Edição 2

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Agora que assumimos a nobre tarefa de rachar preconceitos e escancarar mentes, compete à equipa crescer para poder levar até ao fim os seus prepósitos. O último editorial não serviu apenas para nos apresentarmos, foi uma carta aberta a todos os macacos para se revoltarem com a sua própria apatia e para de uma vez por todas darem o pontapé na porta! A verdade é que a adesão foi surpreendente, a nossa selva voltou a estar habitada e um grupo de resistentes começou a juntar-se para o assalto inicial. Faremos de 2014 o ano do Macaco, mesmo que o horóscopo chinês diga o contrário! Mas não podíamos deixar o saudoso 2013 sem novidades, este mês vão encontrar uma rubrica dedicada à arquitetura e as sábias palavras de três novos colaboradores. Como vocês sabem nenhum de nós aqui na redação tem as luas todas, vivemos numa revolta constante porque acreditamos que o nosso alinhamento celestial é bem mais harmonioso que os demais. Pois bem, vamos lá cascar nesses camafeus que teimam em acreditar num geocentrismo arcaico. Uma boa sessão de espancamento deve ser orientada por prioridades, deve adequar-se ao

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espírito do momento, caso contrário seriamos todos uma cambada de selvagens. De lança em punho espetamos numa ferida já aberta, sem pena, compaixão ou solidariedade, relembramos a todos que o Natal deve ser a maior celebração efusiva de amor que temos durante o ano e não a única. Dezembro resulta num festim macabro de falsas convicções, multiplicamos as iniciativas e acabamos por superar a procura com oferta, tudo isto para alimentarmos o nosso ego, tudo isto para nos tornarmos Reis magos. O desafio este ano deveria ser diferente, despir as vestes monárquicas e usá-las apenas o resto do ano. Imaginem o que conquistaríamos, se amássemos 11 meses, quantas lutas deixariam de fazer sentido, quantos extremos seriam suavizados, quanto pouparíamos? Não tínhamos tanto para compensar, tanta indiferença para tapar. Imaginem o quão fortes nos tornaríamos se a cobardia que nos domina deixasse de existir. Em época natalícia a S/Interesse não vira sinónimo de solidariedade, mantém-se forte e focada, porque percebemos a importância de ser sempre assim, e não só às vezes.

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ALDÓNIO LEONEL LOUSADA RECORDS TIROS E BOMBINHAS A ROLAR COM... CONTO DE NATAL CARLA SANTOS 100 PERSONALIDADES SAUDADES DA TASCA BEBE___COM___ MULHER DE FÁBRICA PONTAPÉ NA CERCA HAMMER-ON MENTES DE BETÃO FOTOGRAMAS CRÍTICA DEMOCRÁTICA CRISTÃ GLOSSÁRIO —4—


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Com o tempo frio há sempre vontade para mais um copo. Vontade para mais uma espreitadela à janela. Vontade para apreciar a neve em todo o seu esplendor! Ainda recordo com nostalgia a primeira vez. Tinha sido um longo dia de deboche e festa. A noite já ia avançada, mas dentro do meu mais profundo ser havia uma grande vontade de continuar a debanda. O álcool já começava a cobrar um preço alto e a moleza das pernas ameaçava acabar com todas as projeções para o que ainda pedia uma mente encarcerada num corpo derrotado. Amigos de longa data, companheiros boémios mais experienciados e versados na arte da neve, propuseram disfrutá-la. Mesmo ali, à vista de todos. A coerência era pouca ou nenhuma e acedi ao pedido. Oh, aquele primeiro impacto, a rudeza do sabor sintético a descer a garganta, o abrir dos olhos até esse momento fechados. Tudo mudou. E é essa a beleza da neve. Ficase com o peito cheio, mas sem alucinar. Fica-se fresco, capaz, desperto. Há botões no cérebro que só assim podes pressionar. E que botões! O cansaço cai por terra, e a quilometragem deixa

de importar. És capaz, logo desde início, de dançar mais uma hora. Mais duas. Mais um dia até... Aí estava eu, indigente, foragido de um mosteiro, sem crença nem brazão, avançava sem pedir licença, violei todas as convenções e ascendi ao cume social. Era um deles, um dos privilegiados que se destacam sem arte nem posse, uma existência iluminada, de olhos opacos e peito inchado. Trapo virava arte e como a noite vira dia, mais nada importa se não o forte desejo de me amar, a mim, ser perfeito, guloso pelo cheiro do químico que negava precisar. Parti em negação sem pensar voltar, confiante na minha segurança que caprichosamente parecia facilmente o vício controlar. A ilusão escondese no véu de quem existe nas ligações que estimulam as minhas ações, que me permitem andar, falar, pensar e amar. Quem me controlava não era a lógica, não era a verdade ou a moral, não era eu, eras tu! Neve, que se derrete nas colinas do meu rosto e se infiltra na corrente que me aquece as extremidades.

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Sun Mammuth - Psychadelic Stoner Rock Lembro-me de estar a caminho de coura e de pensar que toda aquela viagem me parecia artificial de tão perfeita que se compunha. Enfrentava a estrada sozinho, ansioso por poder fazer parte daquele microclima, na mochila uma credencial para imprensa, na mala uma tenda e no rádio um incrível stoner rebentava com os raios de sol que teimavam em queimar a minha pele. Era este stoner que me fazia duvidar da veracidade de toda a viagem, afinal tratava-se do primeiro ep a ser gravado por uma banda que caminha para um futuro promissor, 6 faixas e um disco não identificado bastaram para me convencer e desde então não tenho perdido um único ‘peido’ dado por este complexo sistema digestivo partilhado por três Lousadenses. Para quem estranhou o nascimento de um bando de stoners no centro de uma vila como a nossa, percebam que o rock está tão entranhado na alma dos seus elementos, como as cicatrizes nos ossos do frio que enfrentam. De Lousada para a Covilhã, João Ferreira, Nuno Henriques e José Magalhães

são um trio forjado nos fornos escavados nas rochas, são uma liga muito rara, que vê na brasa o calor imenso do deserto, e sente no frio, as noites intensas passadas a viajar pelo céu estrelado. Com passagens por Vila Real, Porto, Paredes e Covilhã, só o solo de onde foram extraídos parece ainda não estar preparado para os receber. Curioso, quando concertos se repetem, quando se clama mudança e mais cultura. Estranho, quando pensamos no que os Sun Mammuth cresceram e no apoio nulo que tiveram. Mas Lousada permanece assim, sossegada, com um programa fácil de engolir, sem ser preciso mastigar muito lá avança o festim, neste nosso pequeno condado em pleno vale plantado. Talvez um dia os plebeus musicais retornem como Reis, senhores de vastas terras, prontos a ajudar o pequeno condado que hoje os ignora. Pelo bem da nossa cultura, anseio por esse dia. Enquanto o reinado não se assume fica a dica: os rumores apontam para um novo Ep, fiquem atentos!

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se molestou nem tirou a vida a nenhum animal irracional.

Se Barrancos mata o touro, Lousada queima a vaca. E acalmem-se os protectores dos animais, pois nesta tradição nunca

Noite das “Grandiosas” inclui obrigatoriamente a queima deste animal metálico de pólvora negra. Ora e passando a explicar, uma vaca de fogo é uma estrutura com uma parafernália de objectos pirotécnicos que vão rabiando e explodindo no meio de uma multidão regada por uma noite de loucuras, extasiada que procura adrenalina ao enfrentar esta besta. Num horário tardio escolhido —8—

para minimizar os danos colaterais inicia-se esta tradição. O ritual desta tourada começa no traje, nesta lide existem todos os tipos de toureiros, os bem equipados, com o seu casaco de cabedal, as calças de ganga e o chapéu, até os que apenas de t-shirt se acham capazes de lidar o animal. Mas como em qualquer lide o animal é a estrela, aqui representa-se pelo ato “heróico” desempenhado por quem destemidamente carrega esta espécie de bomba às costas. Por promessa, por tradição familiar, ou por uma coragem bem regada, não


faltam voluntários para esta missão titânica. O “homem da vaca”, maestro de um caos de fogo, fumo e gente, é ele o responsável por levar a multidão ao limite, conduzindo o ataque da fera a quem a ousa desafiar. Para quem nunca presenciou, imagine um cenário de guerra onde um soldado solitário “moribundo” troca ataques contra um exército, onde as munições são cartuchos de pólvora que se espalham, ganhando vida e arrancando sem destino ou alvo determinado. De investida em investida segue este Ser de cornos de fogo derrubando quem o enfrenta até ao final dramático de uma explosão ensurdecedora. Pois! Esta é uma história de final trágico, a “vaca” morre no fim. No palco da batalha

ficam os despojos das dezenas ou centenas de engenhos que se queimaram e explodiram, contra os edifícios ou nas feridas de quem foi ator neste confronto. Acabou mais uma vaca de fogo, do fumo emerge o herói instantâneo, aplaudido e aclamado, num pico de adrenalina sem se aperceber se saíra ou não incólume da batalha onde a sua personagem havia morrido.

“Acabou mais uma vaca de fogo, do fumo emerge o herói instantâneo, aplaudido e aclamado...” Tradição que é tradição exige dedicação empenho, suor e algumas vezes algum sangue, levando a uma incompreensão quase inerente, o “homem —9—

da vaca” irá continuar a ser alguém que se arrisca sem propósito válido, que investe em pessoas, que se fere, por uns meros minutos de prazer só explicáveis por quem os protagoniza. Ano após ano, desde um passado sem data, no último fim de semana do mês de julho reúne-se um pequeno exército para enfrentar as bestas, e todos os anos esta batalha terá a “ilógica” da guerra, mas ela irá continuar a acontecer, como numa qualquer guerra real, e todos os anos existirá um conjunto de “heróis” momentâneos a gladiar-se num mero prazer individual numa batalha onde não se ganha nem se perde, pegando na “Vaca” levando-a para o seu fim, carrascos de uma execução aguardada pela multidão que assiste…


Piranha, o Rei do Rio!

Ladeado por margens estreitas, o caudal do Rali em Lousada diminui a um ritmo alucinante. Uma barragem feita sem preocupações ecológicas sufoca os seres que dependem dele, que lutam por um lugar na corrente conscientes de que o oxigénio não chegará para todos, quanto mais a comida. Zé Artur aprendeu a viver nesta ‘lei da selva’ subaquática, aos 19 desperta para o Ralicross e nunca mais volta a adormecer. Aprendeu a nadar, desenvolveu as guelras e afiou os dentes, hoje ocupa o topo da cadeia alimentar e não abdica desse posto. Treina e investe por conta de um coeso cardume que se aglomera por paixão e necessidade, a Piranha Racing Team é assim um exemplo de como mesmo em crise tudo se torna possível.

Desenganem-se os céticos, este esforço não é feito em vão, pelo contrário, amadores fizeram-se profissionais e hoje apresentam-se como uma das equipas mais bem cotadas da nossa zona. O cardume adensou as suas ligações e o seu moral no facebook é prova disso mesmo, abundam motores e asfalto, mas não conseguimos ficar indiferentes à cumplicidade que transmitem, aquela felicidade que só quem se sente realizado consegue emanar. Ao volante de um Mini, clássico invejado por qualquer jovem, Zé Artur mostra toda a sua agilidade, todo o seu poder e presença. Ninguém fica indiferente ao ouvir 680kg de pura engenharia de ponta a dobrar as rampas mais exigentes do circuito nacional, são cerca de 140 cavalos que podem atingir os 170 km/h e que ainda assim transmitem uma harmonia ímpar, que combina força bruta com delicadeza e perfeccionismo. Este ano conquistaram — 10 —

o campeonato na quarta categoria e ainda conseguiram, fora deste circuito conquistar o desafio único, desta feita, ao volante de um Punto.

“Ninguém fica indiferente ao ouvir 680kg de pura engenharia de ponta.” Resultados não faltam, profissionalismo e empenho também, no entanto, em ano que viu o Rallicross em Lousada adensar a estrutura que ao longo dos anos foi enfraquecida, os patrocínios e apoios ainda escasseiam, bem como o reconhecimento. Sempre os mesmos problemas, sempre os mesmos a falhar, mas a verdade é que as soluções nunca deixam de existir. Mais uma vez, é o meio que sustenta o meio, são os apaixonados que se privam de uma vida desafogada para terem que dividir os rendimentos entre a vida e o desporto.


Ah

, o Natal! A data perfeita. Todos estão bem com todos, todos esquecem os meses de brutalidades e cretinices entre uns e outros. Todas as más notícias são potenciadas dez vezes e a imagem de uma criança a sofrer nos telejornais faz chorar o mais rude pedreiro, passo o preconceito. Todos nós nos reconhecemos nesta realidade, seja pela insensibilidade durante o restante ano, seja pela capacidade de sentirmos saudades de falar e comunicar com amigos perdidos ou fora de contacto. Imaginem agora um gajo chamado Abílio. Um tipo normal, se calhar mais rude que o costume, mas como todos nós. No entanto há uma grande diferença entre ele e os comuns que somos: este Abílio não se deixa amolecer pela quadra natalícia. Continua bruto como todos os dias, não há postais de natal, não há desejos de boas festas. Nada disso! Ele odeia abertamente

o natal e faz questão que todos saibam isso. Na noite de consoada ia cumprir a sua tradição de emborcar uma garrafa de whisky e vaguear por aí. Até se cansar ou adormecer na soleira de uma qualquer porta. Perdido estava ele nessa noite quando viu na rua um menino. Cabelo muito escuro, bochechas rosadas da fria aragem. Mas com uma expressão de total serenidade. Estava sentado num banco de pedra, mesmo de frente à estátua do bispo. O Abílio aproximou-se: - Ei, rapazinho! Que fazes tu aqui? Estás perdido? - Não. Estava aqui à tua espera… O Abílio olhou para a garrafa quase vazia na mão e ficou sem perceber se estaria assim tão alcoolizado sem se ter apercebido. Antes que pudesse perceber a fundo o rapazinho agarrou-o pela mão e arrastou-o rua fora. - Que queres tu miúdo? - Quero que vejas o natal como eu o vejo. — 11 —

- Deves estar maluco tu… - Vê isto. E apontou para a janela de uma casa onde através da janela da sala se via toda uma família a jantar. Não um sumptuoso jantar. Algo simples. Mas a alegria que todos emanavam era bem clara. E as razões para tal também eram bem percetíveis. Estavam felizes porque estavam juntos. Estavam juntos apesar de todos os dias ocupados e cheios de responsabilidades. Apesar de meses, de vez em quando, sem se sentarem à mesma mesa. E todos riam de forma desmedida à mais pequena graçola. - Pronto miúdo. É verdade que há famílias felizes. Mas nem todas as famílias são assim perfeitas… E dito isto seguiu pela rua fora. O rapaz correu para o acompanhar lado a lado. - E é por isso que tu estás triste? Por não teres a tua família? - Nada disso! Família até tenho, não acho é boa ideia ignorar 364 dias de afastamento e


indiferença para comigo só para jantarmos juntos. Outro dia qualquer servia para partilharmos uma refeição. -Fazes sentido, mesmo apesar da tua frieza. E quase do nada, e a custo de um salto de surpresa do Abílio, passa uma menina numa bicicleta. Daquelas pequeninas, com rodinhas de apoio e tudo. Ali na rua dos bombeiros. A menina vinha em gritos de alegria, ainda com o laço que afirmava que aquilo era a sua prenda de Natal. A sua mãe via-a dar voltas infinitas na rua a gritar e guinchar de tão feliz que estava, até alguns vizinhos já estavam na janela a admirar aquela alegria acima de qualquer média. E ele reconheceu a mãe, bem mais jovem que ele. Trabalhava algumas portas ao lado do

sítio onde ele trabalha, e tanto quanto ela sabia era solteira e criava a menina sozinha. Nesse momento o nosso anti herói sentiu-se a quebrar um pouco. Fez aquelas contas, que por vezes fazemos dentro da nossa cabeça, e ficou um vazio na sua lógica. O consumismo era a sua desculpa número um para não oferecer nada que fosse, a quem quer que fosse. E no entanto ali desfilava diante dele uma menina absorta da sua realidade, muito por causa de algo material, que suplantava uma lacuna qua a muitos faz confusão como a ele. - Ela não precisa de um pai por assim dizer. Ela precisa destes momentos, desta realização. Custa mais à mãe, isso sim. Que se desdobra em vários sacrifícios partilhados com — 12 —

os seus pais para manter esta menina tão alegre quanto agora. - Puto, tu não me vais amolecer com essas palavrinhas acertadas. Tudo bem, o facto de não ter pai não é assim tão destruidor. Mas alguma coisa lhe haverá de faltar no futuro. E começou de novo a andar, o mais rápido possível, de forma a disfarçar o aspeto vidrado que os seus olhos assumiram. O menino correu logo até ao seu lado. Desceram a rua de Sto. António em silêncio e ele abrandou o passo para que seguissem a par. Chegados em frente ao Pelourinho viram um cachorrinho que parecia abandonado. O miúdo quis correr para pegar nele, mas Abílio deteve-o. - Não vamos agora pegar num cão vadio… E por falar em


vadio, de onde vens tu? Serás também tu vadio? - Cala-te e olha! Disse o rapazito cheio de autoridade. E nisto um carro parou do outro lado da pequena praça. Um casal muito jovem saiu do carro e pegaram no cão ao colo. Eles olharam em redor, quase como se procurassem o respetivo dono de tão meigo animal abandonado. Rapidamente perceberam que não havia ninguém ali para aquele cão. Ela olhou para ele. Ele disse: - Já falamos disto amor, não podemos ter um cachorrinho. Ele vai dar muito trabalho. - Eu sei o que já falamos, mas consegues dizer que não a este pequenino? Numa noite de Natal? Não o podemos deixar abandonado, pode ser atropelado ou assim.

Ele sorriu-lhe. Aproximou a sua mão do cãozinho e ele logo lhe lambeu os dedos. Ele sorriu e quase se viu o coração a derreter. Entraram no carro. Os três. Felizes. O Abílio ficou desarmado. Meteu as mãos nos bolsos. Seguiu o seu caminho até ao parque novo. Acabou por ficar sentado num banco, encostado numa mesa. Pensou para si mesmo que tinha que mudar, estava na hora de voltar a ser humano e da sua consciência sabia que podia ser mais humano que qualquer um. Disse o menino: - Amanhã vais conhecer um homem novo. Vou visitar a minha família e garantir que as pessoas tal como as vimos hoje têm alguém que lhes estende a mão quando precisam. Que eu não sou apenas um homem que — 13 —

só se reflete no fundo de uma garrafa. A partir de amanhã serei um homem novo. - Eu sei que sim. Eu sei que esta noite mudou a tua vida. Era por isso que esperava por ti hoje. Posso-me deitar no teu colo e dormir um pouco? - Podes. Obrigado por me fazeres voltar a acreditar. O menino sorriu, deitado sobre o seu colo, e o calor partilhado tornou o adormecer mais agradável. Na manhã seguinte a notícia correu a vila. Havia morrido o Abílio. Bêbado, sentado no parque urbano numa noite das mais fria que há memória. E todos se despediram dele como um homem sem remédio, de quem ninguém sentirá falta. E do menino de cabelo negro ninguém ouviu falar.


Nesta edição tiramos a máscara à nossa designer de serviço. Vamos conhecer um pouco a artista por detrás da S/Interesse. Tira a máscara de macaco e diz-nos quem és. Sou a Carla Santos e tirei design de comunicação na Universidade Lusófona do Porto — 14 —

Sabendo que tiraste o curso há pouco tempo, e conhecendo a dificuldade em entrar para o mercado de trabalho, como te corre a vida profissional?


-Neste momento, como maior parte dos jovens, procuro trabalho. Contudo, tenho projetos em andamento, como o Jay-Cee Studio, o S/ Interesse, as Trinity , e também um pouco como freelancer.. Seguiste o teu sonho e acabaste por tirar o curso de Design de Comunicação. Mas nem sempre foi assim. O que te levou a concluir o ensino secundário em Artes Visuais e ingressar na Faculdade de Direito no curso de Criminologia? -Opah, isso foi uma decisão um bocado precipitada, eu sempre gostei da área forense e mesmo antes de optar pelas artes pensei optar por científica, mas acabei por ir parar as artes, e ainda bem que fui… E onde acabei por tirar o curso de design. Era o que eu sempre quis fazer, apesar de ter feito escolhas um pouco

estranhas. Durante esse percurso de decisão, em que não sabia o que estava a fazer e o que procurar, tive todo o apoio dos meus pais e pessoas importantes, que no princípio não gostaram muito da ideia de eu mudar de curso, mas depois, apoiaram-me incondicionalmente na minha escolha. Foi uma decisão muito importante na minha vida e que poderá, ainda, mudar a minha vida radicalmente, novamente. Dizem que normalmente os atletas não têm muito jeito para as artes. Mas tu és atleta e artista. Como conjugas dois campos tão distintos? -Como todas as pessoas o fazem, com força de vontade e dedicação. Desde sempre pratiquei desporto, as artes vieram com o crescimento. As duas acabam por me completar, quando estou com a cabeça muito cheia de trabalho, chega a

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vez do desporto me acalmar, e vice-versa. Essas duas vertentes são uma parte muito importante da minha vida, onde cada uma delas me ensinou tudo o que sei até agora. Como Designer, encontras algum designer/ artista que possas dizer que influenciou a tua maneira de pensar/trabalhar? -Tenho uma pessoa que me influenciou e me ajudou imenso no meu percurso académico, a minha professora Carla Cadete da ULP. Foi ela que ajudou bastante no meu crescimento profissional, como também pessoal, pois desde sempre nos obrigou a trabalhar arduamente para que conseguíssemos atingir o que pretendemos. No entanto, tenho várias referências que me influenciaram no percurso como designer, nomeadamente, a ilustradora Yara Kono, de quem sou muito fã e também a Stina Persson, que foi com ela que descobri a paixão que tenho pela ilustração. Mas todos os artistas bons ou maus que “passaram pelos meus olhos” foram extremamente importantes para mim.

Sabemos que estás em várias frentes do design, mas, sabemos que tens uma paixão por ilustração infantil. Como nasceu? -Como referi em cima, a minha paixão ilustração começou por ver os trabalhos da Stina Persson, e desde logo me apaixonei. Logo depois descobri os trabalhos da Yara Kono, ilustração infantil, e que desde daí comecei a trabalhar com ilustração em maior parte dos meus projectos. Contudo, a ilustração infantil é a que me preenche mais , pois tem aquela magia das crianças, aquele mundo de fantasia, aquela felicidade em cada página que lemos, mesmo sendo lida por um adulto, é… aquela verdade verdadeira inesperada de quando abrimos o livro Bem… é daquelas coisas que se sente não se explica. E o editorial? É outra área de interesse? Ou apenas mais uma área de design? O editorial é outra área em que gosto muito de trabalhar, ao contrário da ilustração é mais rigoroso, pois temos que ter atenção

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aos detalhes, uma palavra mal encaixada, ou uma cor mal escolhida, pode arruinar todo o trabalho, e passar de bom a mau. Contudo, se pudesse juntar as duas era brilhante, juntar as duas vertentes do design que mais adoro.

Hazul, Oker, entre outro que neste momento estão a fazer imenso sucesso. É ouro, pah! E ninguém se apercebe. Por outro lado, temos os ateliês que têm que trabalhar para receber, que neste momento têm muita concorrência, e andamo-nos a “esganar Como Lousadense, como classificas o design uns aos outros”… feito em Lousada? -Nulo. Lousada infelizmente não aposta muito Já conhecemos o projecto “S/Interesse”. Que na arte, apesar de termos uma das escolas, se mais projetos tens em vista? não a melhor, do Vale do Sousa. Temos jovens -Tenho o Jay-Cee Studio, que é um projeto bons, empenhados dispostos a contribuir para o em conjunto com o meu namorado, João concelho de Lousada, é só darem-nos liberdade Gonçalves, e onde fazemos todo o tipo de e teremos um concelho colorido, alegre e trabalhos a nível visual. Comecei agora, outro diferente. projeto com duas amigas de secundário, Sofia Pinto e Diana Sousa, onde fazemos ilustrações, Como descreves a cultura nacional deste por via do handmade. E também o S/Interesse, tempo? Sabendo que as artes sempre evoluíram que vocês já conhecem, por isso não precisa de em tempos difíceis. Achas que a chamada apresentação. “crise”, está a ter um impacto positivo, ou tudo continua igual? Tens algum projecto/sonho enquanto designer? -A crise não afeta a arte, mas sim o negócio. Pois -Sim, tenho. Abrir o meu próprio ateliê (que arte temos muita e boa por Portugal inteiro e ainda o vou conseguir… ahah), viajar em função feita pelos melhores de Portugal. Basta irmos às da arte e aproveitar o máximo desta pequena ruas do Porto e vemos obras do ±maismenos±, grande paixão. — 17 —


S/Interesse- Pekas consegues explicar-me porque estas a ser entrevistado? Pekas -Hum, não. S/InteresseNão? Não consegues perceber o teu valor no meio disto tudo? Pekas- Consigo perceber que se calhar faço alguma diferença, ou pelo menos estou a tentar fazer alguma diferença. S/Interesse- Tu és o catalisador por trás da S/Interesse, queres nos explicar o que te fez revoltar?

Pekas- Queria fazer alguma coisa pela nossa vila, por aquilo que temos aqui, e que é muito, ou seja, existe muito potencial que não é sequer minimamente aproveitado. S/Interesse-Como é que tu começas um projeto destes apenas com um elemento da equipa ligado à comunicação? Como é que sabias que ia resultar? Pekas- Não sabia se ia resultar, ai é que esta! Podes considerar uma ideia maluca, de alguém que é maluco (risos) S/Interesse-Tu já estudas fora há muito tempo, apesar disso és muito conhecido entre diferentes gerações, principalmente as mais jovens. Como é que isso é possível? Pekas- Eu acho que nos primeiros anos em que comecei a estudar passava mais tempo aqui do que propriamente na faculdade…embora isso tenha — 18 —

mudado, tenho que atinar não é? (risos) S/Interesse-Notas que em alguma altura foste um modelo para alguns dos jovens? Pekas- Um modelo, penso que não seja a palavra correta. Um modelo para mim é por exemplo uma figura como o meu pai. Acredito é que gostem do trabalho que faço, neste caso na música… S/Interesse-Tu és uma figura muito reivindicativa, estás sempre ali a moer… Pekas- Sim, mas isso é culpa da educação do meu pai e da minha mãe, não há nada a fazer (risos) Gosto disso, não sou pessoa de ficar calada, assim que vejo alguma coisa está mal sou o primeiro, se não o segundo a dizer…Porque lá está, eu sou da opinião que se é para fazer melhor, temos que ser nós a fazê-lo.


S/Interesse- Voltando um pouco atrás, tu facilmente lidas com uma pessoa de 15 ou 16, apesar de teres 26. Como é que consegues ultrapassar essa barreira? Pekas- Se calhar sou criança como eles… (risos) Não passa por ai, estava a brincar. A mim sempre me ensinaram, embora às vezes não o siga à regra. Não deves julgar as pessoas pela aparência. Neste caso não é uma aparência, mas é uma ‘etiqueta’, ter 16, 17 pronto. Procuro interagir com as pessoas e perceber o que é que elas são ou não são. E depois claro, vejo se conseguem falar comigo e eu consigo falar com elas, claro. S/InteresseEm termos musicais tu tens tido algumas surpresas. Quem é que destacas no nosso panorama musical? Pekas- A verdade é que tenho

feito algumas amizades à custa da musica. Agora, posso dizer-te que temos muito bons músicos em Lousada, a falar de música a sério. Para mim temos o melhor deles todos, que é o meu pai, sem dúvida o melhor guitarrista que alguma vez conheci. Sou suspeito, mas honestamente é o que eu acho. Depois temos um guitarrista fenomenal e que canta fenomenalmente o Luís Bessa Machado, começamos a ter alguns miúdos muito bons, alguns dos quais foram agora para a JOBRA. Na parte eletrónica não posso deixar de destacar, um grande amigo meu Carlos Cunha, porque o miúdo tem realmente ouvido para a coisa e tem gosto. S/Interesse-Então faz-nos lá a tua revisão profissional da musica eletrónica lousadense. Pekas- O nosso panorama é igual ao nacional, não posso — 19 —

dizer que está mal porque é uma questão relacionada com os gostos pessoais de cada um. Mas no meu gosto, está mau! Porque pronto, as latinadas e as brasileiradas invadiram as nossas discotecas, quando à uns anos atrás o ponto alto era o house e o deep. S/Interesse-Isso é uma regressão, já houve um tempo em que o Latino e o Caribe dominavam a pista e entretanto deixou de o ser, para voltar agora. Porque é que achas que regredimos? Pekas- Porque, como disse o meu professor, o Nuno, a música é um ciclo. Ele já me diz à algum tempo que isto vai voltar ao mesmo, e a verdade é mesmo essa. Quando eu comecei a pôr musica o que estava na moda e era audível era o house e o deep, depois teve no tech e no techno e agora já está a começar outra


vez. S/Interesse-Como Dj tu já correste tudo o que é capelinha aqui em Lousada, como é que consegues trabalhar com toda gente? Pekas- Porque nunca me associei a nenhuma casa. Ok, havia casas em que tocava mais mas era porque me convidavam. Não sou pessoa de pedir para tocar, não. Eu sou aquela pessoa que espera que o telemóvel toque. Porque quero que as pessoas reconheçam o meu trabalho, não quero ser eu a ter de o impingir. S/Interesse-De tocar tantas vezes e em tantos sítios, não tens medo que te rotulem de comercial? Pekas- Eu penso que as pessoas só podem rotular quando

ouvem, por isso ouçam e tirem a vossa opinião. S/Interesse- Como é que tu te enquadras na música eletrónica, quais são os teus estilos? Ou onde é que te sentes mais à vontade? Pekas- Digo-te que gosto de tribal, house e o deep, vá, gosto entre o deep e o tribal a passar um bocadinho pelo tech. Mas isso é um bocado difícil de definir, o que à uns anos chamavam techno hoje em dia chamam de hardtechno, e aquilo que à uns anos era o minimal hoje em dia é conhecido como techhouse. Eu não me sigo por estilos, sigo-me por gosto musical. S/Interesse- Então o que é que procuras numa boa malha? Pekas- Tem que me arrepiar, — 20 —

acima de tudo, tem que me pôr os pelos dos braços todos a levantar no ar, essencialmente é isso. Acho que uma boa linha de baixo é dos elementos mais marcantes numa música. S/Interesse- Tu há muito tempo que és um bom consumidor de música, Dj, para quando produtor? Pekas-Já comecei a produzir à muito tempo, mas tenho um defeito muito grande, ao fim de uma semana sempre a ouvir a mesma música que está a ser produzida, canso-me e deito a musica para trás das costas. S/Interesse- Então quer dizer que muito provavelmente tens na gaveta muito bom som a merecer uma visita à pista de dança... Pekas- Sim, se calhar, tenho


algumas coisas que comecei e não acabei porque não me dedico a tempo inteiro à produção. Sou capaz de entrar no meu estúdio as 6 da tarde e sair de lá às 6 da manha e não tenho disponibilidade para isso. S/Interesse-O que é que falta aqui em Lousada? Sê objetivo. Pekas- Acho que falta mostrar aquilo que há de bom por cá. S/Interesse- Como é que tens a certeza de que há assim tanta qualidade? Pekas- Somos o concelho mais jovem da Europa! Não vou dizer que é lógico, mas no meio de tanta coisa, tem que haver muita coisa boa. Pelo menos eu tenho gosto nesta terra porque sei que há boas coisas cá! Se acredito nisso, tenho

que as procurar e ajudar… S/Interesse- Vamos ter o Pekas sempre por cá, ou adivinhase aí uma aventura alémfronteiras? Pekas-Provavelmente teremos o Pekas a viver uma aventura além-fronteiras, mas porque sempre o quis. Desde que comecei a estudar, quero ir para fora uns tempos para conhecer. S/Interesse- Espero que pelo menos sejas um daqueles emigrantes que depois volta e se torna um importador. Pekas- Sim o objetivo é aprender fora para usar dentro. S/Interesse- Achas que em Lousada há abertura para o novo? Ou vamos ter que esperar que os jovens de hoje tenham filhos? — 21 —

Pekas- Acho que devagarinho vamos ao longe, claro que no início chocas sempre, apresentas diferenças, e por seres diferente acabas por ser criticado, independentemente de seres bom ou mau. Se fores devagarinho e se fores com persistência vamos conseguir, temos boa gente para isso. Em Lousada temos é um grave problema, quando as coisas correm bem ninguém dá feedback, agora quando correm mal toda gente te aponta o dedo. S/Interesse- Para terminar, uma última palavra para os nossos leitores. Pekas- Se possível, queremos o vosso feedback. Precisamos disso para melhorar e é por isso que cá estamos!


CASA ERNESTO – O “Febras” de Lousada Falar em tascas e febras e não falar no Ernesto é quase um erro semântico. Há cerca de 60 anos nasce em Lousada uma casa que percorreu o país sem nunca ter saído dos campos de Sta. Margarida, nasce uma casa que alterou a gastronomia Lousadense. O Sr. Ernesto abria as portas de uma mercearia e uma tasca que tinha por especialidade uma deliciosa febra em vinha d’alho. Conhecida pela sua qualidade e sabor viria a batizar este estabelecimento como o “Febras”, nome que ainda hoje é perpetuado pelas pessoas e associado à família.

Rapidamente a Casa Ernesto tornou-se conhecida pelos seus petiscos, pelo ambiente descontraído e acolhedor que lá se encontrava. Com a grande procura a necessidade de passar de tasca/mercearia a restaurante regional foi vital. Este negócio familiar, agora gerido pelo filho do “Febras” o Sr. João Avelino, não pode ser separado do Futebol Clube do Porto, lugar que viu várias vezes os jogadores e comitiva desta equipa fugirem do mundo refugiando-se nos seus pratos acompanhados sempre de bons vinhos verdes da região. O “Febras” ganhou mais um estatuto, tinha mais — 22 —

uma vez uma especialidade que nenhuma outra tinha, e aos poucos foi apelidada, não oficialmente, como a verdadeira casa Portista. Casa onde, por exemplo, o Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa foi servido na inauguração do relvado do antigo estádio do Lousada. Ao falar de desporto podemos também falar de automobilismo, pois este restaurante era escolhido para festejar ou afogar as mágoas de algumas das grandes equipas de rallycross da nossa terra. Mais tarde e por força maior, o Ernesto teve de sofrer alterações, que como saudosamente relembra o Sr.


João Avelino, a sua cozinha e a zona de restaurante. Numa modernidade imposta teve que retirar as chaminés à antiga por cima dos fornos, bem como a eliminação da lareira, que de uma forma mais natural aquecia o estabelecimento. Estas alterações foram sempre vistas com uma preocupação em manter o espaço o mais tradicional possível, mantendo sempre uma ligação ao antigo. Com uma ementa recheada de pratos tradicionais, desde rojões, bacalhau na brasa, à narcisa, ou no forno, passando pelo lombo ou as tripas. O Ernesto tem uma ementa que funciona em perfeita harmonia

com os dias da semana, na sexta à noite encontram a deliciosa Cabidela, cozido à Portuguesa no sábado e ao domingo o tradicional Cabrito. A primar sempre os fornecedores regionais para o vinho e para as carnes e a trabalhar todos os dias o Ernesto “Febras” é uma casa que tão bem acolhe e melhor serve os clientes. Com espaço mais que suficiente para jantares de aniversário e de grupo, é um sitio que depois de visitado certamente não se irá esquecer.

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Horário: Aberto todos os dias 9H-24h Preço médio: 10€ Especialidades: Cabidela, febras em vinha d’alho e cozido à Portuguesa Curiosidades: Casa não oficial do Futebol Clube do Porto


THE COFFEESHOP, Ao descer a Rua Amilcar Neto, não consegui ficar indiferente, à beleza de uma montra marcada pela invulgaridade do seu logotipo minimalista. Ao entrar deparo-me com uma calma e serenidade de um espaço apelativo que na sua simplicidade e sofisticação acolhe os seus clientes. Com um olhar mais atento conseguimos mesmo ver o famoso George Clooney a dizer “...what else?!”. Só depois de sentados, conseguimos absorver a beleza e modernização de um espaço sem televisão em que, como o proprietário Joca Rodrigues refere, e muito bem, “Tv vê-se em casa”, sendo assim o The CoffeeShop um espaço para pensar, conversar, relaxar e acolher fazendo dele um espaço singular. Nas mesas encontramos dois menus, um

dedicado ao serviço de cafetaria com uma vasta selecção de Grand Crus (o nosso chamado café), bebidas quentes e frias, e um outro menu dedicado à grande variedade de Gin, contendo 12 gin’s premium e uma pequena história sobre cada um deles. Uma casa com pouco mais de que um ano que tem sofrido algumas alterações adaptando-se aos tempos, algo diferente em todos os sentidos, pequena em espaço mas grande em qualidade e essência. Um espaço requintado, com uma selecçao musical baseada no Chill e Deep House, para acompanhar a qualidade dos produtos. Algo inovador que faz do “Coffes & Gin” não só uma bebida, mas sim uma prazerosa experiência.

Avenida Amílcar Neto, Lousada Aberto das 13H ás 24H Preços: Grand Cru - 0,75€ Espresso Macchiato - 1,00€ Cappuccino - 1,60€ Latte Macchiato - 2,00€ Gin Regular - 5€ Gin Premium - 7€ — 24 —


O consumo de moda faz-se, a maior ou menor velocidade, força da globalização e da forma como repentinamente todo o mundo é afetado por uma crise. A procura por roupa, os shoppings, as compras online, continuam a fazer circular moeda, e muita, seja com elevado fator de moda ou intemporais, com muita ou pouca qualidade, o ser humano veste-se e o

consumo acontece. Vários apelos se fazem com um olhar atento ao 560 no código de barras, ao consumo do que é nacional. Pergunto o que seria de nós, nós portugueses, nós indústria, nós bancos, nós comerciantes, nós país, se comprássemos apenas o 560 e baníssemos das nossas opções de compra tudo o que nós produzimos, tudo o que nós exportamos? — 25 —

E se as Zaras, as Next, as Levis, os Jean Paul Gaultier ou as Carolinas Herrera, não colocassem produção em Portugal? Fechariam todas as empresas do sector, haveria um incrível aumento de valores no IEFP e o sector que durante décadas representou a maior percentagem no PIB provocava a total ruína do nosso país. >>CONTINUAÇÃO


Portugal não vive sem o Têxtil. Lousada é disso exemplo com 230 empresas desta indústria.

Lousada além fronteiras, em tempo de divisões territoriais. Foi criada a marca Kispo. Atingiu tal dimensão que a marca deu nome ao objecto que todos vestimos. Ao falar deste sector é inevitável Quem não tem um kispo no prestar devida homenagem guarda roupa? à Fabinter. Todos temos um amigo, um tio, um primo, uma O fim foi o caminho que avó, um amigo que cresceu resultou na decomposição da Fabinter em diversas nesta grande empresa. Em breve história: nos anos empresas, que ainda hoje, 70, numa parceria entre um pelas habilidosas mãos das casalense e um suíço, nasceu “mulheres de fábrica”, vendem uma empresa que levou e exportam produtos para — 26 —

grandes centros e marcas internacionais. Muitos filhos da Fabinter e de tantas outras boas empresas estão hoje, sem emprego, resultado do fecho de algumas, da fuga de outras e das falhas na atração de investimento para terras de Tarrão. Em época natalícia e na habitual troca de presentes, comprem Made in Portugal, há uma forte probabilidade de estarem a comprar Made in Lousada.


O primeiro mês ofereceu o calor como destino. Esta edição vira o bico ao prego e o frio entra de rompante pela porta. A protagonista é Luciana Sequeira, de 24 anos, que abandonou o nosso retângulo à beira mar plantado à procura da oportunidade merecida. Estão de momento a viver em Kongsberg, Noruega e a partida deles para este destino surgiu com uma oportunidade de trabalho, para ele. Para visitar o país, sendo-se cidadão da União Europeia, não é necessário muito. É permitida a residência até três meses, mas após esse período é necessário comunicar às autoridades a situação em que se encontra. Havendo contrato de trabalho não há grandes barreiras e rapidamente tens acesso a um número de identificação definitivo. A Noruega é um país do norte

da Europa e como tal tem um custo de vida elevado. É necessário despender de pelo menos 40 a 50 euros por dia para se assegurar o básico de sobrevivência e habitação. Em termos de interesse turístico a Noruega é um exemplo. Para além da neve em abundância e estâncias de esqui de grande qualidade, é dos poucos países onde é possível ver uma Aurora Boreal. Fenómeno que atrai muitos turistas e desenvolve outras atividades em seu redor. E é a natureza o maior trunfo deste país. Grandes lagos, imponentes — 27 —

montanhas e os fiordes, tudo serve para deliciar visualmente quem o visita. Em termos cosmopolitas é a capital, Oslo, que monopoliza grande parte do interesse na visita. Conta com inúmeros museus entre ele a casa da Ópera, um ponto incontornável a ter em conta no roteiro.

“A Noruega é um país do norte da Europa e como tal tem um custo de vida elevado.”


A vida social acontece ao fim de semana, onde as diversões noturnas são o prato principal. Os hábitos são ligeiramente diferentes, acima de tudo nos horários. Por volta das duas da manhã os estabelecimentos de diversão encerram, daí que se o objetivo é sair para a noite convém sair mais cedo também para aproveitar. No que toca aos dias, é no verão que se concentra a maior produção cultural de interesse. É nesta

fase do ano que acontecem os festivais de música, acima de tudo jazz, os concertos e as exposições de maior relevo. A nível cultural, o verão é mais propício a encontrar algo que sirva de cartão de visita do país. Do ponto de vista social basta dizer que é um dos países mais organizados do mundo. A pesada carga fiscal permite depois uma oferta de valências sociais de grande qualidade e — 28 —

sem encargos em demasia. “É um ótimo país para se viver com a família. A qualidade de vida é muito acima do que estamos habituados”. Peca talvez por alguma frieza que o povo norueguês demonstra, advindo certamente da realidade climática em que se encontram. Sendo jovem a adaptação é mais difícil, mas possível, e o conjunto faz valer a experiência de viver tão a norte.


JON PULSE

TEAR THE HOUSE DOWN

“Sickness” – Um beat marcante, uma melodia viciante. Assim apresento em homenagem a Jon Pulse, um dos seus Ep, acolhido pela editora alemã que reconheceu o gigantesco talento deste miúdo Português que com 25 anos mostrou que teria muito para dar. Ficamos assim com a obra prima que nos deixou e que acredito que muitas pistas vai ainda abanar!

“Belocca” – Com uma linha de baixo super marcante, assente num kit de bateria e percurssão que não deixa ninguém ficar indiferente, Belocca, dá-nos assim uma faixa que vai certamente provocar uma reação em cadeia de nostalgia e braços no ar quando invadir as colunas que estão sobre as pistas.

JP SIMÕES - ROMA

MARCUS MUMFORD & JUSTIN HAWYARD

“Gosto de me Drogar” – Só Coimbra poderia parir um astro tão singular, senhor de uma música fácil de ouvir e difícil de compreender. JP Simões está de volta com um luxurioso leque de temas que procuram tirar o mundo dos anos 80, relembrando-o de quão parado ficou. A revolução sexual está na rua, Roma já se encontra disponível e vocês nem deram por isso.

“Don’t Think Twice It’s Alright” - Uma cover pode criar muita resistência, pode arruinar um clássico, mas este não é o caso. Elaborado com peso e medida, parece cantada por um Bob Dylan de fraldas, onde a inocência ainda impera. O Folk veio para ficar e ainda bem, enquanto a onda se mantiver podemos sempre ser embalados por pérolas assim.

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A PRAÇA Nos últimos três/quatro anos, Lousada mostra uma evolução no cuidado do traçado urbano, e com a alteração do “coração” da Vila, ganhou uma limpeza ao centro que já a muito que necessitava. A destruição da Avenida Sr. Dos Aflitos, um arruamento cheio de problemas, com um traçado desagradável, com intersecções estranhas, uma calçada “manhosa” destruída com o tempo pelos veículos, com uns canteiros de jardim que não existiam palavras para se descrever o quão desagradáveis se tornavam à vista, com

aqueles “cogumelos” verdes gigantes e feios, e um estacionamento desordeiro, era muito desagradável. Mas o que mais impressionava no meio disto tudo, é a posição de parte da população que se mostrou insatisfeita com as alterações que viriam a acontecer.

“(...)Lousada tem uma imagem, e não deve passar pela construção contemporânea desenfreada e sem sentido nenhum(...)“

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Para o bem de Lousada, veio a criação de uma praça aberta. No local da avenida, a colocação de mobiliário urbano, veio dar o merecido tratamento digno de centro, que em Lousada parecia não ser uma preocupação. Um traçado limpo, com atenção à acessibilidade, veio limpar o ambiente dessa zona. É com orgulho que se deve olhar para estas novas intervenções, que vem dignificar este espaço urbano. Mas contudo, é necessário que se continue a tratar da imagem da Vila e recuperar os edifícios em torno da praça do Senhor dos Aflitos. Lousada tem uma imagem, e esta não deve passar por uma construção contemporânea desenfreada e sem sentido, sem qualquer enquadramento com a evolvente. Esta deve ser cuidada com os edificios existentes tendo em conta a sua recuperação. Não se pretende com isto defender a ideia da não construção de arquitetura contemporânea, mas sim, que esta acrescente algo de bom à imagem urbana.

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CRÍTICA Clássicos que não se perdem no tempo:

THE DREAMERS (“OS SONHADORES”) de 2003 Género: Drama/Romance Realizado por:Bernardo Bertolucci The Dreamers narra a história de Matthew, interpretado por Michael Pitt, um americano que vai estudar para uma Paris dos anos 60. Paris esta que se encontrava debaixo de fogo, mais propriamente no meio de uma revolução de estudantes, devido ao facto de quererem fechar a cinemateca francesa, ponto de culto de grande importância para muitos jovens, facto esse que nós portugueses também não estamos isentos a que não nos aconteça cá em Portugal com as várias tentativas do governo em fechar a nossa querida e histórica cinemateca. No meio de toda esta confusão Matthew conhece os irmãos gémeos Isabelle, interpretrado por Eva Green e Theo, por Louis Garrel que assim o convidam para ir viver um mês para sua casa, Matthew depara-se com um jogo um pouco macabro, sexual e intenso entre os dois irmãos. É um filme forte, que pretende deixar o espectador incomodado, não existem cenas que

sejam realmente perturbadoras a nível sexual, nem de sexo explícito entre os irmãos, mas existe sempre uma certa tensão do incerto, o que nos leva a sentir ansiosos. Para acompanhar a grande mestria na realização de Bertulucci em que existem planos simplesmente magníficos com jogos de espelhos e planos abertos poeticamente formidáveis há também um factor que ajuda bastante o filme, a banda sonora, que conta com interpretações de grandes clássicos da época como por exemplo, Jimi Hendrix, Édith Piaf, Charles Trénet, The Doors, Michel Polnareff, entre outros.

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ESTREIAS THE HOBBIT: THE DESOLATION OF SMAUG (O HOBBIT: A DESOLAÇÃO DE SMAUG) Género: Aventura/Drama/Fantasia Realizador: Peter Jackson A estreia do segundo filme da prequela de “O Senhor dos Anéis” não podia passar despercebida. “O Hobbit: A Desolação de Smaug” é um dos filmes mais esperados do ano, depois do primeiro,“O Hobbit: Uma Viagem Inesperada”, ter sido um dos maiores sucessos de bilheteiras de todos os tempos, embora tenha dividido as opiniões dos críticos e fãs. Para quem ficou desiludido com o primeiro por estar à espera de uma réplica de “O Senhor dos Anéis” é melhor não manter as mesmas expectativas para este. A triologia de “O Hobbit” é baseado no livro homónimo de J. R. R. Tolkien, classificado como um livro de contos infantis num universo fantástico, que mais tarde cresceu e evoluiu culminando na bem mais obscura triologia “O Senhor dos Anéis”. Para a penúltima aventura do, genial, Peter Jackson na Terra Média podemos certamente esperar mais um filme épico, intervalado com bons momentos de comédia e espetaculares cenas de horror. Podemos também contar com muitos anões, elfos, feiticeiros, hobbits, e claro, um dragão! Entre muitas outras criaturas do mundo fantástico de Tolkien que para Peter Jackson não são, de todo, desconhecidas. Dando continuidade ao filme anterior, Thorin Oakenshield e o resto dos seus companheiros anões, acompanhados pelo hobbit Bilbo Baggins e o feiticeiro Gandalf continuam a sua viagem com o objectivo de recuperar Erebor, a sua terra natal, que se encontra sob o controlo do temível

Smaug. Enquanto isso Bilbo continua na posse de um misterioso e poderoso anel. Quanto ao elenco mantém-se idêntico com algumas novidades. A Martin Freeman, Richard Armitage, Ian Mckeller, Cate Blanchett (entre muitos outros), junta-se Evangeline Lilly, Benedict Cumberbatch, Luke Evans e ainda Orlando Bloom. Com expectativas muito elevadas é assim que se aguarda a estreia do segundo capítulo de “O Hobbit”. Espera-se mais um filme épico, com um pouco mais de acção, novas aventuras, bom humor e com cenas que nos fazem saltar na cadeira quando menos esperamos. Mas fiel à sua própria narrativa e estilo. “O Hobbit: A desolação de Smaug” estreia dia 12 de Dezembro nas salas portuguesas.

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Sem . e d a políti ca, vergonha ou verd

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Vandalismo assola vila de Lousada Atos de vandalismo foram perpetrados por indivíduos ainda não identificados no centro da vila de Lousada. Os atos foram de um mau gosto tal que penduraram uma bandeira no edifício da câmara municipal/secção de obras e a colocação de uma máscara na estátua do digníssimo, absolutíssimo, desmedidamente Bispo. Fonte da GNR avançou que a PJ tomou conta da ocorrência dada a gravidade dos crimes cometidos e a extensão dos danos causados. Ficou ainda por apurar os responsáveis pela falta de segurança na noite Lousadense que leva mormente a desacatos nos vários espaços de diversão noturna.

Concelho mais jovem da europa perde o estatuto A vila de Lousada perdeu o estatuto de concelho mais jovem da europa. Esta medida, levada a cabo pela união europeia, visa corrigir um erro crasso pois, segundo fontes oficiais, pela oferta cultural e de trabalho é mais do que claro que este é um concelho dos mais envelhecidos da europa. “Basta vermos os últimos programas das festas do concelho. Não há espaço a nenhuma atividade direcionada a ninguém com menos de 40 anos. Isto diz tudo!” palavras proferidas pela vox populi local, aquando do conhecimento da medida da UE.

Ofertas de emprego sobem em flecha Os empresários do vale do sousa aliaram-se num novo projeto que visa a criação de emprego, seja ele para jovens ou nem por isso. O objetivo principal é requalificar uma das zonas com mais desempregados do país e com menos investimento na qualificação dos seus cidadãos. O primeiro passo já havia sido dado pelo anterior executivo do poder central com a construção da nova escola secundária de Lousada. Que permitiu substituir um complexo educacional só recentemente requalificado e tornar quase desnecessária uma nova escola secundária que já havia sido projetada á mais de dez anos. Os empresários locais esperam assim encaixar mais uns largos milhões à custa do erário público na construção de ainda mais infraestruturas inúteis para a formação desadequada dos seus habitantes. — 35 —


Aldónio Leonel -

O nosso correspondente nasceu de uma linda união amorosa entre dois cidadãos completamente anónimos. Todos os meses vai viajar pelos caminhos mais obscuros dos psicotrópicos, com jornadas de reflexão profundamente superficiais, mantendo sempre um rigor quase científico, longe da verdade e perto da realidade. Sem sentido algum e com o conteúdo parcialmente adulterado, é assim que vos apresentamos uma das rubricas mais bizarras, mas necessária da nossa publicação.

Lousada Records - Calos nos dedos, nas mãos, alguns músculos doridos e cordas vocais desgastadas. São alguns “contras” de quem se impõe na música. Vamos fazer uma viagem intemporal por diversas bandas que já passaram ou passam por Lousada. Dedicado a todos que puseram, de uma maneira ou de outra, o nome “Lousada” no mapa musical. Este espaço é uma forma de agradecimento pelo esforço e empenho mesmo sabendo que fazem por “amor à camisola”

Tiros e Bombinhas - A todos os aficionados do estouro, desde tiros a bombas, esta é a nossa arma, o cartucho está carregado de cultura. Dá o tiro de partida.

A rolar com… - Daremos a conhecer casos reais que deram o que tinham, e por vezes o que não tinham, a favor de uma de uma paixão rolante. “sangue, suor e lágrimas” poderia ser o lema.

Artigo principal - Forma de escape dos “monkeys”, aliviar, exprimir, criticar, mas acima de tudo,

forma de debate. Opinar? Sim… Mas com argumento. Daremos a nossa opinião sobre diversos assuntos, sempre imparcial e real. Sem tratamento “photoshop” pintaremos o quadro como o vemos.

Artista Local - Porque Lousada sempre tem quem se imponha nas mais variadas artes, criamos este espaço para expor o que por vezes nos passa ao lado. Passando pelas sete artes, este será o Louvre de todas e mais variadas artes e artistas Lousadenses.

100 personalidades - Todos os meses te mostraremos uma personalidade. Pessoas que levaram

um projecto pessoal em diante, quer seja desenvolvido ou em desenvolvimento, daremos o nosso apoio. Artigo com placa “reservado” apenas para os lutadores mais inovadores.

Saudades da tasca -“Uma tasca é, de uma forma geral, um lugar de negócios ou um bar onde

pessoas vão para beber bebidas alcoólicas e onde também pode ser servido algum tipo de alimentação. A palavra deriva, pelo latim taberna, do grego ταβέρνα, que significa “abrigo” ou “oficina”. De forma mais abrangente (para nós) tasca é apenas um local onde a palavra “família” se enquadra na perfeição no sentido literal da palavra, onde podemos conviver, beber, comer sem sermos constantemente bombardeados com publicidade rasca, de sub-marcas que não interessam a ninguém, sem sermos massacrados por música que, quer se queira ou não, fica no ouvido. Damos a definição “tasca”, apenas aos melhores locais de venda ao público, tirando o sentido insultuoso — 36 —


da palavra e acrescentando uma pitada de bom gosto.

bebe___com___- Se estás farto de ver sempre as mesmas paredes e desesperas por mudar de ares não podes perder pitada das nossas sugestões. Renovamos o filtro e partimos à descoberta dos melhores bares, esses antros que nos desviam da norma e nos empurram para caminhos de amizade e partilha. Moda – Se o sexo dos anjos fosse encontrado, a moda manter-se-ia como um dos temas mais debatidos do mundo. Diferentes estilos, avaliar tendências, experimentar novas abordagens, quebrar o preconceito e valorizar uma das características mais fundamentais do registo histórico das civilizações.

Pontapé na cerca - Assunto sério, onde definições não são necessárias. Conhecemos muito bem as

dificuldades que vivemos dentro da “cerca”, vamos agora conhecer as dificuldades de quem deu um pontapé e emigrou por um motivo ou outro. Prós e contras narrados na 1ªpessoa.

hammer-on- Desde “hammer-on`s”, “pull-off`s”, “slides”, claves ou até mesmo à simples batida de uma caneta na mesa, este é o artigo feito para quem respira a aclamada 4ª arte. Análises, criticas, sugestões, sem “dó” nem “si” estas são as notas de nossa pauta.

Crítica Democratica Cristã - Deixemos de parte as filosofias, não somos idealistas, deitamos por

terra as ideias utópicas e todos os heróis em decadência, falamos e damos a conhecer a nossa opinião sincera, sem eufemismos nem metáforas, sem cor partidária nem estilo musical. Este será o nosso “cantinho”.

Mentes de Betão - Espaço onde falamos de planos adjacentes, onde duas rectas paralelas têm um ponto em comum, sendo esse ponto pertencente ao plano de Lousada. Pontos, rectas e planos como nunca vimos.

// ARTUR COELHO // CARLA SANTOS // JOÃO GONÇALVES (PAC) // PEDRO GOMES (PEKAS) // FÁBIO SEQUEIRA (YURI) // DIOGO TRISTÃO

Parceiros: // João Ferreira // Joana Almeida // Inês Sousa // António Magalhães // Nuno Henriques

Edição nº 2 - Revista Digital © Copyright s/interesse — 37 —


Artigo 24º da Constituição da República Portuguêsa “É livre a criação intlectual, artistica e ciêntifica”

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