Especial Greve
Nº 10
20 de setembro de 2016
www.bancariosrn.com.br
Diário da luta
Informativo diário da greve dos Bancários do RN
Independente e de luta
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Bancos querem economizar com pessoal para lucrar mais
E
ntrando na terceira semana de greve, os bancários não têm perspectiva de novas negociações com a Fenaban. Os banqueiros e o governo chegaram a chamar três rodadas de negociação após o início da greve, mas apenas uma proposta foi apresentada, ainda na primeira reunião. O reajuste apresentado não cobre sequer a inflação do período e foi rejeitado prontamente. A intransigência das instituições financeiras pode ser explicado pelos planos de cortar ainda mais profundamente as despesas, de modo a garantir o aumento dos lucros. Vale lembrar que, mesmo com essa queda o setor possui uma lucratividade maior que a de todos os demais setores da economia juntos. Segundo dados divulgados em paralelo com lucros trimestrais, os grandes bancos vêm conseguindo equilibrar as perdas cortando na carne dos trabalhadores. Para cortar gastos, as medidas adotadas pelas instituições financeiras têm ido em duas principais linhas: a redução de agências e a diminuição do quadro de pessoal. Os dois movimentos ficaram mais intensos neste ano. Nos 12 meses encerrados em junho, os quatro grandes bancos (Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) fecharam um total de 413 agências. Para comparação, apenas 19 agências foram fechadas entre junho de 2014 e junho do ano passado. Em muitos casos, porém, as agências não chegaram a desaparecer, sendo convertidas em postos menores, mais baratos para os bancos. Além da economia com o aluguel da agência, o movimento permite aos bancos reduzir despesas com transporte de numerário e mesmo com segurança, em alguns casos. A redução das agências está ligada ao uso crescente de canais de atendimento digital por parte dos clientes. Essa migração também ajuda os bancos na hora de cortar custos. Um exemplo disso é a propaganda maciça feita pelo Itaú convocando os clientes a mudarem o modo de acesso ao banco “DigItaú”. O maior banco privado do país encerrou o segundo trimestre com 12,2 milhões de clientes digitais, alta de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. A defesa dos postos de trabalho tem sido uma das maiores bandeiras desta greve. O Sindicato dos Bancários do RN defende que seja cumprido o Artigo 158 da Organização
Internacional do Trabalho que proíbe demissões imotivadas. Entretanto, é exatamente o oposto que temos vivido. Os bancos também têm enxugado o quadro de funcionários, em especial ao não repor aqueles que deixam a instituição ou se aposentam. Entre junho do ano passado e o mesmo mês deste ano, os quatro maiores bancos cortaram 12,2 mil postos de trabalho. No mesmo intervalo de 2015, foram cortados 5,4 mil. To d a s a s i n s t i t u i ç õ e s diminuíram o número de empregados. Com menos flexibilidade para demitir do que os concorrentes privados, o Banco do Brasil implementou no terceiro trimestre do ano passado um programa de aposentadoria incentivada. Isso ajudou o banco a chegar em junho deste ano com quase 3 mil funcionários a menos que em junho de 2015. O Bradesco deve seguir uma trajetória oposta à do BB, com um patamar de gastos menor no segundo semestre na comparação com o primeiro. Com as despesas de marketing relacionadas aos Jogos Olímpicos do Rio, do qual é patrocinador, o banco registrou um aumento de 9,5% nos gastos no primeiro semestre em relação aos primeiros seis meses de 2015. Para demonstrar que pretende apertar o cinto nos últimos seis meses do ano, o Bradesco anunciou a redução da estimativa de aumento das despesas em 2016 para um intervalo entre 4 e 8% - a anterior variava de 4,5% a 8,5%. E isso deve sair diretamente das relações trabalhistas. Da mesma forma que seu maior rival, o Itaú também aumentou o desafio de controle de despesas neste ano. Após o resultado do primeiro semestre, que mostrou as despesas subindo em um ritmo maior que as receitas nos 12 meses encerrados em junho, o maior banco privado brasileiro reduziu a meta de gastos para o ano como um todo para uma alta de 2% a 5% - ante uma estimativa anterior que variava entre 5% e 7,5%. Nossa proposta é de 28,33% de reajuste salarial, PLR linear de 25% dos lucros, estabilidade no emprego, além do fim da terceirização, fim do assédio moral e mais contratações para melhor atendimento aos clientes nas agências. No ano passado, após 21 dias de greve, os bancários conseguiram 10% de aumento salarial. A primeira proposta apresentada foi de apenas 2%. Por isso sabemos que é possível avançar. Com informações do Valor Econômico
Assembleia nesta terça no Sindicato - 16h30 Dúvidas: 3213-0394 www.bancariosrn.com.br
20 de setembro de 2016
LB Especial Greve
gerente tenta criar confusão em agência do itaú
D
esde o início da greve dos bancários alguns gerentes do banco Itaú têm insistido em práticas antissindicais, pressionando os trabalhadores para que não exerçam seu direito à greve. O Gerente de Serviços Operacionais, Daniel Martins de Oliveira, vem sempre figurando entre as denúncias recebidas pelo Sindicato dos Bancários do RN. Nesta segunda-feira, 19, Daniel resolveu entrar na agência do Itaú da avenida Roberto Freire e fazer uma espécie de conferência com outro gerente. Ao ser questionado, entrou em conflito direto com o diretor do Sindicato Wellington Medeiros. Foi desrespeitoso e acintoso, questionando o direito dos trabalhadores à greve. Apesar de responder por toda a regional, Daniel costuma escolher a cidade de Natal para atuar durante o período de greve, pressionando e assediando os trabalhadores. Ao defender com
unhas e dentes a empresa, o gerente não percebe que está compactuando com a exploração dos colegas e, acima de tudo, coibindo o exercício de um direito. Ele passa por cima da decisão da assembleia de manutenção da greve e reforça a postura desrespeitosa da FENABAN que, após 14 dias de greve, não apresenta sequer uma proposta decente aos trabalhadores. É sempre bom lembrar que o Itaú é a instituição financeira que mais lucra no país. Só nos últimos três meses, o banco obteve lucro de R$ 5,518 bilhões! E só com o que fatura com as taxas cobradas aos clientes, o banco consegue pagar mais de uma vez e meia as despesas com funcionários. Entre os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa Econômica Federal), o Itaú é o que tem a maior diferença entre o que arrecada com taxas e o que gasta com salários. E tem a obrigação de apresentar uma proposta decente a seus funcionários.
Caixa manda retirar cartazes das agências para inibir piquetes
O mais novo capacho do Bradesco
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Matriz da Caixa Econômica Federal enviou comunicado às Superintendências Regionais orientando a retirada dos cartazes de greve. O comunicado foi revogado ao final da tarde, pois o banco percebeu que não deveria medir forças com os grevistas. O Sindicato dos Bancários do RN repudia a atitude e orienta que os bancários se mantenham firme dos piquetes e informem à Entidade sempre que testemunharem retirada para que os cartazes sejam repostos. Com o avançar da greve é natural que os bancos comecem a usar suas armas visto que, não se dignaram a apresentar uma proposta decente, como era de se esperar. Não é hora de recuar! Juntos somos mais fortes!
O
gerente Tiago da agência empresarial é o mais novo capacho do Bradesco. Ele vem determinando que os funcionários cheguem logo cedo na agência, alguns até mesmo de táxi devido ao horário. Isso é uma prática de assédio moral que coloca o trabalhador em uma situação de alto risco, pois chegam antes mesmo da presença da vigilância. Os funcionários ficam o dia inteiro em situação de cárcere privado, trancados em uma sala de vidro com a porta trancada. Além de não respeitar o direito de greve de seus funcionários, ainda expõem os trabalhadores a uma situação vexatória. O Sindicato irá tomar as medidas cabíveis.
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