reajuste para os contratos firmados entre operadoras e profissionais de saúde como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos. Os critérios para essa categoria de prestador ainda estão em discussão e deverão ser definidos conjuntamente com as entidades de classe. Para este grupo, as normas começam a valer a partir de 2017, assim como para laboratórios, clínicas e outras unidades de prestação de serviço de saúde. EXEMPLOS No estado de São Paulo, foram 57 unidades hospitalares na lista de acreditação máxima da ANS, sendo 37 na capital. O Hospital Estadual Sumaré (HES-Unicamp) foi o único 100% SUS, no interior do estado, a figurar na lista. “Isso apenas reforça que estamos no caminho certo de unir serviços de altíssima qualidade com formação de profissionais cada vez mais focados no paciente”, destaca o diretor-superintendente, professor Luiz Roberto Lopes. Outro hospital da lista é o Dr. Miguel Soeiro (HMS), pertencente à Unimed Sorocaba (SP). “Essa qualificação faz justiça à empresa que, nos últimos anos, investiu maciçamente em estrutura física, equipamentos e tecnologia, na capacitação contínua dos seus colaboradores e na valorização do trabalho do seu médico cooperado”, declara o vice-presidente da Unimed Sorocaba, Paulo Hungaro Neto. A instituição também figura na relação das que possuem o Núcleo de Segurança do Paciente. Além dos hospitais de São Paulo, fazem parte da lista de acreditação máxima da ANS três hospitais do Pará, um de Mato Grosso, três do Distrito Federal, um de Alagoas, quatro da Bahia, um do Ceará, um de Sergipe, quatro de Pernambuco, seis do Espírito Santo, 23 de Minas Gerais, 13 do Rio de Janeiro, sete do Paraná, três de Santa Catarina e seis do Rio Grande do Sul.
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Emergência
O suporte fundamental para o manuseio da via aérea difícil A via aérea difícil (VAD) é a situação clínica na qual o médico encontra dificuldade para ventilar o paciente com máscara facial e/ou realizar intubação traqueal. Podem ser associados a esta situação a distância tireomentoniana menor que 5 cm, dentes protusos ou em mau estado, abertura da boca ou extensão do pescoço limitadas, obesidade, deformidades anatômicas, classificação do grau de Mallanpati nos níveis II, III e IV, dentre outros. “O reconhecimento da via aérea difícil pode ser prévio ou não, sendo fundamental a existência de um suporte específico para o seu manejo em ambos os casos”, explica Tiago Oliveira, especialista de produto da Celmat, empresa especializada na distribuição e representação de materiais médicos hospitalares.
Bougie
Trocador de tubo
Manujet
Quicktrach adulto com balão
Algumas das consequências do manuseio inadequado da via aérea são: trauma dental, trauma à via aérea, sangramentos e edemas, traqueostomia desnecessária, parada cardiopulmonar, lesão cerebral e até óbito, mas vários dispositivos podem auxiliar o médico no momento de uma intubação. “Por exemplo, o laringoscópio de ponta flexível, o Bougie (introdutor), os dispositivos supraglóticos e, em último caso, como medida de salvamento, o Quicktrach, para realização de uma cricotireoidostomia por punção, ou o Manujet, para ventilação a jato”, conta Oliveira. Os equipamentos são fundamentais, mas o treinamento da equipe é indispensável para uma conduta eficaz no momento da emergência. “É quando se tem a oportunidade de tirar dúvidas, praticar e errar, até chegar a um nível de excelência”, acrescenta. A Celmat conta com uma linha completa voltada para o manejo da via aérea difícil. Um dos produtos é a lâmina para laringoscópio com ponta flexível e fibra óptica embutida, utilizada para elevação da epiglote. Constituída em aço inox com acabamento antirreflexo e transmissão de luz por fibra óptica embutida, permite a esterilização em altas temperaturas e oferece melhor iluminação, além de possuir artifícios que permitem a rastreabilidade. Também utilizado em intubação difícil, o Bougie tem ponta rígida pré-formada, lúmen para ventilação com conector universal, marcas de graduação para facilitar o posicionamento e está disponível no tamanho para TET a partir de 6,0.
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Mais um destaque é o trocador de tubo, também utilizado para extubação, que possui lúmen para ventilação, marcas
“
Os equipamentos são fundamentais, mas o treinamento da equipe é indispensável para uma conduta eficaz no momento da emergência”
Lâmina flexível
Tubo laríngeo com aspiração
de graduação para facilitar o posicionamento e conector universal incluso. Outro item fundamental é o tubo laríngeo, dispositivo supraglótico para uso em anestesia geral e em emergências. Já o Quicktrach, kit pré-montado de cricotireoidostomia por punção, vem com limitador e trava de segurança, além de cânula de 4 mm em PVC anatomicamente moldada. Por fim, o Manujet III é um sistema mecânico simples, leve, portátil e pronto para o uso. Utilizado para garantir a oxigenação rápida e eficiente do paciente, é composto por kit com 4 m de mangueira de pressão e gatilho de ventilação, cateteres de ventilação a jato e tubo de conexão com 100 cm. A Celmat também disponibiliza maletas para a perfeita acomodação dos produtos. A empresa participa da feira Hospitalar 2016 com estande localizado no Pavilhão Branco – Ruas D/E 100/104. www.celmat.com.br l (11) 5011-5288
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Seu hospital está preparado contra ataques de hackers? Empresas da área da saúde contêm inúmeros dados que despertam a atenção dos cibercriminosos. Prontuários, fichas de pacientes e resultados de exames, entre outras informações, estão na mira de hackers, que podem roubálas para vender a terceiros e até mesmo chantagear o paciente ou o hospital, caso tenham em mãos informações sobre pessoas famosas, como executivos de grandes empresas, políticos e celebridades. É importante ressaltar que hospitais, consultórios, clínicas e laboratórios são responsáveis pelo sigilo dos dados dos seus pacientes. “E mesmo com altos investimentos em tecnologia, eles continuam sendo alvo de ataques. Além do roubo de informações, os criminosos também podem causar indisponibilidade dos serviços, bloquear o acesso às informações e até controlar aparelhos médicos remotamente”, conta Bruno Zani, gerente de engenharia de sistemas da Intel Security. Ele lembra que em poucos anos haverá a explosão da Internet das Coisas (IoT) e, sem dúvida, a área da saúde será fortemente impactada. Serão bilhões de aparelhos conectados compartilhando informações. Dispositivos médicos pessoais, máquinas de exames, robôs, sistemas internos, tudo será conectado à internet, aumentando ainda mais a chance de ataques. “Atualmente já não é mais possível definir um perímetro para a segurança de um ambiente corporativo. Com serviços em nuvem e diversos dispositivos móveis, o perímetro se dissolveu”, observa. De fato, o mercado e as ameaças mudaram demais. Há dez anos não havia nem um milhão de malwares, hoje o McAfee Labs, divisão de pesquisa de ameaças da Intel, já soma quase 500 milhões de amostras. E com a popularização da Internet das Coisas, os números tendem a aumentar.
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Para Zani, os ataques são cada vez mais sofisticados e para combater essas novas ameaças é preciso inovar. “Mas isso não quer dizer trocar tudo o que já existe por soluções novas e mais modernas. O paradigma clássico não morre e ainda é preciso investir na segurança tradicional. Muitos dos ataques que acontecem são realizados por malwares conhecidos há muitos anos. É necessário mudar a forma como a tecnologia atua na empresa. O ambiente de segurança está cada vez mais complexo, são vários consoles, diversas políticas, milhões de alertas por dia e muito trabalho administrativo”, ressalta. Segundo ele, infelizmente, ainda não há no Brasil regulamentações para salvaguarda dos dados de pacientes como existem em outros países (HIPPA e outras). “De qualquer maneira, o crime digital atinge esferas nunca antes imagináveis e, consequentemente, o dado médico é um tipo de informação valiosa nas mãos de pessoas mal intencionadas, por isso a demanda tem crescido. A busca não é apenas pela proteção do dado do paciente, mas também da infraestrutura que o hospeda, esteja a informação on premise, em uma nuvem pública ou em
uma nuvem privada. Com a digitalização dos prontuários, a rastreabilidade ficou mais difícil, portanto a demanda para visibilidade desses dados também aumenta em paralelo à necessidade por proteção e a garantia de integridade das informações”, explica. O gerente de engenharia de sistemas da Intel Security diz que é possível inovar e aprimorar a segurança usando as ferramentas já existentes no próprio ambiente. Ele acredita que muitas vezes os responsáveis pela administração das soluções não conhecem todas as funções que elas podem exercer. “O modelo de segurança está evoluindo para a integração, é preciso fazer a tecnologia trabalhar de forma autônoma, promover a troca de informações entre as diferentes soluções para depender menos da intervenção do administrador. E, principalmente, aplicar a segurança de acordo com o negócio. Um novo padrão de segurança está sendo criado, baseado em comportamento e não só em assinatura. Estamos vivendo em uma época de mudança de paradigmas, sempre existirão riscos em inovar, mas não inovar é um risco maior ainda”, salienta. RANSOMWARE O grupo de Inteligência de Segurança da Informação da Cisco, o Talos, identificou uma variante de ransomware – uma espécie de vírus que sequestra dados – especialmente voltado para a área da saúde. Os hackers fizeram várias vítimas nos EUA recentemente, como o Centro Médico Presbiteriano de Hollywood e o Hospital Metodista de Kentucky, e há indícios de que a ameaça já chegou ao Brasil. Ao que tudo indica, essa variante, chamada de “Samsam”, se infiltra nos servidores através das redes e criptografa toda a base de dados dos hospitais, incluindo prontuários de pacientes, lista de visitantes, etc. Para descriptografar é preciso uma chave, liberada pelos hackers mediante pagamento, que gira em torno de milhares de dólares. O ransomware é o modelo mais utilizado pelos criminosos – e com sucesso, já que muitas empresas não têm outra saída a não ser pagar para ter seus dados de volta. Segundo o Relatório Anual de Segurança da Cisco de 2016, essa forma de ataque movimenta em média US$ 34 milhões por ano, tornando-a um negócio lucrativo. O que os hackers agora perceberam é que eles podem lucrar ainda mais ao apontar seus “canhões” para o setor da saúde.
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do que companhias de outros países, estando também atrasadas na adoção de políticas padronizadas, como a ISO 27001. Sem falar que o corte geral nos orçamentos de TI dos últimos anos também pode deixar os hospitais ainda mais vulneráveis. Bruno Zani, da Intel Security
“Os hospitais têm uma base de dados valiosa, com prontuários de pacientes, histórico de doenças e medicamentos, entre outros. Sem isso, eles não podem agendar consultas, realizar procedimentos médicos ou atender urgências”, afirma Fernando Zamai, engenheiro consultor de segurança da Cisco. Ou seja: sem sua base de dados, os hospitais praticamente param. E os hackers perceberam que eles estão mais dispostos a pagar altos valores pelo resgate. Além disso, esses ataques afetam as redes dos hospitais, que dependem delas para se comunicar. Eles também guardam informações pessoais de seus clientes e podem ser penalizados por entidades de classe caso haja vazamento. Por fim, o próprio setor da saúde não costuma investir pesado em segurança para a infraestrutura, como o financeiro, por exemplo, o que o torna um alvo mais atraente ainda. Segundo Zamai, existem várias formas de executar o ataque, incluindo o roubo das credenciais administrativas de terceirizados, para daí então se infiltrar nas redes. Além disso, o ambiente hospitalar concentra uma grande movimentação de pessoas facilitando que alguém não autorizado tenha acesso direto a uma porta aberta (um switch ou um roteador desprotegido), conectando um laptop e executando o arquivo contendo o malware. Essa variante de ransomware não tem um vetor de ataque focado no usuário, como o fishing, ou seja, e-mail com arquivo suspeito que procura “fisgar” o destinatário. O “Samsam” ao entrar na infraestrutura se comunica com a rede de comando e controle do hacker, que se esconde na internet usando técnicas avançadas como a criação dinâmica e aleatória de domínios, e movimenta-se lateralmente pela infraestrutura comprometida, buscando outros pontos de infecção. Quando a equipe de TI do hospital percebe, a ameaça já infectou diversas máquinas e criptografou os dados sensíveis.
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PREJUÍZO No caso do Centro Médico Presbiteriano de Hollywood, os diretores preferiram o meio mais rápido de resolver o problema, pagando US$ 17 mil (cerca R$ 68 mil) para reaver os dados. Já o Hospital Metodista de Kentucky se recusou a pagar e usou cópias de backup, demorando cinco dias para voltar a operar de forma parcial. O pagamento é feito em “bitcoins”, uma moeda digital que torna impossível saber quem são os verdadeiros autores do golpe.
“Com a crise instalada no setor da saúde, as instituições estão investindo apenas em segurança tradicional, o que não é suficiente. Segurança não é custo, mas, sim, viabilizador do mundo digital”, descreve Zamai, contando que um hacker pode entrar no sistema e ter acesso a ele por, por exemplo, 200 dias sem que ninguém perceba. Há casos no Brasil de hospitais que perderam seus dados após um ataque e voltaram a utilizar o modelo manual, o que é de certa forma um retrocesso. Não é costume no país reportar incidentes do tipo, pois quando há problemas de segurança, os hospitais podem ter de pagar multas, sem falar no impacto na imagem e no processo de acreditação. As instituições de saúde mais vulneráveis são as públicas, pelo tempo que se leva para abrir concorrência e escolher a empresa parceira em segurança das informações. VACINA O engenheiro consultor de segurança da Cisco afirma que, como as ameaças hoje são amplas e dinâmicas, a segurança de TI também deve ser assim. “A nova variante de ransomware pode entrar por várias brechas e adquirir vários formatos, o que requer sistemas de segurança em toda a infraestrutura”, explica o especialista. Ou seja: já não basta ter um firewall e um antivírus para proteger as redes – é melhor saber o que passa por elas e monitorar o tráfego de dados. Uma das soluções é analisar as requisições de resolução de nome, que identifica o ransomware no momento em que ele tenta se comunicar com o servidor de comando e controle do hacker e bloqueia sua atividade. A adoção do serviço é simples e rápida, totalmente na nuvem, e existem pacotes de proteção gratuitos. Outra solução é adotar equipamentos capazes de reconhecer automaticamente os usuários e seus dispositivos, permitindo o acesso de acordo com perfis e políticas previamente estabelecidas. Um item obrigatório aos administradores de TI é a pratica de realizar backup dos dados e de forma frequente. Ter um backup integral e constante do banco de dados pode evitar que os hospitais, que dependem das informações, tenham de pagar o resgate no caso de um ataque de ransomware. Porém, Zamai lembra que isso talvez não seja suficiente: “as novas ameaças podem danificar até mesmo cópias guardadas em diversos lugares”.
Fernando Zamai, da Cisco
No Brasil, um ataque de ransomware a hospitais poderia ser catastrófico. Segundo outro estudo recente da Cisco, as empresas brasileiras usam menos sistemas de defesa
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Hospitalar: espaço essencial para atualização, negócios e relacionamento Entre os dias 17 e 20 de maio, empresários, profissionais da área médico-hospitalar e influenciadores do setor de saúde do Brasil e do exterior reúnem-se em São Paulo para participar da 23ª edição da Hospitalar Feira e Fórum. Reconhecido como um encontro essencial para atualização, negócios e relacionamento da comunidade de saúde do Brasil e das Américas, o evento conta com 1.250 empresas expositoras de 36 países e quase 50 congressos, seminários e encontros técnicos. Mais de 90 mil visitas profissionais, de toda a cadeia da saúde, são esperadas para esta edição, devendo gerar um movimento muito qualificado nos estandes da feira e nas salas de conferências, durante os quatro dias de realização. Monica Araújo, diretora do evento, destaca que esta é uma ótima oportunidade para que profissionais dos hospitais e estabelecimentos de saúde possam estreitar relacionamento com a cadeia fornecedora de soluções para o setor. “A Hospitalar aperfeiçoa cada vez mais sua capacidade de conectar os agentes desse mercado. Ela busca ser uma vitrine qualificada, onde as inovações são apresentadas e as melhorias são discutidas”, declara. Além de conhecer os lançamentos das empresas de saúde, fazer contatos estratégicos e atualizar-se com as mais inovadoras soluções para o setor, os visitantes poderão conhecer ações promovidas por instituições, universidades e órgãos do poder público. São congressos, seminários, workshops, demonstrações técnicas, lançamentos de livros e eventos de confraternização que fazem do evento um verdadeiro happening para a área da saúde. FÓRUM O carro-chefe dos eventos é o CISS – Congresso Internacional de Serviços de Saúde, cujo tema é “Economia da Saúde – Saúde da Economia”. Nos dias 18 e 19 de maio, ele vai reunir especialistas da França, da Espanha e dos Estados Unidos para analisar como funcionam e se financiam os sistemas de saúde nas principais economias mundiais. A feira também vai abrigar um fórum inédito destinado a debater e apresentar as últimas tendências de eHealth.
Trata-se do Hospitalar Digital Healthcare Fórum: eHealth – Scenarios, Trends & Investments, que será uma das grandes vitrines da inovação tecnológica e digital na área médica. A FBAH – Federação Brasileira de Administradores Hospitalares está à frente de seis congressos, organizados sob o “guardachuva” do 39º Congresso Brasileiro de Administração Hospitalar e Gestão em Saúde e também do IX Congresso Latino Americano de Administradores de Saúde, abordando “Gestão em Saúde: Eficiência, Inovação, Sustentabilidade”. Nesta edição do Hospital Contemporâneo, realizado pela L+M, o tema “Mar de Criação de + Saúde para um Novo Brasil” será comum a três momentos: o Hospital Contemporâneo, o Congresso Design & Operação (D&O) e o painel Manhã de Tecnologia. Prevenção e tratamento de feridas será o mote do fórum que a Revista Feridas realizará durante a Hospitalar, dirigido à área de enfermagem e demais profissionais da saúde. Por sua vez, o Grupo Doenças do Aparelho Digestivo do Hospital 9 de Julho promoverá o inédito “Fórum sobre Ciência e Tecnologia de Alta Complexidade”, voltado a médicos residentes das áreas de gastroenterologia, cirurgia do aparelho digestivo, coloproctologia e endoscopia. O Sindhosp, a CNS e a Fenaess realizarão dois eventos, organizados pelo Iepas: o 11º Congresso Brasileiro de Gestão em Clínicas de Serviços de Saúde e o 10º Congresso Brasileiro de Gestão em Laboratórios Clínicos, este em parceria com a SBPC/ML. Além disso, a feira apresentará sete eventos simultâneos: Hospitais Lounge, Hospfarma Espaço Farmacêutico, Expo Enfermagem, Diagnóstica, Digital Healthcare e Reabilitação, com o que há de melhor na vitrine mundial de cada segmento.
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Monica Araújo, diretora da Hospitalar
ESPECIAL Nesta edição, a RHB traz matérias destacadas sobre o Hospitalar Digital Healthcare Fórum: eHealth – Scenarios, Trends & Investments, o espaço Hospitais Lounge e as novidades apresentadas pelos expositores da feira. Acompanhe a seguir!
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Como agente transformador da Saúde, eHealth terá congresso especializado Não há alternativas: prova-se cada vez mais que os investimentos em inovação e tecnologias são fundamentais para a remodelação e o progresso da Saúde. O desenvolvimento e o crescimento da área também dependem significativamente de iniciativas visionárias do mercado médico-hospitalar que ofereçam aos profissionais e pacientes um serviço de qualidade com custo-benefício proveitoso. Empresas de grande porte como Agfa, Intel, InterSystems e MV também acreditam que a saúde digital seja o caminho com resultados mais visíveis e eficazes. Por pensarem dessa forma, patrocinam o fórum internacional: eHealthScenarios, Trends & Investments, que durante os quatro dias da Feira Hospitalar abordará soluções inovadoras para a cadeia hospitalar, o venture capital na inovação em eHealth, bem como as demandas e oportunidades em TeleHealth e a chegada ao usuário final.
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O eHealth é uma tendência mundial que revolucionou a rotina e a gestão de hospitais. O que antes era visto apenas como soluções viáveis no futuro já pode ser encontrado em instituições de saúde de todo o país. A conectividade entre equipe médica, pacientes e profissionais de forma eficaz economiza tempo, dinheiro e diversas vezes facilita processos burocráticos, além de ajudar em diagnósticos e tratamentos. Segundo o diretor de soluções de saúde para a América Latina da Intel, José Luis Bruzadin, o fórum é um excelente local para dialogar sobre novas tecnologias, debater seus impactos na realidade nacional, avaliar as melhores formas de adoção e entender quais barreiras precisam ser ultrapassadas. “Hoje em dia não se pode discutir a evolução da saúde sem o auxílio das tecnologias da informação. Para que isso aconteça, é necessário pensar junto com os principais atores no processo de saúde – médicos, enfermeiros, executivos hospitalares, pacientes, fornecedores de soluções, governo, reguladores, etc. – de modo que haja consenso acerca do melhor uso dessas tecnologias. Big data, análises, mobilidade e internet
das coisas estão transformando o mundo nas mais diversas áreas – e não é diferente na Saúde.” Estatísticas da consultoria Syte apontam que o eHealth é uma das áreas que mais crescem no mundo, inclusive em países com baixa conectividade. Somente em 2015, as cifras destinadas à saúde digital chegaram à casa dos US$ 4,5 bilhões no mundo. O relatório da empresa de pesquisa SG2 Intelligence observa que, no ritmo atual, até 2024 mais de 15% de todas as consultas nos Estados Unidos ocorrerão de forma virtual. Ainda usando o cenário do país norte-americano como exemplo, o levantamento da HIMSS Analytics, de janeiro deste ano, mostra que os investimentos no setor de eHealth crescem de forma acelerada no ambiente hospitalar: as cifras voltadas para soluções de Clinical Data Warehousing devem aumentar 500%, principalmente para troca eletrônica de dados clínicos, que têm previsão de incremento de 200%. O impacto da tecnologia no setor, no entanto, vai além do dinamismo na rotina hospitalar e interatividade entre médico-paciente, também sendo importante na economia de recursos. Citando o relatório da empresa Caradigm, o consultor internacional de eSaúde e diretor do Health Mentor Institute, Guilherme Hummel, destaca que a prescrição eletrônica reduz os erros em até 48% e pode gerar economia de U$ 700 milhões, somente nos Estados Unidos. “Estamos assistindo a uma revolução no setor de telemedicina aplicada. Até o final desta década, médicos brasileiros e seus pacientes vão se comunicar por meio de videoconferência, viabilizando as consultas à distância.” A protagonização do paciente é mais um fator fundamental possibilitado pelos novos avanços tecnológicos. “Hoje em dia, temos diversos aplicativos que ajudam a cuidar da saúde e a monitorá-la. Podemos encontrar no mercado uma grande variedade deles focados em condicionamento físico, acompanhamento nutricional e informações sobre corpo e bem-estar, motivando as pessoas a cuidarem melhor de seus
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hábitos”, afirma o diretor geral da InterSystems para a América Latina, Carlos Eduardo Nogueira. A empresa é considerada líder global de tecnologia em informação da saúde e possui diversos projetos espalhados por todo o mundo, envolvendo grandes corporações, como Rhode Island, New York (NYeC), Unimed Fortaleza, Sírio-Libanês, Hospital Israelita Albert Einstein e governo do Distrito Federal. Os cases de sucesso estão por todo lugar. A ferramenta BI (Business Inteligence), da Agfa HealthCare, por exemplo, é uma dessas soluções. A inovação mescla dados e fornece relatórios elaborados na tela do computador. O software ainda permite visualizar todo o processo ocorrido em determinado setor, categorizá-lo e analisá-lo. “Quando implementadas na área da Saúde, as novas tecnologias são capazes de melhorar uma gama de procedimentos, que vão desde a redução de custo, passando pela otimização dos atendimentos até o aprimoramento de gestão organizacional”, complementa o presidente da Agfa HealthCare na América Latina, Roberto Ferrarini. A MV, fornecedora de soluções de gestão especializadas no segmento, entende que o tema da saúde digital tem vindo à tona em decorrência da necessidade de adoção de tecnologias da informação para aumento de eficiência e qualidade nos processos clínicos. “É importante destacar neste contexto a transformação do engajamento do paciente. Com a disseminação de tecnologias, sobretudo aplicativos mobile, ele passa a ser um ator no processo de cuidado com a saúde. Esse fórum representa uma das grandes vitrines da inovação tecnológica e digital na área médica que a empresa tem interesse em apoiar pela oportunidade de disseminar a visão de que a TI não é apenas um item estratégico, mas sim uma ferramenta que está mudando o setor, desburocratizando-o e garantindo mais eficiência e melhoria no acolhimento aos usuários”, declara o presidente da MV, Paulo Magnus.
Até o momento, as atividades previstas para a comunidade empreendedora são: “Tech Talk: fundamentos tecnológicos para estruturação e crescimento de uma solução em nuvem”; “Growth Talk: fundamentos de negócios para estruturação e crescimento de uma companhia”; e “Health Talk: conversa com executivos sobre necessidades tecnológicas do setor”. Haverá ainda um workshop para treinar profissionais em metodologia de geração de produtos e resolução de problemas. Entre aqueles que estarão presentes nas atividades, destacam-se o CEO do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Chapchap; o superintendente do HCor, Ary Ribeiro; o CEO da Bionexo, Maurício Barbosa; e o diretor de estratégias do Twitter, Philip Klein. O estande estará aberto aos visitantes durante os três primeiros dias do evento. De acordo com a diretora de eventos da Feira Hospitalar, Mônica Araújo, o investimento em iniciativas inovadoras é imprescindível para o atendimento qualificado ao paciente e à melhoria do sistema de saúde no Brasil. “A tecnologia se desenvolve tão rápido e, quando chega ao segmento, melhora todos os processos. Um paciente que tenha problema cardíaco, por exemplo, vai ser automaticamente monitorado; o sistema de saúde privado vai saber como está sendo feito o acompanhamento e isso é benéfico para todos os envolvidos porque reduz o custo do plano de saúde, já que as atenções estão voltadas para a prevenção, e não a cura. O avanço do eHealth melhora os atendimentos tanto na rede privada quanto na rede pública, e o paciente será positivamente impactado”, finaliza a diretora.
AGENDA DIGITAL HEALTHCARE
Realizado pela Hospitalar, Health Mentor Institute, Syte e TM Jobs, o fórum será exclusivo para convidados. No entanto, todos os visitantes da feira terão a oportunidade de acompanhar os debates, pois haverá transmissão simultânea para a área que concentra os expositores de tecnologia, no Pavilhão Verde.
A tecnologia vai revolucionar a relação do paciente com a cadeia da saúde. A seguir, a agenda de atrações que serão realizadas durante a Hospitalar 2016.
5 YEARS FROM NOW Com a Tecnologia da Informação em foco na Feira Hospitalar, a criatividade do brasileiro é estimulada ainda mais, e produtos inovadores que provem sua utilidade no dia a dia de clínicas e centros de saúde se destacam e atraem olhares do mercado, que atualmente analisa mais cuidadosamente onde e como investir.
18 de maio – Sebrae – Como a tecnologia pode ajudar a saúde. Vagas limitadas! – Auditório 09
Diante disso e por acreditar na capacidade transformadora do eHealth para o setor, a Feira Hospitalar criou dentro do Pavilhão Verde uma área que contempla inovações tecnológicas. O espaço “5 years from now”, que em português pode ser entendido como “daqui a cinco anos”, é uma parceria da Hospitalar com as empresas WhizHealth e Bionexo para fomentar o empreendedorismo digital no setor e será dividido em três espaços: estandes para divulgação dos produtos de startups, auditório e workshops relacionados ao tema.
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saúde, tenham componente mobile em seu produto, sejam baseadas em nuvem, tenham potencial de escalabilidade e preferencialmente já tenham sido testadas e validadas por alguma instituição do setor.
Startups serão selecionadas para ter produtos expostos à comunidade hospitalar, as melhores soluções serão premiadas. A escolha levará em consideração inovações que proponham resolver um problema real do sistema de
17-20 de maio – Digital Healthcare: eHealthScenarios, Trends & Investments – Transmissão ao vivo para o Pavilhão Verde – Rua G 88/90
17-20 maio – 5 Years From Now – Área de inovação e apresentação de startups e empreendedores digitais da saúde – Pavilhão Verde 17-20 de maio – Hospital Contemporâneo – O mar está para peixe – Propostas e debate para criar mais saúde para um novo Brasil – Pavilhão Branco – Ruas F/G 125/126 20 maio – Manhã de Tecnologia – Organizada pela L+M, abordará temas como a gestão automatizada dos materiais, medicamentos e OPME, internet das coisas, equipamentos interconectados e métodos de ferramentas de trabalho em equipe – As palestras serão realizadas no Auditório 11
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Instituições de referência destacam atuação no espaço Hospitais Lounge Hospital Israelita Albert Einstein
Por meio do Instituto Israelita de Consultoria e Gestão, o Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, se preparou para receber na feira clientes, hospitais e clínicas que já multiplicam a experiência do Einstein em seus ambientes. Alguns dos serviços que a consultoria apresenta no espaço são Telemedicina, Programa para Designação Planetree, Gestão do Corpo Clínico, Eficiência Operacional, Projetos com a metodologia Lean Six Sigma, Hotelaria Hospitalar e acreditações e certificações. Pav. Vermelho – Rua L 49
Seis hospitais de referência participam desta edição da Hospitalar Feira + Fórum. Albert Einstein, Bandeirantes, Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hospital das Clínicas/ HCFMUSP, Oswaldo Cruz e Sírio-Libanês fazem parte do Hospitais Lounge, setor especial estruturado em área nobre da feira, destinado exclusivamente às instituições de saúde para divulgarem atividades, projetos, programas de qualificação, serviços de consultoria e prospecção de parcerias estratégicas. A seguir, alguns deles contam seus destaques no evento.
Bandeirantes
Localizado na capital paulista, o Hospital Bandeirantes apresenta nesta edição da feira a ampliação de seu pronto-socorro, cujo objetivo é tornar a área ainda mais ágil e segura. “Fizemos uma reforma completa da infraestrutura com a duplicação da capacidade operacional de atendimentos”, revela Rodrigo Lopes, CEO dos hospitais Bandeirantes e Leforte. Para levar conteúdo relevante ao público presente, a instituição vai promover palestras com os seguintes temas: Raciocínio Clínico, com Vera de Fátima Palmeira; Protocolo de Dor Torácica Institucional, com Heron Rached; e Lean na área da saúde, com Eliana Oliveira e João Câncio. Além disso, serão lançados os livros “Lean na área da saúde” e “Manual de cardio-oncologia”. Pav. Vermelho – Rua L 51
Beneficência Portuguesa
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A Beneficência Portuguesa de São Paulo vem passando por uma série de mudanças, redefiniu estratégia de negócios, investiu muito na modernização dos hospitais e centros de diagnóstico, o que abriu oportunidades de negócios importantes. De 2010 até agora, mais de R$ 300 milhões já foram aplicados na expansão e qualificação de sua estrutura hospitalar. Em 2015, investiu mais de R$ 70 milhões, sendo R$3 milhões em TI e R$ 8 milhões para o Centro de Diagnósticos, entre outros setores. Divulgar essas ações com o mercado da saúde é o principal intuito de sua participação nesta edição da Hospitalar, como conta a CEO, Denise Santos. “Referenciado como um dos mais avançados centros de saúde do Brasil, a Beneficência vem aprimorando seu desempenho econômico e investindo cada vez mais em infraestrutura, desenvolvimento de lideranças, capacitação das áreas de atendimento e melhoria da competência técnica”, declara. No estande, também serão realizadas palestras com especialistas da instituição. Pav. Vermelho – Rua K 43
HCFMUSP
No terceiro ano de participação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – HCFMUSP na Hospitalar, os destaques estão voltados para Inovação, Humanização, Ensino (Escola de Educação Permanente – EEP) e Sustentabilidade, por meio da utilização de vídeos, totem interativo, aplicativo com acesso por QR CODE e diversos materiais impressos de apoio. Neste ano, a instituição apresenta o Núcleo de Inovação Tecnológica, criado para prover meios de transformar o conhecimento científico em soluções para a saúde. “Trata-se de uma rede de competências que coloca inteligência e tecnologia a serviço da eficiência do atendimento, da segurança e qualidade de vida do paciente”, explica o superintendente, Antonio José Rodrigues Pereira. Pav. Vermelho – Rua L 51
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TTS
Eficaz contra contaminação cruzada, o sistema Dosely possibilita ajuste de quando e quanto deve impregnar o refil com solução química, de acordo com a área e o tipo de higienização (leve ou pesada). Proporciona redução de até 70% no uso de solução e economiza até 20% do tempo, além de garantir maior ergonomia e segurança. Prático e ideal para limpeza de pisos, paredes e tetos, tem conceito de uso e descarte, e é 100% ecológico. Acoplado aos modelos de carros Magic, é compatível com os sistemas TTS em microfibra e atende à NR32.
Health Móveis
Seguro e fácil de manusear, o carro de TI para prontuário eletrônico Tech Care inclui ERP, PACS e outros sistemas para acesso à informação. Ergométrico, leve e resistente, possui ajuste de altura e sistema antifurto para fixação do notebook. Confeccionado em aço inox, tem como opcionais suportes para leitor de código de barras, mouse, perfurocortante e régua de tomadas. Já o carro de procedimentos especiais Multiline é prático e ideal para salas de Ressonância Magnética. Com tecnologia antibacteriana, possui diferentes especificações que se adaptam de acordo com cada necessidade. Pav. Branco – Rua C 70 (14) 3815-6569 www.healthmoveis.com.br
Pav. Branco – Rua F 107/109 (11) 4612-0722 – www.ttsystem.com
Konex
O novo Fantoma Mamográfico de Acreditação permite que os proprietários de equipamentos de mamografia verifiquem periodicamente a qualidade de imagem, conforme determina o Ministério da Saúde na portaria 2898/2013. Seguindo o padrão ACR, definido pelo Colégio Americano de Radiologia, o dispositivo proporciona rápida detecção de alterações na qualidade de imagem, possibilitando as correções necessárias para que o equipamento tenha desempenho satisfatório. Pav. Vermelho – Rua K 63/65 (11) 5063-0932 – www.konex.com.br
Moriya
NOX P��� é um monitor de óxido nítrico, dióxido de nitrogênio e oxigênio baseado em células eletroquímicas. Sua versão P��� SPM�� conta com o avançado sistema Masimo de oximetria de pulso não invasiva, com saturação de oxigênio e metahemoglobina, índice de perfusão e pulso. Funciona ligado à rede elétrica ou com bateria interna recarregável, que possui autonomia de até duas horas. Conta ainda com LCD colorido sensível ao toque - com 640 x 480 pixels -, alarmes audiovisuais e válvula de segurança. Possibilita cálculos e dados de tendência com até 15 dias contínuos de monitoração, podendo ser visualizados na tela e enviados via USB. Pav. Branco – Ruas E/G 21/22 (11) 5573-9773 – www.jgmoriya.com.br
Medcir/Grupo Newmed
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Com uma completa linha de bisturis eletrônicos, consolidada no mercado brasileiro e presente nos principais hospitais do país, a empresa apresenta novidades em aparelhos para eletrocirurgia e detectores fetais. Fruto de investimentos em pesquisas de mercado e desenvolvimento de novas tecnologias, as linhas SmartCut e PowerCut, por exemplo, contam com diferentes versões que variam de 70W a 400W de potência e atendem às mais diversas aplicações em cirurgias, com características inovadoras e excelente custo-benefício. Pav. Branco – Ruas B/C 63/64 (11) 5562-1100 – www.medcir.com.br
Kevenoll
Importadora e distribuidora das luvas cirúrgicas e de procedimento Maxitex®, Nuzone® e Nugard®, a empresa apresenta como lançamento o modelo Maxitex® PF. Segura, a luva cirúrgica estéril, de látex e isenta de pó é ideal para utilização em hospitais, clínicas odontológicas e veterinárias e demais estabelecimentos onde há necessidade de proteção. Pav. Azul – Rua E 35 (47) 3702-3600 – www.kevenoll.com.br
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RC Móveis Hospitalares
A cama dobrável RC 207 é ideal para home care, residências ou locais com pouco espaço para movimentação de camas hospitalares convencionais. Com design moderno, prático e resistente, o modelo possui cabeceira e peseira confeccionadas em poliuretano/ABS, além de grades sanfonadas produzidas em aço inox. Pav. Branco – Rua E 77 (19) 2119-9000 – www.rcmoveis.com.br
Celmat
Novidade no Brasil, a máscara com evolução para anestesia conta com coxim inflável e protetor ocular integrado, garantindo a segurança do paciente. De uso único, o lançamento possui registro na Anvisa, é higiênico, econômico, prático e confortável. Para evitar possíveis lesões oculares, seu protetor fica sempre visível ao profissional, lembrando-o de colocá-lo no paciente assim que ficar inconsciente. Além disso, o protetor ocular também dispensa o uso de fitas, pois já vem fixado na máscara, facilitando o trabalho da equipe.
H. Strattner
O foco cirúrgico Aurinio LED combina iluminação e temperatura de cor, com baixo consumo de energia. Com design inovador e livre de manutenção, atende aos requisitos de fluxo laminar, oferecendo ótima profundidade de iluminação e diâmetro de campo ajustável. Já as estativas Trilux Medidrant possuem braços de tamanho variados e diversas opções de conexão para tomadas de energia, gases medicinais e de dados, além de permitir integração com iluminação indireta com LED. Fixadas no teto, possibilitam liberdade de movimento e contam com variante de carga pesada para elevação de aparelhos de anestesia. Pav. Branco – Rua E 40/42 (21) 2121-1300 – www.strattner.com.br
Protec/R&D Mediq
O novo Monitor de Óxido Nítrico foi projetado para oferecer segurança durante tratamentos com óxido nítrico inalatório. Monitora continuamente os níveis de óxido nítrico (NO) e dióxido de nitrogênio (NO2), gerando alarmes em caso de ocorrências. Possui ainda calculadora de dosagem, que permite o correto ajuste do fluxo de NO em função do ventilador e da dose desejada. Eficiente e prático, o monitor acompanha o carro iNO, que integra dois rotâmetros de alta precisão e facilita conexões com o cilindro de NO.
Pav. Branco – Ruas D/E 100/104 (11) 5011-5288 – www.celmat.com.br
Nilko
Pav. Azul – Ruas C/D 35/42 (11) 3132-9888 – www.protec.com.br
Fanem
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Com uma linha completa de armários para vestiários, a empresa apresenta lançamentos em uma ilha de inovações. Entre as principais novidades destacam-se o design das portas, fechamento lateral com espelhos, novo visual do escudo, pintura com texturas diferenciadas, além de um armário carregador para celulares/tablets, com dispositivo WiFi. Unindo qualidade e organização, todos os armários são feitos em aço galvanizado, possuem dez anos de garantia contra defeito de fabricação e pintura antibacteriana, antimofo e sem cheiro, que garante higiene e segurança. Pav. Branco – Rua E 114/116 (41) 3661-1800 – www.nilko.com.br/armarios
Robustos, os aspiradores cirúrgicos DIAPUMP Colibri têm alto poder de aspiração e alarme audiovisual que avisa quando os cabos dos sensores de nível de líquido estão desconectados ou rompidos, garantindo segurança ao paciente. Quando ligados, reconhecem automaticamente os sensores, e contam com autoprogramação e painéis microprocessados que permitem visualização à distância. Fáceis de manusear, proporcionam mobilidade com um modelo a bateria e outro para uso em ambulância. Em processo de certificação, estarão disponíveis para comercialização no 3º trimestre de 2016. Pav. Branco – Ruas H/I 23/36 (11) 2972-5700 - www.fanem.com.br
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U’North Medical
Pensando na segurança e conforto dos pacientes, a empresa oferece a mesa cirúrgica elétrica com avanço longitudinal, modelo UN 5012. Com acionamento elétrico, possibilita maior abrangência para o uso de intensificador de imagens, além de ser um produto nacional.
Traumec
O NEUROENDOVIEW Plus é um sistema de acesso que, aliado às técnicas de localização das lesões, permite ao neurocirurgião uma abordagem microcirúrgica segura e eficiente. De uso único, é ideal para extração/remoção de lesões cerebrais profundas e atua como um portal de acesso para outros instrumentos de manipulação do tecido cerebral, permitindo afastá-los com cuidado. Seu kit dilatador é composto por um conjunto de instrumentais projetados para fazer o acesso até a lesão, retraindo o cérebro e criando uma lacuna para suavizar sua introdução.
Pav. Branco – Rua E 77 (19) 3887-2977 – www.unorth.com.br
CDK
Beta Eletronic
O IT Médico é um sistema de aterramento compulsório para aplicações hospitalares do Grupo 2 (equipamentos de sustentação à vida), conforme determina a NBR 13534. Tratase de uma solução completa para evitar falhas de energia em UTIs, salas cirúrgicas e de hemodinâmica, informando preventivamente fuga à terra, sobrecarga, nível de temperatura do transformador ou rompimento de cabos, protegendo a instalação elétrica de diversos transtornos. É composto por transformadores de separação, dispositivo monitor de isolação/temperatura/corrente, entre outros acessórios de última geração.
Pav. Branco - Rua C 08 (11) 5545-4544 – www.betaeletronic.com.br
Accumed/Glicomed
O medidor de glicose G-TECH Lite disponibiliza ao mercado brasileiro o que há de mais moderno para controle de glicose no sangue. Oferecendo novas tecnologias, como AutoCode e enzima GDH-FAD, o aparelho tem diversas funções que auxiliam o usuário. Portátil, possui design diferenciado e moderno, além de um amplo display que facilita a leitura. Conta ainda com dispositivo ejetor de tiras, que possibilita um descarte mais seguro e higiênico sem contato com as mãos.
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Pav. Azul – Rua C 01/03 (19) 3522-1177 – www.traumec.com.br
Pav. Azul – Ruas B/C 31/32 (21) 2126-1600 www.accumed.com.br
A série DIAFIX HF ® é ideal para hospitais e clínicas na criação de imagens radiográficas de alta resolução para diagnósticos do esqueleto, crânio, tórax, abdômen, entre outros, possibilitando variedade de movimentos e configurações. As imagens podem ser obtidas com o paciente em posição vertical, horizontal ou em cadeira de rodas. A Radiologia Digital (DR) diminui o tempo de espera, aumentando a produtividade. O DIAFIX HF DR® permite otimizar o fluxo de trabalho em até 60% frente aos sistemas convencionais, uma vez que sua imagem é obtida em até três segundos. Pav. Vermelho – Ruas J/K 59/60 (11) 4055-1011 – www.cdk.com.br
Ortosintese
A mesa cirúrgica elétrica modelo MC357B tem capacidade para pacientes com até 350 kg. Registrada na Anvisa, permite movimento longitudinal para uso de intensificador de imagem. Com uma variedade de acessórios disponíveis, é versátil e ideal para cirurgia geral, intervertebral ou retal, urológica e ginecológica, cardiovascular, artroscopia de ombro, além de neurológica e ortopédica de tração de membros superiores e inferiores. Pav. Branco – Ruas C/E 21/22 (11) 3948-4000 – www.ortosintese.com.br
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Magnamed
O FlexiMag Plus é um ventilador com tecnologia de ponta para pacientes neonatais a adultos. Com baixo custo operacional, permite monitoramento de oximetria e capnografia e possui recursos que facilitam o desmame do paciente. Também disponibiliza as mais novas modalidades ventilatórias aplicadas em terapia intensiva (PRVC, APRV, MMV, VS) e mantém o histórico de funcionamento das últimas 72 horas. De fácil manipulação, possui interface intuitiva que permite operações por meio de tela sensível ao toque (touchscreen) e correção dos volumes conforme as condições de temperatura.
Dräger
A empresa vai expor uma relíquia de seu portfólio: Pulmotor – o primeiro ventilador de transporte de emergência produzido em série no mundo, lançado em 1907. Contrapondo o passado, será mostrado também o que há de mais moderno na área de ventilação mecânica, anestesia, monitoração, entre outros. Outra novidade é o lançamento do programa de educação continuada Webcursos Dräger, uma série de treinamentos que serão disponibilizados ao público gratuitamente. Participantes poderão assistir ao vivo no estande ou acompanhar pela internet, inscrevendo-se no site da companhia. Pav. Branco – Ruas F/G 23/28 (11) 4889-4900 - www.draeger.com
Pav. Branco – Ruas B/C 33/38 (11) 5081-4115 – www.magnamed.com.br
Grifols Niazi Chofi
A empresa confecciona e distribui completa linha de enxovais hospitalares composta por protetores de colchões, travesseiros, colchas, edredons e cobertores, além de toalhas bordadas, alto relevo ou silk screen e lençóis de 180 a 1000 fios. Sua linha cirúrgica engloba aventais, capotes, camisolas, pijamas, conjuntos, toucas e capas para biombos. Pav. Azul – Ruas A/B 23/24 (11) 3322-6565 – www.niaziprofissional.com.br
A empresa possui décadas de experiência e implementações de sucesso em projetos de automação hospitalar de diversos níveis de complexidade. São alternativas que aproveitam os benefícios da tecnologia avançada para aperfeiçoar a eficiência hospitalar e a segurança do paciente. Os projetos aumentam o custo-benefício nos hospitais, melhorando também os cuidados com o paciente. Pav. Vermelho – Rua M 60 (41) 3668-2444 – hospital-logistics.grifols.com l www.grifols.com
Dorja Transmai
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Com sistema configurável e tela de LCD, o monitor de sinais vitais MX600 incorpora as últimas inovações cardiológicas. Com tecnologia digital e poderosos microprocessadores que fornecem parâmetros, sinais e registros de alta qualidade e resolução, proporciona excelente custobenefício. Pav. Branco – Ruas D/E 36/38 (11) 2335-1000 - www.transmai.com.br
Lançamentos, os aspiradores e sugadores de sangue e saliva modelos MD100 (1 litro), MD300 (3 litros) e MD600 (6 litros) são ideais para procedimentos cirúrgicos e odontológicos em consultórios, clínicas e hospitais. Com design moderno, são silenciosos e permitem fácil transporte e locomoção. Possuem frasco plástico e válvula de segurança contra transbordamentos, além de mangueira de silicone com dois metros. Pav. Branco – Rua C 37/41 (11) 3872-4266 – www.jamir.com.br
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Segurança
Portas de inox oferecem confiabilidade e economia Segundo a última edição do Observatório Anahp, publicado pela Associação Nacional de Hospitais Privados, a receita líquida diária de seus associados por paciente em 2014 foi de R$ 4.118,00, representando uma queda de 5% em relação ao ano de 2013, quando era de R$ 4.327,00. Vale lembrar que esse número é referente a um paciente padrão, se a conta for por diária em sala cirúrgica, o valor ultrapassa R$ 40.000,00. Com cifras tão astronômicas, qualquer parada no taxímetro do hospital significa que muito dinheiro deixará de entrar no caixa. E por incrível que pareça, milhares de vezes por ano esse taxímetro é desligado devido a uma simples porta. Isso porque o tráfego de macas e outros materiais de transporte, como carros de limpeza e de alimentação, exercem um desafio constante à integridade física dos estabelecimentos de saúde. Um hospital pode ter facilmente mais de 100 maqueiros. Ao se imaginar que macas são conduzidas por dezenas de pessoas, com pacientes nelas, sete dias na semana e 24 horas por dia, muitas vezes sob estresse intenso, é possível entender por que uma porta precisa de manutenção três vezes por ano e, dependendo do caso, até mais do que isso. Em um caso de vida ou morte, a última coisa que o profissional vai pensar é na integridade de uma porta. “Em visita a um grande escritório de arquitetura, uma das sócias nos confirmou que em determinado hospital a deterioração das portas é tão frequente que existe uma equipe e um procedimento específico para o seu reparo”, explica Alexandre do Nascimento, gerente comercial da Palmetal. Segundo ele, isso se deve ao fato de que nenhum laminado ou derivado de madeira é capaz de resistir por muito tempo ao impacto contínuo de pesados materiais contra ele. E a partir do momento que existe a ruptura, a porta precisa ser trocada porque a limpeza não é mais possível e rapidamente um foco de contaminação será instalado naquele ponto. “Dependendo da colisão, o marco também precisa ser trocado e isso implica em muito mais tempo de reparo e custo com manutenções”, acrescenta.
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Nascimento conta que em um importante hospital de Alagoas, uma porta chegou a ser completamente arrancada da parede devido à ação do vento. “Em casos mais sérios, o ambiente pode ficar interditado por até dois ou três dias. Dois anos de intervenções desse tipo seriam suficientes para pagar uma solução definitiva: as portas de aço inoxidável”, revela. INOX Em um grande hospital de São Paulo, foi realizada uma experiência que mostrou a superioridade do aço inox quando se trata de portas hospitalares. Um dos quartos que precisava de manutenção três vezes ao ano teve o marco trocado por aço inox e uma chapa colada sobre a porta. Apesar de ser uma solução incompleta, o efeito causado foi absolutamente efetivo na durabilidade do equipamento. Passado dois anos da instalação, não houve mais nenhum
reparo na porta, o que se converteu em uma economia brutal de dinheiro, tempo e recursos. Ciente desses números, a Palmetal está focada em levar essa solução para as grandes instituições de saúde do país. “Nossa porta foi pensada do zero para o ambiente hospitalar. Ela dispõe de estrutura extremamente reforçada para suportar todos os impactos diários durante anos a fio e permanecer intacta”, declara Nascimento.
POR QUE INSTALAR UMA PORTA DE INOX 1. Menos contaminação: somente o aço inoxidável pode ser perfeitamente higienizado. A limpeza é simples e rápida, sua composição evita manchas e a proliferação de microrganismos; 2. Economia de dinheiro: o hospital não vai mais gastar comprando portas novas com frequência; 3. Economia de tempo: a equipe de manutenção ficará livre para fazer outros reparos mais importantes; 4. Segurança: uma porta quebrada pode causar diversos transtornos e ferimentos a pacientes e colaboradores; 5. Aparência: o aço inoxidável é uma grife por si só e faz a diferença no ambiente de trabalho; 6. Confiabilidade: com uma porta de inox, não haverá mais paradas para reparo desse item; 7. Fácil instalação: pode ser feita pela própria equipe de manutenção. Vídeo demonstrativo disponível no link vimeo.com/76217568. 8. Garantia: as Portas Palmetal têm dez anos de garantia contra defeitos de fabricação ou quebra do mecanismo de abertura; 9. Variedade de modelos: os modelos da marca são comercializados com todos os acessórios instalados, como molas Haefele, venezianas, barra antipânico, visores e o que mais for necessário para que o tráfego de pessoas funcione da maneira mais eficiente e segura possível. Sua automação é feita pela empresa parceira Manusa. www.palmetal.com.br l (21) 2481-6453
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Atualidade
Até os 75 anos, um em cada cinco brasileiros terá câncer
Por Carol Gonçalves
No Brasil, assim como em outras nações, as doenças crônicas não transmissíveis representam um importante ônus para a sociedade, sobretudo as neoplasias malignas, que são responsáveis por pouco mais de 15% de todas as mortes no país. Com cerca de 600.000 novos casos estimados pelo Inca – Instituto Nacional do Câncer para 2016, o câncer compreende a segunda causa de morte na população brasileira, ceifando a vida de 225.000 indivíduos anualmente. A previsão é que até os 75 anos, um em cada cinco brasileiros desenvolva algum tipo de câncer. Os tumores de mama, do colo do útero e colorretal são os mais incidentes entre as mulheres, enquanto nos homens destacam-se o de próstata, de pulmão e o colorretal. Estas e outras informações sobre a doença estão na segunda edição do Atlas do Câncer, desenvolvido pela Sociedade Americana de Câncer, em parceria com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer e a União Internacional para Controle do Câncer. A versão brasileira contou com revisão do Hospital de Câncer de Barretos (SP). O material, que pode ser acessado no link www.atlasdocancer.com.br, evidencia o impacto da doença para a sociedade em diversos cenários pelo mundo, incluindo o panorama na América Latina, além de discutir medidas para o seu controle. O Atlas contém informações técnicas que podem servir de fonte de consulta não apenas para profissionais dedicados à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento das neoplasias malignas, mas também para gestores públicos, pesquisadores e demais interessados. De acordo com o Dr. Robson Moura, presidente da SBC – Sociedade Brasileira de Cancerologia, o aumento previsto do número de pessoas com câncer se deve ao envelhecimento da população brasileira. “Os idosos são mais sensíveis às doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares e o câncer”, conta. De fato, conforme o Relatório Mundial de Saúde e Envelhecimento, divulgado pela Organização Mundial da Saúde, o número de pessoas com mais de 60 anos no país deverá crescer muito mais rápido do que a média internacional. Enquanto vai duplicar no mundo até o ano de 2050, quase triplicará no Brasil.
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Em resposta a isso, muitas instituições de saúde estão mudando o perfil, investindo em áreas exclusivas para o tratamento da doença, como observa Dr. Robson. No entanto, ele lembra que é necessário ter uma equipe bem preparada e com foco na humanização. “É preciso tratar com carinho e oferecer conforto para essas pessoas, que chegam ao consultório ou hospital fragilizadas, por portarem uma doença com estigma de incurável”, conta. Felizmente, tem aumentado a atenção aos tratamentos paliativos, visando à melhor qualidade de vida dos pacientes. Dr. Robson salienta que nos encontros anuais da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, realizados nos Estados
Hospital 9 de Julho investe R$ 6 milhões um uma nova unidade de Transplante de Medula Óssea
Unidos, cerca de 60% a 65% dos temas abordados nas palestras envolvem cuidados paliativos. O médico ressalta, no entanto, que faltam políticas públicas mais eficientes para facilitar o diagnóstico precoce da doença e oferecer tratamento adequado para a população que não tem condições financeiras de arcar com planos de saúde privados e medicamentos custosos. TMO Uma das instituições que estão investindo em áreas dedicadas ao tratamento de pacientes com câncer é o Hospital 9 de Julho, de São Paulo (SP), que destinou R$ 6 milhões para uma unidade de Transplante de Medula Óssea, inaugurada em fevereiro deste ano. O onco-hematologista Dr. Celso Massumoto, explica que o transplante é uma forma de imunoterapia que elimina as células antigas, doentes, para que a medula receba as novas, com menor risco de rejeição. “Após a realização do procedimento, o paciente precisa ficar isolado para não correr risco de infecção, já que o sistema imunológico está comprometido”, diz. Por este motivo, os hospitais têm unidades separadas e com rigorosas políticas de isolamento para minimizar o risco de infecções. Entre os principais diferenciais da nova unidade do 9 de Julho está a filtragem do ar dentro de todo o setor. “Normalmente, ela é feita somente dentro do quarto e, por isso, o paciente não pode sair de lá. Nós implantamos um sistema que permite a eles circular também pelos corredores”, afirma o médico ao salientar que esse é um diferencial inédito no Brasil. Outro sistema inédito é o de tratamento especial da água que abastece o setor: à base de prata e cobre, o que reduz, consideravelmente, os riscos de infecção. No corredor da unidade foram criadas estações de atividade física para que o paciente possa iniciar seu processo de reabilitação no próprio local, evitando atrofia muscular. A nova unidade de TMO é composta por 16 leitos, sendo um deles de pronto atendimento e dois de completo isolamento, para casos mais graves. De acordo com informações do Inca, existem no Brasil 70 centros para transplante de medula óssea, sendo 26 para transplantes com doadores não aparentados. O Hospital 9 de Julho realiza esse tipo e, inclusive, haploidêntico, que permite o procedimento mesmo quando o doador não é totalmente compatível com o paciente.
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Regulamentação
Mudanças encarecem certificação de produtos para saúde Em meio a um cenário político e econômico turbulento, quando se espera mais compreensão do mercado e menos taxas do governo, um assunto que precisa vir à tona é o processo de regulamentação dos produtos para a saúde. De 2014 para cá, houve três grandes mudanças que causaram impacto no bolso das empresas do setor, acarretando um aumento de custo de cerca de 300%. “Claro que as normas têm como objetivo agregar segurança ao procedimento, porém, o alto custo inviabiliza o trabalho das companhias brasileiras e a vinda de novas tecnologias para o país. Aqui na consultoria, pelo menos 15 empresas que lançariam produtos no Brasil desistiram”, conta Paulo Passarini, Diretor da Consultoria Passarini. A primeira grande mudança foi a entrada em vigor da 3ª edição da IEC 60601: família de normas, reconhecida pelas autoridades de saúde pública na maioria dos países, que abrange a segurança, o desempenho e a compatibilidade eletromagnética de equipamentos elétricos de medicina e sistemas. Atender aos seus requisitos é fundamental para todos os fabricantes de equipamentos eletromédicos. “O problema não é a publicação da norma, mas o aumento nos custos de laboratórios que ela acarretará para as empresas do setor”, explica. A segunda mudança foi a publicação, em setembro último, da Portaria Interministerial nº 701, da Anvisa, que atualiza os valores da TFVS – Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária, gerando um aumento exorbitante, de quase 200%. Por exemplo, uma certificação de boas práticas com inspeção internacional de fabricante saltou de R$ 37.000,00 para R$ 108.611,71. A tabela da Agência data de 1999 e tem os valores promulgados pela Lei 9782/99, que criou a autarquia federal. No entanto, a Medida Provisória nº 685, de julho de 2015, autorizou o Poder Executivo a atualizar os valores das taxas sanitárias. “O problema é que aumentou tudo de uma só vez”, observa Paulo.
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A ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, entidade que representa 80% das indústrias de equipamentos para a saúde, ficou completamente indignada com a publicação da portaria e conseguiu, em dezembro último, uma liminar determinando a suspensão imediata do aumento para seus associados, que voltaram a pagar os valores anteriores a setembro de 2015.
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Setenta por cento de todos os produtos médicos vendidos no Brasil são comprados pelo governo e, portanto, quem paga essa conta são os próprios cidadãos”
Em abril desse ano, foi a vez da ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde obter uma liminar na Justiça Federal de São Paulo contra o aumento. Com a decisão, as 190 empresas associadas da entidade passaram a pagar 50% do valor do reajuste, conforme determina uma lei sancionada em dezembro pela Presidência, que limitou a correção em 50%. Porém, como o Executivo não a regulamentou, a Anvisa continuou cobrando a correção integral. “A falta de regulamentação criou um vazio legal e tributário no qual estão sendo praticados três valores diferentes para pagamento de uma mesma taxa. Isso é ruim para todos. Empresas que pagam o aumento integral terão novas despesas e enfrentarão burocracia para reaver os valores excedentes. As que não pagam a correção precisarão provisionar recursos para quitar o débito quando a lei for regulamentada. A situação cria também uma conturbação para o trabalho da Anvisa”, analisa Carlos Goulart, presidente-executivo da ABIMED. A terceira mudança foi a entrada em vigor da Portaria nº 54 do Inmetro, de 1 de fevereiro de 2016, que vai acabar aumentando a carga horária das certificadoras, dobrando o tempo de processo e, consequentemente, gerando mais gastos para as empresas. Isso porque as certificadoras passarão a realizar, segundo a nova portaria, análise de risco, auditoria nas importadoras, revisão da documentação do produto (que depois será analisada também pela Anvisa, gerando redundância), além de revisão de assuntos como análise de usabilidade e validação de software, que poderiam ser feitos por laboratórios. “Todas essas mudanças aconteceram, praticamente, ao mesmo tempo. Deveria ter sido estudado, primeiramente, como elas iriam afetar o mercado. No caso da 3ª edição da IEC 60601, a atualização era mesmo necessária, mas a medida multiplicou por três o custos dos ensaios, sendo que em outros países, o valor apenas dobrou. Sobre as taxas da Anvisa, o aumento foi abusivo. E, em relação à portaria do Inmetro, não precisava tanta complexidade”, analisa Paulo Passarini, observando, ainda, que 70% de todos os produtos médicos vendidos no Brasil são comprados pelo governo, a partir de licitação, e que, portanto, quem paga essa conta são os próprios cidadãos. www.consultoriapassarini.com.br l (16) 3421-8488
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Reconhecimento
Lifemed e Aditek são premiadas por inovações na Saúde Para incentivar a inovação na indústria médica e odontológica nacional, a ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios realizou, no dia 14 de abril, a 7ª edição do Prêmio Inova Saúde, em São Paulo. As empresas Lifemed e Aditek foram as premiadas, recebendo, cada uma, um troféu e um cheque de R$ 50 mil. Nesta edição, 67 empresas se inscreveram, representando um aumento de 19,7% em relação ao ano anterior, quando participaram 56 organizações. Dr. Luiz Calistro Balestrassi, criador do Prêmio Inova Saúde e conselheiro da ABIMO, manifestou sua gratidão pelos sete anos de existência do concurso e pelo comprometimento de todas as empresas que compreenderam a importância dessa iniciativa para o desenvolvimento do setor e do país. “Temos nos surpreendido com produtos robustos, com grande nível de acurácia e que têm como resultado final a nobre proteção dos pacientes, que se beneficiam com diagnósticos cada vez mais precoces e tratamentos adequados em tempo hábil”, declarou. VENCEDORAS A Lifemed, empresa gaúcha especializada na produção de equipamentos para uso médico-hospitalar, laboratorial e diagnósticos, foi a grande vencedora com a inovadora Bomba de Infusão Smart. É a terceira vez que a companhia concorre, mas a primeira que sai vitoriosa. “É um momento de muita emoção, não esperávamos ganhar devido à qualidade dos projetos que concorreram conosco, mas somos merecedores, pois agregamos tecnologia e inserimos bastante conhecimento em nosso produto. Não é só uma inovação de grandezas físicas, mecânicas ou eletrônicas: nós investimos em questões de segurança do paciente e do operador de saúde”, disse Franco Pallamolla, presidente da Lifemed. O produto foi desenvolvido em parceria com o Hospital Albert Einstein com o propósito de aproximar o prestador de serviço e a indústria para diminuir a necessidade de importação de tecnologia e equipamentos, assim como reduzir erros de medicação durante o atendimento ao paciente. “O projeto começou em 2011 e, desde então, a instituição e a Lifemed continuam unidas para que essa inovação possa atingir todo o mercado sem nenhuma restrição”, ressaltou Denis Faria Moura Júnior, enfermeiro e especialista de projetos do hospital.
Leonardo Reichow e Franco Pallamolla (ambos da Lifemed); Dr. Luiz Calistro Balestrassi e Paulo Henrique Fraccaro (ambos da ABIMO)
A Bomba de Infusão Smart já está em produção e possui registro na Anvisa, mas o lançamento no mercado está sendo realizado de forma gradual. O cheque, recebido pela empresa, foi doado para o CIMES – Congresso de Inovação em Materiais e Equipamentos para Saúde, promovido pela ABIMO. A empresa Aditek foi a vencedora da categoria odontológica. Em sua sétima edição, é a primeira vez que a premiação reconhece inovações da indústria médico-hospitalar e do setor odontológico em grupos separados. O produto ganhador foi o EasyClip +, bráquetes autoligáveis que combinam as técnicas passivas e interativas em um único sistema, facilitando a prática clínica com economia de tempo. ENCONTRO ANUAL A premiação aconteceu durante o V Encontro Anual dos Associados da ABIMO e do SINAEMO, que reuniu mais de cem membros do setor da saúde nacional em uma oportunidade de relacionamento e networking. “Temos aqui o claro objetivo de estimular a inovação e criar uma célula que possa continuar se multiplicando. Infelizmente, ainda há poucas empresas do setor que investem em novas tecnologias e desenvolvimento de produtos, portanto é ainda mais importante encontros como esse, que incentivam a elaboração de novas ideias”, afirma Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO.
PRESENÇA NA HOSPITALAR
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A ABIMO organiza durante a Hospitalar 2016 a Rodada Internacional de Negócios, que busca promover exportações da indústria brasileira por meio da aproximação entre empresas nacionais e estrangeiras. Juntamente com a Anvisa, realiza também a VII Jornada de Ação em Política Industrial e Regulação para Produtos da Saúde, que abordará normas técnicas, novos regulamentos e posicionamentos internacionais, entre outros assuntos. Pav. Branco – Rua E 71/73 (11) 3285-0155 – www.abimo.org.br
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Legislação
A polêmica sobre o ressarcimento ao SUS pelas operadoras Por Carol Gonçalves O ressarcimento ao SUS pelas operadoras de planos de saúde foi instituído pela Lei 9.656/98 e regulamentado após a criação da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, em 2000. Ela obriga as operadoras a pagarem por tudo o que é gasto pelo Estado quando um de seus beneficiários for atendido em algum estabelecimento do Sistema Único de Saúde. Esse assunto é polêmico e divide opiniões. Sandra Franco, advogada e consultora jurídica especializada em Direito Médico e da Saúde, explica que isso acontece porque a tese é de haver dupla cobrança do cidadão, afinal, o Estado recolhe tributos com o escopo de devolver às pessoas os serviços essenciais e, mesmo assim, repassaria para as operadoras a cobrança por um serviço pelo qual já teria recebido. A advogada salienta, no entanto, que o STF – Supremo Tribunal Federal entendeu que essa tese não deveria prosperar, pela questão intransponível da existência de lei com tal previsão. “Vale lembrar que o SUS e os planos de saúde têm o escopo de complementar os serviços, não devendo, portanto, ser unicamente do Estado o custo de atendimento do cidadão, que poderia ter o mesmo procedimento coberto por seu plano”, expõe. Os pagamentos das operadoras aos SUS são efetuados para a agência reguladora, que faz o repasse ao FNS – Fundo Nacional de Saúde, para serem aplicados em ações e programas estratégicos do Ministério da Saúde. Este é um ponto positivo do ressarcimento destacado por Sandra. Outro argumento favorável, em sua opinião, é o de que o pagamento coíbe as operadoras de negarem cobertura aos consumidores, deixando o ônus financeiro apenas para o Estado. “É uma forma de evitar o enriquecimento ilícito.” Entretanto, de acordo com o advogado Carlos Augusto Leitão de Oliveira, coordenador de projeto, operação e análise de processos administrativos e judiciais de
“Além disso, a ANS criou, através da IN nº 5, a obrigação de as operadoras provisionarem financeiramente estes valores, e aí as discussões não são menores, pois o valor proposto como devido, em sua grande maioria, é muito superior ao efetivo, tendo em vista os incrementos, que têm sua legalidade discutida”, declara. Oliveira considera os impactos desastrosos, pois as operadoras não conseguem dimensionar e repassar para seus beneficiários os débitos oriundos do ressarcimento ao SUS. Em 2014, R$ 393 milhões foram arrecadados pelo ressarcimento, o que representa um aumento de 114% em relação ao valor total de 2013. De 2011 a 2014, foram recolhidos R$ 731 milhões. Em 2014, R$ 196 milhões foram encaminhados para inscrição em dívida ativa, e, de janeiro de 2011 a 2014, foram R$ 516 milhões. As operadoras são contra o ressarcimento por várias razões. “A principal e mais antiga discussão é sobre a legalidade e constitucionalidade desta cobrança, não só pela forma como foi instituída, mas pelo fato de que todos os cidadãos são obrigados a pagar seus impostos, os quais subsidiam o orçamento da seguridade social, além de o acesso à saúde ser um direito constitucional e uma obrigação do Estado”, explica Oliveira. Ademais, em sua opinião, a cobrança é uma prática ilegal, pois é feita através de um valor superior ao praticado pela Tabela SUS. “Ora, se o poder público busca inibir eventual enriquecimento sem causa ou ilícito das operadoras que tem seus beneficiários atendidos pelo SUS, porque a iniciativa privada através do grupo que engloba o mercado de saúde suplementar (operadoras de planos de saúde, autogestão, cooperativas, filantrópicas e seguradoras) tem de realizar esse pagamento por um valor superior ao praticado em sua rede?”, questiona. Hoje o repasse é feito através do IVR – Índice de Valoração do Ressarcimento ao SUS, que é o valor da tabela do SUS multiplicado por 1,5. “Ou seja, o IVR acaba por impor a cobrança de valores genéricos, únicos e nacionais, sem qualquer respeito ao caráter indenizatório do instituto jurídico em referência, conforme disposto no art. 884 do Código Civil: Aquele
Advogado Carlos Augusto Leitão de Oliveira
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Advogada Sandra Franco
ressarcimento ao SUS da Dagoberto Advogados, a cobrança do repasse é feita sem desfecho judicial a respeito de sua legalidade. Segundo dados da ANS, o valor supostamente devido a este título perfaz R$ 3.3 bilhões desde 2001.
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que, sem justa causa, se enriquecer à causa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários”, expõe o advogado.
a prescrição de menor prazo instituída através do artigo 206, § 3º, IV, do Código Civil de 2002, não restando dúvidas acerca da existência de menor prazo, qual seja, a prescrição trienal estabelecida pelo Código Civil”, expõe.
Para Oliveira, ainda que se admita que as operadoras devem realizar o ressarcimento, então que seja pelo valor da tabela ou o praticado pela operadora, e não por um índice aplicado sem qualquer parâmetro legal.
Por fim, Oliveira diz que as discussões sobre a ilegalidade da cobrança também giram em torno dos atendimentos, visto que cada beneficiário que procura o SUS é portador de um plano de saúde que tem regras pactuadas entre as partes. “Assim, as operadoras devem observar se os serviços realizados estão cobertos ou não pelo contrato, como por exemplo, verificar se o associado cumpriu o prazo de carência ou se foi atendido fora da área de cobertura, ou, ainda, se aquele procedimento faz parte do rol publicado pela ANS.”
Sobre este assunto, Sandra diz que os valores que os planos de saúde devem pagar ao SUS pelos gastos com atendimento de usuários são menores do que gastariam para realizar o mesmo procedimento – basta verificar que o reembolso será pela Tabela SUS multiplicado por 1,5. “Se considerado que essa tabela apresenta valores mais baixos que os credenciados, já haveria uma vantagem para as operadoras, em tese.” Outra questão de grande importância que Oliveira aponta está relacionada à prescrição do débito. Segundo a jurisprudência, o ressarcimento ao SUS tem natureza indenizatória, visando evitar o enriquecimento sem causa das operadoras à custa da prestação pública na saúde. Ele explica que, no Direito, quando se enquadra um instituto, procura-se fixar em que categoria jurídica ele se integra. Sendo definido isso, é possível determinar as normas aplicáveis. Portanto, o prazo prescricional correto é de três anos, conforme inciso IV, § 3º do artigo 206 do Código Civil, lembrando que o termo inicial para contagem do prazo prescricional é a data da violação do direito, ou seja, o dia do atendimento que se pretende ressarcir. Por outro lado, a ANS entende que a prescrição aplicável é a quinquenal do artigo 1º do Decreto 20.910/32, que não preceitua que a administração pública deva realizar a cobrança dos particulares dentro do referido prazo de cinco anos. “No entanto, ainda que se admita haver um conflito de normas, tal embate é dirimido pelo artigo 10 do próprio decreto: ‘O disposto nos artigos anteriores não altera as prescrições de menor prazo, constantes das leis e regulamentos, as quais ficam subordinadas às mesmas regras’. E no caso em questão, existe norma que disciplina BOLETIM
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A ANS lançou uma versão atualizada do boletim que traz informações detalhadas sobre a utilização da rede pública por beneficiários de planos de saúde e ressarcimento ao SUS. A publicação, que será atualizada semestralmente, traz um conjunto de dados inéditos relativos ao ressarcimento, oferecendo um panorama completo do processo e ampliando a transparência em relação ao tema. O boletim apresenta a lista de operadoras de planos de saúde com maior percentual de pagamento e as empresas com os maiores débitos junto à ANS; o número de atendimentos identificados e cobrados das operadoras pela ANS ao longo de 16 anos e os valores encaminhados à dívida ativa. É também possível verificar os valores discriminados por estado, município e por unidade prestadora de serviços. O material pode ser visto no link goo.gl/Q7JsM1.
MUDANÇAS NA LEI Oliveira acredita que deveria haver algumas modificações na lei. Uma delas seria alterar a necessidade de ressarcimento ao SUS por parte das operadoras no caso dos atendimentos eletivos, isto é, quando a pessoa por livre e espontânea vontade vai até uma unidade de saúde do SUS para ser atendida, ou seja, não houve recusa de atendimento da operadora, não se trata de urgência ou emergência, ela, simplesmente, pela conveniência ou qualquer outra razão, preferiu utilizar o sistema público, que, aliás, é um direito constitucional que lhe assiste. Na opinião de Sandra, não são necessárias mudanças na legislação. “Ela é clara quanto ao seu propósito. O que podem ser aprimorados são a regulação e o controle, que independem dessa lei”, expõe. SOLUÇÕES? Para Oliveira, não existem muitas soluções no mercado para auxiliar as operadoras nessa questão, por outro lado, elas devem prestar maior atenção, não só no valor das cobranças, mas também nas informações do Aviso de Beneficiários Identificados. A Dagoberto Advogados, em parceria com uma empresa de gestão, desenvolveu um sistema para melhor gerir, tanto a parte jurídica para elaboração das impugnações e recursos, como a parte de gestão, onde são extraídas diversas informações, tais como: procedimentos mais realizados, localização dos estabelecimentos utilizados e valores gastos. “Tais informações são de extrema importância, porque o sistema as identifica e as cruza com o banco de dados da operadora, possibilitando encontrar, por exemplo, qual o contrato coletivo cujos beneficiários mais utilizam o SUS, e, partir daí, realizar junto a estas empresas programas de conscientização de utilização da rede da operadora. Estas informações vão auxiliar a identificar eventuais faltas de serviços em determinadas regiões, permitindo credenciar mais profissionais de determinada especialidade, diminuindo a quantidade de pessoas que usam o SUS”, explica o advogado. Segundo ele, existem alguns pleitos perante o governo que propõem uma nova sistemática para o ressarcimento. Um deles pede a descentralização da cobrança, permitindo que estados e municípios sejam diretamente ressarcidos quando o atendimento se der em estabelecimentos a eles vinculados. Outro pleito visa reduzir os gastos da máquina de saúde pública, obrigando a comunicação das operadoras com os hospitais públicos para transferência do paciente para sua própria rede.
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Saúde Suplementar
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Adoção de ATS é primordial para a sustentabilidade do setor A incorporação de novas tecnologias junto com o processo de envelhecimento populacional são alguns dos principais fatores que impulsionam os custos de saúde no mundo. No Brasil, esse cenário não é diferente, uma vez que o país está passando por uma transição demográfica, tornando, em termos proporcionais, a participação dos idosos maior do que a de jovens na população do país. Além disso, atualmente, apesar de algumas discussões envolvendo estudos de efetividade e econômicos, a utilização da ATS – Avaliação das Tecnologias em Saúde na saúde suplementar ainda é incipiente quando comparada ao setor público. Não há nenhuma formalização, pela ANS, da obrigatoriedade desses estudos para a incorporação das tecnologias no setor privado. Esse é um dos destaques do estudo inédito “A Avaliação das Tecnologias em Saúde e as suas Incorporações nos sistemas de saúde”, produzido pelo IESS – Instituto de Estudos de Saúde Suplementar. O superintendente executivo da entidade, Luiz Augusto Carneiro, pontua que a adoção de ATS é fundamental para a sustentabilidade da saúde suplementar no Brasil. “Quando inovações são incorporadas ao rol de procedimentos da ANS sem uma avaliação criteriosa de custo-efetividade, há claramente um fator de aumento de custos sem, necessariamente, mais eficiência e qualidade assistencial”, analisa.
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Quando novas tecnologias são incorporadas ao rol da ANS sem uma avaliação criteriosa, há aumento de custos sem, necessariamente, mais eficiência”
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Luiz Augusto Carneiro, do IESS
Ele observa, por exemplo, que a VCMH – Variação de Custos Médico-Hospitalares, indicador divulgado pelo IESS, registra patamares de dois dígitos desde 2011. “Há uma pressão muito forte das novas tecnologias sobre os custos de exames, internações e terapias. Não se trata de rejeitar o avanço tecnológico, mas assegurarmos que efetivamente ele represente ganhos de eficiência ao sistema e, na prática, nem sempre isso tem se comprovado.” Além de detalhar o cenário brasileiro, o estudo compara a adoção da ATS em seis países – Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Argentina e Brasil – e fornece algumas sugestões de como aprimorar o campo da ATS. O estudo destaca, ainda, que o setor público do Brasil já dispõe de sistemas de análise de adoção de tecnologia por meio da Conitec – Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Apesar de a institucionalização da ATS no processo de decisão de incorporação de tecnologias não se dar em todas as esferas do SUS, essa é uma boa prática que poderia também ser estendida ao sistema suplementar. “Seria recomendável que a ANS desenvolvesse uma área que debatesse, em conjunto com as operadoras e outras partes interessadas, as inovações disponíveis e seu custo-efetividade antes de serem adotadas na saúde suplementar”, sugere Carneiro. O documento completo está disponível no link goo.gl/sKt36Z.
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Administração
Gestão estratégica e inovação na saúde do paciente do hospital. A prática comum de inserção manual desses itens na conta significa com frequência cobranças realizadas em prazos elevados e com uma incidência muito grande de erros.
O setor de saúde brasileiro passa por grandes transformações que devem se intensificar nos próximos cinco anos. São várias as causas que impulsionam essas mudanças, algumas delas comuns a outros segmentos – como os altos custos de material e pessoal, além da instabilidade político-econômica do país. Porém, dois fatores em especial prometem afetar diretamente a forma como os hospitais privados são administrados hoje. O primeiro agente de mudança é a recente liberação pelo governo da entrada de capital estrangeiro na saúde, o que significa que grupos internacionais podem agora ser donos de hospitais no Brasil. Nesse cenário, o segmento, ainda fortemente dominado por empresas familiares, precisará se modernizar e tornar-se mais competitivo, a fim de enfrentar a chegada dessas multinacionais, prontas a atuar aqui através de aquisições e da formação de grandes redes de atendimento. Outro fator determinante está ligado ao modelo atual de gestão, considerado insustentável do ponto de vista econômico-financeiro. Dentro da cadeia de valor do setor, ainda existem hospitais com dificuldade em estabelecer relacionamentos diretos e robustos com clientes, pacientes e fornecedores. A pressão por preços cada vez menores, a instabilidade no fluxo de pagamentos e o alto custo dos equipamentos exigem uma nova abordagem. É preciso então aumentar a geração de valor e obter resultados sustentáveis, que se traduzam em crescimento, produtividade e desenvolvimento organizacional. Essas variáveis podem ser trabalhadas em três frentes, detalhadas a seguir.
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Custo-efetividade: ter pacientes bem cuidados deve ser a atividade-fim de um hospital. Muitas vezes, no entanto, desorganização de protocolos, excesso de processos, falta de diálogo ou atrasos de fornecedores acabam por tornar a estada do paciente no centro médico mais longa do que o necessário. Com uma nova visão sobre os protocolos de atendimento e ensaios clínicos, e alinhamento com os stakeholders, entre outras ações, é possível aumentar a efetividade do tratamento. Entre os componentes que geram resultados positivos para o equilíbrio entre custo e efetividade está o controle da conta do paciente. O planejamento deve assegurar que processos, medicamentos e materiais utilizados durante o período de tratamento sejam registrados de forma automática e segura no momento do procedimento, para serem cobrados quando da saída
Outro aspecto destacado é a logística e armazenamento de materiais e medicamentos. O acompanhamento detalhado dos sistemas de armazenagem é traduzido em tempos menores de giro do estoque e, em consequência, em redução de custos. Da mesma forma, é importante a constante renegociação dos produtos com fornecedores. Negociações feitas através de redes de hospitais ampliam o poder de barganha do comprador e reduzem os preços dos bens adquiridos. Relacionamento com as fontes pagadoras: há menos de 10 anos, existiam mais de 1.400 operadoras de saúde no Brasil. Com a regulamentação do setor e as novas exigências de qualidade de serviço, o número baixou para 850, sendo que, desses, apenas 150 detêm 80% das vidas no país. O envolvimento direto desses planos na melhoria de processos é essencial para obter resultados efetivos e duradouros para o negócio. A gestão da rede e relacionamento com os planos precisa ser bem planejada, para não haver perdas desnecessárias de recursos e tempo. O estabelecimento de parcerias com essas fontes pagadoras e o alinhamento das necessidades de ambos têm como resultado a potencial diminuição do número de glosas (contas não pagas por diferentes razões) e menores ciclos de pagamento. Como resultado da evolução desse relacionamento, assiste-se hoje a uma tendência, por parte dos planos de saúde, de valorização dos hospitais que mostrem uma melhor relação de custo-efetividade no tratamento como um todo e que estejam dispostos a compartilhar os riscos dos procedimentos. Inovação em produtos e serviços: é necessário buscar novas fontes de receita sempre. Uma alternativa real é investir em nichos (como hospitais de baixa complexidade ou de cuidados específicos) e no uso da tecnologia e inovação. Abre-se ainda à organização a possibilidade de estender a atuação para além da “doença”, com a formação de redes que atendam o pré e o pós-evento. O conceito de promoção da saúde, viabilizado através da formação de redes de prestadores de serviços, torna-se também um mecanismo que auxilia na fidelização das pessoas atendidas. Tudo isso é possível com um bom trabalho de planejamento e construção de modelos de gestão, a partir de métodos adaptados à cultura de cada empresa. Rogério Caiuby
Sócio-diretor da consultoria Symnetics, onde elabora projetos de planejamento estratégico, desenvolvimento e implementação de modelos de gestão e governança, especialmente na área de saúde
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Tecnologia
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Sistema de classificação de risco auxilia atendimento a casos de H1N1 Com demanda intensificada e risco de desencadeamento de complicações graves, as unidades de saúde buscam soluções para organizar e agilizar os fluxos de atendimento de casos suspeitos de gripe A causada pelo vírus H1N1. Já ultrapassa 100 o número de mortes confirmadas pela gripe este ano em todo o Brasil, de acordo com boletim do Ministério da Saúde divulgado em abril. Até o final do mês de março, foram 686 pacientes atendidos em unidades de saúde com complicações decorrentes da contaminação pelo vírus. Os números já superam a quantidade de casos registrados em todo o ano passado. São Paulo é o estado com número mais expressivo de diagnósticos registrados: do total de óbitos, 70 ocorreram no estado. Só no Hospital da Unimed em Americana, na região metropolitana de Campinas (SP), foram mais 700 atendimentos de casos suspeitos este ano. De acordo com Rafael Barbato, coordenador de enfermagem da unidade, o movimento fez com que o hospital adotasse medidas especiais para lidar com a demanda. “Quando um paciente chega à unidade de atendimento com sintomas evidentes de uma síndrome gripal, antes mesmo da triagem, recebe uma máscara descartável para evitar o contágio dentro da unidade”, explica. O H1N1 o maior responsável por desencadear a chamada síndrome respiratória grave aguda (SRAG), quadro caracterizado por dificuldades para respirar e piora dos sintomas da gripe. “A SRAG pode ocorrer no paciente com síndrome gripal, mas não necessariamente irá ocorrer em todos. Quando houver suspeita, há indicação de internação, já que o paciente poderá evoluir para insuficiência respiratória e morte”, esclarece Artemis Kílaris, infectologista do hospital. Já dentro da unidade de atendimento, o indivíduo com suspeita de contaminação pelo H1N1 passa por exames laboratoriais e recebe o tratamento necessário para alívio
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O Trius é uma estação de triagem, com hardware e software próprios, desenvolvida pela empresa ToLife
dos sintomas. Nos casos mais graves, é encaminhado para a unidade de internação. Para evitar que pacientes como esses aguardem por muito tempo, a unidade adota um sistema de classificação de risco baseado em fluxogramas de sintomas, dos quais a saturação de oxigênio no sangue é uma das medidas que determina a suspeita de SRAG. “É uma forma de evitar que esses problemas passem despercebidos, já que nosso sistema não permite que um paciente com saturação baixa seja classificado como pouco prioritário”, afirma Barbato. Há quase um ano, o hospital adotou uma solução tecnológica que sistematiza a classificação de risco, agilizando o atendimento e colaborando para que erros de triagem sejam minimizados. Sistema exclusivo criado no Brasil, o Trius, da mineira ToLife, conta com medidores clínicos acoplados – incluindo um oxímetro de pulso, que avalia a saturação do paciente e envia as informações direto para o sistema. “Assim, garantimos que um paciente que pode estar sofrendo um SRAG seja assistido com rapidez e segurança”, completa. Sem a solução, o processo de identificação da prioridade pode levar cerca de 8 a 15 minutos. A tecnologia é capaz de reduzir o tempo de acolhimento na classificação de risco em cerca de um minuto e meio.
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Novidades
Dexcar
O avental de segurança impermeável é 100% confeccionado em polipropileno laminado, com uma camada de polietileno. Constituído de não tecido hipoalergênico e atóxico, está disponível em versões com ou sem dedal, com mangas longas, punho em elástico ou malha, acabamento na gola em viés e tiras para amarração na cintura. Protege contra fluidos corporais em processo de quimioterapia ou banho de leito e, após sua utilização, deve ser descartado como lixo infectante. Certificado pelo Ministério do Trabalho, atende também a RDC 15, da Anvisa. (11) 2256-1799 – www.dexcar.com.br
Similar & Compatível
Fabricada no Brasil, a caneta monopolar descartável de controle manual foi desenvolvida para melhorar a produtividade e facilitar o manuseio, e é ideal para todos os tipos de procedimentos cirúrgicos. Garantindo segurança, conforto e bem-estar para médico e paciente, pode ser utilizada em qualquer bisturi eletrônico do mercado. De uso único, a caneta, que acompanha eletrodo faca reta e é esterilizada por óxido de etileno, possui registro na Anvisa e foi testada e aprovada em diversos hospitais e clínicas do país. (16) 3969-1836 – www.similarcompativel.com.br
Fleximed
Estima-se que no mundo ocorram, anualmente, 70 mil casos de infecções por agentes patogênicos transmitidos pelo sangue, como hepatite B, hepatite C e HIV. A família QlickSmart de removedores de lâminas de bisturi evita o risco de ferimentos com materiais perfurocortantes, poupando despesas com afastamento do trabalho, custos investigativos e laboratoriais. Para utilizar, basta empunhar com uma única mão o cabo do bisturi com a lâmina a ser descartada, e inseri-la no orifício apropriado até ouvir um ‘click’. Ao retirar o cabo, a lâmina já terá sido removida com segurança. (11) 3672-5852 – www.fleximed.com.br
ESR Canal
Especialista em manutenção de mobiliários, camas e mesas cirúrgicas, a ESR Canal acaba de anunciar parceria com a WILLTEK - Tecnologia e comércio em EMH. Com a novidade, a empresa passa a oferecer também serviços de consultoria, planejamento e reforma, além de manutenção preventiva e corretiva de monitores, desfibriladores, cardioversores, ventiladores pulmonares, focos cirúrgicos, entre outros. (11) 3992-3600 www.esrcanal.com.br l www.willtekemh.com.br
Corning Wise Comfort
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A Konex possui uma linha de vidros e visores plumbíferos de alta qualidade, fabricados pela Corning. Combinando excelente transparência e proteção radiológica, possuem alta concentração de chumbo e bário, oferecendo blindagem otimizada contra radiações de equipamentos que operam na faixa de 100 a 300kV. Atendendo à norma ABNT NBR IEC 61331-2:2004, podem ser utilizados em janelas para visualização de salas radiológicas, visores para diagnósticos médicos, vidros de proteção em laboratórios, lentes para óculos de proteção radiológica, entre outros. (11) 5063-0932 – www.corning.com l www.konex.com.br
Elegantes e com design moderno, as camas motorizadas e articuladas para home care são referência em bemestar. Projetadas para terapia no lar, auxiliam no tratamento ou pós-tratamento, disponibilizando as funcionalidades das camas hospitalares no conforto de casa. Lançamento, a cama clássica com dois ou três movimentos tem três alturas configuráveis, estrutura em MDF de 25 milímetros e controle remoto com seis ou oito comandos. Bivolt, permite maior inclinação das costas e pernas, além de possuir um sistema de elevação com rodízios que eleva a cama a 85 centímetros do chão. (16) 3201-1212 – www.wisecomfort.com.br
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3albe
Com novo tempo de contato, o desinfetante de alto nível glutaraldeído 2% tem ação comprovada em 10 minutos, conforme determina a RDC 35/2010. Com pH neutro, é ideal para artigos, equipamentos e instrumentos odontológicos, médicos e hospitalares, além de materiais de endoscopia e termossensíveis. Certificada pela Anvisa, a solução vem pronta para utilização, dispensando o uso de ativador.
(11) 5519-4022 – www.3albe.com.br
Ecco Brasil
Fabricante de produtos de higiene pessoal e amenidades para hotelaria hospitalar, a empresa oferece kits com sabonete, xampu, touca de banho, entre outros, e adotou em sua produção o Eco One, um aditivo que torna o plástico comum biodegradável. Possui também produtos à base de óleos vegetais embalados com papel reciclado, além de desenvolver embalagens personalizadas e formatos exclusivos. (11) 2955-8000 – www.eccobrasil.com
Celitron
Solução compacta para eliminação de resíduos hospitalares, o esterilizador e triturador integrado (ISS) tritura e esteriliza em um único recipiente. Fácil de operar e ambientalmente correto, reduz o volume dos resíduos em até 1/5 do original, sem emitir poluentes. Com manutenção de baixo custo, possui sistema de segurança que impede interrupções não autorizadas. Uma única unidade é suficiente para suprir as necessidades de um hospital, clínica ou laboratório de médio porte. Sua instalação é feita em um dia e requer espaço de apenas 3x4 metros. (11) 2364-0395 – www.celitron.com.br
Brunmed
A empresa oferece linhas de produtos nas seguintes áreas de atuação: fibra óptica/iluminação, proctologia, videolaparoscopia, vídeo tórax, mediastinoscopia, laringoscopia, ginecologia, broncoscopia, esofagoscopia, traqueocospia e cirurgia plástica. Entre seus destaques, o cabo de fibra óptica com conexão universal possui excelente transmissão de luz, é revestido em silicone autoclavável e pode ser equipado com filtro anticalor.
Palmetal
Feito em aço inox, o carro modelo plataforma é resistente, funcional e ideal para transporte de material em hospitais. Seus rodízios possuem banda de rodagem macia para conservar o piso, os empurradores são reforçados e os para-choques têm design exclusivo que evita danos às paredes. Fácil de limpar e resistente à corrosão, garante higiene e oferece excelente custo-benefício em função de sua longa vida útil e durabilidade. Além disso, a empresa oferece 10 anos de garantia.
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(21) 2481-6453 – www.palmetal.com.br
(49) 3563-1790 – www.brunmed.com.br
Kolplast
O Kit para Sondagem Vesical – KSV, disponível em embalagem única e estéril, contém todos os instrumentos e correlatos necessários para a realização de cateterismo vesical (CV). O KSV permite medir custos com precisão, reduzindo gastos e promovendo segurança aos profissionais e pacientes, além de valorizar as equipes de treinamento e gestão de boas práticas. (11) 4961-0900 – www.kolplast.com.br
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Mucambo
Referência em luvas cirúrgicas e detentora de marcas consagradas como Sensitex, Sensimax e a inovadora Sensitouch, a empresa está há mais de 60 anos no mercado brasileiro. Focada em cuidado, qualidade e segurança, possui uma linha especial de luvas destinadas a profissionais e pacientes propensos a alergia e hipersensibilidade. Desenvolvendo e aperfeiçoando sua linha de produtos, a Mucambo tem como missão atender às necessidades e expectativas dos profissionais de saúde.
Consultoria Passarini
Especialista em assuntos regulatórios e otimização de processos de produção e administrativos, a empresa atua com Sistema da Qualidade e Meio Ambiente (RDC 16/13, ISSO 9001, ISO 13485 e ISO 14001), certificação de produtos INMETRO, registro e cadastro de produtos na Anvisa, certificações internacionais (CE, FDA, ANMAT, entre outros), treinamentos in company, além de processo de gerenciamento de risco conforme ISO 14971. (16) 3421-8488 – www.consultoriapassarini.com.br
(11) 2133-3036 – www.mucambo.com.br
Stetho Blister Promopress
Considerada uma das mais modernas gráficas do Brasil, proporciona soluções em impressão de folders, catálogos, cartões de visita, receituários, displays, entre outros. Com foco em qualidade, sustentabilidade e pontualidade, oferece serviços on-line por meio de um processo produtivo econômico e ecologicamente correto. Com fácil acesso ao Expo Center Norte e Anhembi, a gráfica off-set e digital disponibiliza materiais para as principais feiras de negócios de São Paulo (SP). Loja virtual: loja. promopress.com.br.
Pensada para a segurança de pacientes e profissionais da saúde e para economia em hospitais e clínicas, Stetho Blister é uma capa protetora descartável para estetoscópios, feita em PET reciclável. Desenvolvida para evitar o contato direto do diafragma do aparelho com a pele, evita a contaminação cruzada em ambientes hospitalares. De uso único, fácil encaixe e remoção, é atóxica e não prejudica a ausculta. Disponível em versões sanificadas e estéreis, e nos tamanhos adulto, pediátrica e neonatal, encaixa-se na maioria dos estetoscópios circulares. (11) 3801-4246 – www.stethoblister.com.br
(11) 3126-3126 – www.promopress.com.br
SurgiSafe
Cirumex é a mais nova linha de produtos têxteis hospitalares fabricados pela MB Têxtil e surge para atender as exigências de qualidade do mercado médico-hospitalar. Seu completo portfólio conta com compressas de gaze hidrófila estéril e não estéril, compressas de gaze em rolo, compressas cirúrgicas campo operatório estéril (versão tela ou crochet/elemento radiopaco/embalagem simples ou dupla - asséptica em pétala), além de ataduras de crepom tipo crochet.
Sistema de auditoria contínua de têxteis em campo operatório é solução contra retenção inadvertida de corpo estranho. Executa com precisão contagem eletrônica através de chip e realiza detecção em tempo real na mesa cirúrgica, campo operatório e Hamper, garantindo maior segurança e aumento da produtividade. Ao final da cirurgia, gera um relatório com balanço e inventário com os tipos e quantidades utilizadas que pode ser incorporado ao prontuário médico. Além de automatizar a identificação dos itens e alertar para estoque mínimo, diminui os riscos de mortalidade e morbidade.
(62) 3607-5000 – www.cirumex.com.br
(11) 2972-5700 – www.fanem.com.br
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Diagnóstico
Aparelhos com LED oferecem iluminação mais intensa e focalizada Ninguém mais tem dúvidas das vantagens do LED: durabilidade, baixo consumo, emissão zero de raios UV e segurança, entre outras. Ele permite uma iluminação mais intensa e focalizada, porém, em se tratando de aparelhos médicos, é importante levar em consideração a reprodução de cor obtida. Flavio Lemos, diretor da EFE, explica que o padrão de qualidade dessa iluminação é referenciado pelo chamado IRC – Índice de Reprodução Cromática: quanto maior o IRC da fonte de luz, melhor será a qualidade da imagem visualizada. “Um alto IRC se traduz, na prática, em obter imagens confiáveis para diagnósticos precisos”, conta. O LED, na sua concepção, tem tempo de vida estimado sempre maior que as lâmpadas, que varia conforme suas características físicas, tamanho e finalidade. Geralmente a duração de uso é calculada em milhares de horas, o que torna o aparelho livre de manutenção. Além do alto IRC e da longa estimativa de vida, pode-se destacar outros benefícios, como iluminação homogênea e temperatura de cor adequada para cada finalidade de uso, além de baixo consumo de pilhas ou baterias. MERCADO Importadora de produtos para o setor médico-hospitalar, a EFE tem mais de três décadas de história e, há 20 anos, detém a exclusividade de distribuição no Brasil da marca alemã Heine, além da holandesa Humeca e da japonesa Takagi, voltadas para produtos de diagnóstico, queimados e lâmpadas de fenda. Em se tratando de aparelho que operam com LEDs, os destaques são da marca Heine. Alguns deles são o Otoscópio F.O. mini3000® LED, que oferece o dobro de claridade que os convencionais xenon halógeno, e o Oftalmoscópio mini 3000® LED, que possui brilho e rendimento de cor comparáveis ao xenon halógeno da marca.
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Livres de manutenção, pois não requerem troca de LED ou lâmpada, ambos fazem parte da linha de instrumentos de bolso para diagnósticos e contam com controle térmico, que garante potente iluminação constante durante toda sua vida útil. O novo padrão LED HQ fornece luz absolutamente homogênea e clara com reprodução fiel das cores para um diagnóstico preciso. Vermelho é vermelho, azul é azul. Oferece temperatura da cor de 4.000 K, índice de reprodução de cor (CRI) > 95, especial para tons vermelhos (R9) > 90 em uma escala
Dermatoscópio HEINE® NC1
Oftalmoscópio HEINE mini 3000® LED
máxima de 100. Lemos explica que a menor geração de calor permite exames mais confortáveis para o paciente e o usuário. Quando são ligados, os aparelhos emitem máxima intensidade de luz. Na continuidade do uso, o desempenho é regulado de acordo com o nível de carga da bateria. O escurecimento (função fade-out) sinaliza a necessidade de troca das pilhas. O tempo de operação é de até 10 horas. Outro produto que merece atenção é o Dermatoscópio Heine® NC1, com LED HQ para exame sem contato. Oferece velocidade e precisão no diagnóstico para as elevadas exigências do dia a dia, bem como iluminação polarizada para exames muito pormenorizados de estruturas cristalinas e vasculares sem utilizar líquidos de contato. Entre seus diferenciais está a ótica de precisão Heine com ampliação de até seis vezes. Isso significa que o sistema ótico asférico de elevado valor garante imagens de grande definição e alta resolução. Entre suas características estão: temperatura da cor de 5.000 K, índice de reprodução de cor (CRI) > 80, especial para tons vermelhos (R9) > 35 em uma escala máxima de 100. Tem como opcional rodas de contato com ampliação adicional. Com elas, o NC 1 muda para um dermatoscópio de luz de incidente tradicional com escala e ampliação reforçada (nove vezes). “A velocidade e o manuseio simples de um dermatoscópio sem contato combina com uma representação detalhada e precisa do aparelho de contato, em conjunto com um instrumento”, explica Lemos. A EFE também oferece os acessórios para estes equipamentos: conjunto de espéculos para os otoscópios, discos de contato com e sem escalas para os dermatoscópios, baterias e carregadores opcionais para toda a linha mini. “Visite-nos na Hospitalar (Pavilhão Branco Rua C 30) e conheça todas as novidades da Heine para aparelhos LED”, convida o diretor. www.efe.com.br l (81) 4009-9900
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Uma mulher dedicada à saúde de milhares de outras Por Carol Gonçalves Não foram poucas as conquistas da mastologista Maira Caleffi em prol do controle do câncer de mama. Formada em Medicina pela PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, fez residência em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. É PhD pela Universidade de Londres e pós-doutora em genética e câncer pela Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos. Atualmente, é chefe do serviço médico de Mastologia e coordenadora do Núcleo Mama Moinhos do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), e presidente voluntária do Imama RS – Instituto da Mama do Rio Grande do Sul, e Femama – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas em Apoio à Saúde da Mama. Em março deste ano, foi reconhecida mundialmente pela sua contribuição na área de oncologia, como consta em relatório publicado pela Roche, que destaca mulheres do mundo todo que têm deixado contribuições relevantes na redução do impacto devastador que o câncer imprime nas pessoas e na sociedade. Fale sobre as mais recentes conquistas femininas lideradas por você à frente das entidades das quais faz parte. Entre as principais conquistas à frente do Imama e há 10 anos como fundadora e presidente voluntária da Femama estão dois movimentos de advocacy construídos a partir da necessidade dos pacientes. O primeiro é a articulação para aprovação da Lei dos 60 Dias (12.732/12), que determina o início do tratamento de pacientes oncológicos pelo SUS em até 60 dias. O segundo é referente à Lei da Mamografia (11.664/08), que regulamenta o exame para mulheres a partir dos 40 anos pelo SUS. Em 2016, além de o foco macro sempre ser a redução da mortalidade por câncer de mama no Brasil, a Femama e suas 58 associadas procuram ampliar e garantir o acesso a diagnóstico e tratamento ágeis e de qualidade.
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Você acredita que ter saúde é um direito? Sim. Lutamos para que os direitos adquiridos através dessas e de outras leis sejam de fato colocados em prática. Toda a nossa “militância” é a busca por melhorias no diagnóstico oncológico em no máximo 30 dias no SUS, cobertura mamográfica de ao menos 75% no Brasil, inclusão de testes genéticos para predisposição ao câncer de mama na rede pública e acesso mais rápido a tratamentos mais adequados e modernos para câncer de mama avançado no SUS. Quais os maiores problemas que as mulheres enfrentam hoje quando buscam tratamento para câncer de mama? Quanto mais cedo for diagnosticado e tratado, maiores serão as chances de cura. Mas a paciente enfrenta obstáculos já na fase de diagnóstico, em função da demora para obter exames e consultas na rede pública. A partir do diagnóstico, a Lei 12.732/12 determina que a paciente inicie o tratamento em até 60 dias, o que, apesar de ser uma grande conquista, ainda não é garantia de agilidade no tratamento. Uma pesquisa da Femama demonstrou falhas
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na implementação dessa lei em 2014 e até hoje o sistema de registro que deveria permitir o monitoramento desse direito não está em pleno funcionamento. Além disso, a norma regulamenta apenas o primeiro tratamento, ficando as demais etapas sem amparo. Nessas condições, e com os gargalos encontrados em todo o país, especialmente na oferta de radioterapia, muitos tumores acabam evoluindo para o estágio avançado, com chances de cura muito reduzidas e urgência na administração do tratamento. Nessa fase da doença, a paciente depara-se com uma dura realidade. Os medicamentos modernos, que permitem que o tratamento seja realizado com mais conforto, com menos efeitos adversos e garantem maior tempo sem evolução da doença não estão disponíveis para aquelas que dependem do sistema público de saúde. O diagnóstico do câncer de mama traz consigo muitos desafios às mulheres, que além da luta pela vida, percebem um impacto direto em sua renda, saúde emocional e qualidade de vida. O acesso igualitário e digno ao tratamento, portanto, faz toda a diferença para elas. Sabemos que a doença tem 95% de chances de cura sempre que diagnosticado precocemente, mas para isso são necessários investimentos e melhorias no acesso a informação, exames de qualidade, tratamentos modernos e reabilitação. Fale sobre o modelo de colar com bolas cor-de-rosa, representando tumores, e o prêmio na Casa Branca. O que representam? O colar da vitória foi um projeto desenvolvido pelo Imama que a Femama multiplicou em todo o Brasil junto à sua rede de ONGs dedicadas ao combate ao câncer. Através do colar era possível demonstrar o tamanho dos nódulos e esclarecer a importância do diagnóstico precoce. Era uma peça didática e lúdica, que chegou a integrar um projeto em escolas, pelo qual as crianças levavam o colar com uma cartilha explicativa para casa, compartilhando com as mães. Quanto à Casa Branca, fui indicada por uma instituição parceira internacional para integrar a celebração da abertura do Outubro Rosa nos Estados Unidos. Tive a oportunidade de realizar um discurso e participar da cerimônia de iluminação rosa da Casa Branca. Minha participação neste evento significou a importância da união entre os países do ocidente (eu do Brasil) e do oriente (uma líder de advocacy da Arábia Saudita) no controle de um tipo de câncer que, embora curável, ainda tira tantas vidas ao redor do mundo e é de extrema relevância no Brasil. Foi um momento inesquecível na minha vida! Aquelas coisas que às vezes a gente precisa sentir para ter a certeza: estou no caminho certo.
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Qual a importância do papel do profissional de saúde ao lidar com mulheres com câncer? Pacientes oncológicas precisam de atendimento multiprofissional, contemplando oncologista, mastologista, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, psiquiatra, geneticista e enfermeira. O ideal é uma equipe trabalhando em conjunto o tempo todo e de preferência num só lugar. Esses profissionais têm um papel fundamental na recuperação das pacientes, inspirando confiança no tratamento e as conduzindo para que convivam com a doença com dignidade e qualidade. É importante também o acompanhamento e o suporte dos familiares e amigos, bem como a busca de ajuda junto a instituições de apoio a pacientes, onde é possível esclarecer dúvidas e compartilhar experiências sobre o processo vivenciado, além de contar com serviços especiais e se engajar pela luta por direitos. Conte uma experiência marcante de sua trajetória. Para mim, é trabalhar como mastologista, professora e pesquisadora dentro de Hospital Moinhos de Vento, tendo a oportunidade de colocar em prática tudo o que aprendi em 20 anos de treinamento no exterior, consultório privado e hospitais que atendiam pacientes do SUS e com residência. Em 2003, nasceram dois grandes projetos marcantes na minha vida: o Núcleo Mama Moinhos e o Projeto Social e Pesquisa, do Núcleo Mama Porto Alegre. Adoro trabalhar no Hospital Moinhos de Vento!
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Você tem atuação internacional no momento? Sim. Estou muito orgulhosa de ter sido reeleita para o Conselho de Diretores da União Internacional de Controle do Câncer (UICC), com sede em Genebra, no período 2014-2016. Trata-se de uma instituição com 900 membros em 155 países fundada em 1933 cuja missão é unir a comunidade de câncer em busca de melhores políticas públicas de saúde de uma forma global. Através desse trabalho tenho participado de vários comitês internacionais! Como é a sua rotina? Nem queira saber! Alguns acham que eu faço muita coisa, mas acredito que faço uma só: controle de câncer de mama, da prevenção ao tratamento.
Anunciantes
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Como você e as instituições em prol da causa vêm ajudando a mudar a denominação de “doença do silêncio” dada ao câncer? Fazendo muito “barulho”, sempre trabalhando com informação baseada em evidência científica e empoderamento de pacientes. De um lado, é preciso desmistificar conceitos equivocados sobre o câncer de mama, que é uma doença altamente curável, trazendo dados e informação pertinente, provocando o debate, aumentando a conscientização para o diagnóstico precoce, construindo um ambiente confortável para que a paciente que enfrenta o câncer procure ajuda e encare o tratamento com mais confiança. De outro lado, o empoderamento acontece quando, à frente das instituições Imama e Femama, procuro inspirar as mulheres a conhecer e lutar por seus direitos enquanto pacientes. Deixar claro que elas dependem de um atendimento ágil e de qualidade, com vida digna, até mesmo, convivendo com a doença nos casos de metástase. Por exemplo, mostrar que essa fase tardia da doença já pode ser controlada. Saber é uma forma poderosa de mudar a realidade, o paciente com câncer que conhece a sua doença pode ter muito mais qualidade de vida.
3albe Beta Eletronic Brunmed CDK Celitron Celmat Cirumex Consultoria Passarini Corning Dexcar Dorja Dräger Ecco Brasil EFE ESR Canal Fanem Fleximed Grifols H. Strattner Health Móveis Intel Security Kevenoll Kolplast Konex Magnamed MedCir Moriya Mucambo Niazi Chohfi Nilko Ortosintese Oxigel Palmetal Promopress Protec/R&D Mediq RC Móveis Similar & Compatível SurgiSafe Transmai Traumec TTS U’North Wise Comfort
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Qual o real problema na saúde: falta ou desperdício de recursos? as propostas, aprove o pedido e o pagamento. Desta forma, o que garante que a decisão será com base na melhor proposta e não aquela que trará benefícios ao comprador ou a um fornecedor de preferência?
Recentemente temos testemunhado a dificuldade financeira de diversas organizações da área de saúde, como hospitais e operadoras de saúde tradicionais e conhecidas no mercado. Aumento dos custos de mão-obra, insumos e tecnologias, bem como dificuldades de repasse e de correção da tabela de preços para aumento da receita são alguns dos obstáculos e desafios enfrentados. Há pressão por mais eficiência e resultado. Mas afinal, quais as opções para os gestores? Existe um caminho ainda não trilhado? Possível resposta: prevenção de fraudes e aprimoramento dos controles internos. De acordo com estudo da ACFE, renomada entidade de combate às fraudes, uma organização perde em média 5% de suas receitas com fraudes. Sem dúvida, uma perda de montante significativo, que muitas vezes é desconhecida ou negligenciada pelos gestores. Há profissionais e departamentos cuidando da assistência, da operação, das finanças, da gestão de pessoas e afins, mas quem está efetivamente lidando com a prevenção de fraudes e os controles internos? Que metodologias, recursos e ferramentas estão sendo disponibilizados para estes propósitos? Um importante ponto de partida é garantir que os processos estejam adequados e controlados, e que exista registro para as atividades críticas, em especial, as que envolvem diretamente montantes financeiros, como compras, pagamentos e cadastro, entre outros. Por exemplo, os procedimento garantem a devida segregação de funções e evitam conflitos de interesses? De forma simples, isso significa que quem executa não controla e não aprova, e que toda decisão é tomada pensando no melhor resultado e não nos interesses da pessoa que ocupa determinado cargo.
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Vamos utilizar o processo de compras como exemplo. Há organizações que usam portais de compras, formam grupos para ter maior poder de negociação, fazem cotação com no mínimo três fornecedores, promovem licitações, envolvem o departamento jurídico na elaboração do contrato, entre outras diversas práticas conhecidas. E mesmo com essas medidas ainda podem ter problemas. Muitas delas permitem que um mesmo profissional selecione os participantes, cadastre os fornecedores, realize a cotação, receba e equalize
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É fundamental realizar um amplo diagnóstico de riscos, priorizando os ciclos de receita, despesa e estoque, e implantar as melhorias necessárias”
Mesmo com menos autonomia do que no exemplo acima, um profissional pouco ético poderia pagar mais caro por um produto ou serviço, assinar um contrato desfavorável, adquirir uma quantidade maior do que a necessária ou aceitar indevidamente como adequado um produto de qualidade inferior. Independentemente do formato, são várias as situações nas quais se pode perder recursos, eficiência e qualidade. Estas perdas certamente afetarão a capacidade de promover novos investimentos ou mesmo manter a viabilidade da operação. Há organizações com processos que, no desenho, contemplam controles adequados, como segregação de funções, mas que não são efetivos na prática. Os motivos são vários: subordinação ou relacionamento pessoal entre os envolvidos, compartilhamento de senhas, acúmulo de funções em razão de férias, licenças, reduções de quadros, executores sem conhecimento técnico e senso crítico para questionar orientações e pedidos suspeitos, além de delegações indevidas. Como gestor, você tem a tranquilidade de que isto não está acontecendo na sua instituição? Num cenário de busca de recursos e eficiência, nenhuma, inclusive as do setor de saúde, pode abrir mão de processos robustos e controlados. A solução para as questões aqui mencionadas passa por entendimento e revisão dos processos existentes, de modo que boas práticas de gestão de riscos, como a segregação de funções e o combate ao conflito de interesse, sejam realidade e permitam que os escassos e fundamentais recursos financeiros permaneçam na organização. Infelizmente, o leque de potenciais problemas relacionados a fraudes e má intenção é tão amplo quanto a criatividade de malfeitores. Ou seja, vai muito além dos exemplos citados neste artigo. Há muito dinheiro em jogo e uma real oportunidade de melhorar os resultados, independentemente da conjuntura política econômica, do mercado, concorrentes e governo. Depende apenas da própria organização. Por isto, é fundamental realizar um amplo diagnóstico de riscos, priorizando os ciclos de receita, despesa e estoque, e implantar as melhorias necessárias. Está na hora de incorporar, no resultado e no caixa, o que hoje ainda é desperdiçado e perdido com fraudes. A não ser que alguma instituição possa se dar ao luxo de abrir mão de um montante equivalente a 5% de sua receita diretamente na margem. Jefferson Kiyohara
Líder das Práticas de Riscos e Compliance da ICTS Protiviti, empresa de consultoria e serviços em gestão de riscos, compliance, governança corporativa, operações, tecnologia, finanças e auditoria interna
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