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brasileiros à margem do lucro
Enquanto trabalhadores penam para pagar as contas, bancos seguem batendo recordes de lucratividade
OItaú Unibanco obteve recorde no Lucro Líquido Recorrente Gerencial – que exclui efeitos extraordinários – de R$ 8,435 bilhões, no primeiro trimestre de 2023. O dado representa alta de 14,6% em relação ao mesmo período de 2022 e alta de 10,0% em relação ao trimestre anterior (no 4º trimestre de 2022, o resultado recorrente foi de R$ 7,668 bilhões).
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O Bradesco obteve Lucro Líquido Recorrente de R$ 4,280 bilhões, no 1º t r i m e s t r e d e 2 0 2 3 O s d a d o s representam queda de 37,3% em relação ao mesmo período de 2022 e crescimento de 168,3% quando comparado ao resultado do 4º trimestre do mesmo ano (o lucro do 4º trimestre foi de R$ 1,437 bilhões) (Bastante inuenciado pelo calote das Lojas Americanas)
No Itaú, foram fechadas 103 agências físicas no Brasil, no período, e abertas 100 agências digitais, totalizando 2 731 e 415 unidades, respectivamente. No Bradesco, em 12 meses foram fechados 1.276 postos de trabalho, encerradas 93 agências e 174 unidades de negócio No mesmo período o total de clientes do banco aumentou em 1,9 milhão, totalizando 76,7 milhões de clientes.
Até agora somente estes dois bancos divulgaram seus resultados, mas se pegarmos os resultados de 2022 não é muito diferente nas demais instituições.
O lucro de R$ 139 bilhões obtido pelos bancos em atividade no Brasil em 2022 destoa da realidade da imensa maioria dos brasileiros.
Enquanto milhões de pessoas estão desempregadas, endividadas, e passando fome, o sistema nanceiro faz uma verdadeira farra. Para completar, demitem bancários, fecham agências, cobram metas abusivas, adoecem os funcionários, elevam juros aos clientes e dicultam o acesso ao crédito. Era de se esperar que o processo que foi acentuado no Governo Bolsonaro começasse a ser revertido agora, mas o que vemos é o Governo Lula-Alckmin manter práticas assediadoras e intimidadoras e não aceitar abrir canais de negociação com os trabalhadores dos bancos públicos, mantendo, em alguns casos, bolsonaristas em cargos de gestão. Em outros, gestores oriundos do movimento sindical que eram esperança dos trabalhadores viram às costas e repetem as mesmas práticas anteriores.
A crise é cíclica e deixa os trabalhadores à margem do Sistema. Falta compromisso social e sobra ganância pelo lucro. Vale lembrar que no início da pandemia, em 2020, o primeiro a ser ‘‘socorrido’’ foi o setor nanceiro, quando o Governo liberou R$ 1 trilhão para os bancos que, com a justicativa da crise sanitária, suspenderam a concessão de crédito. A medida fez com que muitas empresas fechassem as portas, principalmente as micro e pequenas, o que resultou em mais desemprego Qual será a desculpa agora?