Bancári@s junho 2011

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Otávio Dias ∞ Bradesco

Presidência otavio@bancariosdecuritiba.org.br Carlos Alberto Kanak • HSBC

Antonio Luiz Fermino • Caixa

Secretaria Geral kanak@bancariosdecuritiba.org.br

Secretaria de Finanças fermino@bancariosdecuritiba.org.br

Audrea Louback • HSBC

Eustáquio Moreira dos Santos • Itaú Unibanco

Secretaria de Organização e Suporte Administrativo audrea@bancariosdecuritiba.org.br

Secretaria de Imprensa e Comunicação eustaquio@bancariosdecuritiba.org.br

Marcio M. Kieller Gonçalves • Itaú Unibanco

Denívia Lima Barreto • HSBC

Secretaria de Formação Sindical marciokieller@bancariosdecuritiba.org.br

Secretaria de Igualdade e da Diversidade denivia@bancariosdecuritiba.org.br

Ademir Vidolin • Bradesco

Margarete Segalla Mendes • HSBC

Secretaria de Assuntos Jurídicos Coletivos e Individuais ademir@bancariosdecuritiba.org.br

Secretaria de Saúde e Condições de Trabalho margarete@bancariosdecuritiba.org.br

André C. B. Machado • Banco do Brasil

Genésio Cardoso • Caixa

Secretaria de Políticas Sindicais e Movimentos Sociais andre@bancariosdecuritiba.org.br

Secretaria de Cultura genesio@bancariosdecuritiba.org.br

Júnior César Dias • Itaú Unibanco

Pablo Sérgio M. Ruiz Diaz • Banco do Brasil

Secretaria de Mobilização e Organização da Base junior@bancariosdecuritiba.org.br

Secretaria de Ass. de P. Sociais e E. Socioeconômicos pablo@bancariosdecuritiba.org.br

Anselmo Vitelbe Farias • Itaú Unibanco

Selio de Souza Germano • Itaú Unibanco

Secretaria de Assuntos do Ramo Financeiro anselmo@bancariosdecuritiba.org.br

Secretaria de Esportes e Lazer selio@bancariosdecuritiba.org.br

Alessandro Greco Garcia - Banco do Brasil Ana Luiza Smolka - Banco do Brasil Ana Maria Marques - Itaú Unibanco Carl Friedrich Netto - Banco do Brasil Claudi Ayres Naizer - HSBC Edson Correia Capinski - HSBC Edna do Rocio Andreiu - HSBC Elize Maria Brasil - HSBC Erie Éden Zimmermann - Caixa Genivaldo Aparecido Moreira - HSBC Hamilton Reffo - HSBC Herman Felix da Silva - Caixa Ilze Maria Grossl - HSBC João Batista Melo Cavalcante - Caixa Jorge Antonio de Lima - HSBC

José Carlos Vieira de Jesus - HSBC José Florêncio F. Bambil - Banco do Brasil Karin Tavares - Santander Karla Cristiane Huning - Bradesco Kelson Morais Matos - Bradesco Lílian de Cássia Graboski - ABN/Real Luceli Paranhos Santana - Itaú Unibanco Marco Aurélio Vargas Cruz - HSBC Marisa Stedile - Itaú Unibanco Salete A. Santos Mendonça Teixeira - Caixa Sonia Regina Sperandio Boz - Caixa Sidney Sato - Itaú Unibanco Ubiratan Pedroso - HSBC Valdir Lau da Silva - HSBC Vanderleia de Paula - HSBC

Efetivos

Suplentes

Luiz Augusto Bortoletto - HSBC Ivanício Luiz de Almeida - Itaú Unibanco Denise Ponestke de Araújo - Caixa

Deonísio Schimidt - HSBC Tania Dalmau Leyva - Banco do Brasil Bras Heleison Pens - Itaú Unibanco


Ilustração Fabio Souza

06 Assédio organizacional

SEEB Curitiba

Imposição de metas abusivas e pressão pelo cumprimento das mesmas continuam adoecendo bancários em todo o país.

SEEB Curitiba

16 Campanha Nacional 2011 Comando Nacional dos Bancários já definiu calendário de encontros e conferências. Mas participação de todos os bancários será decisiva para o bom andamento da campanha salarial.

10 Com a palavra

SINSEP

Presidente reeleito do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Otávio Dias, fala dos principais desafios para o próximo período.

22 Reforma Política CUT defende mudanças visando ao fortalecimento da democracia participativa e à ampliação da participação popular na política brasileira.

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Cartas do leitor Editorial Bancos Entrevista Formação Vida sindical Bem viver Capa Cultura Cidadania Balanço financeiro Opinião Aconteceu Memórias da luta Humor junho 2011

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Foi dada a largada Entre 09 e 20 de maio, os trabalhadores da base do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região responderam à consulta da Campanha Nacional dos Bancários 2011, apontando as prioridades que irão pautar as discussões e negociações neste ano. O questionário contemplou demandas sobre remuneração e emprego, saúde, segurança e condições de trabalho, além de aferir a opinião da categoria sobre regulamentação do Sistema Financeiro Nacional, Reforma Política e Reforma Tributária. No primeiro trimestre, também foram agendados os encontros regionais e estaduais, os congressos de bancos públicos e a 13ª Conferência Nacional dos Bancários, que acontece no último final de semana de julho, em São Paulo. Com isso, foi dada a largada para a organização de mais uma campanha salarial. O Sindicato solicita a todos os trabalhadores que fiquem atentos aos meios de comunicação da entidade. Além da Revista Bancári@s e da Folha Bancária, você pode acessar o site www.bancariosdecuritiba.org.br e acompanhar a cobertura diária das questões pertinentes à categoria e à mobilização. Lá você também pode se cadastrar para receber o Boletim Eletrônico semanal. A participação e união de toda a categoria é fundamental no embate entre patrões e empregados, pois só assim os trabalhadores farão valer seus direitos. Não deixe de participar da Campanha Nacional dos Bancários 2011. Informe-se!

Persépolis Autor: Marjane Satrapi Páginas: 352 Editora: Cia das Letras

Ao relatar sua infância e adolescência, Marjane Satrapi emocionou leitores de todo o mundo com esta autobiografia em quadrinhos. Em Persépolis, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama e o Irã parece muito mais próximo.

Foras-da-lei Gênero: Ação Tempo de duração: 138 min Ano de lançamento: 2010

Expulsos de suas terras na Argélia, três irmãos e sua mãe veem-se obrigados a se separar. Seus destinos, selados em torno do amor de uma mãe, se mesclarão com o de uma nação que luta pela sua liberdade.

A revista Bancári@s é uma publicação bimestral do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, produzida pela Secretaria de Imprensa e Comunicação. Presidente: Otávio Dias • otavio@bancariosdecuritiba.org.br Sec. Imprensa: Eustáquio Moreira • eustaquio@bancariosdecuritiba.org.br Rua Vicente Machado, 18 • 8° andar CEP 80420-010 • Fone 41 3015.0523 www.bancariosdecuritiba.org.br Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

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Conselho Editorial: Carlos Kanak, Eustáquio Moreira dos Santos, Júnior César Dias, Marcio Kieller, Otávio Dias e Pablo Diaz Jornalista responsável: Renata Ortega (8272-PR) Redação: Flávia Silveira, Paula Padilha e Renata Ortega Projeto gráfico: Fabio Souza e Renata Ortega Diagramação: Fabio Souza e Mariana Kaminski Revisão: Maria Cristina Périgo Impressão: Maxigráfica • Tiragem: 8.000 Contato: imprensa@bancariosdecuritiba.org.br


SEEB Curitiba Contraf-CUT

Processo eleitoral do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região aconteceu entre 26 e 28 de abril. A Chapa 1 – Seguir conquistando, encabeçada por Otávio Dias, foi eleita com 97%.

Rumo a novos desafios Parabéns aos quase 6 mil trabalhadores bancários que foram às urnas, no mês de abril, legitimar, democraticamente e com 97% dos votos, a Chapa 1 – Seguir conquistando para representá-los no próximo triênio. O processo eleitoral foi conduzido por uma comissão eleita em assembleia e marcado por muita transparência e democracia, com uma bela participação da categoria. É verdade que este resultado demonstra o grau de satisfação dos trabalhadores diante do trabalho realizado pela gestão Quem luta conquista, com relação às conquistas nos últimos anos, à mudança na curva salarial dos bancários desde 2004 (após um longo período de prevalência da política neoliberal, implementada pelos governos anteriores), entre muitos outros fatores. Contudo, muito existe a conquistar. O que nos traz grande responsabilidade na condução do Sindicato nos próximos três anos. Mas é com muita alegria que recebemos este resultado, pois ele nos enche de ânimo para enfrentar os futuros desafios, já iniciando pela organização da Campanha

Nacional dos Bancários 2011. São diversas as especulações no meio econômico: a retomada da inflação, o processo de reestruturação, a crueldade quanto à rotatividade no setor financeiro. Porém, o que, de fato, assistimos há muito tempo é que, com crise ou sem ela, o Sistema Financeiro Nacional vem lucrando abusivamente – a exemplo do primeiro trimestre de 2011, quando 25 bancos registraram ganho de R$ 12 bilhões, uma alta de 18,2% frente ao lucro de R$ 10,1 bilhões do mesmo período em 2010. E não há dúvidas de que os trabalhadores fazem a grande diferença na construção destes resultados. No entanto, eles mesmos vêm pagando um alto preço por isso, colocando em risco sua saúde e segurança e se submetendo a péssimas condições de trabalho. Se não bastasse a evolução da informática, substituindo postos de trabalho todos os dias, há ainda os processos de tercerização, a bancarização sem o bancário. Diante deste cenário preocupante, foi aprovado desde março, pelo Comando Nacional dos Bancários, um calendário

de reuniões, congressos e conferências (leia mais nas páginas 16 a 19). Estabelecidas as datas, enfatizamos agora a necessidade da participação de todos os bancários. Embora nossa data-base seja somente em 01 de setembro, a organização da categoria vem se fortalecendo desde o encerramento da campanha salarial passada, pois somente com o envolvimento e a mobilização do maior número de trabalhadores o sucesso será garantido. Temos certeza de que a postura dos banqueiros não será diferente, enfrentaremos muita intransigência. Mas reafirmamos que, mesmo se a Justiça do Trabalho proibir (através dos interditos) o movimento sindical de realizar suas atividades, ela não pode coibir a consciência dos bancários de lutar pelos seus direitos, que são constitucionais. Por isso, participe de todos os atos, assembleias e mobilizações. Também fique atento aos meios de comunicações do Sindicato. E, não se esqueça, o tamanho de nossa unidade determina o tamanho das nossas conquistas. Junte-se a nós! A Direção junho 2011

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O grande vilão NOS BANCOS PRIVADOS, TRABALHADORES TÊM ENFRENTADO SITUAÇÕES CADA VEZ MAIS DIFÍCEIS PARA MANTER SEUS EMPREGOS

Já virou rotina na vida dos trabalhadores do sistema financeiro a intensa cobrança pelo cumprimento de metas, o medo do desemprego e as ameaças de gestores quanto à capacidade de produção dos bancários. E estas práticas de desvalorização, falta de condições de trabalho nas agências e demais locais de trabalho e ameaças constantes podem ser resumidas em um único termo: o assédio organizacional. De acordo com a psicóloga Lis Andréa Soboll, doutora em Medicina Preventiva pela Universidade de São Paulo (USP), o assédio moral organizacional é uma forma de violência contra o trabalhador, justificada na lógica econômica. Ela é caracterizada na própria estrutura organizacional, que possui formas abusivas de gestão, tão evidentes na rotina dos bancários. “São consideradas abusivas e inadequadas a partir da perspectiva do respeito à saúde, à dignidade da pessoa humana, ao trabalho decente e aos direitos humanos no trabalho”, contextualiza a psicóloga.

Bancos privados Os dirigentes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região receberam inúmeras denúncias informais de trabalhadores do Itaú Unibanco, que estão sendo ameaçados pela política de “ser o melhor banco”. “Quem não aguentar a pressão e não se submeter às regras de cumprimento de metas inatingíveis ou não estiver satisfeito com tal estratégia está sendo convidado a sair”, relata a dirigente Ana Fideli. E a realidade não é muito diferente nos outros bancos privados. No HSBC, mesmo com a mudança de diretoria, a desvalorização dos funcionários permanece, com exigências cada vez maiores. O coordenador nacional da COE/HSBC, Carlos Alberto Kanak, levou, inclusive, essas reclamações à direção do banco durante uma reunião no México, com João Rached, diretor executivo de recursos humanos do HSBC para as Américas. Na ocasião, os principais problemas nas relações de trabalho no Brasil foram citados: cobrança excessiva para atingi-

Caracterização O assédio organizacional pode ser identificado de três formas: por injúria (humilhações para conseguir obediência e submissão ou exposição de todas as pessoas do grupo); estresse (tem objetivo de melhorar o desempenho e a agilidade do trabalho, e é o tipo de gestão que pode ser considerado característico no ambiente bancário, considerando as metas abusi-

O clima na equipe é horrível, pois existe muita discórdia entre as pessoas, muita insatisfação. Eu que tentei dar um grito de alerta, agora me vejo no fundo do poço.” Bancária do HSBC

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mento de metas, falta de funcionários, demissões, terceirizações, conflitos na remuneração variável, utilização de interditos proibitórios nas campanhas salariais e a rotatividade de gestores. “Os relatos apontam que os funcionários estão revoltados e afirmam que nunca foram tão humilhados, nem se sentiram tão pressionados e desvalorizados”, denuncia Kanak. Em Curitiba, os problemas de gestão do HSBC aumentaram após Jorge França assumir a direção regional do banco inglês. O gestor chegou a afirmar que a Síndrome do Pânico seria sinônimo de incompetência.


vas); e medo (ameaças com o fim de gerar adesão do trabalhador aos objetivos organizacionais). A chamada gestão por estresse, tipo mais comum de assédio organizacional sofrido pelo bancário, é caracterizada por cobranças constantes, supervisão exagerada, comparações de desempenho entre os trabalhadores, ranking de produtividades, metas exigentes e prazos inadequados às exigências, entre outros. Segundo relatos de bancários, tais situações têm sido, cada vez mais, identificadas nos bancos privados. Além dos casos citados que ocorrem no HSBC e no Itaú, diferentes formas de pressão também são observadas no Bradesco, que desvaloriza seus funcionários.

“O assédio tem acontecido de forma rotineira. O banco não possui um Plano de Cargos e Salários, nem um plano de remuneração variável e precisa de melhorias no plano de saúde”, observa Otávio Dias, presidente do Sindicato. No Santander, a pressão também é pelo cumprimento de metas. “Os funcionários sofrem com metas individuais, reuniões diárias, desvio de função e isso tem que acabar”, cobra Carlos Augusto Schiavo, diretor da FETEC-CUT-PR. Nos bancos públicos, a prática do assédio também é constante. E o medo não é o do desemprego, mas do descomissionamento, que pode causar perda de até 60% dos rendimentos dos bancários.

As cobranças envolviam gritos, exposições constrangedoras diante de colegas e palavras ofensivas. As ameaças de demissão para aqueles que não cumprissem as metas eram frequentes e realmente se concretizavam.” Bancário do Bradesco

Meu chefe chamava a minha atenção diante de clientes e demais funcionários. Sentia-me humilhada com uma baixa autoestima e fui ficando cada vez mais estressada, desmotivada e deprimida.” Bancária do Itaú

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Incoerência no HSBC BANCO INGLÊS ANUNCIA MUDANÇA DE PERFIL, REDUÇÃO DE CUSTOS E CONTRATAÇÕES PARA A ÁREA GERENCIAL

Em maio, o novo presidente-executivo do HSBC, Stuart Gulliver, anunciou que o banco quer reduzir as operações de varejo e gestão de fortuna e economizar entre U$2,5 e U$3,5 bilhões nos próximos anos. Dos 87 mercados em que o banco inglês atua, apenas 22 operações de varejo e 18 de gestão trazem retorno. No varejo, o banco se concentrará nos mercados principais, como Hong Kong e Inglaterra, e nos de alto crescimento, como México, Brasil, devendo se retirar, por exemplo, da Rússia. Enquanto isso, o presidente do HSBC no Brasil, Conrado Engel, diz que o país

deve passar incólume por este processo. O banco deve contratar mil novos gerentes para atender o varejo de alta renda e o segmento de pequenas e médias empresas. Para o movimento sindical, desta maneira o HSBC segmenta seus clientes. “O banco mostra que o interesse está nos clientes mais ricos e nos lucros, acima de tudo”, avalia Carlos Alberto Kanak, coordenador nacional da COE/HSBC. “Anunciam a contratação de novos gerentes, mas e de funcionários para linha de frente? As agências continuam lotadas, sem trabalhadores e os que já estão lá são desvaloriza-

dos”, completa Kanak. Em maio, o Sindicato se reuniu com o diretor de recursos humanos do HSBC, João Rached, no México. No encontro, Kanak expôs os problemas nas relações de trabalho no Brasil: metas abusivas, falta de funcionários, demissões, rotatividade de gestores, terceirização e utilização de interditos proibitórios. “Esperamos que o banco operacionalize os compromissos assumidos, dando respostas aos trabalhadores, que diariamente se empenham na linha de frente para alcançar os bons resultados”, finaliza.

Itaú Unibanco e o medo das demissões FECHAMENTO DOS SECOMS COLOCA EMPREGO DE BANCÁRIOS EM RISCO

Lucrar à custa dos funcionários, que não são reconhecidos e ainda trabalham sob o risco de demissão. É assim que o Itaú Unibanco vem tratando seus trabalhadores. Mesmo com lucro recorde em 2010 (R$13,3 bi) e de um faturamento de R$3,53 bi só no primeiro trimestre de 2011, o banco mantém a ‘doutrina do manicômio’, com péssimas condições de trabalho. De acordo com Marcio Kieller, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e titular da COE/Itaú, as conversas com o banco andam difíceis. “Há uma tática por parte da nova diretoria de relações sindicais de ganhar disputas no 08

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cansaço e não no diálogo. Não aceitamos isso, somos mais de 100 mil funcionários que, com muito suor, tornamos esta uma das maiores empresas do mundo”, afirma Kieller. Os bancários do Setor de Compensação (Secom) são os que estão se sentindo mais ameaçados, já que o Banco Central determinou o fechamento deste departamento em todas as instituições financeiras. De acordo com o Itaú, as mudanças tecnológicas feitas no setor, que emprega cerca de 400 trabalhadores, e a implantação do sistema de truncagem obrigam o banco a transferir 20% destas pessoas, que serão realocadas após um processo

de requalificação. O movimento sindical critica que mudanças deste tipo coloquem em risco o emprego de bancários que, geralmente, já têm bastante tempo de casa e dedicação à empresa. “Estamos preparados para resistir ao processo de demissão, se ele vier. Seremos intransigentes na defesa do emprego dos funcionários do Itaú, até porque percebemos que há falta de trabalhadores nas agências”, relata Kieller. “Exigimos que a diretoria do banco, encabeçada por Roberto Setubal e Marino Vilela, comece a ter mais sensibilidade e entenda que estão lidando com pessoas e não com números”, finaliza.


Arnaldo Cruz

O risco da terceirização RESOLUÇÕES DO BANCO CENTRAL PIORAM A SITUAÇÃO NO SETOR: BANCÁRIOS PERDEM EMPREGO E TERCEIRIZADOS NÃO TÊM DIREITOS

A terceirização dos serviços bancários já acontece há algum tempo. Começou com as atividades de limpeza, copa e segurança e, na década passada, alcançou o repasse do processamento de envelopes dos caixas automáticos, a retaguarda de agências e o setor de compensação. No entanto, nos últimos anos, a prática tomou proporções que vão bastante além destes serviços. Acontece que não existe, no Brasil, uma legislação clara sobre a contratação de serviços terceirizados. De acordo com o Enunciado 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de 1993, “a contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário”. Sendo assim, apesar de considerada ilegal, a contratação é possível, o que torna a situação confusa. Diante disso, o Banco Central (BC) divulgou, neste ano, duas resoluções que legitimam a terceirização bancária. Por meio das resoluções 3954 e 3959, flexibilizou-se por completo a função dos correspondentes bancários. De solução a problema Os correspondentes bancários surgiram na época da ditadura militar, que

encontrou neles a solução para a falta de agências em pequenas cidades. Os correspondentes bastavam-se em executar ordens de pagamento e cobrança de títulos. Em 1999, BC chegou a ampliar tais funções, mas isto ainda era restrito às cidades distantes dos grandes centros. Mas a pressão dos bancos acabou transformando algo que era socialmente justo em um problema. No dia 31 de março, o BC publicou a resolução 3959, que traz algumas alterações na 3954, do mês anterior. Estas resoluções legitimam a função do correspondente bancário, que passam, inclusive, a oferecer “prestação de serviços de atividades de atendimento a clientes e usuários da instituição contratante”. “O correspondente exerce as mesmas funções dos bancários, mas sem as proteções legais e os direitos da categoria. Acaba sendo vantajoso para o banco te-los no lugar de bancários, pois sai mais barato”, afirma André Machado, secretário de Políticas Sindicais e Movimentos Sociais do Sindicato. Segundo um levantamento feito pelo IBGE, no ano 2000 havia no Brasil um total de 16.396 agências e 13.731 correspondentes. Em 2010, o número de agências passou para 19.813 e de correspondentes

para 165.228 – ou seja, um aumento de 1.103%. “Dados da Fenaban mostram que 35% dos municípios não têm agências e 26% têm apenas uma. Isso demonstra que os bancos preferem abrir agências nas cidades grandes. A maioria dos pequenos municípios tem apenas correspondentes bancários”, avalia André. Consequências Ao contrário do que alega o BC, os correspondentes não aumentam a bancarização, mas precarizam as condições de trabalho e geram a segregação de clientes. “Os bancos não querem atender as classes mais pobres em suas agências, querem jogá-las para os correspondentes”, continua André. Desde o início de maio, os representantes da categoria se reúnem para debater pontos importantes que devem ser incluídos na Campanha Nacional dos Bancários 2011. A terceirização foi o primeiro dos assuntos, abrindo o Ciclo de Debates da Contraf-CUT no dia 06 de maio e retomando a discussão com a Fenanban no dia 09 de maio. A expectativa do movimento sindical é que a terceirização se torne um dos temas centrais da campanha salarial deste ano. junho 2011

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Para seguir conquistando COM 97% DE APROVAÇÃO, PRESIDENTE REELEITO DO SINDICATO PARABENIZA BANCÁRIOS PELA PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA E ABORDA PRINCIPAIS DESAFIOS PARA O PRÓXIMO PERÍODO

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Entre os dias 26 e 28 de abril, foi realizada a eleição para renovação das diretorias executiva e geral e do conselho fiscal do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Com o encerramento do mandato da atual gestão, Quem luta conquista, em 21 de junho, uma nova equipe assume o comando da entidade a partir do dia 22, permanecendo à frente das decisões no triênio 2011-2014. O processo eleitoral, iniciado em 17 de fevereiro com a eleição em assembleia da comissão eleitoral, foi marcado, sobretudo pela transparência. Enquanto, em outros Marisa Stedile (CUT-PR), Elias Hennemann Jordão processos eleitorais, (FETEC-CUT-PR) e Dominexistem inúmeras gos Oliveira Davide (Sintracon) foram os respondificuldades para o sáveis por conduzir todas cumprimento de as etapas do pleito, desde a elaboração e publicação do quórum, nossa edital de convocação até a categoria deu ‘um definição da quantidade de show de democracia’, mesas coletoras de votos e seus itinerários. Tudo para comparecendo garantir o direito de particimassivamente às pação de todos os associados em condições de votar. urnas.” O prazo para inscrição das chapas concorrentes, conforme determinação do edital, foi de 24 de fevereiro a 10 de março. Podiam ser candidatos os associados que, na data da realização da eleição, tivessem mais de seis meses de inscrição no quadro social da entidade e pelo menos 12 meses de exercício da profissão, além de estar em dia com as mensalidades sindicais. No entanto, apenas a Chapa 1 – Seguir conquistando se inscreveu ao pleito. junho 2011

Durante a eleição, dos 7.184 bancários aptos a votar, 5.457 compareceram às urnas, totalizando uma participação de 76%. Podiam participar da votação todos os bancários sindicalizados que, na data, tivessem mais de seis meses de inscrição na entidade e estivesse em dia com as mensalidades sindicais. Do total de votos coletados, 33 foram nulos e 5.295 foram para a Chapa 1, encabeçada pelo trabalhador bancário do Bradesco Otávio Dias. Na ocasião da divulgação do resultado, o presidente do Sindicato, que foi reconduzido para mais um mandato no triênio 2011-2014, agradeceu o grande volume de participação no pleito e reafirmou o compromisso da entidade em se mobilizar para os desafios da categoria em 2011. “Esse também será um ano decisivo para pressionarmos pela regulamentação do Sistema Financeiro Nacional, que está causando muitos reflexos nas condições de trabalho dos bancários, como o abuso dos bancos quanto às metas e o aumento das terceirizações no setor”, afirmou Otávio Dias. Agora, ele fala com a Revista Bancári@s para parabenizar todos os bancários que exerceram seus direitos durante o processo eleitoral e apontar os principais desafios do próximo período. O presidente também comenta a mudança de perfil da categoria – que foi decisiva durante o processo de estruturação da Chapa 1 – e acrescenta o compromisso do Sindicato em participar das grandes discussões nacionais que se avizinham. Bancári@s: Mesmo com apenas uma chapa inscrita, mais de 75% dos bancários sindicalizados foram às urnas durante as eleições do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Como você avalia a participação dos trabalhadores no processo eleitoral? Otávio Dias: O envolvimento dos trabalhadores em todo o processo eleitoral foi muito positivo. Na nossa avaliação, isto é motivo de satisfação, princi-


SEEB Curitiba

palmente para quem está à frente de uma entidade do tamanho da nossa. Enquanto, em outros processos eleitorais, existem inúmeras dificuldades para o cumprimento de quórum, nossa categoria deu ‘um show de democracia’, comparecendo massivamente às urnas. Dos 7.184 bancários aptos a votar, 5.457 exerceram seu direito. A única coisa que temos a dizer é: Parabéns a todos! Bancári@s: A Chapa 1 – Seguir conquistando obteve 97% de aprovação. A que você atribui esse desempenho? O. D.: Tal resultado demonstra o grau de satisfação da nossa categoria frente ao desempenho da gestão Quem luta conquista. Mas este mérito não é somente do presidente e, sim, de um grupo que está comprometido com os bancários. Nos resta agradecer a confiança depositada, com a certeza de que trabalharemos muito para corresponder às expectativas no próximo triênio. Bancári@s: A nova diretoria do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região traz vários nomes novos e uma maior participação feminina. Quais foram as preocupações no momento de montar a Chapa 1? O. D.: De uma forma geral, a categoria bancária vem sofrendo um processo de reestruturação muito grande, com forte rotatividade e, consequentemente,

mudança no perfil dos trabalhadores, sejam eles de bancos públicos ou privados. Atualmente, na Caixa e no Banco do Brasil existem mais trabalhadores pós-98 que pré. Nos bancos privados, os processos de demissão e contratação são cruéis, expulsando do sistema os bancários mais antigos. Percebe-se também que existe, na soma de toda a categoria, um número superior de mulheres, porém sofrendo com muita discriminação em todos os níveis. A soma de todos estes fatores fez com que, naturalmente, acontecesse um processo de renovação na montagem da Chapa 1, assim como a inclusão de nomes femininos. Trata-se de uma readequação do perfil de representatividade da própria categoria, que tem muito a agregar. Bancári@s: O que a sua continuidade na presidência do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região representa? O. D.: Estou profundamente feliz e lisonjeado com a minha recondução à frente da nossa entidade. Acredito que a reeleição representa, acima de tudo, a continuidade de um projeto que tem por base a defesa dos trabalhadores e a construção de uma sociedade mais justa. Bancári@s: Quais os principais desafios para o próximo triênio? O. D.: Além das demandas da nossa categoria, estão por vir diversas refor-

Não tenho dúvidas de que a política de enfrentamento e a intransigência dos banqueiros serão as mesmas. Mas, em 2010, os trabalhadores organizados em todo o Brasil já deram o recado: temos força!”

mas: a Reforma Política, da Previdência, a Tributária e, uma das nossas grandes bandeiras de luta, a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional. Com certeza, todas essas mudanças terão reflexos no mundo do trabalho. Assim, além das mobilizações dos movimentos sociais e sindical, será exigida a participação efetiva de todos os trabalhadores. Desde já, nos comprometemos a atuar de forma decisiva nessas discussões. Bancári@s: Estamos a poucos meses do início da Campanha Nacional dos Bancários 2011. O que os trabalhadores devem esperar para este ano no enfrentamento com os patrões? O. D.: De fato, já iniciamos a organização da Campanha Nacional dos Bancários 2011. A consulta de prioridades já foi realizada junto a nossa base e os encontros, conferências e congressos foram agendados. Não tenho dúvidas de que a política de enfrentamento e a intransigência dos banqueiros serão as mesmas. Mas, em 2010, os trabalhadores organizados em todo o Brasil já deram o recado: temos força! Este ano, sabemos que será necessária uma mobilização na mesma proporção do resultado do Sistema Financeiro Nacional. E nós faremos isso. É sempre bom lembrar: quanto maior a participação dos bancários, maiores serão os resultados. junho 2011

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Segurança para bancários e clientes PROJETO DE SEGURANÇA PARA COMBATER CRIME DE ‘SAIDINHA DO BANCO’ PODE VIRAR LEI EM CURITIBA

Trégua ou coincidência? Depois de um início de ano de terror para bancários, vigilantes e clientes de instituições financeiras, que sofreram com 27 assaltos a agências e caixas eletrônicos em Curitiba e região, felizmente, a situação se acalmou. “Contudo, não acreditamos que este cenário permanecerá assim por muito tempo. Não podemos nos enganar, pois a qualquer hora eles podem voltar a atacar”, avalia João Soares, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e região. Uma sequência de fatores importantes pode ter contribuído para a diminuição dos casos de assalto: a identificação, no final de abril, de duas quadrilhas por parte do Cope, o grupo de operações especiais da Polícia Civil, e a posterior prisão de uma delas no fim de maio; a audiência pública de Segurança Bancária, ocorrida no dia 14 de abril, sobre o Projeto de Lei que tramita na Câmara Municipal de Curitiba; e, ainda, a divulgação pela imprensa de casos de assalto quase diários, que chamou a atenção da sociedade para o drama dos trabalhadores bancários. “Essa ausência de ataques nas últimas semanas certamente é resultado do trabalho que está sendo feito”, opina João Soares. Em tramitação O vereador Pedro Paulo (PT), um dos autores do PL na Câmara, afirma que está acompanhando a tramitação para que haja celeridade na sua aprovação. “Logo após a audiência pública, começamos a preparar um substitutivo geral, agregan12

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do as sugestões e adequando questões já contempladas na legislação do município”, explica. Pedro Paulo considera fundamental a mobilização da sociedade para a aprovação e sanção da lei. “O próximo passo é uma audiência com o prefeito, na perspectiva de detalhar o projeto e sensibilizá-lo quanto à importância de efetivar estas alterações na legislação municipal”, informa. No dia 19 de maio, o Secretário de Governo, Fernando Jamur, recebeu o vereador e os presidentes dos Sindicatos dos Bancários e dos Vigilantes para se informar sobre o projeto. O PL nº 005.00203.2010 foi protocolado em dezembro de 2010 por quatro vereadores, baseado em propostas de segurança bancária apresentadas pelo movimento sindical aos parlamentares. O projeto foi apresentado em diversas regiões do país, com apoio da Contraf-

CUT e entidades filiadas, visando prevenir os ataques e aumentar a segurança dos trabalhadores e clientes. Quando sancionada, a lei deverá obrigar os bancos a realizarem mudanças estruturais nas agências, como por exemplo, a mudança de local das portas com detectores de metais, para proteger também os caixas eletrônicos; o monitoramento por câmeras em tempo real, com armazenamento de imagens para auxiliar nas investigações da polícia; a instalação de biombos; e mais equipamentos para vigilantes, entre outros. “Certamente, teremos mais segurança para usuários do sistema financeiro e trabalhadores vigilantes e bancários. A implantação de instrumentos de vigilância, como as câmeras, escudos, biombos e outros, é uma forma eficiente de coibição de crimes”, defende o vereador Pedro Paulo.


O projeto também prevê punição aos bancos que não cumprirem as determinações, que pode chegar à interdição do estabelecimento. Outro ponto importante é a fiscalização junto à Prefeitura. Para Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, é importante que as instituições financeiras sejam fiscalizadas, para que a legislação seja cumprida. “Os bancos ignoram as leis existentes e nós vamos exercer nosso direito de órgão fiscalizador conforme prevê o Projeto de Lei”, acrescenta. Exerça seu direito Desde 2010, a Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários (CCT 2010/2011) possui uma cláusula que define procedimentos especiais que os bancos devem adotar em casos de assalto ou sequestros. Ela garante atendimento médico ou psicológico a todos os funcionários presentes; comunicação à CIPA; registro de Boletim de Ocorrência (BO) por parte do banco; possibilidade de realocação para outra agência para vítimas de sequestro; além da discussão de dados estatísticos nacionais na mesa temática de Segurança Bancária. “Portanto, para assegurar o cumprimento da cláusula e preservar os direitos dos trabalhadores, é fundamental que o Sindicato seja comunicado de todos os casos de assalto”, destaca Otávio Dias. No dia 29 de abril, a Fenaban apresentou, pela primeira vez, suas estatísticas de assaltos a bancos. A entidade patronal contabilizou 369 assaltos em 2010, em todo o país. Um levantamento nacional realizado pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e região aponta para 1.130 casos, sendo 29 deles no Paraná. Em 2011, o movimento sindical paranaense está buscando a unificação dessas estatísticas. De 01 de janeiro a 30 de abril, já ocorreram 39 casos em todo o Paraná, sendo 27 na base de atuação do Sindicato em Curitiba e região. Na capital também foram registrados no período mais três casos de assalto a correspondentes bancários e postos de atendimento. O delegado do Cope Amarildo Antunes participou da audiência pública e informou sobre como as vítimas de assalto a banco devem proceder logo após a ocorrência para ajudar nas investigações. Os locais não devem ser alterados, para não destruir provas. O Cope atua somente em assaltos a agências. No caso de arrombamentos de caixas eletrônicos, a responsabilidade é da delegacia de furtos e roubos.


CUT-PR

Pelo fim do Imposto Sindical CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES DEFENDE SUSTENTAÇÃO SINDICAL POR OUTROS MEIOS

Todo mês de março, é descontado dos trabalhadores brasileiros, sindicalizados ou não, o valor correspondente a um dia de trabalho. O imposto, que recebe o nome de Contribuição Sindical, está previsto nos artigos 578 a 591 da CLT e é repassado aos sindicatos, federações, confederações e ao Ministério do Trabalho e Emprego. Contudo, apesar do objetivo ser custear as atividades sindicais e manter os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) defende a extinção deste tipo de imposto. Segundo o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, em entrevista ao Portal do Trabalho, o ideal seria a criação de uma contribuição sobre negociação coletiva, de forma que os trabalhadores pudessem participar desta decisão. “A sustentação financeira seria decidida e aprovada – ou não – pelos próprios trabalhadores e trabalhadoras, em as14

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sembleias soberanas e divulgadas com antecedência, para que todos tenham a possibilidade de participar”, explica. De acordo com o presidente da CUT Paraná, Roni Barbosa, o fim do Imposto Sindical também contribuiria para a extinção dos chamados sindicatos de gaveta, aquelas entidades que surgem apenas com o intuito de recolher o tributo. “Acreditamos que com o fim do imposto, estes sindicatos deixariam de existir, porque, com a contribuição sobre negociação coletiva, seria preciso ter assembleias com representatividade. Assim, os trabalhadores passariam a se organizar em entidades que realmente os representassem”, avalia. Estima-se que, no Brasil, em média 2,3 sindicatos são criados todos os dias. Para Roni Barbosa, os sindicatos menores, que até então dependem do Imposto Sindical para sobrevivência, não têm o que temer. “Se estas entidades

estão presentes na base, em diálogo com os trabalhadores que representam, eles não correm risco. Além do mais, o valor da contribuição negocial pode vir a ser maior que o imposto, com teto de 1% do rendimento anual do trabalhador, mais que um dia trabalhado. Vai depender da aprovação em assembleia, ou seja, quem decide é o próprio trabalhador”, finaliza. No dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, a CUT Paraná foi às ruas da capital paranaense lutar pela liberdade e autonomia sindical e o fim do imposto sindical. O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região está entre as entidades que fazem a devolução do imposto. Os bancários associados puderam fazer o pedido de devolução durante o mês abril e devem receber, creditado em conta ou investido em cotas da Coopcrefi, a quantia repassada ao Sindicato, que corresponde a 60% do valor em junho.


De volta ao trabalho REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES COBRAM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL QUE ATENDA AS NECESSIDADES DOS BANCÁRIOS QUE ESTÃO VOLTANDO AO TRABALHO

ra, conta que a maneira como a cláusula está escrita dá brechas aos bancos. “O texto diz que os bancos ‘podem’ criar estes programas e não que ‘devem’. Apenas a possibilidade, não a obrigação, não é suficiente”, afirma. E, de alguma forma, os banqueiros se respaldam legalmente. De acordo com o artigo 93 da Lei n. 8.213/91, as empresas precisam ter seu quadro de funcionários formado de 2% a 5% por trabalhadores reabilitados ou portadores de deficiência física. “Eles colocam num mesmo patamar problemas distintos. Parte das empresas preenche a cota com os portadores de deficiência, muitas vezes recebem isenção fiscal por isso, e não reintegram o trabalhador que se afastou”, relata Roseli Pascoal, assistente social do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Segundo Dulce de Oliveira, alguns bancos chegam a contratar lesionados como sendo pessoas com deficiência, apenas para alcançar a porcentagem descrita por lei. “Estão comprando uma briga grande com o movimento de pessoas

com deficiência, bastante organizado no Brasil”, completa. Primeiros passos Pelo processo de reabilitação do INSS, ao retornar ao trabalho, em uma vaga dentro de suas limitações, o trabalhador passa por um período de experiência e depois recebe um relatório feito pelo gerente. Dependendo do resultado, o INSS dá alta e certifica a reabilitação. “Nenhuma equipe profissional de saúde acompanha este processo. Cobramos que o banco tenha psicólogos, médicos e enfermeiros para ajudar, com liberdade para fazer a avaliação conforme o que percebem e não em benefício da empresa”, ressalta Dulce. A secretária acredita que o debate sobre saúde do trabalhador está avançando e não há mais como os bancos fugirem da obrigação de melhorar a organização do trabalho. “Trabalhadores organizados cobram. Os banqueiros percebem que não dá mais para adiar este debate. A sociedade já sabe que os bancos estão adoecendo seus funcionários”, finaliza.

Contraf-CUT

Desde março, o movimento sindical voltou a se reunir com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na Mesa Temática de Saúde do Trabalhador. Entre os temas em pauta, o principal deles é a reabilitação dos trabalhadores, que continua sendo negligenciada pelos bancos. Em 2009, os bancários conquistaram uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que trata do assunto. No texto, consta que os bancos devem implantar o Programa de Reabilitação Profissional, com objetivo de assegurar, com ajuda de equipe multiprofissional, condições para a reinserção do profissional no trabalho, após afastamento por diagnóstico de patologia de qualquer natureza. A cláusula também garante remanejamento de função, preventivamente, aos primeiros sinais identificados e relacionados a alguma doença causada pelo trabalho. Dois anos se passaram e os bancos ainda não cumprem totalmente o acordo. A secretária de Saúde e Condições de Trabalho da FETEC-CUT-PR, Dulce de Olivei-

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Fotos: SEEB Curitiba

Força, união... mobilização! CALENDÁRIO PARA CAMPANHA NACIONAL DOS BANCÁRIOS 2011 JÁ ESTÁ DEFINIDO. VENHA PARTICIPAR DE MAIS UM ANO DE CONQUISTAS

Pode parecer que, todos os anos, é a mesma coisa. Mas somente quem acompanhou a história do movimento sindical bancário é capaz de perceber quanta luta foi necessária para concretizar a organização que, ano a ano, traz incontáveis avanços nas conquistas da categoria. Com cerca de 486 mil trabalhadores em todo o país, os bancários foram os primeiros a conseguir uma Convenção Coletiva de Trabalho válida em todo território nacional, em 2006. Antes disso, porém, foi preciso unificar a campanha salarial, o que ocorreu somente em 2003. Desde então, uma estrutura de organização foi sistematizada, com o intuito de tornar o processo de negociação amplo e democrático. “Quanto mais unidos formos, maiores serão os resultados alcançados”, resume Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. E a Campanha Nacional dos Bancários 2011 já está andando a passos largos. Tudo começa com visitas e diálogo permanente 16

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entre os sindicatos de todo o país e suas bases. Neste ano, além das tradicionais visitas às agências e centros administrativos do Banco do Brasil, que já acontecem há três anos seguidos, os dirigentes sindicais também intensificaram o contato com os trabalhadores de bancos privados, como HSBC, Santander e Itaú. Outro instrumento que se tornou fundamental na construção da campanha salarial é a pesquisa de opinião. Nos meses que antecedem a data-base, os anseios dos trabalhadores são coletados na consulta de prioridades, um questionário que elenca as principais demandas da categoria. Em Curitiba e região, os bancários responderam à consulta entre 09 e 20 de maio, sobre os temas: emprego e remuneração, saúde, segurança e condições de trabalho. Também foi aferida a opinião da categoria sobre a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional e as Reformas Política e Tributária. “Trata-se de um processo que tem grande influência nos debates, pois é indispen-


sável ouvir a vontade da categoria em cada local de trabalho para organizar o movimento”, destaca Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT. A partir da coleta de informações com os trabalhadores, os sindicatos e federações iniciam os debates de construção da minuta de reivindicações, por meio dos encontros regionais. O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região realizou seu encontro no dia 11 de junho, no Espaço Cultural e Esportivo. As regionais Pactu (composta por Campo Mourão, Guarapuava, Paranavaí, Toledo e Umuarama) e Vida Bancária (composta pelos Sindicatos de Apucarana, Arapoti, Cornélio Procópio e Londrina), ambas filiadas à Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná (FETEC-CUT-PR) também se reuniram no dia 11. “Os encontros regionais garantiram a mobilização e união de todo o Paraná, na construção democrática das reivindicações da categoria”, completa Otávio Dias. Conferências Estadual e Nacional Seguindo a deliberação do Comando Nacional, que estabelece a realização dos encontros estaduais até 24 de julho, a FETEC-CUT-PR promove nos dias 02 e 03 de julho a 13ª Conferência Estadual dos Bancários do Paraná, em Londrina. Na ocasião, representantes de todo o estado estarão reunidos para debater as contribuições que serão encaminhadas nacionalmente. Os eixos para a discussão também já estão definidos: Emprego e remuneração; Saúde

do trabalhador e condições de trabalho; Segurança bancária; e Sistema Financeiro Nacional. O Paraná conta com dois representantes no Comando Nacional dos Bancários, o presidente do Sindicato, Otávio Dias, e o presidente da FETEC-CUT-PR, Elias Jordão. “A participação de cada bancário é primordial no A participação de processo de discussão em cada bancário é todas as bases sindicais. Como todos os anos, o objeprimordial no tivo é ampliar a participação processo de democrática da categoria na definição da campanha discussões em salarial e buscar a unidade, todas as bases primeiramente nos estados e, depois, em todo o país, sindicais. Como visando novas conquistas todos os anos, para os trabalhadores do ramo financeiro”, conclama o objetivo é Otávio Dias. “É dever do ampliar a participação Sindicato estimular a pardemocrática ticipação dos trabalhadores em todos os fóruns de disda categoria.” cussão, pois o tamanho de nossa mobilização será o tamanho das nossas conquistas”, completa. Será na Conferência Estadual que serão eleitos os delegados para participar da 13ª Conferência Nacional dos Bancários, que acontece nos dias 29, 30 e 31 de julho, em São Paulo.

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Nosso objetivo é discutir as pautas específicas de bancos públicos federais, para levá-las para as reuniões nacionais.”

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Bancos públicos Além dos encontros gerais, a preparação da Campanha Nacional dos Bancários 2011 inclui também os congressos e conferências de bancos públicos. De acordo com o calendário aprovado pelo Comando Nacional, os sindicatos têm até 3 de julho para organizar os encontros estaduais dos funcionários do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste do Brasil – e até 26 de

junho para os encontros estaduais dos funcionários do Banco da Amazônia. No Paraná, o Encontro Estadual do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, organizado pela FETEC-CUT-PR, acontece no dia 18 de junho, em Curitiba. “Nosso objetivo é discutir as pautas específicas de bancos públicos federais, para leválas para as reuniões nacionais”, esclarece Otávio Dias. Nos dias 09 e 10 de julho, serão re-


alizados o 27º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef) e o XXII Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, ambos em São Paulo. “O Conecef é um momento importante da organização dos trabalhadores da Caixa, uma vez que discute as questões específicas do dia a dia dos empregados, construindo a partir daí a pauta de reivindicações da mesa permanente com a empresa. Esses mesmos temas estarão também na mesa específica da campanha nacional”, afirma Jair Pedro Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa. “Além de discutir as questões específicas, o Congresso do Funcionalismo do Banco do Brasil é também um espaço privilegiado para aperfeiçoarmos a organização e a unidade nacional. A campanha deste ano acontece num período em que os bancos, inclusive o BB, estão aumentando ainda mais os seus lucros. É favorável, portanto, para conquistarmos mais aumento real de salário e melhores condições de trabalho”, diz Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa do Funcionalismo do BB. Fique por dentro Definido o calendário de reuniões, resta agora cada bancário se engajar na

luta pela defesa de seus direitos. Lembrese: uma campanha salarial que renda bons resultados não se faz apenas com carros de som, faixas e panfletos. Mais do que isso, é preciso que toda a categoria esteja unida, fortalecida e organizada para vencer a queda de braço com os banqueiros. Por isso, participe das assembleias, atos, protestos e demais eventos promovidos pelo Sindicato. E, principalmente, informe-se! Além da Revista Bancári@s e da Folha Bancária, os trabalhadores podem se informar sobre o andamento da Campanha Nacional dos Bancários 2011 através da Internet, acessando o site do Sindicato: www.bancariosdecuritiba.org.br. Dúvidas, críticas e sugestões podem ser enviadas via correios eletrônicos, para: sindicato@bancariosdecuritiba.org.br ou mesmo imprensa@ bancariosdecuritiba.org.br. Você também pode seguir a entidade no Twitter: twitter.com/bancariosctba. “O Sindicato está sempre ampliando seus canais de comunicação na tentativa de estabelecer um diálogo efetivo com os trabalhadores. Queremos dar oportunidade para que todos possam participar da forma com que se sentirem mais confortáveis”, explica Eustáquio Moreira Santos, secretário de Imprensa e Comunicação. junho 2011

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Fotos: EveryStockPhoto

A importância política do cinema CINECLUBE DOS BANCÁRIOS EXIBE FILMES NACIONAIS E FOMENTA DISCUSSÕES EM TORNO DE QUESTÕES SOCIAIS, POLÍTICAS E CULTURAIS

Desde seus primórdios, o cinema foi responsável por profundas transformações no modo de percepção das experiências sociais, colocando o homem como expectador da sua própria vida. Ao reproduzir as imagens e sons da vida real, conseguiu criar uma áurea de verdade, promovendo identificação e comoção. Seja com temas políticos ou mesmo sociais, essa aproximação tornou-se um importante instrumento de formação e informação. Segundo os críticos, ao utilizar aparelhos capazes de penetrar o âmago da realidade, o cinema expande o mundo material e de ações que se tem conhecimento, tanto no campo visual como sensorial, aprofundando a percepção humana. Assim, o homem se vê não apenas representado nas telas, mas identifica ali um caminho para propagar suas mensagens, comportamentos e concepções de mundo. Um meio para expressar

questões que, no âmbito da sociedade, muitas vezes são esquecidas ou disfarçadas e para fazer aflorar perguntas que podem sugerir respostas novas para temas inimagináveis. Embora não possa propiciar, efetivamente, grandes mudanças ou revoluções, o cinema pode servir de indicativo das transformações sociais. Pode despertar no expectador a reflexão ou até mesmo o sentimento de necessidade de mudança. E assim, colaborar com as transformações sociais, culturais e políticas. Cineclube dos Bancários Com o intuito de ampliar o acesso às produções recentes e aos filmes representativos da cinematografia brasileira que estão fora do circuito de exibição, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, em dezembro de 2010, se associou à Programadora Brasil. Trata-se de

um programa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura realizado pela Sociedade Amigos da Cinemateca, sob a coordenação da Cinemateca Brasileira. “A parceria, que criou o Cineclube dos Bancários em Curitiba, pretende promover o encontro do público com o cinema brasileiro, formar plateias e fomentar o pensamento crítico em torno da produção nacional”, afirma Genésio Cardoso, secretário de Cultura. Todas as quintas-feiras, a partir das 20h, são exibidos filmes de caráter político ou social no Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários (Rua Piquiri, 380). As sessões são gratuitas e, após as exibições, convidados debatem temas pertinentes às questões abordadas pelo filme. Se você se interessou, acesse o site do Sindicato (www.bancariosdecuritiba.org.br) e confira a programação, publicada semanalmente. junho 2011

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Os rumos da Reforma Política CUT DEFENDE A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA, COM FINANCIAMENTO PÚBLICO EXCLUSIVO DE CAMPANHA E LISTA FECHADA NAS ELEIÇÕES PARLAMENTARES

Em 2011, as discussões sobre a Reforma Política ganharam peso no cenário brasileiro, com tramitação no Senado e na Câmara de anteprojetos de lei, realização de audiências públicas para engajar a sociedade e promessa de início das votações ainda em junho. Contudo, a reforma é uma bandeira de luta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de partidos políticos como o PT desde a aprovação da Constituição Federal de 1988. Segundo o presidente da CUT Nacional, Artur Henrique, o tema é fundamental para o conjunto da classe trabalhadora. “Nós temos nossa agenda sindical, pela redução da jornada, pelo fim do imposto sindical, mas temos que lutar por mudanças do sistema eleitoral, com fortalecimento da democracia participativa e ampliação da participação popular”, defendeu o dirigente durante o Seminário Nacional sobre Reforma Política, organizado pela Central, em maio. O debate que ocorreu durante o Seminário foi sistematizado pela CUT, que irá atuar na mobilização da sociedade para as seguintes mudanças: modificações no sistema eleitoral; nos mecanismos de participação e controle social; viabilização do orçamento público participativo; financiamento público exclusivo de campanha; mecanismos para eliminar abusos de poder econômico; voto em lista fechada com proporcionalidade de gênero (com critérios transparentes e definidos em convenções dos partidos); fidelidade partidária e programática; eliminação de cláusulas de barreira. Entre as alterações que podem ocorrer, caso a reforma seja aprovada, estão o fim da reeleição, a extensão dos mandatos para cinco anos, cota de 50% para mulheres nas listas fechadas e financiamento exclusivamente público das campanhas eleitorais. Tramitação Existe um anteprojeto no Senado, finalizado por 22

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uma comissão presidida pelo Senador Francisco Dornelles (PP/RJ) e encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com previsão para ser votado em junho (e depois seguir para votação no plenário). Ele prevê um referendo, a ser realizado nas eleições de 2012, para que todos os eleitores decidam se aprovam ou não a Reforma Política. A discussão também está adiantada na Câmara Federal, sob relatoria do deputado Henrique Fontana (PT-RS). Para ele, a política brasileira, como está, valoriza o individualismo, deixando de lado os ideais partidários. “Precisamos ter foco para discutir a Reforma Política. O sistema atual interessa a quem tem poder econômico. O sistema de financiamento privado desequilibra o resultado das eleições”, afirma o deputado, explicando sobre a importância das listas fechadas por partido para eleições parlamentares e, com isso, a viabilização do financiamento público. “O fato é que teríamos uma campanha mais igualitária e mais barata, com valorização das ideias ao invés dos caríssimos investimentos em marketing eleitoral”, completa. Henrique Fontana está levando a discussão para participação popular, com realização de audiências públicas nas Assembleias Legislativas de todo o país. A Audiência Pública da Comissão Especial de Reforma Política da Câmara Federal foi realizada em Curitiba, na Assembleia Legislativa, no dia 27 de maio, por iniciativa do deputado estadual Sandro Alex (PPS/PR), membro titular da Comissão da Reforma Política no Paraná. O que mudaria Com a implementação de listas fechadas para eleições de deputados estaduais, federais e vereadores, os candidatos seriam definidos pelos partidos em suas convenções, com uma ordem entre eles. A lista teria os candidatos na proporção de um homem e uma mulher, contemplando outra antiga reivindicação da


Lia de Paula/ Agência Senado

igualdade de oportunidades. O eleitor iria escolher entre os partidos, e não entre os candidatos, baseado nos projetos apresentados. O número de candidatos da lista que seriam eleitos dependeria do percentual de votação de cada partido. Esse sistema também iria facilitar a destinação do financiamento público da campanha, que não seria direcionada para um ou outro candidato, como é feito no financiamento privado, deixando todos em condições igualitárias de disputa. O financiamento público existe em 199 países do mundo, de acordo com pesquisa do professor Marcos Ianoni, da

Universidade Fluminense. Para ele, a lista aberta privilegia a eleição de candidatos que estão na mídia. “O personalismo prejudica o fortalecimento dos partidos”, diz. Mobilizar é preciso O sociólogo Emir Sader, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, acredita que sem a mobilização da sociedade, o engajamento das categorias de trabalhadores e dos movimentos sociais, a Reforma Política não passará pelo Congresso Nacional. “Eles não vão mudar a forma de representação pela qual foram eleitos. O Estado existe para fortalecer as elites”,

declarou, corroborando com a ideia das campanhas políticas serem definidas pelo poder econômico. O sociólogo defendeu com veemência que as organizações sociais, como os sindicatos, devem eleger seus representantes. “O movimento social não é só para resistir. Deve participar das discussões, eleger suas bancadas nos parlamentos”, avalia o sociólogo. No Senado, o anteprojeto contempla 11 temas que modificariam a legislação eleitoral, e a Reforma Política deve ser votada como projetos de lei do Senado (PLS) e como Propostas de Emenda à Constituição (PECs).

Mudanças propostas no anteprojeto do Senado

• Suplência de senador: redução de dois para um suplente, com alteração na regra para posse. O suplente assumiria somente como temporário. Em caso de vaga, haveria nova votação na eleição seguinte. • Data de posse: seriam realizadas nos dias 10 (governadores e prefeitos) e 15 de janeiro (Presidente da República). • Reeleição: ficaria proibida para eleições subsequentes nos cargos de presidente, governador e prefeito. • Mandato: seria ampliado de 4 para 5 anos para cargos majoritários. • Sistema eleitoral: proporcional com

listas fechadas para vereadores e deputados (estaduais e federais). • Financiamento de campanha: o anteprojeto prevê financiamento exclusivamente público de campanha, sendo vedadas doações de pessoas físicas ou jurídicas. • Sem partido: seria permitido o registro de candidaturas avulsas para prefeitos e vereadores, desde que não tenha filiação partidária. • Domicílio eleitoral: prefeitos e viceprefeitos seriam proibidos de mudar seu domicílio eleitoral durante o mandato. • Cláusula de desempenho: seriam

mantidos critérios definidos pelo STF sobre propaganda partidária (proporcional ao número de eleitos) e funcionamento parlamentar (partidos devem manter três representantes de diferentes estados). • Mulheres: a cota estabelece a alternância de homens e mulheres na lista fechada, para que sejam em mesmo número. • Você decide: caso o anteprojeto seja aprovado como está, um referendo será realizado nas eleições de 2012 para consultar os eleitores sobre a Reforma Política. junho 2011

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Balanço financeiro BANCÁRIOS APROVAM CONTAS DO SINDICATO

Em assembleia realizada no dia 12 de maio, no Espaço Cultural e Esportivo da categoria, os trabalhadores aprovaram a prestação de contas anuais do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região. Na ocasião, foi apresentado também, aos bancários presentes, o Demonstrativo de Resultados referente ao ano de 2010. Desta forma, a entidade renova, mais uma vez, seu compromisso com a transparência e a ética, princípios essenciais tanto para o Sindicato quanto para a Central Única dos Trabalhadores (CUT). “A manutenção do projeto cutista de transparência na utilização dos recursos da entidade e também na prestação de contas é fundamental”, ressalta Otávio Dias, presidente do Sindicato. Para o secretário de Finanças da entidade, Antônio Luiz Fermino, a prestação de contas anual à base é imprescindível para a credibilidade do Sindicato perante a sociedade. “É nosso dever fazer com que a gestão dos recursos financeiros atenda de maneira fiel aos interesses da categoria”, destaca. Mais informações em www.bancariosdecuritiba.org.br.

Antonio Luiz Fermino, secretário de Finanças do Sindicato 24

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A flexibilização e os correspondentes Em agosto de 1999, quando o Conselho Monetário Nacional publicou a Resolução n. 2.640 – que dispõe sobre a contratação de correspondentes no país –, o grande objetivo era atender os pequenos municípios, que não possuíam agências bancárias. Considerando o lado social da questão, a ideia cumpria o intuito de atender a população de baixa renda. No entanto, desde então, a pressão do Sistema Financeiro Nacional, para atender exclusivamente seus interesses sem nenhum compromisso com a sociedade brasileira, culminou na publicação de outras resoluções, a exemplo das duas últimas, que saíram em fevereiro e março de 2011: a Resolução n. 3.954 e a n. 3.959, respectivamente. Tais medidas flexibilizaram a contratação de correspondentes bancários, não impondo limites às instituições financeiras e precarizando o emprego. Sabemos que os grandes interessados em substituir o atendimento de pequenos clientes, empurrando-os para os ditos ‘bancos postais’, para privilegiar os grandes investidores sempre foram os próprios bancos. Mas a dúvida que fica é: por que os bancos não estão prestando os serviços elementares aos seus clientes e usuários, uma vez que atuam na forma de concessões públicas? Além dessa discriminação explícita com os usuários, a ampliação dos correspondentes vai de encontro a diversas conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários. É importante ressaltar que os bancos não estendem a seus correspondentes nenhum plano de segurança, ficando os locais sem portas giratórias com detector de metal, sem vigilantes ou mesmo qualquer sistema de monitoramento. Os trabalhadores são contratados com uma jornada superior a do bancário, com pisos, salário e benefícios diferenciados, sempre abaixo da média, e sem a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Ou seja, sem qualquer proteção presente na CCT, estes trabalhadores, assim como clientes e usuários, ficam expostos à insegurança e às péssimas condições

de trabalho, com sua saúde e suas vidas em risco. Um levantamento realizado pelo Dieese aponta que, enquanto bancários têm um piso em torno de R$ 1.250, lojistas recebem cerca de R$ 782, lotéricos R$ 580 e funcionários de supermercados R$ 772. Já conquistas como vales refeição e alimentação e PLR, que totalizam quase R$ 1.000 no salário mensal de um bancário, para a maioria das outras categorias não são pagas. Até 31 de março, as instituições financeiras dependiam de farmácias, panificadoras e supermercados, entre outros, para abrir seus correspondentes. Já com a nova resolução do Banco Central (BC), eles poderão criar seus próprios correspondentes. Segundo dados do Dieese, os principais bancos brasileiros que possuem correspondentes bancários são: Caixa Econômica Federal, com 32.535 correspondentes; Bradesco, com 32.443; o grupo Santander, com 24.822; Banco do Brasil, com 20.382. Ainda de acordo com o Dieese, em 2007 existiam 95.849 correspondentes em todo país, número que subiu para 165.228 em dezembro de 2010 – um aumento de 72% em quatro anos. No mesmo período, as agências bancárias cresceram apenas 5%, chegando a 19.013 no país. Dos 5.587 municípios brasileiros, 1.973 (35,3%) não possuem sequer uma agência ou posto de atendimento bancário, segundo dados do BC de 31 de março deste ano. Além disso, o Brasil tem menos agências bancárias hoje (19.913) atendendo a população do que tinha em 1990 (19.996). O que se observa é que, além de adotar uma política de elevação de taxa Selic, espalhando terror no mercado financeiro e fomentando a retomada da inflação (em que os bancos são os principais beneficiados), o BC ainda está colaborando com a precarização do mercado de trabalho dos bancários. Estamos cientes de que se o Governo Federal e o Congresso Nacional não intervirem nesta política, nossa categoria será extinta em pouco tempo.

Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região

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SEEB Curitiba

Sindicato se reúne com gerentes do Itaú No dia 07 de abril, os dirigentes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região se reuniram com os gerentes de varejo do Itaú Unibanco, no Espaço Cultural, para debater as frequentes denúncias de assédio moral nos locais de trabalho. “A reunião se centrou na importância do debate sobre as medidas de prevenção e combate ao assédio

moral”, destaca Otávio Dias, presidente do Sindicato. Otávio esclareceu que a assinatura do acordo aditivo à CCT 2010/2011, denominado Protocolo de Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho, não possui nenhum caráter de perseguição aos gestores, mas visa a melhoria nas condições e no ambiente de trabalho.

07.04.2011

SEEB Curitiba

Assembleia elege delegados para Plenária da FETEC Em assembleia realizada no dia 07 de abril, no Espaço Cultural, foram eleitos os delegados que participaram da Plenária do Sistema Diretivo da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR), realizada no dia 9 de abril. Os presentes elegeram 13 representantes, que se juntaram à direção estadual da Federação

na preparação para a Campanha Nacional dos Bancários 2011. A Plenária também definiu regras para o Congresso da FETEC-CUT-PR, ocorrido nos dias 04 e 05 de junho, com eleição da diretoria da Federação para o próximo triênio. O mandato da diretoria atual se encerra em junho deste ano.

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SEEB Curitiba

Copa Bancária alia esporte e mobilização

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junho 2011

Desde o dia 9 de abril, oito equipes disputam os jogos da Copa Bancária de Futebol Suíço 2011 “Por novas Conquistas”. As partidas são disputadas aos sábados, na Sede Campestre do Sindicato, em Piraquara. O campeonato, organizado pela Secretaria de Esportes, tem a participação das equipes HSBC Xaxim, Fusão (Itaú Unibanco), Bo-

leiros do BB (Banco do Brasil), Órfãos do Dida (Banco do Brasil), Master Santander, Al-Qaeda (Banco do Brasil), Espanhol Santander e AABB (Banco do Brasil/Banrisul). Os três primeiros colocados ganharão troféus e medalhas. O artilheiro do campeonato e o goleiro menos vazado também serão premiados.


14.04.2011

A Câmara Municipal de Curitiba foi palco de Audiência Pública sobre segurança bancária, no dia 14 de abril, com a participação de bancários e vigilantes. Além da apresentação do Projeto de Lei nº 005.00203.2010, foram feitas exposições por parte das polícias civil e militar sobre o grande número de ocorrências de assalto a agências e

arrombamento de caixas eletrônicos nos quatro primeiros meses de 2011. Otávio Dias, presidente do Sindicato, denunciou que os bancos são negligentes quando se trata de segurança. “Esperamos contar com a compreensão dos vereadores da Câmara Municipal para melhorar a segurança dos bancários”, afirmou.

SEEB Curitiba

Audiência Pública debate Segurança Bancária

16.04.2011

No dia 16 de abril, os bancários da Central de Atendimento do Banco do Brasil (CABB) se reuniram no Espaço Cultural para avaliar os principais problemas e apontar as reivindicações, que estão focadas no fim das metas abusivas, no combate às distorções salariais e no desvio de função entre os atendentes A e B.

Os participantes elaboraram um manifesto e, em assembleia, deliberaram sobre o protocolo de uma ação judicial por substituição processual de distinção salarial e desvio de função. Interessados, que devem ser sindicalizados, podem aderir até 29 de julho, preenchendo formulário que está disponível no site www.bancariosdecuritiba.org.br.

SEEB Curitiba

Sindicato promove I Encontro da CABB

18.04.2011

Os funcionários da BV Financeira S/A, Crédito, Financiamento e Investimento, se reuniram em assembleia geral extraordinária, no dia 18 de abril, para deliberar sobre a proposta de Acordo Coletivo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A proposta foi aprovada por unanimidade e o período de vigência do acordo é de 01 de janeiro a 31 de

dezembro de 2011. Além de representar os bancários, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e Financiários de Curitiba e região também defende o direito dos trabalhadores em financeiras e empresas de crédito, como a BV Financeira, BMG Financeira, Triângulo, Sofisa, Pine, entre outras.

SEEB Curitiba

Funcionários da BV Financeira aprovam acordo de PLR

junho 2011

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01.05.2011

CUT-PR

CUT-PR promove evento no 1° de Maio A principal atividade do Dia do Trabalhador da CUT-PR foi realizada no sábado, 30 de abril, no Parque Cambuí, em Curitiba. O evento foi feito em parceria com entidades dos movimentos sociais e defendeu, como bandeira principal, a liberdade e autonomia sindical, com o fim do imposto sindical. Também fizeram parte do rol de reivindicações

a redução da jornada de trabalho sem diminuição de salários, a campanha pelo trabalho decente, pela paz e autodeterminação dos povos e a política de reajuste permanente do piso regional. A CUT-PR também promoveu atividades na Regional Norte Central, em Londrina, além de programação especial em Cianorte, Umuarama e em Paranaguá.

05.05.2011

SEEB Curitiba

Reunião discute ponto eletrônico com HSBC Dirigentes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região se reuniram com a direção do HSBC, no dia 05 de maio, para debater sobre a utilização de um Registro Auxiliar (RA), que permite o registro de horário quando o ponto eletrônico não é batido pelos funcionários do banco. O HSBC não apresentou novidades sobre o mecanismo.

O ponto eletrônico é regulamentado pela Portaria 373, do Ministério do Trabalho (MTE), que irá controlar a jornada de todos os trabalhadores a partir de setembro de 2011. A utilização de outras formas de registro do ponto pode prejudicar os direitos dos funcionários, já que o MTE não terá controle sobre a jornada efetivamente realizada.

09.05.2011

SEEB Curitiba

Bancários respondem pesquisa de prioridades

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junho 2011

Entre os dias 09 e 20 de maio, os dirigentes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região percorreram agências e centros administrativos para entregar e recolher a Consulta da Campanha Nacional dos Bancários 2011. A pesquisa, que irá apontar as prioridades da categoria para esta campanha salarial, será tabulada e levada para as Conferências Regional,

Estadual e Nacional. A pesquisa serve de base para a pauta de reivindicações negociada com a Fenaban e contempla temas como emprego, remuneração, saúde, segurança e condições de trabalho. Os bancários também puderam opinar sobre regulamentação do Sistema Financeiro Nacional, Reforma Tributária e Reforma Política.


13.05.2011

Representantes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e da FETEC-CUT-PR se reuniram, no dia 13 de maio, com a direção regional do HSBC, no Palácio Avenida, para discutir denúncias de descaso e desvalorização do banco inglês com seus funcionários. Em Curitiba, foram denunciadas pressões para o cumprimento de metas, assédio

moral de nível grave e adoecimentos. O Sindicato também cobrou dos diretores uma postura quanto ao comportamento do gestor Jorge França. “O diretor chega a expor funcionários nas teleconferências realizadas para cobrar as metas”, relatou Carlos Kanak, dirigente sindical. A direção do HSBC se comprometeu a buscar medidas imediatas.

SEEB Curitiba

Reunião debate assédio com direção do HSBC

13.05.2011

Em assembleia, os bancários da Caixa Econômica Federal aprovaram que o Sindicato entre com ação trabalhista por substituição processual para que sejam integrados valores do Complemento Temporário Variável de Ajuste de Mercado (CTVA) na complementação da aposentadoria. Serão duas ações judiciais para sindicalizados: uma para bancários

que saldaram o REG/Replan e outra para quem possui REG/Replan não saldado. O prazo para sindicalização e participação na ação é 15 de julho. A assembleia foi conduzida pelos dirigentes Otávio Dias, Antonio Fermino e Carlos Kanak, e contou com a participação do advogado Nasser Ahmad Allan e do presidente estadual da Agecef/PR, Almir José de Souza.

SEEB Curitiba

Ação judicial para bancários da Caixa

28.05.2011

A 7ª edição do Cicloturismo dos Bancários foi realizada no dia 28 de maio e ficou marcada pela integração entre bancários e familiares, a natureza e a história local. Os ciclistas percorreram o Caminho Trentino, apreciando as paisagens da Estrada do Tiro e do Morro do Canal, regiões localizadas na Serra do Mar, na altura de Piraquara.

A cidade possui várias áreas de proteção ambiental, como o Pico do Marumbi, o Parque Estadual da Serra da Baitaca e as Bacias dos rios Irai, Piraquara e Itaqui, fontes de abastecimento de água da região de Curitiba. “Mais uma vez, conseguimos promover um belo passeio”, comemorou Sélio de Souza Germano, secretário de Esporte e Lazer.

SEEB Curitiba

Cicloturismo percorre Caminho Trentino

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Fotos: CUT - Roberto Parizotte

Rumo aos 20 anos de representatividade FETEC-CUT-PR COMPLETA DUAS DÉCADAS DE LUTAS E CONQUISTAS PARA BANCÁRIOS DE TODO O ESTADO

Em 2012, a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Paraná, a FETEC-CUT-PR, completa 20 anos. Criada nos dias 18 e 19 de janeiro de 1992, em Londrina, seu objetivo é defender interesses coletivos e individuais dos trabalhadores representados pelos sindicatos filiados. Nestas quase duas décadas, a FETECCUT-PR esteve presente em importantes debates de defesa dos interesses dos trabalhadores. “Lutamos contra a privatização do Banestado, contra a venda da Copel e, no auge do neoliberalismo, fomos contra as possíveis privatizações da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e da Petrobrás”, lembra Elias Jordão, atual presidente da Federação. Atualmente, a FETEC-CUT-PR conta com dez sindicatos filiados: Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Londrina, junho 2011

Paranavaí, Toledo, Umuarama e Assis Chateaubriand, Curitiba e regiões respectivas. Estima-se que existam 48 mil trabalhadores no ramo financeiro paranaense, sendo a categoria bancária composta por 30.032, de acordo com dados do Caged. A Federação representa 80% destes bancários. “Nosso diálogo com os sindicatos tem sido o mais amplo possível. Entendemos que a construção da FETEC-CUT-PR se dá a partir de cada sindicato filiado”, afirma Elias. Democratização Existem diferenças entre os sindicatos com maior e menor número de trabalhadores na base, mas, segundo Elias, estas diferenças são facilmente contornadas. “Os debates que os sindicatos levam para as suas bases são construídos em conjunto, dentro da Federação, democraticamente. As entidades trabalham com alto

grau de solidariedade”, avalia. Sobre isso, o presidente ainda destaca que cada entidade atua da forma mais adequada: se em uma base maior o trabalho é mais extensivo e intensivo para se conseguir o diálogo com todos os trabalhadores representados, em bases menores o contato é, possivelmente, mais aproximado. “Muitas vezes, o dirigente, em suas abordagens, conhece o trabalhador pelo nome, qual seu local de trabalho. O contato é mais próximo”, conta o presidente. Com essa filosofia, a FETEC-CUT-PR colabora diretamente na discussão de temas que atingem os trabalhadores do ramo financeiro. “Queremos a remuneração digna para estas pessoas que produzem os lucros das empresas, lutamos por saúde e condições de trabalho, por emprego e por segurança. Queremos que a cada campanha tenhamos mais vitórias”, conclui Elias Jordão.


junho 2011

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