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O leitor está lembrado da forma como fui convidada para o encontro que deu origem ao livro anterior? Pois é. Desta vez o convite veio por intermédio de um Gnomo, que, diante de mim, surgiu inesperadamente, quando eu me encontrava em profunda reflexão sobre a vida... Com seu chapeuzinho vermelho terminado em ponta, ficou a me olhar, como se não tivesse certeza ser eu a pessoa indicada a entregar o envelope cor de marfim, que ele cuidadosamente começava a tirar de sua algibeira. Por fim, como não viu em mim nada de especial, sem cerimônia alguma e nenhum entusiasmo, passou-me o envelope, escapando em seguida tão rápido quanto aparecera. Gostaria tivesse ficado mais tempo. Afinal não é sempre que se vê um Gnomo... Abri o envelope, retirei o convite, e eis o que li: Apreciamos sua boa vontade em transformar em livro o que os animais conversaram no último encontro. De novo solicitamos sua presença, continuando a manter silêncio sobre a forma como vem ter conosco. Os animais continuarão a falar sobre temas espirituais e não espirituais, pois não se pode contê-los. Recomendamos dar a cada assunto abordado uma designação, para facilitar o relatório feito pelo amigo Pinguim, destinado ao Arquivo dos Bichos. Você será responsável em transformar em livro tudo que eles disserem. De novo pedimos: não nos desaponte! Assinado: Touro Tur-Zim-Muni.
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E aqui estou eu, novamente num local provavelmente jina, pois tudo que os animais possam vir a precisar parece existir. Coisas de Deus. Logo em pauta houve uma discussão sobre o nome do segundo livro e após interminável lengalenga, saiu o seguinte:
UUUITO
MUITO POUCO DE MUUUU
UMA CONVERSA ENTRE BICHOS O nome é assim mesmo, espichado e engordando as letras. Prevalecendo-se do tamanho, o Elefante não perdeu tempo: urrou: Os homens têm mania de tudo adiar e vivem a se queixar! Nada parece satisfazê-los. Gostaria de ajudá-los, mas sozinho não posso. Como vocês acham poderiam eles alcançar a felicidade plena? Ora! – digo eu agora, como responsável por transformar em livro tudo que os bichos disserem. Como vou denominar uma coisa dessas? Enquanto os animais decidiam qual deles responderia primeiro à complicada pergunta do Elefante, fiquei eu a matutar como intitulá-la. Por fim, consultando meu arquivo de memórias, qualifiquei-a do seguinte modo:
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PAI, FILHO, ESPÍRITO SANTO ou MÃE O que o leitor acha? Se não achar nada, fica por isso mesmo. A Pantera, rugindo mais do que o normal e querendo ajudar o Elefante, contribuiu assim para a pergunta: O homem só alcança a felicidade plena quando o seu Corpo, a sua Alma e o seu Espírito, estão de bem e isso só se consegue quando o Corpo silencia... Quer dizer, quando o Corpo não faz mais certas exigências... Entenderam ou vou ter de repetir? Resposta reveladora – apreciou o Elefante. Mas preciso de outras opiniões. O amigo Lobo estaria capacitado? A felicidade plena o homem só consegue quando o Corpo, que à Terra pertence, é Sadio. Quando a Alma, que à Lua pertence, é Boa. E quando o Espírito, que ao Sol pertence, é Belo. Conseguida essas três coisas, o homem alcança felicidade plena! Gostei! – bramiu o Elefante. O que diz a respeito o amigo Marreco? Bem, se o homem não entrar em conflito com o seu Espírito, que simboliza o Pai, a Alma, que simboliza a Mãe, e o Corpo, que simboliza o Filho, ele alcança a felicidade plena. Esta é minha contribuição à sua pergunta. Muito bom! – o Elefante gostou. Parece que o amigo Jaburu está querendo colaborar. Quero, sim. A Sabedoria, representada pelo Pai, o Amor, representado pela Mãe, e a Justiça, representada pelo Filho, essa tríade, se equilibrada no homem, ele alcança a felicidade plena! Se não entenderem, posso explicar a mesma coisa como se fosse uma fórmula química: o Espírito no elemento Mercúrio, a Alma no elemento Enxofre, e o Corpo no elemento Sal. Agora provem,
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e se o paladar estiver bom, deixem-me tirar uma boa soneca! Essa é mais confusa. Mesmo assim é interessante – agradeceu o Elefante. Mania de vocês complicarem! – rebateu o Coelho. A Trindade Divina de Pai, Filho e Espírito Santo ou Mãe, que a própria Igreja Católica adotou em sua liturgia, quando essa Trindade se harmoniza no homem, ele alcança a felicidade plena! E por que alcança? Porque se tornou Imortal. É apenas isso! Todas as opiniões me agradaram. Considero-me satisfeito – voltou ao seu lugar o Elefante. O Coelho tem razão! – grasnou a Cegonha. Tornando-se Imortal, o homem “adquire o direito de guiar os mais atrasados”, isto é, os que estão na retaguarda da evolução, pois, tendo ele se tornando “um Sol vivo em miniatura”, pode espalhar a sua luz para outras pessoas, para que estas, por sua vez, como “pequenos satélites do mundo” que então passam a ser, um dia se transformem em “Estrelas luminosas”! Definição poética a do amigo Coelho – comentou o Leão. Mas tem uma coisa: isso que vocês estão falando, precisa ser conseguido antes que o karma de cada pessoa não dê mais tempo. Jesus mesmo já alertava sobre isso, ao dizer: “faze por ti que Eu te ajudarei”. Esse Eu a que Jesus se referia, é “o verdadeiro Espírito no homem”, a Quem unicamente o homem deve recorrer, e não confiando a outras pessoas o que a ele próprio compete fazer. Grande verdade! – deu seu apoiou o Sapo. Mas eu ando preocupado é comigo mesmo. Por que, amigo Sapo? – logo se preocupou o Leão.
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Chegou aos meus ouvidos que o Arcanjo Redimido não tolera retrocesso na evolução, e é grande admirador da inteligência, da criatividade, e da beleza. Já viu né? Já viu o quê, amigo Sapo? – fez-se de desentendido o Leão. Não deve gostar de mim – lamuriou o Sapo. Por que não? – novo fingimento do Leão. Sou feio... – lamentou o Sapo. Embora terrestre, quando me vejo no reflexo da água tenho vontade de sair correndo. Mas correr pra que se a cara continua a mesma? – soltou esta o Papagaio. Arrependido, quis logo consertar, mas piorou, ao dizer assim: eu não acho você feio, é que seus olhos são esbugalhados, a barriga estufada, as pernas... Bem, as pernas são um pouco molengas, mas o resto é bom. Mas que resto? – o Sapo abriu o berrador. Olha! – virou-se a Rã para o Papagaio. Embora eu viva na água, estou por dentro da vida do meu amigo Sapo! Muitas fêmeas são atraídas pelo seu lindo canto! Quando chove então, ele canta divinamente bem, acompanhado de outros sapos! Então não sei? Um conjunto vocal horrível, sempre para atrair fêmeas e defender seu território! Só que muitas vezes ele canta, canta, e outro Sapo mais esperto que nem abriu a boca, vem e... Vapt! Agarra a fêmea que o paspalho tanto se esgoelou e não conseguiu. Mas o que é isso?! – o Elefante até estranhou. Nosso encontro não tem nada a ver com a cara de nenhum de nós! Estou de pleno acordo com o Arcanjo Redimido! O que realmente faz o homem semelhante a DEUS é a Inteligência, esse Fogo Espiritual que é o próprio “Espírito de Deus no homem”.
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Tomem tento no que vou dizer agora: “O Espírito é o arquivo que conserva todos os frutos do passado”, quer dizer, é o Espírito que guarda todas as experiências que a Alma vai tendo de vida em vida. Tanto isso é verdade, que “na noite de Pentecostes, o Espírito Santo em forma de línguas de fogo, pairou sobre os Apóstolos” e foi esse Fogo Espiritual que deu a eles a capacidade de transmitir mundo afora a boa nova do Cristo, sem que a diferença de línguas lhes trouxesse qualquer problema. Tanto falatório e nem sei o que é Pentecostes! – o Sapo soluçava. Pentecostes é a manifestação do Espírito Santo sobre os Apóstolos de Jesus, acontecimento que a Igreja Católica comemora 50 dias após a Páscoa. Esse Fogo Espiritual que desceu sobre os Apóstolos é o mesmo Fogo da Inteligência, a Fulgurante Inteligência que o Arcanjo, quando rebelde, deu aos homens. Todas as coisas ruins “deveriam ser destruídas a golpes de Inteligência, Coragem e Amor”. Não sendo assim é briga na certa! – explicou o Elefante. Ah! Que dia lindo! – cortou o assunto o Jabuti. Não acha amigo Peru? Sabe que nem notei? Acabo de ver um parente meu tão pra baixo... Não sei o que se passa com ele. Terá se metido em alguma encrenca? – supôs o Jabuti. Ou será o karma dele que o está deixando assim? Mas karma causa tristeza? – o Peru se espantou. Não acredito no que estou ouvindo! Você não sabe o que é karma? – o Jabuti foi pego de surpresa. Se quiser posso explicar, mas se eu falar sobre karma, vou ter de falar também
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sobre reencarnação, pois os dois não se desgrudam! Tudo bem, desde que eu possa ajudar o meu parente – concordou o Peru. Você não deve ter prestado atenção, pois no encontro anterior se falou sobre karma, constando no volume 1 – lembrou o Jabuti, mas passou a explicar. KARMA e REENCARNAÇÃO Karma não traz tristeza, amigo Peru. Doença e nem infelicidade, mas pode se apresentar como tais coisas, caso a pessoa não tenha conhecimento algum sobre a existência dessa lei justa e perfeita. Mas eu não estou falando de gente! Quero é ajudar meu parente! – gritou o Peru. Mas “existe karma em todos os Reinos da Natureza” e o pouco que sei é sobre gente! Se quiser é assim! – deu o troco o Jabuti. Está bem, continua então – se conformou o Peru. Nem sempre se cria karma ao errar, e sim quando se reincide no erro sabendo que está errando. Aí, sim, a coisa pega! Embora muitas pessoas não creiam, há karma negativo e karma positivo e, para entender melhor essa coisa, falemos sobre o seu ajudante: a reencarnação. Interessante karma ter ajudante – ficou surpreso o Peru. São duas leis, amigo peru, trabalhando juntas – explicou o Jabuti. A própria palavra karma quer dizer “ação”. Em mundos realmente evoluídos, karma nem existe, porque seus habitantes têm consciência do dever a cumprir. Por isso, quando se diz que “karma é ignorância”, não está errado. A
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ignorância ou o desconhecimento das coisas divinas ou superiores, é que facilita a criação de karma. Nascer na Face da Terra já demonstra ter karma a saldar, a não ser que tenha vindo espontaneamente. É a falta cometida, contra a própria Centelha Divina da pessoa, que a faz reencarnar, ou melhor, o que reencarna é o karma criado por ela. Reencarnada, as coisas boas que a pessoa fizer, falar, pensar e sentir, fica como poupança para ela, na Estrela que lhe é afim, até o dia em que a pessoa se torne uma Estrela Humanizada. Tudo bem. Entendi. Mas amigo Jabuti: há quem venha espontaneamente? – achou estranho o Peru. Sim, há seres que vêm retribuir o que outros fizeram por eles quando estiveram reencarnados na Face da Terra – respondeu o Jabuti. Compreendi. Fale então sobre reencarnação, a companheira de karma – pediu o Peru. Reencarnação é uma das coisas mais bem bolada! – exultou o Jabuti. É nascer novamente em outro corpo. Quem é justo e bom se livra da chatice de ficar indo e voltando. Prestem bem atenção! “Ninguém nasce nesta ou naquela família, neste ou naquele país, e com tais ou quais tendências, sem o acúmulo de experiências procedentes de outras encarnações. Quanto às más tendências, inútil dizer que é consequência lógica de um karma semelhante. O mau karma é composto de matéria grosseira, a qual prende os indivíduos a Terra, melhor dito, à sua Face, enquanto o bom karma, é produzido por matéria delicada ou espiritualizada”. Devagar, amigo Jabuti, resposta assim grande e confusa, não dá! – reclamou o Peru.
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O Jabuti fingiu não ter ouvido; continuou: Buda, o “maior fulgor desprendido dos Céus”, ele próprio já dizia: “Não se nasce a não ser na sua própria família”. Família são pessoas “ligadas entre si por tendências do passado”. Portanto, amigo Peru, não adianta ficar reclamando da vida, porque ela é o resultado do que se fez em vida anterior. Mas eu não reclamo! Minha vida é até muito boa! Mas diga-me: quais são as leis que regem o destino do homem? – o Peru quis mostrar estar interessado. São três as principais leis que regem o destino do homem: a da evolução, a da reencarnação, e a do karma – respondeu o Jabuti. Impossível separá-las porque agem juntas, mas se o homem vigiar bem seus próprios pensamentos, consegue se libertar das duas últimas ultimas, já que “o amor vence tudo” e “o trabalho tudo vence”. E como age o karma com os humanos? – gorgolejou o Peru. Age conforme o merecimento de cada um – disse o Jabuti. Não existe inocente, nasceu na Face da Terra é porque alguma fez! A não ser, como já foi dito, tenha vindo espontaneamente. Quanto maior é o entendimento da pessoa, maior é sua responsabilidade. Se errar, o karma para com ela é mais severo. Jesus já avisava sobre isso, ao dizer: “A quem muito foi dado muito será pedido”. É melhor então ser ignorante – dedução errada do Peru. Não, não! – repeliu o Jabuti. Como já foi dito, “a ignorância é o desconhecimento das coisas divinas ou superiores”. Mas a ignorância também pode estar relacionada a pessoas que têm pouca ou nenhuma experiência de vida, ou
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seja, ainda estão no jardim de infância da sua evolução, justamente por terem poucas reencarnações. Ou então porque estão pela primeira vez encarnando. Por favor, não me contradiga, amigo Cão! Digo e repito: Karma não é castigo! É uma lei universal, misericordiosa, que retribui, de forma justa e perfeita, o que se faz, pensa, diz, sente, e até o que se escreve. Eu nem cheguei a latir... – uivou o Cão. É melhor mesmo! “A vida é formada por encarnações. Uma vida nada mais é do que a projeção de outras vidas anteriores” – seguiu adiante o Jabuti. “Não é apenas o que se faz (os atos), que ocasiona sofrimentos; o mesmo acontece com o que se diz ou escreve, na razão de palavras, atos e pensamentos bons ou maus. Razão do precioso símbolo do Anjo (melhor dito, Arcanjo) Miguel, sustentando uma Balança, em cujas conchas se pesam esses mesmos atos, palavras e até pensamentos, que se não podem ocultar da Consciência Universal, que em nós mesmo vibra de modo parcial...” “O que o homem pensa, cria”, dizem os livros sagrados do Oriente. Pobres escritores de livros malsãos!” O que é malsão? – quis saber o Pintinho. É mostrar, no que escreve, perversidade intelectual, nociva, imoral, mórbida, prejudicial – ensinou o Jabuti. Escutem mais esta: quando o homem se torna Imortal, ele fica bem próximo de DEUS... Mas enquanto isso não ocorre, ele é mortal, é apenas o altar temporário de DEUS, e ao morrer, se a sua Alma sentir que dali a algum tempo, longo ou curto, precisa ter nova existência, é a isso que se chama reencarnação. Entendi – rosnou o Cão. Reencarnação é nascer crescer e morrer. Nascer de novo, crescer e morrer. Nascer novamente,
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crescer e morrer, até se tornar Imortal. Enquanto isso o homem fica atrelado a Roda de Nascimentos e Mortes ou Roda das Reencarnações. Estou certo? Certíssimo! – aprovou o Jabuti. Eu não quero morrer e nem nascer de novo! – berrou a Cabra. Ora essa! Por que não? – o Jabuti ficou intrigado. Tudo e todos morrem. Por que não quer nascer de novo? Receio nascer com a cara do Hipopótamo... – a Cabra foi descortês com o Hipopótamo, embora que, quando se trata de gente, é raro uma Alma nobre nascer num corpo repelente. A reencarnação – continuou o Jabuti – é a oportunidade que a Alma tem, de, numa nova existência, solucionar questões kármicas que ficaram pendentes em vida anterior. Em cada nova existência o homem dá um passo adiante na sua evolução, pois “toda evolução começa mais grosseira do que aquela que lhe sucede”. A reencarnação passou a existir após o afundamento da Atlântida, para que os causadores da grande tragédia pudessem prosseguir sua evolução, corrigindo o gigantesco prejuízo que deram ao ETERNO. Acreditar que o ser humano vive uma única vez é fazer de DEUS uma Consciência Universal injusta, pois como aceitar que uns nascem defeituosos e outros perfeitos? Uns na miséria e outros na riqueza? Uns saudáveis e outros doentes? A Lei Divina rege o destino não só de homens, mas também de deuses e astros, e é camarada, pois dá ao homem 777 oportunidades de reencarnar, podendo esse número ser reduzido, já que “uma vida de pureza e santidade, vale por 111 encarnações”. O desconto até que é bom! Difícil é a pureza e mais ainda
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a santidade – ironizou a Serpente. Desconfio que karma às vezes se distrai – lançou a suspeita o Cão. Tanta gente roubando... Continuando numa boa. Não se iluda amigo Cão, numa boa só na aparência! Karma já as julgou. No outro lado da vida, um chicote brandindo espera por elas – garantiu a Coruja. Mas só no outro lado? – não se animou muito o Cão. Fica parecendo que levam vantagem, mas não! Karma apenas lhes dão um pouco mais de tempo para se arrependerem. Soubessem que o retorno pelo que fizeram virá triplicado, restituiriam de imediato o que surrupiaram da Nação, cujo dinheiro é sagrado! Para melhor entenderem o que é karma, vamos representá-lo na forma de uma das balanças de antigamente, quando havia dois pratos ou conchas, e um ponteiro no centro marcando o peso. Vamos supor que num dos pratos está o bem, e no outro prato, o mal. Se o prato da maldade pesar mais, o karma da pessoa é negativo, se for o prato da bondade a pesar mais, o karma é positivo. Se o ponteiro ficar no meio, igualando, é a pessoa se esforçar para que o prato da bondade supere com vantagem o peso da maldade. O exemplo serviu? –- quis saber a Coruja. Ajudou bastante – confirmaram os bichos. Quando o karma não se desfaz e nem diminui de tamanho ou peso, ao contrário, espicha, ao chegar a sua hora de ser desfeito, o karma se transforma no que os homens chamam de “fatalidade”, e os Deuses chamam de “determinismo”. O karma então executa o seu trabalho, e a pessoa passa pelas conseqüências do que fez, pensou e falou – piou a Coruja.
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Quando Jesus disse: “a cada um será dado segundo as suas obras”, era ao karma que ele se referia. Quando também disse: “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”, ele quis dizer que a colheita é o resultado do que a pessoa semeou ou fez durante a sua existência: se semeou sofrimento, colhe sofrimento; se semeou discórdia, colhe discórdia; e por aí vai. Mas Jesus também disse: “não há pecado que não se apague com a esponja do Arrependimento e da Razão”. O arrependimento sincero tem sempre o apoio de DEUS. O que não se pode esquecer, é que tudo tem origem numa causa... O exemplo que vou dar agora os fará entender ainda melhor o que é karma: seja o que for que uma pessoa venha a roubar, ela provocou uma causa. Essa causa um dia terá o seu efeito. O efeito pode demorar ou não. Por misericórdia divina, pode até ser adiado para uma nova existência, mas um dia vem! A pessoa então será roubada ou outra coisa qualquer acontece com ela, e quanto mais grave é a falta cometida, maior é o efeito. A sucessão de causas e efeitos só termina quando o Coração e o Cérebro da pessoa trabalham juntos. Aí, sim, dificilmente a pessoa cria karma. O apóstolo Paulo dizia a mesma coisa: “Tudo que o homem semear, colherá!” Entenderam? – indagou a Coruja. Moleza! – abanou o rabo o Cão. Bem que a primeira vez que vi o Sapo, achei que a cara dele não me era estranha. Vai ver é de outra encarnação. Nessa hora o Pinguim interrompeu o relatório que fazia, para dar a seguinte informação: Aviso de primeira mão! Estou escrevendo karma com k, e não com c, porque o k é letra evoluída, dedicada ao
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ALTÍSSIMO, e “caminha com os braços estendidos para o Céu”. Por anos a fio ela esteve fora de campo. Felizmente voltou! Está recuperando o tempo perdido, pois o k significa “bom andamento” na língua Tupi. Com ele na onda, agora as coisas no Brasil vão melhorar! Com tão bonito significado e sendo letra evoluída, jamais deveriam tê-la afastado do alfabeto brasileiro! – rinchou a Égua. O W e o Y sofreram do mesmo preconceito. Olha só como o Y é legalzinho! A haste esquerda dele representa o “Caminho do Amor”; a haste direita, o “Caminho da Sabedoria”; a haste do centro, o “Caminho da Justiça”. A unificação da Língua Portuguesa com os países que falam o mesmo idioma, finalmente deu fim ao exílio dos três, que agora vão à forra! Ainda mais que a língua portuguesa é sagrada, como também é a tibetana, o sânscrito e o grego. O Y, coitadinho, custou a se refazer desse baque na vida dele, ainda mais que foi rejeitado quando tinha tão nobre missão. Qual missão? – perguntaram os bichos. As duas hastes do Y, sustentadas pela haste central, simbolizavam a missão conjunta da América do Norte com a América do Sul. À América do Norte caberia engrandecer os valores terrestres, ou seja, estaria sob a sua tutela o Poder Temporal ou Material do mundo. E à América do Sul, mais precisamente o Brasil, o Poder Espiritual. Poder Temporal é trabalhar pelo progresso e bem estar da humanidade. Poder Espiritual é trabalhar a espiritualidade na humanidade. Com outras palavras: é o Espírito e a Matéria trabalhando juntos. Entretanto, em agosto de 1945, os Estados Unidos, a pretexto de acabar com a 2ª Guerra Mundial, desafiou a DIVINDADE,
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lançando sobre duas cidades japonesas duas bombas atômicas... Nunca se viu destruição igual, cujos efeitos até hoje persistem. Foi tirado então dos Estados Unidos o privilégio de ter sob a sua guarda o Poder Temporal do mundo ficando o Brasil com responsabilidade dupla: o Poder Temporal e o Poder Espiritual. Essa alteração de planos chamou a atenção dos magos negros conscientes, que então intensificaram ainda mais seus métodos de corromper, explorar a sexualidade, os vícios, retardando assim o que eles não conseguirão, pois “o destino do Brasil é o destino da Obra do ETERNO, é o destino do mundo inteiro” – explicou a Égua. Está então explicado porque “trabalhar pelo Brasil é o mesmo que trabalhar pelo mundo inteiro” – taramelou o Papagaio. É por isso que “defender a América e o Brasil é defender para a Humanidade, a terra generosa de onde brota a esplendente árvore de um novo e glorioso capítulo da civilização”. “Brasil! Abrigo seguro para todos os povos da Terra”. Mas como os magos negros conscientes conseguem se interpor ao progresso do Brasil? – perguntou a Gazela e a Égua prontamente soube responder: Conseguem, porque são extremamente inteligentes; sabem como corromper as pessoas... Como Senhores das Trevas, comandam com mão de ferro e sem nenhum escrúpulo irmãos decaídos que então escravizam, impondo sua força e crueldade. São imunes à compaixão e ao amor, sentimento que até ridicularizam. Agem através de intermediários interessados em seus planos... Muitas vezes são eles mesmos a agir, quando encontram pessoas resistentes a fazer o que eles querem... Com
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pessoas de caráter duvidoso é fácil obter sucesso, pois conhecem as fraquezas dos homens... Magos negros conscientes mortos são ainda mais perigosos, pois nas brumas das trevas onde vivem, tudo é mais fácil conseguir. Anos a fio senão séculos ou mesmo milênios, praticam o “mau consciente” e por terem regredido demais na evolução, perderam a forma humana... Mas se apresentam como tal, se quiserem, pois sabem como fazê-lo, podendo até mesmo tomar aparência sedutora, iludindo os incautos. Conseguiriam obter de volta a forma humana se reencarnassem, mas isso eles não querem. Sabem que seria um rosário de reencarnações dolorosas, com pouco ou nenhum espaço de tempo entre uma e outra, e em planetas hostis, talvez até estéreis. No Mundo Astral onde transitam, como a qualquer ser humano acontece ao dormir, a forma real deles não é humana... Mas como eu já disse, podem se apresentar como tal. Com a purificação da Terra em todos os seus níveis de evolução, eles sabem que terão de sair do planeta através do reencarne, e como se negam a isso, desafiam a DIVINDADE, tentando, com o avançado conhecimento biológico e genético que possuem, readquirir a forma humana sem reencarnar, provavelmente fazendo experiências que só DEUS sabe... De propósito ignoram que, se existem, é porque DEUS lhes concede o dom da vida; do contrário nem existiriam. Não suportam os Núcleos de Luz, agrupamento de pessoas dedicadas à espiritualidade e ao aprimoramento interno, que eles então tentam desestabilizar, porque são barreiras intransponíveis para eles... Mas se percebem um ponto fraco nesses Núcleos de Luz, logo lançam a semente da discórdia e da dúvida... Bastaria um pequenino ponto de luz que emitissem,
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começo de arrependimento, e seriam recolhidos pelos Senhores do Karma, para, pela reencarnação em planetas compatíveis com seu grau de maldade, readquirir a forma humana, ganhando assim a oportunidade de um dia se redimirem. Como vou dormir depois desse dramalhão? – lamuriou a Preguiça. Eu não dou a mínima a esses magos negros! – desafiou a Onça. Eles que se cuidem e não me provoquem! Verão como realmente sou! Estou mais interessada é em saber se os animais têm consciência! Os animais têm o instinto, por sinal bem mais apurado que o dos humanos, que nesse ponto são um pouco distraídos – ensinou o Pinguim. O instinto é um impulso natural existente em todas as formas de vida. Não se aprende e atua na hora certa. E o sofrimento? Por que ele existe? – rugiu de novo a Onça. O sofrimento existe porque os homens “começaram a procurar prazer à custa do sofrimento alheio, escravizando os seus semelhantes e os seres de escala inferior como animais, plantas e minerais, semeando a dor nos quatro Reinos da Natureza”. Por isso o sofrimento existe! Tem mais: o mal também se manifesta através da revolta desses mesmos Reinos da Natureza – assegurou o Pinguim. Um terço do mal do mundo é causado pelo egoísmo dos homens. Dois terços pelas religiões, porque “deram uma falsa concepção ou uma falsa consciência da espiritualidade no mundo”. Isto é grave, muito grave! – até o Pintinho achou. O homem não nasceu para ser escravo de gente e nem de
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religião! – assegurou o Pinguim. Os males que afligem o homem atingem também sua Alma e seu Espírito, mas os males do Corpo, assim como moléstias, misérias, e outras coisas mais, é porque os homens “violaram descaradamente todos os Reinos da Natureza!”. Por isso o sofrimento existe! Caramba! Eu não teria definido melhor! – ficou admirada a Rena. Ainda não acabei! – pediu atenção o Pinguim. Religiões que não aceitam as leis de karma e reencarnação, quando seus fiéis morrem, encontram dificuldade em entender o que se passa com eles, porque não lhes foi ensinado que o ser humano tem várias existências e é responsável por todas elas. O próprio apóstolo Pedro pareceu não ter entendido isso, ao tentar decepar a orelha do soldado que viera buscar o Mestre. Jesus então o advertiu: “Pedro, embainha a espada; quem com ferro fere, com ferro será ferido”. Jesus se referia ao karma que Pedro atrairia se fizesse justiça pelas próprias mãos. Se Jesus quisesse, um exército de Anjos o tiraria folgadamente daquela situação. “As próprias religiões foram Julgadas, pelo fato de muitas delas não terem ensinado a Verdade em sã consciência. Ocultaram o bem e o bom, para a ostentação dessas mesmas religiões e dos seus sacerdotes, que representam o mal e o mau”. Não sabia que religiões também eram julgadas – ficou admirada a Coruja. Nada escapa a Julgamento! Principalmente o homem, por nele ainda perdurar o mal da evolução inacabada da Lua, ou seja, animalidade, maldade, e ferocidade – alertou em pleno vôo, o Gavião. Não gosto nada quando vocês falam em animalidade
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como se fosse coisa ruim! – resmungou a Cabra, e o Bode então explicou: Querida, é falado assim, porque o homem, mesmo sendo um ser superior, ele se comporta como se pertencesse ao Reino Animal, o último trabalhado em outro Globo ou Planeta, antes do surgimento dele. Se o homem matar a animalidade e a paixão, ele se tornará Imortal. Enquanto isso não ocorre, terá de mudar de corpo pela morte e não por troca... Estranhas palavras, mas acredito em você – a Cabra se conformou. Quando a humanidade atingir o final da sua evolução, aí sim, vivos e mortos serão julgados por tudo que fizeram em todas as suas existências – frisou o Bode. Acontecerá então o que as religiões chamam de Dia do Juízo Final, pois o que agora acontece, é um “Juízo cíclico”, separando “o joio do trigo”; quer dizer, separando os bons dos maus. É o “Juízo de um ciclo agonizante para outro que se levanta no Horizonte da vida terrena”. Não é bonito esse final? Caso eu tenha entendido, os maus não farão parte da Terra Renovada, para que a Era maravilhosa que aguarda a Terra não fique prejudicada, é isso? – baliu a Cabra. Acertou! – o Bode pulou de contente. Os maus vão pra onde? – insistiu a Cabra. Para mundos que combinem com o que na Terra eles fizeram. A Terra Renovada não seria mesmo adequada para os maus, não só por serem como são, mas também porque não se adaptariam em um mundo de Paz, Amor, e Sabedoria. Seria monótono para eles, enquanto que para os eleitos, seria estar no Céu. Os que forem considerados “joio”, é claro que dificuldades
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são o que lhes espera... – lamentou o Bode. Como assim? – baliu a Cabra. “O joio será lançado à fogueira da purificação, saneando assim a Terra, a sua superfície, o seu astral e seus abismos”. Reencarnarão em mundos adequados ao seu grau de evolução. Fogueira da purificação é reencarnar em mundos inferiores. Sendo saneada a superfície da Terra, assim como seu astral e seus abismos, o Paraíso será reativado na Terra! Pensem bem a respeito – aconselhou o Bode. Mas nós não pensamos... – lembrou a Cabra. Quem disse? Os homens? O Reino Animal não leva em consideração! – rejeitou o Bode. Em virtude de estar começando a Renovação da Terra, todo karma pendente não está mais sendo adiado para outra reencarnação, por isso tantos acontecimentos funestos coletivos. A Terra precisa se livrar desses karmas pendentes, que a impedem de dar o salto evolucional a que tem direito! Quando o ainda distante Juízo Final chegar aí sim, será o começo da “Era do andrógino perfeito” ou seja, a humanidade voltará ao androginismo que ela teve no começo, já com a consciência divinizada, podendo então sentir e entender o que realmente é ser andrógino perfeito! Quando esse tempo chegar, será “justamente a Hora de a Humanidade ser redimida”, porque ela então já terá provado do “Fruto Bendito do Androginismo redentor do sexo”. O que estou querendo dizer é que a humanidade já terá superado a necessidade imperiosa que o sexo tem sobre ela, causadora de tantas tragédias e quedas espirituais. O 6º Arcanjo então e sua parte feminina, “não mais terão razão de se manifestar na Terra”. Terá terminado para eles o “sacro-ofício” de viverem num mundo que não é o deles.
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Esse glorioso tempo as Escrituras Sagradas do Oriente chamam de “Idade da Pureza”, justamente porque a malícia terá desaparecido do mundo! Até lá, o 6º Arcanjo se apresentará na Terra por mais sete vezes, melhor dizendo, terá sete encarnações superimportantes, por isso é vital para ele que os divinos rebeldes, hoje redimidos, se unam e trabalhem ativamente, para que não tenha sido estéril a encarnação em que ele tudo fez para salvá-los. Quando a “Idade da Pureza” chegar, surgirá “uma humanidade nascida sem pais”, que de início terá pequeninas asas na cabeça e nos pés, representando Sabedoria e Vitória, e mais adiante no tempo, Asas... Nascida sem pais... Não ter a quem obedecer... – ficou bem assanhado o Cabritinho. Engano seu, filho – foi prudente o Bode. Quando chegar a Era da humanidade nascer sem pais, será porque ela já terá alcançado uma consciência superdivinizada. Mas isso não significa não ter regras a seguir; quanto mais adiantada é a evolução, maior é a responsabilidade. Que bom que ainda sou Cabritinho! Sim, você é, mas o Reino Animal também tem suas responsabilidades! Quando crescer, lhe direi quais são – prometeu o Bode. Não tem pressa, papai! Quero aproveitar bem a minha fase de filhote! – pulou contente o Cabritinho. Faz bem, filho, mas não esquece: a Cadeia Planetária dos bichos já foi completada, o Reino Animal já foi julgado. Já, papai? Mas ainda há tantos animais sofrendo... – o Cabritinho ficou triste. Eu sei. Sofrem porque os homens não deixam a evolução
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dos bichos seguir livre. A Natureza sabe quando favorecer e quando fazer desaparecer certas espécies. Isso não cabe aos homens! Mas eles, de tanto explorar os bichos, caçar, e contrabandear, quantos estão em extinção... O desamor e o desrespeito do homem para com o Reino Animal, cada dia aumenta mais o karma do mundo, que já é gigantesco – concluiu o Bode, deixando os animais tristes, mais ainda a Gazela. O Ratinho tendo notado, perguntou-lhe: Por que tanta tristeza amiga Gazela? Porque lembrei que o maior pecado do homem é “querer evoluir sozinho é egoísmo, é crime de lesa-humanidade”. Mas precisa ter companhia para evoluir? – foi como entendeu o Ratinho. Não é isso, amigo Ratinho, evoluir sozinho é não passar adiante o que aprendeu e que pode ajudar outras pessoas a evoluírem – explicou a Gazela. Mas até para ensinar é preciso vigilância; ter cuidado para “não atirar pérolas aos porcos”, como dizia Jesus, ou seja, não passar adiante ensinamentos elevados para pessoas que não valorizam o que lhes é ensinado, podendo usá-los para o mal, atraindo karma para si mesmo e para quem lhes passou o Conhecimento. O nosso livro deverá atrair leitores que apreciam assuntos espirituais; mas mesmo assim é um risco. Só que o tempo urge! Não se pode mais adiar tudo que possa esclarecer a mente dos seres humanos, sabem por quê? Porque muitos estão à beira do abismo, por falta de quem lhes abra os olhos, fascinados que estão pelas coisas efêmeras da vida. O que é efêmera? – cacarejou a Galinha. São coisas passageiras, logo substituídas por outras.
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Desabrocham e fenecem que nem flor – explicação legal da Gazela. Tem razão, amiga Gazela – apoiou a Coruja. “De fato a maioria dos homens não merece o Tesouro da Sabedoria Divina, porque o desperdiçam inutilmente em proveito próprio, confundindo, na maioria das vezes, essa mesma Sabedoria com poderes psíquicos”. O que são poderes psíquicos? – chiou o Ratinho. Agora você me pegou! – se viu atrapalhada a Gazela. Acho que é a capacidade da pessoa demonstrar poderes que nem sempre são autênticos e que pode fazer com que fique exposta ao ridículo, caso não sejam poderes espontâneos, vindos de fonte superior. Valeu! Gostei da explicação! E quanto aos animais? Eles possuem alma? – continuou a pesquisar o Ratinho. A alma dos animais é em grupo – disse a Gazela, se afastando em seguida, antes que viesse outra pergunta embaraçosa. Só isso? – o Ratinho não se convenceu. Estão vendo? – roncou o Tamanduá. Encontro de bichos onde só se fala de gente! Quando se quer saber sobre animais é pela metade e olhe lá! No próximo encontro só virei se falarem sobre os bichos! Eu avisei... Eu avisei... – de novo o papagaio aproveitou o espaço. Mas são os humanos que mais precisam aprender! – justificou o Pinguim. Eles é que precisam se modificar! Julgamse superiores por causa do tal mental, que nem adiantou muito, pois não se entendem! O que mais fazem são acordos que não
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cumprem e onde um trapaceia o outro. Você tem birra com os humanos – o Sagui não gostou. Não tenho não. Dizem até que meu andar se parece com o deles, e que minhas penas impermeáveis lembram uma casaca de luxo que eles usam em ocasiões especiais. O que mais aprecio nos homens é a honestidade... – a risada do Pinguim foi uma corrente só: contagiou toda a bicharada. De fato a honestidade é um atributo em agonia – disse o Tamanduá. Mas você está pessimista demais, caro Pinguim! Eu acredito nos homens! “Ai de quem se torna otimista demais na Terra! Suas desilusões serão tremendas” – reforçou o Pinguim. Bem, concedamos ao homem um voto de confiança: “Sejamos otimistas, sim, mas somente para as coisas superiores, para a própria salvação e a dos nossos semelhantes, peças da mesma máquina, filhos de um PAI comum. Frações de um Grande Todo, ao qual terão de volver um dia, integrando-se no Mistério da própria Divindade”. “Ante as repetidas tragédias que o envolvem, o homem só pode ser otimista quando se voltar para o interior de si mesmo e descobrir sua origem divina”. Agora, amigos, o que eu quero saber mesmo, para pôr no relatório, é como age o karma com os humanos. O quê? Outra vez?! Não é possível! – rugiu zangado o Leão. Tudo bem. Explico de novo, mas agora dando como exemplo um de nós: suponhamos que o Gambá, mesmo estando de barriga cheia, resolve, por excesso de gula, comer um pequeno mamífero indefeso. Pronto! Foi ouvir isso e os bichos fecharam a cara para o Gambá, que estranhamente achou melhor ouvir o exemplo de
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longe. Com esse procedimento, o Gambá adquiriu um karma que ficará pendente para um dia ser cobrado dele. Enquanto isso o karma do Gambá se junta a outros karmas parecidos, e fica passeando até que um dia volta para o Gambá – explicou o Leão. Volta pra quê? abriu um olho a Preguiça. Para cobrar bramiu o Leão. Cobrar o quê? abriu o outro olho a Preguiça. A dívida! – rugiu o Leão. Por que karma não continuou passeando? – escancarou os olhos a Preguiça. Porque esgotou o tempo dele passear – o Leão respondeu já bufando. Nesse meio tempo em que o karma do Gambá passeou, conforme foi o comportamento do Gambá, o karma pode ter diminuído, pode ter espichado, ou sido desfeito. Mas se o Gambá andou fazendo coisa pior, o karma dele aumentou e então faz a cobrança! Com juros? – insistiu a Preguiça. Sim, com juros – confirmou o Leão. “Cada vez que um ser humano se julga no direito de criticar os erros dos outros, demonstra falta de fraternidade, e será obrigado a sofrer a pena de todos quantos se desviam da Lei Divina. Um só possui o direito de fazê-lo: O SEM NOME”. Aprendendo essas coisas, os homens até podem se livrar das amarras do karma. Aliás, eles reclamam de barriga cheia, pois receberam duas dádivas preciosas: a consciência e o livre-arbítrio (liberdade de escolher). “Ninguém erra sem ser censurado pela própria consciência. E assim, poderia não errar duas vezes no mesmo propósito. Cada
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erro poderia ser uma experiência adquirida. Ai daquele que persiste no mesmo erro. Para este não há remédio. Sua evolução será cortada se os erros forem sempre repetidos”. Como é feita a cobrança do karma com os humanos? – piou a Perdiz. Ah! Não é possível! Deve ser karma meu ouvir isso de novo! – o Leão engrossou. Por que será que tudo aqui tem que ser em dobro? Já foi explicado que não há regra, o merecimento de cada um é que dita o tipo de cobrança. Não existiria karma se os humanos fizessem o que Jesus tanto pediu. O que Jesus pediu? – quis saber a Perdiz. Que só para amar foi feita a vida! – gritou de longe o Golfinho. Ainda bem que é a vida! Porque amar a Preguiça, pra mim é muito difícil – implicância do Papagaio. Não é amar beijocando, é amar desejando o bem, não prejudicando, não sentindo inveja, não tendo ódio, pois “o ódio não se mata com o ódio; o ódio só morre com o amor”. Quem disse isso foi Buda e foi desse modo que o 6º Arcanjo sempre agiu, conseguindo assim vencer o fatal “embrião do mal”, aquele episódio já contado no livro anterior, estão lembrados? – perguntou o Golfinho. Lembramos! – responderam os bichos. Pois então. Karma até que é camarada, afinal ele passeia – voltou a rugir o Leão. Karma não passeia mais! – afirmou o Golfinho. Por que não? – ficou surpreso o Leão. Agora é assim: fez de manhã, à tardinha, no máximo à noite ou no dia seguinte de manhã, a dívida é cobrada! É pão-
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pão, queijo-queijo! – respondeu o Golfinho. Queijo-queijo... – ficou fuçando o ar o Ratinho. Por que karma não passeia mais? – insistiu o Leão. Porque agora tudo é mais dinâmico! O ser humano que não acompanhar esse ritmo novo da evolução não combinará com a Terra Renovada – lembrou o Golfinho. “Esta é a hora iniciática da verdadeira Eubiose-Teosófica, por ser o Brasil o Berço da Nova Civilização!” Por isso, atenção “mulheres do Brasil, mas homens também do Brasil!” Por exigência do ETERNO, há muito vocês já deveriam ter levantado às alturas o nome do Brasil! Vejam como é poética a própria evolução humana: a DIVINDADE concede ao homem 777 oportunidades de reencarnar, número simbolicamente representado por um “Fio de Ouro” ou “Colar de 777 pérolas”. Não é bonito? Deve ser por isso que “o número padrão do homem perfeito é o 777” – analisou o Ouriço. Só agora você descobriu? – esnobou o Pelicano. Pergunto então a vocês: o homem que atinge as 777 vidas, mas prossegue com a evolução insuficiente, o que acontece com ele? Bem, “o homem que não alcança o número 777 em valores evolucionais, tem como castigo a zero dimensão”, isto é, ele volta a “região do não-ser, que tanto vale por uma segunda morte”. Por misericórdia divina, pode até conseguir mais 91 reencarnações, que serão apenas de resgate, e não de evolução. Vidas difíceis de enfrentar – respondeu o Golfinho. Resgate de quê? – o Ouriço não entendeu nada. Do karma por ele criado. Vidas em que passará pelas consequências do que fez, pois “777 encarnações sem ter feito coisa alguma pelo mundo ou pelos seus semelhantes”, nunca
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dá bom resultado – explicou o Golfinho. Nesse caso a zero dimensão... – o Ouriço nem teve coragem de completar. É começar tudo de novo! – enfrentou o Golfinho. Voltar à estaca zero, melhor dizendo, à zero esfera ou oitava esfera. O Antílope, pedindo para falar, disse mais: A Terra, como planeta de expiação, dificilmente alguém reencarnado na sua superfície pode ser totalmente feliz. Por quê? Porque o reencarne foi por estar em falta com a sua própria Centelha Divina. Exemplo: uma pessoa que muito sofreu, ao morrer, se em sua Alma permanecer algum sentimento de revolta pelo que em vida passou, vingança, mágoa, coisas desse tipo, tais sentimentos atrairão para ela um novo reencarne, com vida ainda mais difícil de enfrentar. Ao reencarnar, por não ter se libertado de tais sentimentos, o karma fará com que ela reencontre o causador ou causadores de seu infortúnio do passado, muitas vezes reencarnados na própria família... Esse recurso é muito utilizado pelos Senhores do Karma, para que a revolta, a vingança, o ódio, o ressentimento do passado, possa, com a convivência, se transformar num sentimento bom ou mesmo de amor. Isso acontecendo, a Alma se liberta da Roda das Reencarnações. Esse reencontro de Almas que no passado não se entenderam ou se odiaram, é inconsciente, pois a reencarnação traz o esquecimento. É, porém, consciente antes do reencarne. A própria Alma se dispõe a se penitenciar, perdoando... Mas a Alma, quando na matéria (o reencarne), nem sempre cumpre o prometido, continuando então atrelada à Roda dos Renascimentos e Mortes. Almas renitentes, nunca se consideram devedoras, e sim sempre vítimas... Cristo, que pecado algum tinha, no auge
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da dor soube suplicar: “Perdoai-os, PAI, porque não sabem o que fazem...” Que exemplo maior que este? Que bela lição, amigo Antílope! Mas cá entre nós, há coisas difíceis de perdoar – choramingou o Tatu. Sabemos disso, mas por trás de vidas assim, há sempre algo anterior, espinhos que não foram de todo retirados... – aludiu o Antílope. O que isso significa? – perguntou o Tatu. Significa fatos praticados em vidas anteriores, dando origem à tão triste destino – respondeu o Antílope. Mas existem outras razões para as pessoas se tornarem revoltadas ou mesmo más. A mais forte é a ausência de amor em suas vidas. Muitas Almas, ainda no ventre materno, já sentem que o amor não será para elas... Coisas assim também podem estar relacionadas ao karma trazido pela própria criança... É criança para nascer, mas foi como adulta que ela, em uma ou mais de uma vida anterior, provocou tão desfavorável karma. Na Face da Terra ninguém é de todo inocente. Se o Amor ficasse de vez na Terra, e o Perdão fosse um sentimento normal na vida das pessoas, não existiria karma. Por isso ser tão importante os humanos se conscientizarem sobre a Lei de karma, que a cada um retribui “segundo suas próprias obras”. Muitos suicídios podem estar relacionados à falta de amor na vida das pessoas. Entretanto, seja qual for o motivo, o ato extremo de tirar a própria vida leva a Alma a sofrer ainda mais, porque mesmo tendo cortado o fio da existência, continua viva! E pior: sofrendo o gesto extremado que praticou, sabe-se lá por quanto tempo. Uma Alma suicida, ela dificilmente deixará de repetir, num reencarne posterior, o mesmo gesto praticado em vida anterior, talvez por ter ficado
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registrado, no Akasha, o Céu luminoso que guarda a memória dos fatos, o rompimento brusco do Cordão da Vida... A reencarnação é um ato generoso para a Alma em débito, para que possa desfazer, no “mundo dos efeitos” ou mundo das exigências, que é a Terra, erros de conduta. Como poderia a Alma que muito errou prosseguir sua evolução, se não tivesse onde reencarnar? Puxa! Eu nada disso sabia! – reconheceu o Sapo. Mas amigo Antílope, as Baleias estão se suicidando. Não elas! – entrou na discussão a própria Baleia. Alguma razão existe para esse comportamento tão sofrido de minhas companheiras. Algo de muito grave nos oceanos deve estar ocorrendo, para que elas percam a direção, se confundam, se atolem, sei lá, acabando por encalhar. Cientistas deveriam apurar a fundo essa reação das Baleias, afinal eles fazem tantas pesquisas no espaço, enquanto há tantos mistérios a serem desvendados no fundo do mar, por sinal indefeso, pois em suas profundezas são escondidos, contaminando-o, experimentos bélicos e experiências científicas mal sucedidas... Não tenham dúvida, amigos: toda causa tem seu retorno... Tal desrespeito terá seu preço. Os mares retribuirão! A própria energia liberada pelas bombas atômicas abalou as placas subterrâneas da Terra. Ao se moverem, substâncias antes adormecidas, provavelmente tóxicas, são liberadas, prejudicando a fauna e a flora marinha. Perfurações profundas em busca do “ouro negro” tão cobiçado pelos países, os gases saídos dessas perfurações também contaminam o mar... O lixo, um problema mundial, cada dia mais se avoluma, com tanta fabricação inútil. A reciclagem deveria ser uma bandeira mundial! Consciente ou não, todo
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mal causado à Natureza, às pessoas, aos animais, e aos Elementais, os Senhores do Karma contabilizam... Não se queixem os homens de seus problemas e dores, porque isso é nada, comparado ao sofrimento da Mãe-Natureza. O troco já está sendo dado... Nessa hora o pássaro Tuiuiú veio rápido anunciar uma coisa que a Águia havia contado para ele: Acabei de saber que “todo homem, mesmo que superior, que se compadeça de outro, fica na obrigação kármica de salvar aquele, a menos que ele vá de degrau em degrau caindo, até chegar ao último degrau ou 777. Mas isso retarda também a evolução do compassivo... É por isso que Melki-Tsedek - aquele que sempre é apedrejado pelos pecadores - sofre tanto. Nem todos podem compadecer-se de qualquer, porque não sendo forte ou poderoso, pode fracassar no caminho... Menos amor e mais respeito é velha sentença”. Por isso Jesus, e outros tantos antes dele, a cada passo diziam: ”Não me toques, porque vendo quem se aproximava, conhecia a pessoa. E não vendo, o amor era compartilhado em igualdade, o que não é a mesma coisa. O que os olhos não veem o coração não padece, isto é, não choram...” Obrigada por avisar, amigo Tuiuiú! Chato é que vou ter de ralar um bocado para entender o que você acaba de dizer! Mas eu chego lá! – não desanimou a Baleia. A amiga Águia contou também que o homem que entende as duas leis de karma e reencarnação, ele não fica na contramão da evolução. A Águia contou ainda que “o homem, como criação de DEUS, também pode criar, mas o que ele cria também pode destruir. Para criar algo perfeito o criador deve
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ser perfeito”. Disse mais a amiga Águia: “todas as criaturas têm o seu papel na vida representando a sua missão, boa ou má, de acordo com o karma de cada um”. E ela finalizou dizendo que a desordem mundial é porque “todos querem ser os donos de DEUS, mas em verdade, só o são aqueles que O amam em silêncio, vendo-O no seu interior”. Lembram? Jesus já alertava sobre isso, quando dizia: “Busca dentro de ti mesmo o que procuras fora...” Será que vou engolir tudo isso? – suspirou a Ema. Vai sim, não é difícil não! – animou o Tuiuiú. Tome como exemplo o ser humano quando ele tem alguma dívida a pagar. Se não paga, o seu nome fica sujo até que o torne limpo saldando o que deve. Acontece o mesmo com o karma negativo: se não for resgatado, permanece até que o impasse seja resolvido. Ah! Agora entendi! – exultou a Ema. Vou agora mesmo resgatar minha dívida com a Avestruz: vou pôr de volta no ninho dela os ovos que roubei. Você fez isso?! – a Avestruz havia escutado. Fiz! E se não me perdoar vai criar karma! – Ema esperta. A Anta, que até então olhava intrigada para o Crocodilo, perguntou: Por que será que ele ainda não bramiu? Não vê que está com a boca amarrada? – lembrou o Papagaio. Fizeram bem. Aprende escutando. Come tudo que se mexe, até Crocodilos e Jacarés pequenos. Não se pode facilitar com um animal que há milênios pouco evoluiu, e cuja boca, ai que horror! Tem 1/6 do seu tamanho. Com ares de filósofo, o Sapo caprichou no rouquejo:
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Sabe, amigos “o desejo é a raiz do sofrimento!” Se em vez de Sapo eu fosse homem, daria atenção a isso! Todas as ações do homem são medidas, contadas, e pesadas, e para melhor compreensão, farei uma comparação entre a Lei de karma e as três divindades da Mitologia grega de nomes Cloto, Láquesis e Átropos, mais conhecidas como Três Parcas ou Três Graças. Suas idades são iguais às idades da Noite, da Terra, e do Céu. Vejamos: enquanto Cloto, a mais nova das três, faz girar a máquina que fabrica o fio do destino, Láquesis, a do meio, põe o fio no fuso da roda, tirando a sorte do destino... Enquanto isso Átropos, a mais idosa, corta por fim o fio da vida... Portanto, das três, “uma pesa, outra mede, outra conta”. É mais ou menos assim que a Lei de karma age com as pessoas. Mas que trabalhão! Quem controla tudo isso? – guinchou o Macaco. Os Lípikas – respondeu o Sapo. Quem? – fingiu não ouvir, o Macaco. Os Lípikas! – repetiu o Sapo. São os Senhores do Karma, os julgadores da humanidade. A amiga Coruja é boa no assunto. Sou, sim, e desde já adianto: são 777 milhões de Lípikas. Tantos assim? Qual o significado do nome Lípikas?
LÍPIKAS Lípikas ou Maruths, ou ainda Mâruthas, amigo Sapo, em sânscrito, língua antiga da Índia, quer dizer “força”. São “escribas, escritores ou juízes que se movem de um lado para outro” e que no Livro Oculto de Karma, “tomam nota do bom ou do mau karma” de cada Mônada, ou seja, da mesma Centelha Divina, Essência, Espírito, etc.
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777 milhões? Não errou na conta? E tem livro pra isso? Eles não têm computador? – grasnou o Sapo. “O papel dos Lípikas não é bem o de escrever em determinado livro o bem e o mal produzido pelas Mônadas”. O que eles fazem é trabalhar para que as Almas cujas tendências são boas, que essas mesmas tendências se mantenham vivas e ativas, enquanto as Almas cujas tendências são más, uma outra categoria de Lípikas se encarrega de deixar que essas mesmas más tendências se mantenham em torno delas, pois são Almas
imperfeitas, “Almas em peregrinação”. “Nenhum deslize em matéria de julgamento” é cometido pelos Lípikas, que são de três categorias – explicou a Coruja. Quais são as três categorias? – perguntou o Sapo. Tem os Lípikas ligados ao ETERNO, os Lípikas ligados aos Deuses sob a chefia do senhor Rabi-Muni, e os Lípikas ligados aos homens, sob o comando do senhor Karuna, Rei do Karma e Chefe dos Lípikas – respondeu a Coruja. E o ser humano ainda acha que tem liberdade – ironizou o Macaco. Mas tem! – assegurou a Coruja. O homem tem liberdade de falar, de pensar e de agir, mas por tudo isso ele é responsável! Principalmente pelos efeitos que essas coisas possam causar às pessoas e à Natureza. Esse direito dado ao homem chama-se livre-arbítrio. O importante não é fazer as coisas, mas ficar atento para não criar situações que possam comprometer a si mesmo, a outras pessoas, e ao mundo de um modo geral. O que mais fazem os Lípikas? – indagou o Macaco. Acha pouco eles bisbilhotarem a vida de cada ser da
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Terra? – estranhou a pergunta a Coruja. Mas por que fazem isso? – insistiu o Macaco. Ora! É o trabalho deles! – a Coruja perdeu a paciência. São 777 milhões comandados pelo representante da Lei Divina na Terra: o senhor Karuna, cujo poder está acima de todos os seres por ele representar a Justiça Real viva! No nascimento de cada ser da Terra é levado em conta o que os Lípikas sobre ele escreveram. É bom então tratá-los bem! Mas o que é Justiça Real viva? – procurou saber o Macaco. Esse nome é porque o senhor Karuna não ama e nem odeia, ele faz justiça quando o karma que a pessoa carrega é inevitável, não tem como escapar – ensinou a Coruja. O senhor Karuna é bonito ou feio? – pergunta inútil do Macaco. Pergunta tola, mas mesmo assim respondo. O senhor Karuna não é bonito e nem feio, porque ele é e não é animal, é e não é símbolo, é amor, mas não ama, é ódio, mas não odeia, ele simplesmente é fatalidade... Quero ver entenderem isso! – se vingou a Coruja. O Macaco então respondeu de forma engraçada: Pareço maluco, mas não sou, devia ir embora, mas não vou, não aguento, mas suporto, não quero ouvir, mas ouço. Gostou? Ah! Deixa pra lá! Como são os Lípikas na aparência? Nunca vi nenhum, mas sei que possuem rabinho, dois chifrinhos, e usam como emblema o Tridente de Netuno, o Deus das Águas. Tridente é um garfo bem grande com três dentes. Os Lípikas estão “ligados ao mesmo tempo ao Éter, ao Fogo, a Água, a Terra, e ao Vento ou Ar”, e esses elementos,
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