PROTOCOLO PARA REPARAÇÃO DE COMANDOS 0. Antes de iniciar o trabalho 1. Funciona algum botão do comando Verificar os botões danificados Verificar as pistas do circuito 2. Nenhum botão funciona Verificar a emissão do comando Verificar a voltagem da pilha Verificar se os conctatos da pilha funcionam corretamente Fornecer voltagem ao circuito diretamente Verificar todos os botões Verificar as faixas e os chips dos comandos Trocar o ressonador piezoeléctrico 3. Não inicia Verifique o transponder Verifique as Antenas RFID Verifique as faixas e chips Verifique a bobina ou Leds 4. Dicas Úteis
Antes de começar a trabalhar Limpe o circuito na máquina de ultrassom sem pilha para poder trabalhar e ver claramente as possíveis avarias. Vamos colocá-lo 2 ou 5 minutos na máquina, conforme a sujidade, ferrugem, etc., que tenha o comando. O comando na máquina de ultrassom não tem nenhum risco de sofrer qualquer dano. De facto, a máquina pode ser utilizada para limpar outras coisas. Uma vez tirado o líquido temos que limpá-lo com um spray de limpeza de circuitos e com um pincel adequado ou similar para eliminar os restos e para que o circuito fique seco. Também é possivel usar ar comprimido, é necessário remover os resíduos do circuito com um limpador adequado. Mais de 30% dos comandos depois de limpos e com pilhas novas estão reparados, um exemplo claro é o comando de portão com trimmer, na maioria das vezes o trimmer está sujo e não regula adequadamente, limpam-se, regulam-se e ficam novos.
ANTES
DEPOIS
Funciona algum botão no comando Detectar e substituir os botões avariados. A primeira coisa a fazer no caso de ter um botão que não funcione no comando é verificar se os botões estão no lugar correto, se eles estão soltos ou partidos saltar este passo. No caso que aparentemente estarem corretos, proceder à leitura da condutividade nos botões que não funcionamento utilizando o medidor, por uma ponta em cada lado do botão, nos 2 pinos, e pressionar o botão para verificar se emite o sinal sonoro.
No caso dos botões de 4 pinos, ter em mente que dois deles têm continuidade sempre juntos, basta verificar entre os outros dois, no caso do esquema, 1 e 2 têm sempre continuidade como 3 e 4, teria de verificar entre os outros pinos, o melhor e mais fácil em todos os casos é verifica-los na diagonal.
Procedimento para soldar e dessoldar botões Uma vez que tenhamos identificado os botões danificados e verificado que não funcionam corretamente, iremos proceder à sua substituição por uns novos, pelos mais parecidos possíveis aos originais. 1.Primeiro segurar o circuito corretamente e trabalhar numa superfície lisa (mármore ou similar), para evitar possíveis incidentes, tais como movimentos inadequados, perda de componentes, etc. Um bom exemplo para segurar circuitos é uma plataforma de apoio.
2. Proporcionar Flux. O Flux é um produto químico que faz baixar a temperatura de fusão do estanho para que possamos trabalhar com uma temperatura mais baixa e com menos risco de danificar os componentes, especialmente os botões que funcionam corretamente. 3. Dessoldar o botão. Dependendo do botão é aconselhável usar o soldador ou ar quente da estação. Para os botões de dois pinos que não atravessam a placa podemos usar diretamente a ponta do soldador e o resto do processo é realizado da seguine forma: a. Primeiro limpe o excesso de estanho com malha de cobre e a ponta do soldador.
b. Voltar a aplicar Flux e aquecer a área a dessoldar com o ar quente da estação (temperatura de trabalho entre 250-280) observando a mudança de cor do estanho, que indica que o estanho atingiu o seu ponto de fusão, juntamente com a evaporação da componente volátil de Flux (cheira a pinho). c. Retire cuidadosamente o componente, sem remover o ar quente, com uma pinça sem mover os outros componentes, daí a importância de ter um bom suporte. Se algum componente se mover antes que a placa esfrie, manter o ar quente e reposicionar o componente no seu lugar, já que o estanho ao estar líquido o permite, e os componentes tendem a se recolocar no seu lugar, pelas propriedades do estanho. d. Arrefecer o circuito com o Freez-it, para continuar a trabalhar com este sem demora. Ao aplicar ter em conta que começa a projetar a uma distância de 20 cm, temos de nos aproximar gradualmente para evitar incidentes, tal como os componentes voarem 4. Soldar o novo botão a.Vamos voltar a limpar com malha o resto do estanho velho que ficou na placa, caso contrário, o botão não irá encaixar corretamente. b.Aplique uma pequena quantidade de creme de estanho nos pontos de soldadura, é muito importante aplicar apenas nos pontos de soldadura. c. Antes de usar o soldador é muito importante ter a ponta o mais limpa possível e em condições aceitáveis. Para isso, sempre que usarmos o soldador iremos passa-lo pelas nanas de cobre até não haver qualquer vestígio de estanho. Cada duas semanas, ou quando a ponta do soldador perder seu brilho, vamos passa-las pelo re-estanhador para o manter em boas condições, para que assim o estanho possa fluir corretamente para onde precisamos dele. d. A temperatura de trabalho é aproximadamente entre 250 e 320 graus. Cuidadosamente aproximaremos a ponta do soldador a um dos pontos, segurando-o com uma pinça para impedir que se mexa, temos de ter em conta que o estanho solda quando muda a cor do creme. e. Uma vez soldado o primeiro, apenas temos que encostar a ponta ao resto, esperar que mude de cor e está pronto
Verificar as linhas do circuito No caso em que o botão que está a falhar tem continuidade quando pressionado, mas esse botão não emite a falha mais comum, é devido à continuidade da faixa que chega a esse botão. 1. Em primeiro lugar vamos seguir cada um dos pinos do pulsador através do circuito para ver se encontramos algum corte na continuidade ou um pin do chip levantado. a. Se algum pino do chip está levantado, resoldar é muito simples. Primeiro aplique flux e ar quente (lembre-se, temperatura de 250-280) e reposicionar com uma pinça, ou poderíamos também ressoldar com um pouco de estanho e a ponta do soldador fazendo pouca pressão até que atinja a placa. b. Se algumas das faixas estão cortadas ou não dá boa condutividade, podemos fazer uma ponte com fio de cobre ou com um lápis de ouro. Esta segunda opção é muito mais conveniente e mais rápida. i. Primeiro vamos limar a parte a emendar ou os pontos a juntar. ii. Adicionamos estanho nas pontas e também nas pontas do fio de cobre. iii. Soldamos primeiro uma extremidade e depois a outra. iv. Cortamos o excesso de fio com um alicate de precisão. v Verificamos a continuidade e a emissão de comando. vi. Com o lápis de ouro só temos de limar a área onde está o corte e pintá-la.
2. Se não vemos onde está a falha de continuidade e já examinamos tudo o resto, cuidadosamente vamos aquecer toda a placa para que o chip e os outros componentes assentem bem e recuperem a sua posição original. Muitas vezes, o chip parece corretamente soldado, mas tem um ou dois pins que não estão devidamente soldados à placa. Em muitos casos, também podemos levanta-lo e voltar a solda-lo: a. Fornecer Flux a todos os componentes relevantes da placa. b. Aplicar calor em toda a área até que o estanho mude de cor. c. Pegue o chip cuidadosamente com uma pinça e levante sem fazer muita força. d. Voltar a substitui-lo sem remover o ar.
Nenhum botão funciona Verificar a emissão de comando A primeira coisa a fazer nestes casos é verificar que é o comando que está a falhar e não a codificação com o carro ou o carro em si. Para isso, iremos usar uma máquina que detecte a recepção dos comados à distância, tais como: Se for um comando infravermelho com uma câmara de fotos digital ou um telemóvel com câmara pode ver o flash do led que o nosso olho não percebe. Se virmos que o comando emite, o que temos a fazer é voltar a sincronizar no carro em questão, na maioria dos casos é simples, se, apesar de tudo, o carro não recebe o sinal e não é capaz de resincronizar mesmo quando ele emite, o problema estará no carro, por exemplo um fusível estragado, neste caso não poderemos fazer nada, só podemos dizer ao cliente para ir a uma oficina para rever o sistema elétrico do carro. Verificar a voltagem da pilha Em muitos casos, o cliente diz ter trocado as pilhas, mais de 50% das pilhas vendidas para os comandos são de baixa qualidade com ciclos de trabalho muito baixos. Nos comandos dos carros enquanto uma das pilhas baixa a 3v, o comando já não emite nenhum sinal, então o próximo passo a fazer é verificar a voltagem das mesmas. Para não estar a perder tempo, o mais prático é medir diretamente a voltagem da pilha com um polímetro na função de voltagem e verificar se dá um valor acima de 3V. Mesmo assim, uma vez que estamos dispostos a reparar um comando é aconselhável substituir as pilhas por umas novas, de qualidade, já que temos verificado que às vezes apesar de dar voltagem suficiente, algumas pilhas não dão a intensidade suficiente, sem mencionar que temos de oferecer por lei uma garantia de reparação mínima de três meses, não custa garantirmos esse fator. PILHA EM MAU ESTADO PILHA EM BOM ESTADO
Dicas de leitura correta
Dicas de leitura incorreta
Verifique se os contatos da pilha funcionam corretamente Uma vez que sabemos que a pilha está carregada totalmente, vamos verificar que a pilha transmite bem a voltagem ao circuito. Primeiro vamos ver onde é que a pilha toca no circuito, isso vê se à primeira vista, o que temos de verificar é, se ao posicionar corretamente a placa sobre os contatos, a voltagem da pilha transmite bem, o que vamos fazer primeiro é identificar dois pontos contínuos à placa de contato com a pilha para perfurar confortavelmente. Em anexo algumas fotos com alguns exemplos
Posicionando o circuito podemos medir a voltagem da pilha transmitida sobre estes dois pontos. Temos o problema localizado nos contatos das pilhas 1. Neste caso o que temos de fazer primeiro é recuperar os contatos, isto pode ser feito com estanho ou com o lápis de ouro. Nunca devemos limar a placa, muita gente risca os contatos em vez de corrigir o problema, o que o torna pior. Se os contatos estão corroídos ou sujos, o que podemos fazer é colocá-los mais tempo na máquina de ultrassom.
ANTES
DEPOIS
2. Após a recuperação do contato da pilha, voltamos a medir para verificar se tudo funciona corretamente, caso contrário, vamos procurar um corte na condutividade. 3. Em muitos veículos como Citroën e Peugeot, por exemplo, a base de contatos da pilha é muito pequena e quase não faz contato, neste caso, o que podemos fazer é ampliar a área de contato. 4. Outra avaria clássica é que falte um dos contatos, neste caso, o que vamos fazer é um novo contato com malha de cobre estanhada, algum pedaço de platina... Quando a malha é estanhada, torna-se rígida e maleável, portanto, é fácil adapta-la às nossas necessidades.
5. No caso dos comandos da BMW, que têm baterias em vez de pilhas, o que fazemos é limpar a superfície com malha para dessoldar a bateria e depois soldar a nova bateria com o estanho, como é mostrado nas fotos a seguir.
Fornecer voltagem no circuito diretamente: Em muitas ocasiões, quando as pilhas estão separadas do circuito, podemos achar complicado verificar, de forma prática, que os contatos estão a funcionar corretamente, por isso é conveniente usar uma fonte de alimentação variável que nos dê a voltagem e a intensidade necessária diretamente no circuito, descartando assim uma possível falha resultante da falta de alimentação por falsos contatos. Ao mesmo tempo, também podemos descobrir que as pilhas que nos davam a voltagem correta, afinal não têm a intensidade suficiente para que o circuito emita e funcione corretamente. No caso das baterias da BMW, esta máquina também nos serviria em muitos casos para recuperar a pilha. O que temos de fazer é pô-la a 3,50v e colocar os polos nos contatos da pilha por 20 minutos. Deixar em repouso outros 20 minutos e verificar se baixou de 3,40v, em caso afirmativo, a bateria está com defeito, mantém a voltagem.
Confira todos os botões O procedimento é o mesmo que na secção: "detectar botões estragados e substituir". A única diferença é que se aplica a todos os botões.
Verificar as pistas e os chips do comando Começamos com uma verificação visual do circuito, tentando localizar componentes soltos ou algum corte numa pista, também temos de verificar os pinos do processador do comando para verificar que não falha qualquer contato com a placa.
1. Localização dos componentes soltos, para realizar esta função vai nos ajudar uma lupa ou microscópio eletrónico. Seguimos todos os contatos do circuito e com certeza vamos ver alguns que estão soltos.
2. Verifique os pinos do processador, temos de rever todos os pés do processador do comando. Num caso particular, podemos dessoldar e voltar a soldar com creme de estanho. Em anexo está uma foto da sequência feita com creme de estanho.
Mudança do ressonador Depois de ter feito todas as verificações anteriores e sem ter resultados, o comando continua sem emitir, podemos supor que o resonador que é responsável pela frequência de emissão do comando não está a funcionar. Assim, iremos proceder à substituição por um de características semelhantes.
O carro não pega Verifique o transponder Primeiro vamos verificar numa máquina de clonar de mesa que o transponder está ativo, sabemos isto porque a máquina é capaz de identificá-lo em 98% dos casos, há exceções, como os comandos da Mercedes que não são detectáveis pelas máquinas de transponder convencionais. Se a nossa clonadora de mesa detecta o transponder, significa que ele está a funcionar corretamente. Assim, podemos deduzir que o problema está no veículo ou na codificação do transponder, nestes casos, precisamos de uma máquina de diagnóstico para poder programar no veículo, desde que, o transponder não esteja bloqueado. Se a clonadora não detecta o transponder passamos ao passo seguinte Verifique pistas e chips Procedemos à revisão das faixas e dos transponder inseridos na placa da mesma forma como na secção “Verificar as faixas e os chips do comando“. Comprovar a bobina No caso de o nosso comando não usar um transponder cerâmico ou de cristal é dizer: que este está integrado na placa do comando, este funciona através de uma bobina que faz de antena. Esta bobina compõe-se de um núcleo de ferrite com uma bobina de cobre muito fina para induzir a
1. Detetar se a bobina funciona, para saber se esta está a trabalhar corretamente procedemos à medição a continuidade, dado que é um fio de cobre bobinado e é tão longo que dá uma resistência ao passo da corrente. Se medirmos a resistência e esta der um valor de 0 em todas as escalas do polímetro ou não der continuidade, indica que a bobina está partida e precisa de ser substituída. 2. Antes de se substituir a bobina temos de nos certificar que temos a adequada, este e um processo complexo é preciso equipamento especial para as medições, por isso é mais fácil adquiri-las classificadas. 3. Uma vez localizada a bobina indicada passamos à dessoldagem da bobina estragada para isso vamos utilizar o flux em todos os contactos da mesma e dessoldá-la com ar quente, tem que se ter em conta que muitas das bobinas vão coladas à placa e terá de fazer um pouco de pressão para solta-la mas antes devemos assegurarmo-nos (como explicamos anteriormente) que o estanho está totalmente fundido, de forma que não possamos danificar a placa. 4. Uma vez dessoldada a bobina anterior vamos proceder à substituição pela nova, para isto primeiro vamos limpar e aplicar um pouco de estanho em creme, logo com a ponta do soldador vamos aplicar-lhe um pouco de calor até que mude de calor e fique soldado. Comprovar leds Há dois tipos de comandos à distância que usam leds de emissão: • Velho, como por exemplo Renault. • Modernos, como por exemplo Mercedes. Comandos antigos: No caso dos comandos antigos o led abre as portas do carro e se este não funciona na maioria dos casos o carro não arranca. Para comprovar se o que falha é o led podemos diretamente dessolda-lo e comprovar com uma bateria de 3v e uma câmara, sem dessolda-la medimos a continuidade entre os dois pins do led: se dá valor nas duas posições este não funciona, um díodo led só deixa passar corrente numa direção no entanto temos que dar um valor 0 em algumas das medições, no caso de nenhuma dos dois 0 ou são os dois os que dão 0 o led está estragado. No caso de o led está deteriorado substituímo-lo por um novo tendo em conta que o led tem polaridade e portanto só funcionara num dos sentidos. Comandos modernos de Mercedes: Os comandos de Mercedes dos últimos 10 anos dispõe de dois leds que se encargam de arrancar o carro, geram um sistema de emissão – receção de modo de transponder. Neste caso só podemos medi-lo com o polímetro no modo continuidade para ver se ambos os leds estão corretamente iguais ao parágrafo anterior. No caso de o led estar deteriorado substituímo-lo por um novo respeitando a polaridade do mesmo.
Dicas úteis: Use sempre ferramentas de qualidade: . Com um bom soldador a temperatura da placa é mais controlada, de modo que o risco de danificar algum componente é mínimo. . Ao utilizar Flux é muito mais fácil de soldar e dessoldar, uma vez que a temperatura de fusão do estanho desce 100 graus e não precisa de fornecer tanto calor. . Soldar e dessoldar com ar quente e estanho em creme, é muito mais confortável, simples e limpo que fazer com um soldador convencional. . Ao usar um cutter de qualidade, evitamos danificar os componentes, no caso de ter que abrir alguma carcaça, uma vez que com um cutter afiado não é necessário fazer muita pressão para cortar. . É muito importante que a área de trabalho esteja limpa e dispor de um suporte adequado para a placa de circuito. . Nunca, em hipótese alguma, se deve usar cianoacrilato e colas semelhantes para selar uma carcaça ou qualquer componente: - Não é condutor - Gera um gás que ataca os componentes - É corrosivo - Se for necessário, é muito difícil de remover. Nestes casos, é conveniente usar uma cola de contato ou um bicomponente. . É aconselhável trabalhar marcando os elementos eletrônicos e as suas posições sobre a placa, para evitar erros ao ressoldar, por favor, tirar fotos para memória histórica e de consulta em caso de dúvida.