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FEBRE AMARELA
VACINAÇÃO E MONITORAMENTO DA FEBRE AMARELA NÃO DEVEM SER ESQUECIDOS A partir de dezembro de 2017 foi registrado o maior surto de febre amarela (FA) das últimas décadas. Em virtude desse surto, observou-se a expansão da área de circulação do vírus em municípios que não eram considerados áreas de risco, principalmente nas proximidades das grandes capitais metropolitanas das regiões Sudeste e Sul do Brasil. No Paraná, durante o período de 1º de julho de 2019 a 21 de janeiro de 2020, foram notificados 64 casos, sendo 49 descartados e 15 em investigação. A médica veterinária do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA), Paula Linder explica que o ciclo urbano da febre amarela ocorre quando o mosquito Aedes aegypti transmite o vírus para as pessoas. Já o ciclo silvestre/rural, os mosquitos dos gêneros Sabethes e Haemagogus transmitem a doença aos macacos e aos humanos que adentram à mata por algum motivo. “O vírus é o mesmo, o que muda é o tipo de mosquito vetor da doença”, ressalta. Paula destaca ainda que os macacos (como por exemplo, o bugio) não são transmissores da doença, Paula Linder, médica veterinária do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), da SESA
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mas vítimas, assim como os humanos. “Os macacos são os primeiros a adoecer, pois vivem nas matas e são a grande fonte de repasto sanguíneo dos mosquitos que transmitem a febre amarela. Ao morrer, eles nos mostram onde o vírus está circulando. Matar os macacos não evita a doença, além de confundir e atrasar o serviço da vigilância em saúde dos municípios, que precisa realizar os procedimentos de coleta de amostras em animais para identificar se morreram de febre amarela”. A médica veterinária repassa ainda as ações que devem ser tomadas se for avistado algum macaco morto de qualquer espécie, em regiões rurais ou silvestres. “Não se deve tocar na carcaça e ligar imediatamente para a Vigilância em Saúde municipal, mesmo nos finais de semana e feriados. Este ato é muito importante para o monitoramento da doença”. Os principais sintomas da Febre Amarela nos seres humanos são febre, dor de cabeça, dor no corpo, náusea e vômito, fraqueza e dor abdominal. Nos macacos, segundo Paula, a doença se comporta da mesma forma. “Mas o que observamos é que eles ficam letárgicos, prostrados, muitas vezes no solo (fora das copas das árvores que é o habitat normal deles) e sem fugir da presença humana”. Vacinação é melhor forma de prevenção
Em janeiro, mais de 20 macacos mortos foram encontrados na região de Guarapuava. Só no município foram cinco animais no distrito de Guairacá e um no Jordão. Em Turvo, seis macacos foram encontrados e em Pitanga outros sete. Todos os animais foram recolhidos e levados para análise na UFPR (Universidade Federal do Paraná). Ainda aguardando o resultado das análises, a Secretaria Municipal de Saúde de Guarapuava reforçou o chamado para vacinação, com um adendo: neste ano há o reforço da vacina para crianças até cinco anos de idade. Para pessoas com mais de cinco anos, a dose da vacina é única. No meio rural, a diretora da Vigilância Epidemiológica, Chayane
A diretora da Vigilância Epidemiológica, Chayane Andrade e o secretário municipal de Saúde, Celso Goes
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Andrade destaca que já foi realizada uma intervenção pela equipe da saúde em algumas comunidades, conscientizando a população da importância da vacinação contra a Febre Amarela. “Nossa equipe foi casa a casa fazendo este chamado. E pretendemos retornar novamente em algumas comunidades, como no Guará, por exemplo”. Segundo o secretário municipal de Saúde, Celso Goes, mais de 20% da população de Guarapuava ainda precisa ser vacinada. “Para o público rural, em especifico, é importante ressaltar que, por exemplo, se um produtor rural tiver um volume de funcionários e da família, basta fazer um agendamento na Vigilância Epidemiológica, que nós podemos mandar uma equipe até a propriedade rural para fazer a vacinação. Basta reunir todos no mesmo horário e entrar em contato”. O mesmo pode ser feito em associações rurais. Além da vacinação, outra medida preventiva pode ser tomada: a eliminação dos focos de criadores do mosquito Aedes aegypti, já que além de transmitir a dengue e outras doenças, ele também é transmissor da Febre Amarela. “Monitoramento da água parada nas casas ou propriedades rurais é muito importante, não só agora, mas sempre. Nós sabemos que tem muita captação de água e cisternas em propriedades rurais, então pedimos atenção para eliminar os focos de criadores do mosquito”, sinaliza Goes. Chayane finaliza fazendo uma observação importante: “a febre amarela é uma doença infecciosa grave, que pode levar à morte se não for tratada de imediato. E ela é imunoprevenível, basta se vacinar”. No município, todas as UBS (Unidades Básicas de Saúde) estão disponibilizando a vacina para a faixa etária entre nove meses e 59 anos, com exceção da unidade do Feroz. Para se imunizar, é necessário apresentar a carteira de vacinação, cartão do SUS e um documento com foto. As unidades de Pronto Atendimento do Batel, Primavera, e Trianon não realizam a vacina. Após a leitura da caderneta, será verificada a necessidade de aplicação da dose. Em caso de dúvida se tomou ou não a vacina, a equipe de saúde orienta se vacinar.